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Apostila Direito Empresarial (Teoria da Empresa)

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Direito Empresarial - Teoria da Empresa
1. TEORIAS DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Antiguidade → Negociante
- Idade média → Feudos - moedas
			 - pesos
 - medidas
 - impostos 
1.1. Teoria Subjetiva
- Integrantes das Corporações de Ofício (Guildas; Confrarias)
- Financiam o Estado Nacional com o objetivo de garantir privilégios econômicos.
1.2. Teoria Objetiva (Teoria Francesa)
- Atos de comércio - acabar com privilégios de classe
- Revolução Francesa (burguesa)
1.3. N.C.C - Teoria da Empresa (Teoria Subjetiva Moderna ou Teoria Italiana)
 - figura do empresário [empresarialidade] – garantia de privilégios
1.3.1 Empresário – conceito – art. 966.[footnoteRef:0] [0: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
] 
→ Profissional - habitualidade 
			- pessoalidade (exerce atividade empresarial pessoalmente, os 			empregados realizam os atos materiais em nome daquele)
 - monopólio das informações sobre o produto/serviço 
→ Atividade econômica – (“animus lucrandi”) empresário é exercente de atividade empresarial
→ Organização - capital 
			- mão de obra (empregados)
		 - insumos 
		 - conhecimento
→ Produção ou circulação de bens e serviços:
		* Produção (v.g. fábrica)
		* Prest. serviço (v.g. escola)
		* Circulação de produtos (intermediação, v.g. supermercado)
		* Circulação de serviço (intermediação de prestação de serviços, v.g. agência de turismo) 
 
