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Projeto de Arquitetura e Urbanismo: Concepção e Elaboração UFS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Responsáveis: Elso de F. Moisinho Filho PROVA DIDÁTICA PARA DISCIPLINA DE PROJETO Projeto (lat, projectu) pode ser definido como “plano para a realização de um ato”; (Segundo o Dicionário da língua portuguesa Michaelis) “O que se tem a intenção de fazer; desígnio; intento; plano de realizar qualquer coisa”. “Estudo, com desenho e descrição, de uma construção a ser realizada” (Segundo o Dicionário Aurélio da língua portuguesa) DEFINIÇÕES: Projeto x Desenho Para se fazer entender, o projetista pode utilizar-se de diversos meios de expressão, dentre eles o desenho. Assim, “o desenho é a invenção de um objeto por meio de outro que o precede no tempo. O projetista opera sobre este primeiro objeto, o projeto, modificando-o até julgá-lo satisfatório. Em seguida, traduz suas características em um código adequado de instruções para que seja compreendido pelos encarregados da materialização do segundo objeto, o edifício ou a obra” (MARTINEZ, 2000, p.11) O modo de representar e especificar variou de acordo cm o passar do tempo, porem está condicionado a dois fatores: A separação entre projetistas e executores, fato que ocorre desde o Renascimento A complexidade do objeto projetado DEFINIÇÕES: Projeto x Desenho “Historicamente, plantas e especificações são dados recente. No passado aquele que fazia um desenho, em geral, o transmitia de forma direta para sua equipe de construção e o explicava mostrando diretamente o que deveria ser feito”. (Richard Neutra, Survival Though Design, 1952, p.292) É importante salientar que os modelos de representação (desenho e maquetes), são analógicos, uma vez que intuitivamente apresentam características análogas àquelas dos objetos e mostram “aspectos” parecidos quanto a forma visível, às relações geométricas, às dimensões em escala (Ver Umberto Eco, A estrutura Ausente). DEFINIÇÕES: Projeto x Desenho Representação analógica ≠ do objeto construído Contudo, de maneira geral, o projetista inventa (ou concebe) o objeto pouco antes ou concomitantemente ao momento em que o representa, em um processo de reavaliação constante do objeto idealizado e adequação da representação. O modo ou seqüência lógica utilizada pelo projetista, é denominada de método. DEFINIÇÕES: Desenho x Metodologia Se imaginássemos que a evolução do desenho: Croqui. Estudo preliminar Ante projeto Pré-executivo Executivo Como chegamos ao croqui ? DEFINIÇÕES: Desenho x Metodologia Como chegamos ao croqui ? Desenhar ≠ Conceber Estudos do processo criativo indicam pelo menos cinco tipos de heurísticas aplicadas na solução de projetos (ROWE, 1992; HEARN, 2003; in KOWALTOWSKI, 2006): (a) analogias antropométricas: baseiam-se no corpo humano e nos limites dimensionais; (b) analogias literais: uso de elementos da natureza como inspiração da forma; (c) relações ambientais: aplicação com maior rigor de princípios científicos ou empíricos da relação entre homem e ambiente, tais como clima da região, tecnologia e recursos disponíveis; (d) tipologias: aplicação de conhecimento de soluções anteriores a problemas relacionados, podendo-se dividir em modelos de tipos de construção, tipologias organizacionais e tipos de elementos ou protótipos;(funcionalista) e (e) linguagens formais: estilos adotados por grupos ou escolas de projetistas (academicista). DEFINIÇÕES: As premissas Como chegamos ao croqui ? Desenhar ≠ Conceber A pesar da diversidade de métodos projetuais, não existe o que possa ser considerada “verdade”. Contudo algumas premissas que acabam norteando a formação da invenção inicial, surgem constantemente no processo de concepção. Segundo MACIEL “há um programa a ser atendido, há um lugar em que se implantará o edifício, e há um modo de construir a ser determinado”. Para MAHFUZ (2006),a arquitetura de qualidade se faz com o programa, com o lugar e com a técnica, como também com o externo ao desafio projetual, gerando construções com identidade formal,caracterizadas pelo entendimento da relação entre as partes que compõem o todo compositivo. Como chegamos ao croqui ? Desenhar ≠ Conceber Mahfuz (2006) afirma também que, até meados do século XVIII, a boa arquitetura seria aquela que apresentasse um equilíbrio entre os três componentes da tríade vitruviana: solidez e adequação funcional, (esfera racional do conhecimento), e beleza, (esfera estética) ,significando o que, em tempos pré-modernos, estava centrado nas relações proporcionais e na aplicação das ordens clássicas ao exterior dos edifícios. E que “pode-se tentar uma redefinição dos aspectos essenciais da arquitetura por meio de um quaterno composto de três condições internas ao problema (programa, lugar e construção) e uma condição externa, o repertório de estruturas formais que fornece os meios de sintetizar na forma as outras três” (Mahfuz, 2006). DEFINIÇÕES: As premissas Como chegamos ao croqui ? Desenhar ≠ Conceber O programa – premissa relativa as necessidades funcionais e formais do objeto e interesses do usuário (contratante). O lugar – premissa referente ao entorno, natural ou construído. Construção – Sistema construtivo e aspectos composição arquitetônicas que atribui ao projeto uma inserção temporal DEFINIÇÕES: As premissas Condições internas ao projeto Àquelas três condições internas poderíamos também chamar de estimulantes da forma, pela sua presença constante, com maior ou menor intensidade, na origem e no desenvolvimento do processo projetual (MAHFUZ,2006). Condição externa O repertório de estruturas formais ou pertinência? “o repertório de estruturas formais que fornece os meios de sintetizar na forma as outras três” (MAHFUZ,2006). Desenhar ≠ Conceber DEFINIÇÕES: AS DECISÕES Condições internas e Externas ao projeto A partir das premissas anteriormente citadas e desenvolvidas nos próximos slides, o arquiteto tende a tomar decisões que resultarão em um partido arquitetônico. “No processo de projeto, a compreensão e interpretação de cada aspecto colocado como premissa exige por parte do arquiteto a tomada de sucessivas decisões. Cada uma dessas decisões é um ato racional, operado a partir do conhecimento específico do problema, relativizado pela experiência vivida do arquiteto e pelo momento em que se realiza o projeto”(MACIEL,2010). . DEFINIÇÕES: A CONCEPÇÃO Condições internas e Externas ao projeto Construção O lugar O programa SUBJETIVIDADE = ARCABOUÇO CULTURAL PARTIDO ARQUITETÔNICO DEFINIÇÕES: A CONCEPÇÃO Condições internas e Externas ao projeto “A aparente restrição que a delimitação clara de um campo de ação sobre o qual o arquiteto opera durante o processo de projeto não se constitui em eliminação da subjetividade, mas, pelo contrário, exige um direcionamento desta subjetividade como algo operativo sobre os problemas efetivamente colocados pelo mundo ao arquiteto “(MACIEL, 2010) Desenhar ≠ Conceber DEFINIÇÕES: A ARQUITETURA Assim, a partir “desse conjunto de premissas é elaborado graficamente em um desenho que opera como mediador entre a idéia do projeto e sua realização concreta” . O projeto a ser desenvolvido em sala de aula corresponde ao projeto de uma edificação com fins culturais. Tendo o tema denominada “Casa de Cultura” (P2 – 4° período) 1° fase: Entendimento sobre o assunto: Pesquisa e análise do tema e suas derivações (programa) Pesquisa sobre cultura, (perguntas orientativas) Pesquisa programa Pesquisa sobre referencias tipológicas Pesquisa sobre conceituação de arquitetos pré-definidos Seminário – Pesquisa de extensão 2° fase: Analise do entorno Relevo (topografia) Paisagem natural e construída Aspectos históricos, econômicos, cultural etc. Aspectos ambientais ( inclui também conforto ambiental) Acessos Elementos arquitetônicos e urbanísticos METODOLOGIA APLICADA EM SALA DE AULA UNIT O projeto a ser desenvolvido em sala de aula corresponde ao projeto de uma edificação com fins culturais. Tendo o tema denominada “Casa de Cultura” (P2 – 4° período) 3° fase: Desenvolvimento de ante projeto 3° fase A: Desenvolvimento da idéia Desenvolvimento do Conceito Desenvolvimento do partido arquitetônico através de Croquis de Plantas baixas, perspectivas e implantação Modelo tridimensional (maquete volumétrica) Detalhes que facilitem o entendimento do partido arquitetônico (livre) 3° fase B: Detalhamento do ante projeto