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Prof. Antonio Gerson Bernardo da Cruz UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE QUÍMICA QUÍMICA GERAL IC-348 TERMODINÂMICA QUÍMICA 13 Termodinâmica Química •Termodinâmica : O estudo das variações ou transformações de energia que acompanham as transformações físicas e químicas da matéria. •O universo é constituído de: -Sistema é a parte do universo escolhido para o estudo; -As vizinhanças partes do universo que interagem (trocam energia) com o sistema, representa o resto do universo; Sistemas e suas vizinhanças i.A b e r t o : t r o c a m c a l o r , trabalho e matéria com as vizinhanças. ii.Fechado: trocam calor e trabalho com as vizinhanças, mas não trocam matéria. iii.Isolado: Não trocam calor, trabalho ou matéria com as vizinhanças. Matéria Energia Energia Energia Energia (vapor d’água) Sistema aberto Sistema fechado Sistema isolado • O estado de qualquer sistema é especificado em termos de variáveis de estados: • volume, temperatura, pressão, e quantidade de matéria; • Variáveis de estado podem ser: • Variáveis Intensivas especificam um propriedade que independe da massa do sistema. • temperatura, pressão • Variáveis Extensivas especificam um propriedade proporcional à massa do sistema. • Volume, energia interna, entalpia • Variáveis de Estado Variáveis de Estado Funções de Estado: Propriedades que independem dos estados intermediários dependendo apenas do estado inicial e final. A energia potencial do escalador 1 e escalador 2 é a mesma embora eles tenham tomado caminhos diferentes. ΔU = Ufinal - Uinicial ΔP = Pfinal - Pinicial ΔV = Vfinal - Vinicial ΔT = Tfinal - Tinicial energia, pressão, volume, temperatura Energia, U: Representa a capacidade de realizar trabalho ou transferir calor. Energia cinética, EC: Energia de movimento. Energia potencial, V: Energia de condição, posição ou composição; Energia acumulada que pode realizar trabalho. Está associada com as forças de atração ou repulsão entre objetos. Trabalho, w: É definido como uma força atuando em uma distância. Energia, Trabalho e Calor Energia cinética EC = 1 2 mv 2 [EC ] = m s = Jkg 2 w = F x d = m x a x d [w ] = ms2 = J m Trabalho kg Energia, Trabalho e Calor A energia podem ser interconvertida de cinética para potencial e vice-versa. Parte da energia cinética pode ser convertida em energia térmica - associada ao movimento molecular aleatório - proporcional à temperatura e ao número de moléculas. Temperatura representa a medida do conteúdo de energia térmica de um objeto e de sua capacidade de transferir calor. proporcional à energia cinética média. Energia, Trabalho e Calor • Calor, q, é energia transferida entre objetos devido à diferenças de temperaturas até que se estabeleça uma condição de equilíbrio térmico. - Em um sistema isolado: qperdido = qabsorvido (conservação de energia); • Calor e trabalho são energia em trânsito. • Calor “flui” do mais quente para o mais frio podendo causando variação de temperatura ou não (mudança de fase - processo isotérmico) Energia, Trabalho e Calor Energia, Trabalho e Calor Quanto à direcionalidade do fluxo de calor ele pode ser: • Exotérmico, o calor é transferido do sistema para a vizinhança; • Endotérmico, o calor é transferido da vizinhança para o sistema. Calorimetria Calorimetria ramo da termodinâmica que estuda a medição do fluxo de calor - afirma que a quantidade de calor perdido ou absorvido é proporcional à tempertura. Para 1 mol de substância, define-se o capacidade calorífica molar - J/K.mol Para 1 