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Estudo de Caso - Barragem de Mariana

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS – CCET 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC 
SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO 
BARRAGEM DE MARIANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAIO DE 2016 
SÃO CRISTOVÃO – SE 
2 
 
Disciplina: Saneamento e Meio Ambiente; ENCIV0123. 
 
Professor: Dr. Daniel Moureira Fontes Lima 
 
Autores: 
1.Clayton Daniel Brasilino Loiola; 201310014565. 
2.Hericles Campos dos Santos; 201320008347. 
3.Igor Matheus Alves da Silva; 201320002871. 
4.Marlon Bitencourt Correia; 201320003046. 
5.Paula Rafaela Correia Noia; 201310014850. 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO 
BARRAGEM DE MARIANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAIO DE 2016 
SÃO CRISTOVÃO – SE 
Trabalho apresentado pelos alunos 
do sexto período de Engenharia Civil 
à Universidade Federal de Sergipe, 
sob a orientação do professor Daniel 
M. Fontes Lima, da disciplina 
Saneamento e meio Ambiente, como 
composição parcial da nota. 
3 
 
Sumário 
 
1.0 Introdução.................................................................................................... 04 
2.0 Atividade mineradora e suas consequências............................................... 05 
2.1 Mineração – Processo produtivo....................................................... 05 
2.2 Geração de resíduos......................................................................... 07 
2.3 Composição do rejeito....................................................................... 08 
2.4 Barragem de rejeitos......................................................................... 09 
3.0 Causas........................................................................................................ 11 
4.0 Mapeamento................................................................................................ 14 
5.0 Consequências............................................................................................15 
5.1 Impactos financeiros......................................................................... 15 
 5.2 Impactos às pessoas.........................................................................16 
 5.3 Impactos ambientais..........................................................................17 
6.0 Responsabilidades da Samarco.................................................................. 20 
 6.1 Dano Ambiental................................................................................ 20 
 6.2 Responsabilidade Civil..................................................................... 21 
 6.3 Responsabilidade Administrativa..................................................... 22 
 6.4 Responsabilidade Penal................................................................... 23 
7.0 Métodos de Reverter os Danos.................................................................... 24 
 7.1 Medidas da mineradora.................................................................... 24 
 7.2 Novas Tecnologias........................................................................... 27 
8.0 Referências................................................................................................. 29 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. Introdução 
 Acidentes Ambientais são definidos como sendo eventos inesperados que 
afetam de maneira direta ou indireta, a segurança e a saúde da comunidade 
envolvida, causando impactos ao meio ambiente como um todo. Esses acidentes 
podem ser classificados de diferentes formas: 
Desastres Naturais: Ocorrências causadas por fenômenos da natureza, cuja 
maioria dos casos independe das intervenções do homem. Incluem-se nesta 
categoria os terremotos, os maremotos, os furacões, etc. 
Desastres Tecnológicos: Ocorrências geradas pelas atividades desenvolvidas 
pelo homem, tais como os acidentes nucleares, vazamentos durante a 
manipulação de substâncias químicas, etc. 
 Embora estes sejam eventos independentes quanto às suas origens 
(causas), em determinadas situações pode haver uma certa relação entre as 
mesmas. Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem 
contribuir para a ocorrência dos acidentes naturais, como por exemplo o uso e 
ocupação do solo de forma desordenada pode vir a acelerar processos de 
deslizamentos de terra [19]. 
 Esses acidentes, naturais ou não causam sérios problemas, como perda 
de vidas humanas, impactos ambientais, danos à saúde humana, danos 
econômicos e efeitos psicológicos na população. 
 Geralmente, os acidentes naturais, em sua grande maioria são de difícil 
prevenção, razão pela qual diversos países do mundo, principalmente aqueles 
onde tais fenômenos são mais constantes, têm investido em sistemas para o 
atendimento à estas situações. Já, no caso dos acidentes de origem tecnológica, 
podemos dizer que a grande maioria dos casos é previsível, razão pela qual há 
que se trabalhar principalmente na prevenção destes episódios, sem esquecer 
obviamente da preparação e intervenção quando da ocorrência dos mesmos. 
 
5 
 
2. Atividade mineradora e suas consequências 
Segundo a classificação internacional adotada pela ONU, define-se 
mineração como: extração, elaboração e beneficiamento de minerais que se 
encontram em estado natural: sólido, como o carvão e outros; líquido, como o 
petróleo bruto; e gasoso, como o gás natural. Nesta acepção mais abrangente, 
inclui a exploração das minas subterrâneas e de superfície (ditas a céu aberto), 
as pedreiras e os poços, incluindo todas as atividades complementares para 
preparar e beneficiar minérios em geral, na condição de torná-los 
comercializáveis. 
Assim como toda exploração de recurso natural, a atividade de mineração 
provoca impactos no meio ambiente seja no que diz respeito à exploração de 
áreas naturais ou mesmo na geração de resíduos. Segundo CPRM (2002), os 
principais problemas oriundos da mineração podem ser englobados em cinco 
categorias: poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, subsidência do 
terreno, incêndios causados pelo carvão e rejeitos radioativos. 
 
2.1. Mineração – Processo produtivo 
Depois que se encontra a jazida, o processo de exploração consiste em 
retirar o material útil (pedaços de rocha com porções do minério), quebrá-lo em 
pedaços de tamanho comercial, limpar e colocar num trem que o leve ao porto 
mais próximo. Seria simples, se o tal material útil não fosse composto de rochas 
de milhares de toneladas, misturadas com terra e vários tipos de "lixo", 
acumulados durante a formação da rocha [13]. 
Por isso, tudo em uma mina tem proporções absurdamente grandes: os 
caminhões que transportam o minério, por exemplo, têm pneus de mais de 3 
metros de altura e as escavadeiras pesam até 500 toneladas (25 vezes mais do 
que as convencionais). O Brasil é rico em muitos tipos de minérios, entre eles 
manganês, bauxita, tungstênio, cobre, estanho, níquel e cromo, mas o principal 
é, sem dúvida, o ferro, que representa cerca de 40% do faturamento nacional no 
setor de extrativismo mineral. Anualmente, a Companhia Vale do Rio Doce, 
maior empresa de mineração do país, exporta mais de 200 milhões de toneladas 
6 
 
