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aula13 controlecambialepagamentosinternacionais Concurso de Analista do Comércio Exterior

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Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale – Aula 13 
 
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AULA 13: CONTROLE CAMBIAL E PAGAMENTOS 
INTERNACIONAIS 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Palavras Iniciais 1 - 2 
2-Controle Cambial 3 - 23 
3-Pagamentos Internacionais 23 - 43 
4-Lista de Questões e Gabarito 44 - 53 
Olá, amigos, tudo bem? 
Não me canso de dizer: é uma enorme satisfação estar aqui com 
vocês! Antes de qualquer coisa, quero agradecer muitíssimo a todos os amigos 
que vêm acompanhando o nosso curso! 
Na boa, gente, eu não poderia estar mais feliz!  
Tenho recebido um feedback muito positivo dos alunos em relação a 
esse material! E, logicamente, estou sempre aberto a críticas!  Outro dia, 
inclusive, eu estava lendo um livro de Direito Constitucional e adorei o que o 
autor (Uadi Lammêgo Bulos) disse. Ele falava mais ou menos assim: “Os 
livros são inacabados. Só o tempo corrige-lhes as imperfeições”. 
 Com certeza, o nosso curso também está em constante 
aperfeiçoamento. Obrigado a todos pelas sugestões, elogios e críticas! Vocês 
me fazem ver que estou no caminho certo!  Valeu, pessoal! 
Nosso curso ainda não é um livro, mas até a aula passada já tinham 
sido 972 páginas escritas (parei pra contar agora! rsrs) Nem eu acredito... Vai 
ser difícil ser mais completo que isso! rs 
Abraço especial aos companheiros da nossa querida Academia 
Militar das Agulhas Negras (AMAN) que acompanham esse curso. É um 
orgulho escrever pra vocês! É muito milico querendo sair do EB!  
Deixando a conversa de lado, vamos ao que interessa! 
Na aula anterior, nós estudamos os regimes aduaneiros especiais e, 
assim, terminamos de entender como funciona o controle aduaneiro sobre o 
comércio exterior. Hoje, estudaremos o controle cambial e os pagamentos 
internacionais! Esse assunto não cai na prova! Ele DESPENCA! rsrs... 
Preparados? 
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Então, vamos em frente que atrás vem gente!  Ou melhor, atrás de 
mim não vem ninguém! rsrs 
Um abraço a todos, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://twitter.com/#!/RicardoVale01 
http://www.facebook.com/rvale01 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” 
____________________x___________________ 
 
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1-CONTROLE CAMBIAL: 
1.1-Funcionamento do mercado de câmbio: 
Uma das peculiaridades mais marcantes do comércio internacional é 
que, em virtude de compradores e vendedores estarem localizados em países 
diferentes, as operações de compra e venda envolvem variadas moedas. 
Imaginemos, por exemplo, um exportador brasileiro que venda seus produtos 
a um comprador nos EUA. É natural, nessa situação, que o exportador 
brasileiro queira receber o pagamento em reais e, por sua vez, o importador 
nos EUA tenha dólares para fazer o pagamento. 
Aí é que surge a pergunta: como viabilizar esse pagamento 
internacional? 
Simples. O pagamento internacional será viabilizado por meio de uma 
operação cambial. O importador americano irá comprar reais, com os quais 
irá pagar o exportador brasileiro. Percebe-se que, nesse caso, será celebrado 
um contrato de câmbio, assim considerado o documento que formaliza a 
compra e venda de moeda estrangeira. 
A partir desse exemplo, podemos perceber que o mercado cambial 
surge da necessidade dos agentes em comprar e vender moedas estrangeiras. 
Destaque-se, todavia, que não são apenas as operações de comércio exterior 
que geram a necessidade de compra e venda de divisas. 
Com efeito, podemos identificar em um mercado cambial dois 
grupos bem distintos de agentes: o grupo vendedor (composto por 
aqueles que ofertam divisas) e o grupo comprador (composto por aqueles 
que demandam divisas). 
Quem faz parte do grupo vendedor? E quem faz parte do grupo 
comprador de divisas? 
No grupo vendedor, podemos listar os exportadores de mercadorias 
e serviços, os tomadores de empréstimos no exterior, os investidores, os 
turistas e até mesmo os especuladores. No grupo comprador, listamos os 
importadores de mercadorias e serviços, os devedores de empréstimos, 
investidores, turistas e também os especuladores. 1 
É fácil chegarmos à conclusão de quem integra a lista de vendedores 
e a lista de compradores de divisas. O exportador é vendedor de divisas 
porque ele recebe o pagamento em moeda estrangeira e, portanto, quer 
vendê-la em troca de moeda nacional. O importador é comprador de divisas 
 
1 RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 2009. pp. 106-
107 
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porque ele precisa de moeda estrangeira para fazer o pagamento ao 
exportador. 
Os turistas, investidores e especuladores estão nos dois grupos, já 
que, dependendo do momento, eles poderão demandar ou ofertar divisas. 
Vejamos o caso dos turistas! Se você for realizar uma viagem aos EUA, irá 
precisar de dólares, não é mesmo? Você, então, na condição de turista, 
demandará divisas. Na volta ao Brasil, supondo que você não gastou todos os 
dólares que havia levado aos EUA, irá se encaixar no grupo dos vendedores de 
divisas. 
Mas não fazem parte do mercado cambial apenas os vendedores e 
compradores de divisas. Também atuam nesse mercado outras entidades, 
como, por exemplo, os bancos comerciais, sociedades corretoras de câmbio e 
bancos múltiplos. O controle sobre o mercado cambial, por sua vez, está nas 
mãos do Banco Central, que é quem possui competência para autorizar as 
entidades financeiras a realizar operações de câmbio. 
 
1.2-Tipos de taxas de câmbio: 
Considerando que as diferentes moedas são transacionadas no 
mercado cambial, nada mais natural que elas tenham um preço. Afinal, 
vendedores e compradores querem saber! Quanto custo um dólar? E quanto 
vale um euro? 
O preço de uma moeda em termos de outra moeda é justamente o 
que conhecemos por taxa de câmbio. A taxa de câmbio pode ser expressa na 
cotação do certo ou na cotação do incerto. Mas como assim? 
Se o valor de uma unidade de moeda estrangeira for determinada em 
termos de moeda nacional, estaremos utilizando a cotação do incerto. É 
comum dizer-se por aí que US$ 1,00= R$ 1,70. Perceba que o valor de uma 
unidade de moeda estrangeira (US$1,00) foi expresso em termos de moeda 
nacional. No Brasil, utilizamos a cotação do incerto! Aqueles mais 
brincalhões podem até dizer: “É, nesse país nada é certo mesmo! É tudo 
incerto!”  
Por outro lado, se o valor de uma unidade de moeda nacional é 
determinado em termos de moeda estrangeira, estaremos utilizando a 
cotação do certo. Um exemplo seria se disséssemos que R$ 1,00= US$0,51. 
Perceba que o valor de uma unidade de moeda nacional (R$1,00) foi expresso 
em termos de moeda estrangeira. 
A taxa de câmbio é uma variável essencial para a determinação 
das trocas internacionais, influenciando diretamente nos preços das 
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mercadorias negociadas no mercado internacional. Se a taxa de câmbiode um 
país estiver desvalorizada, suas exportações tornar-se-ão mais competitivas, 
ao passo que se a taxa de câmbio estiver valorizada, as mercadorias 
importadas estarão mais baratas.2 
Muita gente não entende o porquê de as exportações se tornarem 
mais competitivas com a desvalorização da taxa de câmbio... Vamos resolver 
esse problema!  
Imagine que uma televisão produzida por uma empresa brasileira 
custe R$ 2000,00! Hoje, a taxa de câmbio é de US$1,00=R$1,80. Calculemos 
quantos dólares serão necessários para comprar a televisão: 
US$1,00 ___________ R$ 1,80 
 x ____________ R$2.000,00 
1,80 x = 2000 x 1,00 
x=2.000/1,8 x=US$1.111,11 
E se o real se desvalorizar, com a taxa de câmbio passando a ser 
US$1,00=R$1,90? Aí teremos: 
US$1,00 ___________ R$ 1,90 
 x ____________ R$2.000,00 
1,90 x = 2000 x 1,00 
x=2.000/1,9 x=US$1.052,00 
Percebam, caros amigos, que a televisão brasileira custará menos, 
em termos de dólar, após a desvalorização do real. O produto brasileiro 
tornou-se, portanto, mais competitivo no mercado internacional com a 
desvalorização da taxa de câmbio. 
A desvalorização cambial é, portanto, um mecanismo que permite 
a correção de déficits na Balança Comercial. Historicamente, percebe-se que 
vários países já recorreram às desvalorizações cambiais competitivas. Foi 
justamente esse um dos motivos da criação da FMI. Atualmente, percebe-se 
que a China tem mantido sua moeda artificialmente desvalorizada, o que é um 
 
