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Liderança em enfermagem apostila enumerada

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 
CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR EDITAL Nº 15/2015
CURSO: ENFERMAGEM – CAMPUS BINACIONAL – OIAPOQUE
ÁREA DE CONHECIMENTO: ENFERMAGEM
 
Tema: Liderança, Competências e Habilidades do Profissional de Enfermagem na Gerencia dos Serviços de Saúde.
Prof.ª: 
Introdução- Conceito[1: ]
Conceitos: (BRASIL, 1986), (COFEN, 2007), (COREN, 2010), (BRASIL, 2001), (SANCHES; CHRISTOVAM; SILVINO, 2006).
Para iniciar nossas discussões sobre a Gerência em Enfermagem é importante lembrar que o enfermeiro tem assumido cada vez mais responsabilidades e enfrentado diversos desafios no cenário da saúde, a fim de promover o cuidado à saúde dos indivíduos desenvolvendo atividades de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação. Nessa perspectiva cabe destacar que o aumento de responsabilidades reflete a importância do profissional de enfermagem e do produto de seu trabalho no complexo contexto da saúde em nosso país. 
O conceito de Gestão por competência refere-se a um modelo para o gerenciamento de pessoas o que inclui três dimensões: os conhecimentos, as habilidades e as atitudes (RUTHES, FELDMAN e CUNHA, 2009). O enfermeiro, como o gerente da assistência de enfermagem prestada ao paciente, necessita dessas competências para que exerça seu trabalho objetivando resultados com eficiência.
Reforçam as afirmações acima a Lei 7498/86, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dá outras providências. Em seu Art. 11, inciso I, destaca as atividades privativas do enfermeiro, dentre elas: “a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b)organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem”. Além disso, como integrante do serviço de saúde aponta que ao enfermeiro compete dentre outras funções: “a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde” (BRASIL, 1986). 
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Resolução COFEN 311/07) destaca em seu preâmbulo: “O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em consideração a necessidade e o direito de assistência em enfermagem da população, os interesses do profissional e de sua organização”. Além disso, destacamos o Art. 66 quando afirma que é direito do enfermeiro “exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu exercício profissional e do setor saúde” (COFEN, 2007).
A Deliberação COREN-MG 176/07 que baixa normas para definição das atribuições do Enfermeiro Responsável Técnico aponta que o “Enfermeiro Responsável Técnico tem sob a sua responsabilidade a direção, organização, planejamento, coordenação, execução e avaliação dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares” (COREN, 2010). 
E por fim as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) no que se refere aos cursos de graduação em Enfermagem, publicadas oficialmente na Resolução CNE/CES Nº 03 de 7/11/2001, onde em seu Art. 4, inciso V aponta como competência ou habilidade exigida dos enfermeiros a “Administração e gerenciamento: os profissionais devem estar aptos a tomar iniciativas, fazer o gerenciamento e administração tanto da força de trabalho quanto dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores, gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde” (BRASIL, 2001); (PERES E CIAMPONE, 2006).
Assim podemos compreender a importância e necessidade de discutir a Gerência em Enfermagem. A gerência pode ser conceituada como “a arte de pensar, julgar, decidir e agir para obter resultados”; porém, para ser gerente é preciso desenvolver “a capacidade na arte de pensar e julgar para melhor decidir e agir” (MOTTA, 2002 apud SANCHES; CHRISTOVAM; SILVINO, 2006).
1.2 CONTEXTO HISTÓRICO DA INSERÇÃO DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE TRABALHO EM SAUDE E NA GERÊNCIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE
	A introdução da enfermagem no mundo do trabalho e na atenção à saúde tem sido marcada por determinantes históricos, sociais, econômicos e políticos (FELLI; PEDUZZI, 2005). Historicamente, a enfermagem moderna se consolida a partir dos trabalhos de Florence Nightingale na Guerra da Criméia na segunda metade do século XIX. Devido à necessidade de organização do atendimento aos soldados em hospitais militares em um primeiro momento, porém atendendo às demandas sociais de manutenção das forças de trabalho de um projeto capitalista, a enfermagem atendeu às demandas político sociais da época e inseriu-se no processo de trabalho em saúde. 