de minério de ferro. No infográfico ao lado, mostramos como acontece a extração 
de ferro, desde o barranco rochoso até o caminho do ferro puro para o porto [13]. 
1. Lavra 
A primeira etapa de mineração é a extração propriamente dita, que pode 
ser feita com escavadeiras, tratores que raspam a rocha ou explosivos, quando 
o minério se encontra longe da superfície. As maiores escavadeiras retiram da 
lavra 5 mil toneladas de material bruto por hora. 
2. TransportePara levar o minério até a usina, onde ele será preparado para a venda, 
existem os caminhões fora-de-estrada. O nome já diz tudo: com 6,6 metros de 
largura, eles não cabem numa estrada comum. Os maiores pesam 203 
toneladas, atingem surpreendentes 64 km/h e carregam 365 toneladas, o 
equivalente a 36 caminhões convencionais. 
3. Estéril 
Na lavra, o ferro esconde-se no meio de um monte de terra e de outros 
minérios sem valor. Essa parte sem valor econômico, chamada de estéril, é 
empilhada em alguma área próxima à mina, com cuidados para causar o mínimo 
impacto ambiental - muitas vezes, árvores são plantadas na pilha de terra para 
evitar deslizamentos. 
4. Britagem 
O minério bruto chega à usina em grandes blocos, que são quebrados em 
máquinas de britagem. São várias etapas de quebra-quebra, que esmagam os 
pedaços de minério até eles ficarem com cerca de 2 centímetros de diâmetro, o 
tamanho adequado para a separação 
5. Separação 
Conforme o minério vai saindo da máquina de britagem, ele cai em uma 
peneira (com telas de diferentes espessuras), que libera a passagem dos 
pedaços de até 2 centímetros e lança os maiores de volta à britadeira. O 
peneiramento é feito com jatos de água, que ajudam a escoar os restos de terra 
ligados aos pedaços de ferro 
7 
 
6. Concentração 
Uma parte do minério fica tão fina que se confunde com os grãos de areia 
misturados ao material bruto. Para recolher essa parte, costuma-se empregar 
um separador magnético, que usa ímãs para agarrar o pó de ferro, enquanto a 
areia vai embora com a água. 
7. Reciclagem de água 
Toda a água usada para limpar o minério é recolhida no fim do processo 
num reservatório profundo, enterrado no solo. A areia e a lama, mais pesadas, 
se acumulam no fundo do reservatório e a água, livre das impurezas, é 
bombeada para uma barragem, que reabastece todo o processo. Assim, 70 a 
80% da água usada na mina é reciclada. 
8. Empilhadeira 
Depois de limpo, peneirado e separado por tamanho, o minério em grãos 
segue para as empilhadeiras. Como o nome sugere, uma máquina com pás 
gigantes vai descarregando o minério em pilhas, até formar uma verdadeira 
montanha de armazenagem. 
9. Ferrovia 
Quando chega a hora de embarcar, as pilhas de minério são transferidas 
para os vagões de trem, que transportam as toneladas do produto até o porto 
mais próximo, de onde ele segue em navios para os compradores. As ferrovias 
são o único meio viável para fazer esse transporte. 
 
2.2. Geração de resíduos 
Assim como toda exploração de recurso natural, a atividade de mineração 
provoca impactos no meio ambiente seja no que diz respeito à exploração de 
áreas naturais ou mesmo na geração de resíduos. Segundo CPRM (2002), os 
principais problemas oriundos da mineração podem ser englobados em cinco 
categorias: poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, subsidência do 
terreno, incêndios causados pelo carvão e rejeitos radioativos [19]. 
8 
 
 O principal e mais característico impacto causado pela atividade 
minerária é o que se refere à degradação visual da paisagem. Não se pode, 
porém, aceitar que tais mudanças e prejuízos sejam impostos à sociedade, da 
mesma forma que não se pode impedir a atuação da mineração, uma vez que 
ela é exigida por essa mesma sociedade. 
Um dos maiores transtornos sofridos pelos habitantes próximos e/ou os 
que trabalham diretamente em mineração, relaciona-se com a poeira. Esta pode 
ter origem tanto nos trabalhos de perfuração da rocha como nas etapas de 
beneficiamento e de transporte da produção. Estes resíduos podem ser solúveis, 
ou particulares que ficam em suspensão como lama e poeira. A contribuição da 
mineração para a poluição do ar é principalmente uma poluição por poeira. A 
poluição por gases a partir da mineração é pouco significativa, e em geral de 
restringe à emissão dos motores das máquinas e veículos usados na lavra e 
beneficiamento do minério. 
Quanto à poluição das águas provocada pela mineração, como ocorreu 
no desastre de Mariana-MG, a maior parte das minerações no Brasil provoca 
poluição por lama. A poluição por compostos químicos solúveis, também existe 
e pode ser localmente grave, mas é mais restrita. O controle no caso de lama é 
termicamente simples, mas pode requerer investimentos consideráveis. As 
minerações de ferro, de calcário, de granito de areia e argila, da bauxita, de 
manganês, de cassiterita, de diamante e várias outras, provocam em geral 
poluição das águas apenas por lama. 
 
2.3. Composição do rejeito – Lama 
O rejeito é composto, em sua maior parte, por areia e não apresenta 
nenhum elemento químico danoso à saúde. Segundo o Ibama (Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a lama é 
composta principalmente por óxido de ferro e areia. 
Especificamente no caso de Mariana, amostras da enxurrada de lama que 
foram coletadas cerca de 300 km depois do distrito de Bento Rodrigues apontam 
concentrações absurdas de metais como ferro, manganês e alumínio. 
9 
 
A água coletada pelo SAAE (Serviço de Água e Esgoto) de Valadares 
aponta um índice de ferro 1.366.666% acima do tolerável para tratamento - um 
milhão e trezentos mil por cento além do recomendado, segundo relatório 
enviado à reportagem do R7. Os níveis de manganês, metal tóxico, superam o 
tolerável em 118.000%, enquanto o alumínio estava presente com concentração 
645.000% maior do que o possível para tratamento e distribuição aos moradores. 
As alterações foram sentidas a partir de 8h, enquanto o pico de lama tóxica 
ocorreu às 14h no rio Doce [17]. 
A quantidade de manganês presente na água em quantidade adequada 
para tratamento é - 0,1 mg, mas os técnicos encontraram 29,3 mg pela manhã e 
118 mg (1.180 vezes acima) durante a cheia da tarde. O alumínio aparece com 
0,1 mg, mas estava disponível em 13,7 mg e 64,5 mg, respectivamente (6.450 
vezes superior). A concentração tolerada de ferro é 0,03 mg, mas as amostras 
continham 133 mg e 410 mg. O nível de turbidez regular é 1000 uT, mas chegou 
a 80 mil uT na passagem da enchente [17]. 
Tabela 1 – Compostos químicos encontrados na lama 
 
