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Propriedade Intelectual

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Propriedade Intelectual
O que é “PI”?
Conjunto de direitos temporários reconhecidos pelo Estado ao criador de determinado produto da inteligência. São direitos de caráter imaterial, essencialmente cosmopolita.
Art. 5º, Lei nº 9.279/96, Lei de Propriedade Industrial – LPI: “Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos de propriedade industrial.”
Art. 3º, Lei nº 9.610/98, Lei de Direitos Autorais – LDA: “Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis.”
“Bens Móveis”
São considerados bens móveis porque:
Estão sujeitos a obrigações (títulos legais de transmissão de direitos de propriedade): locação (licença), compra/venda (cessão), condomínio, troca, doação, usufruto, a sucessão legítima ou testamentária...
Integram o patrimônio de seus titulares (garantia de empréstimos, formação de capital...)
Proteção do bem como investimento (rendimento e segurança jurídica).
Outras áreas de PI
Nomes Empresariais – Arts. 1.155 et seq, CC; art. 8º, CUP; Inst. Normativas DNRC.
Nomes de Domínio – Resolução Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) RES/2008/008P. – Registro pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), por meio Registro.br.
Direitos de Personalidade (Imagem, Nome Civil) – arts. 11 et seq, CC
Cultivares – Lei nº 9.456/97/ Decreto nº 2.366/97 – Certificado de Proteção concedido pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC)
Topografia de Circuitos Integrados – arts. 23 et seq, Lei nº 11.484/2007 – Registro no INPI
Por que “Propriedade”?
A propriedade possui uma relação direta com o bem, permitindo que se tire proveito e dele se disponha direta ou indiretamente. Economicamente, pode-se controlar e excluir a utilização por outrem de determinado bem. Ou seja, o reconhecimento estatal de um direito de controle e exclusão assegura meios de determinar o valor do bem para a exploração econômica decorrente.
Via de regra uma propriedade não é condicionada ao tempo. Em compensação, na PI todos os direitos são temporários.
Bens: coisas materiais ou imateriais que proporcionam utilidade e são suscetíveis de apropriação. Podem ser classificados como corpóreos (material/tangível) ou incorpóreos (intangíveis – ex: direito reais, obrigacionais e intelectuais).
Por que “Intelectual”?
Porque são direitos sobre produtos emanados do poder de inteligência do homem e da atividade de sua imaginação criadora. Encarados principalmente sobre o aspecto do proveito material que deles podem resultar. 
Nem todo produto da inteligência é protegido. A idéia por exemplo não o é.
Propriedade “Sui generis”
Natureza Jurídica:
Por que protege-los?
Justificativa Econômico-Utilitária:
Os bens públicos – possuem um alto custo na produção e baixo na reprodução, são intangíveis (inesgotável) e de difícil exclusão erga omnes.
Como uma solução utilitária para os problemas dos bens públicos é o reconhecimento de direitos a criadores que os permitem excluir terceiros dos benefícios de seu trabalho.
Permite, portanto, aos autores recuperar seus esforços/investimentos na criação da obra. Consequentemente, incentiva a revelação e a disseminação de informação (o criador não precisa temer o copiador; quando expirado o prazo de proteção, o trabalho entrará para domínio público).
Justificativa Personalíssima: (ou de Direito Natural)
São os Dtos Intelectuais vistos como extensão da autonomia humana, ou seja, há um nexo personalíssimo entre o criador e a obra. A pessoa que se utiliza do domínio público para criar um novo bem incorpóreo, não pode tê-lo copiado ou ter alguém interferindo em seu pleno direito de propriedade.
Objetos de Proteção
Art. 2º, VIII, Convenção da Organização Mundial da Prop. Intelectual – OMPI, Estocolmo, 1967; Promulgada pelo Decreto nº 75.541, de 31/03/1975.
