13. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DIDÁTICA NO ENSINO BÁSICO

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I Simpósio Internacional de Águas, Solos e Geotecnologias - SASGEO - 2015 
Eixo temático: Conservação e educação ambiental 
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PROPOSTA DE APLICAÇÃO DIDÁTICA NO ENSINO BÁSICO: 
UTILIZANDO A GEOTECNOLOGIA NA ALTERAÇÃO DA PAISAGEM. 
PROPOSED APPLICATION IN TEACHING BASIC EDUCATION: USING TECHNOLOGY IN 
CHANGING LANDSCAPE. 
 
MOTTA, Frederico Martins
1
 
FERREIRA, Ricardo Vicente ² 
 
Resumo 
Nesse trabalho, foram discutidos o quão importante é a aplicação da cartografia digital no ensino de 
Geografia, voltado para a análise da alteração da paisagem de uma determinada região. Será exposto de 
forma didática, o método passo a passo de como realizar a utilização de um determinado software de 
cartografia digital, que encontra-se online, para a comparação de imagens conforme suas datas mais 
antigas e mais recentes, dando enfoque para mudanças ocorridas por ações antrópicas nessa região. O 
principal objetivo desse trabalho, é demonstrar uma aplicação didática da geotecnologia para o ensino 
de Geografia, fazendo uso do programa Google Earth para avaliar eventuais mudanças em uma 
determinara paisagem localizada no município de Uberaba-MG. Para ser realizada essa análise, 
utilizamos algumas ferramentas básicas do programa Google Earth Pró, como a ferramenta de 
comparação histórica de imagens, onde pode-se analisar algumas imagens e comparar conforme as 
ações naturais ou antrópicas são realizadas conforme o tempo passa. Por fim, podemos dizer que 
conseguimos notar que a ação foi totalmente antrópica, na construção de algumas residências, 
modificando em um ano, totalmente a paisagem local. 
Palavras chave: cartografia digital, geografia, ensino. 
 
Introdução 
É notório que estamos vivendo uma era tecnológica onde as ferramentas digitais estão 
inseridas em tudo o que fazemos e até mesmo na sala de aula. Tais tecnologias são muitas vezes vistas 
como um problema na educação, muitas vezes proibitivas, pois desviam a atenção dos estudantes. No 
 
1
Graduando do Curso de Geografia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba-MG, Brasil, 
fredericommotta@gmail.com. 
² Professor Doutor do Curso de Geografia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba-MG, Brasil, rcrdvf@gmail.com 
 
 
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entanto, com a utilização correta, estes recursos podem ser aliados ao desenvolvimento educacional, 
aumentando o interesse dos alunos e melhorando o rendimento do processo da aprendizagem. 
"... O computador é realmente um recurso que 
desperta nos alunos um grande interesse por si só, e cabe a 
nós professores e pesquisadores direcionarmos e tirarmos o 
máximo proveito das tecnologias para a melhoria da 
qualidade das aulas e do interesse dos alunos em aprender" 
(Di Maio, 2004: pg. 130). 
 
Cabe ao professor de Geografia, que tem como objetivo mediar e facilitar o conhecimento de 
seus alunos, compreender e fazer uso dessas tecnologias em suas aulas, para um melhor entendimento 
de determinadas matérias básicas da Geografia e também para uma melhor formação de alunos, 
buscando uma sociedade mais consciente. Segundo Levy (1999), pela primeira vez na história da 
humanidade, competências adquiridas no início profissional de um docente estarão obsoletas no final 
de sua carreira, tendo isso em vista, nota-se a necessidade de contribuir na formação dos educadores 
em Geografia, possibilitando a apresentação novos métodos de ensino, aliando o conhecimento 
teórico com a nova era cibernética. 
Hoje a aplicação da cartografia no ensino de Geografia ultrapassa o modelo estático dos mapas 
impressos e atlas escolares, é importante levar em conta a interação do meio técnico com a capacidade 
dos alunos interpretarem o espaço geográfico em seus diversos aspectos: ambiental, social, 
econômico e político, oferecendo novas oportunidades de aprendizado. Nesse sentido, tem-se como 
suposição que os recursos de visualização de mapas digitais disponibilizados na internet, facilitariam 
a aprendizagem de conceitos básicos de Geografia e de Cartografia, 
“Na verdade, nenhum pensador, como nenhum 
cientista, elaborou seu pensamento ou sistematizou seu saber 
científico sem ter sido problematizado, desafiado. Embora 
isso não signifique que todo homem desafiado se torne 
filósofo ou cientista, significa, sim, que o desafio é 
fundamental à constituição do saber. Paulo Freire (1985, p. 
36)“ 
 