2.4. Barragem de rejeitos 
Uma barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída para armazenar 
resíduos de mineração, os quais são definidos como a fração estéril produzida 
pelo beneficiamento de minérios, em um processo mecânico e/ou químico que 
divide o mineral bruto em concentrado e rejeito. O rejeito é um material que não 
10 
 
possui maior valor econômico, mas para salvaguardas ambientais deve ser 
devidamente armazenado [16]. 
Muitas vezes em uma mineração é necessário aumentar a capacidade de 
armazenamento de uma barragem de rejeito existente, através da construção de 
alteamentos de acordo com os seguintes métodos construtivos: a) método à 
montante; b) método à jusante; c) método da linha de centro. 
a) Método à montante: 
Em sua etapa inicial consiste na construção de um dique de partida, 
formado geralmente de materiais argilosos ou enrocamento compactado. Após 
esta etapa, os rejeitos são depositados hidraulicamente da crista do dique de 
partida, formando uma praia de rejeito que, com o tempo, adensará e servirá de 
fundação para futuros diques de alteamento, estes executados com o próprio 
material de rejeito. O processo é repetido até atingir à cota de ampliação prevista. 
Se, por um lado, o método à montante apresenta como vantagens a simplicidade 
e o baixo custo de construção, por outro está associado à maioria das rupturas 
em barragens de rejeitos em todo o mundo (Engels & Dixon-Hardy, 2008). 
b) Método à jusante: 
É um método mais conservador do que o método à montante,desenvolvido para reduzir os riscos de liquefação em zonas de atividade sísmica. 
Depois da construção do dique de partida, os alteamentos subsequentes são 
realizados à jusante do mesmo, até atingir a cota de projeto. Neste processo 
construtivo, cada alteamento é estruturalmente independente da disposição do 
rejeito, melhorando assim a estabilidade da estrutura. Todo o alteamento da 
barragem pode ser construído com o mesmo material do dique de partida, assim 
como os sistemas de drenagem internos podem ser também instalados durante 
o alteamento, permitindo um melhor controle da superfície freática. A principal 
desvantagem desde método é o custo de sua implantação, devido ao grande 
volume de aterro que necessita e a grande área que sua construção ocupa. 
c) Método da linha de centro: 
Este método é uma solução intermediária entre os dois métodos 
apresentados anteriormente, possuindo uma estabilidade maior que a barragem 
11 
 
alteada somente com o método à montante, porém não requerendo um volume 
de materiais tão significativo como no alteamento somente com o método à 
jusante. O sistema de disposição é similar ao método à montante, com rejeitos 
lançados a partir da crista do dique de partida. A construção prossegue de modo 
similar, com alteamentos com diques sucessivos, porém permanecendo o eixo 
de simetria da barragem constante. Se a parte superior do talude perder 
eventualmente o confinamento, podem aparecer fissuras, causando problemas 
de erosão, e aumentos de poropressões. 
 
3. Causas 
Várias foram as possíveis causas apontadas por diversos estudiosos e 
especialistas do assunto. Iremos apresentar algumas e nas seções a seguir 
apresentaremos a causa apontada no inquérito da Polícia Civil. 
a) Tremores de Terra 
No dia 05/11/2015 entre 14h e 15h, antes do rompimento da barragem, a 
USP (Universidade de São Paulo) e a UnB (Universidade Nacional de Brasília) 
registraram tremores de pequena magnitude, entre 2,0 e 2,6 na escala Richter. 
Entretanto esses tremores só causariam reais problemas se a barragem já 
estivesse com problemas [31]. 
Segundo Walter Arcoverde, diretor de fiscalização da DNPM 
(Departamento Nacional de Produção Mineral) as barragens da Samarco 
estavam classificadas como estrutura de baixo risco. Só que ele mesmo admite 
que esse sistema é cheio de falhas e que a última inspeção foi em 2012 [31]. 
b) Proximidade entre pilha de estéril e a barragem de rejeitos 
Como já foi explicado anteriormente, estéril é a parte sem valor que vem 
misturado junto com o minério de ferro. Ele vai sendo empilhado em alguns locais 
da mina. Na imagem abaixo, vemos que em alguns locais haviam pilhas 
diretamente em contato com a barragem [32]. 
12 
 
Figura 01 - Sobreposição de áreas diretamente afetadas da Barragem do Fundão (limite em amarelo 
escuro) e pilha de estéril União da Vale (amarelo claro). Notam-se áreas de contato físico nos polígonos 
azuis. 
Esse problema foi frisado em um relatório elaborado pelo Instituto Prístino 
em 2013, com um laudo técnico referente à análise da Revalidação da Licença 
Operacional da barragem. Segundo o relatório, mesmo controlando os riscos, 
não é recomendável pelas suas naturezas físicas. A pilha requer baixa umidade 
e boa drenagem, enquanto que a barragem de rejeitos tem alta umidade. As 
figuras abaixo mostram esquematicamente o que poderia acontecer de errado 
nessa situação [32]. 
Figura 02 – Desenho esquemático de saturação do maciço da pilha União – estágio I 
13 
 
No estágio I ocorreria problemas na drenagem da pilha e uma tentativa de 
equilíbrio de nível d’água entre as estruturas. Com o tempo, a pilha vai se 
saturando (estágio II) ocasionando a ressurgência de água nas faces dos taludes 
das pilhas, possibilitando uma desestabilização podendo resultar num colapso 
da estrutura [32]. 
Figura 03 – Desenho esquemático de saturação do maciço da pilha União – estágio II 
c) Aumento da produção 
Em 2014 houve um aumento de mais de 15% na produção, que 
corresponde a 25 milhões de toneladas de minério. A Vale S/A também vinha 
usando a barragem com um total de cerca de 28% dos rejeitos que eram 
lançados. 
Tabela 2 – Produção/ano 
Empresa Sólidos Líquidos 
SAMARCO 6.956.844 m³/ano 18.626.534 m³/ano 
VALE S/A 2.569.708 m³/ano 5.215.684 m³/ano 
 
Para conter esse aumento, a SAMARCO realizou obras de alteamento da 
estrutura. Só que essas obras, segundo a PF, estariam acima do ideal. O 
alteamento feito na época do rompimento chegaria a 15 metros em um ano. Um 
14 
 
estudo da Polícia Federal mostra que o recomendado deveria ser de 5 a 10 
metros por ano. Já segundo o Ministério Público do Meio Ambiente de Minas 
Gerais, o alteamento estava dentro do que foi licenciado no referente à altura, 
mas não em relação ao recuo [33]. 
Na barragem haviam alguns aparelhos que mediam a estabilidade. 
Segundo o coordenador técnico de planejamento e monitoramento da Samarco, 
a última leitura manual nos equipamentos tinha sido feita 26 de outubro, dez dias 
antes do rompimento. Os que enviavam os dados automaticamente estavam em 
manutenção nos dias 3, 4 e 5. A PF afirma que a Samarco tinha conhecimento 
da real situação da barragem. Isso faz com que ela assuma o risco de se ocorrer 
um evento danoso de proporções enormes, que não pode ser confundido com 
mero acidente. 
d) Excesso de água e Liquefação 
Em fevereiro desse ano, a Polícia Civil apresentou o resultado da perícia 
realizada. O relatório aponta como causa do rompimento o excesso de água. Os 
rejeitos numa barragem de minério geralmente ficam firmes e consistentes, 
oferendo uma resistência mecânica. Com o excesso de água, houve uma 
elevada saturação na mistura. "É como se o aumento do eixo (da barragem) 
fosse construído em cima de uma gelatina", disse o delegado Rodrigo 
Bustamante. O inquérito aponta que dos dois lados da barragem havia um 
grande acúmulo de água ao invés de lama, mostrando que a drenagem era 
ineficaz [34]. 
Outros pontos também apresentados pela perícia foram: falhas no 
monitoramento, equipamentos com defeito, número reduzido de equipamentos 
de monitoramento, elevada taxa de alteamento anual da barragem, 
assoreamento do dique 02 e deficiência junto ao sistema de drenagem [34]. 
4. Mapeamento 
A barragem de Fundão se rompeu por volta das 15h no dia 05 de 
novembro de 2015. Inicialmente acreditava-se que Santarém também tinha se 
rompido, mas posteriormente foi constatado que a barragem permaneceu intacta 
e os rejeitos passaram por cima da barragem. A lama devastou o subdistrito de 
15 
 