Fonte das Normas de PI:
Princípios gerais do Direito: Boa fé, prevalência do interesse público sobre o privado, autonomia da vontade, etc.
Usos e Costumes: “entendimento” do INPI
Jurisprudência: Conjunto de decisões uniformes dos tribunais e referência a decisões de cortes estrangeras.
Doutrina: Atividade (ensinamentos, pareceres, opiniões) dos juristas.
Direito Internacional da Propriedade Intelectual
Tratados e Convenções Internacionais:
Convenção de Berna para a Proteção das Obras Literárias e Artísticas de 1886 (Revisão de Paris, 1971). – Promulgada pelo Decreto nº 75.699, de 06/05/1975.
Convenção de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial de 1883 (Revisão de Estocolmo, 1967). – Promulgada pelo Decreto nº 75.572, de 08/04/1975.
Convenção de Roma para a Proteção aos Artistas Intérpretes ou Executantes, aos Produtores de Fonogramas e aos Organismos de Radiodifusão de 1961 (Revisão de Estocolmo, 1967). – Promulgada pelo Decreto nº 57.125, de 19/10/1965.
Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio 1994 (ADPIC – TRIPS) – Anexo 1C do Acordo Constitutivo da Organização Mundial do Comércio – OMC (“Ata final da Rodada do Uruguai”). Promulgada pelo Decreto nº 1.355, de 30/12/1994.
Direitos imateriais e essencialmente cosmopolitas:
Edmond Picard, 1858: “[A] produção do espírito [...] destina-se naturalmente a expandir-se para todos os lugares onde vai a civilização. Ela é divisível ao infinito, mas permanece sempre uma. O autor de um livro, o inventor de um processo industrial, aquele que produziu uma obra musical ou uma obra suscetível de ser divulgada por não importa qual arte ou desenho, certamente não trabalhou unicamente para seu pequeno mundo, no qual vive, nem mesmo para a nação à qual ele pertence. Seu desejo, sua esperança, é de ver seu trabalho se expandir. Sua intensidade não se perde, mas, ao se expandir, adquire um vigor novo. O que, para uma coisa material, implicaria em impossibilidade ou destruição, se torna, para uma coisa intelectual, uma oportunidade de força e de celebridade.” 
Joseph Kohler, 1907: “A primeira condição desta comunidade de povos é a máxima de que o direito do espírito é reconhecido, não somente pela nação à qual pertence o homem criador, mas por todos os Estados. Qualquer um que tenha criado uma obra do pensamento deve ter seu direito em todos os lugares do mundo, porque ele não é somente membro da nação – ele é membro da humanidade”. 
Referências: BASSO, Maristela. O direito internacional da propriedade intelectual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2000. p. 12-63)
A PI não obedece barreiras físicas, seu usufruto extrapola os limites territoriais de um Estado. – Neste ponto há um problema de ordem transnacional: não basta que um Estado proteja e outro não.
Há o reconhecimento da importância da proteção internacional: necessidade de celebração de convenções internacionais capazes de coordenar as leis internas. – A PI deve ao direito internacional seu melhor reconhecimento, desenvolvimento e proteção. 
Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI)
Estabelecida pela “Convenção de Estocolmo de 1967”, com sede em Genebra, Suíça; tornou-se organismo especializado da ONU em 17/12/1974. Goza de personalidade jurídica internacional.
Centro de Mediação e Arbitragem – Resolução de disputas sobre nomes de Domínio http://www.wipo.int/ 
“É o principal centro internacional de promoção dos direitos de propriedade intelectual.”
Princípios
Regra de Não-Discriminação – Titulares estrangeiros de direitos de PI gozam ao menos do mesmo tratamento dado aos nacionais. Ou seja, há uma completa assimilação de estrangeiros a nacionais, sem a condição de reciprocidade.
