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635298 TEXTO 4 O SIST DE SAÚDE BH

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TEXTO 2 - O SISTEMA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE
A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
O município conta com 146 Centros de Saúde (CS) que funcionam, em sua grande maioria, de 7 às 19 horas. O Programa Saúde da Família (PSF) tem 526 equipes, sendo cada equipe composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 2 auxiliares de enfermagem e, em média, 5 agentes comunitários de saúde (ACS). A distribuição das equipes de PSF não é uniforme sendo a média de 3,6 equipes por Centro de Saúde. O município tem 75% de cobertura do PSF, com 390.000 famílias assistidas e 1,7 milhões de habitantes cadastrados, com um total de 2.416 ACS.
O município possui 442 médicos de apoio nos Centros de Saúde, entre pediatras, clínicos e gineco-obstetras, além das especialidades de homeopatia, acupuntura e antroposofia. O atendimento odontológico é realizado por 237 equipes de saúde bucal (ESB).
As equipes de saúde da família realizam ações para o acolhimento dos usuários nos Centros de Saúde e desenvolvem ações de pré-natal, puericultura, prevenção de doenças (ex: prevenção de câncer de colo uterino e mama, vacinação), além do atendimento de demanda espontânea e programada aos adolescentes, adultos e idosos..
Os Centros de Saúde possuem Conselhos Locais de Saúde atuantes, mas nem sempre voltados para o planejamento e monitoramento das ações desenvolvidas pelas equipes de saúde. 
Em relação à saúde mental, o município tem implantadas 58 Equipes de saúde Mental e conta com sete CERSAM, um CERSAM-AD, um CERSAMI, nove Centros de Convivência.
Há 48 NASF, três Centros de referencia em Reabilitação, 16 Academias da Cidade e cerca de 150 profissionais capacitados em Lian Gong.
O município possui ainda com oito UPAs, cinco CEM, 13 Hospitais públicos, 12 Hospitais filantrópicos e 8 hospitais privados.
Em relação à alimentação dos sistemas de informação, os profissionais de saúde enviam os dados para o nível distrital que os consolida e os envia para o nível central da SMSA e este, por sua vez, envia para a Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde. Os profissionais de saúde dispõem de protocolos clínicos padronizados para algumas áreas/agravos que orientam o atendimento aos usuários. 
As equipes contam com um sistema de apoio (central de marcação de consultas, central de internação, transporte sanitário, dentre outros) que busca a integração dos Centros de Saúde com a atenção especializada e hospitalar, mas encontram dificuldade para viabilizar a integralidade do cuidado aos usuários e coordenar os fluxos e a atenção prestada em outros pontos de atenção.
A ATENÇÃO ESPECIALIZADA:
O agendamento para consultas especializadas é realizado pelos Centros de Saúde que cadastram sua demanda no sistema informatizado da SMSA (SISREG). Cada Centro de Saúde dispõe de uma cota por especialidade segundo o critério populacional e de vulnerabilidade social. Para acesso às consultas e exames especializados são considerados a ordem de cadastro no sistema, os critérios de prioridades definidos nos protocolos da SMSA e a situação clínica de cada paciente. Nos casos em que o paciente não pode aguardar em fila eletrônica, a unidade deve priorizar o seu agendamento encaminhando a solicitação fundamentada para o médico regulador da Central de Marcação de Consultas pelo mesmo sistema informatizado (SISREG). A maioria das especialidades médicas não tem demanda reprimida. O tempo médio de espera entre a solicitação e a realização da consulta especializada é menor que 60 dias. A taxa média de absenteísmo em consultas especializadas é de 25%, variando entre 20% e 50%, dependendo do centro de saúde.
Embora exista uma ficha de referência e de contra-referência, a contra-referência, via de regra, não retorna para o médico da atenção básica; 
APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO:
A SMSA conta com cinco laboratórios distritais e um laboratório municipal de patologia clínica que realizam 94% de todos os exames oriundos dos Centros de Saúde. O restante é constituído por exames solicitados com menor freqüência que são colhidos nas unidades e encaminhados à rede contratada. 
Cerca de 90% dos resultados estão disponíveis para impressão nas unidades em 72 horas e são exportados para o prontuário eletrônico. Exames com baixa demanda ou que exigem maior tempo para a realização tem prazo maior para finalização. 