Bento Rodrigues, em Mariana, seguindo pelos rios Gualaxo e Doce, afetando 
diversos municípios de Minas Gerais e Espírito Santo até atingir o Oceano 
Atlântico. 
Um dos locais afetados, a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, também 
chamada de Candonga, corre o risco de se romper ainda. De acordo com o 
técnicos, tem 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos apoiados em sua 
estrutura. Outros locais afetados foram a Cachoeira dos Óculos, Barra Longa, 
Belo Oriente, a UHE Baguari, Governador Valadares, Tumiritinga, Conselheiro 
Pena, Resplendor, Baixo Guandu, Colatina e Linhares, seguindo para o Oceano 
Atlântico. 68 afluentes e 5mil nascentes também foram afetadas, podendo ser 
um número até maior. 
 
5. Impactos do Rompimento das Barragens 
5.1 Impactos financeiros 
 Após a tragédia ocorrida nas barragens de rejeitos a Samarco paralisou 
as atividades de mineração prejudicando as arrecadações dos municípios 
mineradores. Juntos, Mariana, Ouro Preto e Catas Altas estão deixando de 
recolher, mensalmente, quase R$ 8 milhões de Compensação Financeira pela 
Exploração de Recursos Minerais(Cfem). Sendo que Mariana foi a cidade mais 
afetada financeiramente, de acordo com o prefeito de Mariana, Duarte Junior, o 
município arrecada da Samarco cerca de 80% das arrecadações do município 
[20]. 
 Devido à importância da empresa para a cidade de Mariana, ocorreu 
passeata pedindo a permanência da mineradora na cidade. A associação dos 
municípios de Minas Gerais (Amig) tem realizado campanha para acelerar a 
obtenção das licenças ambientais requeridas pela Samarco nos órgãos 
responsáveis. Os municípios estarão praticamente parados, enquanto as 
atividades mineradoras estiverem paradas, e os rejeitos prejudicaram a 
agricultura, pecuária, turismo, captação de água e de acordo com o site 
oglobo.com a Samarco já protocolou, junto ao órgão ambiental de Minas Gerais, 
o documento para permitir a abertura do processo de licenciamento para 
retomadas das atividades [20]. 
16 
 
 Ocorreu também protesto contra a proibição da Justiça Federal da pesca 
na região próximo a foz do rio Doce. No dia 22 de fevereiro, a Justiça Federal 
proibiu, por tempo indeterminado, a pesca na região da Foz do rio Doce. De 
acordo com o Ministério Público Federal (MPF-ES), serão retomadas as 
atividades pesqueiras no local após o fim do período de defeso do camarão. Os 
pescadores que desobedecerem à proibição poderão ter os barcos apreendidos 
e receberão multas. A medida visa, segundo a Justiça, preservar a saúde da 
população que consume os pescados da região e a sobrevivência das espécies. 
Está permitida somente a pesca destinada à pesquisa científica, já o motivo da 
proibição pelo IBAMA é de que a pesca do camarão é realizada através de redes 
de arrasto e que ainda não há informações para avaliar se os elementos 
lançados na coluna d’água após o revolvimento do substrato, consequência 
natural da pesca de arrasto, poderiam gerar algum tipo de efeito negativo ao 
reagir com os elementos oriundos dos rejeitos da Samarco na pluma [21]. 
 
 5.2 Impactos às Pessoas 
 A lama de rejeitos atingiu a comunidade de Bento Rodrigues e deixou 19 
mortos. Há também as mais de 1265 pessoas desabrigadas devido à lama, a 
estimativa é de que das 207 casas do sub-distrito de Bento Rodrigues, 80% 
foram destruídas. Cerca de 100 ex-moradores de Bento Rodrigues, o primeiro 
povoado devastado pela avalanche de lama da represa da Samarco, 
conheceram, a área onde deve ser erguido o novo lugarejo. O terreno, de 100 
hectares, fica a 12 quilômetros do Centro histórico de Mariana, na metade do 
caminho entre a cidade colonial e o antigo distrito. Os antigos moradores foram 
inicialmente alojados em hotéis na região central do município e agora estão em 
casas alugadas. Enquanto aguardam a reconstrução, que deve começar ainda 
este semestre, as despesas são integralmente pagas pela Samarco. A área tem 
as mesmas características do antigo lugar: várias espécies de árvores, 
nascentes de água e solo propício ao plantio de hortas, segundo a própria 
comunidade. O lugar também fica próximo ao trecho do rio Guapo do Norte que 
não foi atingido pela lama de minério [22]. 
17 
 
 Foram afetadas pela lama 39 cidades, 35 do estado de Minas Gerais e 4 
do Espírito santo. A cidade de Governador Valadares, a cidade a mais de 300 
km de Mariana é a maior da bacia do rio Doce e também a mais afetada, com 
280 mil habitantes, teve o abastecimento de água cortado devido ao laudo 
preliminar da água, além de níveis de ferro que chegaram a superar treze mil 
vezes o tratável. Segundo a prefeitura do município, as companhias, Samarco e 
Vale, fizeram pouco ou mal esforços para ajudar a população. A situação só 
começou a melhorar, quando o governador de Minas, Fernando Pimentel, 
anunciou o uso de um coagulante que permitirá o tratamento da água. A 
substância facilita a separação da lama e da água, permitindo assim que ela seja 
filtrada e volte a ser potável [23]. O número total de pessoas atingidas varia 
conforme os diferentes tipos de medições. A Samarco afirmou que "tem 
cadastradas cerca de 1.300 pessoas diretamente afetadas pelo acidente com a 
barragem de Fundão", nas cidades de Mariana e Barra Longa. Já a Defesa Civil 
de Minas Gerais, por exemplo, fala em mais de um milhão de pessoas atingidas. 
Para chegar a esse número, o órgão diz ter apenas somado a população de 35 
municípios do Estado no caminho da lama. Há também a estimativa do geólogo 
Marcos Ummus, que considerou apenas pessoas que vivem a em um raio de até 
2 km do leito do rio Doce e de seus afluentes afetados, chegando ao valor de 
335 mil pessoas atingidas [8]. Cabe ressaltar que o impacto de um desastre 
atinge não somente aquelas pessoas que foram desalojadas ou que perderam 
seus familiares. A sensação de insegurança pós-rompimento afeta tanto as 
pessoas diretamente envolvidas como aquelas que permaneceram nas áreas 
adjacentes, que viverão sob a angústia ou o medo de novo rompimento. São 
afetadas em seus valores intangíveis também as populações que vivem 
próximas a outras barragens [24]. 
 