2 Toda essa argumentação é feita levando-se em consideração a cotação do incerto. 
Por essa cotação, considera-se que a taxa de câmbio se desvaloriza quando há uma 
elevação da taxa de câmbio. Exemplo: se hoje a cotação é US$1,00=R$1,80 e 
amanhã a cotação é US$1,00=R$1,90, dizemos que houve uma elevação da taxa de 
câmbio e, ao mesmo tempo, uma desvalorização cambial. 
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dos fatores que tornam os produtos chineses altamente competitivos no 
mercado internacional. 
As taxas de câmbio podem receber diversas classificações, as quais 
são importantes para o nosso estudo: 
a) Quanto ao grau de variação, as taxas de câmbio podem ser 
classificadas em: taxas fixas, taxas estáveis, taxas flexíveis e taxas flutuantes. 
Destaque-se que as taxas flexíveis e taxas flutuantes são consideradas taxas 
variáveis. 
Taxas Fixas são aquelas que não sofrem qualquer variação em 
virtude de determinação governamental ou em razão de intervenção do 
governo no mercado, por meio da compra e venda de divisas. 3 
Mas como é mesmo que o governo intervém no mercado comprando 
e vendendo divisas? 
É o seguinte! Imagine que ocorra uma elevação da taxa cambial. 
Hoje, US$1,00=R$1,80; amanhã, US$1,00=R$1,90. Se houve uma elevação 
da taxa de câmbio (pela cotação do incerto, isso significa uma desvalorização 
da moeda nacional), o governo, para reduzir a taxa de câmbio, vende moeda 
estrangeira (dólares). Com mais dólares no mercado, o dólar se desvaloriza e 
a moeda nacional, por conseqüência, se valoriza. 
Em um mercado de taxas fixas, sempre que o governo perceba que 
há uma tendência de redução ou elevação da taxa de câmbio, ele intervém 
comprando ou vendendo divisas, conforme o caso. 
Taxas estáveis são aquelas que variam apenas dentro de pequenos 
intervalos. A intervenção do governo no mercado somente ocorre quando se 
percebe que a taxa cambial irá extrapolar o limite máximo ou mínimo. 
Taxas flexíveis são as que são reajustadas periodicamente pelo 
governo, dentro de pequenos intervalos de tempo. Trata-se do sistema 
conhecido como crawling peg. 4 
Taxas flutuantes são as que flutuam livremente com base na lei da 
oferta e da procura, sendo determinadas pelo próprio mercado. Atualmente, no 
Brasil, a taxa cambial é flutuante, havendo a possibilidade, todavia, de 
intervenção do Banco Central sempre que houver um movimento desordenado 
da taxa de câmbio (flutuações exageradas). Trata-se do sistema conhecido 
como flutuação suja (dirty floating) 
 
3 RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 2009. 
pp. 132-133 
4 RATTI, Bruno. Op. Cit. pp. 132-133 
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b) Quanto aos agentes negociadores, as taxas de câmbio podem 
ser classificadas em taxa primária ou taxa interbancária. 
A taxa primária é a praticada nas operações entre um banco e seus 
clientes (pessoas físicas ou jurídicas). 
A taxa interbancária é aquela utilizada nas operações cambiais 
entre dois bancos. Também é conhecida como taxa secundária. 
c) Quanto à natureza da operação realizada com o Banco 
Central, as taxas de câmbio poderão ser classificadas em taxa de repasse e 
taxa de cobertura. 
Taxa de repasse é a taxa aplicável à compra de moeda estrangeira 
pelo Banco Central. 
Taxa de cobertura é a taxa aplicável à venda de moeda estrangeira 
pelo Banco Central. 
d) Quanto à determinação das taxas cambiais, estas se dividem 
em taxas livres e taxas oficiais. 
Taxas Livres são aquelas determinadas pelo próprio mercado, com 
base nas leis da oferta e da procura. Admite-se a intervenção governamental 
para evitar oscilações excessivas. 
Taxas Oficiais são as determinadas pelo governo, por intermédio de 
suas autoridades monetárias. 
e) Quanto ao prazo de liquidação do contrato de câmbio, as 
taxas poderão ser taxas prontas ou taxas futuras. 
Em um contrato de câmbio, há dois momentos relevantes: a 
contratação e a liquidação. A contratação é o momento em que o câmbio é 
fechado, isto é, o momento em que é celebrado (firmado) o contrato de 
câmbio. É no momento da contratação que é definida a taxa de câmbio 
aplicável ao contrato. A liquidação, por sua vez, é o momento em que as 
moedas são entregues. 
 
A taxa de câmbio é definida no momento da 
contratação do câmbio. 
Vamos imaginar que uma empresa brasileira esteja realizando uma 
importação de mercadorias dos EUA! A empresa brasileira terá que fazer o 
pagamento em dólares. Logo, ela procura um banco aqui no Brasil e celebra 
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um contrato de câmbio, comprando os dólares. No momento em que for 
celebrado o contrato de câmbio, diz-se que ocorreu a contratação. A liquidação 
ocorrerá no momento em que a empresa brasileira efetivamente receber os 
dólares. Até aqui tudo bem? 
Segundo o momento da contratação e da liquidação, há dois tipos de 
operações cambiais: operações prontas e operações futuras. 
Operações prontas são aquelas em que a moeda é entregue em no 
máximo 2 dias úteis da data da contratação do câmbio. Em outras palavras, é 
quando a liquidação é efetivada em prazo inferior a 2 dias úteis da 
contratação. Nesse tipo de operação, utiliza-se a taxa de câmbio pronta. 
Operações futuras são aquelas em que a moeda é entregue após 2 
dias úteis contados a partir da data da contratação. Em outras palavras, é 
quando a liquidação é efetivada em prazo superior a 2 dias úteis da 
contratação. Nesse tipo de operação, utiliza-se a taxa de câmbio futura. 
De acordo com o Regulamento sobre Mercado de Câmbio e Capitais 
Internacionais (RMCCI), na exportação, o prazo máximo entre a 
contratação e a liquidaçãoé de 750 dias. Além disso, deve ser observado o 
seguinte na celebração de contratos de câmbio na exportação5: 
- quando a contratação for prévia, o prazo máximo entre a 
contratação e o embarque da mercadoria ou prestação do serviço será de 360 
dias. 
- o prazo máximo para liquidação do contrato de câmbio é o último 
dia útil do 12º mês subseqüente ao do embarque da mercadoria ou da 
prestação do serviço. 
Já em relação à importação, com a edição da Circular BACEN nº 
3454/2009, deixou de existir um prazo máximo entre a contratação e a 
liquidação do contrato de câmbio. 
f) Existem também as chamadas taxas cruzadas (cross rates). 
Essas taxas são as que resultam de comparação entre as cotações de duas 
moedas em uma terceira moeda. Ex: 
- R$1,00 = US$0,57 
- 1,00 € = US$ 1,32 
Logo: 
- R$1,00=0,57/1,32 R$1,00= 0,43 € 
 
5 RMCCI, Título 1, Capítulo 11, Seção 2, parágrafo 1º. 
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- € 1,00 = 1,32/0,57 € 1,00 = R$ 2,31 
 
1.3- O mercado cambial brasileiro: 
No Brasil, a execução da política cambial compete ao BACEN, que 
atua em conformidade com as diretrizes definidas pelo Conselho Monetário 
Nacional. Nesse sentido, compete ao Banco Central regulamentar o mercado 
cambial, bem como autorizar instituições financeiras a realizar operações 
cambiais. 
A regulamentação do mercado cambial brasileiro está prevista no 
Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). 
Segundo o referido normativo, o mercado cambial engloba as seguintes 
operações6: 
- compra e venda de moeda estrangeira e operações com 
ouro-instrumento cambial, realizadas com instituições autorizadas pelo 
Banco Central do Brasil a operar no mercado de câmbio. 
- operações em moeda nacional entre residentes no País e 
residentes no exterior; 
- recebimentos, pagamentos e transferências do e para o 
exterior mediante a utilização de cartões de uso internacional, bem como 
as operações referentes às transferências financeiras postais 
internacionais, inclusive vales postais e reembolsos postais internacionais. 
Como se vê, o mercado de câmbio não está restrito às operações de 
compra e venda de moeda estrangeira formalizadas por contratos de câmbio. É 
possível que sejam realizadas operações, no mercado cambial, sem 
formalização de contrato de câmbio. É o caso das operações realizadas 
em moeda nacional e, ainda, das operações realizadas por meio de cartões 
de uso internacional e transferências postais internacionais. 
Vamos estudar em detalhes as situações em que não é necessária a 
celebração de contrato de câmbio. 
A primeira hipótese é a possibilidade de que o exportador de 
mercadorias e serviços mantenha, no exterior, a integralidade dos 
recursos relativos ao recebimento de suas exportações.7 Nessa situação, 
o exportador brasileiro vende bens a um comprador estrangeiro e mantém os 
recursos em moeda estrangeira no exterior. Destaque-se que o exportador 
 