A SMSA dispõe de uma relação padronizada de medicamentos municipais e consegue viabilizar os medicamentos de uso contínuo padronizados para os portadores de patologias crônicas.
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
A rede de atenção às urgências do SUS-BH é composta por oito Unidades de Pronto Atendimento – UPAs, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU e pelo Programa de Atenção Domiciliar – PAD.
As UPAs estão localizadas estrategicamente nos Distritos Sanitários e buscam proceder com cobertura de atendimento pré-hospitalar na área de abrangência de cada regional. Visando garantir agilidade e resolutividade, o “Acolhimento com Classificação de Risco” foi implantado em todas as Unidades de Urgência, contribuindo assim para realização de procedimentos de acordo com a real necessidade do usuário, considerando a urgência e complexidade de cada caso. 
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU é também um equipamento para atenção pré-hospitalar, sendo que o SUS-BH possui uma frota de 23 ambulâncias (cinco Unidades de Suporte Avançado – USA e dezoito Unidades de Suporte Básico – USB). 
O Programa de Atenção Domiciliar – PAD, objetiva acompanhamento pós alta das UPA’s e/ou dos hospitais da rede SUS-BH. Com estrutura operacional descentralizada nos Distritos, o PAD conta com 130 profissionais distribuídos em 18 equipes (médico, enfermeiro, assistente social)
ATENÇÃO HOSPITALAR:
A SMSA dispõe de uma Central de Internação (CINT) que regula as internações de todos os prestadores à exceção das portas de entrada de Pronto Atendimento que atualmente são somente públicas. Nestes serviços de Pronto Atendimento as internações são diretas e validadas a posteriori pela CINT. Nos demais serviços (inclusive de outros municípios, para os quais a solicitação é feita através da Central Macro de Regulação Estadual) a solicitação é feita à CINT que faz a busca de vaga nos Hospitais Conveniados e Contratados com o SUS-BH e solicita sua transferência.
A Rede Hospitalar Contratada e Conveniada com a SMSA/SUS-BH conta com 33 Hospitais sendo 1 Público Municipal, 10 Públicos Estaduais, 2 Públicos Federais, 12 Hospitais Filantrópicos e 8 Hospitais Privados, que totalizam 6272 leitos disponíveis para o SUS. 
A SMSA é referência e tem pactuação com diversos municípios de Minas Gerais o que representa 40% do total das internações realizadas em Belo Horizonte. Em 2008 foram realizadas 218.059 internações, sendo 125.802 ( 58% ) para munícipes de Belo Horizonte e as demais para outros municípios. 
Existe mecanismo para o retorno do paciente internado para o Centro de Saúde, com garantia de continuidade do cuidado quando necessário, e a responsabilidade dos Hospitais pelo acompanhamento deste egresso hospitalar enquanto for necessário.
OS INDICADORES DE SAÚDE:
Com relação aos indicadores, tem se observado, nos últimos anos os seguintes resultados:
- Saúde da Criança:
% de RN prematuros e de baixo peso, sífilis congênita, cobertura vacinal em menores de 1 ano, internações por pneumonia e desidratação na infância e o coeficiente de mortalidade infantil 
- Saúde da mulher:
cobertura de pré-natal foi de cerca de 90% em 2008, com captação de 74% das gestantes no primeiro trimestre; puerpério: apenas 32% das gestantes que fizeram o pré-natal realizaram no mínimo 1 consulta puerperal nos CS.
- Morbidade hospitalar:
taxas de internação (por 10 mil habitantes) por doenças isquêmicas do coração (de 43,4 para 34,7), doenças cerebrovasculares (41,4 para 28,4) e por insuficiência cardíaca (55,2 para 28,2).
- Mortalidade geral
Gráfico 1: Mortalidade Proporcional (%) segundo grupos etários, de acordo com o IVS em Belo Horizonte, 2000
.
Astaxas de Mortalidade Proporcional por principais grupos de causas, de 2003 a 2008, apresentam como primeira causa de óbito as Doenças Cardiovasculares (25,6%), seguida das Neoplasias (19%), Causas externas (12,8%) e Respiratórias (9,2%). As causas infecciosas e parasitárias não estão mais entre as principais, apontando a transição epidemiológica e o envelhecimento da população.
