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Aula 05 Direito Comercial para Concurso SEFAZ

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CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ
Professor Wangney Ilco 
Aula 05
1
www.pontodosconcursos.com.br
AULA 05 - Princípios da teoria geral dos contratos mercantis. Tipos
contratuais mercantis. O regime jurídico da livre iniciativa. Disciplina
jurídica da concorrência. Livre iniciativa, concorrência desleal e
infrações da ordem econômica. O CADE. Propriedade industrial.
Patentes e registros. Aplicabilidade do Código Civil e do Código de 
Defesa do Consumidor. O comércio eletrônico. 
Olá pessoal! 
Como estão todos? Está chegando o dia de nossa prova. Vamos manter o foco e
a concentração, ok? 
Nesta aula de hoje, necessitei utilizar questões de outras bancas (CESP, ESAF e
FCC), como forma de complementar a aula e apresentar um conteúdo mais
abrangente e completo sobre os assuntos desta aula. O estilo de questões é um
pouco diferente das questões de nossa banca, certamente. Porém, o importante
é o conteúdo dos dispositivos legais apresentados em cada comentário. OK? 
Então, vamos às questões! 
Carpe Diem 
“Você dá o seu melhor não porque você precisa
impressionar as pessoas, você dá o seu melhor porque
essa é a única maneira de você gostar do que faz.”
Andrew Matthews 
 
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AULA 05 - Princípios da teoria geral dos contratos mercantis. Tipos contratuais
mercantis. O regime jurídico da livre iniciativa. Disciplina jurídica da
concorrência. Livre iniciativa, concorrência desleal e infrações da ordem
econômica. O CADE. Propriedade industrial. Patentes e registros. Aplicabilidade 
do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor. O comércio eletrônico.
Bem, antes de começarmos a aula de hoje, como sugestão de uma aluna no
fórum, apresentarei novamente o esquema sobre a Sociedade Simples e
Empresária da aula 01, visto que o esquema da página quatro e cinco ficou um
pouco prejudicado após a formatação para PDF, ok? 
Vamos iniciar nossa aula de hoje! 
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS MERCANTIS 
As questões sobre contratos mercantis ou empresariais em provas da FGV são
basicamente sobre um determinado tipo de contrato mercantil. Por isso é desta
forma que apresentarei esta aula. Irei fazer comentários sobre os diversos tipos
de contratos que a nossa banca já cobrou em prova, OK? 
Porém, como o contrato mercantil é um negócio jurídico bilateral e esta parte é
tratada no Direito Civil, gostaria que o leitor revisse os conceitos pertinentes a
esta parte da disciplina do Direito Civil. Blz? Vamos ao que interessa. 
SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
Sociedade Simples Sociedade Anônima (S/A) 
Sociedade Cooperativa Sociedade em Comandita por Ações 
Sociedade em Nome Coletivo 
Sociedade em Comandita Simples 
Sociedade Limitada 
 
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1. (ICMS RJ 2008.1) O contrato celebrado entre uma sociedade de
arrendamento mercantil, titular de bem móvel, que se obriga a entregar
o bem objeto do contrato ao arrendatário, pessoa natural ou jurídica,
mediante o respectivo pagamento das prestações determinadas e com a
incumbência de prestar assistência técnica permanente durante o prazo
acordado, denomina-se: 
(A) lease-back. 
(B) leasing operacional. 
(C) leasing financeiro. 
(D) leasing puro. 
(E) leasing de retorno. 
Esta questão trata do contrato de arrendamento mercantil; também chamado
de leasing. 
O arrendamento mercantil (leasing) pode ser entendido como um negócio
jurídico no qual o titular da propriedade do bem móvel ou imóvel cede à
pessoa jurídica ou natural, o uso e gozo da posse direta do bem objeto da
avença, por prazo certo e determinado. Em termos gerais, seria um contrato
de locação com opção de compra ao final. 
Neste sentido, o art. 1º da Resolução BACEN 2.309/96 dispõe que as operações
de arrendamento mercantil somente podem ser realizadas por pessoas 
ARRENDADOR (A)
“LOCADOR” – é a pessoa jurídica autorizada a
exercer o arrendamento do bem, segundo as
especificações do arrendatário.
ARRENDATÁRIO (A)
“LOCATÁRIO” – é a pessoa física ou jurídica que
usa o bem objeto do leasing e adquirido pelo
arrendador.
 
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jurídicas que tenha como objeto principal de sua atividade a prática de
operações de arrendamento mercantil, pelos bancos múltiplos com carteira
de arrendamento mercantil e pelas instituições financeiras que estejam
autorizadas a contratar operações de arrendamento com o próprio vendedor do
bem ou com pessoas jurídicas a ele coligadas ou interdependentes. 
A Lei 6.099/74 define o leasing para efeitos tributários de forma restritiva, de
tal sorte que o contrato para ser considerado leasing deve seguir as normas
estabelecidas por ela, caso contrário será considerado apenas um contrato de
locação com opção de compra ao final, sendo tratado como uma compra e
venda a prazo. 
Art. 1º da Lei 6.099. O tratamento tributário das operações de arrendamento
mercantil reger-se-á pelas disposições desta Lei. 
Parágrafo único - Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o
negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa
física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento
de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso
próprio desta. 
Art. 11 § 1º da Lei 6.099. A aquisição pelo arrendatário de bens arrendados em
desacordo com as disposições desta Lei, será considerada operação de compra
e venda a prestação. 
Assim, ao final do contrato, o arrendatário tem a possibilidade de exercer três
alternativas: 
1- Devolver o bem à empresa de arrendamento mercantil; 
2- Renovar o contrato por novo prazo determinado; 
3- Optar pela compra do bem mediante o pagamento residual estipulado no
contrato. 
Sem que haja a possibilidade de exercício de uma dessas opções, não há que se
falar em leasing. 
Vejamos as modalidades de leasing: 
 
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Leasing financeiro – é a modalidade mais conhecida de arrendamento
mercantil. Pode ser conhecido como Leasing Puro ou Clássico. Suas
características são as seguintes: 
¾ O bem objeto do arrendamento é indicado e especificado pelo
arrendatário. 
¾ As contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos
pelo arrendatário, devem ser suficientes para que a arrendadora recupere
o custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e,
adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos. 
¾ As despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado são de responsabilidade do
arrendatário. 
¾ O preço para o exercício da opção de compra pode ser livremente
pactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado. 
¾ O valor residual é inexpressivo para efeito de opção de compra pelo
arrendatário, já que o custo inicial da arrendadora para adquirir o bem é
alto e por isso suas prestações devem ser suficientes para que recupere o
valor deste custo. 
Leasing operacional – é a modalidade em que: 
¾ As contraprestações a serem pagas pelo arrendatário contemplem o custo
de arrendamento do bem e os serviços inerentes à sua colocação à
disposição do arrendatário, não podendo o total dos pagamentos da
espécie ultrapassar 75% (setenta e cinco por cento) do custo do bem
arrendado. O bem pertence à arrendadora. 
¾ As despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidadedo bem arrendado podem ser de responsabilidade da
arrendadora ou do arrendatário. 
¾ O valor residual é expressivo para efeito de opção de compra pelo
arrendatário, pois as parcelas do contrato não são tão elevadas, visto que
sua soma não poderá ultrapassar o valor de 75% do custo do bem. Esse
valor residual corresponde ao valor de mercado do bem, conforme art.
6%, I e III da resolução 2309/96 do BACEN. 
 