 
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Aplicações dos materiais 
 
Uma série de conteúdos pode ser trabalhada fazendo uso de um software grátis de mapas 
online. Segundo MARTINS, SEABRA, CARVALHO, 2013, p. 3, todos os itens citados abaixo 
podem ser trabalhados em aulas de Geografia, Biologia e temas ambientais. 
 “Detecção e monitoramento de focos de incêndios e de áreas queimadas; 
 Identificação das áreas de erosão e escorregamento de encostas; 
 Identificação dos elementos que compõem os diferentes biomas e os impactos que eles estão 
sofrendo; 
 Identificação das diferentes feições de relevo e dos ambientes aquáticos; 
 Dinâmica espacial e a Geografia; 
 Aspectos do clima; 
 Estudos de hidrografia; 
 Urbanização; 
 Agricultura e meio ambiente; 
 Energia e desenvolvimento; 
 Cartografia. „‟ 
Fazendo uso do aplicativo “Google Earth Pró” pode-se desenvolver a maioria dos conteúdos 
citados acima, basta possuir um aparelho que tenha acesso à internet, uma pesquisa teórica 
metodológica completa dos assuntos a serem trabalhados e a presença dos alunos. 
 
Método 
Aplicação do “Google Earth Pró” na alteração de uma paisagem. 
 
A seguir, será descrito como realizar uma atividade prática de Geografia para alunos de Ensino 
Fundamental ou Médio, onde serão analisadas as mudançasocorridas em uma determinada paisagem, 
fazendo uso do software gratuito “Google Earth Pró”. 
Partindo do pressuposto de que paisagem para a Geografia é um resultado da correlação entre 
 
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elementos físicos, biológicos e antrópicos e que ela não é apenas um fato natural, mas inclui a 
existência humana, utilizaremos uma paisagem que sofrerá alterações antrópicas, permitindo assim, 
uma análise mais clara para os alunos. Para a realização de uma análise da paisagem, o professor deve 
pesquisar previamente uma paisagem no Google Earth Pró, que possa ter sofrido uma mudança 
natural ou antrópica nos últimos anos, evitando perca de tempo durante a aula. É indicado que o 
mentor escolha uma região cujos alunos conheçam e seja próximo a sua cidade, facilitando a 
aprendizagem. Com a pesquisa prévia aplicada, o professor pode/deve observar alguns fatores 
importantes para alertar os alunos quando a paisagem for apresentada, para a explanação não ficar um 
vazio. 
Com tudo preparado, e a aula já ocorrendo, o professor deve abrir a localização de uma 
paisagem já observada previamente e a partir disso, iniciar uma discussão construtiva em sala, 
destacando alguns elementos compostos na imagem. Com o local enquadrado, devem-seseguir os 
passos: 
 
1°: Abra essa ferramenta, que fica localizada na parte superior da tela: 
 
 
2°:irá abrir uma caixa temporal: 
 
3°: Mova o cursor para esquerda, procurando uma imagem de satélite mais antiga, volte o 
cursor para a direita, procurando imagens mais recentes.. 
 
 Com isso, imagens mais antigas e imagens mais novas poderão ser comparadas, observando 
eventuais alterações na paisagem, seja ela causada por fatores antrópicos ou até mesmo natural. 
Dependendo da paisagem a ser trabalhada, os resultados podem ser diferentes, o que enriquece 
 
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a atividade a cada vez que ela é realizada. Se o software possuir suporte para imagens mais antigas, 
mais alterações poderão ser analisadas, dinamizando a aprendizagem. 
Como exemplo, foi escolhida uma área localizada no município de Uberaba-MG, latitude 
19°43'38.38"S/ longitude 47°59'1.05"O. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Latitude 19°43'38.38"S/ longitude 47°59'1.05"O Figura 2. Latitude 19°43'38.38"S/ longitude 47°59'1.05"O 
Fonte: Google Earth 
Data da imagem: 05/05/2006 
Fonte: Google Earth 
Data da imagem: 06/11/2010 
Figura 3. Latitude 19°43'38.38"S/ longitude 47°59'1.05"O Figura 4. Latitude 19°43'38.38"S/ longitude 47°59'1.05"O 
Fonte: Google Earth 
Data da imagem: 10/23/2014 
 
