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Trabalho Economia do Setor Público

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Ciências Econômicas
Economia do Setor Público
ESTRUTURA E DESEMPENHO DAS FINANÇAS PÚBLICAS DO BRASIL
ANÁLISE DE 2002 A 2014
Porto Alegre
Nov/2015
sumário
1.	Introdução	5
1.1.	Objetivos	5
1.2.	Definição do Tema	5
2.	Histórico	5
3.	Dados socioeconômicos	6
4.	Estrutura e desempenho da receita	8
4.1.	Estrutura da receita tributária	8
4.2.	Impostos	11
5.	Estrutura e desempenho da despesa	15
5.1.	Despesa por Natureza	15
5.2.	Despesa por Função	18
6.	Resultados	21
6.1.	Nominal	21
6.2.	Operacional	21
6.3.	Primário	22
7.	Dívida	22
8.	Dívida ativa	25
9.	Relações Significativas	27
10.	Conclusão	30
11.	Anexos	31
12.	Bibliografia	32
Gráficos
Gráfico 1	6
Gráfico 2	7
Gráfico 3	7
Gráfico 4	8
Gráfico 5	9
Gráfico 6	10
Gráfico 7	11
Gráfico 8	12
Gráfico 9	13
Gráfico 10	13
Gráfico 11	16
Gráfico 12	17
Gráfico 13	18
Gráfico 14	19
Gráfico 15	19
Gráfico 16	23
Gráfico 17	26
Gráfico 18	27
Gráfico 19	28
Gráfico 20	28
Gráfico 21	29
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Estrutura da Receita	8
Tabela 2 – Estrutura Tributária	10
Tabela 3 - Carga Tributária e Fiscal	14
Tabela 4– Receita Total per Capita	14
Tabela 5– Despesa por Natureza	15
Tabela 6– Resultado Nominal	21
Tabela 7– Resultado Primário	22
Tabela 8– Poupança corrente e investimento	23
Tabela 9- Grau de eficiência na cobrança da dívida ativa - %	24
Tabela 10– Evolução do PIB brasileiro	25
Tabela 11 – Principais detentores da dívida interna brasileira	27
Introdução
Para iniciarmos a exposição da nossa análise das contas públicas da União, precisamos prioritariamente definir qual o conceito de Setor Público que vamos adotar. No presente trabalho, analisaremos o conceito da natureza institucional dos órgãos, ou seja, consideraremos Setor Público todas as “... instituições como ministérios, autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações entre outras.” (LAGEMANN, 1996). Segundo essa abordagem, no campo empresarial, define-se como setor público as empresas que pertençam majoritariamente ao Tesouro.
Objetivos
Buscamos com este trabalho, entender na prática o funcionamento do Setor Público no que diz respeito às finanças do nosso país. Assim sendo, através do trabalho proposto pela cadeira de Economia do Setor Público buscamos dados de diversas fontes para que com isso possamos interpretar a situação econômica da União e assim consigamos tirar nossas próprias conclusões sobre esta ou aquela política que venha a ser praticada pelo governo brasileiro.
Definição do Tema
A escolha do tema Finanças Públicas do Brasil nos causou interesse por estarmos em um ano em que muitas críticas são direcionadas à União. Além disso, há críticas quanto à estruturas como a da previdência e esperamos aqui no trabalho verificar quais críticas são ou não condizentes. Outra questão que nos inspirou a opção pela União, é de ter real magnitude e conhecimento dos valores manuseados pelo governo central da nossa Federação.
Histórico
A História do Brasil é dividida em três períodos principais: Período Colonial, Período Imperial e Período Republicano. Contudo, atentaremos ao período posterior ao 15 de novembro de 1889, quando ocorre a proclamação da república pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca e tem início a República Velha, terminada em 1930 com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. A partir daí, a história do Brasil destaca a industrialização do Brasil e a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Estados Unidos; o movimento militar de 1964, onde o general Castelo Branco assumiu a presidência. O Regime Militar, a pretexto de combater a subversão e a corrupção, suprimiu direitos constitucionais, perseguiu e censurou os meios de comunicação, extinguiu os partidos políticos e criou o bipartidarismo. Após o fim do regime militar, os deputados federais e senadores se reuniram , em 1988, em assembleia nacional constituinte e promulgaram a nova Constituição, que amplia os direitos individuais. O país se redemocratiza, avança economicamente e cada vez mais se insere no cenário internacional.
Dados socioeconômicos
Os dados apresentados serão com base no ultimo censo demográfico. Isso porque, o Censo Demográfico é uma pesquisa realizada pelo IBGE a cada dez anos. Através dele, reunimos informações sobre toda a população brasileira.
Nosso primeiro Censo aconteceu em 1872 e recebeu o nome de Recenseamento da População do Império do Brasil. O mais recente foi o Censo 2010, cujos primeiros resultados você conhece aqui. Antes dele, o IBGE realizou o Censo 2000.
No Censo, os pesquisadores do IBGE visitam todos os domicílios do país para aplicar um questionário. Depois de percorrer todos os cantos do Brasil, indo de casa em casa, os pesquisadores organizam e analisam as informações coletadas nos questionários. Em seguida, divulgam os resultados em uma série de publicações sobre os temas estudados.
Os resultados do Censo Demográfico são importantes para a sociedade ter informações atualizadas sobre a população e para o governo planejar suas ações de forma mais adequada.
Abaixo alguns dos indicadores apurados em 2010:
Gráfico 1
Gráfico 2
Gráfico 3
Gráfico 4
Estrutura e desempenho da receita
Estrutura da receita tributária
A receita total se divide em receita corrente e receita de capital e o refinanciamento da divida, conforme a tabela abaixo atualmente a receita corrente corresponde a 57% da receita total enquanto a receita de capital corresponde a 18%.
 Ao longo dos anos a receita corrente, que se constitui principalmente de receita tributaria e receita de contribuições, vem ganhando maior importância em relação ao total das receitas, logo proporcionalmente as receitas de capital tem perdido espaço. Para melhor analise iremos abrir as receitas tributarias e de contribuições e ver o comportamento de seus principais componentes.
Em bilhões de R$
Tabela 1 – Estrutura da Receita
	Receitas/anos
	1. Receita corrente
	1.1.Receita tributária
	1.2.Receita de contribuições
	1.7.Transferências
	2. Receita de capital
	2.1. Operações de crédito
	Receita total
	2002
	R$
	343,07
	107,90
	193,57
	0,19
	138,44
	45,17
	721,92
	