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Lease-back (ou leasing de retorno) - Ocorre quando a instituição financeira
adquire o bem do próprio arrendatário, que passa a alugar o mesmo com as
mesmas opções do contrato de leasing financeiro. Nestes casos, a propriedade
do bem, que antes era do arrendatário, passa a ser do arrendante e este o dá
em locação ao primeiro. É uma forma de obter capital sem se desfazer do bem. 
Self-leasing (ou leasing consigo mesmo) – é a modalidade onde o contrato de
arrendamento mercantil se dá entre empresas do mesmo grupo financeiro.
Seria, basicamente, uma operação entre empresas coligadas ou
interdependentes. 
Bem, para finalizar esta introdução, é importante ressaltar que é vedada
operação contratual de arrendamento mercantil com: 
1. Pessoas físicas e jurídicas coligadas ou interdependentes; 
2. Administradores da entidade arrendadora e seus respectivos cônjuges
e parentes até o segundo grau; 
3. O próprio fabricante do bem arrendando. 
Portanto, essas operações serão consideradas, para efeitos tributários, como de
compra e venda a prestação, conforme já vimos no art. 11, §1º da Lei 6099/74
apresentada acima. Só para reforçar, este diploma legal, também, dispõe que
“Não terá o tratamento previsto nesta Lei o arrendamento de bens contratado
entre pessoas jurídicas direta ou indiretamente coligadas ou interdependentes,
assim como o contratado com o próprio fabricante.” (art. 2º). 
Agora, retornemos a nossa questão: O contrato celebrado entre uma sociedade
de arrendamento mercantil, titular de bem móvel, que se obriga a entregar o
bem objeto do contrato ao arrendatário, pessoa natural ou jurídica, mediante o
respectivo pagamento das prestações determinadas e com a incumbência de
prestar assistência técnica permanente durante o prazo acordado, denomina-
se:. 
Como podemos perceber, o enunciado desta questão é
confuso e nada esclarecedor, pois quem possui o encargo de
prestar assistência técnica? A sociedade arrendadora ou o
arrendatário? Se for a arrendadora, o leasing é operacional, já
que nesta modalidade a incumbência de prestar assistência
técnica pode ficar ou com a sociedade arrendadora ou com o
arrendatário (art. 6º, II, da Res. BACEN 2309/96). 
 
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E se for o arrendatário o responsável pela assistência técnica do bem? Neste
caso, precisaríamos de mais dados no enunciado, pois no leasing financeiro,
este encargo fica com o arrendatário. Porém, no operacional, o arrendatário
poderá ter, também, o encargo de prestar assistência técnica. 
Desta forma, a resolução desta questão ficou prejudicada pelo enunciado. Ou
seja, há uma duplicidade de interpretação para muitos e que gerou diversos
recursos na época. Porém, a banca manteve o gabarito e considerou como
sendo a modalidade de leasing financeiro (letra C) a alternativa correta. 
Em minha opinião, a resposta mais condizente com a leitura atenta e
interpretativa do enunciado seria leasing operacional (letra B). Acredito, assim
como alguns professores, que esteja claro pelo enunciado que a incumbência de
prestar assistência técnica é da sociedade arrendadora. Além disso,
analisando as alternativas eliminaríamos de “bate – pronto” as letras A e E, pois
lease-back é o mesmo que leasing de retorno. Assim como, as letras C e D, já
que o leasing financeiro também pode ser conhecido como o leasing puro
(alerto o leitor para o fato de que esta similaridade de denominação poderá não
ser o entendimento de nossa banca, embora de fato tal semelhança seja de
conhecimento no meio jurídico). Assim, somente nos restaria a letra B (leasing
operacional). 
Enfim, o fato é que a banca manteve o gabarito e precisamos saber bem a
diferença entre as modalidades de contrato de arrendamento mercantil, OK?
Que tal lermos outra vez estes comentários!? 
Gabarito oficial: letra C 
2. (ICMS RJ 2009) A respeito do contrato de arrendamento mercantil, é
correto afirmar que: 
LEASING
FINANCEIRO
LEASING
OPERACIONAL
Assistência técnica
Assistência técnica
ARRENDATÁRIO
ARRENDADORA OU
ARRENDATÁRIO
 
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(A) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG)
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, transformando-o
em compra e venda a prestação. 
(B) a cobrança antecipada do Valor Residual |Garantido (VRG) não
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. 
(C) é proibido o pagamento antecipado de Valor Residual Garantido
(VRG). 
(D) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve
necessariamente ser adquirido pelo arrendatário. 
(E) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve
necessariamente retornar à instituição financeira. 
Este é outro ponto acerca do contrato de arrendamento mercantil. A questão
trata, basicamente, do Valor Residual Garantido (VRG). Antes de definirmos o
que vem a ser o VRG, devemos ressaltar que tal cláusula somente é possível na
modalidade de leasing financeiro conforme a Res. 2309/96 do BACEN. 
Art.7º. Os contratos de arrendamento mercantil devem ser formalizados por
instrumento público ou particular, devendo conter, no mínimo, as especificações
abaixo relacionadas: (...) 
VII- as despesas e os encargos adicionais, inclusive despesas de assistência
técnica, manutenção e serviços inerentes à operacionalidade dos bens
arrendados, admitindo-se, ainda, para o arrendamento mercantil
financeiro: (...) 
a) A previsão de a arrendatária pagar valor residual garantido em qualquer
momento durante a vigência do contrato, não caracterizando o pagamento do
valor residual garantido o exercício da opção de compra; (...) 
Prosseguindo, o VRG é a obrigação assumida pelo arrendatário no momento da
celebração do contrato de leasing significando que o valor residual do bem será
antecipado pelo arrendatário de tal forma que o VRG será diluído no decorrer do
contrato, independentemente do exercício da opção de compra. De outra forma,
o VRG seria uma espécie de depósito em favor do arrendador, o qual será
utilizado posteriormente. Portanto, caso o arrendatário decida pela compra do
bem ao final do contrato, ele poderá utilizar deste VRG para adquirir o bem.
Caso não faça a opção pela compra, este depósito servirá para garantir o valor
mínimo do bem estipulado pelas partes no contrato. 
 
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Bem, pessoal. Já vimos o que seria o VRG. Agora devemos saber que esta
questão tem fundamento na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
(STJ). Aqui faço um alerta sobre a importância de estudarmos as súmulas do
STJ e STJ para a nossa prova de Direito Empresarial. Temos várias questões,
nas quais nossa banca cobra o conhecimento de súmulas, tanto do STF quando
do STJ. Portanto, em nossa última aula apresentarei as súmulas do STF e STJ
que julgo importantes para a nossa prova, OK? 
Pois bem, retornemos a nossa questão. 
O entendimento da doutrina e do STJ acerca da possibilidade de antecipar o
pagamento do valor residual do bem em um contrato de arrendamento
mercantil era no sentindo de que “A cobrança antecipada dovalor residual
(VRG) descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, transformando-o
em compra e venda a prestação”. Este é o teor da súmula 263 do STJ. Porém,
este entendimento foi revisto e mudado. A súmula 263 foi cancela e uma nova
súmula foi editada: a súmula 293. 
Desta forma, em um contrato de arrendamento mercantil a intenção das partes
em contratar prevaleceu no âmbito do Superior Tribunal de Justiça. Ou seja,
considerou-se insignificante para a caracterização de um contrato de
arrendamento mercantil, a estipulação de preço simbólico para a opção de
compra do bem arrendado, bem como o pagamento antecipado do valor
residual. 
Assim, a única alternativa condizente com o atual entendimento sobre a
questão do valor residual garantido é a letra B. 
Gabarito: letra B 
3. (Fiscal da Receita Estado do Amapá 2010) A respeito dos contratos
de arrendamento mercantil (leasing) é correto afirmar que: 
Súmula 293 do STJ. A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG)
não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. 
 
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(A) ainda que haja cláusula resolutiva expressa no instrumento
contratual, é necessária a notificação prévia do arrendatário para
constituí-lo em mora. 
(B) a previsão de cláusula resolutiva expressa no instrumento
contratual exclui a necessidade de notificação do arrendatário para
constituí-lo em mora. 
(C) é nula de pleno direito a cláusula resolutiva expressa. 
(D) a cláusula que determina a obrigatoriedade da compra do bem pelo
arrendatário ao final do prazo contratual é essencial para configurar
contrato como de arrendamento mercantil. 
(E) apenas pessoas jurídicas podem figurar como partes neste tipo
contratual. 
A alternativa correta desta questão é a letra A, que apresenta o teor da súmula
369 do STJ, datada de fevereiro de 2009. Consequentemente a letra B está
incorreta. 
Lembremos que a cláusula resolutiva é aquela que tem como consequência a
extinção do contrato quando verificada a ocorrência de determinado ato. 
Portanto, observemos da súmula acima que a cláusula resolutiva no contrato de
leasing não é nula (letra C incorreta), sendo permitida. 
A letra D está incorreta porque é opcional a compra do bem pelo arrendatário
no final do prazo do contrato para configurar a operação como leasing. Assim,
não há esta obrigação, já que o arrendatário tem outras opções ao final do
contrato. 
Súmula 369 do STJ. No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda
que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do
arrendatário para constituí-lo em mora.
 