6 RMCCI, Título 1, Capítulo 1, parágrafo 2º. 
7 RMCCI, Título 1, Capítulo 11, Seção 1, parágrafo 2º. 
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poderá decidir manter, no exterior, apenas parcela dos recursos relativos ao 
recebimento de suas exportações. 
A segunda hipótese é a autorização do RMCCI para que as pessoas 
físicas e jurídicas paguem suas obrigações no exterior em moeda 
nacional.8 Nessa situação, o importador paga, em moeda nacional, uma 
compra por ele realizada. Para isso, é necessário que o exportador estrangeiro 
tenha uma conta aberta e movimentada no Brasil em seu nome. 
A terceira hipótese é a possibilidade de que o importador 
brasileiro pague suas compras com os recursos em moeda estrangeira 
que ele mantém no exterior.9 Você se lembra de que o exportador brasileiro 
pode manter no exterior a integralidade ou parte dos recursos relativos ao 
recebimento de suas exportações? Tais recursos podem ser utilizados para 
pagar obrigações que ele possua no exterior, ou seja, pagar por importações 
que venha a realizar. 
A quarta hipótese é a autorização do RMCCI para que as 
exportações brasileiras sejam pagas com moeda nacional ao dispor que 
“o recebimento da receita de exportação pode ocorrer em qualquer moeda, 
inclusive em reais, independentemente da moeda constante do registro de 
exportação no SISCOMEX.” 10 Ora, se a exportação brasileira for paga em 
reais, não haverá necessidade de contrato de câmbio. 
Pelas regras atualmente em vigor, as pessoas físicas e jurídicas estão 
autorizadas a comprar e vender moeda estrangeira ou realizar transferências 
internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor. As 
únicas exigências é que sejam observadas a legalidade da transação, a 
fundamentação econômica e as responsabilidades definidas na 
respectiva documentação. 
As operações de compra e venda de moeda estrangeira devem ser 
realizadas com instituições autorizadas pelo BACEN. A autorização para a 
prática de operações cambiais pode ser concedida a diversos tipos de 
instituições. São elas: bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, 
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, bancos de câmbio, 
agências de fomento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, 
sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras 
de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio. 
No contrato de câmbio, não são suscetíveis de alteração o 
comprador, o vendedor, o valor em moeda estrangeira, o valor em moeda 
nacional, o código da moeda estrangeira e a taxa de câmbio. As outras 
cláusulas podem ser objeto de regulamentação, nos termos do RMCCI. 
 
8 RMCCI, Título 1, Capítulo 1, parágrafo 10, alínea b. 
9 RMCCI, Título 1, Capítulo 1, parágrafo 10, alínea c. 
10 RMCCI, Título 1, Capítulo 11, Seção 1, parágrafo 10. 
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No Brasil, existe o chamado câmbio simplificado, que poderá ser 
contratado tanto na importação quanto na exportação. Para os bancos 
autorizados a operar no mercado de câmbio, não há limite de valor para a 
condução de uma operação ao amparo da sistemática de câmbio simplificado. 
Para as demais instituições financeiras, o limite de valor é de US$ 50.000,00.11 
No caso de câmbio simplificado, seja na importação ou exportação, é 
obrigatória a liquidação pronta. No caso específico do câmbio 
simplificado de exportação, a liquidação deverá ser no mesmo dia da 
contratação. 
 
1.4- Tipos de mercado de câmbio: 
Em que pese o mercado cambial brasileiro ser atualmente unificado, 
há algumas classificações para os mercados cambiais: 
a) Mercado de câmbio sacado: compreende as operações cambiais 
cuja liquidação é realizada mediante movimentação de contas bancárias. 
b) Mercado de câmbio manual: compreende as operações 
cambiais em que a liquidação ocorre mediante a entrega de dinheiro em 
espécie ou por meio de traveller checks. Esse é o mercado usualmente 
denominado por “câmbio turismo”. 
As operações de compra e venda de moeda estrangeira cujo valor 
não ultrapasse R$ 10.000,00 poderão ser liquidadas mediante a entrega de 
dinheiro em espécie.No Brasil, as operações no mercado de câmbio 
manual devem ser objeto de liquidação pronta. Destaque-se que, nesses 
casos, a liquidação deverá ser no mesmo dia da contratação. 
c) Mercado paralelo de câmbio: compreende as operações 
cambiais realizações por pessoas físicas ou jurídicas que não possuam 
autorização do Banco Central para operar no mercado de câmbio. 
d) Mercado de câmbio primário: compreende as operações 
cambiais realizadas pelos bancos com suas clientes não-bancários. 
e) Mercado de câmbio interbancário: compreende as operações 
cambiais realizadas entre bancos ou entre os bancos e o Banco Central. 
f) Mercado de câmbio à vista: é o mercado em que são realizadas 
as operações prontas, isto é, aquelas em que a liquidação do contrato de 
câmbio ocorre em até 2 dias úteis da data da contratação. 
 
11 RMCCI, Título 1, Capítulo 11, Seção 9, parágrafo 1º e RMCCI, Título 1, Capítulo 12, 
Seção 4, parágrafo 2º. 
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g) Mercado de câmbio futuro ou mercado de câmbio a termo: é 
o mercado em que são realizadas as operações futuras, isto é, aquelas em que 
a liquidação do contrato de câmbio ocorre após 2 dias úteis da data da 
contratação. Destaque-se que a taxa cambial é definida no momento da 
contratação do câmbio e não necessariamente coincide com a taxa 
cambial atual. É natural que exista um prêmio (taxa futura maior do que a 
taxa pronta) ou um desconto (taxa futura inferior à taxa pronta) 
 
1.5- Operações Cambiais: 
1.5.1- Arbitragem: 
A arbitragem cambial é uma operação que consiste em remeter 
moedas de uma praça para outra com o objetivo de auferir lucros em 
virtude da diferença temporária das taxas cambiais.12 Imagine, por exemplo, 
que em um determinado momento, o euro esteja com as seguintes cotações: 
- No Brasil: 1,00 € = US$ 1,32 
- Nos EUA: 1,00 € = US$ 1,34 
Em razão dessa diferença temporária na cotação do euro em praças 
diferentes, seria interessante comprar euro Brasil (onde ele está mais 
desvalorizado) e vendê-lo nos EUA (onde ele está mais valorizado). 
Vamos fazer algumas contas!  
Se eu comprar 10.000,00 € no Brasil, irei pagar um total de US$ 
13.200,00. Aí eu vendo esses 10.000,00 € nos EUA por US$ 13.400,00! Saí 
lucrando US$ 200,00 nessa operação. Acabei de fazer uma arbitragem 
cambial. 
Há dois tipos de arbitragem cambial: arbitragem direta e 
arbitragem indireta. 
A arbitragem direta é também conhecida como arbitragem de dois 
pontos ou arbitragem sobre duas praças. Nesse tipo de arbitragem, temos 
duas praças localizadas em países diferentes arbitrando suas respectivas 
moedas nacionais. 13 Vejamos o exemplo: 
Nos EUA, US$1,00=0,75 €. 
 
12 RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 2009. pp. 161-
165. 
 
13 RATTI, Bruno. Op Cit. pp. 161-165. 
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Na Alemanha, 1,00 €= US$1,35 
Nessa situação, quanto vale o dólar em cada uma das praças? 
Nos EUA, US$1,00=0,75 €. 
Na Alemanha, US$1,00=0,74 € 
Vale a pena, nesse caso, comprar dólares na Alemanha e vendê-los 
nos EUA. Concordam? Trata-se de uma arbitragem direta (estão envolvidas 
duas praças e as respectivas moedas nacionais) 
A arbitragem indireta, por sua vez, é conhecida como arbitragem 
de três pontos ou arbitragem sobre três praças. Esse tipo de arbitragem se 
caracteriza por duas praças localizadas em países diferentes que estão 
arbitrando uma terceira moeda. Vejamos o exemplo: 
No Brasil, US$1,00=R$1,80 
Na Inglaterra, 1,00 €= US$1,32 (lembre-se de que a moeda na 
Inglaterra é a libra e não o euro!) 
Façamos agora uma regra de três para descobrir uma cotação-base 
para o euro no Brasil: 
US$1,00 – R$1,80 
US$1,32 – x reais 
x= 1,80 x 1,32 
x= R$2,37 
Com esse cálculo, percebemos que se a cotação do euro no Brasil for 
inferior a R$2,37, valerá a pena comprar euros no Brasil e vendê-los na 
Inglaterra. Caso a cotação do euro no Brasil seja superior a R$2,37, valerá a 
pena comprar euros na Inglaterra e vendê-los no Brasil. 
Percebe-se, nesse caso, que trata-se de arbitragem indireta. Estão 
envolvidas duas praças (Brasil e Inglaterra) arbitrando uma terceira moeda (o 
euro). 
 
