Buscar

289590f0-e8fb-4053-91ee-da452825fd5e

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROPRIEDADE 
INTELECTUAL
Melissa de 
Freitas Duarte
Revisão técnica:
Gustavo da Silva Santanna 
Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional 
e Internacional e em Direito Público
Mestre em Direito
Professor em cursos de graduação 
e pós-graduação em Direito
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
D812p Duarte, Melissa de Freitas.
Propriedade intelectual [recurso eletrônico] / Melissa de 
Freitas Duarte, Cristiano Prestes Braga ; [revisão técnica : 
Jeferson Gustavo da Silva Santanna]. – Porto Alegre : 
SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-323-9
1. Direito. 2. Propriedade intelectual. I. Braga, Cristiano 
Prestes. II. Título.
CDU 347.77
Introdução à propriedade 
intelectual
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o que é a propriedade intelectual.
 � Reconhecer quais tipos de criações podem ser protegidas por meio 
da propriedade intelectual.
 � Explicar as divisões da propriedade intelectual.
Introdução
A propriedade intelectual é um ramo do Direito cuja finalidade é a pro-
teção dos bens imateriais oriundos da criação humana, sejam eles de 
cunho artístico, literário, científico ou tecnológico, protegidos para que 
o detentor possua o reconhecimento da sua propriedade, além de poder 
fazer jus à exploração econômica da sua criação.
Neste capítulo, você vai ler a respeito da definição de propriedade 
intelectual e verificar a sua importância, analisando os tipos de invenções 
que podem ser protegidas e a divisão da propriedade intelectual.
O que é propriedade intelectual?
A propriedade intelectual passou a ser definida pela Convenção da Organização 
Mundial da Propriedade Intelectual como “a proteção aos direitos relacionados 
às criações artísticas, literárias, científicas e invenções, marcas, desenhos in-
dustriais, softwares e muitos outros”. Nesse sentido, a proteção é dada aos bens 
imateriais, que são fruto da criação humana. São chamados de imateriais por 
não necessariamente possuírem uma propriedade física, que possa ser tocada.
A propriedade intelectual, por também se tratar de algo pertencente ao possui-
dor, gera retorno financeiro; assim, passa a ser considerada um ativo. Normalmente, 
é o resultado de um investimento que trará lucros e, por esse motivo, deve ser 
bem protegido para que não se perca ou seja utilizado indevidamente por alguém 
mal-intencionado ou por alguém que venha a ter a mesma ideia posteriormente.
A propriedade intelectual é uma denominação que se dá a patentes, direitos autorais, 
desenhos industriais, marcas e outros tipos de propriedade intangível que se originam 
de criações humanas e que não necessariamente precisam possuir corpo físico, ser 
palpável. Faz referência ao conhecimento que um criador detém ao realizar uma 
criação/produto, assegurando os seus direitos de explorar a propriedade intelectual, 
mas, primeiro, será necessário proteger o que foi criado.
Para que uma obra possa ser patenteada, precisamos seguir alguns crité-
rios, devendo comprovar, diante das autoridades da propriedade intelectual, 
que a tecnologia que se pretende proteger é específica, difere de qualquer 
coisa já patenteada antes, não está disponível no mercado ou não tenha sido 
divulgada. Essa invenção também não deve ser óbvia, deve ter utilidade 
para algum ramo industrial e ter a possibilidade de ser reaplicada de forma 
industrial. Diante do exposto, podemos verificar a importância de proteger a 
propriedade intelectual, como forma de preservar um patrimônio inovador, 
o que pode ser feito de três formas:
 � diretamente em uma das sedes do Instituto Nacional da Propriedade 
Industrial (INPI);
 � via Correio, encaminhando a solicitação via Sedex;
 � site da Biblioteca Nacional.
O INPI foi criado para ser o órgão brasileiro regulatório e fiscalizador responsável, 
submetido ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). 
Esse órgão é responsável pela concessão dos direitos de propriedade industrial e nele 
devem ser registradas as inovações, patentes, marcas e desenhos técnicos. Quase 
todos os produtos utilizados hoje no nosso dia a dia — como, por exemplo, a torneira 
elétrica, a caneta, a geladeira e o computador — já passaram pela concessão do INPI.
