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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 7 – Repetição de indébito. Matérias reservadas à previsão por lei complementar. Tratados e convenções internacionais. Legislação tributária: lei complementar, lei ordinária, lei delegada; decretos legislativos, resoluções do Senado Federal; atos normativos de autoridades administrativas: decretos e despachos normativos do executivo, resoluções administrativas, portarias, decisões administrativas. Convênios interestaduais CONFAZ. Olá, chegamos a aula 7. Registra-se que diversas novas questões da FGV sobre a aula 7 estarão na aula de amanhã. Sumário • 1. Legislação Tributária (fontes do direito tributário): 1.1. Constituição; 1.2. Emendas à Constituição; 1.3. Leis Complementares e Leis Ordinárias; 1.4 Normas gerais de direito tributário; 1.5 Tratados internacionais tributários: 1.5.1 Conceito; 1.5.2 Fundamento constitucional; 1.5.3 Fundamento legal: 1.5.3.1 Interpretação doutrinária; 1.5.3.2 Interpretação do STF; 1.5.3.3 Interpretação do STJ: 1.5.3.3.1 Tratados-leis e tratados-contratos; 1.5.4 Competência para instituição de isenção; 1.5.5 Função negativa; 1.6 Medidas Provisórias e Leis Delegadas; 1.7 Resoluções do Senado Federal; 1.8 Convênios interestaduais do ICMS: concessão ou revogação de benefícios e incentivos fiscais do ICMS (Lei Complementar nº 24/75); 1.9 Decretos e Normas Complementares - 2. O pagamento indevido e a repetição de indébito: 2.1 Restituição do tributo indireto; 2.1.1 Hipóteses de creditamento; 2.2 Juros, multas e ação anulatória; 2.3 Débitos decaídos e débitos prescritos; 2.4 Declaração de inconstitucionalidade do STF ou Resolução do Senado Federal. 1. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO) O conceito de legislação tributária engloba as normas jurídicas que tratam de direito tributário. Assim, segundo o art. 96 do CTN, o enunciado “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Neste sentido, a legislação tributária abrange tanto as normas constitucionais quanto as normas infralegais. Ou seja, o conceito de legislação tributária disposto no CTN é elástico e exemplificativo, enquanto o conceito de lei no mesmo código é mais restritivo e não compreende as normas infralegais, tais como decretos regulamentares e também as normas complementares estabelecidas pelo art. 100 do CTN. Com efeito, o sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Constituição Federal de 1988, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais, conforme o art. 2° do CTN adaptado aqui a nossa realidade atual. Neste ínterim, a doutrina distingue os atos normativos primários ou fontes primárias e os atos normativos secundários ou fontes secundárias, que são subordinadas as fontes primárias e têm o papel de proporcionar uma maior eficácia na execução das fontes primárias. São fontes primárias do direito tributário todas as normas que têm o seu fundamento de validade retirado diretamente ou imediatamente da CF/88, a saber: (i) lei constitucional; (ii) leis complementares; (iii) leis ordinárias; (iv) leis delegadas; (v) medidas provisórias; (vi) tratados e convenções internacionais ratificados por decretos legislativos do Congresso Nacional; (vii) resoluções do Senado Federal; (viii) convênios do ICMS (CONFAZ). Estas fontes primárias são igualmente designadas de instrumentos primários, eis que são regras inaugurais do sistema jurídico, ao contrário das fontes secundárias ou instrumentos secundários, que têm hierarquia inferior à lei e devem obediência as fontes primárias. Portanto, são fontes secundárias do direito tributário todas as normas que têm o seu fundamento de validade retirado indiretamente ou mediatamente da CF/88, e diretamente das fontes primárias, a saber: (i) decretos regulamentares e (ii) normas complementares disciplinadas no art. 100 do CTN. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br Por sua vez, a doutrina também distingue as fontes do direito tributário em fontes reais, formais e não-formais. As fontes reais ou materiais correspondem aos fatos geradores in concreto, isto é, a situação de fato ocorrida no mundo real descrita na hipótese de incidência da norma tributária. Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto Hipótese de incidência, Hipótese tributária e Pressuposto legal do tributo. Fato imponível, Fato jurídico tributário, Hipótese de incidência realizada e Facto tributário. Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato da vida) Pois bem. O fato gerador in concreto é a fonte real do direito tributário. As fontes formais são as normas jurídicas que compõem o ramo do direito tributário, também divididas em principais e acessórias ou complementares. As fontes formais principais são as normas legais tributárias (+) mais o decreto regulamentar, ou seja, Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, tratados e convenções internacionais ratificados por decretos legislativos do Congresso Nacional, resoluções do Senado Federal, convênios do ICMS (CONFAZ) e decretos regulamentares. As fontes formais acessórias são as normas complementares estabelecidas no art. 100 do CTN, a saber: (i) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; (ii) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; (iii) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; (iv) os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que não se confundem como os convênios do ICMS regulados pelo CONFAZ. As fontes não-formais são a doutrina e a jurisprudência. Passamos agora a analisar as fontes formais ou veículos introdutores de normas no direito tributário. 1.1. CONSTITUIÇÃO CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88), norma das normas brasileiras, é o fundamento de validade de todas as demais normas que integram o nosso ordenamento, sendo considerado um complexo de normas inteiramente relacionadas, todas voltadas para garantir a finalidade que firmou o poder constituinte. Assim sendo, realçamos a premissa fundamental da hierarquia superior da rígida Constituição brasileira e sua consequente localização no topo do sistema normativo, sendo que as demais normas legislativas não podem subsistir validamente sem obedecer ao disposto no texto constitucional. Isto é, a CF/88 tem supremacia e força de lei superior em relação a todas as demais normas do sistema jurídico, estando às normas constitucionais localizadas no cume da pirâmide legislativa. Com efeito, ao interpretar a lei infraconstitucional de direito tributário, o intérprete deve conferir a esta um sentido compatível com o da Constituição, ou seja, não se pode ignorar o sentido das palavras estabelecidas no texto constitucional. Nesse rumo, conforme a leitura atenta dos arts. 145 a 156 da CF/88, facilmente verificamos a normatização constitucional de diversos temas de direito tributário, ao ponto dos estudiosos afirmarem que o texto constitucional trata a matéria tributária de forma analítica, singular e exaustiva, contemplando diversas normas jurídicas que limitam o exercício do podertributário pelo Estado. Por outro lado, os arts. 157 a 162 da CF/88 disciplinam a repartição de receitas tributárias. Deste modo, apesar de integrem o capítulo referente ao sistema tributário nacional, os citados dispositivos constitucionais são, na verdade, normas de direito financeiro, que, em concurso público, são cobradas em direito tributário, em virtude desta localização no texto constitucional. Aproveitamos para enfatizar novamente que o texto constitucional não cria tributos, mas sim delineia ou delimita o exercício da competência tributária pelos entes federativos. 1.2. EMENDAS À CONSTITUIÇÃO As emendas constitucionais são de notável relevância no direito tributário, atualizando-o e adaptando este ramo do direito à realidade social brasileira. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br O procedimento de alteração no texto constitucional é previsto no art. 60 da CF/88, sendo realizado pelo denominado poder constituinte reformador. Em razão deste dispositivo constitucional, afirmamos que a CF/88 é rígida, eis que exige para o seu procedimento de reforma um quorum de votação especial e superior ao exigido no processo de reforma das demais espécies normativas. As limitações constitucionais ao poder constituinte reformador são expressas e implícitas. As limitações expressas são divididas em circunstanciais, materiais e formais. As limitações expressas circunstanciais são estabelecidas no art. 60, §1°, da CF/88, dispondo que o texto constitucional não poderá ser emendado na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. As limitações expressas materiais são as chamadas cláusulas pétreas, dispondo a CF/88 que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: • A forma federativa de Estado; • O voto direto, secreto, universal e periódico; • A separação dos Poderes; • Os direitos e garantias individuas. Neste ponto, destacamos que o STF compreende que o princípio da anterioridade é garantia individual do contribuinte e, por conseguinte, cláusula pétrea que não poder ter seu âmbito de incidência reduzido pelo poder constituinte reformador. Do mesmo modo, a imunidade tributária recíproca é limitação ao poder de tributar concretizadora do princípio federativo, sendo inconstitucional qualquer emenda reformadora que procure restringir tal imunidade (ADI 939). Ademais, cumpre afirmamos que uma emenda constitucional pode extinguir tributos, desde que tal extinção pelo poder constituinte derivado não seja tendente a abolir a autonomia financeira do ente federado, o que acarretaria violação a forma federativa de Estado (art. 60, §4°, I, da CF/88). De tal modo, não violou a forma federativa de Estado brasileira a EC n.° 3/1993, que extinguiu a competência dos Estados CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br e do Distrito Federal para instituir o Adicional ao Imposto sobre a Renda (AIR) e a competência dos Municípios e do Distrito Federal para criar o Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC), uma vez que a perda da arrecadação decorrente da extinção desses impostos não foi tendente a abolir a autonomia financeira dos respectivos entes federativos. Já as limitações expressas formais são estabelecidas nos incisos I, II e III, do art. 60, bem como nos parágrafos 2º, 3º e 5º do mesmo artigo, a saber: • A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (a) de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; (b) do Presidente da República; (c) de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros; • A proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros; • A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem; • A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Por sua vez, o entendimento predominante é que existem também limitações implícitas ao poder de reforma constitucional, que são: (i) a impossibilidade de alteração do titular do poder constituinte originário (o povo) e do titular do poder constituinte reformador (Congresso Nacional); e a (ii) impossibilidade da supressão das limitações expressas ao poder de reforma. Realçamos que diversas emendas à Constituição alteraram o direito tributário, por exemplo, as emendas constitucionais n° 3/93 (reserva de lei específica para os benefícios fiscais, constitucionalização da substituição tributária “pra frente” e modificações na competência tributária), n° 29/00 (constitucionalização da progressividade fiscal do IPTU), n° 33/01 (alterações diversas no sistema das contribuições tributárias e do ICMS-combustíveis), n°39/02 (criação da contribuição de iluminação pública), n° 41/03 (contribuição previdenciária de competência de todos os entes federativos) n° 42/03 (anterioridade nonagesimal CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br como regra, alterações no ITR, IPVA e nas matérias da lei complementar tributária), dentre outras. Ademais, registramos o entendimento atual do STF no sentido de não aceitar a denominada constitucionalidade superveniente. Nesta situação, a norma originariamente inconstitucional (inválida), ao tempo de sua instituição, torna-se constitucional (válida), por exemplo, em razão de uma Emenda à Constituição. Assim, num caso que tratava da COFINS, o STF compreendeu que a Emenda Constitucional n° 20/1998 que modificou a base de cálculo da COFINS, não teria o condão de transformar uma norma ordinária inicialmente inválida em norma ordinária supervenientemente válida. Em outras palavras, o STF não adota a tese da convalidação de norma ordinária inconstitucional, em face da mudança do parâmetro constitucional. Neste sentido, é inviável a constitucionalidade superveniente de norma tributária inconstitucional. Importante: Afirma o STF (RE nº 357.950-9/RS, RE 586709/AL, DJE nº 145, divulgado em 05/08/2010): “Quanto ao entendimento de a lei originariamente inconstitucional ter sido convalidada pela Emenda nº 20, tal conclusão contraria a jurisprudência pacificada do Plenário. A tese da constitucionalidade superveniente conflita com a ordem natural das coisas [...] Descabe, também, partir para o que seria a repristinação, a constitucionalização de diploma que, ao nascer, mostrou-se em conflito com a Constituição Federal [...] A hierarquia das fontes legais, a rigidez da Carta, a revelá-la documento supremo, conduz à necessidade de as leis hierarquicamente inferiores observarem-na, sob pena de transmudá-la, com nefasta inversão de valores. Ou bem a lei surge no cenário jurídico em harmonia com a Constituição Federal, ou com ela conflita, e aí afigura-se írrita, não sendo possível o aproveitamento, considerado texto constitucional posterior e que, portanto, à época não existia [...] A constitucionalidade de certo diploma legal deve se fazer presente de acordo com a ordem jurídica em vigor, da jurisprudência, não cabendo reverter a ordem natural das coisas”. 1.3 LEIS COMPLEMENTARES E LEIS ORDINÁRIAS Assunto que é um dos mais cobrados e recorrentes em todas as provas é a matéria tributária reservada à lei complementar (função da LC), isto é, os temas de direito tributário em que o texto CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.brconstitucional expressamente afirma que devem ser estabelecidos por meio desta espécie legislativa. Então, de início, tratamos deste ponto. FUNÇÕES DA LEI COMPLEMENTAR TRIBUTÁRIA (i) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 146, I); (ii) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II); (iii) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; (b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; (c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. (d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239 (art. 146, III); (iv) tratar da definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (a) será opcional para o contribuinte; (b) poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (c) o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (d) a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes (art. 146, parágrafo único); (v) poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei ordinária, estabelecer normas de igual objetivo (Art. 146-A); (vi) poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o princípio da anterioridade (Art. 148); (vii) a União poderá instituir impostos e contribuições residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (Art. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br 154, I c/c art. 195, §4°); (viii) No ITCMD, o Estado ou o Distrito Federal terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: (a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; (b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior (art. 155, §1°, III). (ix) Em relação ao ICMS, cabe à lei complementar: (a) definir seus contribuintes; (b) dispor sobre substituição tributária; (c) disciplinar o regime de compensação do imposto; (d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; (e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, “a” (atualmente com a EC 42/03 todas as operações que destinem mercadorias para o exterior e serviços prestados a destinatários no exterior são imunes ao ICMS); (f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; (g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados; (h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b (i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço (art. 155, XII); (x) Compete aos Municípios instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN ou simplesmente ISS), não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar (Art. 156, III); (xi) Em relação ao ISS, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados (art. 156, §3°). (xii) É vedada a concessão de remissão ou anistia para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar das contribuições sociais: (a) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre (a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (contribuição patronal); e (b) do trabalhador e dos demais segurados da previdência social (art. 195, §11°). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br Importante: para concursos públicos o conhecimento memorizado das funções ou atribuições da lei complementar tributária é fundamental. A FGV no concurso para FRE/AP/2010: “Dentre as funções que compete à Lei Complementar, assinale a alternativa correta: (a) Evitar o desequilíbrio nas condições de concorrência por meio de critérios especiais de tributação; (b) Fixar uma alíquota única (2%) de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, a ser aplicada em âmbito nacional, para combater a guerra fiscal; (c) Dar maior amplitude à competência tributária constitucionalmente conferida aos entes da federação; (d) Introduzir os tratados internacionais em matéria tributária no ordenamento jurídico brasileiro; (e) Regulamentar o parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional, que estabeleceu a chamada ‘cláusula geral antielisiva’”. A resposta correta é a letra “a”. Nesse rumo, a FGV no concurso para FR/RJ/2010: “As alternativas a seguir apresentam atribuições da lei complementar tributária, à exceção de uma. Assinale-a: (a) Instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social; (b) Dispor sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas; (c) Instituir o imposto sobre grandes fortunas; (d) Dispor sobre os requisitos para o gozo da imunidade tributária relativa a impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos; (e) Atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente. A resposta correta é a letra “e”. Por sua vez, a jurisprudência atual do STF entende que só se exige lei complementar para as matérias cuja disciplina a CF/88 expressamente faz tal exigência. Nesse rumo, existe invalidade da legislação ordinária, quando dispõe sobre temas que o texto constitucional reservou explicitamente à lei complementar. Ou seja, não existe hierarquia entre lei complementar e as outras espécies de leis ordinárias presentes no processo legislativo, mas quando o tema é constitucionalmente predeterminado e exige quorum de maioria absoluta (mais da metade dos membros da casa legislativa) se entende que só a lei complementar pode disciplinar a matéria. Deste modo,lei complementar só é exigida quando a CF/88 é expressa nesse sentido, devendo ser aprovada no âmbito federal se obtiver voto favorável da maioria absoluta dos membros das duas CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br Casas legislativas (257 deputados dos 513 e 41 senadores dos 81). Já a lei ordinária é aprovada se obtiver a maioria relativa de votos em cada Casa Legislativa federal, devendo estar presente na sessão a maioria dos seus membros. Neste contexto, existem duas diferenças entre a lei complementar e a lei ordinária: (i) formal, que é o quorum de aprovação; (ii) material, que é o conteúdo da norma, pois o conteúdo da lei complementar é expressamente disposto no texto constitucional e a lei ordinária tem um campo de atuação residual, tratando de temas não especificados para outras espécies normativas. Destarte, destacamos que se o tema disciplinado por lei complementar não seja daquele para que o texto constitucional expressamente exija lei complementar, verificamos que a norma aprovada é considerada como lei materialmente ordinária. Isto é, a norma formalmente aprovada como lei complementar pode ser revogada por lei ordinária, uma vez que não é materialmente complementar. O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou incorretas as seguintes assertivas: “No STN, a lei complementar deve ser observada quanto à forma, não havendo exigência de sua vinculação no que diz respeito à matéria veiculada”; “Apesar da discussão jurisprudencial, o STF firmou entendimento de que a concessão de benefício tributário somente pode ocorrer por meio de lei complementar e que a alteração posterior há de ser efetivada por essa modalidade legislativa, por ter sido opção política do legislador infraconstitucional”. O entendimento do STF é que a lei ordinária pode instituir benefício fiscal, exceto no ICMS. Por exemplo, a LC 70/91 é uma lei materialmente ordinária, uma vez que os dispositivos referentes a COFINS não tratam de matéria reservada por texto expresso da CF/88 à lei complementar. Por sua vez, no direito tributário, ressaltamos que a lei ordinária tem o papel primordial de instituir tributos, salvo nos casos de lei complementar, que são o imposto sobre grandes fortunas (IGF), empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais novas ou residuais. Assim, na interpretação do art. 97 do CTN conforme o texto constitucional, apenas lei pode estabelecer: (i) a instituição de CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br tributos, ou a sua extinção; (ii) a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto no texto constitucional; (iii) a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo; (iv) a fixação da base de cálculo do tributo e de sua alíquota, ressalvado o disposto no texto constitucional; (v) a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; (vi) as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades, ressalvado o disposto no texto constitucional. A ressalva do texto constitucional se refere aos tributos que poderão ter suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal, por meio de decreto, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, a saber: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). É o que dispõe o art. 153, §1º, da CF/88, interpretando-se em concurso como espécie de mitigação, exceção ou atenuação do princípio da legalidade. O CESPE nos concursos para Procurador/PE/2009 e Advogado/CEF/2010 adotou como incorretos, respectivamente, os seguintes enunciados: “As penalidades por descumprimento de obrigações acessórias podem ser estabelecidas por atos infralegais”; “Somente a lei pode estabelecer a majoração de tributos ou a sua redução”. Em relação a CIDE – Combustíveis (art. 177, §4°, I alínea “b”, da CF/88) e o ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155, §4°, IV, da CF/88), as alíquotas poderão somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei. No caso do ICMS – Combustíveis e Lubrificantes, a exceção se refere à incidência monofásica do imposto, e as alíquotas são definidas nacionalmente por convênios dos Executivos, ou seja, por ato de deliberação do Poder Executivo. Outra ressalva se refere aos benefícios fiscais do ICMS (isenção - hipótese de exclusão do crédito tributário) por meio de convênio interestadual do CONFAZ. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br Salientamos, porém, que nos casos definidos por convênio interestadual do ICMS (CONFAZ), trata-se, na verdade, de fonte primária do direito tributário e lei em sentido amplo, isto é, tal convênio interestadual do ICMS não é norma infralegal. Contudo, parte da doutrina entende que tal convênio interestadual é norma infralegal, entendimento com a qual não concordamos. Por fim, realçamos que se equipara à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso e que não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. O CESPE no concurso para Procurador/PE/2009 adotou como correto: “A simples atualização monetária não se confunde com majoração de tributo”. 