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Como já vimos, o contrato de arrendamento mercantil se caracteriza como um
negócio jurídico realizado entre uma pessoa jurídica (arrendadora) e uma
pessoa física ou jurídica (arrendatária), no qual o objeto do contrato é o
arrendamento de bens móveis ou imóveis, adquiridos pela arrendadora, de
acordo com as especificações exigidas pela arrendatária e cedidos para uso
próprio desta. No final do contrato, portanto, a arrendatária poderá fazer a
opção de compra, pagando o valor residual, se houver. Ainda, poderá devolver
o bem ou renovar o contrato de arrendamento. Logo, uma pessoa física
também poderá fazer parte do contrato de arrendamento mercantil na condição
de arrendatário, tão somente. Desta forma, a letra E está incorreta. 
Gabarito: letra A 
4. (ICMS RJ 2008.1) Em relação ao contrato de alienação fiduciária em
garantia, assinale a alternativa correta. 
(A) A busca e a apreensão de bem alienado fiduciariamente não
constituem processo autônomo e dependem de procedimento posterior. 
(B) Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se
achar na posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do
pedido de busca e apreensão, em ação de depósito, em autos
separados. 
(C) No caso de inadimplemento da obrigação garantida em alienação
fiduciária, o proprietário fiduciário somente poderá vender a coisa a
terceiros e aplicar preço da venda no pagamento do seu crédito e das
despesas decorrentes da cobrança, entregando ao devedor o saldo
porventura apurado, se houver, desde que autorizado judicialmente. 
(D) No contrato de alienação fiduciária em garantia, a mora do devedor
fiduciante decorre do simples inadimplemento da obrigação (mora ex
re), e deve ser comprovada pelo autor da ação de busca e apreensão,
por carta registrada expedida por intermédio de Cartório de Títulos e
Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor. 
(E) O Código Civil regula a propriedade fiduciária de coisa móvel
fungível. 
 
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O contrato de alienação fiduciária em garantia é aquele pelo qual ocorre a
transferência de propriedade de um bem móvel durável ou imóvel ao credor
para assegurar o cumprimento de uma obrigação, sob condição resolutória nos
termos das hipóteses previstas em contrato. Em outras palavras, o fiduciante
(devedor) aliena ao fiduciário (credor) a propriedade de um bem de seu
patrimônio, para garantir o cumprimento de suas obrigações, de tal forma que
o credor tem apenas o domínio resolúvel e a posse indireta do bem, sendo que
o devedor é o depositário e possuidor indireto desse bem. Quando o pagamento
da dívida for realizado, o devedor passará a ter a plenitude da posse do bem
que foi dado em garantia. 
Bem, a alienação fiduciária é regulada pelo decreto-lei 911/69 (aspecto
processual) e lei 9.514/97 (art. 22 a 33, quando o objeto é bem imóvel). O CC
nos artigos de 1.361 a 1.368 trata do assunto também, mais precisamente
sobre a propriedade fiduciária de bem móvel infungível. O art. 66-B da Lei nº 
4.728/65 trata do contrato de alienação em garantia quando celebrado no
âmbito do mercado financeiro e de capitais, bem como em garantia de créditos
fiscais e previdenciários. 
A) Incorreta em razão do art. 3°, §8° do DL 911/69. 
Art 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou
terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a qual será
concedida Iiminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do
devedor
§ 8o A busca e apreensão prevista no presente artigo constitui processo
autônomo e independente de qualquer procedimento posterior. 
B) Incorreta, pois o pedido de conversão do processo de busca e apreensão em
ação de depósito se dá nos mesmos autos (art. 4° do DL 911). 
Art. 4 º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na
posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do pedido de busca e
apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma prevista no
Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil 
 
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Aqui, precisamos fazer algumas observações. 
Após a comprovação da mora ou inadimplemento do devedor, será concedida
liminarmente em favor do credor fiduciário a busca e apreensão do bem
alienado fiduciariamente. Então, cinco dias após a execução dessa liminar, a
propriedade e posse plena passarão para o credor fiduciário. Porém, e se o bem
em questão não for encontrado? 
Neste caso, nos termos do art. 4º do DL 911/65 acima apresentado, a ação de
busca e apreensão poderá ser convertida em ação de depósito. Acontece que,
esta ação de depósito está regulada pelo Código de Processo Civil e, desta
forma, poderia acarretar a prisão civil do devedor. 
No entanto, tal prisão civil não é mais possível nos termos do entendimentodo
STF e STJ. Temos, inclusive, a edição da súmula vinculante nº 25 neste sentido. 
C) Incorreta nos termos do art. 2° caput do DL 911/69. Não há previsão de
autorização judicial neste caso. 
Art 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas
mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a
terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou
qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em
contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu
crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver. 
D) Esta é a nossa resposta. Está baseada no disposto no art. 2° §2° do DL
911/69. Além disso, baseia-se na súmula 72 do STJ, que determina a
necessidade de comprovação da mora para iniciar a busca e apreensão. Por
mora ex re, podemos entender a mora por inadimplência na data do
vencimento. 
Súmula Vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer
que seja a modalidade de depósito.
 
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Art. 2° § 2º A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá
ser comprovada por carta registada expedida por intermédio de Cartório de Títulos e
Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor 
E) Incorreta, pois o CC regula a propriedade fiduciária de coisa móvel
infungível, nos termos de seu art. 1.361. 
Art. 1.361 do CC. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível
que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. 
Gabarito: letra D 
5. (ICMS RJ 2011) Com relação à alienação fiduciária em garantia,
analise as afirmativas a seguir: 
I. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor
torna-se proprietário do bem alienado e seu possuidor direto. 
II. Não se admite a alienação fiduciária em garantia de bens imóveis. 
III. No contrato de alienação fiduciária, não se admite cláusula que
autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento. 
Assinale: 
(A) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(C) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(D) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
Súmula 72 do STJ. A comprovação da mora é imprescindível à
busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente. 
 
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I – Incorreta. Conforme já comentamos, em um contrato de alienação fiduciária
em garantia, o devedor detém a posse direta e é o depositário do bem alienado
fiduciariamente. Já o credor fiduciário, possui a propriedade e a posse indireta
do bem. Neste sentido, disciplina o Código Civil. Vejamos. 
Art. 1.361, § 2o. Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o
desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa. 
II – Incorreta. Também, já comentamos que tanto bem móvel quanto imóvel
são objetos do contrato de alienação fiduciária em garantia. A Lei 9.514/97
regula o tema. 
CAPÍTULO II 
Da Alienação Fiduciária de Coisa Imóvel 
Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual
o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao
credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. 
III – Correta, nos termos do artigo 1.365 do Código Civil. 
Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a
coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. 
Portanto, está correta a alternativa (D). 
Gabarito: letra D 
6. (ICMS RJ 2011) Com relação à representação comercial autônoma,
analise as seguintes afirmativas. 
I. Para o exercício da atividade de representante comercial autônomo é
necessário o prévio registro no Conselho Regional dos Representantes
Comerciais. 
 
