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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Ciências Econômicas Economia do Setor Público ESTRUTURA E DESEMPENHO DAS FINANÇAS PÚBLICAS DO BRASIL ANÁLISE DE 2002 A 2014 Porto Alegre Nov/2015 sumário 1. Introdução 5 1.1. Objetivos 5 1.2. Definição do Tema 5 2. Histórico 5 3. Dados socioeconômicos 6 4. Estrutura e desempenho da receita 8 4.1. Estrutura da receita tributária 8 4.2. Impostos 11 5. Estrutura e desempenho da despesa 15 5.1. Despesa por Natureza 15 5.2. Despesa por Função 18 6. Resultados 21 6.1. Nominal 21 6.2. Operacional 21 6.3. Primário 22 7. Dívida 22 8. Dívida ativa 25 9. Relações Significativas 27 10. Conclusão 30 11. Anexos 31 12. Bibliografia 32 Gráficos Gráfico 1 6 Gráfico 2 7 Gráfico 3 7 Gráfico 4 8 Gráfico 5 9 Gráfico 6 10 Gráfico 7 11 Gráfico 8 12 Gráfico 9 13 Gráfico 10 13 Gráfico 11 16 Gráfico 12 17 Gráfico 13 18 Gráfico 14 19 Gráfico 15 19 Gráfico 16 23 Gráfico 17 26 Gráfico 18 27 Gráfico 19 28 Gráfico 20 28 Gráfico 21 29 Índice de Tabelas Tabela 1 – Estrutura da Receita 8 Tabela 2 – Estrutura Tributária 10 Tabela 3 - Carga Tributária e Fiscal 14 Tabela 4– Receita Total per Capita 14 Tabela 5– Despesa por Natureza 15 Tabela 6– Resultado Nominal 21 Tabela 7– Resultado Primário 22 Tabela 8– Poupança corrente e investimento 23 Tabela 9- Grau de eficiência na cobrança da dívida ativa - % 24 Tabela 10– Evolução do PIB brasileiro 25 Tabela 11 – Principais detentores da dívida interna brasileira 27 Introdução Para iniciarmos a exposição da nossa análise das contas públicas da União, precisamos prioritariamente definir qual o conceito de Setor Público que vamos adotar. No presente trabalho, analisaremos o conceito da natureza institucional dos órgãos, ou seja, consideraremos Setor Público todas as “... instituições como ministérios, autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações entre outras.” (LAGEMANN, 1996). Segundo essa abordagem, no campo empresarial, define-se como setor público as empresas que pertençam majoritariamente ao Tesouro. Objetivos Buscamos com este trabalho, entender na prática o funcionamento do Setor Público no que diz respeito às finanças do nosso país. Assim sendo, através do trabalho proposto pela cadeira de Economia do Setor Público buscamos dados de diversas fontes para que com isso possamos interpretar a situação econômica da União e assim consigamos tirar nossas próprias conclusões sobre esta ou aquela política que venha a ser praticada pelo governo brasileiro. Definição do Tema A escolha do tema Finanças Públicas do Brasil nos causou interesse por estarmos em um ano em que muitas críticas são direcionadas à União. Além disso, há críticas quanto à estruturas como a da previdência e esperamos aqui no trabalho verificar quais críticas são ou não condizentes. Outra questão que nos inspirou a opção pela União, é de ter real magnitude e conhecimento dos valores manuseados pelo governo central da nossa Federação. Histórico A História do Brasil é dividida em três períodos principais: Período Colonial, Período Imperial e Período Republicano. Contudo, atentaremos ao período posterior ao 15 de novembro de 1889, quando ocorre a proclamação da república pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca e tem início a República Velha, terminada em 1930 com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. A partir daí, a história do Brasil destaca a industrialização do Brasil e a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Estados Unidos; o movimento militar de 1964, onde o general Castelo Branco assumiu a presidência. O Regime Militar, a pretexto de combater a subversão e a corrupção, suprimiu direitos constitucionais, perseguiu e censurou os meios de comunicação, extinguiu os partidos políticos e criou o bipartidarismo. Após o fim do regime militar, os deputados federais e senadores se reuniram , em 1988, em assembleia nacional constituinte e promulgaram a nova Constituição, que amplia os direitos individuais. O país se redemocratiza, avança economicamente e cada vez mais se insere no cenário internacional. Dados socioeconômicos Os dados apresentados serão com base no ultimo censo demográfico. Isso porque, o Censo Demográfico é uma pesquisa realizada pelo IBGE a cada dez anos. Através dele, reunimos informações sobre toda a população brasileira. Nosso primeiro Censo aconteceu em 1872 e recebeu o nome de Recenseamento da População do Império do Brasil. O mais recente foi o Censo 2010, cujos primeiros resultados você conhece aqui. Antes dele, o IBGE realizou o Censo 2000. No Censo, os pesquisadores do IBGE visitam todos os domicílios do país para aplicar um questionário. Depois de percorrer todos os cantos do Brasil, indo de casa em casa, os pesquisadores organizam e analisam as informações coletadas nos questionários. Em seguida, divulgam os resultados em uma série de publicações sobre os temas estudados. Os resultados do Censo Demográfico são importantes para a sociedade ter informações atualizadas sobre a população