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Imagens de “Microbiologia”, Tortora, 2012 Microorganismos no contexto saúde-doença Definições Patologia: estudo científico das doenças Etiologia: causa de uma doença Patogênese: como a doença se desenvolve Infecção: invasão ou colonização de um indivíduo por microorganismos patogênicos Doença: Quando uma infecção ou ação resulta em alteração no estado de saúde Microbiota normal É a coleção de organismos presentes no corpo que estabelecem residência “permanente” colonizam Não estabelecem doença em condições normais Chamada flora normal ou microbiota normal Microbiota transiente Bactérias fungos e outros organismos que podem estar presentes por horas, dias, meses e depois desaparecem Antagonismo bacteriano Exclusão competitiva A sua flora normal, em condições de crescimento normais, excluem organismos de maneira seletiva, favorecendo o crescimento de organismos com propriedades parecidas (pH, temperatura, potencial RedOx) Mecanismo pelo qual a flora Candidíase oral - sapinho Candida albicans é um fungo leveduriforme, que tende a crescer quando a flora normal tem seu crescimento prejudicado, por alterações no pH (aumenta) e fluxo salivar (diminui) Usualmente associado a pacientes HIV-positivos, crianças pequenas, uso excessivo de enxaguantes, fumantes http://www.mdsaude.com/ Simbiose A relação entre a microbiota normal e o hospedeiro é chamada de simbiose, uma relação na qual, entre dois organismos, um é menos dependente do outro Embora seja usualmente associada a relações benéficas, a simbiose relaciona dois indivíduos de forma que ambos dependem entre si para sua sobrevivência Simbiose Comensalismo: um organismo se beneficia e outro não é afetado Simbiose Mutualismo: os dois organismos se beneficiam Ex: produção de menaquinona-7 (vitamina K2) no intestino por bactérias Simbiose Parasitismo: Um organismo se beneficia em prejuízo do outro Patógenos oportunistas Não causam doença em indivíduos saudáveis, ou em determinada parte do corpo Quando fora de seu habitat ou por ineficiência do corpo, o organismo replica-se e causa doença Normalmente, associam-se a pessoas com doenças crônicas, imunossuprimidos, quebra de barreira (feridas). Toxoplasmose Toxoplasmose em HIV+ À imunodeficiência, o Toxoplasma reativa-se, e inicia a replicação no sistema nervoso Causa necrose tecidual, lesões císticas, que culminam em cegueira, demência e morte. Como descobrir que determinado organismo é o agente etiológico? Postulado de Koch Friedrich Gustav Jakob Henle Robert Heinrich Herman Koch Classificação dos agentes etiológicos Definições Sintoma Mudanças subjetivas não aparentes ao observador ex: dor de cabeça, cansaço, sensação de efrio Sinal mudanças objetivas, mensuráveis ex: edema, febre, lesões, tremor Síndrome conjunto de sintomas e sinais que acompanham sempre determinada doença Ex: Síndrome de Down (trissomia do 21) Doenças comunicáveis Doenças que podem ser passadas de maneira direta ou indireta entre indivíduos Quando doenças são facilmente transmitidas entre indivíduos, são denominadas doenças contagiosas Doenças que NÃO SÃO TRANSMITIDAS DIRETAMENTE são denominadas não comunicáveis, como o tétano Ocorrência de uma doença Incidência – número de pessoas, dentro de uma população, que desenvolve a doença em determinada janela de tempo Prevalência – número de pessoas que possui a doença em um ponto no tempo específico Ocorrência de uma doença Doença esporádica – Causa doença apenas em algumas pessoas, ocasionalmente Endêmica – ocorre constantemente em determinada população, definida regionalmente Epidêmica – Muitas pessoas adquirem a doença em um espaço de tempo relativamente curto, de maneira anormal Pandêmica – Ocorrência global/mundial Gravidade e duração de uma doença Aguda – curto período de tempo Crônica – reações lentas, por longos períodos Subaguda – duração intermediária entre crônica e aguda Latente – Agente permanece inativo, até tornar- se ativo novamente Extensão de uma doença Infecção local Infecção sistêmica