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DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO OU (DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO) Considera-se pagamento, e extingue-se a obrigação, o deposito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais. Conforme o (art. 334. CC) A consignação é o depósito judicial ou extrajudicial feito em pagamento de uma dívida. Modo indireto de se libertar-se o devedor da sua obrigação da coisa devida. Trata-se de um instituto colocado a disposição do devedor para que possa adimplir a prestação mesmo que tenha obstáculos ao recebimento criado pelo credor ou quaisquer outras circunstância impeditivas do pagamento. Pela letra da lei pode ter como objetos bens moveis e imóveis relacionada com uma obrigação de dar. A consignação libera o devedor do vinculo obrigacional isentando-se dos riscos e de eventual obrigação os juros moratórios ou multa contratual. A consignação não pode ser relacionada com obrigação de fazer ou não fazer. ( Flavio Tartuce ) Os casos legais em que se justificam a consignação – art. 355 CC A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente e receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Se o credor, sem justa causa, recusar receber o pagamento ou dar quitação na devida forma, hipótese em que se configura mora accipiendi. Nesta condição o devedor não é obrigado a efetuar a consignação (Silvio Rodrigues), mas abre-lhe a lei tal faculdade. Se o devedor sem que nada o justifique depositar o objeto da prestação, em vez de pagar diretamente ao credor, o depósito será julgado improcedente e o pagamento não ocorrerá, sofrendo o depositante as consequências de seu ato desastroso. O pagamento em consignação tem força de cumprimento se concorrentes em relação as pessoas, ao objeto, ao modo e tempo, todos os requisitos de validade. Cabe ao juiz verifica-los. Se o devedor consigna coisa diversa ou não efetua o pagamento total devido não estará cumprindo exatamente a obrigação, por esta razão o credor não pode ser compelido a receber. Excepcionalmente pode a consignação ser requerida pelo credor. Tal se dá quando a divida se vence pendendo litígio entre credores que se pretendam mutuamente excluir. A consignação deve ser efetuada no lugar do pagamento, trata-se de importante regra, principalmente nos sistemas que exigem o deposito judicial, pois firma a competência do juiz para conhecer da ação. Quando julgada procedente, as despesas correm por conta do credor, caso contrário, cabe ao devedor paga-las. O pagamento feito em deposito judicial pelo devedor vale a partir da ação decidida a seu favor. SUB-ROGAÇÃO É uma modalidade de pagamento, designando substituição de uma coisa por outra com os mesmos ônus a atributos, caso em que se tem sub-rogação real, ou substituição de uma pessoa por outra, que terá os mesmos direitos a ações daquela, hipótese em que se configura a sub-rogação pessoal de que trata o Código Civil no capítulo referente ao pagamento com sub-rogação. Da-se sub-rogação pessoal quando a divida de alguém é paga por outrem. Pagando-a o terceiro adquire o crédito. Extingue-se a obrigação mas o devedor não se libera pois passa a dever ao terceiro com se o credor tivesse cedido o crédito. Há duas espécies de sub-rogação pessoal: Sub-rogação legal – opera de pleno direito nos casos taxativamente previstos no código civil independentemente de manifestação da vontade dos interessados a até mesmo contra a vontade do devedor ou do credor. Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Sub-rogação convencional – resulta do acordo de vontades entre credor e o terceiro que paga sem ser interessado no sentido em que a palavra empregada na teoria do pagamento. As duas variantes na sub-rogação convencional são: por iniciativa do credor, que procura, com ou sem conhecimento do devedor, uma pessoa que, pagando seu crédito, assuma sua posição na relação negocial; por iniciativa do devedor, que obtém de outrem, com ou sem ciência do credor, um empréstimo da importância necessária para satisfazer o débito, convencionando a sub-rogação do mutuante na posição do credor originário Art. 347. A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito. Legal ou convencional, a sub-rogação produz duplo efeito. Liberatório ou seja, o débito que existia para com o credor original e translativo o que significa que a relação obrigacional é transferida para o novo credor. O devedor desobriga-se para com o credor originario, mas os direitos se transferem para quem pagou. Passando a dever outra pessoa. Com o pagamento, transferem-se ao sub-rogado todos os direitos ações, privilégios e garantias de que desfrutava o originário credor. A sub-rogação pode ser parcial, "o credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever" (CC, art. 351). Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. DAÇÃO DO PAGAMENTO É um acordo feito entre credor e devedor. O credor não pode ser obrigado a receber coisa diversa da que constituiu objeto da prestação. Não pode haver imposição do devedor em pagar algo diferente do devido. Porém, a substituição é permitida com sua anuência. Essa substituição chama-se de dação do pagamento. Não é a extinção da obrigação e sim um meio supletivo. O credor não recebe a coisa devida mas se satisfaz, correspondendo, por conseguinte, ao modo normal de cumprimento. Para que haja a dação é necessário que a coisa seja dada em substituição da prestação devida e que o credor a aceite em pagamento. Exemplos clássicos são: devo dinheiro e pago com uma TV, um livro, uma casa, etc. O efeito que a ação em pagamento produz é a extinção do credito, qualquer que seja o valor da coisa dada a substituição. Não importa que valha mais ou menos de que a quantia devida ou a coisa que deveria ser entregue. Se valer menos, o credor não poderá exigir a diferença, se valer mais o devedor não tera direito de exigir a restituição do excedente. Mas, se o credito for inexistente, impõem-se a devolução da coisa entregue ou do seu valor. A dação de pagamento é contrato translativo, consentindo em receber coisa que não seja dinheiro. Regido pelas regras do contrato de compra e venda. Possui cinco requisitos para o alcance de seus efeitos: a) Existência de um débito vencido; b) Animus solvendi; c) Diversidade do objeto oferecido em relação ao devido; d) Concordância do credor na substituição; Não se confunde dação de pagamento com dação por causa de pagamento ou dação em função de pagamento. Este instituto trata de negocio jurídico destinado a facilitar ao credor a realização doseu interesse, com o qual o devedor assume nova divida. A divida antiga so é extinta quando paga a nova. Referencias RAFAEL MENEZES - Direito das Obrigações. Disponível em: http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/direito-das-obrigacoes/4/aula/14 Direito Civil – Obrigações. Disponível em: http://www.ceap.br/material/mat0302201403211.pdf PAULO SERGIO NAKAMICHI LUZ - Do Adimplemento das Obrigações. Disponível em: http://direitofb.blogspot.com.br/2012/05/do-adimplemento-e-extincao-das.html Obrigações/ Orlando Gomes, Revista Atualizada e aumentada, de acordo com o Código Civil de 2002, por Edvaldo Brito – Rio de Janeiro, Forense, 2009. Direito Civil, v.2: direito das obrigações e responsabilidade civil/ Flavio Tartuce; 5.ed - Rio de Janeiro: Forense – São Paulo: METODO, 2010.
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