	A constituição do saber de administração na enfermagem deu-se a partir da necessidade de organizar os hospitais. Em sua dimensão prática, o saber administrativo institucionalizou-se com a formação das primeiras alunas da Escola Nightingale, que buscava suprir a demanda de enfermeiras diplomadas para fundarem novas escolas, ao serem treinadas para o cargo de superintendente. (PERES E CIAMPONE, 2006).
	O trabalho em enfermagem foi organizado em três vertentes: organização do cuidado aos pacientes (através da sistematização das técnicas de enfermagem); organização do ambiente terapêutico (aplicação de mecanismos de purificação do ar, limpeza, higiene, e outros); e organização dos agentes de enfermagem (por meio de treinamento e disciplina) (GOMES, 1997 apud FELLI; PEDUZZI, 2005). “O processo de trabalho em enfermagem particulariza-se em uma rede ou subprocessos que são denominados cuidar ou assistir, administrar ou gerenciar, pesquisar e ensinar” (FELLI; PEDUZZI, 2005: p.6).
	Portanto, pode-se entender que a enfermagem moderna iniciou suas atividades pautadas no gerenciamento, pois incluía em suas atividades a organização da unidade e da equipe de trabalho. Além disso, as atividades de enfermagem incluíam também a organização do cuidado mostrando que tais atividades não podem ser dissociadas (GOMES, 1997 apud FELLI; PEDUZZI, 2005). 
	Ao longo do tempo, o papel administrativo desempenhado pelo enfermeiro tem ganhado destaque, devido a fatores políticos, sociais e culturais vigentes nas instituições de saúde e na sociedade (SPAGNOL, 2002).
	No processo de trabalho gerencial, os objetos de trabalho do enfermeiro são a organização do trabalho e os recursos humanos de enfermagem. Para a execução desse processo é utilizado um conjunto de instrumentos técnicos próprios da gerência, ou seja, o planejamento, o dimensionamento de pessoal de enfermagem, o recrutamento e seleção de pessoal, a educação continuada e/ou permanente, a supervisão, a avaliação de desempenho e outros. Também se utilizam outros meios ou instrumentos, como a força de trabalho, os materiais, equipamentos e instalações, além dos diferentes saberes administrativos (FELLI; PEDUZZI, 2005: p. 6).
1.3 GERÊNCIA EM ENFERMAGEM
No exercício de suas atividades profissionais, o enfermeiro desempenha atividades gerenciais continuamente, quer seja gerenciando o cuidado aos pacientes, quer seja gerenciando o serviço de enfermagem.
Na Enfermagem uma vez que nosso trabalho é desenvolvido por mais de uma categoria profissional, e ocorre através de ações hierarquizadas que são distribuídas segundo graus de complexidade, pressupõe-se que se tenha um trabalhador – o enfermeiro – melhor preparado que garanta a unidade e organização desse trabalho coletivo e que seja capaz também de planejar e desenvolver novos processos, métodos e instrumentos. 
Além disso, o mercado profissional espera do enfermeiro uma capacidade para trabalhar com conflitos, enfrentar problemas, negociar, dialogar, argumentar, propor e alcançar mudanças, com estratégias que o aproximem da equipe e do cliente, contribuindo para a qualidade do cuidado, ou seja,espera-se do enfermeiro uma capacidade para gerenciar (...). Na enfermagem, atualmente, falamos em gerência de unidade que consiste na previsão, provisão, manutenção, controle de recursos materiais e humanos para o funcionamento do serviço, e gerência do cuidado que consiste no diagnóstico, planejamento, execução e avaliação da assistência, passando pela delegação das atividades, supervisão e orientação da equipe (GRECO, 2004: p.505).
Na gerência do cuidado, o uso do Processo de Enfermagem é apontado pela Resolução COFEN 358/09 que Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. Este documento destaca que “o processo de Enfermagem é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional” bem como “evidencia a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da população, aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional”.