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II. O contrato de representação comercial passou a ser regido pelo
Código Civil, revogando- se a Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965,
que regulava, em sede especial, as atividades dos representantes
comerciais autônomos. 
III. O representante comercial autônomo faz jus ao recebimento da
comissão quando for feito o pagamento dos pedidos ou propostas. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Segundo o Prof. Fabio Ulhoa Coelho, “contratos de colaboração empresarial
relacionados ao escoamento de mercadorias são aqueles em que um dos
contratantes (empresário colaborador) se obriga a criar, consolidar ou
ampliar o mercado para o produto do outro contratante (empresário
fornecedor). 
Assim, teremos duas formas de contratos de colaboração empresarial: por
intermediação e por aproximação. No contrato por intermediação, ocorre a
compra do produto pelo colaborador com a finalidade de revenda (concessão
mercantil e distribuição-intermediação). Já no contrato de colaboração
empresarial por aproximação, o colaborador se obriga a encontrar empresários
interessados em adquirir os produtos do fornecedor (mandato, comissão
mercantil, agência, distribuição-aproximação e representação comercial
autônoma). 
Desta forma, o contrato de representação autônoma é uma modalidade de
contrato de colaboração empresarial na forma de aproximação e está previsto
na Lei nº 4.886/65, sendo, por isso, uma espécie de contrato típico. 
Pelo contrato de representação comercial autônoma, o representante comercial
se obriga, mediante remuneração, a realizar negócios mercantis obtendo
pedidos e propostas de compra de produtos fabricados ou comercializados pelo
representado. O representante comercial não pratica atos comerciais em nome
do fornecedor representado, ou seja, o representado não fica obrigado pelos 
 
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atos praticados pelo representante comercial. Além disso, não há qualquer
vínculo contratual de trabalho entre o representante comercial e representado;
o vínculo deve ser empresarial. 
Ainda, é obrigatório o registro prévio do representante comercial no Conselho
Regional dos Representantes Comerciais (art. 2º da Lei 4.886/65). O não
cumprimento desta obrigação acarretará em sanções administrativas, tão
somente. Neste ponto, é importante salientarmos a inconstitucionalidade, já
declarada pela jurisprudência, do art. 5º da Lei 4.886/65, que reza que
“Somente será devida remuneração, como mediador de negócios comerciais, a
representante comercial devidamente registrado.”. Desta forma, o
representado não poderá alegar que o representante estaria irregular perante o
Conselho Regional para a não remuneração de seus serviços, o que implicaria
em enriquecimento ilícito do representado. 
O contrato de representação comercial dever ser escrito e, nos termos do art.
27 da Lei 4.886/65, deve conter obrigatoriamente algumas cláusulas. 
Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e
outros a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente: 
a) condições e requisitos gerais da representação; 
b) indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto darepresentação; 
c) prazo certo ou indeterminado da representação; 
d) indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação; (Redação
dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992); 
e) garantia ou não, parcial ou total, ou por certo prazo, da exclusividade de zona
ou setor de zona; 
f) retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação, dependente
da efetiva realização dos negócios, e recebimento, ou não, pelo representado, dos
valôres respectivos; 
g) os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com exclusividade; 
h) obrigações e responsabilidades das partes contratantes; 
i) exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado; 
j) indenização devida ao representante pela rescisão do contrato fora dos casos
previstos no art. 35, cujo montante não poderá ser inferior a 1/12 (um doze avos)
do total da retribuição auferida durante o tempo em que exerceu a representação.
(Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
 
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Retornemos a nossa questão! 
I – Correta. Conforme já comentamos, o registro do representante comercial é
obrigatório no Conselho Regional dos Representantes Comerciais. 
Art. 2º É obrigatório o registro dos que exerçam a representação comercial
autônoma nos Conselhos Regionais criados pelo art. 6º desta Lei. 
Parágrafo único. As pessoas que, na data da publicação da presente Lei,
estiverem no exercício da atividade, deverão registrar-se nos Conselhos
Regionais, no prazo de 90 dias a contar da data em que êstes forem instalados. 
II – Incorreta. A Lei 4.886/65 não foi revogada e continua em vigor. 
III – Correta, conforme disciplinado no caput do art. 32. 
Art. 32. O representante comercial adquire o direito às comissões quando
do pagamento dos pedidos ou propostas. (Redação dada pela Lei nº 8.420,
de 8.5.1992)
§ 1° O pagamento das comissões deverá ser efetuado até o dia 15 do mês
subseqüente ao da liquidação da fatura, acompanhada das respectivas cópias das
notas fiscais. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) 
§ 2° As comissões pagas fora do prazo previsto no parágrafo anterior deverão ser
corrigidas monetariamente. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) 
§ 3° É facultado ao representante comercial emitir títulos de créditos para
cobrança de comissões. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
§ 4° As comissões deverão ser calculadas pelo valor total das mercadorias.
(Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
§ 5° Em caso de rescisão injusta do contrato por parte do representando, a
eventual retribuição pendente, gerada por pedidos em carteira ou em fase de
execução e recebimento, terá vencimento na data da rescisão. (Incluído pela Lei
nº 8.420, de 8.5.1992)
§ 6° (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) 
§ 7° São vedadas na representação comercial alterações que impliquem, direta ou
indiretamente, a diminuição da média dos resultados auferidos pelo representante
nos últimos seis meses de vigência.(Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
Portanto, a letra C é a nossa resposta. 
Gabarito: letra C 
 
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7. (JUIZ DO TRABALHO – 13a REGIÃO/1995) O contrato de compra e
venda mercantil torna-se perfeito e acabado: 
(A) quando as partes acordam na coisa, no preço e nas condições
estabelecidas; 
(B) com a entrega da coisa; 
(C) com o pagamento do preço total; 
(D) com o pagamento de 50% (cinqüenta por cento) do preço; 
(E) com o pagamento de 75% (setenta e cinco por cento) do preço. 
Dentre outras classificações, o contrato poderá ser real ou consensual. Será
real, quando o contrato somente se efetivar com a entrega da coisa acordada
na avença. Como exemplo, temos o penhor e o depósito. 
Já o contrato consensual, estará realizado no momento da declaração de
vontade das partes. Enquadra-se neste tipo, o contrato de compra e venda. 
Bem, o tema desta questão é o contrato de compra e venda mercantil. Este
contrato está previsto no CC (arts. 481 a 532). 
O contrato de compra e venda mercantil é aquele pelo qual um dos
contratantes se obriga a transferir para o outro a propriedade de certa coisa,
mediante o pagamento de certa importância. É um contrato consensual, já
que a partir do momento em que as partes celebrarem o acordo, o
contrato estará realizado, mesmo sem o bem ter sido entregue ainda. 
Ressalta-se que para ser caracterizado como um contrato mercantil, o contrato
de compra e venda necessita ser celebrado entre empresários e ter como objeto
mercadoria destinada ao processo produtivo ou revenda ou locação. 
Bem, retornado a nossa questão, concluímos que a resposta correta é a letra A,
pois o contrato de compra e venda mercantil é consensual e não se subordina a
qualquer evento posterior. 
Gabarito: letra A 
8. (AUDITOR DA PREFEITURA DO RECIFE ESAF/2003) Em relação a um
contrato de compra e venda: 
 
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(A) pode ser celebrado em relação à coisa futura, mantendo-se íntegro,
mesmo que a coisa vendida venha a não existir; 
(B) a responsabilidade pelos riscos da coisa passa do vendedor para o
comprador apenas quando se faz a entrega efetiva da coisa vendida; 
(C) a obrigação do comprador somente surge após a entrega da coisa
pelo vendedor; 
(D) quando feito a prazo, a propriedade da coisa somente passa para o
comprador após o pagamento da última parcela; 
(E) se a coisa vendida apresenta defeito após a entrega, somente cabe
ao comprador pedir abatimento do preço. 
A) Como vimos, o contrato de compra e venda mercantil é consensual, ou seja,
estará realizado desde o momento da celebração do acordo entre as partes.
Este tipo de contrato poderá ter como objeto coisa atual ou futura. Porém, caso
a coisa vendida venha a não existir, ele se tornará SEM EFEITO. 
Portanto, devemos entender que como o contrato de compra e venda mercantil
é consensual, ele se mantém íntegro, porém sem efeito quando a coisa futura
vendida venha a não existir. Certo? MANTÉM-SE INTEGRO, PORÉM SEM EFEITO. 
Alternativa está correta, nos termos do art. 483, CC. 
B) Em um contrato de compra e venda mercantil a responsabilidade do
vendedor é: 
¾ Transferir o objeto do contrato; 
¾ Responder por vícios; 
¾ Responder por evicção. 
A definição do momento da tradição do bem para o comprador é importante
para estabelecer os direitos e deveres das partes. 
Pelo art. 492 do CC, os riscos da coisa correm por conta do vendedor e os do
preço pelo comprador ATÉ O MOMENTO DA TRADIÇÃO. Devemos ter em mente
que o significado de TRADIÇÃO da coisa não é o mesmo de entregar a coisa.
Não é mesmo. Por tradição, podemos entender como o ato de transferir
determinado bem móvel do patrimônio de uma parte para a outra. 
 