 5.3 Impactos ambientais 
 O fim da vegetação 
 Apesar de a mineradora sugerir de que a lama seja inofensiva, a lama 
trará grandes consequências a terra. Essa cobertura criada pelo rastro de lama, 
quando secar pavimentará o local, formando uma espécie de capa de cimento 
18 
 
onde nada irá crescer. Além disso, o material possui pouca matéria orgânica, o 
que dificulta o surgimento de uma nova vegetação, pode ocorrer a 
desestruturação química do solo e alteração do pH, e ocorrerá a impossibilidade 
do desenvolvimento da agricultura. A área tornou-se praticamente inabitável, 
devido que a lama irá demorar anos para secar completamente e quando secar 
não haverá resistência no solo para construção nele [25]. O IBAMA calcula que 
a lama destruiu quase 1.469 hectares só nos primeiros quilômetros depois de 
ser expelida da barragem. "A força da lama foi maior nos primeiros 77 km do 
percurso e devastou totalmente a mata. Mas também afetou com força e sufocou 
a mata até os primeiros 100 km." Afim de proteger as margens próximo a foz do 
rio Doce foram colocados barreiras de 9km de extensão [26]. 
 
 Água 
 Os rejeitos contém muitos metais traços, são metais utilizados na 
mineração, e as principais mudanças na água são: turbidez devido ao grande 
volume de sólidos em suspensão; nos parâmetros físico-químicos como pH e 
condutividade elétrica, sais solúveis, alcalinidade, óleo, graxa e reagentes 
orgânicos; e, a depender do minério e estéreis envolvidos, pode haver também 
alteração nas concentrações dos metais pesados O grande volume de rejeitos 
ao misturar com a água do rio altera a turbidez do rio, em alguns locais medido 
a turbidez está oitenta vezes maio do que o tolerável, que acaba bloqueando a 
passagem de raios solares, impedindo que os tipos de algas que ali se 
encontram façam a fotossíntese. O material presente no rejeito irá se depositar 
no rio assoreando e também poderá cobrir as nascentes diminuindo o volume 
d’água nos rios. No dia 19 de abril foi liberado o relatório produzido pela Marinha 
do Brasil realizado na foz do rio Doce, o resultado declara a presença de quatro 
metais pesados em alta concentração na área da foz do rio Doce, no Norte 
do Espírito Santo. As amostras coletadas pelo navio Vital de Oliveira, realizadas 
em novembro de 2015, são à base de informações para a produção do relatório 
[27]. 
 Ao longo dos séculos a região foi marcada pelo garimpo do ouro, e 
embora esteja desativada esta prática, elementos como o ferro, manganês e 
19 
 
outros metais pesados foram sedimentando ao longo do tempo e mesmo que os 
estudos e laudos indiquem que a presença de metais não esteja vinculadadiretamente à lama de rejeito da barragem de Fundão, há de se considerar que 
a força do volume de rejeito lançado quando do rompimento da barragem 
provavelmente revolveu e colocou em suspensão os sedimentos de fundo dos 
cursos d'água afetados. 
 Essa contaminação do rio Doce afeta não apenas as cidades presentes 
na beira do rio, mas também afeta diversas comunidades que mesmo afastada 
do rio, o utilizava para consumo humano, consumo pelo gado ou irrigação de 
plantações. 
 De qualquer forma, ainda é preocupante a presença de metais na água, 
pelo risco de contaminação dos peixes de consumo e as consequências dos 
metais, em excesso, podem causar no corpo. 
 É importante lembrar que o rio não é só água em movimento, mas também 
funciona como transporte de nutrientes para o mar, que acabam sustentando 
diversos organismos. Coincidentemente, na foz do rio Doce, ocorre também o 
encontro de correntes marinhas do Sul e do Norte, formando um “rodamoinho” 
de água de cerca de setenta quilômetros de diâmetro. Esta área é rica em 
nutrientes e também reúne espécies marinhas de todo o mundo. Por isso, 
segundo o diretor da Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi, o biólogo e 
ecólogo André Ruschi, a foz do rio Doce se torna uma dos maiores pontos de 
desova de peixes marinhos do mundo. A chegada de diversos rejeitos da 
mineração significa um risco para todo o ecossistema do oceano. Como ainda 
resta a chance da presença de metais pesados na lama, há a possibilidade de 
contaminação da imensa biodiversidade do local. Todos os seres vivos, desde o 
minúsculo plâncton ao gigante marlim, podem acabar envenenados por estes 
elementos [28]. 
 A Mineradora Samarco foi notificada no dia 11 de abril sobre a liminar 
expedida pelo juiz Luis Fernando De Oliveira Benfatti, da 2ª Vara da Fazenda 
Pública de Belo Horizonte, para conter o vazamento que ocorre desde o dia 5 de 
novembro do ano passado quando a barragem de Fundão se rompeu em 
Mariana, na Região Central de Minas Gerais. E o não cumprimento desta, está 
20 
 
sob pena de multa de 1milhão de reais. Cinco milhões de metros cúbicos, é o 
que alega a promotoria, desceram para a bacia do Rio Doce. A mineradora 
projetou quatro diques após o desastre ambiental com o objetivo de conter o 
vazamento. Segundo a ação, os diques foram construídos de forma precária, 
sem observância das normas técnicas pertinentes, não possuindo a capacidade 
de retenção e filtragem necessárias [29]. 
 
 Ecossistemas 
 Para alguns biólogos vários ecossistemas atingidos são irrecuperáveis, 
com inúmeras perdas de espécies e até de classes (no mar). Na bacia do rio 
Doce encontrava-se 80 espécies, sendo que 11 estão em ameaça de extinção e 
12 vivem apenas nesta bacia. A grande mortandade de peixes foi devido à 
desoxigenação do rio, tanto pelo dos rejeito pobres em oxigenação como pela 
mistura dos rejeitos pobre em oxigênio. As matas ciliares também foram afetadas 
e é destacado as dificuldades para a recuperação das matas ciliares devido ao 
longo prazo para crescimento das árvores [24]. 
 Deve ser lembrado que há 1.400 km de margens cujas matas tem de ser 
recuperadas. E será preciso primeiro utilizar plantas que possam retirar metais 
pesados do solo e depois fazer germinar sementes de da mata a ser implantada. 
Pode ser necessário analisar a viabilidade da utilização das tecnologias de São 
Paulo e Minas Gerais para a recuperação de matas ciliares e possibilidade de 
espécies de outros lugares, como o sul da Bahia, serem plantadas [30]. 
 