Portanto, o processo de Enfermagem é a ferramenta de gerenciamento do cuidado direto ao paciente que o enfermeiro dispõe para proporcionar uma assistência de qualidade e com menores riscos. O gerenciamento do serviço de enfermagem implica em desenvolver atividades que garantam o melhor funcionamento possível da unidade onde os cuidados são prestados, incluindo o gerenciamento de recursos físicos, materiais, humanos, financeiros, políticos e de informação com vistas à prestação da assistência de enfermagem.
Dessa forma, podemos perceber que tanto o gerenciamento do cuidado como o gerenciamento do serviço de enfermagem tem como objetivo a assistência ao paciente, sendo ambas indissociáveis e interdependentes.
1.4	CATEGORIAS DO PAPEL DE GERENTE
	Decisória: situação na qual é preciso fazer escolhas, utilizando informações para suas decisões, incluindo os papéis de: empreendimento, resolução de conflitos, alocação de recursos e negociação. Informacional: são ações para manter e desenvolver as informações, incluindo os papéis de: monitoração, disseminação, porta-voz. Interpessoal: demonstra como o administrador interage com as pessoas e influencia seus subordinados, baseando-se em suas habilidades humanas, incluindo os papéis: representação, ligação e liderança (FURUKAWA; CUNHA, 2011).
1.5	MODELOS TEÓRICOS
Modelo taylorista: o gerente privilegia os métodos e as técnicas para o aumento da produtividade, sobrepondo o interesse empresarial ao dos trabalhadores. Modelo fordista: a função gerencial deve integrar e manter harmonicamente todas as atividades da empresa, sendo constituída de cinco elementos: previsão, organização, comando, coordenação e controle, que formam o processo administrativo e constituem as atribuições do gerente. Modelo contingencial: atribui ao gerente: o planejamento, a organização, a direção e o controle, mostrando que é fundamentado em teorias anteriores, porém, relativizando os fatos, mostrando que não há uma única forma de resolver e lidar com uma situação gerencial (CIAMPONE; KURCGANT, 2004, p. 3).
 O gerente deve atuar de acordo com a sua experiência e a evidência dos fatos, e não apenas pela razão, pois o contexto (ambiente) influi na tomada de decisões. A palavra contingência significa incerto ou eventual, que pode suceder ou não, dependendo das circunstâncias. A proposição de verdade ou falsidade dos fatos somente será conhecida pela experiência e pela evidência, e não apenas pela razão. Práticas administrativas sob o enfoque contingencial: planejamento, organização, direção e controle (CIAMPONE; KURCGANT, 2004, p. 4).
1.6 	PERFIL DE COMPETÊNCIAS PARA GERÊNCIA EM ENFERMAGEM
Do enfermeiro é exigido conhecimento (que conheça o que faz), habilidades (que faça corretamente) e tenha atitudes adequadas para desempenhar seu papel objetivando resultados positivos. É, portanto, exigido que ele seja competente naquilo que faz, bem como garanta que os membros da sua equipe tenham competência para executarem as tarefas que lhes são destinadas (MARQUIS; HUSTON, 1999 apud CUNHA; XIMENES NETO, 2006: p. 481).
Neto e Cunha (2006) afirmam que aos enfermeiros cabem tanto tarefas diretamente relacionadas com sua atuação junto ao cliente, bem como a liderança da equipe de enfermagem e o gerenciamento dos recursos – físicos, materiais, humanos, financeiros, políticos e de informação – para a prestação da assistência de enfermagem. Do enfermeiro é exigido conhecimento, habilidades e atitudes adequadas para desempenhar seu papel objetivando resultados positivos. Constitui-se, portanto, um desafio definir as competências necessárias aos enfermeiros, bem como de estabelecerem-se mecanismos para seu desenvolvimento dentro e fora das instituições. Para compreender melhor as competências apontadas pelas DCNs para a área da saúde, as mesmas serão descritas a seguir, partindo de estudos que classificam essas competências também como funções gerenciais para analisar o trabalho do enfermeiro.