1.5.2- Swap: 
O swap é uma operação cambial que se caracteriza pela celebração 
simultânea de dois contratos de câmbio: o primeiro, uma compra ou 
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venda de câmbio pronto; o segundo, uma venda ou compra de câmbio futuro. 
Nas palavras de Bruno Ratti, o swap consiste na compra ou venda de câmbio 
pronto contra a simultânea venda ou compra de câmbio futuro.14 
O objetivo central de uma operação de swap é promover o hedge 
cambial, isto é, com o objetivo de se proteger de variações da taxa de 
câmbio. Vamos imaginar uma situação hipotética! 
Você é dono de uma empresa brasileira exportadora e recebeu uma 
encomenda de uma empresa localizada nos EUA. O valor da compra foi de 
US$500.000,00, que serão pagos apenas após o recebimento das mercadorias 
pela empresa norte-americana. Você, então, pensa o seguinte: 
“Hoje, a taxa de câmbio é US$1,00=R$2,00! Mas daqui a 30 dias, 
que é quando eu vou ter entregado a mercadoria aos americanos, o real 
deverá valorizar. Pode ser que a taxa de câmbio passe a ser de 
US$1,00=R$1,90! Se acontecer isso, vou perder dinheiro! Ao invés de ganhar 
R$1.000.000,00 (US$500.000,00 x 2), vou ganhar apenas R$ 950.000,00 
(US$500.000,00 x 1,90)! Tenho que fazer alguma coisa!” 
Tem mesmo! Nessa situação, você, como empresário, deverá 
providenciar a realização de uma operação de swap. Então, vai a um banco e 
celebra dois contratos de câmbio: 
- No primeiro contrato, fica acordado que você irá comprar 
US$500.000,00 para entrega pronta a uma taxa de US$1,00=R$2,00. 
- No segundo contrato, fica acordado que você irá vender 
US$500.000,00 para entrega futura (daqui a 30 dias, por exemplo) a uma taxa 
de US$1,00= R$1,99. 
Com essa operação, você consegue se proteger das eventuais 
flutuações da taxa de câmbio. É claro que isso não ocorreu a custo zero. 
Perceba que, no segundo contrato, ao vender o dólar a uma taxa cambial de 
US$1,00=R$1,99, você sai perdendo R$5.000,00 (US$500.000,00 x 0,001). 
Bruno Ratti explica que os custos de uma operação de swap são 
os seguintes: i) diferença entre as taxas pronta e futura da moeda negociada; 
ii) juros porventura pagos a uma outra parte para obtenção dos recursos 
utilizados na operação e; iii) o custo de oportunidade da aplicação dos recursos 
em uma operação de swap. 15 
 