Introdução à propriedade intelectual8
No site do INPI, podemos verificar os serviços oferecidos e como o registro 
deve ser feito. Podemos também conferir o que já foi registrado, sendo um 
instrumento importante para quem precisa verificar se uma marca ou produto 
já foi catalogado por outra pessoa. Para isso, é necessário estar bem informado 
sobre como funcionam os procedimentos e, se possível, estar bem assessorado 
por um profissional que possa orientar corretamente a melhor forma de apro-
veitar os benefícios desse patrimônio. Para cada espécie de registro, existe um 
prazo de proteção concedido pela lei, para que a pessoa interessada renove 
o seu interesse em manter o registro de seu produto e continue a explorar os 
benefícios de sua inovação.
Hoje, iniciar o ato de solicitação de uma patente ou registro de indicação 
geográfica é algo extremamente simples. Existe a possibilidade de legalizar 
os direitos autorais, por meio do envio pelos Correios de uma cópia da obra 
produzida (por meio de Sedex ou carta registrada). Essa correspondência, 
ao ser recebida, não deve ser aberta, pois, caso seja necessário comprovar a 
sua autoria, devemos juntá-la ao processo para que passe por perícia. Dessa 
forma, poderemos comprovar que a obra existe desde a data carimbada no 
envelope pelos Correios.
Outro ato simples, mas com um ótimo custo-benefício, é registrar a obra na 
Biblioteca Nacional, que possui sede no Rio de Janeiro e postos em 10 Estados 
do Brasil. A Biblioteca Nacional é responsável pelo registro, pela guarda e 
pela proteção de toda produção autoral brasileira. Para isso, o autor deve:
 � acessar o site da Biblioteca Nacional;
 � imprimir, preencher e assinar o formulário de registro;
 � anexar as cópias de seus documentos, como registro geral (RG), cadastro 
de pessoas físicas (CPF), comprovante de endereço e uma reprodução 
da obra impressa com todas as páginas assinadas;
 � entregar pessoalmente na sede ou em um dos postos ou, por fim, enviar 
essa solicitação por Sedex.
 O registro dessa obra deve sair em cerca de 90 dias. São atos relativamente 
simples, mas que podem proteger um patrimônio valiosíssimo para quem 
o produziu. Mesmo que a proteção se dê por tempo determinado, é muito 
importante fazer algo para que a propriedade intelectual seja protegida, pois 
essa é a melhor maneira de se garantir uma sustentação legal.
Se a inovação não for devidamente registrada, o autor teria que manter 
o seu trabalho em segredo para proteger a sua criação e para que a sua ideia 
não seja roubada. Ao proteger e registrar a sua invenção, o criador terá a 
9Introdução à propriedade intelectual
tranquilidade de que a obra não será roubada ou copiada e poderá disseminá-
-la, com os retornos financeiros contribuindo com o processo de inovação e 
modernidade do seu país.
Tipos de criações que podem ser protegidas 
por meio da propriedade intelectual 
Dentro da propriedade intelectual, há várias criações que podem ser protegidas, 
conforme veremos a seguir.
As produções artísticas, literárias e científicas podem se manifestar 
por meio de:
 � fotografias;
 � litografias, que é a impressão em papel de um escrito ou um desenho;
 � escultura;
 � música;
 � projetos de engenharia e arquitetônicos;
 � demais expressões estéticas.
Conforme o art. 7º da Lei nº. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, as obras 
intelectuais são todas as criações do espírito, expressas por qualquer meio 
ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se 
invente no futuro, com destaque para (BRASIL, 1998a):
 � as conferências e os sermões; 
 � as obras coreográficas e pantomimas; 
 � as obras cinematográficas e fotográficas; 
 � as pinturas e esculturas;� as cartas geográficas; 
 � os projetos de engenharia, arquitetura e paisagismo; 
 � as adaptações e traduções; 
 � os programas de computador; 
 � os dicionários e bases de dados.
Também poderão ser protegidas e registradas as interpretações de artis-
tas, a reprodução e execução musical, bem como as invenções de todos os 
campos da atividade humana, obedecendo sempre os requisitos estabelecidos 
em lei específica.
Introdução à propriedade intelectual10
São protegidos, também, por meio do registro de propriedade intelectual, 
os desenhos industriais. De acordo com o art. 95 da Lei nº. 9.279, de 14 de 
maio de 1996, o desenho industrial é a: “[...] forma plástica ornamental de um 
objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um 
produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração 
externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial” (BRASIL, 1996).