grama de substância, define-se o calor específico (Cs) - J/goC ou J/g.K. A capacidade calorífica (C) de uma substância representa a quantidade de calor (q) necessária para elevar em um grau a temperatura de uma dada massa (m) da substância. q ∝ Δt q = C x Δt Calorimetria • A quantidade de calor transferido ou absorvido pode ser dado por: • Quanto maior Cs e m, maior é a quantidade de energia térmica que uma substância pode armazenar. • Se ΔT > 0 ⇒ q > 0, calor transferido da vizinhança para o sistema; • Se ΔT < 0 ⇒ q < 0, calor transferido do sistema para a vizinhança; q = m.Cs . ΔT q = C . ΔT ΔT = Tfinal - Tinicial Calorimetria Lei da conservação de energia: Em interações entre um sistema e suas vizinhanças, a energia total permanece constante, a energia não é criada nem destruída. qsistema + qvizinhaças = 0 q1 + q2 + q3 +....+ qn = 0 [CS1.m1∆T1] + [CS2.m2∆T2] + [CS3.m3∆T3] + ... [CSn.mn∆Tn] Caloria (cal) representa a quantidade de energia necessária para elevar em 1 oC a temperatura de 1 g de água. Joule (J) Unidade SI para calor e energia 1 cal = 4.184 J Calorimetria 1 J = (1Kg.1m2)/1s2 qágua = 43,29gCs 28,8 oC − 22,0oC( ); qchumbo = −qágua = −1,4x10 3J qchumbo = 150gxCsx 28,8 oC −100,0oC( ) = −1,4x103J Cs = −1,4x103J −10650g.oC = 0,13J g.oC Determinação do calor específico • Uma amostra de 43,29 g de sólido a T = 99,8°C é transferida para 152 g de água a 22,5°C em um copo. A temperatura da água aumento para Tágua = 24,3°C. Calcule o calor específico do sólido. qamostra+ qágua + qcopo=0 qcopo desprezível qamostra = - qágua Determinação do calor específico Determinação do calor específico Calor de Reação, qrxn, e calorimetria Energia Química. Contribui para a energia interna do sistema - Energia associada às ligações químicas e atrações intermoleculares. Calor de reação, qrxn. • A quantidade de calor trocado entre um sustema e suas vizinhanças quando ocorre uma reação química dentro do sistema a temperatura constante. Quando qrxn < 0 o calor flui para a vizinhança a reação é exotérmica; Quando qrxn > 0 o calor flui da vizinhança a reação é endotérmica; Calor de Reação, qrxn, e calorimetria • O calor de reação é medido usando um Calorímetro, dispositivo que mede as variações de temperatura resultante de uma reação química. • Das variações de temperatura podemos calular o calor de reação: • qv; calor medido sob condições de volume constante. • qp: calor medido sob condições de pressão constante. Bomba Calorimétrica qrxn = -qcal qcal = q bomba + q água + q fios +… Define a capacidade calorífica de um calorímetro: qcal = ΣmiciΔT = CcalΔT • Usado para reações em que há variações nos números de mols do gás presente. • Mede qv • W = 0 • ΔE = qv Ex: 500. mg naftaleno (C10H8) é queimado em uma boba calorimétrica contendo 1000 g de água. A tempertura da água aumentou de 20 °C para 24,37 °C. A capacidade calorífica, C, do calorímetro = 420 J/°C. Qual a variação na energia interna para esta reação? Cságua = 4,184 J/g°C qcal= 420 J/g ×(24,37-20,00)°C qágua = 1000 g ×(24,37-20,00)°C× 4,184 J/g°C qv rxn + qágua + qcal = 0 qv = ΔE = -2.0×104 J Bomba Calorimétrica O calorímetro de copo • Quando não se espera variação no número de mols do gás, usa-se o calorímetro de copo • O sistema é aberto permitindo uma pressão constante. • Mede qp • ΔE=q + w • W = 0, não há variação no numero de mols. O calorímetro de copo Quando 50,0 mL de uma solução 0,987 M H2SO4 é adicionado a 50,0 mL de uma solução 1,00 M NaOH a 25.0 °C em um calorímetro, a temperatura da solução resultante aumenta para 31.7 °C. Calcule