14 RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 2009. pp. 170-
173 
15 RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 2009. pp. 170-
173 
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Há, fundamentalmente, três tipos de swap: swap e depósito, swap 
e investimento e swap de exportação. 
- Swap e depósito: Imagine que um banco brasileiro esteja 
precisando de dólares e um banco americano possalhe fornecer. Nessa 
situação, podem ser celebrados dois contratos de câmbio: no primeiro, o 
banco brasileiro, pagando em reais, compra os dólares do banco americano, 
para entrega pronta (até dois dias úteis); no segundo, o banco brasileiro vende 
os dólares ao banco americano, para entrega futura. Por meio dessa operação, 
o banco brasileiro terá acesso imediato aos dólares de que necessita. 
Supondo que o banco americano não esteja precisando dos reais 
relativos ao primeiro contrato de câmbio, ele pode decidir manter esse dinheiro 
depositado no banco brasileiro, a fim de que renda juros. Trata-se do swap e 
depósito. 
- Swap e investimento: Imagine que uma empresa brasileira queira 
manter nos EUA uma quantia em dólares a fim de aplicá-la em uma operação 
financeira. Para isso, ela pode fazer um swap! 
A empresa celebra um contrato de câmbio por meio do qual compra 
dólares e vende reais, para entrega pronta. Ao mesmo tempo, celebra um 
contrato futuro para venda dos dólares. Os dólares adquiridos por meio do 
contrato de câmbio pronto são utilizados para se fazer um investimento em 
uma aplicação financeira. 
- Swap de Exportação: Suponha que uma empresa brasileira queira 
adquirir insumos de uma firma dos EUA no valor de US$ 100.000,00, os quais 
irão ser utilizados no processo produtivo de um bem a ser exportado. Ela, 
então, faz uma operação de swap com um banco. São celebrados dois 
contratos de câmbio: o primeiro, para entrega pronta, referente à compra dos 
US$100.000,00; o segundo, para entrega futura, referente à venda dos 
US$100.000,00. A liquidação do segundo contrato irá ocorrer após a empresa 
brasileira ter recebido os recursos relativos à exportação. Percebe-se que essa 
modalidade de swap funciona como um mecanismo para financiamento de 
exportações 
Embora o mais comum em uma operação de swap seja a existência 
de um contrato de câmbio pronto e um contrato de câmbio futuro, também é 
possível que, em uma operação dessa natureza, existam dois contratos de 
câmbio futuro. Deve-se ressaltar que, nesse caso, deverá haver um intervalo 
entre as datas de entrega previstas em cada um dos contratos de câmbio. 
 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
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1-(ACE-2008)- Considerando-se que uma empresa, após ter realizado 
uma operação de exportação no valor de US$ 3 milhões, a serem 
recebidos em 90 dias, tenha, com base na expectativa de tal 
recebimento e com o propósito de obter liquidez imediata, contraído 
empréstimo, junto a um banco japonês, de valor equivalente em yens 
e a ser liquidado na mesma data do recebimento da exportação 
realizada, é correto afirmar que essa empresa deve realizar uma 
operação de arbitragem de câmbio, para garantir o equilíbrio da 
transação realizada e resguardar-se do risco de oscilações cambiais. 
Comentários: 
Para resguardar-se do risco de oscilações cambiais, isto é, promover 
o hedge cambial, a empresa deverá realizar uma operação de swap. A 
arbitragem é a operação caracterizada pela remessa de divisas de uma praça 
para outra com o objetivo de auferir lucro em razão da diferença das taxas 
cambiais. Questão errada. 
2-(TRF-2005)- A desvalorização cambial de um país contribui para o 
aumento de suas importações. 
Comentários: 
A desvalorização cambial contribui para o aumento das exportações. 
Questão errada. 
3-(TRF-2005)- No Brasil, é facultativa a intervenção bancária para a 
operação de compra e venda de divisas estrangeiras. 
Comentários: 
Em regra, a intervenção bancária é obrigatória nas operações de 
compra e venda de divisas estrangeiras. Há, entretanto, algumas exceções, 
como, por exemplo, as operações realizadas por meio de cartões de uso 
internacional e transferências postais internacionais. Questão errada. 
4-(Analista dos Correios-2011)- No Brasil, os registros de exportação 
devem ser obrigatoriamente vinculados a contratos de câmbio. 
Comentários: 
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Existem exportações que não estão vinculadas a contratos de câmbio. 
São as situações em que não há expectativa de recebimento ou em que os 
recursos obtidos com a exportação são mantidos integralmente no exterior. 
Questão errada. 
5-(Analista dos Correios-2011)- Uma operação de câmbio para 
pagamento de importação, com liquidação pronta, é liquidada em D+3. 
Comentários: 
Uma operação pronta é aquela cuja liquidação ocorre em no máximo 
2 dias úteis contados a partir da data da contratação do câmbio. Questão 
errada. 
6-(TRF-2005)- No que atine à estrutura do mercado cambial, os 
exportadores se incluem no grupo comprador de divisas, ao passo em 
que os importadores fazem parte do grupo vendedor de divisas. 
Comentários: 
Os exportadores se incluem no grupo vendedor de divisas, enquanto 
os importadores fazem parte do grupo comprador de divisas. Questão errada. 
7-(TRF-2005)- O swap cambial consiste na diferença entre o valor de 
compra da moeda estrangeira e seu valor de venda, e representa o 
ganho do banco. 
Comentários: 
O swap é uma operação cambial que consiste na celebração de dois 
contratos de câmbio: o primeiro, uma compra ou venda de câmbio pronto; o 
segundo, uma venda ou compra de câmbio futuro. Questão errada. 
8-(TRF-2005)- A arbitragem de câmbio refere-se à transferência de 
moedas de uma praça para outra, com vistas à obtenção de vantagens 
relativas à diferença temporária de preços. 
Comentários: 
Esse é o exato conceito de arbitragem. Essa operação cambial diz 
respeito à remessa de moedas de uma praça para outra com vistas à obtenção 
de vantagens relativas à diferença temporária das taxas cambiais. Ressalte-se 
que quando a questão faz menção a “preços”, ela está se referindo ao “preço 
da moeda”, que nada mais é do que a taxa de câmbio. Questão correta. 
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9-(AFRF-2003)- A remessa de moedas de uma praça para outra com o 
objetivo de auferir vantagem advinda de diferenças temporárias no 
valor das taxas cambiais configura uma operação de SWAP. 
Comentários: 
A assertiva descreve a operação cambial denominada arbitragem. 
Questão errada. 
10-(Analista dos Correios-2011)- A taxa de câmbio comercial brasileira 
é determinada pelo Banco Central do Brasil. 
Comentários: 
No Brasil, vigora o sistema conhecido como “flutuação suja” (dirty 
floating). A taxa de câmbio é livremente determinada pelo mercado (e não 
pelo BACEN!), havendo a intervenção do BACEN apenas para evitar oscilações 
exageradas. Questão errada. 
11-(Analista dos Correios-2011)- O Banco do Brasil é o único banco 
brasileiro autorizado a realizar operações de câmbio. 
Comentários: 
Acho que o examinador estava de brincadeira nessa questão. O 
Banco do Brasil não é o único banco autorizado a realizar operações de 
câmbio. Questão errada. 
12-(AFRF-2003)- A remessa de moedas de uma praça para outra com o 
objetivo de auferir vantagem advinda de diferenças temporárias no 
valor das taxas cambiais configura uma arbitragem cambial. 
Comentários: 
Pessoal, as bancas examinadoras adoram cobrar o conceito de 
arbitragem cambial! Não se esqueçam dele! Questão correta. 
13-(AFRF-2002.2)- A operação cambial que possibilita aos investidoresprotegerem-se, por tempo indeterminado, de eventuais perdas 
ocasionadas por variações do câmbio, e também empregada para obter 
recursos em moeda estrangeira a serem usados para financiar 
exportações, realizar aplicações ou investimentos, envolvendo a 
compra ou venda de câmbio pronto contra a compra ou venda 
simultânea de câmbio futuro denomina-se SWAP. 
Comentários: 
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O swap é uma operação destinada a promover o hedge cambial 
(evitar perdas ocasionadas por variações da taxa de câmbio), servindo 
também como meio de financiamento de exportações (swap de exportação). 
Consiste na celebração simultânea de dois contratos de câmbio: um pronto e 
outro futuro; um de compra e outro de venda. Questão correta. 
14-(ACE-2002)- A remessa de moedas de uma praça a outra feita com 
o propósito de auferir lucro com as diferenças de preços entre elas 
denomina-se arbitragem cambial. 
Comentários: 
Mais uma questão cobrando o conceito de arbitragem. Questão 
correta. 
15- (AFRF-2002.2)- As operações de SWAP são definidas como compra 
a venda simultânea de câmbio, feitas na mesma moeda e por igual 
valor, com finalidade de se regularizarem operações cambiais 
decorrentes de importações, exportações, transações financeiras e 
conversão em investimento de créditos não remetidos. 
Comentários: 
Esse não é conceito de swap. Questão errada. 
16-(AFTN-1998)- A taxa de repasse é aquela pela qual o Banco Central 
do Brasil adquire a moeda estrangeira dos bancos comerciais. 
Comentários: 
Taxa de repasse é a taxa por meio do qual a moeda estrangeira é 
vendida ao Banco Central, isto é, a taxa pela qual o Banco Central adquire a 
moeda estrangeira dos bancos comerciais. Questão correta. 
17-(AFTN-1998)- As taxas cruzadas são as taxas teóricas resultantes 
da comparação das respectivas cotações de duas moedas. 
Comentários: 
As taxas cruzadas são, conforme afirma a questão, as taxas que 
resultam da comparação das cotações de duas moedas. Questão correta. 
18-(AFTN-1998)- A taxa estável é um tipo de taxa fixa que prevê uma 
certa variação dentro de determinados limites. 
Comentários: 
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A taxa estável é, de fato, uma taxa fixa. Entretanto, há possibilidade 
de variação dentro de certos limites. Questão correta. 
19-(AFTN-1998)- Mercado de câmbio a termo é o mercado onde são 
realizadas operações cambiais futuras, ou seja, a contratação, pelo 
câmbio atual, para entrega em uma data futura. 
Comentários: 
Mercado de câmbio a termo é aquele em que são realizadas 
operações futuras, isto é, operações em que a liquidação do câmbio ocorre 
após 2 dias úteis da contratação. No entanto, a taxa cambial não coincide, 
necessariamente, com a taxa cambial atual (praticada no momento). Questão 
errada. 
20-(AFTN-1998)- O Mercado paralelo de câmbio compreende todas as 
operações conduzidas por meio de pessoas físicas ou jurídicas não 
autorizadas a lidar com câmbio. 
Comentários: 
O mercado paralelo abrange as operações cambiais realizadas com 
intermediação de pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas. Questão correta. 
21-(AFTN-1998)- Mercado de câmbio primário é o mercado onde são 
realizadas operações entre os bancos e seus clientes não-bancários. 
Comentários: 
O mercado de câmbio primário compreende as operações entre 
bancos e clientes não-bancários. O mercado interbancário, por sua vez, 
abrange as operações cambiais entre bancos. Questão correta. 
22-(AFTN-1998)- Mercado de câmbio à vista é o mercado onde são 
realizadas operações cambiais “Prontas”, ou seja, para entrega em até 
dois dias úteis. 
Comentários: 
As operações prontas, realizadas no mercado de câmbio à vista, são 
aquelas em que a liquidação do contrato de câmbio (entrega das moedas) 
ocorre em até dois dias úteis. Questão correta. 
23-(AFTN-1998)- O Mercado de câmbio manual é aquele onde o 
comércio de dinheiro é em espécie, quando pelo menos uma das 
moedas transacionadas for de país estrangeiro. 
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Comentários: 
De fato, o mercado de câmbio manual é aquele em que são 
negociadas moedas em espécie ou traveller checks. Questão correta. 
24-(AFTN-1998)- As taxas livres são aquelas provenientes das 
condições de oferta e procura de divisas em um mercado de câmbio 
livre, não havendo, portanto, a intervenção do Estado nas taxas. 
Comentários: 
As taxas livres são as determinadas pelas leis do mercado. 
Entretanto, há possibilidade de intervenção governamental no caso de 
oscilações exageradas. Questão errada. 
25-(AFTN-1998)- Crawling Pegs é um sistema onde as paridades 
variam periodicamente em pequenos intervalos de tempo. 
Comentários: 
Crawling Pegs é um sistema de taxas flexíveis, que são aquelas que 
variam periodicamente em pequenos intervalos de tempo. Questão correta. 
26-(ACE-1997)- A remessa de moeda de uma praça a outra feita com o 
propósito de obter vantagens de diferenças de preços é uma operação 
de hedging. 
Comentários: 
A assertiva descreve a operação denominada arbitragem cambial. 
Questão errada. 
27-(ACE-1997)- Em operações futuras, a taxa cambial é fixada no 
momento da contratação do câmbio. 
Comentários: 
A taxa cambial é definida no momento da contratação do câmbio, 
seja nas operações prontas ou nas operações futuras. Questão correta. 
28-(CODESP-2011)- A taxa média do dia apurada no mercado 
interbancário, conhecida por Ptax e divulgada pelo Banco Central do 
Brasil, é a taxa que os bancos obrigatoriamente devem utilizar nas 
operações cambiais com os seus clientes. 
Comentários: 
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A taxa de câmbio é livremente pactuada entre os agentes autorizados 
a operar no mercado de câmbio ou entre estes e seus clientes. No Brasil, a 
taxa de câmbio é flutuante. Questão errada. 
29-(CODESP-2011)- No Brasil, é adotado o regime de câmbio fixo, pois 
o Banco Central do Brasil compra e vende moeda no mercado cambial 
para manter a taxa de câmbio invariável. 
Comentários: 
No Brasil, o regime cambial adotado é o de “flutuação suja”. Questão 
errada. 
30-(CODESP-2011) - No Brasil, os bancos autorizados a operarem no 
mercado cambial e quando solicitados por seus clientes são obrigados 
a vender moeda em espécie. 
Comentários: 
Nem sempre é possível a venda de moeda em espécie. Apenas as 
operações de compra e venda de moeda estrangeira cujo valor não ultrapasse 
R$ 10.000,00 poderão ser liquidadas mediante a entrega de dinheiro em 
espécie. Questão errada. 
31-(CODESP-2011) - As operações de câmbio podem ser contratadas 
para liquidação pronta ou futura e, em qualquer das situações, pode 
ser solicitado pela instituição financeira um prêmio ou bonificação da 
operação. 
Comentários: 
Apenas nas operações futuras é que a instituição financeira poderá 
solicitar um prêmio ou bonificação em relação às taxas de câmbio. Questão 
errada. 
32-(CODESP-2011-adaptada)- A operação de câmbio (compra ou 
venda) pronta é a operação a ser liquidada em até dois dias úteis da 
datade contratação. 
Comentários: 
As operações de câmbio prontas são aquelas que são liquidadas em 
até dois dias úteis da data da contratação. Questão correta. 
33-(CODESP-2011)- Nos contratos de câmbio não são susceptíveis de 
alteração, o comprador, o vendedor, o valor em moeda estrangeira e o 
prazo para liquidação do contrato de câmbio. 
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Comentários: 
O prazo para liquidação do contrato de câmbio pode ser alterado. Não 
são suscetíveis de alteração o comprador, o vendedor, o valor em moeda 
estrangeira, o valor em moeda nacional, o código da moeda estrangeira e a 
taxa de câmbio. Questão errada. 
34-(CODESP-2011) – O exportador de mercadorias ou de serviços pode 
manter no exterior, no máximo, 30% dos recursos relativos ao 
recebimento de suas exportações. 
Comentários: 
O exportador de bens ou serviços pode manter no exterior a 
integralidade dos recursos relativos ao recebimento de suas exportações. 
Questão errada. 
35-(CODESP-2011)- As operações ao amparo da sistemática de câmbio 
simplificado de exportação, contratadas para liquidação pronta, devem 
ser liquidadas no mesmo dia da contratação. 
Comentários: 
De acordo com o RMCCI, as operações ao amparo da sistemática de 
câmbio simplificado de exportação devem ser liquidadas no mesmo dia da 
contratação. Questão correta. 
36-(CODESP-2011) - O prazo máximo entre a contratação e a 
liquidação de um contrato de câmbio de exportação é de 360 dias. 
Comentários: 
Na exportação, o prazo máximo entre a contratação e a liquidação do 
contrato de câmbio é de 750 dias. Questão errada. 
 