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Desta forma, pode ocorrer que o bem já foi transferido para a propriedade do
comprador, porém encontra-se na posse ainda do vendedor, ou de terceiro,
como o transportador ou na posse de algum armazém, pelo fato de considerar-
se que a tradição já foi realizada. 
Portanto, o erro da questão é considerar que “apenas quando se faz a entrega
da coisa vendida” é que a responsabilidade dos riscos da coisa passa do
vendedor para o comprador; quando o correto seria dizer que é no momento da
tradição. 
C) Pelos mesmos motivos expostos na letra B, esta alternativa também está
incorreta. 
D) Incorreta, pelo motivo de que o contrato de compra e venda mercantil é
consensual e o momento da tradição é quevai definir quando a transferência da
propriedade do bem vai se realizar. 
E) A responsabilidade por vícios na coisa vendida é a segunda obrigação do
vendedor. Se o comprador entregar a coisa imprópria para o uso de acordo com
o que o comprador poderia esperar, seja por deficiência na qualidade ou
quantidade, configura-se o vício. Está contido neste caso, também, quando o
bem apresentar valor menor que acordado, mesmo sem defeito algum. 
Desta forma, o comprador poderá optar por: 
¾ Desfazer o negócio (ação redibitória); ou 
¾ Exigir redução proporcional do preço do bem (ação estimatória ou quanti
minoris). 
O comprador terá o prazo decadencial de 30 dias para apresentar sua opção
quando o bem apresentar vícios, contados: 
¾ Do recebimento do bem, quando o vício for manifesto; 
¾ De sua manifestação, quando o vício for oculto. Sendo que, o prazo
decadencial máximo neste caso é de 180 dias da entrega; 
Portanto, esta alternativa encontra-se incorreta, já que o comprador também
poderá optar pela ação redibitória. 
 
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Gabarito: letra A 
9. (JUIZ FEDERAL FCC/2002) O não-recebimento da circular de oferta
de franquia pelo candidato a franqueado no mínimo dez dias antes da
assinatura do contrato, do pré-contrato ou do pagamento de taxas ao
franqueador ou pessoa a ele ligada: 
(A) permite a resolução imotivada do contrato de franquia, a qualquer
tempo, por parte do franqueado; 
(B) permite ao franqueado a argüição de anulabilidade do contrato de
franquia, com a devolução das quantias pagas ao franqueador e a
terceiros a título de taxa ou de royalties, bem como o pagamento de
perdas e danos; 
(C) faz nulas as cláusulas contratuais que impuserem vantagem
excessiva do franqueador sobre o franqueado; 
(D) assegura ao franqueado o direito de obter judicialmente a revisão
das cláusulas e condições contratuais que lhe sejam desfavoráveis; 
(E) suspende a eficácia do contrato de franquia até que seja sanada a
irregularidade. 
A Lei 8.955/94 dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising). É
o contrato pelo qual uma das partes (franqueador) concede a outra parte
(franqueado) o direito de uso da sua marca ou patente. Ainda, há o direito de
distribuição exclusiva ou quase exclusiva de produtos e serviços, bem como o
direito eventual de uso de tecnologia de implantação e administração de
negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado o vínculo
empregatício. 
As principais obrigações do franqueador são: 
¾ Fornecer ao interessado franqueado a circular de oferta de franquia,
contendo as principais informações sobre seu negócio e essenciais à
celebração do contrato; 
 
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¾ Descrição detalhada do contrato de franquia, do negócio e das atividades; 
¾ Indicação do que é efetivamente oferecido pelo franqueador ao
franqueado, em relação à supervisão, treinamento e orientação do
franqueado. 
As principais obrigações do franqueado são: 
¾ Pagamento da taxa de adesão; 
¾ Pagamento de uma porcentagem do faturamento; 
¾ Venda dos produtos exclusivos indicados pelo franqueador; 
¾ Venda de produtos conforme tabela de preços fornecida pelo franqueador. 
Bem, a resposta desta questão é a letra B nos termos do art. 4º da Lei 
8.955/94. 
Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a
franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-
contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo
franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este. 
Parágrafo único. Na hipótese do não cumprimento do disposto no caput deste
artigo, o franqueado poderá argüir a anulabilidade do contrato e exigir devolução
de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele
indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela
variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e
danos. 
Gabarito: letra B 
Livre iniciativa, concorrência desleal, infrações da ordem econômica.
CADE 
10. (ICMS RJ 2008.1) O Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) é um órgão judicante com jurisdição em todo o território
nacional. Com base na Lei 4.137/62, assinale a alternativa correta. 
 
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(A) O Cade é uma pessoa jurídica de direito privado com natureza de
empresa pública. 
(B) O mandato do Presidente do Cade é de dois anos, permitidas duas
reconduções. 
(C) O Cade poderá autorizar os atos que impliquem alienação de
controle e eliminação de concorrência de parte substancial do mercado. 
(D) As operações de fusão, cisão e incorporação prescindem de
autorização prévia do Cade. 
(E) Prescrevem em três anos as infrações da ordem econômica
contados da data da prática do ilícito ou, no caso de infração
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. 
A lei 4.137/62 mencionada no enunciado da questão foi
expressamente revogada pela lei 8.884/94, por este motivo a
questão foi anulada. Vale saber, que esta lei é também conhecida
como Lei Antitruste. 
No entanto, aproveitaremos a questão. Vamos respondê-la de
acordo com a nova lei. Porém, antes faremos uma pequena
introdução que julgamos necessária. 
Há duas formas de concorrência ilícita: a CONCORRÊNCIA DESLEAL e a 
INFRAÇÃO DA ORDEM ECONÔMICA. 
CONCORRÊNCIA DESLEAL – é reprimida em nível civil e penal, envolvendo
apenas os interesses particulares dos empresários concorrentes; não
compromete as estruturas da livre concorrência; aqui não há mecanismos de
repressão administrativa. Não é simples diferenciar a concorrência leal da
desleal, pois nos dois casos o empresário tem o objetivo de prejudicar os seus
concorrentes, para obter maiores lucros. Desta forma, a diferença entre a
concorrência leal e desleal reside no MEIO UTILIZADO para conquistar os
consumidores. 
Alguns doutrinadores dividem a concorrência desleal em específica e genérica. 
A CONCORRÊNCIA DESLEAL ESPECÍFICA se caracteriza pela tipificação
penal e civil por condutas lesivas aos direitos de propriedade intelectual de
empresários (marcas, patentes, título de estabelecimento, nome empresarial).
Ela se dá, basicamente, através de violação do segredo de empresa ou pela
indução do consumidor em erro, conforme afirma o Prof. Fabio Ulhoa Coelho. 
 
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Neste caso, o art. 195 da lei 9.279/96 (Lei da Propriedade Industrial – LPI)
elenca as hipóteses de concorrência desleal específica, tipificadas como crime. 
A CONCORRÊNCIA DESLEAL GENÉRICA corresponde à responsabilidade
extracontratual; apenas em âmbito civil, com direito à indenização por
perdas e danos. Aqui, as práticas ilícitas são mais difíceis de serem descobertas.
Temos, como exemplos, a inobservância do padrão legal de qualidade e a
sonegação de tributos, possibilitando a prática de preços mais baixos. O art.
209 da LPI retrata o tema, ressalvando o direito a indenização civil por atos de
competição desleal, não tipificados como crime. Lembrando que, qualquer
meio inidôneo gera a responsabilidade civil por concorrência desleal. 
INFRAÇÃO DA ORDEM ECONÔMICA – é reprimida em nível civil, penal e
também administrativo, comprometendo as estruturas do livre mercado.
Caracterizada pelo abuso de poder. O art. 173,§ 4º da CF apresenta as
modalidades abusivas de exercício do poder econômico, sendo aquelasque
visem: à dominação do mercado, à eliminação da concorrência e ao aumento
arbitrário dos lucros. 
Art. 173. §4º da CF. A lei reprimirá o abuso do poder
econômico que vise à dominação dos mercados, à
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos
lucros. 
Ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, cabe a
repressão administrativa às infrações da ordem econômica. 
Inicialmente, o CADE foi criado pela lei 4.137/62, como órgão federal. A
lei 8.884/94 transformou o CADE em autarquia federal, vinculada ao Ministério
da Justiça, tendo sua sede no Distrito Federal e jurisdição nacional. O CADE
possui poder decisório sobre as infrações à ordem econômica, aplicando
as penalidades preconizadas em lei. 
A Secretaria de Direito Econômico - SDE auxilia o CADE na repressão às
infrações à ordem econômica, em âmbito administrativo. A SDE é um órgão
pertencente ao Ministério da Justiça com as funções de averiguações
preliminares e instauração de processos administrativos, que deverão ser
enviados ao CADE, para sua decisão definitiva. Importante ressaltar, que o
CADE detém competência vinculada ao caracterizar determinado ato como
infração à ordem econômica. Porém, poderá o CADE, ao aplicar a sanção, 
 
