Direito Constitucional I - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (2)

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DIREITOS E DEVERES 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
1 - Introdução:  
A Constituição expressa uma preocupação quase obsessiva com a dignidade da pessoa humana e a sua preservação, foi a maneira que o constituinte encontrou de expressar seu desejo por uma sociedade mais justa e solidária. 
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2 - Classificação:  
Os direitos contidos no artigo 5º se classificam em: 
a) – direitos individuais: são aqueles que afetam ao indivíduo em particular, atuando em sua esfera pessoal, subjetivamente considerada; 
b) – direitos coletivos: são aqueles que amparam um grupo determinado ou determinável de pessoas que estejam ligadas um vínculo jurídico comum. Ex. liberdade de associação; 
c) – direitos difusos: são aqueles que dizem respeito a um grupo indeterminado ou indeterminável de pessoas que buscam a satisfação de um direito que é comum a todos. 
 
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3 – Diferenciação entre direitos e garantias individuais :
• Direitos: “Rui Barbosa, ao separar as disposições meramente declaratórias, que são as que imprimem existência legal aos direitos reconhecidos, 
• Garantias: e as disposições assecuratórias, que são as que, em defesa dos direitos, limitam o poder.” (Alexandre de Moraes) “As garantias consistem nas prescrições que vedam determinadas ações do Poder Público que violariam direito reconhecido. São barreiras erigidas para a proteção dos direitos consagrados.” (Manoel Gonçalves Ferreira Filho) 
Ex: art. 5º, X, CF
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3.1 – Crítica à diferenciação entre direitos e garantias individuais:
Ex: art. 5º, X, CF
Ex: art. 5º XXII 
Ex: art. 5º, VI (direito e garantia) 
Ex: art. 5º, XXXVII (juízo natural – direito X veda a instituição do juízo ou tribunal de exceção) 
“... Para diferenciar direitos e garantias, a interpretação do texto constitucional deve ter em foco o conteúdo jurídico da norma, se declaratório ou assecuratório, e não a forma redacional empregada.” (Luiz Alberto David Araujo) 
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3.2 – Garantias fundamentais:
• Princípio-Garantia (visam proteger o direito) 
Ex: art. 5º, XXXV, XXXVII, LIII, LIV, LV, LVI, LVII, CF
• Ações Constitucionais (garantias) 
Ex: arts. 5º, LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXII e 129, III, CF 
• Princípio-Garantia
Ex: arts. 16, 150, CF 
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Direitos 
representam por só por si certos bens 
são principais 
declaram –se 
São bens e vantagens prescritos na norma constitucional
Garantias 
destinam-se a assegurar a fruição desses bens 
 são acessórias
estabelecem-se 
São instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos direitos (preventivamente) ou prontamente os repara, caso violados
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4 – Subdivisão dos direitos individuais: 
4.1 - Associados à vida, igualdade (isonomia) e à liberdade): 
de locomoção (art. 5º, XV e LXVIII); 
de pensamento (art. 5º, IV, VI, VII, VIII e IX) 
de reunião (art. 5º, XVI) 
de associação (art. 5º, XVII a XXI) 
de profissão (art. 5º, XIII) 
de ação e princípio da legalidade (art. 5º, II) 
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4 – Subdivisão dos direitos individuais: 
4.2 - Associados à segurança:
direitos subjetivos (art. 5º XXXV e XXXVI) 
em matéria penal (art. 5º, XXXVII a LXVII) 
da intimidade e do domicílio (art. 5º X, XI e XII) 
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4 – Subdivisão dos direitos individuais: 
4.3 - Associados à propriedade:
em geral (art. 5º, XXII) 
artística, literária e científica (art. 5º, XXVII a XXIX) 
hereditária (art. 5º, XXX e XXXI) 
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4 – Subdivisão dos direitos individuais: 
4.4 - Associados à nacionalidade:
Vedação ao banimento (art. 5º, XLVII, ‘d’) 
Impossibilidade de extradição de nacionais (art. 5º, LI) 
Restrição à distinção entre brasileiros natos e naturalizados (art. 12, § 2º)
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5 – Análise dos direitos e deveres individuais e coletivos
Art. 5º e seus incisos da CF 
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Princípio da Igualdade (paridade, uniformidade) 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
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Princípio da Igualdade (isonomia) (arts. 3º, III, 5º caput e 7º, I e XIII, 14 caput, 37, I e II, 226, § 5º e 227, § 6º, CF) – Relatividade 
→ Corresponde à inadmissibilidade de diferenciações arbitrárias, exteriorizadas sob a forma de discriminação ou privilégio. 
→ Oração aos Moços, de Rui Barbosa, inspirado na lição de Aristóteles: “...tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades.” 
• caráter relativo 
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Princípio da Igualdade
→ igualdade jurídica ou formal
• igualdade na lei (legislador) e perante a lei (aplicadores da lei ao caso concreto) 
• quem são os iguais? Quem são os desiguais? 
• princípio da razoabilidade 
• as “classificações suspeitas” (art. 3º, IV, CF) 
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Princípio da Igualdade
→ igualdade material ou de fato
• a proteção das “minorias” (critério qualitativo – negros, mulheres) 
• a discriminação “revertida” ou positiva (as políticas compensatórias ou de ações afirmativas) 
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Princípio da Isonomia Processual (igualdade) (art. 125, I, CPC)
 Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe:
 I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
 → (Nelson Nery Júnior) conceitua como “o direito que têm os litigantes de receberem idêntico tratamento pelo juiz” (AMARAL). Ou seja, ambas as partes devem gozar das mesmas faculdades e oportunidades processuais oferecidas. 
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Princípio da Igualdade e Isonomia 
→ Princípio da Igualdade e Isonomia
Ex: arts. 3º, I, III e IV; 4º, VIII; 5º, I, XXXVII, XLI e XLIII; 7º, XX, XXX, XXXII e XXXIV; 12, §§ 2º e 3º; 14, “caput”; 19, III; 23, II e X; 24, XIV; 37, I e VIII; 43, “caput”; 146 – 145, § 1º; 183, § 1º, 226, 5º; 231, § 2º, todos da CF. 
→ Diferenciações: 
Ex: arts. 5º, L; 7º, XVIII e XIX; 143, §§ 1º e 2º; 201, § 7º, I e II e § 8º, todos da CF. 
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Princípio da Igualdade e Isonomia
→ Ações afirmativas / medidas de compensação: 
PROUNI – Programa Universidade para todos;
Indicação de mulher ao STF (Ellen Gracie – posse em 2000) 
Indicação de negro ao STF (Joaquim Barbosa – posse em 2003) 
Política de quotas 
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Princípio da Legalidade 
Art. 5º - ................................................................
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
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Princípio da Legalidade
→ Consiste na subordinação ou sujeição das pessoas, órgãos e entidades aos preceitos emanados do Poder Legislativo. 
 ▪ Visão no regime de direito privado: a legalidade decorre da inexistência de proibição em regra jurídica, de forma que os administrados podem fazer tudo aquilo que não é proibido. 
 ▪ Visão no regime de direito público: a legalidade deflui da existência de permissão em regra jurídica, de modo que a administração podefazer tudo aquilo que é permitido. 
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Proibição da tortura 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
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Proibição da tortura 
• prática da tortura (crime hediondo) 
• uso legítimo de algema não é arbitrário (princípio da razoabilidade/proporcionalidade) 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS 
Da liberdade de locomoção 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;