 
6. Responsabilidade da Empresa Samarco 
6.1 Dano Ambiental 
Quando há dano ambiental o causador do dano deve responder nas 
esferas civil, administrativa e ambiental, segundo a Constituição 
Federal art. 225, § 3º CF/88, “as condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções 
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados” [1]. 
21 
 
Em relação a mineração, a Constituição estabelece que “aquele que 
explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o ambiente degradado, de 
acordo com a solução técnica exigida pelo órgão competente, na forma da lei” 
(art. 225, § 2º da CF/88). Além disto, a Lei nº 7.805/89 estabelece que “o titular 
de autorização de pesquisa, de permissão de lavra garimpeira, de concessão de 
lavra, de licenciamento ou de manifesto de mina responde pelos danos causados 
ao meio ambiente” (Art. 19). Trata-se da responsabilidade objetiva ou sem culpa. 
Ou seja, basta que estejam presentes o dano e o nexo causal [4]. 
 
6.2 Responsabilidade Civil 
A atividade de risco, como a mineração, gera por sua natureza, a 
responsabilidade civil, nos termos do parágrafo único do artigo 927 do Código 
Civil, “haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida 
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem” 
[3]. 
Ocorre que especificamente, sobre a responsabilidade civil ambiental, o 
artigo 14º § 1º da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (lei nº 6.938/81), 
prevê que “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o 
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou 
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua 
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para 
propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio 
ambiente”. 
Assim, basta a lesividade para a responsabilização do poluidor, de modo 
que a análise da ilicitude da atividade é irrelevante. Quanto aos requisitos da 
responsabilidade civil ambiental cite-se o evento danoso e o nexo de 
causalidade, tão somente. Só haverá exoneração da responsabilidade quando: 
o risco não foi criado; o dano não existiu; o dano não guarda relação de 
causalidade com a atividade da qual emergiu o risco [5]. 
22 
 
Em relação aos danos causados a terceiros, os próprios têm legitimidade 
para ajuizar demandas individuais onde podem pleitear indenização da 
mineradora, por danos patrimoniais e extrapatrimoniais. Dentre os danos 
patrimoniais se destaca as indenizações por perdas e danos, como do valor 
correspondente a toda perda econômica, de casas e demais bens, como 
eletrodomésticos, moveis, automóveis, etc. 
A Samarco terá ainda que construir um novo distrito para os moradores 
de Bento Rodrigues. Nas reuniões entre a Samarco e a comunidade, os moradores 
fazem questão de três coisas: que continuassem juntos, que o local ficasse perto de 
Mariana e que a natureza favorável, com solo fértil e água corrente para que eles 
possam plantar e criar animais como muitos faziam antes da tragédia [7]. 
No caso, se caracterizada a falta de fiscalização do Estado, este também 
pode ser civilmente responsabilizado. E a responsabilização da mineradora e, 
eventualmente, do Estado não se limitam só a bens materiais ou as pessoas de 
Mariana, mas também a danos ambientais, visto que os dejetos (tóxicos) não 
ficaram retidos no local do acidente, pelo contrário, estão se espalhando, 
contaminando a agua de outras cidades e prejudicando o meio ambiente e 
pessoas [5]. 
6.3 Responsabilidade Administrativa 
 A legislação ambiental também prevê a responsabilidade administrativa 
(cobrada pelo Estado) e a penal. A primeira é efetiva pelos órgãos ambientais do 
Executivo. A mineradora Samarco recebeu a maior multa já aplicada pelo Ibama 
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis), foram ao menos R$ 250 milhões pelo rompimentode duas 
barragens em Mariana, cidade histórica de Minas Gerais. O valor é a soma de 
cinco autos de infração no valor de R$ 50 milhões cada. A multa aplicada pelo 
Ibama à Samarco pode nem chegar a ser paga, uma vez que ainda cabem 
recursos e existem brechas na lei que podem favorecer a mineradora [6]. 
A multa do Ibama abrange infrações por poluir rios, tornar áreas urbanas 
impróprias para a ocupação humana, causar interrupção do abastecimento 
23 
 
público de água, lançar resíduos em desacordo com as exigências legais, 
provocar a morte de animais e a perda da biodiversidade ao longo do rio Doce, 
colocando em risco a saúde humana. 
Mas além dela, a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais anunciou 
que multou a empresa em mais de R$ 112 milhões pelos danos ambientais 
resultantes dos rompimentos. De acordo com a secretaria, o valor da multa 
(exatos R$ 112.630.376,32) é a faixa máxima nos critérios da legislação 
estadual. 
6.4 Responsabilidade Penal 
A responsabilidade penal depende de comprovação de culpa ou de dolo. 
Há informações que um laudo técnico elaborado em 2013, a pedido do Ministério 
Público de Minas Gerais teria alertado sobre riscos de ruptura das barragens, 
sobretudo, acerca da potenciação de processos erosivos. Os tribunais 
interpretam esses casos como dolo eventual, ao assumir o risco do resultado. 
Porém é preciso demonstrar que a conduta de determinado gestor, por exemplo, 
causou o desastre. E que ele tinha poder de agir para evita-lo, tendo conhecimento 
de que iria ocorrer. 
A Lei nº 9.605/98 considera crime ambiental “executar pesquisa, lavra ou 
extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, 
concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de seis 
meses a um ano, e multa”. Assim como “quem deixa de recuperar a área 
pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, [2] 
concessão ou determinação do órgão competente”. Portanto, mesmo que haja 
autorização do poder público, não se pode executar a lavra em desacordo com 
o autorizado. 
Assim como “causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção 
do abastecimento público de água de uma comunidade” é crime previsto no 
art. 54, § 2º, III da Lei de Crimes Ambientais e sujeita o infrator a pena de reclusão 
de 1 a 5 anos. Há outros tipos penais que possam envolver a mineradora em 
virtude de poluição e outros danos ambientais. As possibilidades são inúmeras 
devido à complexidade do caso [2]. 
24 
 
7. Métodos de Reverter os Danos 
7.1 Medidas da mineradora 
 A Samarco contratou a consultoria internacional Golder Associates para 
mapear os impactos ambientais e traçar o plano de ações para recuperação do 
Rio Doce. Equipes da Samarco seguem dedicadas, também, aos trabalhos feitos 
às margens do Rio Doce [12]. 
 Como ação preventiva, espécies de peixes e crustáceos das regiões de 
Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Aimorés foram resgatados e encaminhados 
para outros cursos d’águas, com características semelhantes ao de seu habitat 
original. O trabalho é executado com a autorização e acompanhamento do 
IBAMA. 
 Em Colatina, 150 mil peixes foram resgatados pelo projeto Arca de Noé, 
iniciativa liderada por pescadores apoiados pela Samarco. As espécies foram 
transferidas para lagoas da região. 
 Para a limpeza dos cursos d’água, estão sendo recolhidos os peixes 
mortos, cujas carcaças são direcionadas para aterros sanitários devidamente 
licenciados. 
 Qualidade da água 
 Testes divulgados recentemente pela Fundação Gorceix, instituição 
vinculada à Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), 
indicam que o rejeito da barragem de Fundão não representa perigo à saúde. O 
material, coletado no dia 30 de novembro, foi identificado como classe II B 
(resíduo não perigoso, inerte), ou seja, que não oferece perigo ao ser 
manuseado e nem apresenta risco de disponibilizar contaminantes ao ficar 
exposto a chuvas por vários anos [12]. 
25 
 