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atenuar ou deixar de aplicá-la, agindo de maneira discricionária, conforme arts.
27, 54 §1º e art. 58 da lei 8.884/94. 
A lei 8.884/94, além de transformar o CADE em autarquia, dispõe sobre a
prevenção e a repressão às infrações à ordem econômica. Devemos ter atenção
a esta lei, pois poderá ser tema de questões de nossa prova. Vamos então à
análise das alternativas, considerando a lei 8.884/94. 
A) O CADE é uma autarquia federal, conforme dispõe o art. 3º da lei 8.884/94.
Incorreta. 
Art. 3º O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão judicante
com jurisdição em todo o território nacional, criado pela Lei nº 4.137, de 10 de
setembro de 1962, passa a se constituir em autarquia federal, vinculada ao
Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal, e atribuições previstas
nesta lei. 
B) O mandato do presidente do CADE é de 2 anos permitida uma recondução,
conforme o art. 4º, §1º da lei 8.884/94. Incorreta. 
Art. 4º O Plenário do Cade é composto por um Presidente e seis Conselheiros
escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta anos de idade, de notório saber
jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovados pelo Senado Federal. (Redação dada pela Lei nº 
9.021, de 30.3.95)
§ 1º O mandato do Presidente e dos Conselheiros é de dois anos, permitida uma
recondução. 
C) Esta alternativa pode ser considerada como correta nos termos da nova lei,
pois os atos que impliquem alienação de controle e eliminação de concorrência
de parte substancial do mercado deverão necessariamente ser submetidos
à apreciação do CADE, que poderá autorizá-los, de acordo com o art. 54 e
parágrafos. A alternativa diz isso, que o CADE poderá autorizar. 
Lei 8.884/94. Art. 54. Os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam
limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência, ou resultar na
dominação de mercados relevantes de bens ou serviços, deverão ser
submetidos à apreciação do Cade. 
 
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§ 1º O Cade poderá autorizar os atos a que se refere o caput, desde que
atendam as seguintes condições: (...) 
D) Esta alternativa estaria correta. Os atos que devem ser submetidos à
apreciação do CADE são aqueles que visem a qualquer forma de
concentração econômica, nos termos do art. 54, §3º e de acordo com a
hipótese específica deste parágrafo. Logo, a cisão significando a operação
contrária da fusão, não estaria sujeita ao julgamento do CADE. A fusão e
incorporação tal qual está exposta na alternativa, de forma geral, não estaria
sujeita à apreciação do CADE, também. 
Portanto, como regra geral essas operações de concentração econômica
(fusão, cisão e incorporação) não necessitam de autorização do CADE;
ou seja, prescindem de autorização do CADE. Isso que dizer que, o CADE
aprecia as operações de concentração econômica especificamente prevista no
art. 54, §3º da lei 8.884/94. 
Lei 8.884/94. Art. 54. Os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam
limitar ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência, ou resultar na
dominação de mercados relevantes de bens ou serviços, deverão ser
submetidos à apreciação do Cade. 
§ 3o Incluem-se nos atos de que trata o caput aqueles que visem a qualquer
forma de concentração econômica, seja através de fusão ou incorporação de
empresas, constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou
qualquer forma de agrupamento societário, que implique participação de
empresa ou grupo de empresas resultante em vinte por cento de um mercado
relevante, ou em que qualquer dos participantes tenha registrado faturamento
bruto anual no último balanço equivalente a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos
milhões de reais). (Redação dada pela Lei nº 10.149, de 21.12.2000)
 
E) O art. 28 da lei 8.884 tratava da prescrição, mas foi revogado pela lei 
9.873/99, que estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva
pela Administração Pública Federal, direta e indireta. O art. 1º desta lei diz que
a prescrição é em 5 anos. 
Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública
Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar 
 
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infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. 
Gabarito preliminar: letra C. QUESTÃO ANULADA 
11. (ICMS RJ 2009) Não constitui infração à ordem econômica: 
(A) limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência
ou a livre iniciativa. 
(B) exercer de forma abusiva posição dominante no mercado. 
(C) dominar mercado relevante de bens ou serviços. 
(D) aumentar arbitrariamente os lucros. 
(E) adquirir o controle dos principais concorrentes do mercado. 
A questão trata das hipóteses que configuram infração da ordem econômica. As
alternativas apresentadas constam nos incisos do art. 20 da Lei 8.884/94.
Porém, para que haja a caracterização efetiva de infração da ordem econômica
é necessário combinar o art. 20 com o art. 21. 
O art. 21 traz vinte e quatro incisos que representam condutas ou ações, que
se resultarem ou tiverem como conseqüências as hipóteses do art. 20, estará
caracterizada a infração da ordem econômica. Em outras palavras, as
condutas do art. 21 somente serão infracionais se tiverem como efeito no
mercado as situações do art. 20. Esse efeito no mercado pode ser efetivo ou
potencial. Eis o teor do art. 20. 
Art. 20. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa,
os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam
produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: 
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre
iniciativa; 
 II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; 
 III - aumentar arbitrariamente os lucros; 
 
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 IV - exercer de forma abusiva posição dominante. 
A expressão grifada no caput acima comprova que o efeito da conduta no
mercado pode ser efetivo ou potencial. 
Ainda em relação ao caput do art. 20, devemos notarque a caracterização de
infração da ordem econômica não depende da existência de culpa por parte
do agente causador do ato que resultou na infração. Isso quer dizer que, a
responsabilidade do agente ativo é objetiva. Mas devemos ter cuidado que
neste caso a responsabilidade é objetiva por convenção, já que a
responsabilidade objetiva, como afirma Fabio Ulhoa Coelho: 
“a rigor, é pertinente à composição das perdas e danos por atos ilícitos
(responsabilidade do estado, do INSS por acidente de trabalho, do fornecedor por
acidentes de consumo etc.), de modo que a sua transposição para o direito
antitruste deve ser feita com cautelas, porque a responsabilidade por infração da
ordem econômica, embora independa de culpa do agente, configura sempre um
ilícito.” 
Vale ainda mencionar que os atos e condutas expressos no art. 21 são apenas
exemplificativos, sendo situações mais específicas e possíveis de serem
cometidas em relação às hipóteses do art. 20, que são de natureza genérica. 
O art. 21, como disse, apresenta vinte e quatro incisos. Veremos este artigo na
questão seguinte, certo? 
Após esta pequena introdução, vamos analisar a questão, relembrando que o
examinador pede a alternativa que não apresenta infração da ordem
econômica. 
A) Esta alternativa apresenta a infração contida no inciso I do art. 20 da lei 
8.884/94. Portanto, alternativa correta. 
B) Infração preconizada no inciso IV do art. 20 da lei 8.884/94.
Note que o abuso de posição dominante não consta do art. 173,
§4º da Constituição Federal, que define somente os três 
 