1.4 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Em relação às normas gerais de direito tributário, devemos dizer que o texto constitucional há de ser interpretado como meramente exemplificativo e não taxativa ou numerus clausus (sistema fechado e exaustivo). Deste modo, é permitido a lei complementar estabelecer outras normas gerais em matéria de legislação tributária, além das previstas na Carta Magna, que são as seguintes: • Definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; • Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; • Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas: este dispositivo não cria imunidade tributária paras as cooperativas; • Definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte. • Estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei ordinária, estabelecer normas de igual objetivo. O CESPE no concurso de Defensor Público/ES/2009 adotou como correto: “Cabe a lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre obrigação, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários”. Por outro lado, o CESPE no concurso para Advogado-EMBASA/2010 adotou como incorreto: “Compete à União, mediante lei ordinária federal, estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, em especial sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas”. No entanto, nada obstante as regras dispostas no texto constitucional, ainda existem autores de renome que, invocando a defesa dos princípios constitucionais da Federação e da isonomia entre os entesfederativos, entendem que as leis complementares podem dispor a respeito das normas gerais tributárias, desde que tenham como tema de fundo apenas os conflitos de competência entre os entes federativos (CF, art. 146, I) ou a regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar (CF, art. 146, II). Isto é, tais autores reduzem o campo da lei complementar em matéria tributária a estes dois últimos temas e, consequentemente, tornam inúteis os demais dispositivos referentes às normas gerais tributárias. Contudo, a compreensão predominante é que as leis complementares têm as funções exatamente designadas pelo texto constitucional e o intérprete não pode, a pretexto de uma interpretação sistemática, inutilizar diversos dispositivos constitucionais (art. 146 III, a, b, c, d, parágrafo único, I, II, III, IV, art. 146-A). As normas gerais de direito tributário explicitam os pontos mais importantes do modelo normativo constitucional tributário e não são desfavoráveis aos princípios da isonomia e do sistema federativo, podemos dizer até que elas solidificam e estruturam as regras básicas que devem ser seguidas por todos os entes federativos tributantes. Ainda têm a obrigação de advertir que uma das primordiais características do arquétipo federativo brasileiro é o de ser constitucionalmente centralizado e com maior soma de competências legislativas e tributárias outorgadas à União. Ademais, o STF e o STJ vêm reconhecendo a validade da função da lei complementar de preceituar sobre normas gerais de direito tributário da forma como está expresso no texto supremo. A ESAF no concurso para Procurador do DF/2007 considerou como correta: “As leis complementares prestam-se basicamente a três (3) tipos de atuação em matéria tributária. Em conseqüência, elas dispõem sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br constitucionais ao poder de tributar da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; normas gerais de legislação tributária”. Destacamos, nesse rumo, o entendimento do STF no sentido de que apenas lei complementar pode disciplinar prazos de decadência prescrição no direito tributário. Assim, são “inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei n. 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.” (Súmula Vinculante 8) O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF1/2010 considerou incorreta: “Haverá regularidade formal sempre que a União editar lei ordinária regulando a fruição das imunidades tributárias estabelecidas na CF”. Por sua vez, no concurso para Promotor de Justiça do Paraná (2009) na prova discursiva: “Comente sobre o prazo prescricional de 10 anos para cobrança dos créditos da Seguridade Social, bem como, sobre decisão do STF sobre este prazo, apontando o fundamento utilizado pelo Supremo para sua decisão” (no máximo 25 linhas). Com efeito, a Lei 5.172 de 1966, votada como lei ordinária, com base no art. 5°, XV, alínea b, da Constituição de 1946, que, posteriormente, passou a chamar-se Código Tributário Nacional (CTN), com fundamento no art. 7°, do Ato Complementar n° 36 de 1967, foi recepcionada com status de lei complementar, pelo art. 18, § 1°, da Constituição de 1967/69, sendo válida juridicamente como lei complementar no que não se contrapor ao texto constitucional de 1988. Nesse rumo, a competência da União para estabelecer normas gerais de direito tributário não exclui a competência suplementar dos Estados-membros e do Distrito Federal e, inexistindo lei federal sobre normas gerais, tais entes federativos exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, §§ 2° e 3°, da CF). E a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual ou distrital, no que lhe for contrário (art. 24, § 4°, da CF). Importante: As normas gerais de direito tributário cabem à lei complementar e as normas especiais cabem à legislação tributária ordinária de cada ente federativo (normas tributárias infraconstitucionais em geral). O CESPE no concurso para Procurador Municipal de Boa Vista/2010 considerou incorreta: “Em matéria de legislação tributária, a casa legislativa do município pode estabelecer norma dispondo sobre CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br crédito, diferentemente do disposto em lei complementar”. Já a ESAF no concurso de Procurador da Fazenda Nacional/2007.2 considerou correta: “O Código Tributário Nacional, embora tenha sido criado como lei ordinária, foi recebido pelas Constituições como lei complementar. Normas especiais sobre obrigação, lançamento e crédito tributários cabem à legislação ordinária de cada ente tributante”. A respeito do tema normas gerais, ainda destacamos duas recentes decisões do STF: • “(...) O art. 146, III, c da Constituição não implica imunidade ou tratamento necessariamente privilegiado às cooperativas. Conforme orientação desta Corte, em matéria tributária, não há hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, nem a observância de simetria entre as formas para revogar isenções. A circunstância de dado tributo estar sujeito às normas gerais em matéria tributária não significa que eles deverão ser instituídos por lei complementar, ou então que qualquer norma que se refira ao respectivo crédito tributário também deva ser criada por lei complementar. A concessão de isenções ou outros benefícios fiscais, bem como a instituição dos critérios das regras-matrizes dos tributos não têm perfil de normas gerais (normas destinadas a coordenar o tratamento tributário em todos os entes federados), embora delas extraiam fundamento de validade” (AC 2.209-AgR, DJE de 26/03/2010) • “Não há impedimento a que norma tributária, posta regularmente, hospede funções voltadas para o campo da defesa da liberdade de competição no mercado, sobretudo após a previsão textual do art. 146-A da CF. Como observa Misabel de Abreu Machado Derzi, ‘o crescimento da informalidade (...), além de deformar a livre concorrência, reduz a arrecadação da receita tributária, comprometendo a qualidade dos serviços públicos (...). A deformação do princípio da neutralidade (quer por meio de um corporativismo pernicioso, quer pelo crescimento da informalidade ...), após a EC 42/2003, afronta hoje o art. 146-A da CF. Urge restabelecer a livre concorrência e a lealdade na competitividade.’” (AC 1.657-MC, DJ de 31/08/2007) 1.5 TRATADOS INTERNACIONAIS TRIBUTÁRIOS Os tratados, convenções ou acordos internacionais têm grande ascendência sobre temas tributários, especialmente sobre normas que buscam evitar a bitributação internacional e a evasão fiscal, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br enquadrando-se no conceito de legislação tributária disposto explicitamente no CTN (art. 96). 1.5.1 CONCEITO O tratado internacional é um pacto formal assinado por duas ou mais pessoas de direito público internacionais, que estipula normas criando, modificando ou extinguindo direitos e deveres entre os seus signatários. Portanto, em regra, trata-se de um acordo formal, que envolve a manifestação de vontade de dois sujeitos, o consentimento mútuo quanto aos termos estabelecidos e objeto lícito e possível. Nesse rumo, citamos o conceito de tratado internacional estabelecido na Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969, que dispõe: “significa um acordo internacional celebrado entre Estados em forma escrita e regido pelo direito internacional, que conste, ou de um instrumento único ou de dois ou mais instrumentosconexos, qualquer que seja sua denominação específica” (art. 2°, 1, “a”). 