1.3.2 Excluídos: § único [footnoteRef:1] - atividades econômicas civis [1: Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
] 
· Prestador de serviços direto (sem empregados) 
· Profissionais intelectuais 
· Produtor rural não registrado na Junta Comercial 
· Cooperativas (ausência de animus lucrandi)
1.3.3 Proibidos: CC 972 e 973 (O Estado não quer que absorvam a ética profissional > lucro) 
· Servidores Públicos;
· Religiosos;
· Militares;
Sócio ≠ E. I./Sociedade Empresária ≠ Empresa ≠ estabelecimento empresarial
(Titular de (P.F)		 (P.J)	 (empreendimento/atividade) (bens)				
2. Registro Empresa:
2.1 Obrigações do empresário:
	1) Registro dos atos constitutivos perante a Junta Comercial 
	2) Escrituração dos livros contábeis obrigatórios
	3) Emissão anual do balanço patrimonial e demonstrativo de resultados 
	4) Manutenção em boa guarda dos documentos obrigatórios
· Registro dos atos constitutivos na Junta Comercial 
	- Caso não faça, será considerado um empresário irregular (não usufrui benefícios, mas deverá arcar com todas as responsabilidades)
· Escrituração dos Livros Contábeis
* Obrigatórios: - Comuns (a todos)→diário
 - Especiais (alguns) - entrada e saída (armazéns)
 - registro de ações nominativas
* Facultativos (não estão sujeitos a sanções)
Ex: caixa, conta corrente, etc
Obs: EPP e ME são dispensadas dos livros obrigatórios se forem optantes do simples. (mas para aderir ao simples, deverão manter livro caixa e registro de inventário)
Requisitos de regularidade
	- Intrínsecos – técnica contábil 
	- Extínsecos (segurança, termos de abertura e encerramento e autenticados pela Junta) 
- Eficácia probatória (se todos os requisitos forem observados, os livros fazem prova favorável ao empresário; caso contrário a prova será desfavorável)
· Emissão anual dos Balanços (obrigatório para todos, exceto EPP e ME)
	- Balanço Patrimonial (ativo / passivo)
	- Demonstrativo de Resultado Econômico (lucros / prejuízos)
3. Estabelecimento Empresarial: 
3.1. Conceito:
Conjunto de bens reunidos pelo empresário, organizados racionalmente para o desenvolvimento profissional de atividade econômica
Elementos:
	- Conjunto de bens 
	- Alocação racional para atividade econômica 
O Estabelecimento integra patrimônio do empresário e é composto por bens corpóreos (imóvel, mobiliário, estoque, veículos etc) e incorpóreos (ponto, marca etc).
Por integrar patrimônio do empresário configura uma garantia para seus credores e portanto, para alienar o estabelecimento deverá observar:
· Quitação integral do passivo, ou
· Anuência devedores 
Caso contrário:
· falência (a menos que tenha solvabilidade);
· Se vender, não pode concorrer por 5 anos;
· Inerência no ponto (imóvel alugado) - continuidade da atividade econômica.
3.2. Requisitos:
a) Existência de contrato escrito;
b) Mais de cinco anos no imóvel (sendo os últimos três no mesmo ramo);
c) Ação renovatória deverá manejada entre 1 ano e 6 meses do final do contrato (L. 8.245/91 art. 51, §5º.[footnoteRef:2]) [2: Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.
] 
4. Trespasse:
4.1 Definição:
Cessão da universalidade de bens que representa o estabelecimento empresarial (um empresário vende a outro seu estabelecimento, ficando este responsável pela condução dos negócios a partir de então).
· Venda da sociedade ≠ venda do estabelecimento (trespasse) 
- No trespasse temos a modificação do titular (comprador) 
- Na venda da sociedade o estabelecimento continua sendo do mesmo titular (P.J)
	. Cessão das cotas – LTDA
	. Venda das ações – S/A 
Alteração do contrato social que implica na substituição dos sócios titulares de uma parte representativa do capital social sem que ocorra alteração em relação ao patrimônio da sociedade empresária (João e José vendem suas cotas de participação na sociedade [venda da sociedade], mas não do estabelecimento empresarial, que continua pertencendo à sociedade empresária 🡪 mera substituição de sócios)
Com o Trespasse, empresário/sociedade empresária se desfaz de parte de seus bens (V.G.: venda de uma filial) 
4.2. Objeto:
Universalidade de bens (materiais e imateriais) que compõem o estabelecimento.
Trespasse ≠ venda bens isolado (naquele o empresário vende também o aviamento - qualidade ou atributo de ser eficiente e organizado - qualidade de gerar lucro). Se não houver a transferência do aviamento, teremos uma venda simples.
Admite-se a exclusão de um ou alguns bens, se a exclusão não inviabilizar a existência do estabelecimento empresarial 
- Anexo ao contrato: inventário de todos os bens transferidos (observando-se a formalidade de transferência de cada bem)	- móveis (tradição)
 	- veículos (Detran)
 	- imóveis (CRI) 
 	- propriedade industrial (INPI)
Restrições ao trespasse (mecanismos de proteção aos credores do alienante - alienação ineficaz):
- art. 129, VI, LRF[footnoteRef:3] [3: Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
VI - a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
] 
- art. 1.145, CC[footnoteRef:4] [4: Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todosos credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
] 
* Empresário solvente, nenhuma nulidade 
*Empresário insolvente – somente com notificação de todos os credores e sem objeção (expressa ou tácita)
O adquirente assume o pagamento dos débitos existentes até aquele momento, se tomou ciência pela contabilidade ou por qualquer outro meio idôneo 
* art. 1.146, CC[footnoteRef:5]- solidariedade por 1 ano [5: Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
] 
Cláusula de não concorrência:
- Expressa (tempo estabelecido no contrato)
- Se houver omissão – art. 1.147, CC[footnoteRef:6](cinco anos subsequentes) [6: Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
] 
Obs:Para arrendamento ou usufruto, vale por todo contrato
Obs:Contrato pode trazer autorização de concorrência imediata, desde que de forma expressa.
Sucessividade contratual:
O Adquirente assume contratos de trato sucessivo, se não forem de caráter pessoal.
Terceiros contratantes poderão denunciar o contrato em 90 dias, se ocorrer uma justa causa.
Somente gera efeitos perante terceiros após o registro na Junta Comercial e a realização de publicação do contrato na imprensa oficial
· Requisitos de validade:
	- art. 129, VI da LRF
	- art. 1.144[footnoteRef:7] e 1.145, CC
 [7: Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
] 
5. Capacidade para ser empresário:
- Empresário	- Individual (pessoa natural) 
- EIRELI 
		- sociedade (PJ ≠ da figura dos sócios)
Art. 972, CC [footnoteRef:8] (quem pode ser empresário): [8: Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
] 
Âmbito civil: todo homem tem capacidade para ser titular de direitos e obrigações
Titularidade ≠ Capacidade 
5.1. Falta de capacidade:	
· Relativamente incapaz - Assistido (art. 4º, CC)[footnoteRef:9] sob pena de anulabilidade [9: Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:             (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)        (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;         (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)         (Vigência)
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;          (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)        (Vigência)
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.  
] 
· Absolutamente incapaz:
 Representado - (art.3º, CC)[footnoteRef:10] sob pena de nulidade absoluta [10:  Art. 3o  São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.             (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)          (Vigência)
] 
· Menor Empresário:
Emancipação (capacidade antes dos 18 anos – art. 5º, § un., CC)[footnoteRef:11] com registro na Junta Comercial. [11: Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
] 
	- Concessão dos pais (por instrumento público) ou sentença judicial
	- Casamento – art. 1.517, CC [footnoteRef:12] (+ de 16 anos. com consentimento dos pais) [12: Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
] 
	- Emprego público efetivo 
	- colação em grau em IES 
	* estabelecimento civil/comercial para maior de 16 anos, com economia própria
Incapaz que herda, ou empresário que sofre incapacidade superveniente: somente através de representante ou assistente (conforme o grau de incapacidade) e mediante alvará judicial, onde o juiz verificará a conveniência da continuidade da empresa. Os bens anteriores do incapaz não se sujeitam às dívidas oriundas da atividade econômica
5.2 Proibidos de ser empresário: CC, art. 972.[footnoteRef:13] [13: Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
] 
· Estrangeiros no Brasil – Princípio da Reciprocidade (Estatuto do Estrangeiro - L. 6.815/80), revogado pela Lei 13.445/17 (Lei de Migração), que estabelece o Princípio da Liberdade Econômica: art. 4º, I
Pode desempenhar atividades econômicas, exceto em questões de política econômica ou segurança nacional
* jazidas 
		 - Concessão da União
* hidrelétricas 
* S/A - Administrador (visto permanente)
 - Conselho fiscal (residência no Brasil)
* art. 222 CF/88[footnoteRef:14] – empresas jornalísticas e radiofusão: privativa de brasileiro nato ou naturalizados há mais de 10 anos, ou de PJ brasileira (mínimo 70% do capital de brasileiros nas condições acima) [14: Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
] 
· Sociedade brasileira (art. 1.126)[footnoteRef:15] [15: Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração.
Parágrafo único. Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros, as ações da sociedade anônima revestirão, no silêncio da lei, a forma nominativa. Qualquer que seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia autêntica do documento comprobatório da nacionalidade dos sócios.
] 
· Sociedade estrangeira (art. 1.134)[footnoteRef:16] - autorização executivo [16: Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira.
] 
* Faixa de fronteira (150km paralela às fronteiras terrestres) – CF, art. 20, § 2º e L. 6.634/79
5.2 Consequências da prática da empresa por legalmente proibido:
· Servidor Público - L. 8.112/90 (Estatuto do Servidor Público) – perda do cargo (sançãoadministrativa)
· LCP (Decreto-Lei 3.688/41- art. 47)[footnoteRef:17] – delito liliputiano (sanção penal) [17: Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício:
        Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
] 
· Falência: admissível (sanção cível)
· Os atos praticados pelo proibido continuam válidos perante terceiros, (nemo auditur propriam turpitudinem allegans) – CC, art. 973
6. Agentes auxiliares do empresário:
Regra:empresário (individual, EIRELI ou sociedade empresária) necessita de colaboradores que auxiliam na realização de seu objeto empresarial. (objeto ≠ objetivo)