No exercício da gerência em enfermagem são destacadas algumas competências, habilidades e atitudes, tais como: disponibilidade; capacidade de mediar conflitos e estabelecer relações; buscar o autodesenvolvimento e de sua equipe; trabalhar em equipe; atender às demandas da organização; exercer liderança; planejamento; organização; tomar de decisões com base no pensamento crítico e reflexivo; persuasão; criatividade, atração pelo novo e capacidade de enfrentar desafios; assumir responsabilidades e ter visão estratégica.
1.7 LIDERANÇA EM ENFERMAGEM
Para Peres e Ciampone (2006) a liderança é tida como uma das principais competências a serem adquiridas pelo profissional de saúde envolvendo compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz. A mesma é o processo pelo qual um grupo é induzido a dedicar-se aos objetivos defendidos pelo líder ou partilhado pelo líder e seus seguidores.
	Segundo Munari e Bezerra (2004) essa competência consiste em tornar o líder capaz de estabelecer com os outros relações interpessoais autênticas, de modo a criar um clima de grupo no interior dos quais as relações de trabalho possam tornar-se funcionais, espontâneas e criativas.
Na discussão sobre a liderança e como ela surge, se é inata ou aprendida, os estudiosos da temática elucidam como nos diferentes momentos históricos pelos quais passou a humanidade eram vistas a figura do líder e o fenômeno da liderança. Desde as concepções de que a liderança seria hereditária, o líder como o escolhido pela vontade divina, a liderança como característica inata no ser humano, às concepções que apostam nas possibilidades de desenvolver competências para liderança.
Entre os conhecimentos gerenciais que subsidiam o desenvolvimento da liderança são destacados: planejamento, estratégias gerenciais, estrutura organizacional, gerência de pessoas, processo decisório, administração do tempo, gerenciamento de conflito, negociação, poder e comunicação.
1.8	HABILIDADE PARA GERÊNCIA EM ENFERMAGEM
Existem três tipos de habilidades fundamentais para o gerente:
- Habilidade técnica: baseia-se em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos para execução de tarefas, através da experiência profissional. Relaciona-se com o fazer, por meio de sua instrução, experiência e educação.
- Habilidade humana: caracteriza-se pela capacidade e pelo discernimento de trabalhar com pessoas em equipe. Lida com a interação entre pessoas e envolve a capacidade de se comunicar, motivar, coordenar, liderar e solucionar conflitos pessoais ou grupais, visando cooperação, participação e envolvimento das pessoas.
- Habilidade conceitual: constitui-se na capacidade para lidar com idéias e conceitos abstratos, e está ligada a pensar, raciocinar, diagnosticar situações e formular alternativas de solução para os problemas. É perceber oportunidades onde ninguém enxerga coisa alguma.
Essas três habilidades requerem competências pessoais distintas, as quaistraduzem qualidades de quem é capaz de analisar uma situação, apresentar soluções e resolver os assuntos ou problemas, constituindo, assim, o maior patrimônio pessoal do administrador: seu capital intelectual (CHIAVENATO, 2004 apud SANCHES; CHRISTOVAM; SILVINO, 2006).
	Para melhor discutir esse tema, sugere-se a leitura dos textos “O processo de construção do perfil de competências gerenciais para enfermeiros coordenadores de área hospitalar” (MANENTI et al, 2012) e “Perfil e competências de gerentes de enfermagem de hospitais acreditados” (FURUKAWA; CUNHA, 2011).
1.9 TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS NA GERÊNCIA EM ENFERMAGEM
A gerência clássica não atende mais as demandas do mundo moderno, pois trabalhadores e usuários estão mais cientes de seus direitos e o acesso a informações tornou-se uma arma poderosa de reivindicações e mudanças. Os profissionais de enfermagem desejam participar democraticamente das decisões que afetam o rumo das organizações onde estão inseridos e buscam melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Portanto, torna-se imprescindível pensar numa forma mais flexível, humanizada e compartilhada de se organizar o trabalho na enfermagem (SPAGNOL, 2002). Aos trabalhadores tem sido oferecida oportunidade de participação efetiva nas discussões e aperfeiçoamento constante do processo de trabalho, com autonomia para desenvolvimento de projetos e novos métodos de trabalho (FERNANDES et al, 2003). Algumas propostas para mudanças nos modelos de gestão apontam para uso de processos estratégicos na empresa, estrutura organizacional organizada em células gerenciais, atividades estruturadas por processos,pessoas organizadas em equipes de trabalho, interação constante com o mercado e com os clientes, uso de recursos tecnológicos da informação e preocupação permanente com referenciais de excelência(TACHIZAWA; SCAICO, 1997apud SPAGNOL, 2002).