Assim, todo desenho industrial deve apresentar uma forma plástica e original, 
tridimensional ou que tenha um conjunto de linhas e cores que poderão ser aplicadas 
a um produto bidimensional, ou seja, que possa sair do papel e ser transformado 
em um produto que preencha uma finalidade prática. Portanto, o desenho indus-
trial deve ter forma de um objeto com duas dimensões, não possuindo requisito 
essencial de possuir manifestação artística, mas que tenha o requisito da novidade.
A marca é protegida por meio do registro de propriedade intelectual. De 
acordo com o art. 123, I, da Lei nº. 9.279/1996, considera-se marca de um produto 
ou serviço aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, 
semelhante ou afim, de origem diversa, como, por exemplo, no caso de um acho-
colatado, em que há produtos idênticos, mas que apresentam um visual diferente, 
o que facilita ao consumidor distinguir uma marca da outra (BRASIL, 1996).
Também é possível registrar um nome empresarial que o empresário 
adota e utiliza para atuar no mercado, constando no seu contrato ou estatuto 
das sociedades empresárias. A fim de evitar uma concorrência desleal, não 
se admite que existam nomes empresariais idênticos ou sequer semelhantes, 
para que seus clientes não se confundam, mesmo em atividades diferentes. 
Ocorre que o título de registro, salvo no caso de marcas famosas, não evitará 
o uso por terceiros em atividades diversas, a menos que induza os clientes 
a uma confusão. Um exemplo seria uma marca de roupas e uma marca de 
calçados com o mesmo nome, o que poderia fazer o comprador pensar que 
ambos os produtos são pertencentes à mesma marca. Por meio do registro 
de propriedade intelectual, é possível proteger os demais direitos de terreno 
industrial, científico, literário e artístico.
Conforme estabelecido no art. 22 da Lei nº. 9.610/1998, “pertencem ao 
autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou”, assim, os 
direitos morais vinculam o autor à sua criação, direitos que são inalienáveis 
e irrenunciáveis. Estão elencados no art. 24 da mesma lei os direitos morais 
do autor, como (BRASIL, 1998a):
 � reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
 � ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional ligado à obra;
 � conservar o direito de inédito;
11Introdução à propriedade intelectual
 � conservar o direito à integridade da obra;
 � conservar o direito de modificar a obra;
 � conservar o direito de extinguir a venda;
 � conservar o direito de ter acesso ao exemplar único de sua obra para 
fotografar e preservar a sua memória.
No caso de falecimento do autor, os direitos em relação à obra são trans-
mitidos aos seus herdeiros ou sucessores, que possuirão os mesmos direitos, 
ou seja, resguardar a sua manutenção, divulgação e alteração. Não existindo 
sucessores, a função de proteção desses direitos passará ao Estado, mas não 
de forma integral, já que a obra passará a ser considerada de domínio público. 
Haverá o zelo pela conservação da obra, mas seu uso é permitido de forma 
irrestrita por quem assim o desejar.
Divisões da propriedade intelectual
A propriedade intelectual possui três divisões principais:
 � direito autoral;
 � propriedade industrial;
 � proteção sui generis.
Os direitos autorais estão presentes também no Direito Civil, e a sua 
proteção não depende de registro formal e pagamentos de taxas. A sua du-
ração é de 60 anos, a contar do primeiro dia do ano posterior ao falecimento 
do autor, de acordo com o art. 41 da Lei nº. 9.610/1998. De acordo com o art. 
42 da mesma lei “quando a obra literária, artística ou científica realizada em 
coautoria for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da 
morte do último dos coautores sobreviventes” (BRASIL, 1998a). Refere-se 
à autoria de obras intelectuais nos campos literário, científico e artístico, 
como, por exemplo, pinturas, livros, artigos científicos, matérias jornalísticas, 
músicas, imagens, desenhos, software, entre outros.
O direito autoral ainda se divide em duas partes: o direito do autor e o direito 
conexo. O direito do autor se relaciona com criações literárias, artísticas e 
científicas, tendo por requisito a criação do espírito humano, ou seja, livros e 
artigos científicos, por exemplo. Já os direitos conexos são os direitos dos artistas, 
intérpretes ou executantes, produtores fotográficos e empresas de radiodifusão, 
como, por exemplo, os de filmes, shows, novelas, programas de rádio e televisão.