e para o governo planejar suas ações de forma mais adequada. Abaixo alguns dos indicadores apurados em 2010: Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3 Gráfico 4 Estrutura e desempenho da receita Estrutura da receita tributária A receita total se divide em receita corrente e receita de capital e o refinanciamento da divida, conforme a tabela abaixo atualmente a receita corrente corresponde a 57% da receita total enquanto a receita de capital corresponde a 18%. Ao longo dos anos a receita corrente, que se constitui principalmente de receita tributaria e receita de contribuições, vem ganhando maior importância em relação ao total das receitas, logo proporcionalmente as receitas de capital tem perdido espaço. Para melhor analise iremos abrir as receitas tributarias e de contribuições e ver o comportamento de seus principais componentes. Em bilhões de R$ Tabela 1 – Estrutura da Receita Receitas/anos 1. Receita corrente 1.1.Receita tributária 1.2.Receita de contribuições 1.7.Transferências 2. Receita de capital 2.1. Operações de crédito Receita total 2002 R$ 343,07 107,90 193,57 0,19 138,44 45,17 721,92 % 48% 15% 27% 0,03% 19% 6% 100% 2003 R$ 384,45 115,19 226,06 0,24 143,81 80,61 918,53 % 42% 13% 25% 0,03% 16% 9% 100% 2004 R$ 450,59 128,67 274,04 0,28 102,24 59,33 931,53 % 48% 14% 29% 0,03% 11% 6% 100% 2005 R$ 527,32 155,06 309,86 0,14 126,66 80,06 1.161,17 % 45% 13% 27% 0,01% 11% 7% 100% 2006 R$ 584,07 169,50 320,74 0,19 198,23 142,66 1.181,81 % 49% 14% 27% 0,02% 17% 12% 100% 2007 R$ 658,88 199,60 364,73 0,21 205,94 156,52 1.243,54 % 53% 16% 29% 0,02% 17% 13% 100% 2008 R$ 754,74 253,62 381,89 0,20 217,30 165,78 1.215,78 % 62% 21% 31% 0,02% 18% 14% 100% 2009 R$ 775,41 240,60 400,47 0,14 382,27 139,91 1.515,51 % 51% 16% 26% 0,01% 25% 9% 100% 2010 R$ 890,14 281,81 475,43 0,27 208,37 130,49 1.470,04 % 61% 19% 32% 0,02% 14% 9% 100% 2011 R$ 1.029,61 338,65 545,49 0,45 184,04 94,20 1.685,99 % 61% 20% 32% 0,03% 11% 6% 100% 2012 R$ 1.134,72 347,75 590,43 0,84 419,91 174,70 1.931,37 % 59% 18% 31% 0,04% 22% 9% 100% 2013 R$ 1.219,65 376,04 642,69 0,73 219,68 90,45 1.857,87 % 66% 20% 35% 0,04% 12% 5% 100% 2014 R$ 1.243,28 400,55 670,99 0,77 392,91 272,90 2.191,19 % 57% 18% 31% 0,04% 18% 12% 100% Receita Corrente Liquida A receita corrente líquida se diferencia da receita corrente devido, principalmente, a algumas deduções constitucionais a estados e municípios. Conforme o gráfico abaixo a receita corrente liquida do governo federal diminui um pouco sua participação no período em relação à receita corrente. Gráfico 5 Receita Tributária A receita tributaria pode ser divida em impostos e taxas, e como podemos observar no gráfico abaixo, ela se constitui majoritariamente por impostos. Segundo a literatura as taxas se diferenciam dos impostos por serem um pagamento direto por um serviço público ofertado, enquanto os impostos o contribuinte não recebe necessariamente uma contrapartida, e é cobrado conforme a capacidade de pagamento. Gráfico 6 Conforme a tabela abaixo, podemos notar um aumento de 644,75% na arrecadação com IOF, além disso; IPI aumentou 164,74%, pessoas jurídicas líquidas de incentivos 372,56% e retidos nas fontes – trabalho 195,42%. Tabela 2 – Estrutura Tributária Anos IPI PJ – Liquida de Incentivos Retidos na Fonte - Trabalho IOF TAXAS RECEITA TRIBUTÁRIA 2002 18,47 17,12% 22,04 20,43% 25,12 23,29% 3,99 3,70% 1,74 1,61% 108 100,00% 2003 17,92 15,56% 30,95 26,87% 19,57 16,99% 4,42 3,84% 2,07 1,80% 115 100,00% 2004 21,06 16,37% 35,14 27,31% 23,68 18,41% 5,23 4,07% 2,54 1,97% 129 100,00% 2005 24,06 15,52% 46,58 30,04% 28,74 18,53% 5,97 3,85% 3,25 2,09% 155 100,00% 2006 26,78 15,80% 51,52 30,39% 29,98 17,69% 6,74 3,97% 3,66 2,16% 170 100,00% 2007 31,24 15,65% 65,24 32,68% 32,24 16,15% 7,82 3,92% 4,05 2,03% 200 100,00% 2008 36,70 14,47% 78,13 30,80% 41,56 16,39% 20,17 7,95% 4,96 1,96% 254 100,00% 2009 27,60 11,47% 76,99 32,00% 42,48 17,65% 19,19 7,98% 4,99 2,07% 241 100,00% 2010 37,04 13,14% 81,20 28,81% 49,47 17,55% 26,53 9,41% 5,92 2,10% 282 100,00% 2011 41,14 12,15% 94,16 27,80% 58,82 17,37% 31,87 9,41% 7,15 2,11% 339 100,00% 2012 42,19 12,13% 86,56 24,89% 64,51 18,55% 31,00 8,91% 6,85 1,97% 348 100,00% 2013 42,71 11,36% 101,90 27,10% 67,48 17,94% 29,41 7,82% 6,85 1,82% 376 100,00% 2014 48,91 12,21% 104,15 26,00% 74,22 18,53% 29,74 7,42% 6,84 1,71% 401 100,00% De acordo com o gráfico abaixo a arrecadação de impostos e taxas tiveram grande aumento durante o período analisado. Apesar do crescimento assustador visto no gráfico a receita real advinda de impostos e taxas não cresceu tanto devido ao efeito da inflação. O crescimento nominal de impostos foi de 270,87%, já o das taxas foi de 293,46%, contudo o crescimento nominal do PIB foi de 270,26%. Até 2011 a receita de impostos crescia relativamente mais do que o PIB, depois observamos uma estagnação nesse crescimento, principalmente devido a incentivos em formas de desonerações concedidos pelo governo no período. ImpostosEm bilhões de R$ Gráfico 7 Como os impostos são a maior da receita