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OAB XIX EXAME – 1ª FASE 
Direito Tributário – Aula 02 
Eduardo Sabbag 
1 
ESTUDO DO CTN – LEGISLAÇÃO 
TRIBUTÁRIA 
OAB – XIX EXAME - (AULA 2/4) 
(Aula 1: HI-FG-OT-LANÇ-SUSP.CT) 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 
TRIBUTÁRIAS 
PROF. EDUARDO SABBAG 
 
Decadência e Prescrição: pontos em 
comum. 
1. Causas de extinção do crédito 
tributário ( ); art. 156, V, CTN
2. Institutos jurídicos: lidam com a 
questão complexa do tempo; 
3. Objetivam manter a estabilidade 
das relações jurídicas; 
4. Geram o direito à restituição do tributo 
(decaído ou prescrito). 
5. Prazos quinquenais (lustro decadencial 
/ lustro prescricional): Súmula Vinculante 
. n. 8, STF
 
 
 
Súmula Vinculante nº 8 do STF declarou 
inconstitucional os artigos 45 e 46, da Lei 
nº 8.212/91, pois as normas relativas à 
prescrição e decadência têm natureza de 
normas gerais de direito tributário, sendo 
reservada a lei complementar. 
 
CONCEITO DE DECADÊNCIA 
É um instituto jurídico que demarca no 
tempo a perda do direito subjetivo de 
constituir o crédito tributário pelo 
lançamento. 
 Ideia = lançamento extemporâneo 
(a destempo) 
 
Linha do tempo: 
 
 
 
Revisão de “Lançamento Tributário” 
– conceito: Art. 142, CTN 
O lançamento é ato privativo do Fisco, 
sempre. O que pode ocorrer, em seu 
processamento, é um auxílio maior ou 
menor do contribuinte no ato de lançar. 
Vejamos, assim, as espécies de 
lançamento: 
 
Auxílio (maior ou menor) ou sem auxílio 
(contribuintes) 
Tipos de Lançamento: 
 
 
 
• Direto 
(ou de ofício ou ex officio); 
• Misto 
(ou por declaração) art. 147, CTN; 
• Por 
homologação (ou autolançamento) art. 
150, CTN. 
 Lançamento Direto, de Ofício ou 
Ex Officio (Art. 149 do CTN). 
 Lançamento Misto ou por 
Declaração (Art. 147 do CTN). 
 Lançamento por Homologação ou 
Autolançamento (Art. 150 do CTN). 
É imperioso repisar que a espécie de 
lançamento é determinada conforme o 
 do contribuinte no ato de lançar. auxílio
Vamos detalhar as espécies de 
lançamento: 
a) : é Lançamento Direto ou de Ofício 
aquele em que o Fisco, dispondo de 
dados suficientes para efetuar a 
cobrança, realiza-o, dispensando o 
auxílio do contribuinte. 
Exemplos: (lançamento de ofício, IPTU
por excelência), IPVA, autos de infração, 
taxas e contribuição de melhoria. 
b) Lançamento Misto ou : Por Declaração
é aquele representado pela ação 
conjugada entre o Fisco e o contribuinte, 
restando àquele o trabalho privativo de 
lançar. Nesse passo, o Fisco, não 
dispondo de dados suficientes para 
realizar o lançamento, conta com o 
auxílio do contribuinte que supre a 
deficiência da informação por meio de 
uma . declaração prestada
 
 
 
 
 
 
 
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Exemplos: o imposto de importação e o 
imposto de exportação. 
c) Lançamento por Homologação ou 
: é aquele em que o Autolançamento
contribuinte auxilia ostensivamente a 
Fazenda Pública na atividade do 
lançamento, cabendo ao Fisco, no 
entanto, realizá-lo de modo privativo, 
homologando-o, isto é, conferindo sua 
exatidão. 
 
Exemplos: ICMS, IR, IPI, ISS e a maior 
parte dos impostos, uma vez que tal 
lançamento compreende o maior volume 
de arrecadação. 
 
VISÃO GERAL SOBRE A 
DECADÊNCIA NO CTN 
(Art. 173, I, Art. 150, §4º) 
 
Decadência: Visão do STJ 
STJ = dois dispositivos que tratam do 
tema: 
 art. 
150, §4º, CTN – Regra Especial 
 art. 
173, I, CTN – Regra Geral 
Aplicação autoexcludente (ou se aplica 
um, ou se aplica outro) 
Qual artigo se aplica? 
 