1.5.3 FUNDAMENTO LEGAL Nos termos do art. 98, do CTN, os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. A interpretação literal desta norma é que a legislação tributária interna brasileira não pode modificar ou revogar norma tributária estabelecida em tratado internacional. A FGV no concurso para FRE/AP/2010 considerou corretos os seguinte enunciados: “O CTN determina (artigo 98) que a lei interna deverá observar os tratados anteriormente firmados”; “O artigo 98 do CTN, revoga a lei interna, ainda que, de fato, restrinja-se a limitar a sua eficácia”. De qualquer sorte, os tratados internacionais tributários devem obediência as normas constitucionais. 1.5.2 FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL Os tratados ou convenções internacionais são atos normativos de competência privativa do Presidente da República, sujeitos a referendo do Congresso Nacional (CF, art. 84, VIII). Assim, segundo o art. 49, I, da CF/88, é da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Deste modo, no que se refere à integração do tratado internacional no ordenamento jurídico interno brasileiro, faz-se necessário que haja aprovação por decreto legislativo emanado do Congresso Nacional para que adquira força de lei. Após a aprovação do tratado internacional pelo decreto legislativo do Congresso Nacional (veículo introdutor de normas tributárias internacionais), há a promulgação por meio de decreto do Presidente da República, promovendo, então, a executoriedade da norma internacional no âmbito do direito positivo interno. Com efeito, o tratado internacional passa a vigorar no Brasil na data de início da vigência do decreto do Chefe do Poder Executivo federal. O CESPE no concurso para o Ministério Público/ES/2010 considerou correto: “No ordenamento jurídico interno brasileiro, tratado internacional acerca de matéria tributária celebrado entre a República Federativa do Brasil e outro Estado da sociedade internacional passa a vigorar na data de início da vigência do decreto que o promulgar”. Por outro lado, a FGV no concurso para Fiscal de Rendas/RJ/2010 considerou incorreto que os tratados internacionais “não dependem de referendo do Congresso Nacional, sendo prerrogativa exclusiva do chefe do Executivo”. Por sua vez, realçamos também o §3°, do art. 5°, da CF/88, estabelecendo que os “tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: “Com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, os tratados e convenções internacionais, que visam ao estabelecimento de regras para coibir a evasão fiscal, ao serem aprovados pelo Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais”. 1.5.3.1 INTERPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br Por sua vez, a interpretação doutrinária predominante é que os tratados suspendem (não revogam) ou modificam a legislação tributária interna, salvo às normas constitucionais, e serão observados pelas normas infraconstitucionais que lhes sobrevenha. Neste sentido, a prevalência dos tratados internacionais tributários sobre a legislação ordinária decorre de sua relação de especialidade para com a legislação interna e não de sua superioridade hierárquica. Importante: O art. 85-A, da Lei 8.212/91, de acordo com a interpretação doutrinária majoritária, dispõe que “os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei especial”. 1.5.3.2 INTERPRETAÇÃO DO STF Conforme compreensão geral do STF, os tratados de direito internacional introduzidos no direito interno situam-se nos mesmos planos de validade, eficácia e autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, havendo entre estas e aqueles mera relação de paridade normativa (ADI-MC 1480/DF, RHC 79785/RJ, CR-AgR 8279/AT, Ext 662/PU). Neste sentido, realçamos também o entendimento do STF de que os tratados internacionais celebrados pelo Brasil não podem versar sobre matéria de lei complementar, que não pode ser substituída por qualquer outra norma infraconstitucional, inclusive os tratados internacionais já incorporados ao direito brasileiro (ADI-MC 1480/DF). No entanto, “os tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil possuem status normativo supralegal, tornando inaplicável a legislação infraconstitucional com eles conflitantes, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação” (informativo 470 do STF). A FGV no concurso para Advogado/Senado Federal/2008 considerou correto o seguinte enunciado: “Havendo antinomia entre norma de tratado internacional e norma de lei interna, mais recente, a questão se resolve pela prevalência da lei interna, com indenização aos prejudicados”. Neste sentido, a banca examinadora não adotou o art. 98 do CTN, mas, sim, o entendimento geral do STF de que no conflito entre norma de tratado internacional e norma de lei interna, mais recente, prevalece a lei interna. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br Importante: A indenização aos prejudicados, segundo corrente minoritária da doutrina, poderia ocorrer na hipótese de descumprimento do tratado internacional pela decisão do STF. Isto é, segundo tal corrente, pode o indivíduo prejudicado entrar com ação de indenização contra União, em decorrência da decisão judicial da Suprema Corte que descumpriu o tratado internacional. 1.5.3.3 INTERPRETAÇÃO DO STJ Compreende-se que o art. 98 do CTN permite a distinção entre os chamados tratados-contratos e os tratados-leis. Assim sendo, a prevalência da norma interna com o poder de revogar os tratados, equiparando-os à legislação ordinária, aplica-se apenas aos tratados- contratos, e não aos tratados-leis. (REsp 426.945/PR). Em outras palavras, o STJ, em matéria de direito internacional tributário, tem entendido que o art. 98 do CTN se aplica integralmente aos tratados-leis, que não podem ser alterados pela legislação tributária interna que lhes sobrevenha. 1.5.3.3.1 TRATADOS-LEIS E TRATADOS-CONTRATOS Decerto, a jurisprudência do STJ distingue os tratados normativos (tratados-leis) em que se aplica integralmente o art. 98 do CTN e os tratados contratuais (tratados-contratos ou tratados- convencionais) em que não se aplica o art. 98 do CTN. Nos tratados-leis existem as características da generalidade e das vontades coincidentes entre os países signatários do tratado, sendo que o tratado não pode ser revogado ou modificado pela legislação tributária interna. Por exemplo, a Convenção de Viena a respeito de Relações Diplomáticas. Noutro exemplo, a jurisprudência do STJ compreende que o benefício fiscal da alíquota zero na importação da vitamina “E”, assim como de seus derivados, previsto no Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT), prevalece sobre legislação tributária superveniente (REsp 965627/ SP; RESP 130.670/SP). Já nos tratados contratuais não existe a característica da generalidade e as vontades dos países signatários não são coincidentes, sendo que o tratado pode ser revogado ou modificadopela legislação tributária interna, segundo o entendimento do STJ. A característica fundamental do tratado- contrato é a contraprestação entre as partes. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br Isto é, para o cumprimento deste tipo de tratado é necessário uma contrapartida por parte dos signatários, esgotando-se o seu objeto com a realização da contraprestação. Exemplos clássicos de tratado contratual são os tratados de paz e os tratados de empréstimo internacional. Importante: Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha (art. 98 do CTN). Porém, segundo entendimento do STJ, este dispositivo se aplica aos tratados-leis, mas não aos tratados-contratuais. 1.5.4 COMPETÊNCIA PARA INSTITUIÇÃO DE ISENÇÃO Segundo o STF, a União, atuando como sujeito de direito na ordem internacional, por meio de tratados ou convenções internacionais, pode conceder de isenções de tributos estaduais ou municipais. Por exemplo, é constitucional a isenção de ICMS relativa a mercadoria importada de país signatário do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), quando isento o similar nacional. Ou seja, na hipótese, não se aplica a regra do art. 151, III, da CF/88, que se limita a “impedir que a União institua, no âmbito de sua competência interna federal, isenções de tributos estaduais, distritais ou municipais, não se aplicando, portanto, às hipóteses em que a União atua como sujeito de direito na ordem internacional” (informativo 476 do STF). A jurisprudência atual do STF é no mesmo sentido das seguintes súmulas do STF e STJ, a saber: “A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o similar nacional” (súmula 20 do STJ); “À mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do ICM concedida a similar nacional” (súmula 575 STF). A ESAF no concurso de Procurador da Fazenda Nacional/2007.1 considerou como corretos os seguintes enunciados: “O STJ, em matéria de direito internacional tributário, tem entendido que os tratados-leis, diferentemente dos tratados-contratos, não podem ser alterados pela legislação interna”; “Cabe à lei complementar dispor sobre a vedação a que se estabeleçam limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais”. Por sua vez, no mesmo concurso, a ESAF considerou incorreto: “A União não pode criar situação de isenção ao ICMS, por via indireta, ou seja, por meio CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br de tratado ou convenção internacional que garanta ao produto estrangeiro a mesma tributação do similar nacional”. 