 
Figura 4 – Classes de Resíduos 
 A amostra foi coletada na barragem de Santarém, que recebeu rejeitos de 
Fundão após o acidente. O material foi submetido a testes que simularam 
diversas situações para avaliar os potenciais riscos do rejeito à saúde humana e 
ao meio ambiente. 
 Apesar dos rejeitos não serem tóxicos aos seres humanos, elas precisam 
ser tratadas antes serem disponibilizadas para consumo. Para isso está sendo 
usado um floculante (durante o processo de tratamento), de origem natural 
extraído da casca da árvore Acácia Negra. Seu permite a neutralização das 
cargas de impurezas da água, formando flocos que decantam para o fundo do 
reservatório. Possibilitando assim o tratamento da água que fica na superfície 
pelos métodos convencionais [9]. 
 Revegetação 
 Até o momento, 719 hectares foram revegetados ao longo dos rios Doce, 
Carmo e Gualaxo, em Minas Gerais. Para isso estão sendo usadas biomantas 
ou telas vegetais. As biomantas ou telas vegetais são esteiras constituídas de 
fibras vegetais desidratadas que são entrelaçadas por meio de costuras de fios, 
látex natural, colas ou ainda grelhas de polipropileno [10]. 
26 
 
 
Figura 5 - Biomantas 
 Essa retenção propicia condições mais adequadas de germinação e 
desenvolvimento das espécies vegetais semeadas, além de fornecer nutrientes, 
pois, são degradáveis e servem de fonte de matéria orgânica para o solo, 
auxiliando em sua estruturação [10]. 
 Além de evitar a erosão superficial, proporcionam sombreamento e 
também a retenção da umidade no solo, quando se implanta o trabalho de 
reconstituição vegetal facilita a germinação de sementes no local, além de 
proteger o solo contra impacto direto da chuva e mantêm boa umidade e 
proteção das sementes lançadas [10]. 
 Essa etapa do trabalho promove a melhoria das condições do solo e 
possibilita ações futuras para sua recuperação, minimização de dispersão de 
poeira e auxilia na contenção de sedimentos para os cursos d’água. 
 Diques 
 O dique de contenção é a contenção secundária que os tanques devem 
possuir para, em caso de vazamento de produto químico, possa possibilitar um 
controle operacional, evitando que esse produto chegue ao rio ou ao mar ou 
contamine o solo [11]. 
 Em geral esses diques ficam ao tempo, ficando sujeitos a água de chuva. 
Como o dique de contenção tem que ficar fechado para garantir que o vazamento 
27 
 
(se houver) fique contido no dique, ele acaba enchendo de água de chuva. Nessa 
situação, o operador da área de tancagem deve drenar a água de chuva. Para 
isso, os diques de contenção em geral possuem válvulas para realizar a 
drenagem [11]. 
 No caso de Mariana, foram construídos 3 diques de contenção para evitar 
que os rejeitos cheguem aos rios Carmo, Gualaxo e Doce. Além de reforço no 
dique de Selinha [11]. 
 Monitoramento 
 A empresa faz monitoramento em tempo real por meio de radar, 
escaneamento a laser, câmeras, medidores de nível d´água (piezômetros), 
acelerômetros, entre outros. Além de implementar o Novo Plano de Ação 
Emergencial de Barragem de Mineração, que inclui a instalação de sirenes ao 
longo das comunidades e a realização de simulações com a população e 
monitoramento da defesa civil, de Mariana e Barra Longa [12]. 
7.2 Novas tecnologias 
 Por se tratar de um incidente de proporções sem precedentes na história, 
basicamente estão sendo usadas técnicas adaptadas de outros casos para 
reduzir o mais rápido possível os impactos. 
 Mas já existem novas tecnologias sendo idealizadas. Algumas delas já 
saíram do papel e estão sendo colocadas em prática. 
 Tijolos de Mariana 
 Há três meses, tijolos estão sendo fabricadosde forma artesanal, a partir 
de rejeitos de barragens. Mais uma fábrica, que ampliará a produção para escala 
industrial, está prestes a sair do papel. Operada 100% por mão de obra local, a 
fábrica dos Tijolos de Mariana vai devolver 80 empregos diretos e indiretos à 
comunidade [8]. 
 Ao final de cada ano, mais de 700 toneladas de rejeitos terão sido 
retiradas do ambiente, produzindo 1,2 milhão de tijolos, o suficiente para 
reconstruir casas populares, hospitais e escolas para, pelo menos, 400 famílias 
28 
 
da região. Vendida em todo o país, a produção ainda vai trazer renda extra à 
comunidade [8]. 
 O processo consiste basicamente em coletar a matéria prima, 
transformação do mesmo em um composto limpo e atóxico, a partir daí o 
composto é transformado em tijolos através de um processo ecológico que não 
emite gases [8]. 
 Bactérias decompositoras de petróleo 
 A utilização de bactérias para decompor petróleo não é mais uma 
novidade. Esta vem sendo usada há muito tempo e apresentando bons 
resultados. 
 A Universidade Federal do Espirito Santo desenvolve uma pesquisa 
utilizando bactérias modificadas geneticamente para decompor petróleo, para 
proteger determinadas espécies de coral. O processo consiste em coletar uma 
amostra de bactérias que vivam em simbiose com o coral e modifica-las 
geneticamente para que passem a se alimentar de petróleo. Os testes realizados 
até então mostram uma eficiência de cerca de 80 a 95%. 
 Acredita-se que poderia ser feito algo semelhante para o caso da 
contaminação do rio doce pelos rejeitos de mineração. Utilizando para isso 
bactérias presentes no próprio rio [18]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
8. Referências 
 
[1] BRASIL. Lei nº 7.805, de 18 de julho de 1989. 
[2] BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. 
[3] Código Civil - Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002. 
[4] O caso Samarco e a responsabilidade ambiental. Disponível em: < http:// 
http://fellipesd.jusbrasil.com.br/artigos/255747257/o-caso-samarco-e-a-
responsabilidade-ambiental> Acesso em: 22 de abril de 2016. 
[5] Responsabilidade civil ambiental da mineradora SAMARCO pelo 
rompimento das barragens em Minas Gerais. Disponível em: < 
http://thiagoloures.jusbrasil.com.br/artigos/252980985/responsabilidade-civil-
ambiental-da-mineradora-samarco-pelo-rompimento-das-barragens-em-minas-
gerais> Acesso em: 22 de abril de 2016. 
[6] Samarco recebe maior multa já aplicada pelo Ibama, mas não resolve problema. 
Disponível em: < http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-
noticias/redacao/2015/11/27/samarco-recebe-maior-multa-ja-aplicada-pelo-
ibama-mas-pode-nao-pagar.htm> Acesso em: 22 de abril de 2016. 
[7] Samarco terá que construir distrito para moradores de Bento Rodrigues. 
Disponível em: < http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/11/samarco-tera-
que-construir-distrito-para-moradores-de-bento-rodrigues.html> Acesso em: 22 
de abril de 2016. 
[8] Tijolos de Mariana. Disponível em:< http://www.tijolosdemariana.com.br/> 
Acesso em: 20 de abril de 2016. 
[9] Como funcionam os floculantes. Disponível em:< 
http://www.samarco.com/2015/12/14/como-funcionam-os-floculantes/> Acesso 
em: 20 de abril de 2016. 
[10] Biomantas. Disponível em: 
<https://sites.google.com/site/langeotecniaefundacao/contato/46-biomantas> 
Acesso em: 20 de abril de 2016. 
30 
 