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primeiros incisos do art. 20. Porém, isso não quer dizer que o legislador
ordinário foi além dos limites impostos pela Constituição, criando outro efeito
que caracterize infração da ordem econômica. Na verdade, o exercício abusivo
de posição dominante representa uma síntese dos três outros incisos do art. 20,
pois limitar, falsear ou prejudicar a livre concorrência, dominar mercado
relevante e aumentar arbitrariamente os lucros são efeitos atingidos ao exercer
de forma abusiva a posição dominante. A alternativa está correta. 
C) Esta alternativa trata do mercado relevante de bens e serviços, conforme
teor do inciso II do art. 20 da lei 8.884/94. Mercado relevante pode ser
entendido no nível geográfico ou material. Geográfico no que tange às diversas
regiões e áreas territoriais. Material no que se refere aos bens e serviços, a
partir da perspectiva do consumidor. O §3º presume o percentual de 20% de
controle de empresa ou grupo de empresa sobre do mercado para que ele seja
considerado relevante, ressalvando que o CADE poderá alterar este percentual
para setores específicos da economia. Alternativa correta. 
D) Correta, conforme inciso III do art. 20, lei 8.884/94, que preconiza o
aumento arbitrário dos lucros. O lucro arbitrário seria aquele não resultante de
fatos justificáveis, sem os quais se presume que foi decorrente de práticas
empresariais irregulares. 
E) Eis nossa resposta. Os parágrafos do art. 20, principalmente o primeiro,
mostram que o controle do mercado pelos principais concorrentes não
representa, isoladamente, infração da ordem econômica. Abaixo, segue os
referidos parágrafos. 
§ 1º A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na
maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não
caracteriza o ilícito previsto no inciso II. 
§ 2º Ocorre posição dominante quando uma empresa ou grupo de
empresas controla parcela substancial de mercado relevante, como
fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de um produto,
serviço ou tecnologia a ele relativa. 
§ 3º A posição dominante a que se refere o parágrafo anterior é presumida
quando a empresa ou grupo de empresas controla 20% (vinte por cento)
de mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade
para setores específicos da economia.(Redação dada pela Lei nº 9.069, de 
29.6.95)
 
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Gabarito: letra E 
12. (ICMS RJ 2010) Com relação à proteção da ordem econômica e da
concorrência, analise as afirmativas a seguir: 
I. A discriminação de adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços
por meio da fixação diferenciada de preços, conduta prevista no artigo
21, XII, da Lei n.° 8.884/94, não caracterizará infração da ordem
econômica se essa conduta foi praticada sem a intenção de ou não tiver
o efeito de prejudicar a livre concorrência, dominar mercado relevante,
aumentar arbitrariamente os preços ou exercer de forma abusiva uma
posição dominante. 
II. O Conselho Administrativo de Defesa da Ordem Econômica - CADE,
um dos órgãos de defesa da ordem econômica e da concorrência, tem
atuação de natureza administrativa tanto repressiva como preventiva. 
III. A livre iniciativa é princípio garantido, no Brasil, em sede
constitucional. 
Assinale: 
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(D) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
I - Correta. Conforme mencionamos na questão anterior, o art. 21 da Lei 
8.884/94 traz vinte e quatro incisos que representam condutas ou ações, que
se resultarem ou tiverem como consequências as hipóteses do art. 20, estará
caracterizada a infração da ordem econômica. Em outras palavras, as
condutas do art. 21 somente serão infracionais se tiverem como efeito
no mercado as situações do art. 20. Esse efeito no mercado pode ser
efetivo ou potencial. Assim, a parte final desta afirmação representa o teor
do art. 20. 
 
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Art. 20. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa,
os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam
produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados: 
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre
iniciativa; 
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; 
III - aumentar arbitrariamente os lucros; 
IV - exercer de forma abusiva posição dominante. 
Agora vejamos por completo o art. 21 da Lei 8.884. Assim como, temos esta
questão que traz um dos incisos desse artigo, poderemos ter em nossa prova
uma outra questão nestes moldes. 
Art. 21. As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem
hipótese prevista no art. 20 e seus incisos, caracterizam infração da ordem
econômica; 
I - fixar ou praticar, em acordo com concorrente, sob qualquer forma, preços e
condições de venda de bens ou de prestação de serviços; 
II - obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada
entre concorrentes; 
III - dividir os mercados de serviços ou produtos, acabados ou semi-acabados, ou
as fontes de abastecimento de matérias-primas ou produtos intermediários; 
IV - limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; 
V - criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de
empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou
serviços; 
VI - impedir o acesso de concorrente às fontes de insumo, matérias-primas,
equipamentos ou tecnologia, bem como aos canais de distribuição; 
VII - exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios
de comunicação de massa; 
VIII - combinar previamente preços ou ajustar vantagens na concorrência pública
ou administrativa; 
IX - utilizar meios enganosos para provocar a oscilação de preços de terceiros;CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ
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X - regular mercados de bens ou serviços, estabelecendo acordos para limitar ou
controlar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a produção de bens ou
prestação de serviços, ou para dificultar investimentos destinados à produção de
bens ou serviços ou à sua distribuição; 
XI - impor, no comércio de bens ou serviços, a distribuidores, varejistas e
representantes, preços de revenda, descontos, condições de pagamento,
quantidades mínimas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras
condições de comercialização relativos a negócios destes com terceiros; 
XII - discriminar adquirentes ou fornecedores de bens ou serviços por
meio da fixação diferenciada de preços, ou de condições operacionais de
venda ou prestação de serviços; 
XIII - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dentro das condições
de pagamento normais aos usos e costumes comerciais; 
XIV - dificultar ou romper a continuidade ou desenvolvimento de relações
comerciais de prazo indeterminado em razão de recusa da outra parte em
submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou
anticoncorrenciais; 
XV - destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-primas, produtos intermediários
ou acabados, assim como destruir, inutilizar ou dificultar a operação de
equipamentos destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los; 
XVI - açambarcar ou impedir a exploração de direitos de propriedade industrial ou
intelectual ou de tecnologia; 
XVII - abandonar, fazer abandonar ou destruir lavouras ou plantações, sem justa
causa comprovada; 
XVIII - vender injustificadamente mercadoria abaixo do preço de custo; 
XIX - importar quaisquer bens abaixo do custo no país exportador, que não seja
signatário dos códigos Antidumping e de subsídios do Gatt; 
XX - interromper ou reduzir em grande escala a produção, sem justa causa
comprovada; 
XXI - cessar parcial ou totalmente as atividades da empresa sem justa causa
comprovada; 
XXII - reter bens de produção ou de consumo, exceto para garantir a cobertura
dos custos de produção; 
XXIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização de um
serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro ou à
aquisição de um bem; 
XXIV - impor preços excessivos, ou aumentar sem justa causa o preço de bem ou
serviço. 
 
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II – Correta, visto que o CADE atua repressiva e preventivamente, nos termos
da Lei 8.884/94, principalmente pelo teor de seu art. 54 (atuação preventiva). 
Art. 54. Os atos, sob qualquer forma manifestados, que possam limitar ou de
qualquer forma prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação de
mercados relevantes de bens ou serviços, deverão ser submetidos à
apreciação do Cade. 
III – Correta, conforme o art. 170, caput da Constituição Federal que prevê o
princípio da livre iniciativa. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) 
Portanto, está correta a letra E. 
Gabarito: letra E 
( ) 13. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 5ª REGIÃO CESP/2005)
Considere a seguinte situação hipotética. Duas auto-escolas, que
dominam menos de 1% do mercado relevante, e cujas sedes localizam-
se na mesma avenida, decidiram fixar, em comum acordo, preços e
condições para a prestação de seus serviços. Nessa situação, com base
na disciplina jurídica da concorrência empresarial, é correto concluir
que não houve infração à ordem econômica. 
Neste caso, o domínio de mercado relevante não caracteriza infração à ordem
econômica visto que apenas 1% do mercado relevante é dominado pelas duas
auto-escolas. Assim, nos termos do art. 20, §3º da Lei 8.884/94, este
percentual de domínio deveria ser de 20% do mercado relevante, podendo este
percentual ser redefinido pelo CADE para setores específicos da economia. Além 
 