1.5.5 FUNÇÃO NEGATIVA A obrigação tributária não pode surgir por força exclusiva de tratado internacional. Ou seja, os tratados internacionais tributários não podem criar tributos ou ampliar a incidência tributária, pois, por força da função negativa, deve existir inicialmente previsão no direito tributário interno. Em outros termos, não há obrigação tributária no caso em que o tratado internacional permite a tributação, mas a lei interna do país não dispõe da mesma forma. O concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou como correto o seguinte enunciado: “Considerando que o presidente da República Federativa do Brasil tenha assinado tratado com três países da América do Sul, no qual ficou deliberado que os produtos originários de um gozarão, nos outros países, do mesmo tratamento tributário aplicado ao produto nacional, o tratado incorporado ao sistema tributário nacional por decreto legislativo tem prevalência sobre a lei ordinária”.E STÃO 68 Decerto, os tratados internacionais têm efeito limitador das normas tributárias internas, restringindo e jamais ampliando as hipóteses de incidência tributária. Ou seja, os tratados internacionais têm função negativa, pois não podem jamais incidir sobre fatos econômicos que não são tributados por lei interna dos países signatários. Importante: Os tratados internacionais ou convenções bilaterais para evitar a dupla tributação internacional tratam especificadamente do Imposto sobre a Renda (IR) ou têm por objeto os tributos incidentes sobre a renda e o capital. Por conseguinte, tais tratados internacionais bilaterais não se aplicam a outros tributos, tais como a CIDE, o II, o IE, o IPVA, dentre outros. A FGV no concurso para Fiscal de Rendas/RJ/2009 anotou a seguinte questão: “A respeito dos denominados acordos de bitributação (Tratados Internacionais Bilaterais em Matéria de IR) firmados pelo Brasil, assinale a afirmativa correta: (a) Submetem-se à lei interna brasileira sempre que com ela (lei interna) conflitarem; (b) Sobrepõem-se à lei interna, limitando a sua eficácia nas hipóteses previstas em seus dispositivos (dos acordos de bitributação); (c) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br Podem limitar as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) nos casos de pagamentos de royalties ao exterior; (d) Ampliam a soberania tributária do Brasil sobre fatos econômicos que, na sua ausência, não seriam tributados; (e) Sobrepõem-se ao direito interno, inclusive em relação aos dispositivos constitucionais, pois contêm normas supranacionais”. A resposta correta é a letra “b”. Por sua vez, a FGV no concurso para Fiscal de Rendas/RJ/2010 considerou correto: “Com relação aos tratados internacionais bilaterais firmados para evitar a bitributação, versam especificamente sobre tributos incidentes sobre a renda e o capital”. Neste mesmo concurso, a FVG considerou incorretos os seguintes itens sobre tais tratados: “(i) Encontram-se submetidos às regras do GATT e OMC; (ii) Podem ser interpretados sempre de acordo com a lei interna dos países signatários; (iii) Ampliam, em muitos casos, a tributação (alíquota e base de cálculo) prevista na lei interna”. 1.6 MEDIDAS PROVISÓRIAS E LEIS DELEGADAS Inicialmente, podemos perguntar: a medida provisória e a lei delegada podem tratar de direito tributário? A resposta é sim, segundo o entendimento doutrinário predominante, salvo nos casos que a CF/88 exige lei complementar de direito tributário, em razão das proibições estabelecidas nos arts. 60, §1°, III, e 68, §1°, da CF/88. Por exemplo, não pode a medida provisória e a lei delegada estabelecer normas gerais de direito tributário ou instituir imposto sobre grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais novas ou residuais. No que diz respeito à medida provisória, este é ato normativo editado apenas pelo Chefe do Poder Executivo, em hipóteses de urgência e relevância, com força de lei ordinária. No direito tributário, devemos ter o conhecimento do art. 62, §2°, da CF/88, dispondo que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada, exceto nos casos imposto de importação (II), imposto de exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br (IOF) e o imposto extraordinário de guerra (IEG), que não obedecem a anterioridade anual. A FCC no concurso para APO/SP/2010 considerou correto o seguinte enunciado: “Na hipótese de majoração, por medida provisória editada em 15 de março de 2010, dos limites legais das alíquotas do Imposto de Importação, é correto afirmarque haverá eficácia imediata da medida provisória, aplicando-se os novos limites a partir da publicação da mesma”. Importante: ressalvadas as exceções constitucionais do §1°, do art. 150, a medida provisória (MP) também deve atender a anterioridade nonagesimal ou noventena, contada da publicação da MP se esta for convertida em lei sem alterações substanciais realizadas pelo Poder Legislativo. Ao contrário, se a MP for significativamente modificada, a noventena é contada da data da conversão da MP em lei. A FCC no concurso pra Fiscal de Rendas/São Paulo/2009 cobrou a interessantíssima questão de interpretação: “Dispõe o § 2o, do art. 62, da Constituição Federal, que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os impostos de importação, exportação, sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários, produtos industrializados e extraordinário, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Por sua vez, dispõe o §1o do art. 150, in fine, da Constituição Federal, que a anterioridade mínima de 90 dias para a incidência de leis instituidoras ou majoradoras de tributos não se aplica aos seguintes tributos: empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias; imposto de importação; imposto de exportação; imposto de renda; imposto sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários; e imposto extraordinário. Uma medida provisória editada em março de 2009 que venha a majorar o imposto de importação e o imposto de renda (a) terá eficácia imediata em relação a ambos os impostos; (b) terá eficácia imediata apenas em relação ao imposto de importação, devendo ser convertida em lei até o último dia do exercício de 2009 para que tenha eficácia a partir de 01 de janeiro de 2010, em relação ao imposto de renda; (c) só produzirá efeitos noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação a ambos os impostos; (d) só produzirá efeitos noventa dias a contar da sua edição, em relação ao imposto de importação, e no exercício seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda; (e) só produzirá efeitos CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda, e noventa dias a contar da sua edição em relação ao imposto de importação”. A resposta é a letra “b”. No que concerne a lei delegada, é ato normativo emanado do Poder Executivo, em face de uma delegação explícita do Poder Legislativo, com força de lei ordinária. Segundo o art. 68, §2°, da CF/88 a delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. E não a forma de resolução do Senado Federal. Aproveitamos para citar o artigo 68 do texto constitucional que se refere às leis delegadas, a saber: “As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda”. A FCC no concurso para Fiscal de Rendas/SP/2006: “A delegação ao Presidente da República para elaborar lei delegada terá a forma de resolução do Senado, que especificará seu conteúdo e os termos do exercício”. A delegação terá a forma de resolução do Congresso Nacional. Logo, incorreta. Desta forma, realçamos que a lei delegada é equiparada doutrinariamente a lei ordinária, diferenciando-se desta apenas na forma de elaboração. Com efeito, a lei delegada representa ato de competência do Poder Executivo, por meio de delegação conferida pelo Poder Legislativo, sendo que as matérias reservadas a lei complementar não poderão ser objeto de delegação. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br Ressaltamos, por seu turno, que existe corrente doutrinária minoritária que não admite a lei delegada como com fonte formal do direito tributário, com fundamento no caput do art. 7° do CTN, pois este dispõe que a competência tributária é indelegável. A ESAF nos concursos para Auditor/TCE/GO/2007 e também para Analista Jurídico/2006/CE anotou a seguinte questão: “Segundo definição contida no art. 3º do Código Tributário Nacional, tributo é uma prestação pecuniária que, entre outras características, é instituída em lei. A partir daí, e considerando os dispositivos constitucionais sobre as espécies normativas, podemos concluir: (a) que, a fim de que se compatibilizem com as limitações constitucionais ao poder de tributar, as medidas provisórias somente poderão cuidar de normas gerais em matéria tributária, mas não da instituição de tributos; (b) que as medidas provisórias, por veicularem necessariamente matéria relevante e urgente, são incompatíveis com o princípio constitucional da anterioridade, razão pela qual não podem cuidar de matéria tributária; (c) que medidas provisórias são aptas a instituir, mas não a aumentar tributos; (d) que as medidas provisórias podem, em determinadas situações, versar sobre matéria tributária; (e) que as medidas provisórias, assim como as leis delegadas, não podem cuidar de matéria provisória, em nenhuma situação”. A resposta é a letra “d”. 1.7 RESOLUÇÕES DO SENADO FEDERAL Inicialmente, lembramos que o Senado Federal é uma Casa Legislativa que representa os Estados e o Distrito Federal. Então, as resoluções senatoriais tratam de impostos estaduais e distritais (na esfera de competência estadual), ou seja, imposto sobre transmissão causa mortis e doação (ITCMD), imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). Logo, destacam-se os temas em que o texto constitucional estabelece como de competência de Resolução do Senado Federal. RESOLUÇÕES DO SENADO FEDERAL (i) Alíquotas máximas do ITCMD (art. 155, §1°, IV); (ii) No ICMS, resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço (1/3) dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação (art. 155, §2°, IV); (iii) No ICMS, é facultado ao Senado Federal: (a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço (1/3) e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; (b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços (2/3) de seus membros (art. 155, §2°, V); (iv) Alíquotas mínimas do IPVA (art. 155, §6°, I). AESAF no concurso para Procurador/DF/2004 considerou incorretas as seguintes assertivas: “Compete ao Senado Federal fixar as alíquotas mínimas e máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos”; “Compete ao Senado Federal fixar as alíquotas máximas do imposto sobre propriedade de veículos automotores”; “Resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou dos Governadores de Estados e do Distrito Federal ou, ainda, de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação”. Por outro lado, no mesmo concurso, a ESAF considerou correto o seguinte enunciado: “É facultado ao Senado Federal fixar alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros”. 1.8 CONVÊNIOS INTERESTADUAIS DO ICMS: CONCESSÃO OU REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIOS E INCENTIVOS FISCAIS DO ICMS (LEI COMPLEMENTAR Nº 24/75) Cabe à lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados em relação ao ICMS (CF, art. 155, §2°, XII, “g”). Ademais, salientamos igualmente que, segundo o art. 150, §6°, da CF/88, qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br Contudo, tal regra ressalva apenas o disposto nos convênios interestaduais do ICMS celebrados no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), que devem atuar exatamente de acordo com a lei complementar. Neste sentido, a referida lei complementar é a de n° 24/75 (LC 24/75), ainda vigente no País, dispondo logo no seu art. 1° que as isenções do ICMS serão concedidas ou revogadas nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, segundo esta Lei. O CESPE no concurso para Promotor de Justiça/RN/2009: “Lei complementar estadual, de forma autônoma e sem outro fundamento anterior, instituiu benefício fiscal para os contribuintes do ICMS, em virtude da necessidade de se aumentar as receitas desse estado, o que ocasionou a redução da alíquota abaixo da alíquota mínima já estabelecida e cobrada nas operações geradoras do referido tributo e a diminuição da arrecadação de ICMS nos estados vizinhos. Com relação a essa lei, assinale a opção correta: (a) A lei é inconstitucional, pois não pode o estado legislar a respeito de nenhum aspecto do ICMS; (b) O ICMS é um tributo que tem importância nacional e, por isso, deve seguir regulamentação estabelecida na CF, o que não ocorreu no referido caso; (c) Lei estadual poderia ter instituído o benefício fiscal descrito na hipótese, caso se tratasse de lei ordinária estadual; (d) O ICMS é um imposto de competência estadual e, portanto, pode o estado instituir benefício fiscal na sua cobrança, independentemente de acordo feito com os estados e o DF; (e) A lei é constitucional e válida, pois a diminuição da arrecadação de estados vizinhos com a concessão de benefício fiscal ao ICMS não gera a chamada guerra fiscal”. A letra “b” é a verdadeira. A letra “a” é falsa, pois afirma que não pode o estado legislar a respeito de nenhum aspecto do ICMS. Nesse rumo, destacamos que o estabelecido na LC 24/75 também se aplica: • À redução da base de cálculo; • À devolução total ou parcial, direta ou indireta, condicionada ou não, do tributo, ao contribuinte, a responsável ou a terceiros; • À concessão de créditos presumidos; • À quaisquer outros incentivos ou favores fiscais ou financeiro- fiscais, concedidos com base no ICMS, dos quais resulte redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus; • Às prorrogações e às extensões das isenções vigentes nesta data. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br Importante: “A disciplina legal em exame apresenta peculiaridades a merecerem reflexão para concluir estar configurada, ou não, a denominada ‘guerra fiscal’. (...) Ao lado da imunidade, há a isenção e, quanto ao ICMS, visando a editar verdadeira autofagia, a alínea g do inciso XII do § 2º do art. 155 da Carta da República remete a lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. A lei complementar relativa à disciplina da matéria é a número 24/1975. Nela está disposto que, ante as peculiaridades do ICMS, benefícios fiscais hão de estar previstos em instrumento formalizado por todas as unidades da Federação. Indago: o preceito alcança situação concreta que objetive beneficiar, sem que se possa apontar como alvo a cooptação, não o contribuinte de direito, mas o contribuinte de fato, presentes igrejas e templos de qualquer crença, quanto a serviços públicos estaduais próprios, delegados, terceirizados ou privatizados de água, luz, telefone e gás? A resposta é negativa. A proibição de introduzir-se benefício fiscal, sem o assentimento dos demais estados, tem como móvel evitar competição entre as unidades da Federação e isso não acontece na espécie” (ADI 3.421, DJE de 28-5-2010). Com efeito, os convênios serão celebrados em reuniões para as quais tenham sido convocados representantes de todos os Estados e do Distrito Federal, sob a presidência de representantes do Governo federal. Em outras palavras, os convênios são celebrados no âmbito do CONFAZ e não no âmbito das Assembléias Legislativas, sendo que as reuniões se realizarão com a presença de representantes da maioria das Unidades da Federação. Assim sendo, a concessão dos benefícios fiscais citados dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representados; a sua revogação total ou parcial dependerá de aprovação de quatro quintos (4/5), pelo menos, dos representantes presentes. Por conseguinte, dentro do prazo de 15 (quinze) dias contados da publicação dos convênios no Diário Oficial da União (DOU), e independentemente de qualquer outra comunicação, o Poder Executivo de cada Unidade da Federação publicará decreto ratificando ou não os convênios celebrados, considerando-se ratificação tácita dos convênios a falta de manifestação no citado prazo de 15 dias (LC 24/75, art. 4°). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br Ou seja, na hipótese de não publicação do decreto no prazo de 15 dias contados da publicação do convênio DOU, deve-se entender como válido o convênio até para os entes federativos que não enviaram os seus representantes à reunião em que hajam sido celebrados os convênios. Nesse rumo, até 10 (dez) dias depois de findo o prazo de ratificação dos convênios, promover-se-á a publicação relativa à ratificação ou à rejeição no DOU. Deste modo, salvo disposição em contrário, os convênios entrarão em vigor no trigésimo dia após a referida publicação. Sequência para vigência do convênio: (1) Dentro de 10 dias, contados da data final da reunião, será publicada no DOU. (2) Dentro do prazo de 15 dias contados da publicação dos convênios no DOU, o Poder Executivo de cada Unidade da Federação publicará decreto ratificando ou não os convênios celebrados, considerando-se ratificação tácita a falta de manifestação no citado prazo de 15 dias. (3) Até 10 dias depois de findo o prazo de ratificação dos convênios, promover-se-á apublicação no DOU. (4) Salvo disposição em contrário, os convênios entrarão em vigor no trigésimo dia após a publicação de sua ratificação nacional. Prazos máximos: 10 + 15 + 10 + 30 (salvo regra em contrário) = 65 dias. Neste sentido, realça-se que o STF já decidiu que qualquer regra que subordina a celebração de acordos ou convênios firmados por órgãos do Poder Executivo à autorização prévia ou ratificação da Assembléia Legislativa, fere o princípio da independência e harmonia dos poderes (art. 2º, CF) e, por conseguinte, é inconstitucional (ADI 342⁄PR). Ademais, os convênios ratificados obrigam todas as Unidades da Federação inclusive as que, regularmente convocadas, não se tenham feito representar na reunião. Destacamos, por outro lado, que tais convênios podem dispor que a aplicação de qualquer de suas cláusulas seja limitada a uma ou a algumas Unidades da Federação e que às indústrias instaladas ou que vierem a instalar-se na Zona Franca de Manaus no CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br Estado do Amazonas estão excluídas das disposições dos convênios celebrados no âmbito do CONFAZ (LC 24/75, arts. 3° e 15). Nesse rumo, veda-se aos Municípios concederem benefício fiscal no que se refere à sua parcela na receita do ICMS, sob pena de violação do princípio federativo e da competência tributária estabelecida na CF/88. O CESPE no concurso para Procurador/PE/2009: “Assinale a opção correta acerca da concessão de isenções do ICMS: (a) Em convênios celebrados para a concessão de isenção do ICMS, é lícita a existência de cláusulas que se apliquem apenas a certa unidade da Federação; (b) As concessões de isenções do ICMS efetivam-se nos termos de convênios celebrados entre os estados e o DF, mas a revogação das referidas isenções independe de convênio; (c) Aos estados que se abstiverem de publicar decreto ratificando ou não os convênios celebrados, no prazo legal, não se aplicam os termos do ajuste; (d) Os convênios sobre isenção do ICMS obrigam apenas as unidades da Federação que, regularmente convocadas, tenham participado da respectiva reunião; (e) Cabe aos municípios conceder redução da base de cálculo do ICMS no que se refere à sua parcela na receita do referido imposto”. A resposta é a letra “a”. Assim, os convênios interestaduais do ICMS têm o papel importantíssimo de definir as condições gerais em que se poderão conceder, unilateralmente, anistia, remissão, transação, moratória, parcelamento de débitos fiscais e ampliação do prazo de recolhimento do ICMS (LC 24/75, art. 10). O 19° Concurso para Procurador da República/MPF: “ICMS - concessão unilateral de benefícios fiscais. Espécies. Disciplina constitucional e autonomia do Estado-federado. Convênio estadual” (responder em até 20 linhas). Importante: a inobservância das regras citadas da LC 24/75 acarretará, cumulativamente: (i) a nulidade do ato e a ineficácia do crédito fiscal atribuído ao estabelecimento recebedor da mercadoria; (ii) a exigibilidade do imposto não pago ou devolvido e a ineficácia da lei ou ato que conceda remissão do débito correspondente. A FCC no concurso para Fiscal de Rendas/São Paulo/2009 adotou como corretos os seguintes enunciados: “O CONFAZ (I) promove a celebração de convênios que concedem e revogam incentivos e benefícios fiscais no âmbito do ICMS; (II) é constituído por representantes de Municípios, Estados e Distrito Federal”; O CESPE CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br no concurso para Procurador /Boa Vista/2010 considerou correto: “O estado pode conceder remissão de créditos constituídos referentes ao IPVA sem que o benefício fiscal seja objeto de deliberação entre todos os estados e o Distrito Federal (DF) no âmbito do CONFAZ”. 1.9 DECRETOS E NORMAS COMPLEMENTARES No direito tributário, os decretos têm o seu conteúdo e alcance restringido aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei (CTN, art. 99). Ou seja, no direito tributário não há decreto autônomo, não podendo tal ato normativo ir além ou independentemente da lei (atividade praeter legem) ou ir contra à lei (atividade contra legem). O decreto no âmbito tributário deve servir para a fiel execução da lei, atuando secundum legem. Neste sentido, a FGV no concurso para AFRM/Angra dos Reis (2010) considerou adequadamente a seguinte situação: “Lei de determinado estado da Federação estabelece base de cálculo reduzida para produtos que compõem a cesta básica. A lei foi regulamentada por ato normativo do Executivo que subordinou a aplicação da base legalmente reduzida ao cumprimento, pelo contribuinte, das obrigações acessórias”. Portanto, a regulamentação da lei é ilegal. Importante: quando o CTN dispõe o enunciado “legislação tributária”, devem-se incluir os decretos, portarias, instruções normativas, ordens de serviço, atos administrativos etc. A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou correto: “Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida por Delegado da Receita Federal do Brasil, contendo normas relativas ao atendimento do contribuinte, integra a ‘legislação tributária’”. Por exemplo, os arts. 113, §2° e 160, do CTN, estabelecem, respectivamente, que a obrigação acessória decorre da legislação tributária e que quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Importante: a definição de vencimento das obrigações tributárias (data para pagamento) e a instituição de obrigações tributárias acessórias não estão no campo reservado à lei, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br podendo ser alvo de Decreto do Poder Executivo. Entretanto, a criação de multas tributárias está no campo reservado à lei, conforme o art. 97, V, do CTN. A ESAF no concurso para AFRFB/2010 considerou incorreto: “O prazo de recolhimento de determinado tributo não pode ser minorado por regulamento específico, haja vista a exigência constitucional de lei em sentido estrito”. Por outro lado, são normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: • Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas. Por exemplo, instruções normativas (IN), ordens de serviço, circulares, pareceres normativos, portarias ministeriais, resoluções do Ministro da Fazenda, dentre outros; • As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa. Por exemplo, as decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), que é ligado ao Ministério da Fazenda; • As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (costume); • Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Trata-se dos convênios de colaboração ou de cooperação firmados para o aprimoramento da arrecadação e fiscalização tributária. A ESAF no concurso para AFRFB/2010: “As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento, em regra, integram a legislação tributária”. A lei deve necessariamente atribuir eficácia normativa as decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento, para que estas passem a integrar a legislação tributária. Ou seja, não é a regra como diz o enunciado da questão. Logo, incorreta. Com efeito, realçamos que a observância das normas complementares exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. Importante: a observância das normas complementares
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