o calor de reação por mol de reaente limitante para a reação. Assuma que como se trata de uma solução aquosa, o calor específico da solução é 4,18 J/g°C, e a densidade é 1.00 g/mL, e que o calorímetro absorve quantidades desprezíveis de calor. H2SO4(aq) + 2 NaOH(aq) → 2H2O(l) + Na2SO4(aq) mols NaOH = 0,0500, limitante.mols H2SO4 = 0,0493qsoln = 100 gsoln×(31,7-25,0)°C ×4,18 J/g°C qv rxn = -5.6×104 J/mol qv rxn + qcal + qsoln = 0 qv rxn = -2.8×103 J Trabalho de expansão P-V Trabalho de expansão durante a reação 2 KClO3(s) ⟶ 2 KCl(s) + 3 O2(g) • Além do efeito do calor, reações químicas também realizar trabalho. • O gás formado empurra o pistão contra a atmosfera. • Pressão = força/área • Se o volume muda, a pressão também muda. • Trabalho Pressão-volume. (m x g) w = -PΔV w = -PextΔV A × Δhw = x A x Δh w = F x d w = (m x g) Trabalho de expansão P-V • O sinal negativo indica que a força está se opondo a direção de movimento do pistão. ✓ Unidades: L . atm ✓ 1 L . atm = 101 J • Na expansão, ΔV > 0 e w < 0. • O trabalho é realizado pelo sistema nas vizinhanças - expansão. Trabalho de expansão P-V • Cloreto de etila é preparado pela reação de etileno com HCl. Quanto trabalho (em J) é realizado se 89,5 g de etileno e 125 g de HCl são colocados para reagir e a reação provoca uma variação de volume de -71.5 L? • Calcule o trabalho (em kilojoules) realizado durante a síntese de amônia na qual volume se contrai de 8,6 L para 4,3L a uma pressão exterma de44 atm w = 19 kJ w = 0,708 J w = -44 atm × (4,3-8,6)L =189,2 L·atm w = -1 atm × -71,5L =71,5 L·atm A 1a. Lei da termodinâmica Energia Interna, U representa a energia total (cinética e potential) em um sistema. • Energia não pode ser criada ou destruída, apenas transformada de uma forma de energia para outra. Um sistema tem apenas energia interna Um sistema não tem calor ou trabalho. Estes ocorrem apenas durante uma mudança no sistema. ΔU = q + w Um sistema isolado não troca calor ou trabalho com a vizinhança. ΔU = 0 Ilustração da convenção de sinais usadas na termodinâmica A 1a. Lei da termodinâmica U é uma função de estado. Não é facilmente mensurável. ΔU tem um único valor entre dois estados. Qualquer propriedade que tem um único valor para um estado específico de um sistema é chamada de função de estado. A 1a. Lei da termodinâmica Mudanças no calor ou trabalho não são funções de estado e são ditas dependentes do caminho. A 1a. Lei da termodinâmica Expansão gasosa em duas etapas. w = (-1,80 atm)(1,36-1,02)L – (1,30 atm)(2.04-1,36)L = -0,61 L atm – 0,82 L atm = -1,43 L atm = -1,44 x 102 J Comparando com -1,24 × 102 J para o processo em uma única etapa. Calores de reação: ΔU and ΔH Reagentes → Produtos Ui Uf ΔU = Uf - Ui ΔU = qrxn + w Em um sistema a volume constante (bomba calorimétrica), w = 0 ΔU = qrxn + 0 = qrxn = qv Mas vivemos em um mundo com pressão contante! Como qp se relaciona com qv? Pela 1a. lei da termodinâmica Dois caminhos diferentes levando ao mesmo valor de variação de energia interna em um sistema. Mas: ∆U = qV = qP + w Sabemos que w = - PΔV e ΔU = qv ΔU = qP - PΔV qP = ΔU + PΔV deriva-se uma nova função de estado, entalpia, dada por: H = U + PV A variação de entalpia para dois estados: ΔH = Hf – Hi = ΔU + ΔPV Quando a reação ocorre à pressão e temperatura constantes: ΔH = ΔU + PΔV = qP Calores de reação: ΔU and ΔH Comparando os calores de reação • Entalpia é o calor transferido à pressão constante. ΔHrxn = ΔHprod∑ − ΔHreag∑ • Processo exotérmico • Hprod < Hreag • ∆H < 0 • Processo endotérmico • Hprod > Hreag • ∆H > 0 Equações