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disso, como já vimos, o CADE deve apreciar os atos que de alguma forma
possam limitar ou prejudicar a livre concorrência, bem como resultar no
domínio de mercado relevante de bens e serviços. Nesta hipótese, incluímos
aqueles atos que visem a qualquer forma de concentração econômica através
de agrupamento societário que implique na participação resultante em 20% de
mercado relevante, ou quando qualquer participante do agrupamento societário
tenha registrado no último balanço faturamento bruto anual igual à 400 milhões
de reais. 
Portanto, presume-se que o domínio de pelo menos 20% do mercado relevante
é que poderá constituir infração da ordem econômica. 
Gabarito: Correta. 
Propriedade industrial. Patentes e registros 
14. (ICMS RJ 2008.1) A respeito das patentes, é incorreto afirmar que: 
(A) as regras de jogo e programas de computador em si não são
consideradas patentes. 
(B) a patente de invenção vigorará pelo prazo de vinte anos e a de
modelo de utilidade pelo de quinze anos, contados da data do
respectivo depósito. 
(C) nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados
em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou
seu licenciado não atendam a essa necessidade, poderá ser concedida,
mediante 
requerimento, licença compulsória, com prazo indeterminado e não
exclusiva, para exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do
respectivo titular. 
(D) a invenção pertence unicamente ao empregador quando decorrer
de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por
objeto a pesquisa ou atividade inventiva, ou resulte da natureza dos
serviços para os quais o empregado foi contratado. 
 
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(E) o pedido de patente de invenção tem que se referir a uma única
invenção ou a um grupo de invenções inter-relacionadas de forma a
compreenderem um único conceito inventivo. 
Faremos uma pequena introdução sobre a propriedade industrial. 
A lei que regula a propriedade industrial é a lei 9.279/96 (Lei da Propriedade
Industrial - LPI). Esta lei trata das invenções, modelos de utilidade, desenhos
industriais, marcas, indicações geográficas e concorrência desleal. 
A patente é concedida para invenção e modelo de utilidade. O registro é
concedido para desenho industrial e marca. Esses são os bens da
propriedade industrial e são considerados bens móveis. 
 
Invenção – quando atende aos requisitos de novidade, atividade inventiva e
aplicação industrial (art. 8º). 
Modelo de utilidade – é o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de
aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato
inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação
(art. 9º). É um aperfeiçoamento da invenção. 
Desenho industrial – a forma plástica ornamental de um objeto ou um conjunto
de cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual
novo e original em sua configuração externa e que possa servir de tipo de
fabricação industrial (art. 95). Possui natureza meramente estética. 
Marca – sinal distintivo de percepção visual, não compreendido nas proibições
legais (art. 122). 
Requisitos para os bens patenteáveis – invenção e modelo de utilidade (art.
8º): 
 - Novidade: a invenção e o modelo de utilidade são considerados novos
quando não compreendidos no estado da técnica, ou seja, deverá ser
desconhecido de todos, no Brasil ou no exterior(art. 11). Ainda, o art. 12
estabeleceu um período de doze meses imediatamente anteriores à data do
depósito no qual a divulgação de informações sobre a invenção ou do modelo
de utilidade não será enquadrada no estado da técnica. 
 - Atividade inventiva: decorre de um verdadeiro engenho, reconhecido 
 
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por especialistas; é a criação que não decorre de forma óbvia ou evidente do
estado da técnica. 
 - Industriabilidade: possibilidade de uso na atividade inventiva, sendo
passível de industrialização. 
Desimpedimento: ou licitude segundo alguns autores. Está previsto no art. 18
da LPI e se refere aos bens que poderiam ser patenteados por preencherem os
requisitos acima, porém as hipóteses previstas nesse art. 18 impedem que
sejam considerados invenção ou modelo de utilidade e, consequentemente, a
proteção da LPI. Vejamos o art. 18. 
Art. 18. Não são patenteáveis: 
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à
saúde públicas; 
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os
respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de
transformação do núcleo atômico; e 
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que
atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e
aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta. 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são
organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem,
mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma
característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais. 
Vamos analisar a questão! 
A) O art. 10 relaciona os casos que não são considerados
invenção, nem modelo de utilidade. Dentre eles, temos os
programas de computador em si (inciso V) e as regras de jogo
(inciso VII). Correta. 
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade: 
 I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; 
 II - concepções puramente abstratas; 
 
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III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros,
educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; 
IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação
estética; 
 V - programas de computador em si; 
 VI - apresentação de informações; 
 VII - regras de jogo; 
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos
terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e 
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na
natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de
qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais. 
B) A patente de invenção vigora pelo prazo de 20 anos, da data do depósito, ou
10 anos da concessão, o que for maior; A patente de modelo de utilidade vigora
pelo prazo de 15 anos, da data do depósito, ou 7 anos, da data da concessão
(art. 40). Esses prazos são improrrogáveis. Alternativa está correta. 
O registro do desenho industrial tem duração de 10 anos, a contar do depósito,
admitidas até 3 prorrogações sucessivas por períodos de 5 anos (art. 108),
totalizando 25 anos do depósito. 
O registro da marca vigora por 10 anos, contados da concessão, sendo cabíveis
sucessivas prorrogações por igual período (art.133). 
C) Alternativa incorreta, com base no disposto no art. 71 da LPI. O erro está na
palavra “mediante requerimento” e “com prazo indeterminado”, quando o
correto seria a concessão da patente de ofício e por prazo temporário,
respectivamente. 
Art. 71 Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato
do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não
atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória,
temporária e não exclusiva, para exploração da patente, sem prejuízo dos
direitos do respectivo titular. 
D) Correta, nos termos do art. 88 da LPI. 
 
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Art. 88. A invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao
empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no
Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta
da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado. 
E) Correta, conforme art. 22 da LPI. 
Art. 22. O pedido de patente de invenção terá de se referir a uma única invenção
ou a um grupo de invenções inter-relacionadas de maneira a compreenderem um
único conceito inventivo. 
Gabarito: letra C 
15. (PROCURADOR TCM RJ 2008) Assinale a afirmativa correta. 
(A) O prazo de vigência da patente de invenção não pode ser inferior a
quinze anos, a contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o
INPI estar impedido de proceder ao exame do mérito do pedido por
pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior. 
(B) A patente de invenção vigora pelo prazo de vinte anos, contados da
data do depósito. 
(C) A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial é
assegurada em todo o território brasileiro mediante o ato de protocolo
do pedido das patentes e marcas do Instituto Nacional de Propriedade
Industrial. 
(D) É patenteável a invenção que atenda aos requisitos da novidade e
atividade inventiva, sendo dispensável sua aplicação industrial. 
(E) Os programas de computador são considerados invenções ou
modelos de utilidade, podendo seu autor obter a patente no Instituto
Nacional de Propriedade Industrial. 
A) O Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI – é uma autarquia 
 
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federal sediada no Estado do Rio de janeiro, encarregado de aplicar a legislação
relacionada à propriedade industrial no Brasil, processando e examinando os
pedidos de patentes e registros. 
Como vimos, o prazo de vigência da patente de invenção é de 20 anos contados
da data do depósito, não podendo ser inferior a 10 anos, a contar da data da
concessão (art. 40). Alternativa incorreta. 
B) Correta, nos termos do art. 40 e comentários anteriores. 
Art. 40. A patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de
modelo de utilidade pelo prazo 15 (quinze) anos contados da data de depósito. 
Parágrafo único. O prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) anos para a
patente de invenção e a 7 (sete) anos para a patente de modelo de utilidade, a
contar da data de concessão, ressalvada a hipótese de o INPI estar impedido de
proceder ao exame de mérito do pedido, por pendência judicial comprovada ou
por motivo de força maior. 
C) Somente o ato de protocolar o pedido das patentes e marcas não confere
proteção dos direitos relativos à propriedade industrial. É necessário o exame
prévio de patenteabilidade do pedido de patente e registrabilidade para
o pedido das marcas, ou seja, antes da decisão do INPI, este verifica os
requisitos de patenteabilidade ou registrabilidade, para só depois decidir pelo
deferimento ou indeferimento do pedido. Deferido o pedido, é expedida a carta-
patente; o único documento comprobatório da existência do direito industrial
sobre a invenção ou modelo de utilidade. Esse é o sistema de exame prévio. 
No

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