Artigo 150, §4º, do CTN (regra especial) 
Tributos de lançamento por homologação 
(forma típica = antecipação do 
pagamento) 
Artigo 173, I, do CTN (regra geral) 
 
Tributos de Lançamento 
 
 
 
Ilustração (e terminologia) 
 
 
Quando se confrontam os comandos, há 
de se analisar o , neles dies a quo
previsto, para a contagem da decadência. 
O art. 173, I, CTN prevê como marco 
inicial o primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que o lançamento 
; já o art. 150, poderia ter sido efetuado
§4º, CTN prevê a . data do fato gerador
Analisando o primeiro marco, qual será o 
exercício em que o lançamento poderia 
ter sido efetuado? 
Parece-nos que é o exercício em que 
houver ocorrido o fato imponível, 
sinalizando que o prazo do art. 173, I, 
CTN é somente um pouco maior que o 
prazo de que cuida o art. 150, §4º, CTN, 
podendo dar ao Fisco, no máximo, 11 
(onze) meses a mais para efetuar o 
lançamento (caso o fato gerador tenha 
ocorrido em janeiro, é claro). 
 
CASO PRÁTICO 
Exemplo: O IPTU, relativo ao ano 2009, 
pode ser exigido até que data, por meio 
de lançamento? 
 Art. 173, I, CTN 
 IPTU (lançamento de ofício) 
Como é cediço, o IPTU é imposto lançado 
de ofício. Assim sendo, evidencia-se a 
necessidade de aplicação do art. 173, I, 
do CTN: cinco anos a contar do primeiro 
dia do exercício seguinte àquele em que 
o lançamento poderia ter sido efetuado. 
De acordo com o art. 173, I, do CTN, o 
prazo decadencial é de cinco anos, a 
contar do primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado. 
 
 2009.....................Exercício em que 
o lançamento poderia ter sido efetuado. 
 2010.....................Exercício 
seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado. 
 Primeiro dia do exercício 01.01.2010
seguinte: 
 
Contagem: “0” (zero) 
01.01.2011.....................Contagem: um ano 
01.01.2012.....................Contagem: dois 
anos 
01.01.2013.....................Contagem: três 
anos 
 
 
 
 
 
 
 
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01.01.2014.....................Contagem: quatro 
anos 
01.01.2015.....................Contagem: cinco 
anos 
É possível chegarmos a três conclusões: 
1. Se a autoridade fiscal vier até 
dezembro de 2014, isto é, até 31.12.2014, 
poderá haver lançamento, sem vício de 
decadência; 
2. Se a autoridade fiscal vier na data 
de 01.01.2015, já terá havido decadência, 
não se podendo falar em lançamento; 
3. Se a autoridade fiscal vier após a 
data 01.01.2015, maior perda de prazo 
terá havido, exsurgindo nítida a 
ocorrência da decadência. 
Macete: 
Art. 173, I, CTN: 
1º passo: pegue o ano do FG; 
2º passo: some 5 anos; 
3º passo: trabalhe com 31/12. 
Exemplos: FG (ICMS): maio de 2008 (falta 
de pagamento) AI deve ser lavrado até 
31-12-2013 
 
Outro exemplo: 
 
 
 
Macete: 
Art. 173, I, CTN: 
1º passo: pegue o ano do FG; 
2º passo: some 5 anos; 
3º passo: trabalhe com 31/12. 
Exemplos: FG (ICMS): março de 2010 
(falta de pagamento) AI deve ser 
lavrado até 31-12-2015 
O art. 150, §4º, CTN – A DECADÊNCIA DO 
DIREITO DE LANÇAR, COM O 
PAGAMENTO ANTECIPADO – RESSALVA 
À REGRA GERAL 
O artigo em apreço deverá ser aplicado 
nos casos de tributos lançados por 
homologação, em que houver a 
antecipação de pagamento. 
No lançamento por homologação, há uma 
antecipação de pagamento, permitindo-
se ao Fisco homologá-lo em um prazo 
decadencial de cinco anos, contados a 
partir do fato gerador. 
O transcurso in albis do quinquênio 
decadencial, sem que se faça uma 
conferência expressa, provocará o 
procedimento homologatório tácito, 
segundo o qual perde o Fisco o direito de 
cobrar eventual diferença. 
Art. 150 do CTN: (...) 
§ 4o Se a lei não fixar prazo à 
homologação, será ele de 5 anos, a 
; contar da ocorrência do fato gerador
expirado esse prazo sem que a Fazenda 
pública se tenha pronunciado, considera-
se homologado o lançamento e 
definitivamente extinto o crédito, salvo se 
comprovada a ocorrência de dolo, fraude 
ou simulação”. 
Imaginando queo fato gerador do ISS se 
dê em , com recolhimento do 06-07-2009
gravame em . 30-07-2009
Caso o Fisco queira rever o valor 
recolhido, deverá fazê-lo no prazo de 5 
, (cinco) anos a contar do fato gerador
isto é, de . Essa é a 06-07-2009
sistemática de cálculo – bastante 
simples, por sinal – imposta pelo artigo 
150, §4º, CTN. 
Observe que, antecipado o pagamento, 
inicia-se o prazo para o Fisco (I) 
homologar o pagamento ou (II) lançar de 
ofício o tributo cujo pagamento foi 
irregular (art. 149, V, CTN). 
Caso haja o transcurso “in albis” do 
lustro decadencial, não mais poderá o 
Fisco discordar do importe antecipado. 
Aplicação dos dispositivos: 
 