	%
	48%
	15%
	27%
	0,03%
	19%
	6%
	100%
	2003
	R$
	384,45
	115,19
	226,06
	0,24
	143,81
	80,61
	918,53
	
	%
	42%
	13%
	25%
	0,03%
	16%
	9%
	100%
	2004
	R$
	450,59
	128,67
	274,04
	0,28
	102,24
	59,33
	931,53
	
	%
	48%
	14%
	29%
	0,03%
	11%
	6%
	100%
	2005
	R$
	527,32
	155,06
	309,86
	0,14
	126,66
	80,06
	1.161,17
	
	%
	45%
	13%
	27%
	0,01%
	11%
	7%
	100%
	2006
	R$
	584,07
	169,50
	320,74
	0,19
	198,23
	142,66
	1.181,81
	
	%
	49%
	14%
	27%
	0,02%
	17%
	12%
	100%
	2007
	R$
	658,88
	199,60
	364,73
	0,21
	205,94
	156,52
	1.243,54
	
	%
	53%
	16%
	29%
	0,02%
	17%
	13%
	100%
	2008
	R$
	754,74
	253,62
	381,89
	0,20
	217,30
	165,78
	1.215,78
	
	%
	62%
	21%
	31%
	0,02%
	18%
	14%
	100%
	2009
	R$
	775,41
	240,60
	400,47
	0,14
	382,27
	139,91
	1.515,51
	
	%
	51%
	16%
	26%
	0,01%
	25%
	9%
	100%
	2010
	R$
	890,14
	281,81
	475,43
	0,27
	208,37
	130,49
	1.470,04
	
	%
	61%
	19%
	32%
	0,02%
	14%
	9%
	100%
	2011
	R$
	1.029,61
	338,65
	545,49
	0,45
	184,04
	94,20
	1.685,99
	
	%
	61%
	20%
	32%
	0,03%
	11%
	6%
	100%
	2012
	R$
	1.134,72
	347,75
	590,43
	0,84
	419,91
	174,70
	1.931,37
	
	%
	59%
	18%
	31%
	0,04%
	22%
	9%
	100%
	2013
	R$
	1.219,65
	376,04
	642,69
	0,73
	219,68
	90,45
	1.857,87
	
	%
	66%
	20%
	35%
	0,04%
	12%
	5%
	100%
	2014
	R$
	1.243,28
	400,55
	670,99
	0,77
	392,91
	272,90
	2.191,19
	
	%
	57%
	18%
	31%
	0,04%
	18%
	12%
	100%
Receita Corrente Liquida
A receita corrente líquida se diferencia da receita corrente devido, principalmente, a algumas deduções constitucionais a estados e municípios. Conforme o gráfico abaixo a receita corrente liquida do governo federal diminui um pouco sua participação no período em relação à receita corrente. 
Gráfico 5
	
Receita Tributária
	A receita tributaria pode ser divida em impostos e taxas, e como podemos observar no gráfico abaixo, ela se constitui majoritariamente por impostos. Segundo a literatura as taxas se diferenciam dos impostos por serem um pagamento direto por um serviço público ofertado, enquanto os impostos o contribuinte não recebe necessariamente uma contrapartida, e é cobrado conforme a capacidade de pagamento. 
Gráfico 6
	