· Código Comercial 1850 - art.35[footnoteRef:18] [18: Art. 35 - São considerados agentes auxiliares do comércio, sujeitos às leis comerciais com relação às operações que nessa qualidade lhes respeitam:
1 - os corretores;
2 - os agentes de leilões;
3 - os feitores, guarda-livros e caixeiros;
4 - os trapicheiros e os administradores de armazéns de depósito,
5 - os comissários de transportes.
] 
 Agentes auxiliares:
	I – corretores
	II- agentes de leilões
	III- feitores, guarda-livros, caixeiros
	IV- trapicheiros, administradores de armazéns
	V- comissários transportes
CC 02 – derrogou o Código Comercial de 1.850, mas as profissões persistem, cada qual com sua legislação própria.
. Leiloeiros: Decreto 21.981/32
. Corretores de imóveis: L. 6.530/78
. Representantes comerciais autônomos: L. 4.886/65
6.1 Classificação:
							- gerentes
					 -internos	- contadores
 dependentes	 		- funcionários (CLT)
- Agentes auxiliares			 - externos (vendedores externos, pracistas)
- independentes (autônomos, classes especiais de empresários)
6.2 Corretores: contrato sui generis – de corretagem. Apenas aproximam os empresários e intermediam a negociação
Espécies de corretores:
· de imóveis (L. 6.530/78)
· de mercadorias (BM&F)
· de valores mobiliários (LMC - L. 4.728/65) 
· de seguros (L. 4.594/64, revogada pela MP 905/19 [Contrato de Trabalho Verde e Amarelo] – atualmente sem regulamentação) 
· de navio (praticamente extinto)
6.3 Leiloeiros: 
Incumbência de realizar a venda por meio de oferta pública de bens alheios, mediante comissão (no valor combinado ou, sendo omisso o contrato: 3% para bens imóveis e 5% para bens móveis – Dec. 21.981/32)
 Requisitos para ser leiloeiro: 
· matrícula na Junta Comercial
· idade mínima de 25 anos completos
· ser cidadão brasileiro
· pleno exercício direitos civis e políticos
· reabilitado, se falido
· não estar condenado a crime cuja pena vede o exercício de atividade mercantil
· não exercer comércio, direta ou indiretamente, em nome próprio ou alheio e não participar de sociedades de qualquer espécie
· não ter sido destituído da profissão de leiloeiro
· domicílio, há mais de 5 anos, na unidade da federação onde pretende exercer a profissão
· idoneidade, mediante apresentação de identidade e CND do último quinquênio 
 Após habilitado, deve prestar caução, em valor arbitrado pela Junta. Presta serviços pessoalmente, podendo nomear preposto apenas em caso de moléstia/impedimento ocasional.
6.4 Representante Comercial (L. 4.886/65 e art. 710 a 721, CC)
Definição: pessoa física ou jurídica, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual, por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis.
- Autônomo: substitui o vendedor com vínculo empregatício
- Remuneração: Comissão (até dia 15 cada mês) 
Requisitos: 
· registro no Conselho Regional dos Representantes Comerciais
· prova de identidade
· prova de quitação do serviço militar (se homem)
· prova de quitação eleitoral
· folha de antecedentes criminais
· prova de quitação fiscal e sindical
Obs: Quem não pode ser empresário, não pode ser representante (inclusive falidos não reabilitados)
* Contrato de representante comercial deve ser sempre escrito.
7. ATIVIDADE ECONÔMICA E REGIME JURÍDICO DA LIVRE CONCORRÊNCIA
				 - regime capitalista
- Ordem econômica fundada	 - livre iniciativa
		 	 - livre concorrência
		 	 - propriedade privada 
CF/88 prevê limites à atividade econômica, zelando pelo interesse da coletividade
* art. 170 [footnoteRef:19] da CFRB/88 regulamenta a Ordem Econômica com base na valorização do trabalho humano, livre iniciativa e existência digna . [19: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
] 
7.1 Princípios norteadores:
	- soberania nacional	
	- propriedade privada 	
	- função social da propriedade
	- livre concorrência	
	- defesa do consumidor
	- defesa do meio ambiente
	- redução das desigualdades regionais e sociais
	- busca do pleno emprego
	- favorecimento para EPP´s brasileiras
Livre iniciativa: possibilidade de exercer qualquer atividade econômica privada, lícita (liberdade admite restrições para proteção do interesse público).
Concorrência: competição entre empresários (liberalista, sem qualquer intervenção estatal)
Após 1ª Guerra Mundial os Estados passaram a intervir na economia para evitar a formação de monopólios.
7.2 Tipos de condutas juridicamente reprimidos
a) Concorrência desleal (meios inidôneos);
b) Infrações à ordem econômica (atos ilícitos por si só).
				- específica – previstos como crime
 Concorrência desleal
- genérica – sem previsão legal especial, apenas no direito comum.
- V.G.: LPI (L. 9.279/96 art., 195)[footnoteRef:20] [20: ] 
. contra patentes (183/186)[footnoteRef:21] [21: ] 
. contra desenho industrial (187/188)[footnoteRef:22] [22:                       ] 
 . contra marcas (189/191)[footnoteRef:23] [23: ] 
- V.G.: CDC, art. 66/67[footnoteRef:24] [24: 
] 
Medidas a se adotar: CC, art. 186 [footnoteRef:25] e 927[footnoteRef:26] [25: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
] [26: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
] 
Infrações à Ordem Econômica (proteção do bem comum, dos interesses difusos e não apenas de direitos individuais) 
- Lei Antitruste (L. 12.529/11) - art. 36 e ss.
Apenas haverá infração à ordem econômica se as condutas tiverem objetivo de prejudicar a livre concorrência, ou a livre iniciativa.
Órgãos de fiscalização:
. CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica
. SDE – Secretaria de Direitos Econômicos
8. PROPRIEDADE INDUSTRIAL (LPI 9.279/96) 
 Art. 5º XXIX.[footnoteRef:27] [27: Art. 5º Todos são iguaisperante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:  
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
] 
INPI - Instuto Nacional da Propriedade Industrial (autarquia federal, com sede no Rio de Janeiro) 
- invenção
- Bens 	- modelo utilidade 
tutelados	- desenho industrial 
	 	- marca 
* art. 10 [footnoteRef:28]: bens não tutelados [28: Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:
        I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;
        II - concepções puramente abstratas;
        III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
        IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética;
        V - programas de computador em si;
        VI - apresentação de informações;
        VII - regras de jogo;
        VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e
        IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.
] 
· Patente: documento que assegura o direito de propriedade sobre invenção e modelo de utilidade.
· Invenção: criação de coisa nova, suscetível de aplicação industrial.
· Modelo de utilidade: art. 9[footnoteRef:29] - qualquer modificação de forma ou disposição de objeto, de uso prático já existente. [29:         Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
] 
8.1 Requisitos para patente:
a) Novidade (art. 11[footnoteRef:30] - aquilo que não está compreendido no estado da técnica) [30:  Art. 11. A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica.
        § 1º O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior, ressalvado o disposto nos arts. 12, 16 e 17.
        § 2º Para fins de aferição da novidade, o conteúdo completo de pedido depositado no Brasil, e ainda não publicado, será considerado estado da técnica a partir da data de depósito, ou da prioridade reivindicada, desde que venha a ser publicado, mesmo que subseqüentemente.
        § 3º O disposto no parágrafo anterior será aplicado ao pedido internacional de patente depositado segundo tratado ou convenção em vigor no Brasil, desde que haja processamento nacional.
] 
b) Atividade inventiva (art. 13[footnoteRef:31] - sempre que para um especialista não decorra de maneira óbvia) [31:         Art. 13. A invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.
] 
c) Industriabilidade (produção em escala industrial)
* Não estar inserido nos impedimentos do art. 18[footnoteRef:32]. [32:  Art. 18. Não são patenteáveis:
        I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
        II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e
        III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
        Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
] 
- invenção: 20 anos (mínimo 10 anos de concessão	definitiva)
- Vigência	
 	- modelo de utilidade: 15 anos (mínimo 7 anos de concessão definitiva)
- Durante seu prazo de vigência, o titular pode explorar exclusivamente, ou:
. ceder por ato oneroso ou gratuito
. ceder causa mortis ou inter vivo
. conceder licença de exploração 
· Em qualquer caso, para valer perante terceiros o contrato deverá ser averbado no INPI
· Quebra de patente: Não existe quebra de patente, mas sim licença compulsória (art.71)[footnoteRef:33] em casos de emergência nacional, com o devido interesse público e efetivada por decreto federal. (V.G. Dec. 6.108/07 – Coquetel retroviral) [33: Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular.        (Regulamento)
        Parágrafo único. O ato de concessão da licença estabelecerá seu prazo de vigência e a possibilidade de prorrogação.
] 
			- temporária
- Características - não exclusiva 
 	- sem prejuízo ao proprietário 
Art. 68[footnoteRef:34] - outra espécie de licença compulsória, decorrente do exercício abusivo, ou abuso de poder econômico da patente, devendo ser declarada administrativa ou judicialmente quando: [34:   Art. 68. O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou judicial.
        § 1º Ensejam, igualmente, licença compulsória:
        I - a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será admitida a importação; ou
        II - a comercialização que não satisfizer às necessidades do mercado.
        § 2º A licença só poderá ser requerida por pessoa com legítimo interesse e que tenha capacidade técnica e econômica para realizar a exploração eficiente do objeto da patente, que deverá destinar-se, predominantemente, ao mercado interno, extinguindo-se nesse caso a excepcionalidade prevista no inciso I do parágrafo anterior.
        § 3º No caso de a licença compulsória ser concedida em razão de abuso de poder econômico, ao licenciado, que propõe fabricação local, será garantido um prazo, limitado ao estabelecido no art. 74, para proceder à importação do objeto da licença, desde que tenha sido colocado no mercado diretamente pelo titular ou com o seu consentimento.
        § 4º No caso de importação para exploração de patente e no caso da importação prevista no parágrafo anterior, será igualmente admitida a importação por terceiros de produto fabricado de acordo com patente de processo ou de produto, desde que tenha sido colocado no mercado diretamente pelo titular ou com o seu consentimento.