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final de nossas discussões sobre gerência, resta questionar se estamos realmente preparados para novas formas de gestão, visto que temos um passado sólido de práticas clássicas adotadas por muitos anos dentro dos serviços de enfermagem. Assim, enquanto futuros enfermeiros, somos desafiados a construir mudanças que beneficiem os pacientes, a equipe de enfermagem, as instituições onde atuamos e nossa profissão.
 É fundamental acreditar que ao compartilhar a gestão não estaremos “perdendo” poder, e sim, ganhando oportunidades de crescimento e renovação de nossas práticas. Para isso, é essencial agir de maneira diferente para que as mudanças realmente possam acontecer. Assim, trabalho em equipe tende a substituir estruturas engessadas, emergindo uma gerência democrática e compartilhada, e por isso, mais eficaz e eficiente, pois considera a perspectiva de todos os envolvidos.
Administrar a assistência de enfermagem implica em conhecer os problemas mais comuns do setor de trabalho, levantar as necessidades da clientela atendida, gerenciar os conflitos da equipe de enfermagem, além de desenvolver habilidades técnico-científicas e de liderança, para desempenhar um papel de articuladora entre os demais profissionais que atuam nas unidades, tendo como objetivo principal a assistência prestada aos usuários que necessitam desses serviços (SPAGNOL, 2002; p. 127).
Esta expansão da função gerencial do enfermeiro se dá principalmente por sua formação curricular acadêmica, que destina parte sua carga horária para disciplina específica e conteúdos da área administrativa. Este fato proporciona ao enfermeiro uma melhor capacitação para assumir o cargo em comparação a outros profissionais da saúde, os quais, em sua maioria, não possuem este tipo de formação.
Assim, o enfermeiro, através de suas competências, associa conhecimentos administrativos a conhecimentos assistenciais, relaciona-se de maneira satisfatória com a equipe multidisciplinar, possui uma visão mais abrangente do serviço e uma maior proximidade com a clientela, o que o torna profissional mais adequado para o desempenho do gerenciamento.
Contudo, apesar da formação e competência do enfermeiro, a atualização e aperfeiçoamento no setor e na gestão não se tornam desnecessárias, estes cursos devem ser disponibilizados e incentivados pelos órgãos governamentais como forma de complementação a sua formação profissional, sendo focados às peculiaridades e necessidades da região de abrangência da UBS para que o enfermeiro possa ter uma melhor dimensão de seu trabalho.
Os artigos abordam ainda as competências e habilidades desenvolvidas pelos enfermeiros na prática gerencial como planejamento, liderança, gerenciamento de conflitos, trabalho em equipe, alocação de materiais e recursos, resiliência e tomada de decisão, sendo estes aspectos e conteúdos abordados durante a graduação em enfermagem sendo, portanto, inerentes a formação do enfermeiro sobressaindo-se então em relação a outros profissionais de saúde.
O planejamento e tomada de decisão também se destacam por nortear e influenciar na formulação e implementação de políticas públicas de saúde, identificando as necessidades da população a qual se destina e implementando as ações que serão adequadas no serviço, papel este de suma importância na atenção básica haja vista que esta tem grande foco na prevenção e promoção da saúde.
Portanto, é imprescindível que o enfermeiro seja um profissional que desenvolva suas melhores competências, com melhores formações e que as mantenha durante seu percurso profissional, e que a finalidade seja a melhora do desenvolvimento de seu papel como gestor refletindo em uma melhor qualidade da assistência prestada.
3. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei 7498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dá outras providências. Disponível em: http://www.corentocantins.org.br/eUpload/arquivos/8/Lei%20n%C2%BA%207.498.pdf. Acesso em 05 abr 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Disponível http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf. Acesso em 06 abr 2012.
