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Aula V Economia Brasileira

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Aula V – 1968-1979: O Milagre Econômico e o II PND
1. O Milagre Econômico
1.1 Visão geral
		No período 1968-1973, o PIB brasileiro cresceu cerca de 11% ao ano e a inflação manteve-se entre 13% e 23% ao ano.
		
O crescimento foi mais rápido no setor industrial, principalmente, bens de consumo duráveis e bens de capital, e na construção civil.
O cenário externo era favorável no período, com crescimento da economia mundial, do comércio internacional e liquidez no mercado financeiro internacional, resultante da oferta de dólares derivada do déficit externo americano e da política monetária expansionista nos Estados Unidos.
As bases para o crescimento foram dadas pelo PAEG, com as reformas estruturais que permitiram a expansão do crédito para o setor privado, o surgimento de um mercado para os títulos públicos, o aumento das receitas públicas, o maior acesso dos bancos e empresas brasileiras ao mercado de crédito internacional, estímulos às exportações e ao setor agrícola, a redução da inflação e, devido as políticas restritivas de 1964 a 1967, o surgimento de capacidade ociosa na indústria.
Nos primeiros anos, a expansão foi baseada na utilização da capacidade instalada ociosa, depois na ampliação dessa capacidade. 
Foram fatores que estimularam o consumo e os investimentos a forte expansão do crédito para as famílias, principalmente para o consumo de bens duráveis, do crédito habitacional, muitas vezes com taxas de juros negativas, e do crédito à indústria e à agricultura.
Diferente de períodos anteriores, houve políticas de estímulo às exportações e ao setor agrícola.
Ao final do período, em 1973, a quase ausência de capacidade ociosa na indústria, o crescimento do déficit externo e da inflação, mascarada pelos controles de preços, com tabelamentos desrespeitados por meio de um “mercado paralelo”, onde os preços praticados eram mais altos que os tabelados.
1.2 O setor externo
		Como vimos, o cenário externo era favorável, com expansão do comércio e da liquidez internacional, baseado no euromercado, alimentado pelo déficit externo e política monetária americanos.
		Foi mantida política de minidesvalorizações cambiais, o que significava taxa de câmbio real estável e em nível que estimulava exportações, tanto de produtos primários quanto de manufaturados. 
		
Foram criados vários mecanismos de estímulos às exportações, principalmente fiscais e creditícios. 
		
Cresceram as exportações de manufaturados, principalmente bens de consumo não duráveis e novas culturas agrícolas, como a soja.
		
As importações também cresceram em ritmo forte, principalmente para atender a demanda por bens de capital e insumos industriais.
Houve crescimento da dívida externa bruta, acompanhado de expansão das reservas internacionais, de forma, que a dívida externa líquida cresceu menos que a dívida bruta. Não se pode falar que a poupança externa foi a principal fonte de financiamento dos investimentos na época.
O principal demandante dos empréstimos externos no período foram as multinacionais, que tinham maior facilidade de acesso ao mercado financeiro internacional.
Houve forte crescimento dos investimentos externos diretos, direcionados principalmente para o setor industrial.
1.3 A política de controle de preços
		O diagnóstico sobre o problema inflacionário mudou em relação ao PAEG, que enfatizava o excesso de demanda, junto com aumentos de salários acima dos ganhos de produtividade, como causas da inflação.
		Passou-se a enfatizar o papel dos custos como causa da inflação e para conciliar o forte crescimento econômico com o controle do processo inflacionário foi adotado sistema de controle de preços, principalmente nos setores oligopolizados, controlados por poucas empresas.
		No final de 1972 e todo o ano de 1973, as pressões inflacionárias cresceram e foram acobertadas por tabelamentos de preços, que eram burlados com o surgimento de um mercado paralelo com preços mais altos para os produtos tabelados.
		Pode-se falar que no período houve uma certa leniência com a inflação, aceitam-se taxas de inflação em torno de 20% ao ano para preservar elevadas taxas de crescimento.
		Eram fontes de pressão expansionista sobre a oferta monetária no período os empréstimos dos bancos públicos, principalmente Banco do Brasil e BNDE.
1.4 Salários e distribuição de renda
		Com o governo militar, a partir de 1964, houve política de redução dos salários reais, por meio de aumentos salariais abaixo da taxa de inflação. Como resultado, o salário mínimo caiu de 1964 a 1967 e houve estagnação ou queda menor, dependendo do deflator de preço utilizado, durante o período de rápido crescimento econômico do milagre.
		Mas houve, entre 1967 e 1973, uma redução da proporção de trabalhadores que ganhavam um salário mínimo e um aumento da relação entre o salário médio e o salário mínimo, principalmente no setor industrial.
		Os salários médios na indústria cresceram no período do milagre. Os ganhos foram maiores para os trabalhadores mais qualificados.
		Pode-se falar que a concentração de renda cresceu, seja pelo crescimento da massa salarial abaixo da expansão do PIB, seja pelo maior crescimento dos salários dos trabalhadores mais qualificados.
1.5 Participação do Estado da economia
		A participação do Estado na economia cresceu, seja como produtor, com a expansão das empresas estatais, com atuação centrada na infraestrutura, principalmente energia e telecomunicacões.
		Houve também maior intervenção sobre a economia por meio de políticas de crédito, fiscais e de comércio exterior, como também controles diretos de preços.
2. O segundo PND
		O primeiro choque do petróleo, em 1973, provocou forte elevação do preço do produto, um dos principais da pauta de importações brasileiras, além de matéria-prima para insumos relevantes de toda a economia.
		Junto com a inflação já em alta e a indústria em pleno emprego de sua capacidade produtiva, o choque do petróleo reduzia em muito as possibilidades de expansão da economia brasileira.
		Entretanto, havia um fator positivo no cenário internacional, a continuidade da liquidez, com base nos petródolares, resultados dos grandes superávits dos países exportadores do óleo.
		Em 1974, o ministro Mário Henrique Simonsen sinalizou a opção por políticas restritivas para se ajustar ao novo cenário externo, mas as pressões sofridas por um governo militar que tinha no crescimento econômico a base para seu apoio político levou a opção pela continuidade de políticas expansionistas, às custas de maior inflação e forte endividamento externo.
		O segundo PND tinha por objetivo um ajuste na oferta de longo prazo da economia, mantendo-se o crescimento econômico. Buscava-se diminuir a necessidade de importações e aumentar as exportações, com incentivos a produção de bens de capital e de insumos básicos, como aço, alumínio, zinco, ferro e celulose.
		Os investimentos tiveram grande participação das estatais que se financiavam com empréstimos externos.
		A elevação de preços de tarifas públicas abaixo da taxa de inflação foi um dos mecanismos de tentativa de controle da crescente inflação.
		O BNDE, que passou a ter acesso aos recursos do PIS/PASEP, tornou-se a principal fonte de financiamento dos investimentos privados.
		O Plano teve sucesso em alterar a estrutura da produção industrial brasileira e em manter taxas de crescimento do PIB elevadas, cerca de 7% ao ano. Também reduziu o coeficiente de importação da economia, tornando-a ainda mais fechada.
		
		Mas provocou forte elevação do endividamento externo, piora das contas públicas e aumento das taxas de inflação, o que, junto com o segundo choque do petróleo e a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos levaram a grave crise da década de 80.

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