2- PAGAMENTOS INTERNACIONAIS: 
2.1-Introdução: 
Em uma operação de comércio exterior, exportador e importador 
buscam, a todo momento, minimizar riscos e custos. Nesse sentido, uma 
importante escolha das empresas é a forma de pagamento a ser pactuada. Há 
algumas que envolvem grande risco para o importador; outras trazem grandes 
riscos para o exportador. Existem, ainda, aquelas que, para serem utilizadas, 
envolvem custos bem elevados. 
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Há quatro modalidades de pagamentos internacionais: i) 
pagamento antecipado ou remessa antecipada; ii) cobrança 
documentária ou cobrança; iii) remessa sem saque e; iv) carta de 
crédito ou crédito documentário. É importante entendermos o 
funcionamento de cada uma delas! 
Perceberemos, ao estudar as modalidades de pagamento 
internacional, o quanto é importante a intervenção bancária para o 
funcionamento do comércio internacional. Para que os bancos possam atuar 
com segurança nessas operações, eles se utilizam de um sistema de 
comunicação eletrônica denominado SWIFT, que se caracteriza pela 
velocidade, confidencialidade e autenticidade. A SWIFT é uma sociedade 
criada em 1973 com o objetivo de realizar telecomunicações financeiras 
interbancárias internacionais. Ela presta serviços de comunicações, um dos 
quais é a ordem de pagamento via SWIFT. Diversas outras mensagens 
também podem ser enviadas: empréstimos, depósitos, créditos 
documentários, etc. 
 
2.2- Pagamento Antecipado: 
O pagamento antecipado (ou remessa antecipada) é a modalidade 
que implica em maiores riscos para o importador. Ele consiste em efetuar o 
pagamento total ou parcial referente à operação antes do embarque da 
mercadoria no exterior. Somente após receber o pagamento, o exportador 
embarca a mercadoria e envia a documentação relativa à operação. Ora, se o 
pagamento é feito pelo importador antes do embarque da mercadoria, ele está 
se arriscando, uma vez que não sabe se o exportador irá mesmo lhe enviar a 
mercadoria. 
No Brasil, considera-se pagamento antecipado de importação 
aquele efetuado com antecipação de até 180 dias à data prevista para: i) 
embarque, no caso de mercadorias importadas diretamente do exterior em 
caráter definitivo; ii) embarque, no caso de mercadorias importadas ao amparo 
do drawback, ou quando destinadas à admissão na Zona Franca de Manaus, 
em Área de Livre Comércio ou em Entreposto Industrial; iii) nacionalização, no 
caso de mercadorias admitidas em outros regimes aduaneiros especiais. 
Assim, para o caso de mercadorias importadas a título definitivo, 
o marco temporal que define se o pagamento é antecipado ou não é a data do 
embarque. Considera-se como data de embarque a data de emissão do 
conhecimento de carga (conhecimento de embarque). Se a mercadoria está 
sendo importada a título definitivo e o pagamento foi efetuado antes do 
embarque, trata-se de pagamento antecipado. Essa regra também vale para 
as mercadorias admitidas na ZFM, em ALC, em entreposto industrial (RECOF) 
e, ainda, para as importadas ao amparo do drawback. 
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Já em relação às mercadorias admitidas em regimes aduaneiros 
especiais (à exceção do drawback e RECOF), o marco temporal que define 
se o pagamento será antecipado ou não é a data da nacionalização, que 
ocorre com o desembaraço aduaneiro. Assim, para as mercadorias 
admitidas em regimes aduaneiros especiais (à exceção do drawback e RECOF) 
considera-se antecipado o pagamento realizado antes do desembaraço 
aduaneiro. 
Especificamente para máquinas e equipamentos com longo ciclo de 
produção ou de fabricação sob encomenda, o prazo de antecipação deve ser 
compatível com o ciclo de produção ou de comercialização do bem. Há que se 
observar, todavia, que nesses casos, o prazo máximo de antecipação poderá 
ser 1.080 dias. 
Por sua vez, os recursos a título de recebimento antecipado em 
uma exportação brasileira deverão, dentro de 360 dias, implicar no 
embarque da mercadoria para o exterior ou serem convertidos em 
investimento direto de capital ou empréstimo em moeda. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAGAMENTO 
ANTECIPADO 
Maiores riscos para o 
importador 
Realizado antes do 
embarque da mercadoria no 
exterior 
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA 
Pagamento 
antecipado na 
importação 
Recebimento 
antecipado na 
exportação 
Até 180 
dias 
Até 360 dias 
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2.3- Remessa sem saque: 
A remessa sem saque é uma modalidade de pagamento por meio 
da qual os documentos relativos à operação são encaminhados pelo exportador 
diretamente ao importador, sem qualquer intermediação bancária. O envio 
desses documentos é feito por meio dos correios. 
Após ter ocorrido a negociação e as partes terem chegado a um 
acordo, o exportador embarca a mercadoria e a envia ao importador. 
Paralelamente, o exportador remete ao importador a documentação relativa à 
importação por meio dos correios. De posse da documentação, o importador 
poderá providenciar o desembaraço aduaneiro. 
O risco da operação está no fato de que o exportador, ao enviar a 
documentação diretamente ao importador, fica sem qualquer título de 
crédito para exigir o pagamento. A remessa sem saque é, portanto, a 
modalidade de pagamento que implica maiores riscos para o exportador. 
No entanto, ela permite celeridade nos trâmites da documentação e reduçãode despesas bancárias. 
Uma data importante, que define se o pagamento será à vista ou a 
prazo é a data do desembaraço aduaneiro. O pagamento realizado antes do 
desembaraço aduaneiro, é considerado pagamento à vista. Já o pagamento 
realizado após o desembaraço aduaneiro, será considerado pagamento a 
prazo. Essa regra também vale para a cobrança documentária, modalidade de 
pagamento que estudaremos em seguida. 
2.4- Cobrança documentária: 
A intervenção bancária, no que diz respeito aos pagamentos 
internacionais, não fica limitada às atividades de contratação e liquidação do 
câmbio. A cobrança documentária é uma modalidade de pagamento 
internacional em que há grande intervenção bancária. Ao contrário da remessa 
sem saque e do pagamento antecipado, nessa modalidade de pagamento os 
bancos intervenientes manuseiam os documentos relativos à operação de 
comércio exterior. 
Mas como funciona? 
Bem, após as partes terem negociado e chegado a um acordo, o 
exportador embarca as mercadorias no exterior e entrega os documentos 
referentes à operação a um banco em sua praça. Esse banco, por sua vez, 
remete os documentos a um banco na praça do importador. 
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Paralelamente, a mercadoria é exportada e chega ao país do 
importador. No entanto, o importador não tem como realizar o desembaraço 
aduaneiro junto à Alfândega sem os documentos referentes à operação. E 
como ele terá acesso a esses documentos? Isso mesmo! O banco na praça 
do importador entregará os documentos ao importador somente após 
o pagamento (caso seja uma cobrança à vista) ou aceite da cambial 
(caso seja uma cobrança à prazo). 
O banco na praça do importador recebe o pagamento e, em seguida, 
emite uma ordem de pagamento ao banco na praça do exportador. Após isso, 
é realizado o pagamento ao exportador. 
 