        § 5º A licença compulsória de que trata o § 1º somente será requerida após decorridos 3 (três) anos da concessão da patente.
] 
. não explorado após 3 anos de concessão,ou
. comercialização não satisfaz o mercado
8.1.1 Formas de extinção da patente (art. 78)[footnoteRef:35] [35:  Art. 78. A patente extingue-se:
        I - pela expiração do prazo de vigência;
        II - pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros;
        III - pela caducidade;
        IV - pela falta de pagamento da retribuição anual, nos prazos previstos no § 2º do art. 84 e no art. 87; e
        V - pela inobservância do disposto no art. 217.
        Parágrafo único. Extinta a patente, o seu objeto cai em domínio público.
] 
· expiração do prazo de vigência
· renúncia pelo titular
· caducidade
· falta de pagamento da retribuição anual
· inobservância art. 217.[footnoteRef:36] [36:         Art. 217. A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações.
] 
Após a extinção a patente cai em domínio público
· Desenho industrial: forma plástica ornamental de um objeto, ou conjunto de linhas e cores que possa ser aplicada a um produto, proporcionando resultado novo e original à sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação (art. 95, LPI)[footnoteRef:37] - VG: novo modelo de automóvel [37:         Art. 95. Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.
] 
 “elemento fútil” (não traz melhoria)
· Requisitos (NOA):
Novidade – art. 96, §3º.[footnoteRef:38] [38:  Art. 96. O desenho industrial é considerado novo quando não compreendido no estado da técnica.
        § 3º Não será considerado como incluído no estado da técnica o desenho industrial cuja divulgação tenha ocorrido durante os 180 (cento e oitenta) dias que precederem a data do depósito ou a da prioridade reivindicada, se promovida nas situações previstas nos incisos I a III do art. 12.
] 
Originalidade – art. 97[footnoteRef:39] (quando dele resultar uma configuração visual distinta de outros objetos) [39:   Art. 97. O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores.
        Parágrafo único. O resultado visual original poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos.
] 
Aplicabilidade Industrial
Vigência: 10 anos, prorrogáveis por 3 (três) períodos sucessivos de 5 anos.
* Não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter puramente artístico (Direito Autoral – L. 9.610/98)
8.2 Marca: 
Sinal distintivo, visualmente perceptível, de um produto ou serviço (art. 122, LPI)[footnoteRef:40] [40:         Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais.
] 
* Sinal sonoro não pode ser marca (proteção de direito autoral)
8.2.1 Espécies de marcas (art.123[footnoteRef:41]) [41: Art. 123. Para os efeitos desta Lei, considera-se:
        I - marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa;
        II - marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada; e
        III - marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade.
] 
. de produto ou serviço - comuns
. de certificação (V.G. “ISO 9002”, “INMETRO” etc) – atesta conformidade
. coletiva - indica produtos ou serviços advindos de membros de determinada entidade (ex: empresa amigos da criança)
. Notória – proteção automática de marca mundialmente reconhecida, mas apenas no seu ramo, mesmo que sem registro (Convenção da União de Paris, art. 6º)
. de alto renome - para proteção absoluta em todos os ramos de atividade, dependendo de pedido administrativo (art. 125[footnoteRef:42]) [42:         Art. 125. À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade.
] 
8.2.2 Requisitos
. Novidade relativa (desde que seja nova naquela classe de produto ou serviço – Princípio da especificidade)
. Não colidência com marca notória, de reconhecimento internacional - mesmo que sem registro – (Brasil é signatário da Convenção da União de Paris – Unionista)
Vigência: 10 anos, prorrogáveis por iguais períodos sucessivos - indeterminadamente 
8.2.3 Impedimentos de registros – art. 124[footnoteRef:43] [43:   Art. 124. Não são registráveis como marca:
        I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação;
        II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
        III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e sentimento dignos de respeito e veneração;
        IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o registro pela própria entidade ou órgão público;
        V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;
        VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de prestação do serviço, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
        VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
        VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de modo peculiar e distintivo;
        IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou sinal que possa falsamente induzir indicação geográfica;
        X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se destina;
        XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para garantia de padrão de qualquer gênero ou natureza;
        XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como marca coletiva ou de certificação por terceiro, observado o disposto no art. 154;
        XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural, social, político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando autorizados pela autoridade competente ou entidade promotora do evento;
        XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de país;
        XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
        XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome artístico singular ou coletivo, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
        XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que estejam protegidos pelo direito autoral e sejam suscetíveis de causar confusão ou associação, salvo com consentimento do autor ou titular;
        XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha relação com o produto ou serviço a distinguir;XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com marca alheia;
        XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se revestirem de suficiente forma distintiva;
        XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de efeito técnico;
        XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de terceiro; e
        XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, se a marca se destinar a distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação com aquela marca alheia.
] 
8.2.4 Formas de extinção do registro art. 142 [footnoteRef:44] e 143.[footnoteRef:45] [44:  Art. 142. O registro da marca extingue-se:
        I - pela expiração do prazo de vigência;
        II - pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em relação aos produtos ou serviços assinalados pela marca;
        III - pela caducidade; ou
        IV - pela inobservância do disposto no art. 217.
] [45: Art. 143 - Caducará o registro, a requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse se, decorridos 5 (cinco) anos da sua concessão, na data do requerimento:
        I - o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil; ou
        II - o uso da marca tiver sido interrompido por mais de 5 (cinco) anos consecutivos, ou se, no mesmo prazo, a marca tiver sido usada com modificação que implique alteração de seu caráter distintivo original, tal como constante do certificado de registro.
        § 1º Não ocorrerá caducidade se o titular justificar o desuso da marca por razões legítimas.
        § 2º O titular será intimado para se manifestar no prazo de 60 (sessenta) dias, cabendo-lhe o ônus de provar o uso da marca ou justificar seu desuso por razões legítimas.
] 
9. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL e EIRELI
				- Empresário individual (P.F.)
Empresário (966)[footnoteRef:46]	 - EIRELI [46: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
] 
				- Sociedade empresária (P.J.) 
* Sócios não são empresários, mas sim a sociedade
. Investidores (apenas capital) ou 
. empreendedores (capital e trabalho)
9.1 Empresário Individual: explora atividade mais simples 
- Capital de pequena monta
- Responsabilidade ilimitada pelas obrigações da atividade empresarial.
Vedações à P.F. ser empresário (o que não a impede de ser sócia ou acionista, na modalidade de investidor)
- Capacidade civil (CC art. 972[footnoteRef:47] , 974[footnoteRef:48] e 976[footnoteRef:49]) [47: Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
] [48: Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.  
] [49: Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.
] 
- Proibidos de ser empresário (CC art. 973)[footnoteRef:50] [50: Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
] 
* O empresário individual obtém CNPJ exclusivamente para fins de paridade tributária, o que não caracteriza a constituição de uma P.J. como sujeito titular de direitos e obrigações
9.2 Eireli – Empresa Individual de Responsabilidade LTDA
- Não é empresário individual 
- É uma espécie de sociedade LTDA unipessoal (um único sócio)
- L. 12.441/2011 – P.J ≠ das sociedades (art. 44, VI, CC)[footnoteRef:51] [51: Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.  
] 
- Sócio (único) da Eireli não é o empresário (o sócio será mero empreendedor)
* Parte legítima para requerer Recuperação Judicial, ou sofrer Falência 
- Obrigações da Eireli = todas do empresário 
- Responsabilidade LTDA ao valor do capital aportado
- Capital mínimo de 100 salários mínimos, devidamente integralizados
- Nome Empresarial: firma individual ou denominação + EIRELI
10. SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 
10.1 Conceito: P.J de direito privado não estatal, que explora empresarialmente seu objeto social, ou a forma de sociedade por ações.
 Exceções . Cooperativas (sempre sociedades simples [antiga sociedade civil]) 
. Sociedades por ações (sempre empresária, independente da forma de 	exploração) 
						 - irregular
			- sociedade em comum 	 
- Não personificadas				 - de fato
 			- sociedade em conta de participação (sócio oculto e ostensivo)
						- cooperativas
 - sociedades simples 
						- atividade intelectual
- Personificadas 				 - Em Nome Coletivo
						 - Em Comandita Simples 
 - sociedades empresárias	 - LTDA 
				 	 - S/A
					 	 - Em Comandita por Ações 
 - Firma individual (Empresário Individual)
🡪 Nome Empresarial	 - Firma/Razão social
			 - Denominação
 