	Conforme a tabela abaixo, podemos notar um aumento de 644,75% na arrecadação com IOF, além disso; IPI aumentou 164,74%, pessoas jurídicas líquidas de incentivos 372,56% e retidos nas fontes – trabalho 195,42%.
Tabela 2 – Estrutura Tributária
	Anos
	IPI
	PJ – Liquida de Incentivos
	Retidos na Fonte - Trabalho
	IOF
	TAXAS
	RECEITA TRIBUTÁRIA
	2002
	18,47
	17,12%
	22,04
	20,43%
	25,12
	23,29%
	3,99
	3,70%
	1,74
	1,61%
	108 
	100,00%
	2003
	17,92
	15,56%
	30,95
	26,87%
	19,57
	16,99%
	4,42
	3,84%
	2,07
	1,80%
	115 
	100,00%
	2004
	21,06
	16,37%
	35,14
	27,31%
	23,68
	18,41%
	5,23
	4,07%
	2,54
	1,97%
	129 
	100,00%
	2005
	24,06
	15,52%
	46,58
	30,04%
	28,74
	18,53%
	5,97
	3,85%
	3,25
	2,09%
	155 
	100,00%
	2006
	26,78
	15,80%
	51,52
	30,39%
	29,98
	17,69%
	6,74
	3,97%
	3,66
	2,16%
	170 
	100,00%
	2007
	31,24
	15,65%
	65,24
	32,68%
	32,24
	16,15%
	7,82
	3,92%
	4,05
	2,03%
	200 
	100,00%
	2008
	36,70
	14,47%
	78,13
	30,80%
	41,56
	16,39%
	20,17
	7,95%
	4,96
	1,96%
	254 
	100,00%
	2009
	27,60
	11,47%
	76,99
	32,00%
	42,48
	17,65%
	19,19
	7,98%
	4,99
	2,07%
	241 
	100,00%
	2010
	37,04
	13,14%
	81,20
	28,81%
	49,47
	17,55%
	26,53
	9,41%
	5,92
	2,10%
	282 
	100,00%
	2011
	41,14
	12,15%
	94,16
	27,80%
	58,82
	17,37%
	31,87
	9,41%
	7,15
	2,11%
	339 
	100,00%
	2012
	42,19
	12,13%
	86,56
	24,89%
	64,51
	18,55%
	31,00
	8,91%
	6,85
	1,97%
	348 
	100,00%
	2013
	42,71
	11,36%
	101,90
	27,10%
	67,48
	17,94%
	29,41
	7,82%
	6,85
	1,82%
	376 
	100,00%
	2014
	48,91
	12,21%
	104,15
	26,00%
	74,22
	18,53%
	29,74
	7,42%
	6,84
	1,71%
	401 
	100,00%
	De acordo com o gráfico abaixo a arrecadação de impostos e taxas tiveram grande aumento durante o período analisado. Apesar do crescimento assustador visto no gráfico a receita real advinda de impostos e taxas não cresceu tanto devido ao efeito da inflação. O crescimento nominal de impostos foi de 270,87%, já o das taxas foi de 293,46%, contudo o crescimento nominal do PIB foi de 270,26%. Até 2011 a receita de impostos crescia relativamente mais do que o PIB, depois observamos uma estagnação nesse crescimento, principalmente devido a incentivos em formas de desonerações concedidos pelo governo no período. 
ImpostosEm bilhões de R$
Gráfico 7
	Como os impostos são a maior da receita tributaria vale a pena esmiuçá-los. De acordo com o gráfico abaixo vemos que os principais tributos não mudaram muito sua posição relativa com o passar do tempo, a principal mudança foi o aumento da participação advindo de pessoas jurídicas.
	A partir da crise de 2008 um interessante movimento ocorre, a participação do IPI cai de 15,65% em 2007 para 12,21% em 2014, decorrente de políticas de incentivo fiscal adotadas pelo governo, já a participação do IOF aumenta de 3,92% em 2007 para 7,42% em 2014, devido a um grande aumento na alíquota ocorrido para tentar compensar a queda de receitas com o fim da CPMF. 
Gráfico 8
Receita de capital
As receitas de capital (18% da receita total) são provenientes de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas, destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital. A maior parte dela é constituída de operações de credito, por exemplo, em 2014 a participação foi de 69%, logo a variação observada nas receitas de capital dependem essencialmente dessas operações. As operações de crédito são os ingressos provenientes da contratação de empréstimos e financiamentos.
	Conforme o gráfico abaixo as receitas de capital variaram 184% no período analisado, enquanto a receita de operações de crédito variou 504% e aumentou sua importância no desempenho total.
Gráfico 9Em bilhões de R$
Gráfico 10
No gráfico acima observamos o crescimento nominal das contribuições no período analisado, se destaca o grande aumento na arrecadação com o simples chegando a uma variação de 949,08%, contrib. Prev. Dos órgãos do poder publico com variação de 828,50%, contrib. Prev. – ret.s/nota fiscal- subrogação com variação de 481,16% e o restante variou em torno dos 300 % .
Carga tributaria e fiscal
	Com a tabela abaixo podemos observar que carga tributaria se mantém mais ou menos constante variando durante todo o período em torno de 7% do PIB, enquanto a carga fiscal também se mantém mais ou menos constante variando em torno de 20%. Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Política Tributaria) a carga fiscal aumentou 3,04% no período, contudo esse aumento não advém de tributos que são grandes fontes de receitas federais. 
Em bilhões de R$
Tabela 3 - Carga Tributária e Fiscal
		Anos
	Receita tributária
	Receita fiscal
	PIB
	Carga tributária
	Carga fiscal
	2002
	 107,90 
	301,46 
	 1.491,18 
	7,24%
	20,22%
	2003
	 115,19 
	341,25 
	1.720,07 
	6,70%
	19,84%
	2004
	128,67 
	402,72 
	1.958,71 
	6,57%
	20,56%
	2005
	 155,06 
	464,92 
	2.171,74 
	7,14%
	21,41%
	2006
	169,50 
	490,24 
	 2.409,80 
	7,03%
	20,34%
	2007
	 199,60 
	564,33 
	 2.718,03 
	7,34%
	20,76%
	2008
	253,62 
	635,51 
	3.107,53 
	8,16%
	20,45%
	2009
	 240,60 
	641,07 
	3.328,17 
	7,23%
	19,26%
	2010
	281,81 
	757,25 
	3.886,84 
	7,25%
	19,48%
	2011
	338,65 
	884,14 
	4.374,77 
	7,74%
	20,21%
	2012
	 347,75 
	938,18 
	4.713,10 
	7,38%
	19,91%
	2013
	376,04 
	 1.018,73 
	5.157,57 
	7,29%
	19,75%
	2014
	 400,55 
	1.071,54 
	5.521,26 
	7,25%
	19,41%
Receita total per capita
	Na tabela abaixo é possível notar que a população aumentou 13,5%, já a receita total paga por cada habitante aumentou 168,24% no período analisado, contudo esse aumento decorre principalmente devido ao crescimento da renda.
Tabela 4– Receita Total per Capita
	Anos
	Receita total
	Habitantes
	Receita total per capita/ano
	Receita total per capita /mês
	2002
	721.922.609.677,47 
	176.303.919,00 
	4.094,76 
	341,23 
	2003
	918.530.285.054,90 
	178.741.412,00 
	5.138,88 
	428,24 
	2004
	931.525.697.348,76 
	181.105.601,00 
	5.143,55 
	428,63 
	2005
	1.161.168.757.662,18 
	183.383.216,00 
	6.331,92 
	527,66 
	2006
	1.181.809.271.965,60 
	185.564.212,00 
	6.368,73 
	530,73 
	2007
	1.243.544.911.513,23 
	187.641.714,00 
	6.627,23 
	552,27 
	2008
	1.215.777.790.188,52 
	189.612.814,00 
	6.411,90 
	534,32 
	2009
	1.515.505.211.948,43 
	191.480.630,00 
	7.914,67 
	659,56 
	2010
	1.470.039.921.239,06 
	193.252.604,00 
	7.606,83 
	633,90 
	2011
	1.685.994.977.183,98 
	194.932.685,00 
	8.649,11 
	720,76 
	2012
	1.931.367.216.587,03 
	196.526.293,00 
	9.827,53 
	818,96 
	2013
	1.857.870.684.763,26 
	198.043.320,00 
	9.381,13 
	781,76 
	2014
	 2.191.194.189.127,24 
	199.492.433,00 
	10.983,85 
	915,32 
Estrutura e desempenho da despesa
Para analisar a estrutura e o desempenho da despesa vamos utilizar duas formas de classificação, Despesa por Natureza e Despesa por Função. Isso porque ao analisarmos as duas formas conjuntamente, podemos tirar conclusões
mais efetivas. Lembramos ainda, que os dados aqui apresentados são valores de despesas liquidadas.
 	Veremos a seguir que o gasto com Outras Despesas Correntes vem crescendo entre 2002 e 2014, mas não saberíamos dizer o que causa isso. Poderia ser, por exemplo, uma maior transferência federal aos municípios, decorrente do SUS, mas para chegar a essa conclusão, precisamos verificar se os gastos com saúde estão crescendo, do contrário nossa hipótese pode não ser válida. É importante salientar, no entanto, que essa abordagem complementar não pode ser relacionada diretamente com a abordagem anterior. Isso ocorre porque, seguindo o exemplo, o gasto maior com saúde pode representar sim um aumento das transferências federais aos municípios, mas também um aumento de gasto com pagamento de profissionais da saúde, que então não entraria na rubrica “Outras Despesas Correntes” e sim na rubrica “Pessoal e Encargos”.
Despesa por NaturezaEm bilhões de R$
Tabela 5– Despesa por Natureza
	GRUPO DE DESPESA
	DESPESAS CORRENTES
	Pessoal e Encargos Sociais
	Juros e Encargos da Dívida
	Outras Despesas Correntes
	DESPESAS DE CAPITAL
	Investimentos
	Inversões Financeiras
	Amortização da Dívida
	TOTAL
	2002
	R$
	339,07
	75,03
	55,26
	208,78
	100,02
	10,13
	20,94
	68,96
	439,10
	