tributaria vale a pena esmiuçá-los. De acordo com o gráfico abaixo vemos que os principais tributos não mudaram muito sua posição relativa com o passar do tempo, a principal mudança foi o aumento da participação advindo de pessoas jurídicas. A partir da crise de 2008 um interessante movimento ocorre, a participação do IPI cai de 15,65% em 2007 para 12,21% em 2014, decorrente de políticas de incentivo fiscal adotadas pelo governo, já a participação do IOF aumenta de 3,92% em 2007 para 7,42% em 2014, devido a um grande aumento na alíquota ocorrido para tentar compensar a queda de receitas com o fim da CPMF. Gráfico 8 Receita de capital As receitas de capital (18% da receita total) são provenientes de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas, destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital. A maior parte dela é constituída de operações de credito, por exemplo, em 2014 a participação foi de 69%, logo a variação observada nas receitas de capital dependem essencialmente dessas operações. As operações de crédito são os ingressos provenientes da contratação de empréstimos e financiamentos. Conforme o gráfico abaixo as receitas de capital variaram 184% no período analisado, enquanto a receita de operações de crédito variou 504% e aumentou sua importância no desempenho total. Gráfico 9Em bilhões de R$ Gráfico 10 No gráfico acima observamos o crescimento nominal das contribuições no período analisado, se destaca o grande aumento na arrecadação com o simples chegando a uma variação de 949,08%, contrib. Prev. Dos órgãos do poder publico com variação de 828,50%, contrib. Prev. – ret.s/nota fiscal- subrogação com variação de 481,16% e o restante variou em torno dos 300 % . Carga tributaria e fiscal Com a tabela abaixo podemos observar que carga tributaria se mantém mais ou menos constante variando durante todo o período em torno de 7% do PIB, enquanto a carga fiscal também se mantém mais ou menos constante variando em torno de 20%. Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Política Tributaria) a carga fiscal aumentou 3,04% no período, contudo esse aumento não advém de tributos que são grandes fontes de receitas federais. Em bilhões de R$ Tabela 3 - Carga Tributária e Fiscal Anos Receita tributária Receita fiscal PIB Carga tributária Carga fiscal 2002 107,90 301,46 1.491,18 7,24% 20,22% 2003 115,19 341,25 1.720,07 6,70% 19,84% 2004 128,67 402,72 1.958,71 6,57% 20,56% 2005 155,06 464,92 2.171,74 7,14% 21,41% 2006 169,50 490,24 2.409,80 7,03% 20,34% 2007 199,60 564,33 2.718,03 7,34% 20,76% 2008 253,62 635,51 3.107,53 8,16% 20,45% 2009 240,60 641,07 3.328,17 7,23% 19,26% 2010 281,81 757,25 3.886,84 7,25% 19,48% 2011 338,65 884,14 4.374,77 7,74% 20,21% 2012 347,75 938,18 4.713,10 7,38% 19,91% 2013 376,04 1.018,73 5.157,57 7,29% 19,75% 2014 400,55 1.071,54 5.521,26 7,25% 19,41% Receita total per capita Na tabela abaixo é possível notar que a população aumentou 13,5%, já a receita total paga por cada habitante aumentou 168,24% no período analisado, contudo esse aumento decorre principalmente devido ao crescimento da renda. Tabela 4– Receita Total per Capita Anos Receita total Habitantes Receita total per capita/ano Receita total per capita /mês 2002 721.922.609.677,47 176.303.919,00 4.094,76 341,23 2003 918.530.285.054,90 178.741.412,00 5.138,88 428,24 2004 931.525.697.348,76 181.105.601,00 5.143,55 428,63 2005 1.161.168.757.662,18 183.383.216,00 6.331,92 527,66 2006 1.181.809.271.965,60 185.564.212,00 6.368,73 530,73 2007 1.243.544.911.513,23 187.641.714,00 6.627,23 552,27 2008 1.215.777.790.188,52 189.612.814,00 6.411,90 534,32 2009 1.515.505.211.948,43 191.480.630,00 7.914,67 659,56 2010 1.470.039.921.239,06 193.252.604,00 7.606,83 633,90 2011 1.685.994.977.183,98 194.932.685,00 8.649,11 720,76 2012 1.931.367.216.587,03 196.526.293,00 9.827,53 818,96 2013 1.857.870.684.763,26 198.043.320,00 9.381,13 781,76 2014 2.191.194.189.127,24 199.492.433,00 10.983,85 915,32 Estrutura e desempenho da despesa Para analisar a estrutura e o desempenho da despesa vamos utilizar duas formas de classificação, Despesa por Natureza e Despesa por Função. Isso porque ao analisarmos as duas formas conjuntamente, podemos tirar conclusões mais efetivas. Lembramos ainda, que os dados aqui apresentados são valores de despesas liquidadas. Veremos a seguir que o gasto com Outras Despesas Correntes vem crescendo entre 2002 e 2014, mas não saberíamos dizer o que causa isso. Poderia ser, por exemplo, uma maior transferência federal aos municípios, decorrente do SUS, mas para chegar a essa conclusão, precisamos verificar se os gastos com saúde estão crescendo, do contrário nossa hipótese pode não ser válida. É importante salientar, no entanto, que essa abordagem complementar não pode ser relacionada diretamente com a abordagem anterior. Isso ocorre porque, seguindo o exemplo, o gasto maior com saúde pode representar sim um aumento das transferências federais aos municípios, mas também um aumento de gasto com pagamento de profissionais da saúde, que então