	Apenas Denominação
	Denominação ou Razão
	Apenas Razão Social
	
	
	
	Sociedade Anônima
	Ltda
	Em Nome Coletivo
	
	Comandita por Ações
	Comandita Simples
	
	EIRELI
	
- Firma: nome ou prenome de todos os sócios (na omissão de algum, deverá trazer a expressão “& Cia”) (também é assinatura) 
- Denominação: qualquer expressão (inclusive nomes), obrigatoriamente indicando o objeto social
Título do estabelecimento - Fundo de comércio (“apelido”)
Obs: M.E. e E.P.P.: mero enquadramento para fins tributários, conforme o faturamento anual do empresário)
. M.E.I. – até 81.000,00 (não é considerado empresário, pois não exige a organização de mão de obra)
. M.E. – até 360.000,00
. E.P.P. – de 360.000,00 a 4.800.000,00
Proteção do nome empresarial: com registro nas Juntas Comerciais para evitar concorrência desleal (1.163 CC.[footnoteRef:52]) [52: Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
] 
* Gera direito de exclusividade total em qualquer ramo de atuação. V. G.: OI
10.2 Classificação das Sociedades 
				- capital 
Quanto à figura dos sócios 	 - de pessoas 			 
 
					 - contratual
Quanto à constituição da sociedade	
 					 - institucional (estatuto)
						- limitada
 Quanto à responsabilidade dos sócios	- ilimitada
- mista 
* Mesmo em casos de responsabilidade ilimitada, aplicar-se-á a subsidiariedade dos sócios em relação à sociedade, admitidas exceções
10.3 ESPÉCIES DE SOCIEDADES
10.3.1 Sociedade Em Nome Coletivo 
* “et cum pagnis”
- Responsabilidade ilimitada de todos os sócios
- Nome: firma ou razão social (com a inclusão de todos os sócios e caso suprima algum nome, com a expressão “& Cia”)
 	10.3.2 Sociedade em Comandita Simples 
			- Limitada (sócio comanditário – mero investidor)
- Responsabilidade- Ilimitada (sócio comanditado – empreendedor)
- Nome: firma ou razão social (composta exclusivamente pelos nomes nomes dos comanditados) + “em comandita”
	10.3.3 Sociedade Em Conta de Participação
- Instituída através de um contrato interno
					- ostensivo (responsabilidade exclusiva)
- Responsabilidade dos Sócios	
					- participativo, ou oculto (responsabilidade perante 						o ostensivo, nos termos do contrato)
- Nome Empresarial: não tem, uma vez que se trata de uma sociedade despersonificada
	10.3.4 LTDA (Sociedade Limitada à Integralização do Capital Social)
 		- subscrito
- Capital	- pago 
		 - integralizado 
- Responsabilidade dos sócios limitada à integralização do capital social.
* permanecem solidários entre si, até que ocorra a integralização 
			- firma (razão social) 
- Nome Empresarial:	 OU + LTDA (abreviada ou por extenso)
			- denominação 
10.3.5 Companhias, ou Sociedades Anônimas (S/A) (* L. 6.404/76)
- Voltadas para grandes empreendimentos 
- Mínimo 2 acionistas 
- Impessoalidade – sociedade de capital 
- Sempre empresarial
- Nome Empresarial: SEMPRE Denominação
- Divisão do capital em ações
- Espécies de Sociedades Anônimas:
. Fechadas – não negociam títulos com o público 
						 	- ações
				 	 	- debêntures
. Abertas – negociam títulos com o público	 	- partes beneficiárias
							 - bônus subscrição 
						 	- commercial papers 
			- acionistas minoritários: LIMITADA
- Responsabilidade	 
-acion. majoritários e administradores (respondem por abusos) 
10.3.5.1 Ações (partes fracionárias do capital social)
 - ordinárias
- preferenciais 
- fruição (dadas em amortização das demais) 
* Golden share – direito de veto dos entes desestatizantes (ação preferencial na venda das estatais)
→ Acionistas:
- comum;
- preferencial;
- controlador;
- dissidente (voto vencido); 
- minoritário (não participa); 
10.3.5.2 Órgãos de Administração das S/A
			- Conselho de Administração
- Administração	. obrigatório para sociedades de capital aberto
			. mínimo 3 conselheiros (eleitos pela assembleia)
			- Diretoria: 2 ou mais diretores eleitos pelo Conselho (na sua falta, pela assembleia)
* Deveres da Diretoria: Diligência; Lealdade; Prestar informações
- Conselho Fiscal (obrigatório) Responsável pela verificação dos deveres legais
			- AGO (1 vez ao ano, nos 4 primeiros meses)
- Assembléias		- AGE (a qualquer momento)
			- Especiais	- Acionistas Preferenciais
					- debenturistas
- Quorum de instalação
. 1ª convocação: ¼ do capital votante
. 2ª convocação: qualquer número de participantes
* Contagem dos votos - maioria simples (regra geral)
10.3.5.3 Títulos das S/A 
- Ações (vide acima)
- Bônus de subscrição 
. títulos que permitem subscrever ações nas condições previstas nos mesmos
- Debêntures
. Empréstimos públicos de longo prazo, emitidos por Sociedades Anônimas ou Comandita por Ações.
. Confere direito de crédito com privilégio geral, em caso de falência 
. Crédito não eventual, efetivo e incondicional 
- Partes Beneficiárias 
. Títulos negociáveis, análogos às debêntures
. Direito de crédito eventual, consistente na participação dos lucros anuais, até limite de 10%
. Máximo: 10 anos
- Commercial paper 
. empréstimos públicos de curto prazo com valor fixo 
. vencimento em data certa.
. Máximo: 1 ano
10.3.5.4 Dissolução das S/A: art. 206.[footnoteRef:53] [53: Art. 206. Dissolve-se a companhia:
I - de pleno direito:
a) pelo término do prazo de duração;
b) nos casos previstos no estatuto;
c) por deliberação da assembléia-geral (artigo 136, número VII);
c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X);                          (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.
II - por decisão judicial:
a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista;
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;
III - por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos e na forma previstos em lei especial.
] 
			- prazo determinado previsto no Estatuto 
- De pleno direito 	- deliberação Assembleia Geral 
- existência apenas de 1 acionista (se não reconstituir a pluralidade) 
- extinção da autorização de funcionamento
			- falência
- Por decisão judicial	- ação proposta por qqr acionista (provando ñ poder 										atender o fim)
			- ação proposta por 5% ou mais do capital social	
 	