Tratamento Nacional
Art.5º, Conv. de Berna 1886:
“1) Os autores gozam, no que concerne às obras quanto às quais são protegidos por força da presente Convenção, nos países da União, exceto o de origem da obra, dos direitos que as respectivas leis concedem atualmente ou venham a conceder no futuro aos nacionais, assim como dos direitos especialmente concedidos pela presente Convenção. 2) O gozo e o exercício desse direitos não estão subordinados a qualquerformalidade: esse gozo e esse exercício devem ser independentes da existência da proteção no país de origem das obras. Por conseguinte, afora as estipulações da presente Convenção, a extensão da proteção e os meios processuais garantidos ao autor para salvaguardar os seus direitos regulam-se exclusivamente pela legislação do País onde a proteção é reclamada”.
 * A proteção independe de qualquer formalidade.
Art. 2º Conv. da União de Paris 1883 – CUP:
“1) Os nacionais de cada um dos países da União gozarão em todos os outros países da União, no que se refere à proteção da propriedade industrial, das vantagens que as leis respectivas concedem atualmente ou venham a conceder no futuro aos nacionais, sem prejuízo dos direitos especialmente previstos na presente Convenção. Em consequência, terão a mesma proteção que estes e os mesmos recursos legais contra qualquer atentado dos seus direitos, desde que observem as condições e formalidades impostas aos nacionais”.
* exige formalidades para propriedade industrial.
Art. 3º, TRIPs:
“1) Cada membro concederá aos nacionais dos demais Membros tratamento não menos favorável que o outorgado as seus próprios nacionais com relação à proteção* da propriedade intelectual, salvo as exceções já previstas, respectivamente, na Convenção de Paris, de Berna, de Roma e no Tratado sobre PI em Matéria de Circuitos Integrados [...]”.
* Para os efeitos dos arts. 3 e 4 deste acordo, a “proteção” compreenderá aspectos que afetem a existência, obtenção, abrangência, manutenção e aplicação de normal de proteção dos direitos de propriedade intelectual, bem como os aspectos relativos ao exercício de direitos de propriedade intelectual de que trata especificamente este acordo.
Tratamento de Nação Mais Favorecida: 
É uma característica, historicamente, de Acordos de Comércio. “Toda vantagem, favorecimento, privilégio ou imunidade que um Membro conceda aos Nacionais de qualquer outro país será outorgada imediata e incondicionalmente aos nacionais de todos os demais Membros.” (art. 4º, TRIPs)
Exceto acordos sobre assistência judicial ou aplicação em geral da lei; direitos conexos não previstos no TRIPs e acordos em vigor antes do Acordo Constitutivo da OMC.
A Cultura como Propriedade
Cada vez mais aumenta a exploração comercial de obras de arte, artesanato e de conhecimento de comunidades tradicionais. Todavia, isso gera uma preocupação de que as sociedades tradicionais estejam sendo exploradas e prejudicadas no processo. Os prejuízos são diversos, partindo dos financeiros, passam por perdas permanentes de obras para museus e coleções privadas, até a degradação de itens culturais (como cópias que revertem valores da comunidade).
Porém, conhecimentos tradicionais estão fora dos principais tratados de proteção de PI. Em geral, são considerados integrantes de domínio público. Além disso, as comunidades tradicionais ficam alheias aos processos de proteção e faltam recursos técnicos e econômicos para industrializar produtos resultantes de suas descobertas.
Houve sim algumas iniciativas para essa proteção, todavia, sem muito sucesso. Por isso, não há um consenso a este respeito. Basicamente, os conhecimentos tradicionais são considerados Domínio Público.
► Convenções Sobre Diversidade Biológica (CDB)
ECO92: Primeiro acordo internacional que reconhece o papel e a contribuição de comunidades indígenas e locais na conservação e no uso sustentável da biodiversidade. Promulgada no Brasil pelo Decreto 2.519, de 16.03.1998.
Preâmbulo do CDB: “[...] os Estados têm direitos soberanos sobre os próprios recursos biológicos.”