	%
	77%
	17%
	13%
	48%
	23%
	2%
	5%
	16%
	100%
	2003
	R$
	383,92
	78,97
	65,71
	239,24
	109,44
	6,45
	23,44
	79,55
	493,36
	
	%
	78%
	16%
	13%
	48%
	22%
	1%
	5%
	16%
	100%
	2004
	R$
	439,71
	89,43
	74,37
	275,91
	104,05
	10,87
	21,58
	71,60
	543,76
	
	%
	81%
	16%
	14%
	51%
	19%
	2%
	4%
	13%
	100%
	2005
	R$
	518,53
	94,07
	89,84
	334,62
	88,40
	17,32
	21,83
	49,25
	606,93
	
	%
	85%
	15%
	15%
	55%
	15%
	3%
	4%
	8%
	100%
	2006
	R$
	630,65
	107,05
	151,15
	372,44
	167,19
	19,60
	26,66
	120,93
	797,84
	
	%
	79%
	13%
	19%
	47%
	21%
	2%
	3%
	15%
	100%
	2007
	R$
	657,27
	116,67
	140,08
	400,52
	133,44
	10,00
	26,58
	96,86
	790,71
	
	%
	83%
	15%
	18%
	51%
	17%
	1%
	3%
	12%
	100%
	2008
	R$
	699,71
	133,13
	110,17
	456,41
	217,91
	9,77
	37,15
	170,98
	917,62
	
	%
	76%
	15%
	12%
	50%
	24%
	1%
	4%
	19%
	100%
	2009
	R$
	776,16
	153,81
	124,18
	498,17
	293,13
	14,98
	26,06
	252,09
	1.069,29
	
	%
	73%
	14%
	12%
	47%
	27%
	1%
	2%
	24%
	100%
	2010
	R$
	851,40
	168,86
	122,02
	560,52
	192,73
	23,76
	29,07
	139,90
	1.044,12
	
	%
	82%
	16%
	12%
	54%
	18%
	2%
	3%
	13%
	100%
	2011
	R$
	948,74
	181,83
	131,04
	635,87
	146,29
	17,07
	31,59
	97,63
	1.095,02
	
	%
	87%
	17%
	12%
	58%
	13%
	2%
	3%
	9%
	100%
	2012
	R$
	1.032,07
	188,77
	134,08
	709,22
	381,27
	22,08
	39,23
	319,95
	1.413,34
	
	%
	73%
	13%
	9%
	50%
	27%
	2%
	3%
	23%
	100%
	2013
	R$
	1.133,18
	204,50
	141,69
	786,99
	188,77
	19,52
	51,54
	117,71
	1.321,95
	
	%
	86%
	15%
	11%
	60%
	14%
	1%
	4%
	9%
	100%
	2014
	R$
	1.271,87
	220,20
	170,35
	881,31
	271,08
	21,57
	58,76
	190,75
	1.542,94
	