- Por decisão de autoridade administrativa competente
10.3.6 Sociedade em Comandita Por Ações 
- Semelhantes às Sociedades Anônimas 
→ Principais diferenças:
– Diretoria: somente acionistas comanditados (responsabilidade ilimitada)
			- denominação 
- Nome Empresarial:	 OU + Comandita por Ações
			- firma (razão social)
			(composto apenas pelo nome dos Diretores)
- Quórum para destituição do diretor: 2/3 do capital votante
- Espécies de acionistas:
. Comanditados (diretores ou gerentes, com responsabilidade ilimitada) 
. Comanditários (demais, com responsabilidade limitada)
10.3.6 SOCIEDADE LTDA 
- Surgida em 1919 e atualmente corresponde à principal espécie de sociedade registrada no país
10.3.6.1 Características:
- Limitação da Responsabilidade
- Contratualidade (disposições de vontade sem rigores da S/A) abrindo margem para negociação mais abrangente.
→ Legislação aplicável – CC/02 – art. 1.052 a 1.087 (insuficientes)
- Havendo OMISSÕES, aplicam-se as regras das sociedades simples (1.053, caput.)[footnoteRef:54], ou seja, do artigo 997 a 1032. [54: Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples.
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.
] 
Ex: Hipótese de empate
 Votos de B + C x A prevalece maior nº de sócios
B
C
A
A
(A + D x B + C) Empate dos 2 lados => juiz (art. 1010, §2) [footnoteRef:55] [55: Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.
] 
A
B
C
D
· Caso o contrato preveja expressamente a regência supletiva da LSA (mais elaborada) – não se aplicarão as regras da sociedade simples 
Ex: Empate - art. 129 §2º LSA[footnoteRef:56]- nova assembleia em no mínimo 60 dias – persistindo o empate => judicialização [56: Art. 129. As deliberações da assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.
§ 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer procedimento de arbitragem e não contiver norma diversa, a assembléia será convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois) meses, para votar a deliberação; se permanecer o empate e os acionistas não concordarem em cometer a decisão a um terceiro, caberá ao Poder Judiciário decidir, no interesse da companhia.
] 
Obs: LSA pode ser aplicada analogicamente, mesmo se não houver cláusula expressa, quando forem omissos tanto o capítulo sobre as sociedades limitadas quanto o sobre as sociedades simples (lacuna da lei)
Ex: LSA – 159 §3º e 4º[footnoteRef:57]- sócio substitui a sociedade para mover ação judicial contra o administrador que causou prejuízo a esta [57: Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia-geral, a ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio.
§ 3º Qualquer acionista poderá promover aação, se não for proposta no prazo de 3 (três) meses da deliberação da assembléia-geral.
§ 4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do capital social.
] 
- Em razão da natureza contratual, a constituição e a dissolução sempre serão pelo CC/02, mesmo que o contrato preveja a aplicação supletiva da LSA (1.033 a 1.038 e 1.102 a 1.112) 
10.3.6.2 Responsabilidade LTDA dos sócios (à integralização do capital social) 
- Fundamentação: incentivar a atividade empresária reduzindo os riscos do empreendimento (riquezas produzidas nas empresas) 
* Rentabilidade proporcional aos riscos –> quanto maior o risco, maior margem de lucro para compensar os perigos da atividade
- Exceções das Responsabilidade LTDA (sócios respondem subsidiariamente):
a) Deliberações contrárias à lei :Sócios dissidentes devem formalizar expressamente a discordância (1.080)[footnoteRef:58] [58: Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.
] 
b) Sociedade marital - STF pacificou que é possível, mas pode configurar fraude (977)[footnoteRef:59] [59: Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
] 
c) Justiça do trabalho: proteção da parte hipossuficiente na relação de emprego (construção jurisprudencial, sem base legal)
d) Fraudes - desconsideração personalidade jurídica (CC, art. 50)
e) Débitos Tributários – CTN, art. 135
10.3.6.3 DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE 
- Se a sociedade ganha vida quando duas ou mais pessoas se reúnem e a constituem com o objeto de exploração de alguma atividade econômica, ela se extingue quando verificada ocorrência de algum fato que impeça a continuidade 
- Ato denominado “ Dissolução” 
→ Código Comercial revogado 
- de pleno direito (artigo 335[footnoteRef:60]) [60: Art. 335 - As sociedades reputam-se dissolvidas:
1 - Expirando o prazo ajustado da sua duração.
2 - Por quebra da sociedade, ou de qualquer dos sócios.
3 - Por mútuo consenso de todos os sócios.
4 - Pela morte de um dos sócios, salvo convenção em contrário a respeito dos que sobreviverem.
5 - Por vontade de um dos sócios, sendo a sociedade celebrada por tempo indeterminado.
Em todos os casos deve continuar a sociedade, somente para se ultimarem as negociações pendentes, procedendo-se à liquidação das ultimadas.
] 
. quando expirado o prazo ajustado 
. pela quebra da sociedade ou dos sócios
. mútuo consenso de todos os sócios 
. morte de um dos sócios, salvo convenção contrária
. vontade de um dos sócios, quando celebrada por tempo indeterminado.
- judicialmente (art. 336[footnoteRef:61]) [61: Art. 336 - As mesmas sociedades podem ser dissolvidas judicialmente, antes do período marcado no contrato, a requerimento de qualquer dos sócios:
1 - mostrando-se que é impossível a continuação da sociedade por não poder preencher o intuito e fim social, como nos casos de perda inteira do capital social, ou deste não ser suficiente;
2 - por inabilidade de alguns dos sócios, ou incapacidade moral ou civil, julgada por sentença;
3 - por abuso, prevaricação, violação ou falta de cumprimento das obrigações sociais, ou fuga de algum dos sócios.
] 
. impossibilidade do objeto 
. inabilidade ou incapacidade moral ou civil de sócios 
. abuso, violação, falta de cumprimento das obrigações sociais ou fuga de sócio
→ Código Civil 2002 – Hipóteses de dissolução:
- Vontade dos sócios (1.033, II e III)[footnoteRef:62] [62: Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
] 
. consenso unânime –> distrato 
. maioria absoluta na sociedade constituída por prazo indeterminado 
* possibilidade de manutenção da sociedade, ocorrendo o reembolso aos retirantes e recomposição da pluralidade de sócios em 180 dias (1.033, IV)
- Decurso prazo (1.033 I)[footnoteRef:63] – findo o prazo de duração, dissolve-se a sociedade [63: Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
] 
* exceção: se sócios providenciarem com antecedência alteração do contrato
. prorrogando o prazo de vigência
. transformando a sociedade em prazo indeterminado 
* 1.033, I[footnoteRef:64]- se não proceder a liquidação, escoado o prazo de vigência se transformará automaticamente em sociedade de prazo indeterminado [64: Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
] 
* Deverá proceder alteração do contrato social, sob pena de não refletir a realidade (princípio da veracidade)
- Falência da sociedade, não do sócio (1.044)[footnoteRef:65] [65: Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.
] 
. Enquanto não houver sentença declaratória transitada em julgado não há extinção da sociedade
. Lei 11.101/05 (LRF)
- Unipessoalidade (1.033, IV [footnoteRef:66] e art. 206, I “d” LSA)[footnoteRef:67] [66: Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
] [67: Art. 206. Dissolve-se a companhia:
I - de pleno direito:
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;
] 
. não recomposição da pluralidade em 180 dias 
* 1.033, § único – transformação em E.I. ou EIRELI
* Sociedade limitada unipessoal (≠ EIRELI) – CC, 1.052, § 1º e 2º, com redação dada pela Lei 13.874/19 (Declaração de Direitos de Liberdade Econômica)
- Exaurimento ou irrealização do objeto social (1.034, II)[footnoteRef:68] [68: Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando:
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.
] 
.Exaurimento: sociedade com objeto claro e delimitado (V.G.: construção de determinada obra –> terminou, dissolve)
							- falta capital
. irrealização do objeto social (impossibilidade)	- falta mercado
							- desinteligência dos sócios
 				 
- Extinção da autorização para funcionamento (1.033, V)[footnoteRef:69] [69: Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
	