termoquímicas • Relacionam a energia de uma reação com as quantidades involvidas. • o calor produzido ou consumido é quantitativamente incluido na reação. • 2C2H2(g) + 5 O2(g) → 4 CO2(g) + 2 H2O(g) + 2511 kJ ou • 2C2H2(g) + 5 O2(g) → 4 CO2(g) + 2 H2O(g) ΔE = -2511 kJ • ou • C2H2(g) + 5/2 O2(g) → 2 CO2(g) + H2O(g) ΔE = -1256 kJ/mol • Indica que os reagentes tem 2511 kJ de energia a mais do que os produtos. Equações termoquímicas • Considere a reação da termita. A variação de entalpia para a reação é de –852 kJ/mol Fe2O3 a 298K. 2 Al(s) + Fe2O3(s) →2Fe(s) + Al2O3(s) Determinação indireta do ΔH: Lei de Hess • A lei de Hess estabelece que se um reação ocorre em várias etapas individuais, a variação de entalpia é dada pelo somatório das variações de entalpia para as etapas individuais na reação. • ΔH é uma propriedade extensiva (depende da massa). • Por exemplo: 2 Fe + 3/2 O2 →Fe2O3(s) ΔH = -822.2 kJ Fe2O3(s) + 2Al(s) →Al2O3(s) + 2Fe ΔH = -852 kJ 3/2 O2 + 2Al(s) →Al2O3(s ΔH= ΔH = -1674 kJ Regras para somar reações termoquímicas 1. Se o sentido da equação é invertida — O sinal de H deve ser invertido também. 2. Fórmulas canceladas nos dois lados da equação devem ser para substâncias idênticas e na mesma fase. 3. Se os coeficientes da equação são multiplicados ou divididos por um fator, o valor de H deve ser multiplicado ou dividido pelo mesmo fator. ½N2(g) + ½O2(g) → NO(g) ΔH° = +90.25 kJ NO(g) → ½N2(g) + ½O2(g) ΔH° = -90.25 kJ N2(g) + O2(g) → 2 NO(g) ΔH° = +180.50 kJ ½N2(g) + ½O2(g) → NO(g) ΔH° = +90.25 kJ Determinação indireta do ΔH: Lei de Hess Se um processo ocorre em etapas ou estágios (mesmo hipoteticamente), a variação de entalpia para o proceso global será dado pela soma da variação de entalpia das etapas individuais. ½N2(g) + O2(g) → NO2(g) ΔH° = +33,18 kJ ½N2(g) + O2(g) → NO(g) + ½ O2 (g) ΔH° = +90,25 kJ NO(g) + ½O2(g) → NO2(g) ΔH° = -57,07 kJ Determinação indireta do ΔH: Lei de Hess Somando equações • Como podemos calcular o ∆H para a reação: 2 H2(g) + N2(g) → N2H4(g) • usando as equações ? N2H4(g) + H2(g) → 2 NH3(g) ΔH° = -187.6 kJ 3H2(g) + N2(g) → 2NH3(g) ΔH° = -92.2 kJ • inverta a primeira equação (mude o sinal de ∆H) 2 NH3(g) → N2H4(g) + H2(g) ΔH° = +187.6 kJ • Some a segunda reação e o ∆H 3H2(g) + N2(g) → 2NH3(g) ΔH° = -92.2 kJ 2 NH3(g)+ 3H2(g) + N2(g) → N2H4(g) + H2(g)+ 2NH3(g) 2 H2(g) + N2(g) → N2H4(g) (187.6-92.2)= +95.4 kJ 2 A variação de entalpia de formação de um elemento puro em seu estado de referência é 0. Entalpia padrão de formação, ∆Hfo • Define-se o estado padrão como sendo: • Gás a 1 atm • Sólido ou líquido puro a 1 atm e 25 oC • Solução 1 mol/L Entalpia padrão de formação, ΔHf° Variação de entalpia de uma reação que ocorre na formação de 1 mol de produto na qual todos os reagentes e produtos encontram-se em seus estados padrão. Diamante e grafite Entalpia padrão de formação, ∆Hfo Entalpia padrão de formação, ∆Hfo Algumas entalpias padrão de formação a 298.15 K ��� � � ���� �� Entalpia padrão de formação, ∆Hfo Entalpias padrão de reação ΔHglobal = -2ΔHf°NaHCO3+ ΔHf ° Na2CO3 + ΔHf ° CO2 + ΔHf ° H2O Uma das principiais aplicações da entalpia padrão de formação é na obtenção da entalpia padrão de reação utilizando a lei de Hess Elementos Elementos Recombinação Recombinação Decomposição Decomposição Produtos ProdutosReagentes Reagentes Global Global Reação endotérmica Reação exotérmica En ta lp ia En ta lp ia ΔH o = XPΔHf o(produtos)∑ − XRΔHfo(reagentes)∑ Entalpias padrão de reação Entalpias padrão de reação
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