Esse cenário epidemiológico traz grandes desafios para a rede dos serviços de saúde da capital, principalmente para atenção ao paciente crônico. Uma análise epidemiológica, realizada através do estudo da carga das doenças no Estado de Minas Gerais mostra a seguinte composição: 15% por doenças infecciosas, 10% por causas externas, 9% por condições maternas ou perinatais e 66% por doenças crônicas.
São as iniqüidades nas condições de vida que realmente determinam todo o processo que leva ao surgimento das grandes desigualdades no território urbano e, portanto iniqüidades, (já que injustas e evitáveis) no estado de saúde de nossas populações. 
Diante do exposto, faz-se necessária a busca do equilíbrio entre as ações de promoção, prevenção e atenção à saúde e do atendimento a pacientes agudos e crônicos nas UBS.
A figura a seguir, apresenta um esquema sobre a orientação dos cuidados na Atenção Primária, 
	Esse esquema, que está baseado em estudos internacionais para organização do cuidado na Atenção Primária, apresenta as proporções entre promoção, prevenção (primária, secundária, e terciária) e ações assistenciais, em uma dada população de acordo com a história natural das doenças: população saudável, população em risco, doença estabelecida e doença com complicação. Podemos observar que as ações de promoção à saúde e prevenção primária são destinadas a toda população do território. A população em risco e com doença estabelecida são alvos da prevenção secundária e diagnóstico precoce. As ações assistenciais e de prevenção terciária são direcionadas para os indivíduos com doença estabelecida. 
Assim, a partir de uma população cadastrada em determinado território é possível quantificar e prever as ações para seus indivíduos e antecipar o planejamento das ações, inclusive assistenciais. Se associarmos a esse esquema os dados epidemiológicos, a prevalência e incidência das doenças na população, é possível programar o número necessário de atendimentos a pacientes com doenças crônicas estabelecidas.
Vários estudos e autores apontam que a abordagem usual, centrada no atendimento médico é pouco eficiente e efetiva para a condução dos casos de hipertensão arterial, por exemplo. Para essa patologia, parece ser muito mais recomendável uma condução interdisciplicinar do caso, com a participação de nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais, reduzindo assim o número de atendimentos médicos/ano para cada paciente. 
Referências Bibliográficas
ALMEIDA FILHO, Naomar. (2000) O conceito de saúde: ponto cego da epidemiologia. Revista. Brasileira de Epidemiologia. Vol3 nº 1-3. 
ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (2008) Implantação do Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde: Redes de Atenção à Saúde. Belo Horizonte, ESP-MG
MENDES, Eugênio Vilaça, et al. (1993). Distrito Sanitário. O processo social de mudanças das práticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo, Editora Hucitec.
______________________et al. (1998). A organização da Saúde no Nível Local. São Paulo, Editora Hucitec..
______________________et al. (2002). Os sistemas de serviços de saúde: o que os gestores devereriam saber sobre as organizações complexas. Fortaleza, Escola de Saúde Pública do Ceará. 
NAJAR, Alberto Lopes, org (1998). Saúde e espaço: Estudos Metodológicos e Técnicas de Análise. Rio de Janeiro, Editora FIOCRUZ.
REIS, Afonso Teixeira, et al. (1997), Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte, Reescrevendo o Público.. São Paulo, Xamã VM Editora e Gráfica Ltda,.
SILVA, Sílvio Fernandes, org (2008). Redes de Atenção à Saúde no SUS: o pacto pela saúde e redes regionalizadas de ações e serviços de saúde. Campinas, IDISA: CONASEMS.
STARFIELD, Bárbara (2002). Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília, UNESCO/Ministério da Saúde.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE (2007) 2º Seminário da Atenção Básica do SUS-BH, Avanços, Perspectivas e desafios do novo modelo em Belo Horizonte. Belo Horizonte, Livro de Resumos, Secretaria Municipal de Saúde.
TURCI, Maria Aparecida, org (2008) Avanços e desafios na organização da Atenção Básica à Saúde em Belo Horizonte – Belo Horizonte, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte:

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