* MProv. 2.186-16 de 23.08.2001: “Art. 8° §2° O conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético de que trata essa Medida Provisória integra o patrimônio cultural brasileiro e poderá ser objeto de cadastro, conforme dispuser o Conselho Geral ou legislação específica.”
► TRIPs
Os fundamentos atuais de PI são em grande parte produtos das estratégias globais de um número relativamente pequeno de companhias e organizações empresariais. A globalização da PI beneficiou efetivamente os exportadores de bens intangíveis (principalmente EUA). 
Países em desenvolvimento como Coréia do Sul, Singapura, Brasil e Índia conseguiram sua industrialização sem a existência de um regime internacional de PI. 
Antes do TRIPs, Brasil e índia não patenteavam, por exemplo, medicamentos, por considerarem questão de Saúde Pública. Devido a tal posicionamento, surgem os genéricos. A industrialização cresceu exatamente por não haver uma política de proteção. Por isso, também, havia uma pressão internacional para que esses países adotassem políticas de proteção à propriedade Intelectual.
► Indústria do Conhecimento – Pré 2ª Guerra
Em 1890 entra em vigor a “Sherman Act” (lei antitruste norte-americana). Desde o século XIX, cartéis eram vistos como forma de resolver problemas de superprodução e competição: fixação de preços ou limitação da produção. Com a proibição, as empresas habituadas aos acordos ora proibidos partiram em busca de uma alternativa legal: a Propriedade Intelectual.
As grandes corporações de século XXI passaram a investir em P&D (pesquisa e desenvolvimento) desde o início do séc. XX. São as chamadas Companhias Criadoras de Conhecimento (CCCs). Cartéis de commodities → Cartéis de Conhecimento.
Estratégia básica: aumentar significativamente os investimentos e P&D e transformar o conhecimento adquirido em produtos protegidos através de PI.
Ex: Acordos de compartilhamento de PI, licenças cruzadas:
- 1929: DuPont e ICI (Imperial Chemical Industries) – exploração de explosivos.
- 1924: Cartel de Lâmpada Elétrica (Osram, Philips, Tungsram, Int’l General Eletric)
- “British Publishers’ Tradicional Market Agreement”: Acordo entre editoras dos EUA e do Reino Unido, quebrado após ameaça de ação antitruste nos anos 70.
Ameaças ao controle corporativo do conhecimento:
Os custos com P&D continuavam a subir e os retornos começavam a cair. Pois há um aumento de competição de empresas menores e da difusão do conhecimento através de publicações acadêmicas. Concorrência internacional: nações soberanas passam a utilizar o sistema de PI em benefício de seu desenvolvimento. Outros países desenvolvem indústrias competitivas (ex: farmacêuticos genéricos)
► Soluções às ameaças do Pós-Guerra
Investimento no desenvolvimento de novas áreas e mudar as regras de PI para protegê-los (ex: biotecnologia, software). As universidades passam as fazer as pesquisas básicas e as empresas passam a gastar menos com P&D.
Busca-se estabelecer um padrão internacional de proteção de direitos de PI que fosse condizente com o desejado pelas grandes CCCs.
► PI como prioridade política dos EUA
Década de 70-80: problemas econômicos: tendências protecionistas: proteção de PI como solução para a indústria e estratégia para questões militares.
1982: conhecimentos e invenções dos EUA estavam sendo roubadas pelos governos do Brasil, Canadá, Índia, México, Coréia do Sul, Itália e Espanha. A OMPI também é duramente criticada. “Stealing from the mind” The New York Times (B. MacTaggart).
CCNC : Comitê Consultivo em Negociações do Comércio. 
	ͽ 1983: Lei para Recuperação Econômica do Caribe: Benefícios fiscais em troca de proteção à PI.
	ͽ 1984: Lei Comercial Norte-Americana emendada para incluir o Processo 301 e o Sistema Geral de Previdências.