Infecção primária – doença inicial, aguda Infecção Secundaria – auxiliada por uma infecção primária Infecção subclínica – não causa doença detectável Sepse Condição inflamatória tóxica que surge da disseminação de um organismo ou toxina a partir de um foco de infecção Pode causar sinais de infecção generalizada, levando a febre ou diminuição da temperatura, diminuição da pressão sanguínea, diminuição do tempo de coagulação A septicemia é a presença do agente no sangue Fases de uma doença Disseminação da infecção Reservatórios humanos – Carreadores Reservatórios animais – Zoonoses Reservatórios inanimados Transmissão Contato direto Contato indireto – Fômite (objeto inanimado envolvido na disseminação) Transmissão por gotículas ou perdigotos Transmissão por veículo – ar, água, alimento Vetores Animais que transportam patógenos de um hospedeiro a outro Artrópodes constituem o principal grupo de vetores, podendo transmitir por transmissão mecânica ou transmissão biológica Transmissão mecânica Transmissão biológica Infecções nosocomiais “Infecções do leito” Infecções que ocorrem no ambiente hospitalar, clínicas, casas de repouso etc. Resultam de diversos fatores, como: existência do organismo no ambiente; presença de hospedeiros; cadeia de transmissão sem a devida reação do corpo de saúde. alagoasreal.blogspot.com Mecanismos patogênicos de microorganismos Definições Virulência – capacidade de um microorganismo colonizar um hospedeiro. Quanto maior a virulência, maior a extensão da infecção Patogenicidade – capacidade de um microorganismo produzir uma doença DI50 – dose infectante na qual 50% dos indivíduos infectados vem a óbito Como bactérias colonizam o hospedeiro? Portas de entrada Pele Mucosas Via parenteral quando a barreira epitelial é comprometida = solução de continuidade, onde ocorre a exposição do patógeno ao sistema circulatório ou linfático Fatores essenciais ao sucesso de uma infecção Via de entrada Quantidade de organismos Aderência Escape das defesas do hospedeiro Cápsulas, parede celular, enzimas, variação antigênica, penetração no citoesqueleto Danos teciduais Sideróforos, danos celulares, produção de toxinas, plasmídeos Saída Aderência Uso de adesinas, que são proteínas utilizadas por bactérias para se aderir a superfícies A maioria são glico ou lipoproteínas Importante na formação de biofilmes e permanência no hospedeiro Cápsulas Glicocálice bacteriano A bactéria utiliza o glicocálice como forma de evitar a identificação por células fagocíticas, mas ficam susceptíveis à ação de anticorpos A cápsula não garante o sucesso Essencial para a formaçãodo biofilme, juntamente a poliglicanos extra-celulares insolúveis Parede celular Streptococcus pyogenes produz a proteína M, que aumenta a aderência a superfícies epiteliais, reduzindo a chance de ocorrer a fagocitose Adesão através de Fimbrias, como na N. gonorrhoeae Presença de ácidos micólicos em Mycobacterium spp Enzimas Coagulase – coagula fibrinogênio Quinase – degrada fibrina Hialuronidase – invasão de lâmina basal e Matriz Colagenase – invasão de lâmina basal e Matriz Protease de IgA – Degrada anticorpos de superfície Variação antigênica Alteração de moléculas de superfície, que são espostas à imunidade Envolve a alteração da expressão de proteínas, o padrão de açúcares da cápsula Comum entre parasitas unicelulares eucariotos, como Tripanossoma cruzii e Leishmania spp Des/Reorganização do citoesqueleto de actina Invasinas de Salmonella e Escherichia Criam um “ninho” na superfície apical das células epiteliais, devido à desorganização do citoesqueleto Algumas bactérias como Shigella e Listeria podem utilizar actina para se propelir entre células hospedeiras Como bactérias danificam as células do hospedeiro? Mecanismos Sideróforos sequestro e absorção de ferro por bactérias Toxinas dano celular direto Plasmídeos e lisogenia podem conferir patogenicidade a bactérias Sideróforos Ferro é essencial ao crescimento de quase todas as bactérias. Mas no corpo humano, o ferro livre tem concentrações muito