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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE FÍSICA CAMPUS PONTA GROSSA ENGENHARIA QUÍMICA ALEXYA GARCIA BARBOSA ANGÉLICA S. B. HENRIQUE LISANDRA NERI BUENO SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS RELATÓRIO PONTA GROSSA 2014 1. OBJETIVOS Fazer um mapeamento das linha equipotenciais e das de força de um campo elétrico, através da simulação do caso eletrostático. 2. MATERIAIS Cuba Transparente 43x30 cm com 5 mm de líquido condutor (H2O) Dois Eletrodos Barra Dois Eletrodos Disco Eletrodo Anel Ponteira de Metal para medição Cabos (4 banana/banana com derivação) Fonte de Alimentação de Corrente Contínua Multímetro Digital (Voltímetro) Quatro folhas de papel milimetrado 3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Para a realização do procedimento, foram preparadas quatro configurações com os seguintes pares de eletrodos, cilindro-cilindro, cilindro-plano, plano- plano e plano-plano com um eletrodo anel no centro, cada um deles com cerca de 10cm de distância um do outro. Para cada uma das configurações foi feito um circuito onde os eletrodos foram conectados na fonte de alimentação pelos cabos banana/banana, um eletrodo no positivo e outro no negativo, e um multímetro foi conectado em paralelo com seu terminal negativo no terminal negativo da fonte de alimentação pela derivação, com um cabo banana/banana preto. Já no terminal positivo do multímetro, com o outro cabo banana/banana vermelho, foi colocada uma ponteira metálica para que as diferenças de potenciais fossem medidas. A cuba foi preparada com um papel milimetrado acoplado ao fundo da mesma, numerado e com as marcações onde cada eletrodo deveria ser posicionado (Figura 1). Todas as configurações já estavam desenhadas, porém para cada uma das configurações, um papel milimetrado foi colocado ao lado o qual foi numerado e onde foi desenhado somente o par de eletrodos que estavam sendo medidos no momento, nas exatas coordenadas dos mesmos no papel milimetrado da cuba. A mesma foi preenchida com água até que cobrisse os eletrodos cilíndricos, o multímetro foi ajustado na faixa de medição adequada (20) e por fim, a fonte de alimentação foi ligada em 10V para dar início ao experimento. Figura 1. Cuba preparada com papel melimetrado e configuração – eletrodos planos com eletrodo anel – montada. Com a ponteira, prosseguiu-se o experimento a fim de encontrar as equipotenciais. Como a simetria das equipotenciais é válida, ao encontrar um ponto, o simétrico em relação ao eletrodo também faz parte da equipotencial. Esses pontos foram encontrados e passados para o papel milimetrado referente ao par de eletrodos sendo estudados, exatamente onde a ponteira estava posicionada em relação ao papel milimetrado no fundo da cuba. No par de eletrodos cilindro-cilindro, foram encontradas as equipotenciais onde o multímetro marcava 3, 4, 5, 6, 7 e 8V e para cada equipotencial, foram encontrados 7 pontos. O maior números de pontos e de equipotenciais, se deve pelo fato das superfícies variarem mais conforme a distância varia. Os dados foram transferidos para o papel milimetrado assim como a polaridade dos eletrodos foram marcadas. No par cilindro-plano foram encontradas somente as equipotenciais onde o multímetro marcava 2, 4, 6 e 8V, foram encontrados 5 pontos para cada equipotencial e no par plano-plano foram encontradas as equipotenciais onde o multimetro marcava 4, 6 e 8V e para cada equipotencial, foram encontrados 3 pontos. O menor número de pontos deve-se pelo fato das equipotenciais não mudarem tanto de forma quando a distância varia, sendo que no caso do par plano com plano, as equipotenciais são paralelas aos eletrodos, com exceção nas pontas do eletrodo onde há uma deformação na superfície. Novamente os dados foram transferidos para o papel milimetrado assim como a polaridade dos eletrodos. Por fim, foi feito a configuração plano-plano com um eletrodo anel no centro, foram encontradas as equipotenciais de valor 4, 6, 8V, porém foram medidos um maior número de pontos nas proximidades do anel para que se pudesse obter dados suficientes para o objetivo do experimento. Foi medido também três pontos no interior do anel e os dados foram transferidos para o papel milimetrado com a polaridade dos eletrodos e com as conclusões tomadas sobre o anel metálico. Em todos os momentos, os materiais foram utilizados corretamente com o devido cuidado, tendo em vista que os aparelhos são extremamente sensíveis. Figura 2. Montagem do equipamento para determinar as linhas equipotenciais. 