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As quatro imagens acima, demonstram a alteração em uma paisagem. Podemos notar a 
presença de um rio em torno do local, uma rodovia em sua lateral e uma vegetação seguindo o curso 
do rio, provavelmente subsequente de uma área de preservação ambiental. Em termos naturais, as 
três primeiras imagens parecem não terem sofrido nenhuma alteração, mesmo tendo passado cerca de 
oito anos entre a primeira e a terceira. Porém, na quarta imagem, do ano de 2014, observamos a ação 
antrópica atuando de forma rápida. Notamos a construção de um bairro, com cerca de oito quarteirões 
de casas. As ruas ainda não pavimentadas, porém já delimitadas. Notamos também a preservação de 
boa parte da vegetação que ali se encontrava principalmente aquela que segue as margens do rio. 
 
Resultados e discussões 
 Notamos que as alterações ocorridas no local foram antrópicas, observamos a construção de 
casas na região escolhida. A imagem abaixo mostra o resultado da alteração antrópica, um ano após a 
última imagem apresentada no Google Earth. 
Imagem 5. Bairro em construção. 
 
Foto: MOTTA, 2015 Data da imagem: 21/10/2015 
 
 
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Considerações finais 
 
Levando em conta que as tecnologias digitais proporcionam aos professores uma motivação 
extra para a realização de suas aulas, gerando informações, com uma nova forma de aplicar o 
conteúdo, afirmamos que é de suma importância a utilização dessas novas tecnologias. A ideia de 
apresentar uma das diversas atividades que podem ser realizadas utilizando as técnicas de cartografia 
digital, é indicar e subsidiar pelo menos uma base para os professores de Geografia se adaptarem as 
novas realidades tecnológicas, incentivando sempre uma aula mais dinâmica e facilitando o 
aprendizado. 
“A escola é um ambiente privilegiado de 
aprendizagem. A formação dos professores, o material 
didático, o tempo, etc, estão planejados para esta finalidade. 
É fundamental que os alunos adquiram habilidades que 
facilitem a aprendizagem e os estimulem a entender, 
manipular, interferir e serem críticos em relação aos 
processos de transformações que ocorrem no mundo. As 
inovações nos ambientes escolares trazem reflexos positivos 
aos processos de ensino e aprendizagem e isto bastaria para 
justificar a inserção de novos recursos [...]”(Di Maio, 2004: 
pg. 133). 
 
Desta forma, podemos concluir que fazendo parte do processo de aprendizagem e fazendo 
parte do processo de inter-relações entre professor e aluno, a aplicação de tecnologias no ensino de 
geografia, acaba sendo, sem dúvidas, de máxima importância na atualização do currículo de um 
professor, visto que, a todo instante, as tecnologias estão cada vez mais inseridas em nossas vidas e a 
educação não é diferente disso. 
 
 
Referência 
Bueno, R. H.; Colavite, A. P.. Discussoes preliminares sobre o uso dos softwares Google Earth e 
world wind como ferramentas de auxilio ao ensino de geografia. In: ENCONTRO DE 
 
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PRODUÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA, 6. 2011. Anais... Campo Mourão, 24 a 28 de outubro 
de 2011. 
 
Di MAIO, A. C. (2004). Geotecnologias digitais no Ensino Médio: Avaliação prática de seu 
potencial. Tese de Doutorado. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. 
Disponível em <http://www.uff.br/geoden/docs/Tese_Doutorado_Di_Maio_2004.pdf> Acesso em: 
18/10/2015 
FREIRE, P. Extensão ou comunicação? 8ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985 
 
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. 
 
MARTINS, L. J. ; SEABRA, V. S. da; Carvalho, V. S. G de. O uso do Google Earth como 
ferramenta no ensino básico de geografia. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto 
(SBSR), 16., 2013, Foz do Iguaçu. Anais XVI SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13-18 de abril de 
2013, INPE, p. 2657-2664. 
 
SARANTE, A. L.; SILVA, A. C. V. da. O mundo dentro da escola: refletindo sobre os recursos 
hídricos com o uso do Google Earth. In: ENCONTRO NACIONAL DE PRÁTICA DE ENSINO EM 
GEOGRAFIA, 10. 2009. Anais... Porto Alegre, 30 de agosto a 2 de setembro de 2009. 
 
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Geografia: Experiência com o Google Earth. Caminhos da Geografia, Uberlândia v.13, n.41, 
mar.2012. Disponível em 
<http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/16679/9253> Acesso em: 
18/10/2015.