2.5- Carta de Crédito ou Crédito Documentário: 
O crédito documentário (carta de crédito) é a modalidade de 
pagamento que implica em menores riscos tanto para o exportador 
quanto para o importador, sendo considerada, portanto, a mais segura. Em 
contrapartida, por envolver grande intervenção bancária, é também a 
modalidade de pagamento internacional que possui custos mais elevados. 
A carta de crédito é um documento independente (autônomo) do 
contrato de compra e venda internacional. Logo, se o contrato estiver sendo 
questionado judicialmente, a carta de crédito irá subsistir, isto é, continuará a 
ter validade. Ainda que 
Mas como funciona uma carta de crédito? 
Não é difícil... O importador procura um banco e solicita que este 
emita uma carta de crédito tendo como beneficiário o exportador. O valor será 
recebido pelo exportador caso este cumpra todos os requisitos previstos na 
carta de crédito. 
Os costumes e práticas uniformes relativas a créditos 
documentários foram consolidados pela Câmara de Comércio Internacional 
(CCI) em uma norma denominada UCP 600. Considerando-se que a CCI não é 
uma organização internacional, mas sim uma organização privada, ela não tem 
competência para estabelecer normas vinculantes e obrigatórias. Dessa forma, 
a UCP 600 é de utilização facultativa, aplicando-se somente às cartas 
de crédito que a ela fizerem menção expressa. Ressalte-se, entretanto, 
que quando a UCP 600 for mencionada em uma carta de crédito, a observância 
de seus dispositivos será obrigatória. As cartas de crédito reguladas pela UCP 
600 são compromissos irrevogáveis. 
Segundo o que estabelece a UCP 600, os atores em uma carta de 
crédito são os seguintes: i) requerente; ii) Banco Emitente; iii) Banco 
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Avisador; iv) Banco Designado; v) Banco Confirmador e; vi) Banco 
Reembolsador. 
Vamos visualizar uma operação de comércio exterior! 
Um exportador estrangeiro entra em negociação com um importador 
brasileiro e os dois celebram um contrato de compra e venda. Paralelamente, o 
importador brasileiro (requerente) solicita a um banco (Banco Emitente) 
que este emita uma carta de crédito em nome do exportador (beneficiário). 
O Banco Emitente entrega, então, a carta de crédito a um outro 
banco, o qual será responsável por avisar o crédito, isto é entregar a carta de 
crédito ao exportador (beneficiário). O banco responsável por avisar o crédito é 
denominado Banco Avisador. 
A partir daí, o exportador deverá cumprir as obrigações previstas na 
carta de crédito. Somente após cumpri-las é que o exportador receberá o valor 
da carta de crédito. Caberá a um banco (Banco Designado) analisar o 
cumprimento dessas obrigações pelo exportador. Cabe ressaltar que a 
verificação bancária se limita ao aspecto documental, ou seja, o Banco 
Designado não inspeciona as mercadorias. Caso o Banco Designado constate 
que o exportador cumpriu todas as obrigações previstas na carta de crédito, 
ele irá efetuar o pagamento do valor a ela referente. O pagamento ao 
beneficiário é feito contra a apresentação de documentos (e não contra 
bens e serviços!). Assim, é possível afirmar que os bancos não inspecionam 
(conferem) mercadorias, mas apenas documentos. 
 
O Banco Emitente poderá fazer o pagamento 
diretamente ao beneficiário da carta de crédito, 
sem necessidade de um Banco Designado. 
O Banco Designado, de posse dos documentos relativos à operação, 
os envia ao Banco Emitente, que os repassa, por sua vez, ao importador. De 
posse dos documentos, o importador poderá realizar o desembaraço 
aduaneiro. O importador fará o pagamento da operação ao Banco Emitente 
que, por sua vez, irá pagar ao Banco Designado, que foi quem efetuou o 
pagamento diretamente ao exportador. 
Há, ainda, a possibilidade de existirem dois outros atores em uma 
carta de crédito regulada pela UCP 600: o Banco Confirmador e o Banco 
Reembolsador. 
O Banco Confirmador é como se fosse uma garantia a mais para a 
carta de crédito. Como vimos, o Banco Emitente é quem emite a carta de 
crédito em nome do exportador. Adicionalmente, um outro banco (o Banco 
Confirmador) poderá agregar sua assinatura nesta carta de crédito, o que 
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significa que ele também se compromete a efetuar o pagamento dos valores 
nela previsto. Assim, caso o Banco Emitente não honre seu compromisso, o 
Banco Confirmador o fará. A presença do Banco Confirmador em um crédito 
documentário é um fator que aumenta a garantia e a segurança da operação. 
Diz-se, nesse caso, que trata-se de uma carta de crédito confirmada. 
O Banco Reembolsador, por sua vez, é quem paga o Banco 
Designado em nome do Banco Emitente. Como vimos anteriormente, o Banco 
Designado é quem paga o valor da carta de crédito ao exportador, não é 
mesmo? Em seguida, ele recebe esse dinheiro do Banco Emitente. Pois bem, 
pode acontecer que, por motivos de ordem financeira, o Banco Emitente não 
queira dispor dos recursos que mantém junto ao Banco Designado. Nesse 
caso, o Banco Emitente irá solicitar ao Banco Reembolsador que repasse 
recursos ao Banco Designado. 
Pronto! É assim que funciona uma carta de crédito regulada pela UCP! 
Complexo, não é mesmo? São muitas as partes envolvidas! 
Mas isso pode ser mais simples... 
As figuras do Banco Confirmador e do Banco Reembolsador 
não são muito comuns, sendo plenamente dispensáveis.A carta de 
crédito já é a modalidade de pagamento mais segura, o que nos permite inferir 
que não há necessidade de um banco somente para fazer a confirmação 
(Banco Confirmador). Quando é solicita uma confirmação da carta de crédito, 
isso significa que não há muita confiança na palavra do Banco Emitente! 
Quanto ao Banco Reembolsador, ele não é figura muito comum porque o 
Banco Emitente costuma fazer ele mesmo o repasse de recursos ao Banco 
Designado. 
Simplificando ainda mais o funcionamento da carta de crédito, os 
papéis do Banco Designado e do Banco Avisador podem ser 
desempenhados por um único banco. Você há de concordar comigo que 
não há necessidade de um banco somente para avisar ao exportador que ele 
tem uma carta de crédito emitida em seu nome! Assim, o mesmo banco que 
avisa o crédito poderá verificar o cumprimento das obrigações previstas na 
carta de crédito e, se for o caso, efetuar o pagamento ao exportador. Além 
disso, é possível que o Banco Emitente faça o pagamento diretamente 
ao beneficiário da carta de crédito, sem necessidade de um Banco 
Designado. 
 
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Na prova, muita gente confunde o crédito documentário 
(carta de crédito) com a cobrança documentária. 
Macete! 
1)- Na carta de crédito, o cliente do banco é o 
importador. É ele que pede o banco para emitir uma 
carta de crédito em nome do exportador. 
2)- Na cobrança documentária, o cliente do banco é o 
exportador. É ele que pede o banco para “cobrar” o 
pagamento do importador. 
Pode ocorrer de, em uma operação de comércio exterior, o 
exportador necessitar de recursos (numerário) para produzir o bem a ser 
exportado. Nesse caso, ele irá pedir um adiantamento total ou parcial do valor 
da exportação. Quando o exportador necessitar da antecipação de recursos, 
ele solicitará a inclusão de uma cláusula especial na carta de crédito: a Red 
Clause. 
A Red Clause é uma cláusula colocada em uma carta de crédito que 
permite o pagamento antecipado parcial ou total da operação. Em outras 
palavras, a Red Clause permite o adiantamento de valores ao exportador, 
antes mesmo do embarque da mercadoria no exterior. Em virtude da utilização 
dessa cláusula não ser muito comum em uma carta de crédito, utiliza-se a cor 
vermelha para identificá-la. 
 