BRITO, M.J.M; MONTENEGRO, L.C.; ALVES, M. Experiências relacionais de poder e gênero de enfermeiras-gerente de hospitais privados. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v.18, n. 5, 9p, 2010.
CIAMPONE, M. H. T.; KURCGANT, P. O ensino de administração em enfermagem no Brasil: o processo de construção de competências gerenciais. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília (DF), v. 57, jul-ago, 2004.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 311/07 de 08 de fevereiro de 2007. Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Disponível em: http://www.seet.org.br/upload/file/ca79c11d529ef3e39f2410d563c69995.pdf. Acesso em: 05 abr 2012.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http://novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 30 set 2013.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS. Deliberação nº. 176, de 06 de agosto de 2007. Baixa normas para definição das atribuições do Responsável Técnico. In: Legislação e Normas. Ano 12, n.1. Belo Horizonte, 2010. Disponível em: http://www.corenmg.gov.br/anexos/legislacao_normas_pb.pdf. Acesso em: 06 abr 2012.
CUNHA, I.C.K.O.; XIMENES NETO, F.R.G. Competências gerenciais de enfermeiras: um novo velho desafio? Texto Contexto Enferm. v. 15, n. 3, p. 479-82, 2006.
FELLI, V.E.A.; PEDUZZI, M. O trabalho gerencial em Enfermagem. In: KURCGANT, P. Gerenciamento em Enfermagem. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
FERNANDES, M. S. et al. A conduta gerencial da enfermeira: um estudo fundamentado nas teorias gerais da administração. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v. 11, n. 4, p. 161-167, 2003.FURUKAWA, P.O.; CUNHA, I.C.K.O. Perfil e competências de gerentes de enfermagem de hospitais acreditados. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v. 19, n. 1, 9p., 2011.
GRECO, R.M. Relato de experiência: Ensinando a Administração em Enfermagem através da Educação em Saúde. Rev Bras Enferm. v. 57, n. 4, p. 504-7, 2004.
MANENTI, S.A. et al. O processo de construção do perfil de competências gerenciais para enfermeiros coordenadores de área hospitalar. Rev Esc Enferm USP. v. 46, n. 3, p. 727-33, 2012.
PERES, A. M.; CIAMPONE, M. H. T. gerência e competências gerais do enfermeiro. Texto Contexto Enfermagem. Florianópolis, 2006.
RUTHES, R. M.; FELDMAN, L. B.; CUNHA, I. C. K. O. Foco no cliente: ferramenta essencial por competência em enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília (DF), v. 6, mar-abr, 2010.
MUNARI, D. B. e BEZERRA A. L. Q. Inclusão da competência interpessoal na formação do enfermeiro como gestor. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília (DF) jul-ago; 2004.
SANCHES, V.F.; CHRISTOVAM, B.P.; SILVINO, Z.R. Processo de trabalho do gerente de enfermagem em unidade hospitalar - uma visão dos enfermeiros. Esc. Anna Nery, v. 10, n. 2, p. 214-20, 2006. 7
SPAGNOL, C.A. Da gerência clássica à gerência contemporânea: Compreendendo novos conceitos para subsidiar a prática administrativa da enfermagem. R. gaúcha Enferm., v. 23, n. 1, p. 114-131, 2002.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
1. Cite e comente três competências para o desenvolvimento da gerência em enfermagem.
2. Comente sobre a gerência do cuidado e a gerência do serviço de enfermagem como atividade do enfermeiro.
3. Discorra sobre as diferentes conceituações de liderança e sobre a caracterização do líder e dos liderados.
4. O que significa “estilos de liderança”? Discorra sobre o primeiro estudo desenvolvido acerca do tema liderança.
5. O que é Modelo Contingencial de Liderança? E Estilo Gerencial 3D?
6. Escreva suas reflexões sobre o tema: “Poder e liderança”.
7. Segundo seu ponto de vista, como acontece a liderança na enfermagem?
8. Quais são as perspectivas para o futuro da gerência em Enfermagem? Comente.

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