baixas, pois circula ligado à ferritina, lactoferrina e transferrina Bactérias produzem sideróforos, que se ligam ao ferro com avidez maior que os transportadores do hospedeiro Receptores de sideróforos na superfície bacteriana são usados para captar o ferro Dano direto às células O dano pode ocorrer por rompimento da célula (ex: vírus e parasitas) Fagocitose reversa: Neisseria gonorrhoeae e E.coli Produção de Toxinas Definições Toxina – Substâncias venenosas, que matam a célula do hospedeiro Toxigenicidade – capacidade do microorganismo de produzir toxinas Toxemia – presença de toxinas no sangue Exotoxina – toxinas produzidas no interior do hospedeiro e secretadas no meio circundante Endotoxina – são constitutivas das bactérias, fazendo parte da parede bacteriana Toxinas Exotoxinas Toxinas produzidas no citoplasma da célula bacteriana, necessitando de transportadores para serem enviados ao meio que envolve a bactéria Tipos de exotoxinas Endotoxinas Estão presentes na parede de bactérias gram- negativas Lipopolissacarídeo – ativador da imunidade inata, causa inflamação pela identificação por macrófagos via receptores Toll-like São liberados de acordo com a quebra da parede bacteriana, e quando liberados na corrente sanguínea, podem causar inflamação generalizada, levando à sepse. Mecanismo proposto para endotoxinas Plasmídeos e lisogenia A quase totalidade de exotoxinas é codificada em elementos externos ao cromossomo, como plasmídeos e fagos (transformação bacteriana) Exemplo: toxina tetânica presente em plasmídeos, dextrana-sacarase produzida pelo Streptococcus mutans, iniciador do processo de cárie Plasmídeos e lisogenia Um bacteriófago pode integrar-se ao cromossomo, e temos o evento de lisogenia. Quando isto ocorre, a síntese de toxinas passa a ser constante, ou controlada por operadores bacterianos Um exemplo é a Shiga toxina transmitida para E. coli O157, ou o gene da toxina colérica em Vibrio cholerae Microbiota oral Microbiota Oral Residente, Autóctone ou Nativa Indígena – Existem em alta proporção relativa (>1%) Suplementares – Existem em baixa proporção relativa (<1%) Transitória ou Alóctone Adesão bacteriana Aderência a uma superfície - DIRETA Aderência a outra bactéria ou a uma estrutura sintetizada por outra bactéria - INTERBACTERIANA Adesão na superfície bucal Estruturas moles – mucosas, polpa dentária, epitélio glandular Estruturas rígidas – Esmalte, dentina, próteses e resinas Como as estruturas bucais estão sempre recobertas por uma glicoproteína salivar (GPS), a mucina, normalmente esta molécula é utilizada para a adesão Adesão bacteriana Não importa o método utilizado para a adesão pela bactéria, desde que haja uma estrutura na boca que seja alvo, e uma adesina bacteriana compatível Quanto maior o número de ligantes e variedade, mais forte e durável será a interação Polissacarídeos extracelulares Açúcares em cadeia, muito hidratados, que aglutinam babtérias Exemplos: S. salivaris (levano), S. mutans (glucano insolúvel ou mutano) e A. naeslundii (heteropolissacarídeo) Alto grau de especificidade bacteriana, tanto que algumas bactérias, como S. sanguni, não são encontradas fora dos biofilmes Aderência Interbacteriana ou coagregações Homotípicas mesma espécie Mediadas por PEC – excesso de sacarose em S. mutans Mediados por mucina – película adquirida Mediadas por IgA na saliva, IgG e IgM no fluido Sulcular Heterotípicas espécies diferentes Espigas de milho – bactérias filamentosas (Actinomyces) e cocos Cepilho – com bacilos, associados a periodontite crônica Fatores do hospedeiro que influenciam a microbiota Relações intermicrobianas Positivas – Comensalismo e Sinergismo Bactérias atuam em sinergismo quando elas são capazes de produzir produtos metabólicos complementares ex: Streptococcus produz lactato em anaerobiose, que é utilizada por Veilonella. Negativas – Antagonismo ou Antibiose Bactérias competem pelo mesmo substrato, limitando a capacidade de bactérias competidoras de colonizar a boca
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