não entraria na rubrica “Outras Despesas Correntes” e sim na rubrica “Pessoal e Encargos”. Despesa por NaturezaEm bilhões de R$ Tabela 5– Despesa por Natureza GRUPO DE DESPESA DESPESAS CORRENTES Pessoal e Encargos Sociais Juros e Encargos da Dívida Outras Despesas Correntes DESPESAS DE CAPITAL Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida TOTAL 2002 R$ 339,07 75,03 55,26 208,78 100,02 10,13 20,94 68,96 439,10 % 77% 17% 13% 48% 23% 2% 5% 16% 100% 2003 R$ 383,92 78,97 65,71 239,24 109,44 6,45 23,44 79,55 493,36 % 78% 16% 13% 48% 22% 1% 5% 16% 100% 2004 R$ 439,71 89,43 74,37 275,91 104,05 10,87 21,58 71,60 543,76 % 81% 16% 14% 51% 19% 2% 4% 13% 100% 2005 R$ 518,53 94,07 89,84 334,62 88,40 17,32 21,83 49,25 606,93 % 85% 15% 15% 55% 15% 3% 4% 8% 100% 2006 R$ 630,65 107,05 151,15 372,44 167,19 19,60 26,66 120,93 797,84 % 79% 13% 19% 47% 21% 2% 3% 15% 100% 2007 R$ 657,27 116,67 140,08 400,52 133,44 10,00 26,58 96,86 790,71 % 83% 15% 18% 51% 17% 1% 3% 12% 100% 2008 R$ 699,71 133,13 110,17 456,41 217,91 9,77 37,15 170,98 917,62 % 76% 15% 12% 50% 24% 1% 4% 19% 100% 2009 R$ 776,16 153,81 124,18 498,17 293,13 14,98 26,06 252,09 1.069,29 % 73% 14% 12% 47% 27% 1% 2% 24% 100% 2010 R$ 851,40 168,86 122,02 560,52 192,73 23,76 29,07 139,90 1.044,12 % 82% 16% 12% 54% 18% 2% 3% 13% 100% 2011 R$ 948,74 181,83 131,04 635,87 146,29 17,07 31,59 97,63 1.095,02 % 87% 17% 12% 58% 13% 2% 3% 9% 100% 2012 R$ 1.032,07 188,77 134,08 709,22 381,27 22,08 39,23 319,95 1.413,34 % 73% 13% 9% 50% 27% 2% 3% 23% 100% 2013 R$ 1.133,18 204,50 141,69 786,99 188,77 19,52 51,54 117,71 1.321,95 % 86% 15% 11% 60% 14% 1% 4% 9% 100% 2014 R$ 1.271,87 220,20 170,35 881,31 271,08 21,57 58,76 190,75 1.542,94 % 82% 14% 11% 57% 18% 1% 4% 12% 100% A estrutura da despesa quando classificada por sua natureza, a partir de 2002 passa a ser dividido em duas grandes partes: despesas correntes e despesas de capital. A divisão ocorre dessa maneira pois nas despesas correntes considera-se que estão os gastos que o planejador tem de controlar, enquanto nas despesas de capital ficam os gastos onde o ente público realiza um planejamento e tem certa liberdade de ajuste de acordo com a conjuntura econômica e social. Acima colocamos a Tabela X como forma de analisar os valores da Despesa da União por natureza entre 2002 e 2014. Além disso, colocamos o Gráfico 12 para observarmos ao longo do período analisado o comportamento da despesa através dessa ótica. Gráfico 11 Vemos através do gráfico acima, que há um comportamento semelhante ao longo dos anos: as despesas correntes são as responsáveis por mais de 70% da despesa. Dentro das despesas correntes temos a seguinte classificação: Pessoal e Encargos Gerais, Juros e Encargos da Dívida e Outras Despesas Correntes. Podemos assim, ver qual o comportamento de gastos dentro das Despesas Correntes. A título de conhecimento veremos as Despesas de Capital, divididas em Investimento, Inversões Financeiras e Amortização da Dívida. Como a representatividade das Despesas de Capital em relação às Despesas Correntes é bastante reduzida, não entraremos muito a fundo neste trabalho sobre seu comportamento. Gráfico 12Em bilhões de R$ As Despesas Correntes, como vemos no Gráfico 13, têm crescido ao longo do período e vamos, portanto, analisar individualmente cada um de seus componentes para buscar uma explicação para esse fato. Enquanto o item “Pessoal e Encargos” oscila ao longo do tempo, o item “Juros e Encargos da Dívida” cresce mas tem pequena influência sobre o valor total das despesas. Vemos que o componente de maior representatividade entre as Despesas Correntes é o “Outras Despesas Correntes” e que este vem crescendo com o passar do tempo. Ainda que vejamos que esta é a causa de as Despesas Correntes terem crescido entre 2002 e 2014, não temos como ver, através dos dados disponíveis, qual “outra despesa corrente” é responsável por isso utilizando apenas a abordagem de classificar as despesas conforme sua Natureza. Gráfico 13Em bilhões de R$ Verificamos com o Gráfico 14 que as Despesas de Capital apresentam um comportamento oscilatório entre 2002 e 2014, bem como suas componentes “Investimentos” e “Amortização da Dívida”. Por outro lado, as “Inversões Financeiras” apresentam crescimento ao longo do tempo, mas como vimos acima, não é um crescimento significativo e não tem, portanto grande impacto sobre as despesas da União como um todo. Despesa por Função Na classificação da despesa quanto à sua função, preferimos dar mais espaço aos gráficos e, portanto, colocamos a tabela completa em Anexo para apreciação dos valores. Para ilustrar então a distribuição da despesa segundo esta classificação, vamos utilizar um gráfico de pizza, com dados referentes a 2014 e que mostra mais claramente a participação de cada função na despesa total. Gráfico 14 Vemos com o gráfico acima que as maiores despesas da União são com os chamados Encargos Especiais e com a Previdência Social (somados, os valores representam 72% das despesas da União). Destacamos ainda, em negrito na legenda do