1. FG (ISS): abril de 2010 = 
antecipação do pagamento / AI (ISS) 
 agosto de 2015
 Decadência? 
 Gabarito: art. 150, §4º, CTN 
 Houve decadência 
 
2. FG (ISS): abril de 2010 = falta de 
pagamento / AI (ISS): agosto de 2015
 Decadência? 
 
 
 
 
 
 
 
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Macete: 
Art. 173, I, CTN: 
1º passo: pegue o ano do FG; 
2º passo: some 5 anos; 
3º passo: trabalhe com 31/12. 
Exemplos: FG (ICMS): maio de 2008 (falta 
de pagamento) AI deve ser lavrado até 
31-12-2013 
 
A RESSALVA: 
O art. 150, §4º, CTN deverá ser 
ressalvado, no seguinte caso: se houver 
prova da ocorrência de dolo, fraude ou 
simulação. 
Nesse caso, avoca-se a aplicação do art. 
173, I, CTN. 
 
CONCLUSÃO: quando não há 
pagamento, segundo a esteira do STJ, 
deve-se calcular o prazo de decadência a 
partir do art. 173, I, CTN. 
Caso não haja o pagamento antecipado, 
não há o que homologar e, portanto, 
caberá ao Fisco promover o lançamento 
de ofício, submetendo-se ao prazo do art. 
173, I, CTN. 
Tal entendimento encontra guarida na 
Súmula 219 do extinto Tribunal Federal 
de Recursos (Súmula 219 do TFR: 
“Não havendo antecipação do 
pagamento, o direito de constituir o 
crédito previdenciário extingue-se 
decorridos 5 (cinco) anos do primeiro dia 
do exercício seguinte àquele em que 
ocorreu o fato gerador.”) e no ERESP 
101.407/SP (abril de 2000). 
 
PRESCRIÇÃO 
1. CONCEITO: 
É o instituto jurídico que demarca, no 
tempo, a perda do direito à pretensão 
executória. 
 “ideia” = execução fiscal 
extemporânea (a destempo) 
 
 
DEFINITIVIDADE NA CONSTITUIÇÃO DO 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Quando isso ocorre? 
Art. 174, caput, CTN: indicação do termo 
a quo para a prescrição. 
 
 
 
Definitividade: “é a eficácia que torna 
indiscutível o ato” (Zelmo Denari) 
 Definitividade indica o momento de 
 
 
 
DOIS CASOS PRÁTICOS 
PRESCRIÇÃO - CASO 1 
AIIM (ICMS): novembro de 2009 
Contribuinte nada fez 
 
 
Execução Fiscal: janeiro de 2015 
Houve prescrição? 
Gabarito: 
Termo a quo art. 174, caput, CTN 
 
Termo a quo: 
 
 
PRESCRIÇÃO - CASO 2 
AIIM (ICMS): novembro de 2002 
Após quase 7 anos de disputa 
administrativa... 
Em março de 2009, foi prolatada a última 
decisão administrativa da qual não coube 
 
 
 
 
 
 
 
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mais recurso. (E ele perdeu) Execução 
Fiscal: janeiro de 2015. 
Gabarito: 
Art. 174, caput, CTN 
 
 
Esse último caso (Caso 2) ensina que 
Enquanto a exigibilidade do CT estiver 
suspensa, não se cogitará do termo a 
quo . da prescrição
 
DICA FINAL: 
A prescrição intercorrente: art. 40, §§ 2º e 
4º, da Lei nº 6.830/80 
Citação infrutífera no executivo fiscal 
1. O Juiz suspenderá o curso 
do processo da execução; (prazo de um 
ano) 
2. Com a manutenção do impasse, 
os autos deverão ir para o arquivo; 
3. Após 5 anos (prazo de prescrição 
intercorrente), o juiz, depois de ouvida a 
Fazenda, poderá, de ofício, decretar a 
prescrição intercorrente.) 
 
Muito obrigado! 
 #EstudeMais #EstudeSempre
Prof. Sabbag

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