	%
	82%
	14%
	11%
	57%
	18%
	1%
	4%
	12%
	100%
A estrutura da despesa quando classificada por sua natureza, a partir de 2002 passa a ser dividido em duas grandes partes: despesas correntes e despesas de capital. A divisão ocorre dessa maneira pois nas despesas correntes considera-se que estão os gastos que o planejador tem de controlar, enquanto nas despesas de capital ficam os gastos onde o ente público realiza um planejamento e tem certa liberdade de ajuste de acordo com a conjuntura econômica e social.
Acima colocamos a Tabela X como forma de analisar os valores da Despesa da União por natureza entre 2002 e 2014. Além disso, colocamos o Gráfico 12 para observarmos ao longo do período analisado o comportamento da despesa através dessa ótica.
Gráfico 11
Vemos através do gráfico acima, que há um comportamento semelhante ao longo dos anos: as despesas correntes são as responsáveis por mais de 70% da despesa. Dentro das despesas correntes temos a seguinte classificação: Pessoal e Encargos Gerais, Juros e Encargos da Dívida e Outras Despesas Correntes. Podemos assim, ver qual o comportamento de gastos dentro das Despesas Correntes. A título de conhecimento veremos as Despesas de Capital, divididas em Investimento, Inversões Financeiras e Amortização da Dívida. Como a representatividade das Despesas de Capital em relação às Despesas Correntes é bastante reduzida, não entraremos muito a fundo neste trabalho sobre seu comportamento.
Gráfico 12Em bilhões de R$
As Despesas Correntes, como vemos no Gráfico 13, têm crescido ao longo do período e vamos, portanto, analisar individualmente cada um de seus componentes para buscar uma explicação para esse fato. Enquanto o item “Pessoal e Encargos” oscila ao longo do tempo, o item “Juros e Encargos da Dívida” cresce mas tem pequena influência sobre o valor total das despesas. Vemos que o componente de maior representatividade entre as Despesas Correntes é o “Outras Despesas Correntes” e que este vem crescendo com o passar do tempo. Ainda que vejamos que esta é a causa de as Despesas Correntes terem crescido entre 2002 e 2014, não temos como ver, através dos dados disponíveis, qual “outra despesa corrente” é responsável por isso utilizando apenas a abordagem de classificar as despesas conforme sua Natureza. 
Gráfico 13Em bilhões de R$
Verificamos com o Gráfico 14 que as Despesas de Capital apresentam um comportamento oscilatório entre 2002 e 2014, bem como suas componentes “Investimentos” e “Amortização da Dívida”. Por outro lado, as “Inversões Financeiras” apresentam crescimento ao longo do tempo, mas como vimos acima, não é um crescimento significativo e não tem, portanto grande impacto sobre as despesas da União como um todo. 
Despesa por Função
Na classificação da despesa quanto à sua função, preferimos dar mais espaço aos gráficos e, portanto, colocamos a tabela completa em Anexo para apreciação dos valores. Para ilustrar então a distribuição da despesa segundo esta classificação, vamos utilizar um gráfico de pizza, com dados referentes a 2014 e que mostra mais claramente a participação de cada função na despesa total. 
Gráfico 14
Vemos com o gráfico acima que as maiores despesas da União são com os chamados Encargos Especiais e com a Previdência Social (somados, os valores representam 72% das despesas da União). Destacamos ainda, em negrito na legenda do Gráfico 15 as seis maiores despesas, que veremos mais detalhadamente a seguir. 
Gráfico 15Em bilhões de R$
Verificamos claramente que os maiores gastos da União ao longo do período de 2002 a 2014 são com “Encargos Especiais” (onde se exclui o gasto com refinanciamento da Dívida Pública) e com Previdência Social, como já esperado uma vez que foi o comportamento visto para 2014.
Para entender o que isso significa, precisamos em um primeiro momento definir Encargos Especiais. Segundo o Glossário disponível no Portal da Transparência da União:
Conforme o Manual Técnico de Orçamento - MTO, a função Encargos Especiais engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.
Já segundo o Tribunal de Contas da União, “Em Encargos Especiais são classificadas, principalmente, ações que envolvem o financiamento estatal por meio da dívida pública, as transferências para governos estaduais e municipais e outros encargos financeiros atribuídos à União.”.
Sendo assim, vemos que os maiores gastos da União decorrem de financiamento estatal por meio da dívida pública e transferências a estados e municípios. Vemos também, que apesar de ter um comportamento oscilatório, estes gastos cresceram ao longo do tempo. Resta saber se, prioritariamente, em decorrência de aumento do gasto com endividamento
ou de uma maior transferência a estados e municípios.
O segundo maior gasto observado é com a Previdência Social. Tal gasto demonstra um crescimento permanente ao longo do período. Além disso, o gasto com Previdência Social representa, em 2014, aproximadamente 32% dos gastos totais do Governo Federal.
O principal gasto da União é com Encargos Gerais e isto não nos casa estranheza, uma vez que esperamos que devido às transferências para os entes federativos este valor seja alto (quase 40% em 2014) já que os estados são prioritariamente responsáveis por gastos essenciais como segurança pública e educação de nível médio, enquanto os municípios preocupam-se prioritariamente com educação básica. 
Por outro lado, nos causa assombro e certa preocupação a questão de a Previdência Social ter tamanha representatividade no gasto federal. Não é à toa que há fortes discussões sobre o tema e defensores de uma reforma no sistema previdenciário brasileiro.
Ao analisarmos conjuntamente as duas visões da Despesa (por Natureza e por Funções) verificamos que, como dito anteriormente, o crescimento do item “Outras Despesas Correntes” pode sim estar associado ao crescimento das transferências, uma vez que os gastos com “Encargos Gerais” também tem crescido. Podemos também, relacionar o significativo crescimento aos repasses do FUNDEB, implementados a partir de 2007 e que se inserem neste grupo e não em Educação. 
Resultados
As contas públicas são a contabilidade dos gastos e das receitas internos do país. Nessas contas estão inclusos a arrecadação de impostos e outras fontes de captação de recursos do governo, além de qualquer tipo de gasto interno de todas as esferas do poder público. No caso de o governo ter gasto mais do que arrecadado, tem-se uma situação deficitária. Se, ao contrário, for arrecadado mais do que foi gasto, a situação é superavitária. Essa contabilidade pode ser dividida em três níveis, Nominal, Operacional e Primário. 
Com esses resultados das contas do Governo será capaz de dizes se foi gasto mais ou menos do que a sua receita permitia.
Nominal
O resultado nominal é o balanço entre as receitas totais e as despesas totais, e corresponde à necessidade de financiamento do setor público. Pelo método abaixo da linha, o resultado nominal equivale à variação total da dívida fiscal líquida no período. E está incluso o efeito da inflação e do pagamento de juros sobre o fluxo de receitas e despesas do governo:
Em milhões de R$
Tabela 6– Resultado Nominal
	Data
	Resultado Nominal
	2002
	10.029
	2003
	62.153
	2004
	27.033
	2005
	73.284
	2006