Gráfico 15 as seis maiores despesas, que veremos mais detalhadamente a seguir. Gráfico 15Em bilhões de R$ Verificamos claramente que os maiores gastos da União ao longo do período de 2002 a 2014 são com “Encargos Especiais” (onde se exclui o gasto com refinanciamento da Dívida Pública) e com Previdência Social, como já esperado uma vez que foi o comportamento visto para 2014. Para entender o que isso significa, precisamos em um primeiro momento definir Encargos Especiais. Segundo o Glossário disponível no Portal da Transparência da União: Conforme o Manual Técnico de Orçamento - MTO, a função Encargos Especiais engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. Já segundo o Tribunal de Contas da União, “Em Encargos Especiais são classificadas, principalmente, ações que envolvem o financiamento estatal por meio da dívida pública, as transferências para governos estaduais e municipais e outros encargos financeiros atribuídos à União.”. Sendo assim, vemos que os maiores gastos da União decorrem de financiamento estatal por meio da dívida pública e transferências a estados e municípios. Vemos também, que apesar de ter um comportamento oscilatório, estes gastos cresceram ao longo do tempo. Resta saber se, prioritariamente, em decorrência de aumento do gasto com endividamento ou de uma maior transferência a estados e municípios. O segundo maior gasto observado é com a Previdência Social. Tal gasto demonstra um crescimento permanente ao longo do período. Além disso, o gasto com Previdência Social representa, em 2014, aproximadamente 32% dos gastos totais do Governo Federal. O principal gasto da União é com Encargos Gerais e isto não nos casa estranheza, uma vez que esperamos que devido às transferências para os entes federativos este valor seja alto (quase 40% em 2014) já que os estados são prioritariamente responsáveis por gastos essenciais como segurança pública e educação de nível médio, enquanto os municípios preocupam-se prioritariamente com educação básica. Por outro lado, nos causa assombro e certa preocupação a questão de a Previdência Social ter tamanha representatividade no gasto federal. Não é à toa que há fortes discussões sobre o tema e defensores de uma reforma no sistema previdenciário brasileiro. Ao analisarmos conjuntamente as duas visões da Despesa (por Natureza e por Funções) verificamos que, como dito anteriormente, o crescimento do item “Outras Despesas Correntes” pode sim estar associado ao crescimento das transferências, uma vez que os gastos com “Encargos Gerais” também tem crescido. Podemos também, relacionar o significativo crescimento aos repasses do FUNDEB, implementados a partir de 2007 e que se inserem neste grupo e não em Educação. Resultados As contas públicas são a contabilidade dos gastos e das receitas internos do país. Nessas contas estão inclusos a arrecadação de impostos e outras fontes de captação de recursos do governo, além de qualquer tipo de gasto interno de todas as esferas do poder público. No caso de o governo ter gasto mais do que arrecadado, tem-se uma situação deficitária. Se, ao contrário, for arrecadado mais do que foi gasto, a situação é superavitária. Essa contabilidade pode ser dividida em três níveis, Nominal, Operacional e Primário. Com esses resultados das contas do Governo será capaz de dizes se foi gasto mais ou menos do que a sua receita permitia. Nominal O resultado nominal é o balanço entre as receitas totais e as despesas totais, e corresponde à necessidade de financiamento do setor público. Pelo método abaixo da linha, o resultado nominal equivale à variação total da dívida fiscal líquida no período. E está incluso o efeito da inflação e do pagamento de juros sobre o fluxo de receitas e despesas do governo: Em milhões de R$ Tabela 6– Resultado Nominal Data Resultado Nominal 2002 10.029 2003 62.153 2004 27.033 2005 73.284 2006 74.475 2007 59.607 2008 24.891 2009 107.363 2010 45.785 2011 87.518 2012 61.182 2013 110.555 2014 271.542 Operacional Corresponde ao resultado primário das contas públicas adicionado o pagamento de juros e excluindo-se o efeito da inflação; Primário Corresponde ao resultado real das contas públicas, ou seja, excluindo-se a despesa com juros, que o Governo tem que pagar sobre as suas dívidas, e a inflação: Em milhões de R$ Tabela 7– Resultado Primário Data Resultado Primário 2002 -31.919 2003 -38.744 2004 -52.385 2005 -55.741 2006 -51.352 2007 -59.439 2008 -71.308 2009 -42.443 2010 -78.723 2011 -93.035 2012 -86.086 2013 -75.291 2014 20.472 Conforme resultados acima, até 2013 os resultados primários foram sempre superavitários. Em 2014 obtivemos resultado negativo, com déficit primário, isso quer dizer que, os gastos não financeiros superam as receitas não financeiras, sem considerar o pagamento dos juros, que quando considerados elevará o resultado operacional e nominal, conforme evidenciamos anteriormente. Dívida A poupança corrente revela como esta o saldo da relação entre Receitas Correntes e Despesas Correntes. É de suma importância, uma vez que quando