] 
. Se precisa de autorização estatal e esta deixa de existir, ou: 
- dissolve e liquida 
- muda o objeto 
10.3.6.4 LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE 
- Liquidação do patrimônio social
. realização do ativo 
. pagamento passivo 
* Saldo remanescente partilhado proporcionalmente à participação societária 
- Sociedade ainda existe, mas praticará apenas os atos indispensáveis à liquidação
- Administração => liquidante 
. atributos: CC, 1.102 a 1.112 
- Finalizada a liquidação e realizada a partilha, extingue-se a sociedade com o arquivamento do ato de dissolução na Junta Comercial
 → Resolução da sociedade em relação a parcela de seus sócios
- Denominações anteriores 
. dissolução parcial
. exclusão sócio
. retirada sócio
. apuração de haveres 
- judiciais
- Hipóteses
		- administrativas (alteração contrato) 
- Hipóteses administrativas
A) Exercício do Direito Retirada (1.077, CC)[footnoteRef:70] - Direito recesso [70: Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subseqüentes à reunião, aplicando-se, no silênciodo contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031.
] 
. modificação do contrato social
. fusão 
. incorporação (dela ou por ela) 
* Voto vencido pode se retirar em 30 dias 
* Em sociedades por prazo indeterminado, poderá se retirar a qualquer momento, mediante simples notificação prévia com antecedência mínima de 60 dias.
B) Expulsão Administrativa do Sócio Minoritário (1.085, CC)[footnoteRef:71] - LTDA [71: Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.
Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser determinada em reunião ou assembléia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.                  (Redação dada pela Lei nº 13.792, de 2019)
] 
. previsão expressa no contrato, em casos de justa causa
. cabe à maioria apurar a justa causa
* Justa causa: atos graves que ponham em risco a continuidade da empresa
. mediante assembleia ou reunião, designada especificamente para esse fim 
. oportunidade de defesa
C) Morte do sócio (1.028, CC)[footnoteRef:72] [72: Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:
I - se o contrato dispuser diferentemente;
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.
] 
. se o contrato não prever de modo diverso, liquida a cota e os valores irão para espólio 
. herdeiros poderão assumir, se for aprovado por maioria dos presentes (1.076, III, CC)[footnoteRef:73] [73: Art. 1.076.  Ressalvado o disposto no art. 1.061, as deliberações dos sócios serão tomadas                  (Redação dada pela Lei nº 13.792, de 2019)
III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos previstos na lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais elevada.
] 
D) Liquidação da Quota a Pedido de Credor do Sócio (1.026, CC)[footnoteRef:74] [74: Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação.
Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor, apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no juízo da execução, até noventa dias após aquela liquidação.
] 
. penhorabilidade das quotas (mesmo se a sociedade for de pessoas e não de capital)
. não ocorre admissão obrigatória do credor no quadro societário 
. apuração de haveres
. contrato com previsão de preferências aos demais sócios, estes o exercitam no leilão ou praça públicas
- Hipóteses Judiciais
E) Expulsão Judicial do Sócio Majoritário em Decorrência de Falta Grave ou Incapacidade Superveniente (1.030, CC)[footnoteRef:75] [75: Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente.
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do parágrafo único do art. 1.026.
] 
. Iniciativa: Assembleia ou reunião, convocada para esse fim, onde o sócio a ser excluído não pode votar
F) Exclusão do Sócio Minoritário se não houver autorização no contrato social para fazê-lo administrativamente
. Idem às causas administrativas, quando não houver previsão expressa no contrato 
Direito Bancário:
* (L. 4595/64)
1. Definição:
Direito bancário é ramo do direito empresarial que regula as operações de banco e a atividade daqueles que as praticam em caráter profissional
Banco – Empresa que tem por finalidade a intermediação do Crédito por meio de operações típicas que envolve aqueles que oferecem dinheiro e aqueles que o recebem.
- Organização Bancária : S/A 
* Exceção: Cooperativas de Crédito
- Dependem de prévia autorização no BACEN, ou do poder executivo (estrangeiros) 
- Atividade de financiamento – privativa de instituição financeiras
- Qualquer outro, PF ou PJ, estará sujeito a multa e detenção de 1 a 2 anos 
- Atribuições do BACEN:
. Autorização para instalação
. Fiscalização 
. Intervenção 
. Liquidação extrajudicial
2. ESPÉCIES DE BANCOS
2.1 Bancos de emissão:
. “bancos dos bancos“ 
. emitir moedas (No Brasil, compete privativamente ao Bacen)
2.2 Bancos comerciais ou de Depósitos:
. Bancos comuns 
. Recebem depósitos
. Emprestam dinheiro 
. Realizam cobranças e pagamentos
. Alugam cofres
. Guardam valores
. Descontam títulos 
. Transferem dinheiro, etc. 
2.3 Bancos Hipotecários ou Crédito Real:
. Voltados para empréstimos com garantias 
2.4 Banco de Crédito Industrial:
. Auxílio à indústria nacional 
. Empréstimo de longo prazo 
. Garantia – penhor Industrial, hipoteca e warrant
2.5 Banco de Investimentos:
. Fornece financiamentos, com recursos próprios ou de terceiros (clientes) 
2.6 Banco Agrícolas:
. Financiamentos voltados para área rural 
2.7 Banco Múltiplos:
. Mais de uma espécie
2.8 Casas Bancárias: 
. Bancos menores, com menos serviços 
2.9 Cooperativas de Crédito: 
. Sociedades civis voltadas para concessão de empréstimos aos associados com juros menores
2.10 Caixas Econômicas:
. Finalidade principal, coleta e aplicação da poupança popular 
3. CONTRATOS BANCÁRIOS
São aqueles em que uma das partes é necessariamente banco, de maneira obrigatória.
				- Fundamentais
Operações = contratos	 
- Acessórias
* SUJEITAM-SE AO CDC 
3.1 Fundamentais (ou típicos) – Envolve negociação de créditos 
- PASSIVAS - Banco devedor
. Aplicação Financeira
. Depósitos 
. Redesconto 
. Conta Corrente
 - ATIVAS - Banco credor
. Empréstimo
. Desconto 
. Antecipação 
. Abertura de Crédito 
. Crédito documentário
. Etc
3.2 Acessórias – (ou atípicos) – Mera prestação de serviços (não envolve titularidade de créditos)
- V.G.:
. Custódia de valores 
. Aluguel cofres 
. Cobrança de título 
. Prestação de informações, ETC
* REGRA: SIGILO (LC- 105/2005 – ART. 1º) §§: exceções 
4. ESPÉCIES DE CONTRATOS BANCÁRIOS
4.1 Mútuo – empréstimo de coisas fungíveis 
* JUROS: Fixação da SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) pelo CMN (Conselho Monetário Nacional - órgão executivo do BC)
* CF limitava a taxa a 12% aa – EC 40/03 REVOGOU 
4.2 Depósito: valor entregues pelo cliente para crédito em conta 
. Contrato real (se aperfeiçoa com a tradição) 
. Relação de fidúcia: banco passa a ser o titular daqueles valores 
	 	- À vista – pode ser sacado a qualquer tempo
. Espécies	
	 	- À prazo – pode ser sacado na data fixada (remunerados: VG poupança) 
			- Individual – 1 único titular
4.3Conta Corrente 						- Simples “e”
- Conjunta – 2 ou mais titulares 
								- Solidária “e/ou”
* solidariedade ativa, não passiva (qualquer um pode movimentar, mas a penhora somente pode ocorrer na respectiva quota parte) 
. Conceito: Contrato em virtude do qual o banco se obriga a receber os valores que lhe são entregues pelo correntista, ou por terceiros, bem como a cumprir as ordens de pagamento do cliente, até o limite de dinheiro depositado, ou do crédito estipulado 
4.4 Desconto: 
Banco antecipa ao cliente o valor de um crédito que ele tenha contra um terceiro, desde que ainda não vencido, mediante a cessão destemesmo crédito, deduzindo uma taxa. 
. Completa com endosso 
4.5 Redesconto: 
Novo desconto, apenas perante o BACEN (operação passiva)
4.6 Antecipação bancária (Financiamento):
 adiantamento de dinheiro mediante uma garantia real
. Título de Crédito 
. Direitos
. Mercadorias 
.Títulos representativo de mercadorias
 - Isoladamente (uma vez só) 
. Pode ser concedido 
 - Dentro de um contrato de conta corrente(várias parcelas) 
* Financiamento – Banco deve observar a finalidade, fiscalizando a aplicação .
* Diferença entre Financiamento e Mútuo, ou Abertura de Crédito é que nestes últimos a garantia é acessória, enquanto que na antecipação bancaria é obrigatória
 	4.7 Abertura de Crédito: Banco se obriga a colocar a disposição do cliente, ou de terceiro, uma importância que pode ser utilizada, ou não.
. Por prazo certo
. Por prazo Indeterminado 
. A descoberto (sem garantia)
. Com garantia real e/ou fidejussória
4.8 Crédito Documentário 
- Fábio Ulhoa – Obrigação assumida por um banco (emissor) perante seu cliente (ordenante), no sentido de promover pagamento em favor de terceiro (beneficiário) mediante a apresentação de documentos relacionados a negócios realizados por estes dois últimos 
* Âmbito das importações e exportações 
- Importador manda Banco pagar para Exportador 
(ordenante)		 (emissor)		 (beneficiário)
				 se apresentar os documentos
* fomenta as relações negociais 
. Para comprador → financiamento da compra (restitui o valor ao banco) 
. Para vendedor → garantia 
* Contrato autônomo e complexo (resultante de vários outros) 
 mandatário
 BANCO ORDENANTE
 abertura de crédito
 ORDENANTE compra e BENEFICIÁRIO
			 venda
* Banco correspondente: intermedia o emissor com o beneficiário 
* Bancos não assumem qualquer responsabilidade, devendo apenas verificar os documentos entregues pelo beneficiário, de acordo com as determinações do ordenante, rigorosamente 
*Perante o beneficiário, responde apenas pelo valor contratado pelo ordenante
- Se houver desacordo com relação a qualquer elemento do negócio jurídico haverá litígio comercial entre ordenante e beneficiário 
5. CONTRATOS BANCÁRIOS IMPRÓPRIOS
- Existem divergências doutrinárias acerca da necessidade de participação de instituição financeira em um dos polos. 
5.1 CONTRATO DE LEASING:
- Arrendamento Mercantil 
- Locação caracterizada pela faculdade conferida ao locatário de, ao seu término, optar pela compra do bem locado pelo seu valor residual.
- Não existe tipificação legal, regendo-se pelo contrato 
- Locatário, por ato unilateral, pode adquirir o bem, amortizando o valor pago de aluguel
* DEMAIS POSSIBILIDADES:
. Prorrogação do aluguel 
. Devolução do bem 
						- Locação (devolução)
- Modalidade de contrato: ato complexo 	- Compra/venda (aquisição)
 						- Financiamento
 
