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Giardíase O gênero Giardia inclui flagelados parasitos do intestino delgado de mamíferos, aves, repteis e anfíbios. A determinação das espécies de Giardia tem sido feita considerando-se o hospedeiro de origem e características morfológicas. Utilizando critérios morfológicos (principalmente o aspecto do corpo mediano existem 3 espécies: Giardia duodenalis ou (lambria ou intestinalis)- infecta mamíferos (inclusive humanos), aves e repteis. Giardia muris- infecta roedores, aves e repteis Giardia agilis- infecta anfíbios . Morfologia- Apresenta duas formas evolutivas: Trofozoíto- tem formato de pera com simetria bilateral. A face dorsal (lisa e convexa), Face ventral (côncava e possui uma estrutura semelhante a uma ventosa conhecida como disco ventral ou adesivo ou suctorial, o qual é formado por microtúbulos e microfilamentos, apresentando em sua volta uma franja ventrolateral. Além disso, esse disco é importante para a adesão do parasito a mucosa por meio de uma combinação de forças mecânicas e hidrodinâmicas. Apresenta ainda, uma ou duas formações paralelas, em forma de vírgula, conhecidas como corpos medianos). No seu interior (parte frontal) encontram-se 2 núcleos. Possui 4 pares de flagelos (anterior, ventral, posterior e caudal), os quais se originam de blefaroplastos ou corpos basais situados nos polos anteriores dos núcleos. Possui no citoplasma Golgi, ribossomos e RE, assim como vacúolos cuja função é a pinocitose de alimentos. Cisto- é oval ou elipsoide. Possui 2 ou 4 núcleos em seu interior, um número variável de fibrilas (axonemas de flagelos) e corpos escuros (forma de meia lua e situados no polo oposto aos núcleos). Ciclo biológico: G. lamblia é um parasita monóxeno com ciclo biológico direto, cuja via normal de infecção é a ingestão de cistos. O desencistamento é iniciado em meio ácido no estômago e completado no duodeno e jejuno (colonização pelos trofozoítos, lá ocorrerá multiplicação por divisão binária longitudinal- nucleotomia, duplicação das organelas e plasmotomia ). O ciclo se completa com o encistamento (no ceco, o qual é o principal local) do parasito e sua eliminação para o exterior. Dentro do cisto ocorre nucleossomia, podendo ele apresentar-se com 4 núcleos. Transmissão: Ingestão de cistos maduros, os quais podem ser transmitidos através: Ingestão de água sem tratamento e alimentos contaminados. Assim como, Cistos veiculados por moscas ou baratas, pessoa a pessoa, mãos contaminadas etc. Imunidade: Há evidências de desenvolvimento de imunidade protetora na giardíase, uma vez que anticorpos igG, igM e IGA anti-giardia tem sido encontrado no soro de indivíduos com giardíase. Sintomatologia: Há desde indivíduos assintomáticos (podem eliminas cistos por até 6 meses) e sintomáticos, os quais apresentam diarreia aguda e autolimitante e diarreias persistentes que muitas vezes não respondem ao tratamento específico. Esta ultima pode ser muitas vezes aguda (poucos dias) e crônica, a qual está associada a má absorção de gordura e nutrientes. Patogenia: A Giardia pode causar mudanças na arquitetura da mucosa intestinal, a qual pode apresentar-se completamente ou com atrofia parcial ou total das microvilosidades. Diagnóstico: Clínico- em crianças de oito meses a 10-12 anos a sintomatologia indicativa é esteatorréia, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite com ou sem emagrecimento e dor abdominal. Laboratorial- dá a certeza da doença quando a presença de: Cistos (fezes formadas) e Trofozoítos (fezes diarreicas). Imunológico- através de imunofluorescência indireta e método de ELISA. Epidemiologia: Encontrada em todo o mundo, principalmente entre crianças de oito meses a 10-12 anos, uma vez que essa faixa etária não tem muitos hábitos de higiene. Altas prevalências são encontradas nas regiões tropicais e subtropicais e entre pessoas de alto e baixo nível econômico. Profilaxia: Medidas de higiene pessoal, destino correto das fezes, proteção dos alimentos, tratamento da água. Além disso, é importante o tratamento precoce do doente, procurando também diagnosticar a fonte de infecção e tratá-la. Tratamento: Através de medicamentos como metronidazol, tinidazol entre outros. Quando o parasito apresenta resistência a terapêutica recomenda-se dar um intervalo de 5-10 dias para eliminação de medicamento e completar a terapêutica com outro. Deve-se evitar o consumo de álcool durante o tratamento.
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