	ͽ 1985: EUA iniciam processo 301 contra Coréia do Sul. Entram em acordo em 1986.
	ͽ Entre 1985 e 1994: 11 Processos 301 relacionados à PI:
- Brasil 1985, 1987 (tarifas impostas) e 1993
- Coréia do Sul (1985), Argentina (1988), Tailândia (1990 e 1991), Índia (1991), China (1991 e 1994) e Taiwan (1992).
A “rede de vigilância” envolvendo empresas, câmaras de comércio, associações comerciais e embaixadas relacionadas aos EUA persiste até os dias de hoje.
EUA busca consenso com União Européia e Japão para incluir PI na agenda de discussões do GATT. – A aliança é formada graças ao lobby das corporações.Setembro 1986: Inicio da Rodada do Uruguai, PI é incluída na pauta de discussões.
- Forte objeção dos países em desenvolvimento, liderados por Índia e Brasil:
	▪ O foro apropriado para discutir PI era a OMPI. Padrões de proteção deveriam levar em conta as diferentes necessidades e níveis de desenvolvimento dos países.
► Do consenso à Assinatura
No tocante ao TRIPs, todos os países principais conseguiram algum tipo de vitoria:
- UE perdeu em Direitos Morais do Autor, mas ganhou em indicações Geográficas para vinhos e bebidas;
- Os EUA ganharam com a extensão de patentes para todos os campos do conhecimento, mas teve de tolerar a opção de excluir alguns elementos como matérias patenteáveis.
- Já os países em desenvolvimento ganharam o “benefício” de períodos de transição antes de estarem efetivamente obrigados.
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Direitos Autorais e Conexos
Lei de Direitos Autorais (LDA) n
° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Programas de Computador: Lei n° 9.606, de 19 de fevereiro de 1998.
Art 184, Código Penal: “Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa”. Se houver intuito de lucro: reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
O que não é objeto de proteção da LDA:
Obras Utilitárias: marcas, desenhos industriais, patentes (Invenção, Modelo de Utilidade). – Protegidas pela LPI (Lei n
 °9.279/96).
Ideias: em si mesmas (art. 8°, I). Os direitos autorais devem proteger expressões e não as ideias, métodos ou conceitos em si.
♯ Logomarca
Obra artística e utilitária
Proteção mista via LDA e LPI.
Há necessidade de autorização do autor para registro como marca perante o INPI.
♯ Ideias
Se as ideias estão fora da LDA, como protegê-las? → Concorrência Desleal (art. 195, LPI); Autorregulamentação Publicitária no CONAR (Art. 41 a 43, CBAP); Contratualmente; Locupletamento (enriquecimento sem causa – art. 884, CC).
♯ Domínio Público
O que é? Obras com proteção expirada (70 anos, art. 141, LDA) + Obras/Elementos não protegíveis.
♯ Extensão da proteção aos títulos das obras (art. 10, LDA)
“A proteção à obra intelectual abrange o seu título, se original e inconfundível com o de obra do mesmo gênero, divulgada anteriormente por outro autor”.
Título de publicações periódicas: protegido até um ano após a saída do seu último número. Se a publicação for anual, o prazo é de dois anos. Há a possibilidade de registrar marca de forma a obter exclusividade sobre o título (ex: Batman).
♯ Requisitos para a proteção:
Originalidade: Criação independente (não ser cópia de trabalho anterior); Obras derivadas (traduções, adaptações, representações... – merecem proteção, mas sua concepção pode conflitar com direitos autorais sobre a obra original).
*Não se avalia o mérito, a utilidade, a extensão ou o destino da obra.
Exteriorização: “São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro” art. 7°, LDA. Ou seja, apresentações dramáticas, palestras, conferências, musicais, aulas, sermões, etc. são protegíveis, independente de fixação.