Implantação, planta baixa, cortes, fachadas etc... Maquete volumetrica Apresentação e participação em exposição dos melhores METODOLOGIA APLICADA EM SALA DE AULA UNIT METODOLOGIA APLICADA EM SALA DE AULA UNIT CONJUNTO DE IDEIAS E CONCEITOS QUE PERMEIAM O USO: MODELO: “Estamos conscientes que a arquitetura em si não pode resolver os problemas sociais. Por isso acho correto propor-la como modelo, enquanto a estrutura social não for mais democratizada” (Ruy Ohtake, In Franpton). vcsprojetos@gmail.com Decepção na constatação de que a arquitetura não resolve os problemas sociais. Para Le Corbusier a arquitetura: Pura criação do espírito, e ferramenta para mudanças sociais e urbanas. Enquanto as coisas não acontecem, a arquitetura se prepara. Modelo: Estático a ser copiado Tipo: Dinâmico-progressista Flexível no tempo/espaço Tradicional Modernista Assemelha-se ao “tipo”- sedimentação e experimentação continuada numa realidade. Assemelha-se ao “modelo”- pela cristalização de formas, elementos e organização. É um ”Estilo”- uma nova metodologia e generalidade. PROXIMA AULA: METODOLOGIA FUNCIONALISTA “Typos”(GREG.) – MODELO, MATRIZ, IMPRESSÃO, MOLDE, FIGURA DE ALTO OU BAIXO RELEVO. (QUATREMERE DE QUINCY) Tipo: IMAGENS DE ALGO A SER COPIADO OU IMITADO. REGRA PARA O MODELO. MODELO: OBJETO A SER COPIADO “TUDO É PRECISO E DADO NO MODELO E TUDO É MAIS OU MENOS VAGO NO TIPO” (QUATREMERE DE QUINCY). Aplicação no ato projetual: “Incorporem em erro tanto aqueles que, em arquitetura,negam a validade da idéia de tipo não aceitando regras e se abandonando à vagueidade da fantasia, como aqueles que, numa visão curta e de mente estreita, aceitam a idéia de tipo mas confundem-na com a de modelo e portanto com uma imitação servil que destrói o sentimento e o espírito da idéia do tipo - que seria de fato, a da “imitação imaginativa” (QUATREMERE DE QUINCY). PROXIMA AULA: METODOLOGIA FUNCIONALISTA PROXIMA AULA: METODOLOGIA FUNCIONALISTA Aplicação no ato projetual: [1] Em seu conhecido texto "O Desenho" (aula inaugural pronunciada na FAU-USP em 1967), Vilanova Artigas identifica na palavra desenho "um conteúdo semântico extraordinário", inclusive porque inclui a idéia de desígnio, vontade. Afirma também que "ninguém desenha pelo desenho. Para construir igrejas há que tê-las em mente, em projeto". Artigas portanto vê no termo "desenho" a materialização do "projeto" e mais do que isso, vê no desenho um dispositivo capaz de auxiliar a suplantar o conflito entre arte e técnica. Embora suas palavras aparentemente se choquem com as definições ad hoc aqui empregadas, não me parece haver conflito de intenções. Em ambos os casos o desenho prossegue sendo valorizado como intrumento por excelência do pensar e do projetar arquitetônico que efetivamente só chega a realizar-se por seu intermédio. Cf. Artigas, J.B.Vilanova. "O Desenho" [in] Caminhos da Arquitetura. São Paulo, Livraria Editora Ciências Humanas, 1981, p.39-50. PROXIMA AULA: METODOLOGIA FUNCIONALISTA Aplicação no ato projetual: “Incorporem em erro tanto aqueles que, em arquitetura,negam a validade da idéia de tipo não aceitando regras e se abandonando à vagueidade da fantasia, como aqueles que, numa visão curta e de mente estreita, aceitam a idéia de tipo mas confundem-na com a de modelo e portanto com uma imitação servil que destrói o sentimento e o espírito da idéia do tipo - que seria de fato, a da “imitação imaginativa” (QUATREMERE DE QUINCY). OBRIGADO! AURELIO, O mini dicionário da língua portuguesa. 4a edição revista e ampliada do mini dicionário Aurélio. 7a impressão – Rio de Janeiro, 2002. POLITO, André, Michaelis Dicionário de Sinônimos e Antônimos, 11.ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 2002. KOWALTOWSKIi, Doris C. C. K. (et al) Reflexão sobre Metodologia de Projeto, Anais do ANTAC 2006. MACIEL, Carlos A., Arquitetura, Projeto e Conceito, Artigo n° 43 e 211, escrito para o site: www.vitruvius.com.br>acesso: 03 de 2010. MAHFUZ, E. 2006. Reflexões sobre a construção da forma pertinente. Acessado em: 18/09/2006, disponível em: http://www.vitruvius.com.br. BIBLIOGRAFIA * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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