negativa, indica que a União não terá recursos próprios para realizar seus investimentos. Como podemos evidenciar a poupança corrente brasileira sofre oscilações, com destaque para o ano de 2012 onde tivemos um ótimo resultado de aproximadamente R$ 100 Bilhões, seguido de queda em 2013 e poupança negativa em 2014 em aproximadamente R$ 30 bilhões. Em bilhões de R$ Tabela 8– Poupança corrente e investimento Itens/anos RC – DC = Poupança corrente Investimento Relação poupança corrente/investimento (%) 2002 4,00 10,13 40% 2003 0,53 6,45 8% 2004 10,88 10,87 100% 2005 8,79 17,32 51% 2006 -46,58 19,60 -238% 2007 1,62 10,00 16% 2008 55,02 9,77 563% 2009 -0,75 14,98 -5% 2010 38,74 23,76 163% 2011 80,88 17,07 474% 2012 102,64 22,08 465% 2013 86,46 19,52 443% 2014 -28,59 21,57 -133% Em milhões de R$ Gráfico 16 Grau de eficiência na cobrança da divida ativa Pelos dados observados na tabela abaixo o governo federal não é eficiente na cobrança da divida ativa, em quase todo o período o governo obtém por volta de 0,5% do total da divida ativa, com exceção do ultimo ano observado onde chegou a 1,13%, possivelmente o governo alcançou esse percentual devido a reabertura no prazo para as empresas se cadastrarem no refis. Apesar de no momento a receita da divida ativa não ser uma grande fonte de arrecadação, representando em torno de 1% da receita total há possibilidade de que seja mais representativo, tendo em vista o saldo total da divida ativa. Em bilhões de R$ Tabela 9- Grau de eficiência na cobrança da dívida ativa - % Itens/anos Receita DA Saldo DA Percentual 2002 1,81 254,97 0,7113% 2003 0,84 337,71 0,2500% 2004 0,94 375,79 0,2499% 2005 1,70 314,66 0,5403% 2006 2,01 405,68 0,4946% 2007 3,56 568,76 0,6268% 2008 4,04 743,72 0,5433% 2009 4,38 839,24 0,5213% 2010 2,86 1.025,02 0,2794% 2011 4,59 1.116,59 0,4107% 2012 14,65 1.291,29 1,1343% O que é a Dívida Pública Federal? A Dívida Pública Federal pode ser classificada de distintas formas, sendo as principais: Quanto à forma utilizada para o endividamento e quanto à moeda na qual ocorrem os fluxos de recebimento e pagamento da dívida. Em relação à forma, o endividamento por ocorrer por meio da emissão de títulos públicos ou pela assinatura de contratos. Quando os recursos são captados por meio da emissão de títulos públicos, a dívida daí decorrente é chamada de mobiliária. Quando a captação é feita via celebração de contratos, a dívida é classificada como contratual. Em relação à moeda na qual ocorrem seus fluxos de recebimento e pagamento, a Dívida Pública Federal pode ser classificada como interna ou externa. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados na moeda corrente em circulação no país, no caso brasileiro o real, a dívida é chamada de interna. Por sua vez, quando tais fluxos financeiros ocorrem em moeda estrangeira, usualmente o dólar norte-americano, a dívida é classificada como externa. Atualmente, toda a Dívida Pública Federal em circulação no mercado nacional é paga em real e captada por meio da emissão de títulos públicos, sendo por essa razão definida como Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi). Já a Dívida Pública Federal existente no mercado internacional é paga em outras moedas que não o real e tem sido captada tanto por meio da emissão de títulos quanto por contratos, sendo por isso definida como Dívida Pública Federal externa (DPFe). Objetivos e Diretrizes O objetivo da gestão da Dívida Pública Federal é suprir de forma eficiente as necessidades de financiamento do governo federal, ao menor custo de financiamento no longo prazo, respeitando-se a manutenção de níveis prudentes de risco. Adicionalmente, busca-se contribuir para o bom funcionamento do mercado brasileiro de títulos públicos. As diretrizes para a gestão da Dívida Pública Federal são: Substituição gradual dos títulos remunerados por taxas de juros flutuantes por títulos com rentabilidade prefixada ou vinculada a índices de preços; Suavização da estrutura de vencimentos, com especial atenção para a dívida que vence no curto prazo; Aumento do prazo médio do estoque; Desenvolvimento da estrutura a termo de taxas de juros nos mercados interno e externo; Aumento da liquidez dos títulos públicos federais no mercado secundário; Ampliação da base de investidores; e Aperfeiçoamento do perfil da Dívida Pública Federal externa, por meio de emissões de títulos com prazos de referência do programa de resgate antecipado e de operações estruturadas. Dívida ativa A Dívida Ativa da União é o conjunto de débitos de pessoas jurídicas e físicas com órgãos públicos federais (Receita Federal, Ministério dos Transportes, Ministério do Trabalho, INSS, multas eleitorais, etc) não pagos espontaneamente, de natureza tributária ou não. Assim, após o devido processo legal os órgãos da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN conferem a estes débitos certeza, liquidez e exigibilidade, o que lhes permite ingressar judicialmente contra o contribuinte, em processo de Execução Fiscal. A Dívida Ativa da União é atualizada