[11] Diques de Contenção: Disponível em:<http://ddsonline.com.br/dds-
temas/38-meio-ambiente/210-importancia-do-dique-de-contencao.html> Acesso 
em: 20 de abril de 2016. 
[12] Dossiê Samarco. Disponível em:http://www.samarco.com/wp-
content/uploads/2016/04/Dossie_reduzido_20_04_portugues.pdf> Acesso em: 
20 de abril de 2016. 
[13] Como são extraídos os minerais de uma mina. Disponível em: 
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-sao-extraidos-minerais-de-
uma-mina Acesso em: 20 de abril de 2016. 
[14] Rejeito de mineradora não é danoso à saúde. Disponível em: 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-11/rejeito-de-mineradora-nao-
e-danoso-saude-diz-samarco Acesso em: 20 de abril de 2016. 
[15] O que se sabe sobre o rompimento das barragens em Mariana (MG). 
Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2015/11/06/o-que-se-sabe-sobre-o-rompimento-das-barragens-em-
mariana-mg.htm Acesso em: 20 de abril de 2016. 
[16] O que é uma barragem de rejeitos? Disponível em: 
http://organicsnewsbrasil.com.br/meio-ambiente/o-que-e-barragem-de-rejeitos/ 
Acesso em: 20 de abril de 2016. 
[17] Lama contaminada tem concentração de metais até 1.300.000% acima 
do normal. http://noticias.r7.com/minas-gerais/lama-contaminada-tem-
concentracao-de-metais-ate-1300000-acima-do-normal-12112015 Acesso em: 
20 de abril de 2016. 
[18] Importância das actinobactérias em processos ecológicos, 
industriais e econômicos. Disponível em: 
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved
=0ahUKEwis_ZOs663MAhXHh5AKHTQzCKwQFggcMAA&url=http%3A%2F%2
Fwww.conhecer.org.br%2Fenciclop%2F2014a%2FMULTIDISCIPLINAR%2Fim
portancia.pdf&usg=AFQjCNHtOmJl5ZmMU9kLb5z2fEyW2iWGIw&bvm=bv.120
551593,d.Y2I&cad=rja Acesso em: 20 de abril de 2016. 
31 
 
[19] Relatório Anual da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais 
(CPRM). Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/Informacao-
Publica/Relatorios-Anuais/Relatorio-Anual---2002-119.html Acesso em: 20 de 
abril de 2016. 
[20] Moradores pedem que Samarco fique em mariana mesmo após 
desastre. Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-
em-mariana/noticia/2015/11/moradores-pedem-que-samarco-fique-em-
mariana-mesmo-apos-desastre.html. Acesso em: 13 de abril de 2016. 
[21] Lama da Samarco motiva protesto de pescadores no IBAMA em vitoria. 
Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-
doce/noticia/2016/03/lama-da-samarco-motiva-protesto-de-pescadores-no-
ibama-em-vitoria.html Acesso em: 22 de abril de 2016. 
 [22] Moradores de bento Rodrigues conhecem área onde será novo 
vilarejo. Disponível em: 
http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/02/27/interna_gerais,738183/mor
adores-de-bento-rodrigues-conhecem-area-onde-sera-novo-vilarejo.shtml 
Acesso em: 22 de abril de 2016. 
[23] Mariana: as conseqüências do maior desastre ambiental do Brasil. 
Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/11/mariana-as-
consequencias-do-maior-desastre-ambiental-do-brasil.html Acesso em: 22 de 
abril de 2016. 
[24] Laudo técnico preliminar.pdf. Disponível em: 
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/noticias_ambientais/laudo_tecnico_pr
eliminar.pdf Acesso em: 23 de abril de 2016. 
[25] Rompimento de barragens em mariana perguntas e respostas. 
Disponível em: http://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2015/11/rompimento-de-barragens-em-mariana-perguntas-e-
respostas.html Acesso em: 22 de abril de 2016. 
32 
 
[26] O que já se sabe sobre o impacto da lama de Mariana? Disponível em: 
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151201_dados_mariana_cc 
Acesso em: 22 de abril de 2016. 
[27] Relatório da marinha aponta 4 metais pesados na foz do rio doce. 
Disponível em: http://riosvivos.org.br/noticias-ecoa/relatorio-da-marinha-aponta-
4-metais-pesados-na-foz-do-rio-doce/ Acesso em: 23 de abril de 2016. 
[28] Com desastre em Mariana (MG), Rio Doce morreu, sim, mas pode ser 
ressuscitado. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-
cidadania/com-desastre-em-mariana-mg-rio-doce-morreu-sim-mas-pode-ser-
ressuscitado-4a62e053b1jhgolwesngy3a9d Acesso em: 23 de abril de 2016. 
[29] Samarco tem ate dia 18 para conter vazamento em barragem em MG. 
Disponível em: http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-mariana/noticia/2016/04/samarco-tem-ate-dia-18-para-conter-vazamento-em-
barragem-em-mg.html Acesso em: 23 de abril de 2016. 
[30] Desastre ambiental de Mariana. Disponível em: 
http://www.iea.usp.br/noticias/desastre-ambiental-de-mariana Acesso em: 23 de 
abril de 2016. 
[31] Prováveis causas do rompimento da barragem de rejeito de Mariana/MG. 
Disponível em: <http://tecnicoemineracao.com.br/causas-do-rompimento-da-
barragem-de-rejeito-em-mariana/>. Acesso em 23/04/2016 
 
[32] Laudo Técnico em resposta ao Parecer Único Nº 257/2013 - Descrição do 
fato: Análise Técnica Referente à Revalidação da Licença Operacional da 
Barragem de Rejeitos do Fundão. Disponível em: 
<http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/URCS_SupramCentral/RioVel
has/69/9.1-laudo-tecnico.pdf>. Acesso em 23/04/2016 
 
[33] MPF investiga causas do rompimento da barragem da Samarco em 
Mariana. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/12/mpf-
investiga-causas-do-rompimento-da-barragem-da-samarco-em-mariana.html>. 
Acesso em 23/04/2016 
33 
 
[34] Excesso de água em barragem provocou rompimento, diz Polícia Civil. 
Disponível em: <http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-
mariana/noticia/2016/02/excesso-de-agua-em-barragem-provocou-rompimento-diz-
policia-civil.html>. Acesso em 23/04/2016

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