2.6- Créditos Back-to-Back: 
Muitas pessoas confundem os créditos back-to-back com as cartas de 
crédito. Enquanto a carta de crédito é modalidade de pagamento internacional, 
o crédito back-to-back é uma forma de financiamento. Na verdade, os 
créditos back-to-back são operações baseadas em duas cartas de 
crédito. 
Vamos exemplificar para que você entenda melhor seu 
funcionamento! 
Imaginem que um importador brasileiro foi a um banco e pediu que 
ele emitisse uma carta de crédito em favor de um exportador relativa a uma 
compra de mercadorias a ser realizada. Esse exportador, no entanto, irá 
adquirir essa mercadoria de um produtor local de seu país. Para efetuar esse 
pagamento, ele procura um banco na sua praça e solicita a emissão de uma 
carta de crédito em favor do produtor local. Como garantia da operação, ele 
utiliza a primeira carta de crédito emitida a seu favor. Está ocorrendo, 
como se pode verificar, uma operação triangular em que há uma compra 
e uma venda por parte do exportador estrangeiro. Esta operação, 
conhecida como crédito back-to-back, baseia-se em duas cartas de crédito. 
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Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
37-(Analista dos Correios – 2011)- Na modalidade denominada carta 
de crédito, cabe ao banco emitente pagar diretamente ao beneficiário 
ou indicar um banco designado para proceder ao pagamento. 
Comentários: 
Na carta de crédito, o Banco Emitente efetua o pagamento 
diretamente ao beneficiário ou atribui essa tarefa a outro banco (o Banco 
Designado). Questão correta. 
38-(Analista dos Correios – 2011)- A modalidade de pagamento que 
oferece maior garantia ao exportador é a remessa sem saque. 
Comentários: 
A modalidade de pagamento que implica em maiores riscos para o 
exportador é a remessa sem saque. Questão errada. 
39-(Analista dos Correios – 2011)- Considere que determinado bem 
importado em consignação, estando, pois, sob o regime de entreposto 
aduaneiro, tenha sido adquirido e pago sob a forma de remessa 
antecipada. Nesse caso, estando já o bem em território nacional, 
considera-se antecipado o pagamento se este for realizado antes do 
desembaraço aduaneiro. 
Comentários: 
O pagamento será considerado antecipado, no caso de bens 
admitidos em regimes aduaneiros especiais (entreposto aduaneiro, por 
exemplo!), quando ocorrer antes do desembaraço aduaneiro. No caso de bens 
importados a título definitivo, considera-se antecipado o pagamento realizado 
antes da data do embarque. Questão correta. 
40-(Analista dos Correios-2011)- A modalidade de pagamento 
denominada cobrança ocorre quando o exportador envia 
documentação relativa à exportação diretamente ao importador, sem 
intermediação bancária, para que este proceda ao pagamento 
pertinente. 
Comentários: 
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A modalidade de pagamento em que o exportador envia os 
documentos relativos à exportação diretamente ao importador, sem 
intermediação bancária, é a remessa sem saque. Questão errada. 
41-(Analista dos Correios-2011)- Na remessa sem saque, o pagamento 
é considerado à vista se realizado até o desembaraço aduaneiro da 
mercadoria e a prazo, se efetuado após o mesmo. 
Comentários: 
De fato, o pagamento realizado até o desembaraço aduaneiro é 
considerado pagamento à vista. Já o pagamento realizado após o desembaraço 
aduaneiro, é considerado pagamento à prazo. Questão correta. 
42-(AFRF-2005 - adaptada)- A remessa antecipada é forma de 
pagamento mediante a qual o importador remete previamente o valor 
parcial ou total da transação, após o que o exportador providencia a 
exportação da mercadoria e o envio da respectiva documentação. 
Comentários: 
O pagamento antecipado se caracteriza como aquele em que o 
importador remete, previamente ao embarque, o valor total ou parcial 
referente à importação. Só então o exportador envia a mercadoria e a 
documentação referente à operação. Questão correta. 
43-(AFRF-2005 - adaptada)- O crédito documentário é forma de 
pagamento em que, após a expedição da mercadoria, o exportador 
entrega a um banco de sua preferência os documentos de embarque, 
juntamente com um saque contra o importador. O banco, a seu turno, 
remete os documentos, acompanhados de um carta-cobrança, a seu 
correspondente na praça do importador, para cobrar do sacado. 
Efetuado o pagamento, o banco libera a documentação ao importador, 
para que ele possa retirar a mercadoria na alfândega. 
Comentários: 
O enunciado da questão descreve a modalidade de pagamento 
denominada “cobrança documentária”, também conhecida simplesmente por 
“cobrança”. O crédito documentário (carta de crédito) fica caracterizado 
quando o importador solicita a um banco que emita um crédito em favor do 
exportador. Perceba, caro amigo, que o cliente do banco, na carta de 
crédito, é o importador. Questão errada. 
44-(AFRF-2005 - adaptada)- A remessa sem saqueé modalidade de 
pagamento não empregada com muita frequência no comércio 
internacional, por colocar o importador na dependência do exportador, 
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implicando, assim, riscos para o primeiro, à medida que, enquanto não 
receber a mercadoria, não poderá ter certeza do cumprimento regular 
da obrigação por parte do exportador. 
Comentários: 
A modalidade de pagamento que implica em maiores riscos para o 
importador, colocando-o na dependência do exportador, é o pagamento 
antecipado. A remessa sem saque é a modalidade que resulta em maiores 
riscos para o exportador. Questão errada. 
45-(AFRF-2005 - adaptada)- O crédito documentário é forma de 
pagamento utilizada em contratos internacionais segundo a qual um 
banco, por instruções de um cliente seu, compromete-se a efetuar um 
pagamento a um terceiro, contra a entrega de documentos 
estipulados, desde que os termos e condições sejam cumpridos. 
Comentários: 
A assertiva descreve perfeitamente o funcionamento de uma carta de 
crédito (crédito documentário). O importador solicita que um banco emita uma 
carta de crédito em nome do exportador, a qual será convertida em dinheiro se 
o exportador cumprir os termos e condições nela estipuladas. Questão correta. 
46-(AFRF-2005 - adaptada)- A cobrança à vista é modalidade de 
pagamento que envolve maior risco para o exportador, razão pela qual 
é pouco empregada no comércio internacional (salvo nas importações 
realizadas por filiais ou subsidiárias de firmas no exterior). 
Comentários: 
A modalidade de pagamento que envolve maiores riscos para o 
exportador é a remessa sem saque. Questão errada. 
47-(AFRFB – 2005 - adaptada)- A cobrança à vista é forma de 
pagamento segundo a qual o importador recebe diretamente do 
exportador os documentos de embarque, promove o desembaraço da 
mercadoria na aduana e, posteriormente, providencia a remessa da 
quantia respectiva para o exterior. 
Comentários: 
A modalidade de pagamento por meio da qual o importador recebe 
diretamente do exportador os documentos de embarque é a remessa sem 
saque. Questão errada. 
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48-(TRF-2005) - Após enviar a mercadoria ao seu destinatário, o 
exportador entrega a um banco de sua preferência os documentos 
relativos a essa operação para que então o estabelecimento bancário, 
a partir de um correspondente seu na praça do importador, possa 
cobrar o pagamento da transação e liberar os documentos que serão 
necessários ao desembaraço aduaneiro do bem. Esta modalidade de 
pagamento, comum nas operações internacionais de compra e venda 
de mercadorias, é denominada crédito documentário. 
Comentários: 
A modalidade de pagamento descrita na questão é a cobrança 
documentária (e não o crédito documentário!). Nessa modalidade, o banco irá 
atuar como um “cobrador”. Questão errada. 
49-(AFRF-2003)- O crédito documentário, consistindo numa 
modalidade de pagamento tendo subjacente um contrato comercial 
internacional entre vendedor e comprador de mercadorias não 
subsiste se o referido contrato estiver sendo questionado 
judicialmente. 
Comentários: 
O crédito documentário é autônomo em relação ao contrato de 
compra e venda. Dessa forma, ele subsiste ainda que o contrato esteja sendo 
questionado judicialmente. Questão errada. 
50-(AFRF-2003)- O crédito documentário, consistindo numa 
modalidade de pagamento tendo subjacente um contrato comercial 
internacional entre vendedor e comprador de mercadorias rege-se nas 
práticas comerciais pelas normas da Publicação 600 da Câmara de 
Comércio Internacional (UPC 600 da CCI), que são claras em definir as 
responsabilidades das Partes de um Crédito Documentário pela não 
observância das cláusulas que dispõem acerca das mercadorias 
transacionadas. 
Comentários: 
O crédito documentário somente é regido pela UCP 600 se essa 
condição estiver nele expressa. Questão errada. 
51-(AFRF-2003)- O crédito documentário, consistindo numa 
modalidade de pagamento tendo subjacente um contrato comercial 
internacional entre vendedor e comprador de mercadorias é autônomo 
em relação ao contrato comercial subjacente cujo pagamento ao 
beneficiário deverá ser honrado contra documentos idôneos e 
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formalmente consistentes com as estipulações da carta de crédito, e 
não contra bens ou serviços. 
Comentários: 
De fato, o crédito documentário é autônomo em relação ao contrato 
de compra e venda. O pagamento ao beneficiário é feito contra a apresentação 
de documentos (e não contra bens e serviços!). Questão correta. 
52-(AFRF-2003)- O crédito documentário, consistindo numa 
modalidade de pagamento tendo subjacente um contrato comercial 
internacional entre vendedor e comprador de mercadorias prescinde 
do exame minucioso da documentação nele mencionada e de suas 
condições, não consistindo tal procedimento em essencial à liquidação 
do crédito. 
Comentários: 
É sim necessário o exame documental para que o crédito possa ser 
liquidado. Afinal, o pagamento do crédito é feito contra a apresentação de 
documentos. Questão errada. 
53-(AFRF-2003)- O crédito documentário, consistindo numa 
modalidade de pagamento tendo subjacente um contrato comercial 
internacional entre vendedor e comprador de mercadorias tem eficácia 
e validade materializada no contrato comercial do qual deriva, e, neste 
sentido, este prevalece sobre a formalidade documental. 
Comentários: 
A validade do crédito documentário está materializada nele mesmo, 
uma vez que ele tem autonomia em relação ao contrato de compra e venda. 
Questão errada. 
54-(AFRF-2003 - adaptada)- Analise a situação a seguir: i) exportador 
e importador são intrínseca e reciprocamente conhecidos e 
tradicionais nos respectivos ramos (flores e frutas in natura); ii) é 
razoável que busquem em todo o processo de suas transações 
comerciais minimizar custos e riscos e maximizar eficiência, rapidez e 
garantias; iii) o importador necessita disponibilizar as mercadorias 
para consumo o mais rápido possível; iv) por sua vez, o exportador 
necessita do numerário com urgência e, se o importador optar por 
pagamento a prazo, o exportador terá que descontar as cambiais junto 
a um banco com deságio, o que acarreta custos adicionais; e v) as 
mercadorias foram embarcadas e consignadas ao banco do 
importador. 
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Considerando as circunstâncias acima descritas, entre as modalidades 
de pagamento utilizadas no comércio internacional, a que melhor 
conjuga os interesses de ambas as partes (comprador e vendedor) é o 
crédito documentário. 
Comentários: 
Vamos analisar essa questão com calma! 
Primeira informação importante: importador e exportador querem 
minimizar riscos. A remessa antecipada (pagamento antecipado) envolve 
muitos riscos para o importador; a remessa sem saque envolve muitos riscos 
para o exportador. Logo, estas duas modalidades não poderão ser utilizadas. 
Segunda informação importante: importador e exportador 
querem minimizar custos. O crédito documentário (carta

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