Introdução à propriedade intelectual12
Um dos requisitos para uma obra ser protegida pela Lei de Direitos Autorais 
é sua originalidade. Ocorre que esse conceito não é uniforme, visto que a 
originalidade seria a criatividade, no sentido de criação do intelecto individual, 
de acordo com a personalidade do seu criador. Isso ocorre quando se exige, por 
exemplo, o caráter de contribuição pessoal; ou no sentido da origem intelectual 
de uma obra, que se aplica quando a proteção é dada a uma obra que não seja 
cópia ou uma apropriação de elementos preexistentes.
A propriedade industrial compõe o Direito Comercial e a sua proteção 
depende da concessão de um título pelo Estado, perante o pagamento de 
taxas. O seu prazo de proteção é menor do que o dos direitos autorais e a lei 
estabelece sanções para a sua não exploração. Nesse caso, de acordo com a lei, 
o registro de propriedade industrial está sujeito ao pagamento de retribuição 
quinquenal, a partir do segundo quinquênio da data do depósito. O segundo 
quinquênio deve ser pago durante o quinto ano de vigência do registro.
A propriedade industrial tem como foco principal a atividade comercial, 
englobando:
 � patente de invenção e de modelo de utilidade;
 � marca;
 � desenho industrial;
 � indicação geográfica;
 � segredo industrial;
 � repressão à concorrência desleal.
A propriedade industrial está regulamentada pela Lei nº. 9.279/1996 e engloba também 
direitos e obrigações relacionadas a bens intelectuais, bem como objetos de atividades 
industriais de empresas ou indivíduos. Assegura, desse modo, ao titular do direito a 
exclusividade de fabricar, comercializar, importar, usar, vender e ceder.
Na propriedade industrial, assim como no direito autoral, há também duas 
divisões: a patente e a marca. A patente tem como objetos de proteção as 
invenções ou os modelos de utilidade que envolvem novos produtos, bem como 
processos que podem ser industrialmente aplicados. Possui como requisitos 
principais a novidade, atividade inventiva e aplicação industrial, como, por 
exemplo, máquinas e equipamentos. A marca tem como objetivo de proteção 
13Introdução à propriedade intelectual
a logomarca de um produto, empresa ou serviço, possuindo como requisito a 
compatibilidade com os respectivos ramos de atuação ou de comercialização 
do empreendimento ou da organização.
A novidade exigida na invenção e no modelo de utilidade corresponde a algo 
que ainda não existe e não é de conhecimento do público em data anterior ao 
depósito do pedido da patente, a menos que a divulgação tenha se dado no período 
de 12meses anteriores ao depósito e que tenha sido feita pelo próprio inventor. 
A proteção dada ao titular do direito pela patente impede o uso da sua criação 
por pessoas desautorizadas. O prazo de vigência da patente, de acordo com o 
art. 40 da Lei nº. 9.279/1996, é de 20 anos para patente de invenção e de 15 anos 
para modelos de utilidade, a contar da data do depósito no INPI (BRASIL, 1996).
Podemos fazer algumas distinções entre direito autoral e propriedade 
industrial: enquanto as obras protegidas pelos direitos autorais têm como 
condição a originalidade, as invenções, os modelos de utilidade e os desenhos 
industriais dependem da condição de novidade, ou seja, requer que esses 
produtos não sejam de conhecimento geral.
Para os desenhos industriais, há uma variedade de formas possíveis. Assim, quando esses 
desenhos possuem somente o requisito de originalidade relativa, ou seja, é considerado 
uma novidade de aplicação, não merecem ser protegidos pela Lei de Direitos Autorais, 
ficando sob a tutela da Lei de Propriedade Industrial. Se o produto for divulgado, por 
qualquer meio, antes de requisitar tal registro, será considerado de domínio público, 
tendo a possibilidade de ser explorado livremente por qualquer pessoa.
A proteção sui generis é o ramo da topografia de circuitos integrados e de 
cultivares, assim como de conhecimentos tradicionais e de exploração genética. 
Nela, cada direito depende de proteção regulamentada por legislação específica, 
necessitando ainda de registro em órgão competente, sendo que o prazo de validade 
varia de acordo com cada espécie. Aqui o objeto de projeção é a configuração 
tridimensional das camadas sobre uma peça de material semicondutor que visa 
realizar funções eletrônicas em equipamentos. Possui como requisito a topografia 
original e que não seja comum para técnicos e especialistas, no momento da sua 
criação, como, por exemplo, microprocessadores e memórias. Outra questão 
importante é a proteção de software, que é uma sequência de instruções escritas 
Introdução à propriedade intelectual14
interpretadas por um computador com o objetivo de executar tarefas específicas. 