	74.475
	2007
	59.607
	2008
	24.891
	2009
	107.363
	2010
	45.785
	2011
	87.518
	2012
	61.182
	2013
	110.555
	2014
	271.542
Operacional
Corresponde ao resultado primário das contas públicas adicionado o pagamento de juros e excluindo-se o efeito da inflação;
Primário
Corresponde ao resultado real das contas públicas, ou seja, excluindo-se a despesa com juros, que o Governo tem que pagar sobre as suas dívidas, e a inflação:
 Em milhões de R$
Tabela 7– Resultado Primário
	Data
	Resultado Primário
	2002
	-31.919
	2003
	-38.744
	2004
	-52.385
	2005
	-55.741
	2006
	-51.352
	2007
	-59.439
	2008
	-71.308
	2009
	-42.443
	2010
	-78.723
	2011
	-93.035
	2012
	-86.086
	2013
	-75.291
	2014
	20.472
Conforme resultados acima, até 2013 os resultados primários foram sempre superavitários. Em 2014 obtivemos resultado negativo, com déficit primário, isso quer dizer que, os gastos não financeiros superam as receitas não financeiras, sem considerar o pagamento dos juros, que quando considerados elevará o resultado operacional e nominal, conforme evidenciamos anteriormente. 
Dívida
A poupança corrente revela como esta o saldo da relação entre Receitas Correntes e Despesas Correntes. É de suma importância, uma vez que quando negativa, indica que a União não terá recursos próprios para realizar seus investimentos. Como podemos evidenciar a poupança corrente brasileira sofre oscilações, com destaque para o ano de 2012 onde tivemos um ótimo resultado de aproximadamente R$ 100 Bilhões, seguido de queda em 2013 e poupança negativa em 2014 em aproximadamente R$ 30 bilhões. 
Em bilhões de R$
Tabela 8– Poupança corrente e investimento
	Itens/anos
	RC – DC = Poupança corrente
	Investimento
	Relação poupança corrente/investimento (%)
	2002
	4,00
	10,13
	40%
	2003
	0,53
	6,45
	8%
	2004
	10,88
	10,87
	100%
	2005
	8,79
	17,32
	51%
	2006
	-46,58
	19,60
	-238%
	2007
	1,62
	10,00
	16%
	2008
	55,02
	9,77
	563%
	2009
	-0,75
	14,98
	-5%
	2010
	38,74
	23,76
	163%
	2011
	80,88
	17,07
	474%
	2012
	102,64
	22,08
	465%
	2013
	86,46
	19,52
	443%
	2014
	-28,59
	21,57
	-133%
Em milhões de R$
Gráfico 16
Grau de eficiência na cobrança da divida ativa
Pelos dados observados na tabela abaixo o governo federal não é eficiente na cobrança da divida ativa, em quase todo o período o governo obtém por volta de 0,5% do total da divida ativa, com exceção do ultimo ano observado onde chegou a 1,13%, possivelmente o governo alcançou esse percentual devido a reabertura no prazo para as empresas se cadastrarem no refis. 
Apesar de no momento a receita da divida ativa não ser uma grande fonte de arrecadação, representando em torno de 1% da receita total há possibilidade de que seja mais representativo, tendo em vista o saldo total da divida ativa. 
 Em bilhões de R$
Tabela 9- Grau de eficiência na cobrança da dívida ativa - %
	Itens/anos
	Receita DA
	Saldo DA
	Percentual
	2002
	1,81 
	254,97 
	0,7113%
	2003
	0,84 
	337,71 
	0,2500%
	2004
	0,94 
	375,79 
	0,2499%
	2005
	1,70 
	314,66 
	0,5403%
	2006
	2,01 
	405,68 
	0,4946%
	2007
	3,56 
	568,76 
	0,6268%
	2008
	4,04 
	743,72 
	0,5433%
	2009
	4,38 
	839,24 
	0,5213%
	2010
	2,86 
	1.025,02 
	0,2794%
	2011
	4,59 
	1.116,59 
	0,4107%
	2012
	14,65 
	1.291,29 
	1,1343%
O que é a Dívida Pública Federal?
A Dívida Pública Federal pode ser classificada de distintas formas, sendo as principais: Quanto à forma utilizada para o endividamento e quanto à moeda na qual ocorrem os fluxos de recebimento e pagamento da dívida.
 	Em relação à forma, o endividamento por ocorrer por meio da emissão de títulos públicos ou pela assinatura de contratos. Quando os recursos são captados por meio da emissão de títulos públicos, a dívida daí decorrente é chamada de mobiliária. Quando a captação é feita via celebração de contratos, a dívida é classificada como contratual.
 	Em relação à moeda na qual ocorrem seus fluxos de recebimento e pagamento, a Dívida Pública Federal pode ser classificada como interna ou externa. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados na moeda corrente em circulação no país, no caso brasileiro o real, a dívida é chamada de interna. Por sua vez, quando tais fluxos financeiros ocorrem em moeda estrangeira, usualmente o dólar norte-americano, a dívida é classificada como externa.
 	Atualmente, toda a Dívida Pública Federal em circulação no mercado nacional é paga em real e captada por meio da emissão de títulos públicos, sendo por essa razão definida como Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi).
 	Já a Dívida Pública Federal existente no mercado internacional é paga em outras moedas que não o real e tem sido captada tanto por meio da emissão de títulos quanto por contratos, sendo por isso definida como Dívida Pública Federal externa (DPFe).
Objetivos e Diretrizes
O objetivo da gestão da Dívida Pública Federal é suprir de forma eficiente as necessidades de financiamento do governo federal, ao menor custo de financiamento no longo prazo, respeitando-se a manutenção de níveis prudentes de risco. Adicionalmente, busca-se contribuir para o bom funcionamento do mercado brasileiro de títulos públicos.
 	As diretrizes para a gestão
da Dívida Pública Federal são:
Substituição gradual dos títulos remunerados por taxas de juros flutuantes por títulos com rentabilidade prefixada ou vinculada a índices de preços;
 Suavização da estrutura de vencimentos, com especial atenção para a dívida que vence no curto prazo;
Aumento do prazo médio do estoque;
Desenvolvimento da estrutura a termo de taxas de juros nos mercados interno e externo;
Aumento da liquidez dos títulos públicos federais no mercado secundário;
Ampliação da base de investidores; e
Aperfeiçoamento do perfil da Dívida Pública Federal externa, por meio de emissões de títulos com prazos de referência do programa de resgate antecipado e de operações estruturadas.
Dívida ativa
A Dívida Ativa da União é o conjunto de débitos de pessoas jurídicas e físicas com órgãos públicos federais (Receita Federal, Ministério dos Transportes, Ministério do Trabalho, INSS, multas eleitorais, etc) não pagos espontaneamente, de natureza tributária ou não.
Assim, após o devido processo legal os órgãos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN conferem a estes débitos certeza, liquidez e exigibilidade, o que lhes permite ingressar judicialmente contra o contribuinte, em processo de Execução Fiscal. A Dívida Ativa da União é atualizada mensalmente pela Taxa SELIC.
Dívida Líquida:
A dívida líquida do setor público envolve a consolidação de obrigações e ativos financeiros de todo o setor público, não financeiro, o que compreende a administração direta, as autarquias e as fundações do governo federal, dos governos estaduais e municipais, além do BACEN e das estatais do setor produtivo. Evidentemente que nossa maior dívida é interna, ou seja, em moeda corrente. Para analisarmos a dívida liquida faremos comparação com o PIB, conforme os resultados abaixo: Em bilhões de R$
Tabela 10– Evolução do PIB brasileiro
	Data
	PIB 
	2002
	R$ 1.491,18
	2003
	R$ 1.720,07
	2004
	R$ 1.958,71
	2005
	R$ 2.171,74
	2006
	R$ 2.409,80
	2007
	R$ 2.718,03
	2008
	R$ 3.107,53
	2009
	R$ 3.328,17
	2010
	R$ 3.886,84
	2011
	R$ 4.374,77
	2012
	R$ 4.713,10
	2013
	R$ 5.157,57
	2014
	R$ 5.521,26
 
Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) refere-se ao total das obrigações do setor público não financeiro, deduzido dos seus ativos financeiros, junto aos agentes privados não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e privados. Os saldos dos componentes da dívida líquida são apurados por competência, ou seja, pela apropriação mensal ao estoque do período anterior dos encargos relativos a cada obrigação ou haver, deduzidos eventuais pagamentos/recebimentos. Conforme análise do período abaixo, a dívida liquida esta em constante crescimento, contudo em comparação ao PIB, sua representatividade evolui a taxas decrescentes, partindo de aproximadamente 60% em 2002, chegando a 34% em 2014. Ou seja, esse resultado representa uma queda de aproximadamente 66% do percentual da dívida/PIB. 
Gráfico 17
A Dívida Interna Líquida e Dívida Externa Líquida do Setor Público referem-se ao total das obrigações internas e externas respectivamente do setor público não financeiro, deduzido dos seus ativos financeiros, junto aos agentes privados não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e privados. Os saldos dos componentes da dívida interna e externa são apurados por competência, ou seja, pela apropriação mensal ao estoque do período anterior dos encargos relativos a cada obrigação ou haver, deduzidos eventuais pagamentos/recebimentos. Ao analisarmos o período 2002 e 2014, fica claro que a principal dívida brasileira é interna, mantendo uma média de 47% do PIB total. Em comparação a dívida externa, temos uma queda constante, saldando suas dívidas em 2006 e passou a ser credor externo em termos líquidos.
Gráfico 18
Conforme apontamos a dívida interna tem representatividade significativa no PIB nacional, entre as dívidas podemos destacar os principais detentores da dívida interna.
Tabela 11 – Principais detentores da dívida interna brasileira
	Período
	Instituições Financeiras
	Fundos de Investimento
	Previdência
	Não-residentes
	Governo
	Seguradoras
	Outros
	2007
	38%
	31%
	17%
	3%
	0%
	2%
	8%
	2008
	38%
	29%
	17%
	7%
	0%
	3%
	7%
	2009
	39%
	27%
	17%
	7%
	0%
	3%
	6%
	2010
	36%
	29%
	15%
	11%
	1%
	4%
	4%
	2011
	30%
	26%
	16%
	11%
	10%
	4%
	3%
	2012
	30%
	26%
	15%
	13%
	8%
	4%
	4%
	2013
	28%
	24%
	17%
	15%
	7%
	4%
	4%
	2014
	28%
	21%
	17%
	19%
	6%
	4%
	4%
Relações Significativas
Receitas de Contribuições 
	As contribuições são tributos com a finalidade de custear atividades específicas que não são intrínsecos ao Estado. Os principais destinos são: a intervenção no domínio econômico, o interesse das categorias econômicas ou profissionais e o custeio do sistema da seguridade social. Correspondem atualmente com 31% da receita total e como podemos observar nos gráficos abaixo as principais contribuições são: REC.DO PRINCIPAL DA CONTR. P FIN. SEG. SOCIAL (28,65%), CONTRIB. DE EMPRESAS S/SEGURADOS ASSALARIADOS (15,9%), CONTRIBUICOES DO SEGURADO – ASSALARIADO (9,05%), REC. DO PRINCIPAL DA CONTRIB S/LUCRO PJ (9,13%), REC.DO PRINCIPAL DAS CONTR. P/ O PIS/PASEP (7,58%), Contrib.Provis.Mov.Tr.Vlr.Cr.Dir.Nat.Fin (Extinto), simples (4,4%), CONTRIB. PREV. DOS ORGAOS DO PODER PUBLICO (4,18%) e CONTRIB.PREV.-RET. S/NOTA FISCAL- SUBROGACAO (3,48%). 
Gráfico 19
	No Gráfico acima não observamos grandes variações na maioria das contribuições, a exceção foi a CPMF que representava 9,95% do total das contribuições em 2007 e foi extinta no começo de 2008, como mencionamos anteriormente o governo tentou compensar essa perda de receitas com o aumento do IOF. 
Gráfico 20
	Nas contribuições observadas no gráfico acima o aumento na participação ocorre devido a mudanças na legislação do simples, redução do desemprego e aumento na formalização o que leva a um aumento das contribuições previdenciárias. No gráfico abaixo podemos observar esse comportamento da taxa de desocupação saindo de 12,6% para 5,4% em 2013 e o grau de informalidade pela definição I do IBGE caiu 20% no período.
Gráfico 21
Obs: número de 2010 na serie grau de informalidade foi estimado.
Transferências 	
	As transferências em âmbito federal não têm grande impacto no total arrecadado, contudo a variação nominal no período foi de 310,75% no período analisado.
Conclusão
Ao longo do trabalho, conseguimos analisar e conhecer melhor a estrutura das finanças públicas brasileiras, bem como conhecer a política fiscal adotada pela União. Vimos, por exemplo, que a receita da União é quase em sua totalidade formada por impostos, sejam eles diretos ou indiretos, onde podemos observar a elevação em 168% da receita per capital de 2002 para 2014. 
Além disso, verificamos a influência direta da constituição na distribuição dos gastos, como é o caso do FUNDEB, que a partir da  Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007 causou uma elevação observável dos gastos com “Encargos Especiais”. Os chamados Encargos Especiais é um das principais despesas da União, que somado com Previdência Social representam 72% das despesas da União.
Outro fator interessante que observamos é apuração do resultado nominal, obtido através do método “abaixo da linha”, que de fato a necessidade de financiamento do Setor Público central tem crescido ao longo do período. De modo que em 2014 o resultado primário do Governo Federal apresenta déficit. 
Em relação a dívida pública é evidente que a dívida brasileira é interna, mantendo uma média de 47% do PIB total. Em comparação a dívida externa, temos uma queda constante, saldando suas dívidas em 2006 e passou a ser credor externo em termos líquidos. Se observarmos dados de 2015, segundo o Banco Central a dívida líquida do setor público já alcançou R$1.906 bilhões em setembro (33,2% do PIB).
Basicamente, demostramos
através dos dados da União que a política fiscal dá-se através das efetivas arrecadações de impostos, objetivando aplicar seus recursos da forma mais eficaz possível.
Classificação da Informação: Uso Irrestrito
Classificação da Informação: Uso Irrestrito
Classificação da Informação: Uso Irrestrito
Anexos
Anexo 1
	Função
	2002
	2003
	2004
	2005
	2006
	2007
	2008
	