mensalmente pela Taxa SELIC. Dívida Líquida: A dívida líquida do setor público envolve a consolidação de obrigações e ativos financeiros de todo o setor público, não financeiro, o que compreende a administração direta, as autarquias e as fundações do governo federal, dos governos estaduais e municipais, além do BACEN e das estatais do setor produtivo. Evidentemente que nossa maior dívida é interna, ou seja, em moeda corrente. Para analisarmos a dívida liquida faremos comparação com o PIB, conforme os resultados abaixo: Em bilhões de R$ Tabela 10– Evolução do PIB brasileiro Data PIB 2002 R$ 1.491,18 2003 R$ 1.720,07 2004 R$ 1.958,71 2005 R$ 2.171,74 2006 R$ 2.409,80 2007 R$ 2.718,03 2008 R$ 3.107,53 2009 R$ 3.328,17 2010 R$ 3.886,84 2011 R$ 4.374,77 2012 R$ 4.713,10 2013 R$ 5.157,57 2014 R$ 5.521,26 Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) refere-se ao total das obrigações do setor público não financeiro, deduzido dos seus ativos financeiros, junto aos agentes privados não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e privados. Os saldos dos componentes da dívida líquida são apurados por competência, ou seja, pela apropriação mensal ao estoque do período anterior dos encargos relativos a cada obrigação ou haver, deduzidos eventuais pagamentos/recebimentos. Conforme análise do período abaixo, a dívida liquida esta em constante crescimento, contudo em comparação ao PIB, sua representatividade evolui a taxas decrescentes, partindo de aproximadamente 60% em 2002, chegando a 34% em 2014. Ou seja, esse resultado representa uma queda de aproximadamente 66% do percentual da dívida/PIB. Gráfico 17 A Dívida Interna Líquida e Dívida Externa Líquida do Setor Público referem-se ao total das obrigações internas e externas respectivamente do setor público não financeiro, deduzido dos seus ativos financeiros, junto aos agentes privados não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e privados. Os saldos dos componentes da dívida interna e externa são apurados por competência, ou seja, pela apropriação mensal ao estoque do período anterior dos encargos relativos a cada obrigação ou haver, deduzidos eventuais pagamentos/recebimentos. Ao analisarmos o período 2002 e 2014, fica claro que a principal dívida brasileira é interna, mantendo uma média de 47% do PIB total. Em comparação a dívida externa, temos uma queda constante, saldando suas dívidas em 2006 e passou a ser credor externo em termos líquidos. Gráfico 18 Conforme apontamos a dívida interna tem representatividade significativa no PIB nacional, entre as dívidas podemos destacar os principais detentores da dívida interna. Tabela 11 – Principais detentores da dívida interna brasileira Período Instituições Financeiras Fundos de Investimento Previdência Não-residentes Governo Seguradoras Outros 2007 38% 31% 17% 3% 0% 2% 8% 2008 38% 29% 17% 7% 0% 3% 7% 2009 39% 27% 17% 7% 0% 3% 6% 2010 36% 29% 15% 11% 1% 4% 4% 2011 30% 26% 16% 11% 10% 4% 3% 2012 30% 26% 15% 13% 8% 4% 4% 2013 28% 24% 17% 15% 7% 4% 4% 2014 28% 21% 17% 19% 6% 4% 4% Relações Significativas Receitas de Contribuições As contribuições são tributos com a finalidade de custear atividades específicas que não são intrínsecos ao Estado. Os principais destinos são: a intervenção no domínio econômico, o interesse das categorias econômicas ou profissionais e o custeio do sistema da seguridade social. Correspondem atualmente com 31% da receita total e como podemos observar nos gráficos abaixo as principais contribuições são: REC.DO PRINCIPAL DA CONTR. P FIN. SEG. SOCIAL (28,65%), CONTRIB. DE EMPRESAS S/SEGURADOS ASSALARIADOS (15,9%), CONTRIBUICOES DO SEGURADO – ASSALARIADO (9,05%), REC. DO PRINCIPAL DA CONTRIB S/LUCRO PJ (9,13%), REC.DO PRINCIPAL DAS CONTR. P/ O PIS/PASEP (7,58%), Contrib.Provis.Mov.Tr.Vlr.Cr.Dir.Nat.Fin (Extinto), simples (4,4%), CONTRIB. PREV. DOS ORGAOS DO PODER PUBLICO (4,18%) e CONTRIB.PREV.-RET. S/NOTA FISCAL- SUBROGACAO (3,48%). Gráfico 19 No Gráfico acima não observamos grandes variações na maioria das contribuições, a exceção foi a CPMF que representava 9,95% do total das contribuições em 2007 e foi extinta no começo de 2008, como mencionamos anteriormente o governo tentou compensar essa perda de receitas com o aumento do IOF. Gráfico 20 Nas contribuições observadas no gráfico acima o aumento na participação ocorre devido a mudanças na legislação do simples, redução do desemprego e aumento na formalização o que leva a um aumento das contribuições previdenciárias. No gráfico abaixo podemos observar esse comportamento da taxa de desocupação saindo de 12,6% para 5,4% em 2013 e o grau de informalidade pela definição I do IBGE caiu 20% no período. Gráfico 21 Obs: número de 2010 na serie grau de informalidade foi estimado. Transferências As transferências em âmbito federal não têm grande impacto no total arrecadado, contudo a variação nominal no período foi de 310,75% no período analisado. Conclusão Ao longo do trabalho, conseguimos analisar e conhecer melhor a estrutura das finanças públicas brasileiras, bem