Pelas características que apresenta, a sua proteção transita entre os direitos autorais 
e o direito da propriedade industrial, mas o software está diretamente expresso 
no texto da Lei do Direito de Autor, no seu art. 7º, XII, § 1º.
A Lei nº. 9.609/1998 disciplinou os direitos morais do criador de software, 
que exprimem a relação pessoal entre a obra e o seu autor, atribuindo-a aos 
direitos morais reduzidos, podendo somente reivindicar a autoria do programa 
e opor-se a que sejam feitas mudanças no que foi desenvolvido sem a sua 
prévia autorização. Já os direitos relativos ao patrimônio são reconhecidos pela 
Lei de Direitos Autorais, no seu art. 28, que confirma o direito do criador, o 
aproveitamento dos lucros provenientes da sua obra e o direito exclusivo de 
exploração (BRASIL, 1998b).
A proteção de software independe de registro no INPI e é assegurada 
durante 50 anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao 
da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação, mas é estabelecida 
a proibição de que esse software seja retirado de circulação para garantir 
segurança aos seus usuários. O registro no INPI não é obrigatório, mas a taxa 
periódica para a conservação do sigilo é imposta pela lei.
No art. 6º da Lei do Software, foram impostas algumas ressalvas, como 
(BRASIL, 1998b):
 � permitir a reprodução de uma cópia do original; 
 � permitir a citação parcial, para fins acadêmicos, com expressa indicação 
do titular; 
 � não constituir ato ilícito a semelhança de software, pelas características 
de funcionalidade;
 � permitir a integração de programas quando indispensáveis às necessi-
dades do usuário e para seu uso individual.
O Conselho Nacional de Justiça faz uma excelente ex-
plicação e distinção do que é propriedade intelectual, 
as suas divisões, aplicações e proteções. Acesse este link:
https://goo.gl/QQUxb5
15Introdução à propriedade intelectual
https://goo.gl/QQUxb5
BRASIL. Lei nº. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. 1998a. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm>. Acesso em: 22 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.609, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a proteção da propriedade 
intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras 
providências. 1998b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9609.htm>. Acesso em: 22 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à 
propriedade industrial. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L9279.htm>. Acesso em: 22 jan. 2018.
Leituras recomendadas
ENDEAVOR BRASIL. Se tem empreendedorismo, tem inovação. E se tem inovação, tem que 
ter propriedade intelectual. 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/propriedade-
-intelectual/>. Acesso em: 23 jan. 2018.
KAYO, E. K. et al. Ativos intangíveis, ciclo de vida e criação de valor. Revista de Adminis-
tração Contemporânea, Curitiba, v. 10, n. 3, p. 73-90, set. 2006. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552006000300005&lng=
en&nrm=iso>. Acesso em: 23 jan. 2018.
LUPI, A. L. P. B. Proteção jurídica do software: eficácia e adequação. Porto Alegre: Sín-
tese, 1998.
MANUAL de redação de patentes da organização mundial da propriedade intelectual 
(ompi). [200-?]. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/nit/images/Guias_e_Manuais/
Manual%20OMPI.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2018.
PAESANI, L. M. Manual de propriedade intelectual. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
PIMENTEL, L. O. (Org.). A proteção jurídica da propriedade intelectual de software: noções 
básicas e temas relacionados. Florianópolis: IEL, 2008.
SANCHES, H. T. Legislação autoral. São Paulo: LTR, 1999.
SANTOS, M. J. dos. Direito autoral: propriedade intelectual. São Paulo: Saraiva, 2013.
SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de 
impacto estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
SOUZA, T. de J. F. et al. Proposta de melhoria do processo de uma fábrica de polpas 
por meio da metodologia de análise e solução de problemas. In: ENCONTRO NA-
CIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35., 2015, Fortaleza. Anais... Fortaleza, 2015. 
Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_207_228_27341.pdf>. 
Acesso em: 23 jan. 2018.
Introdução à propriedade intelectual16
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
https://endeavor.org.br/propriedade-
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552006000300005&lng=
http://w3.ufsm.br/nit/images/Guias_e_Manuais/
http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_207_228_27341.pdf
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:

Outros materiais