	Valor Nominal
	%
	Valor Nominal
	%
	Valor Nominal
	%
	Valor Nominal
	%
	Valor Nominal
	%
	Valor Nominal
	%
	Valor Nominal
	%
	Legislativa
	2,47
	0,56%
	3,08
	0,62%
	3,54
	0,65%
	3,81
	0,63%
	4,19
	0,53%
	4,00
	0,51%
	4,24
	0,46%
	Judiciária
	8,19
	1,86%
	8,36
	1,69%
	10,53
	1,94%
	10,67
	1,76%
	12,80
	1,60%
	13,06
	1,65%
	15,56
	1,70%
	Essencial à Justiça
	1,04
	0,24%
	1,36
	0,27%
	2,13
	0,39%
	2,33
	0,38%
	2,65
	0,33%
	2,94
	0,37%
	3,65
	0,40%
	Administração
	8,23
	1,87%
	7,36
	1,49%
	8,94
	1,64%
	9,09
	1,50%
	10,04
	1,26%
	10,85
	1,37%
	11,58
	1,26%
	Defesa Nacional
	12,62
	2,87%
	11,57
	2,35%
	13,57
	2,50%
	15,42
	2,54%
	16,64
	2,09%
	17,26
	2,18%
	19,91
	2,17%
	Segurança Pública
	2,20
	0,50%
	2,41
	0,49%
	2,77
	0,51%
	3,02
	0,50%
	3,45
	0,43%
	4,09
	0,52%
	4,93
	0,54%
	Relações Exteriores
	1,33
	0,30%
	1,16
	0,24%
	1,31
	0,24%
	1,53
	0,25%
	1,34
	0,17%
	1,40
	0,18%
	1,83
	0,20%
	Assistência Social
	6,51
	1,48%
	8,42
	1,71%
	13,86
	2,55%
	15,81
	2,60%
	21,55
	2,70%
	24,65
	3,12%
	28,66
	3,12%
	Previdência Social
	123,22
	28,06%
	145,48
	29,49%
	165,51
	30,44%
	188,51
	31,06%
	212,49
	26,63%
	233,21
	29,49%
	257,06
	28,01%
	Saúde
	25,43
	5,79%
	27,17
	5,51%
	32,97
	6,06%
	36,48
	6,01%
	39,74
	4,98%
	39,43
	4,99%
	43,63
	4,76%
	Trabalho
	8,48
	1,93%
	9,49
	1,92%
	10,71
	1,97%
	12,72
	2,10%
	16,42
	2,06%
	19,36
	2,45%
	21,82
	2,38%
	Educação
	13,22
	3,01%
	14,22
	2,88%
	14,53
	2,67%
	16,19
	2,67%
	17,34
	2,17%
	18,89
	2,39%
	21,92
	2,39%
	Cultura
	0,24
	0,05%
	0,23
	0,05%
	0,32
	0,06%
	0,49
	0,08%
	0,55
	0,07%
	0,41
	0,05%
	0,51
	0,06%
	Direitos da Cidadania
	0,41
	0,09%
	0,39
	0,08%
	0,55
	0,10%
	0,83
	0,14%
	0,95
	0,12%
	0,63
	0,08%
	0,93
	0,10%
	Urbanismo
	0,49
	0,11%
	0,34
	0,07%
	1,19
	0,22%
	2,11
	0,35%
	2,12
	0,27%
	0,85
	0,11%
	1,08
	0,12%
	Habitação
	0,13
	0,03%
	0,12
	0,02%
	0,49
	0,09%
	0,57
	0,09%
	1,17
	0,15%
	0,00
	0,00%
	0,15
	0,02%
	Saneamento
	0,10
	0,02%
	0,06
	0,01%
	0,08
	0,01%
	0,09
	0,01%
	0,06
	0,01%
	0,04
	0,01%
	0,48
	0,05%
	Gestão Ambiental
	1,26
	0,29%
	0,95
	0,19%
	1,19
	0,22%
	1,99
	0,33%
	1,50
	0,19%
	1,27
	0,16%
	1,37
	0,15%
	Ciência e Tecnologia
	1,51
	0,34%
	1,99
	0,40%
	2,61
	0,48%
	3,27
	0,54%
	3,70
	0,46%
	3,21
	0,41%
	3,95
	0,43%
	Agricultura
	5,50
	1,25%
	6,51
	1,32%
	7,64
	1,40%
	8,33
	1,37%
	9,93
	1,24%
	7,81
	0,99%
	7,66
	0,83%
	Organização Agrária
	1,38
	0,31%
	1,43
	0,29%
	2,62
	0,48%
	3,58
	0,59%
	4,19
	0,53%
	3,49
	0,44%
	2,44
	0,27%
	Indústria
	0,42
	0,10%
	0,44
	0,09%
	1,55
	0,28%
	1,49
	0,25%
	2,02
	0,25%
	2,68
	0,34%
	2,07
	0,23%
	Comércio e Serviços
	1,83
	0,42%
	2,07
	0,42%
	2,08
	0,38%
	2,84
	0,47%
	2,79
	0,35%
	1,54
	0,20%
	1,34
	0,15%
	Comunicações
	0,57
	0,13%
	0,64
	0,13%
	0,50
	0,09%
	0,48
	0,08%
	0,46
	0,06%
	0,47
	0,06%
	0,37
	0,04%
	Energia
	7,82
	1,78%
	3,91
	0,79%
	0,40
	0,07%
	0,47
	0,08%
	0,43
	0,05%
	0,41
	0,05%
	0,43
	0,05%
	Transporte
	5,14
	1,17%
	3,05
	0,62%
	3,65
	0,67%
	6,72
	1,11%
	6,91
	0,87%
	5,71
	0,72%
	4,78
	0,52%
	Desporto e Lazer
	0,26
	0,06%
	0,16
	0,03%
	0,27
	0,05%
	0,42
	0,07%
	0,74
	0,09%
	0,75
	0,10%
	0,20
	0,02%
	Encargos Especiais²
	199,09
	45,34%
	231,00
	46,82%
	238,26
	43,82%
	257,66
	42,45%
	401,69
	50,35%
	372,30
	47,08%
	455,06
	49,59%
	TOTAL
	 439,10 
	100,00%
	 493,36 
	100,00%
	 543,76 
	100,00%
	 606,93 
	100,00%
	 797,84 
	100,00%
	790,71 
	100,00%
	 917,62 
	100,00%
Bibliografia
Artigo SIAFI. Tesouro Nacional - Disponível em <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/series-historicas>
Banco Central – Disponível Online em < http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.aspx >
Controladoria Geral da União – Disponível em < http://www.cgu.gov.br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/avaliacao-da-gestao-dos-administradores/prestacao-de-contas-do-presidente-da-republica/contas>
Disponível em <http://www.cgu.gov.br/noticias/2014/01/nota-a-imprensa-sobre-gastos-federais-com-educacao-e-saude-em-cidades-da-copa-do-mundo>
Ipea Data – Disponível Online em < http://www.ipeadata.gov.br>
LAGEMANN, Eugenio. 12 Economia do setor público. In: Souza, Nali de Jesus de (coordenador). Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 1996.
RODRIGUES, Alexandre. Cresce peso da Previdência Social nos gastos públicos - Disponível em <http://oglobo.globo.com/brasil/cresce-peso-da-previdencia-social-nos-gastos-publicos-14704031>
Secretaria do Tesouro Nacional – Disponível em <http://www3.tesouro.fazenda.gov.br/series_temporais/principal.aspx?subtema=14#ancora_consulta>
Senado Federal. Glossário - Disponível em <http://www12.senado.gov.br/orcamento/glossario/outras-despesas-correntes>
Tribunal de Contas da União – Disponível em <http://portal.tcu.gov.br/comunidades/administracao-e-encargos-especiais>

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