5.1.1 Agentes integrantes do leasing
. Arrendante ou arrendador (instituição financeira ou P.J. autorizada pelo Banco Central) 
. Arrendatário (adquirente) 
. Fornecedor do bem (faz a venda do bem ao arrendante, não participa diretamente)
* Característica fundamental do leasing: Faculdade de aquisição do bem
Prática de impor VRG (valor residual garantido) no início do contrato não mais desvirtua o mesmo, segundo entendimento do STJ (Súmula 293).
		 - Bilateral (direitos e obrigações recíprocas)
5.1.2 Classificação - Oneroso (ambos procuram vantagens financeiras)
 	 - Consensual (por falta de forma legal específica)
 
				 - Financeiro ou tradicional
5.1.3 Modalidades de Leasing	- Leasing back
 			 - Leasing operacional
 
Leasing Financeiro ou tradicional - arrendador adquire o bem de um 3º (fornecedor) e o entrega para arrendatário, para usar por prazo determinado. Ao final o arrendatário poderá:
. Adquirir o bem
. Devolver o bem
. Prorrogar a locação 
* nítido caráter de financiamento
* todas as parcelas deverão ser pagas, mesmo se devolver antes do prazo
Leasing Back – o bem já pertence ao arrendatário que o vende ao arrendante e o recebe de volta em arrendamento
* possibilita financiamento sobre bem próprio 
* transformação de ativo imobilizado em capital de giro
Leasing Operacional – o próprio fornecedor (fabricante/importador) é o arrendador (dispensa instituição financeira) 
* geralmente também fornece assistência técnica
* utilizado para bens que se tornam obsoletos em pouco tempo (V. G.: informática. Eletrônicos etc) 
. Conta com assistência técnica do próprio fabricante/importador
. Usa durante a vida útil do bem
. Quando se torna obsoleto, apenas devolve e arrenda outro 
- Inadimplemento –> Pedido de Reintegração de Posse com liminar de BUSCA E APREENSÃO 
* Também sujeitos ao sigilo bancário 
5.2 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA
- Definição: (Fiduciante) proprietário de um bem, aliena-o em confiança para outro (fiduciário) o qual se obriga a devolver-lhe a propriedade do mesmo bem, nas hipóteses previstas no contrato 
FIDUCIANTE vende FIDUCIÁRIO 
 Cumprido o contrato 
Devolve 
* sempre um negócio-meio para possibilitar um negócio-fim
- Utilidade prática: Garantia de dívida do fiduciante, em favor do fiduciário 
- Legislação aplicável: Lei de Mercados de Capitais – LMC (L. 4.728/65)
- Contrato instrumental de Mútuo 
Mutuário 		 		Mutuante 
Fiduciante aliena o bem para o 	Fiduciário
(devedor)				(credor)
. Credor = domínio resolúvel e posse indireta
. Devedor = posse direta e fidúcia 
* Com pagamento, resolve-se domínio em favor do fiduciante, que assume a titularidade plena 
* Utilização prática: aquisição de bens consumo duráveis 
- Alienação de bem próprio – possível 
- Alienação de bem
. Móvel (fungível/infungível)
. Imóvel
* mora do fiduciante (se o fiduciário for uma instituição financeira): acarreta exigibilidade das parcelas vincendas e possibilita a busca e apreensão do bem
- Credor pode vender diretamente o bem, independentemente de leilão (a propriedade já é dele), mas não pode ficar com o bem
5.3 FACTORING 
- Faturização – fomento mercantil 
- Definição: Contrato pelo qual uma instituição financeira (faturizadora) se obriga a cobrar os devedores de um empresário (faturizado) prestando serviço de administração de crédito 
- Quando o empresário concede crédito, passar a ter que administra-lo, assumindo o risco da insolvência 
- Crédito atualmente é uma necessidade mercadológica.
* Obrigações da faturizadora
- Gerência dos créditos do faturizado através de:
. Controle de vencimentos
. Envio de avisos 
. Promoção de protestos 
. Cobrança 
- Assunção dos riscos do inadimplemento 
- Garantir o pagamento das faturas 
				 - “Conventional factoring”
- Modalidades de Faturização 
				 - “Maturity factoring”
- “ Conventional factoring ” – Garante pagamento (contrato bancário próprio – natureza creditícia) antecipando o valor
- Administração do crédito 
. Serviços prestados	- Seguro
- Financiamento 
- “ Maturity Factoring” – Instituição financeira paga as faturas apenas na data do vencimento, não as antecipa (contrato bancário impróprio, mas se houver assunção de risco, terá natureza bancária) 
			- Administração do Crédito
. Serviços Prestados
- Seguro 
* Não existe ato infralegal que proíba a faturização por quem não seja banco
- Legislação tributária conceitua como: prestação cumulativa e continua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços.
- Resolução 2.144/95 do BC: A prática de qualquer ato financeiro, estranho à definição legal, caracteriza infringência à lei de reforma bancária (L. 4595/64)
* também obrigados ao sigilo

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