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Hart - Resumo

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Hart
Crítica à concepção de direito como ordens do soberano respaldadas por ameaças de coerção baseada em propriedades do direito no Estado contemporâneo
Regras primárias: 
	→ Dizem respeito a ações.
	→ Determinam aquilo que os indivíduos devem fazer ou não
	→ Estabelecem sanções para quem as descumpre.
Regras Secundárias:
→ Dizem respeito a regras, tanto as gerais quanto as criadas entre as partes de uma relação jurídica.
→ Estabelecem as condições para a criação, modificação, revogação e aplicação de regras.
→ Conferem poderes (direito público e direito privado).
Onde há direito, a conduta humana é em algum sentido não-opcional ou obrigatória.
Ser obrigado ≠ ter uma obrigação
→ Para que alguém seja obrigado a fazer alguma coisa [espécie de ação mista, segundo Aristóteles], é necessário que haja uma ameaça de um mal grave e provável. Por exemplo, em um assalto, o indivíduo pode ser obrigado a entregar seus bens para não ser ferido ou morto. 
→ Para que alguém tenha uma obrigação, não é necessário, nem suficiente que venha a ser obrigado a realizar o ato obrigatório [lembrar Kelsen: ser X dever ser].
John Austin –dever (obrigação) como previsão de que um mal possa ser infligido como alternativa a concepções metafísicas.
Críticas: 
→ O descumprimento de uma regra não corresponde apenas ao fundamento de uma previsão de uma certa reação das autoridades, mas são também “a razão ou justificação para essa reação e para a aplicação das sanções.” 
→ A impossibilidade de aplicar-se a sanção não extingue a obrigação, embora as duas coisas geralmente coincidam.
Os deveres jurídicos provêm de regras sociais:
→ Contexto implícito para a atribuição de deveres 
→ Explicitação por meio de silogismos jurídicos.
Uma regra social implica em uma conduta regular e um certo tipo de atitude em relação a conduta (dever ser / normatividade).
O dever ser nem sempre implica obrigação.
 
Obrigação: Necessidade de uma pressão social insistente para a conformidade (quando por meio da coerção, tende-se a classificar a obrigação como jurídica).
Ponto de vista interno
• Aceitação e utilização das regras.
• Orientação da própria conduta.
• Avaliação da conduta dos demais.
Ponto de vista externo
• Observador que não aceita/usa as regras.
• MODERADO: interpt. da conduta dos outros pelas regras 
-> razões para a ação 
• EXTREMO: registro de regularidades de comportamento
 -> fundamento para previsões
 Possibilidade de sociedades em que há apenas regras primárias.
- Conteúdo mínimo.
- Apoio da maioria da população (coerção difusa).
- Necessidade de laços comunitários.
- Caráter assistemático
Problemas nesse tipo de sociedade:
- incerteza quanto às regras válidas e a sua correta aplicação;
- caráter estático;
- ineficiência.
Passagem do mundo pré-jurídico ao jurídico com a introdução de regras secundárias.
Problema da Incerteza – introdução de regras de reconhecimento: identificação das regras que compõem o ordenamento através de propriedades discriminatórias (possibilidade de múltiplas fontes do direito); formação de um sistema.
Problema do Caráter Estático –introdução de regras de mudança.
Problema da Ineficiência - introdução de regras de adjudicação, as quais constituem a autoridade com poder para decidir sobre a aplicação das regras e os respectivos procedimentos; centralização da aplicação de sanções.

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