1 – Fonte ajustada em 1,0 Volt – Corrente Continua 2 – Multímetro 3 – Solução de liquido condutor (H2O) 4 – Cuba de Acrílico 5 – Eletrodos, placas e anéis 6 – Cabos 7 – Anel para ser colocado no centro da cuba. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados do experimento podem ser observados nos gráficos anexados no fim desse relatório. 4.1 Superfície Equipotencial com Cilindros (anexo 1) Ao mergulhar-se a ponteira verticalmente na água, mediu-se a diferença de potencial entre esta e os eletrodos, procurando valores de 3V, 4V, 5V, 6V, 7V e 8V. Aproximando-se do eletrodo negativo, a curva equipotencial tinha uma menor diferença de potencial que a curva equipotencial próxima a do eletrodo positivo, pois o eletrodo positivo tem um potencial maior (10V) que o eletrodo negativo (0V). Os eletrodos foram escolhidos para esse experimento porque são feitos de materiais condutores e de baixa resistência. Assim, podemos afirmar que há pouco movimento de cargas e, consequentemente, o potencial é o mesmo em toda a extensão do eletrodo, o que auxilia na medição do potencial da superfície. Pode-se observar também uma simetria em relação às linhas equipotenciais, que se aproximavam tanto do eletrodo positivo quanto do eletrodo negativo. Isso ocorre porque o meio condutor (água) é uniforme, homogênea e a cuba encontra-se na horizontal. Caso contrário, a distribuição de água não se daria de forma igualitária e haveria uma maior concentração de íons os locais de maior profundidade, causando uma menor resistência e um aumento de corrente. Nos locais mais rasos, ocorreria o inverso (aumento da resistência e diminuição da corrente). Essa variação de profundidade pode ser comparada com um dielétrico, na qual a ponteira e os eletrodos funcionariam como armaduras de um capacitor. Com a variação da profundidade (dielétrico), ocorreria a variação da capacitância, sendo mantida a ddp deste capacitor. Figura 3. Campo elétrico e linhas equipotenciais de eletrodos cilíndricos. 4.2 Superfície Equipotencial com um Eletrodo Plano e um Eletrodo Cilíndrico (anexo 2) Nessa parte do experimento, observou-se que as linhas equipotenciais se curvavam de acordo com a forma do eletrodo cilíndrico (positivo). Isso se dá porque as linhas equipotenciais tendem se formar de acordo com a forma geométrica do eletrodo. No experimento, mediram-se linhas equipotenciais de valores 2V, 4V, 6V e 8V, sendo que novamente a linha de maior potencial estava mais próxima do eletrodo positivo. 4.3 Superfície Equipotencial com dois eletrodos planos (anexo 3) Neste caso, observou-se que as linhas equipotenciais de 4V, 6V e 8V tendiam a formar uma linha reta (Figura 4), devido à geometria dos eletrodos. Figura 4. Linhas equipotenciais de dois eletrodos planos. 4.4 Superfície Equipotencial com dois eletrodos planos com eletrodo anel (anexo 4) Aqui, medindo-se o potencial dentro do eletrodo anel, pôde-se concluir que o mesmo era constante, com valor próximo de 5,8V e, consequentemente, o campo elétrico era nulo, o que pode ser observado no gráfico pela indução de cargas no anel. Issoocorre porque há uma blindagem do campo elétrico, que sai do eletrodo plano de carga positiva em direção ao eletrodo anel, que possui carga negativa em sua extremidade. Logo, há um cancelamento de cargas e, consequentemente, do campo elétrico. Medindo-se com a ponteira valores de 4V, 6V e 8V, traçaram-se as linhas equipotenciais, observando-se uma formação adequada a forma dos eletrodos (reta nas extremidades devido aos eletrodos planos e curvilínea no centro devido ao eletrodo anel). 5. CONCLUSÃO Através dos experimentos realizados e estudos anteriores, pôde-se concluir que, a partir da diferença de potencial medida pela multímetro em relação a dois ou mais eletrodos, é possível traçar linhas equipotenciais de uma configuração eletrostática, medindo-se pontos com o mesmo potencial e consequentemente podemos traçar as linhas de campo elétrico, pois sabemos que as mesmas são perpendiculares as linhas equipotenciais. Podemos notar que o potencial é constante em direção as placas, e observamos uma má simetria nos resultados, devido a erros experimentais realizados pelo analista como uma leitura imprecisa das coordenadas, isso pode ter ocorrido devido a refração da água utilizada na cuba, entre outros fatores. Uma solução para melhorar os resultados seria um líquido condutor que causasse menos difração, assim seria possível uma leitura mais precisa das coordenadas das linhas equipotenciais. 6. REFERÊNCIAS TIPLER, Paul Allen; MOSCA, Gene. Física: para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, c2009 HALLIDAY, R. W. Fundamentos de Física – Eletromagnetismo. 9 ed. – Rio de Janeiro: 2012
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