♯ Utilização de marcas alheias em obras autorais:
Art 132, LDA: Há a possibilidade de citação de marca alheia em discurso, obra científica, ou literária ou qualquer outra publicação, desde que sem conotação comercial e sem prejuízo para seu caráter distintivo. Ex:
♯ Formalidades: registro facultativo.
A proteção legal para obras autorais independe de registro (art. 18, LDA) ou de qualquer outra formalidade. O símbolo © também não possui exigência na LDA.
O registro pode ser realizado em órgão público, de acordo com a natureza da obra: 
- Escritório de Direitos Autorais – Fundação Biblioteca Nacional: obras literárias (livros, discursos, poesias, roteiros, argumentos, etc.);
- Escola de Música da UFRJ: obras musicais;
- Escola de Belas Artes da UFRJ: Obras de arte visual (desenhos, fotografias, esculturas, etc.).
♯ Autor 
♪ É pessoa física: Via de regra, é do autor a titularidade originária dos direitos autorais sobre a obra.
♪ Nos casos de obra coletiva: Art 5°, LDA; A pessoa jurídica, organizadora, pode ser titular originária dos direitos patrimoniais sobre a obra coletiva. (art. 17 e §§, LDA); 
♪ Obras em Co-autoria: Art 5°, LDA; 
“São co-autores da obra audivisual o autor do assunto ou argumento literário, musical ou lítero-musical e o diretor;
parágrafo único: consideram-se co-autores de desenhos animados os que criam os desenhos utilizados na obra audiovisual” (art. 16, LDA); 
“Não se considera co-autor quem simplesmente auxiliou o autor na produção da obra literária, artística ou científica, revendo-a, atualizando-a, bem como fiscalizando ou dirigindo sua edição ou apresentação por qualquer meio.” (art. 15, §1°, LDA).
♪ Identificação da Autoria: 
O autor é livre para definir a forma como identificará a obra de sua autoria (art. 12, LDA). 
- Nome Civil (completo ou Abreviatura);	 - Iniciais;
- Pseudônimo;					- ou qualquer outro sinal convencional;
* Presume-se autor da obra aquele que tiver essa qualidade anunciada ou indicada na sua utilização (art. 13, LDA).
DIREITOS MORAIS DO AUTOR (art 24 et seq, LDA)
Justificativa Personalíssima – Direito Natural para a proteção de obras intelectuais.
- Direitos de Personalidade: alcançam o homem em si e suas projeções para o exterior; defesa da integridade física (vida, próprio corpo), integridade intelectual (autoria) e integridade moral (honra, privacidade, imagem, identidade).
“Os direitos morais são vínculos perenes que unem o criador à sua obra, para a realização da defesa de sua personalidade.” (BITTAR, Carlos Alberto. Direito de autor. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000).
*** São inalienáveis e irrenunciáveis (art. 27, LDA)
São direitos morais do autor: (art. 24, LDA)
- autoria: “I – reivindicar a qualquer tempo, a autoria da obra”
- Paternidade: “II – o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o autor, na utilização da sua obra”
- Ao inédito: “III – o de conservar a obra inédita”
- Integridade: “IV – o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor, em sua reputação ou honra.”
- Modificação: “V – o de modificar a obra, antes ou depois de utilizá-la”
- Arrependimento: “VI – o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta à sua reputação e imagem”
- Acesso a exemplar raro: “VII – o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado”
Particularidades:
- Direitos de autoria, paternidade, ao inédito e integridade, por morte do autor, transmitem-se aos seus sucessores;
- O Estado deverá proteger a integridade e autoria de obras caídas em domínio público;
- Direitos de modificação ou arrependimento: ressalvam-se as indenizações a terceiros, quando couberem;
- Cabe exclusivamente ao diretor o exercício dos direitos morais sobre a obra audiovisual (art. 25, LDA);
- Direito de repúdio (art. 26, LDA), espécie de direito moral aplicado às obras arquitetônicas.
“Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística ou científica” art 28, LDA
“Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como: reprodução, edição, adaptação, tradução, distribuição, execução ou quaisquer outra modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.” Art. 29, LDA.
São direitospatrimoniais do autor: (art. 24, LDA)
Direito de propriedade: utilização econômica da obra. – Existem desde a criação da obra.
Modalidades: (art. 29, LDA)
Reprodução total ou parcial: Art. 5°, LDA; art. 30, LDA; 
Edição : art. 53, LDA;
Adaptação, Tradução e quaisquer outras transformações da obra originária (criação primígena): art. 5°, VIII, “g”, LDA;
Inclusão em fonograma ou produção audiovisual: art. 5°, IX, LDA
Distribuição: art. 5°, IV, LDA
Utilização mediante: 
- Representação, recitação ou declamação;
- Execução musical;
- Radiodifusão sonora ou televisiva;
- Sonorização Ambiental;
- Exibição audiovisual, cinematográfica ou por processo assemelhado;
- Emprego de satélites artificiais;
- Emprego de sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos de qualquer tipo e meios de comunicação similares que venham a ser adotados.
- Exposição de obras de artes plásticas e figurativas.
Inclusão em base de dados, ou armazenamento em computador, a microfilmagem e as demais formas de arquivamento do gênero.
Quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser inventadas.
Particularidade:
As modalidades de utilização são independentes entre si. (art. 31, LDA)
Anotações, comentários e melhoramentos também dependem de autorização (art. 33, LDA);
Obrigação de informar e controlar quantidade de exemplares reproduzidos: responsabilidade de manter registros que permitam, ao autor, a fiscalização do aproveitamento econômico da exploração. (Art. 30, §2°, LDA);
Em regra, a aquisição do original de uma obra, ou de exemplar, não confere ao adquirente qualquer dos direitos patrimoniais do autor (art. 37, LDA);
Obra anônima ou pseudônima: os direitos são de quem publicar primeiro, ressalvados os direitos adquiridos por terceiros (art. 40, LDA)
Direito de sequência: receber no mínimo 5% sobre o aumento do preço eventualmente verificável em cada revenda da obra de arte ou manuscrito, sendo originais (art. 38, LDA). – Direito inalienável e irrenunciável. O vendedor é considerado depositário da quantia, salvo se a operação for realizada por leiloeiro, quando será o depositário.
Obra indivisível em regime de co-autoria: necessidade de autorização de todos os co-autores para publicação. (art. 32, LDA). – Em caso de divergência, poderão decidir por maioria. Cada co-autor pode, individualmente, sem aquiescência dos outros, registrar a obra e defender os próprios direitos contra terceiros.
Escritos publicados pela imprensa (diários ou periódicos) pertencem ao diretor, salvo convenção em contrário (art. 36, LDA). – artigos assinados: direitos permanecem com o autor e a autorização não produz efeito além do prazo de periodicidade + 20 dias.
“Os direitos patrimoniais do autor, excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, não se comunicam, salvo pacto antenupcial em contrário.” (art. 39, LDA)
DURAÇÃO
 
♣ Obra indivisível em regime de co-autoria: prazo contado da morte do último dos co-autores sobreviventes.
♣ Obra anônima ou pseudônima: prazo contado a partir de 1° de janeiro do ano subseqüente à publicação.
♣ Obra audiovisual e fotográfica: prazo contado a partir de 1° de janeiro do anos subseqüente ao de sua divulgação.
♣ Também pertence ao domínio público: - As obras de autores falecidos que não tenham deixado sucessores; - As obras de autores desconhecidos, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos étnicos e tradicionais.
Limitações aos direitos autorais
ﭢ Reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos;
ﭢ Reprodução de retratos feito sob encomenda, quando realizada pelo proprietário;
ﭢ Reprodução para uso exclusivo de deficientes visuais, sem fins comerciais;
Aula 05 – Fls. 09, pág 18

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