como conhecer a política fiscal adotada pela União. Vimos, por exemplo, que a receita da União é quase em sua totalidade formada por impostos, sejam eles diretos ou indiretos, onde podemos observar a elevação em 168% da receita per capital de 2002 para 2014. Além disso, verificamos a influência direta da constituição na distribuição dos gastos, como é o caso do FUNDEB, que a partir da Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007 causou uma elevação observável dos gastos com “Encargos Especiais”. Os chamados Encargos Especiais é um das principais despesas da União, que somado com Previdência Social representam 72% das despesas da União. Outro fator interessante que observamos é apuração do resultado nominal, obtido através do método “abaixo da linha”, que de fato a necessidade de financiamento do Setor Público central tem crescido ao longo do período. De modo que em 2014 o resultado primário do Governo Federal apresenta déficit. Em relação a dívida pública é evidente que a dívida brasileira é interna, mantendo uma média de 47% do PIB total. Em comparação a dívida externa, temos uma queda constante, saldando suas dívidas em 2006 e passou a ser credor externo em termos líquidos. Se observarmos dados de 2015, segundo o Banco Central a dívida líquida do setor público já alcançou R$1.906 bilhões em setembro (33,2% do PIB). Basicamente, demostramos através dos dados da União que a política fiscal dá-se através das efetivas arrecadações de impostos, objetivando aplicar seus recursos da forma mais eficaz possível. Classificação da Informação: Uso Irrestrito Classificação da Informação: Uso Irrestrito Classificação da Informação: Uso Irrestrito Anexos Anexo 1 Função 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Valor Nominal % Valor Nominal % Valor Nominal % Valor Nominal % Valor Nominal % Valor Nominal % Valor Nominal % Legislativa 2,47 0,56% 3,08 0,62% 3,54 0,65% 3,81 0,63% 4,19 0,53% 4,00 0,51% 4,24 0,46% Judiciária 8,19 1,86% 8,36 1,69% 10,53 1,94% 10,67 1,76% 12,80 1,60% 13,06 1,65% 15,56 1,70% Essencial à Justiça 1,04 0,24% 1,36 0,27% 2,13 0,39% 2,33 0,38% 2,65 0,33% 2,94 0,37% 3,65 0,40% Administração 8,23 1,87% 7,36 1,49% 8,94 1,64% 9,09 1,50% 10,04 1,26% 10,85 1,37% 11,58 1,26% Defesa Nacional 12,62 2,87% 11,57 2,35% 13,57 2,50% 15,42 2,54% 16,64 2,09% 17,26 2,18% 19,91 2,17% Segurança Pública 2,20 0,50% 2,41 0,49% 2,77 0,51% 3,02 0,50% 3,45 0,43% 4,09 0,52% 4,93 0,54% Relações Exteriores 1,33 0,30% 1,16 0,24% 1,31 0,24% 1,53 0,25% 1,34 0,17% 1,40 0,18% 1,83 0,20% Assistência Social 6,51 1,48% 8,42 1,71% 13,86 2,55% 15,81 2,60% 21,55 2,70% 24,65 3,12% 28,66 3,12% Previdência Social 123,22 28,06% 145,48 29,49% 165,51 30,44% 188,51 31,06% 212,49 26,63% 233,21 29,49% 257,06 28,01% Saúde 25,43 5,79% 27,17 5,51% 32,97 6,06% 36,48 6,01% 39,74 4,98% 39,43 4,99% 43,63 4,76% Trabalho 8,48 1,93% 9,49 1,92% 10,71 1,97% 12,72 2,10% 16,42 2,06% 19,36 2,45% 21,82 2,38% Educação 13,22 3,01% 14,22 2,88% 14,53 2,67% 16,19 2,67% 17,34 2,17% 18,89 2,39% 21,92 2,39% Cultura 0,24 0,05% 0,23 0,05% 0,32 0,06% 0,49 0,08% 0,55 0,07% 0,41 0,05% 0,51 0,06% Direitos da Cidadania 0,41 0,09% 0,39 0,08% 0,55 0,10% 0,83 0,14% 0,95 0,12% 0,63 0,08% 0,93 0,10% Urbanismo 0,49 0,11% 0,34 0,07% 1,19 0,22% 2,11 0,35% 2,12 0,27% 0,85 0,11% 1,08 0,12% Habitação 0,13 0,03% 0,12 0,02% 0,49 0,09% 0,57 0,09% 1,17 0,15% 0,00 0,00% 0,15 0,02% Saneamento 0,10 0,02% 0,06 0,01% 0,08 0,01% 0,09 0,01% 0,06 0,01% 0,04 0,01% 0,48 0,05% Gestão Ambiental 1,26 0,29% 0,95 0,19% 1,19 0,22% 1,99 0,33% 1,50 0,19% 1,27 0,16% 1,37 0,15% Ciência e Tecnologia 1,51 0,34% 1,99 0,40% 2,61 0,48% 3,27 0,54% 3,70 0,46% 3,21 0,41% 3,95 0,43% Agricultura 5,50 1,25% 6,51 1,32% 7,64 1,40% 8,33 1,37% 9,93 1,24% 7,81 0,99% 7,66 0,83% Organização Agrária 1,38 0,31% 1,43 0,29% 2,62 0,48% 3,58 0,59% 4,19 0,53% 3,49 0,44% 2,44 0,27% Indústria 0,42 0,10% 0,44 0,09% 1,55 0,28% 1,49 0,25% 2,02 0,25% 2,68 0,34% 2,07 0,23% Comércio e Serviços 1,83 0,42% 2,07 0,42% 2,08 0,38% 2,84 0,47% 2,79 0,35% 1,54 0,20% 1,34 0,15% Comunicações 0,57 0,13% 0,64 0,13% 0,50 0,09% 0,48 0,08% 0,46 0,06% 0,47 0,06% 0,37 0,04% Energia 7,82 1,78% 3,91 0,79% 0,40 0,07% 0,47 0,08% 0,43 0,05% 0,41 0,05% 0,43 0,05% Transporte 5,14 1,17% 3,05 0,62% 3,65 0,67% 6,72 1,11% 6,91 0,87% 5,71 0,72% 4,78 0,52% Desporto e Lazer 0,26 0,06% 0,16 0,03% 0,27 0,05% 0,42 0,07% 0,74 0,09% 0,75 0,10% 0,20 0,02% Encargos Especiais² 199,09 45,34% 231,00 46,82% 238,26 43,82% 257,66 42,45% 401,69 50,35% 372,30 47,08% 455,06 49,59% TOTAL 439,10 100,00% 493,36 100,00% 543,76 100,00% 606,93 100,00% 797,84 100,00% 790,71 100,00% 917,62 100,00% Bibliografia Artigo SIAFI. Tesouro Nacional - Disponível em <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/series-historicas> Banco Central – Disponível Online em < http://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.aspx > Controladoria Geral da União – Disponível em < http://www.cgu.gov.br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/avaliacao-da-gestao-dos-administradores/prestacao-de-contas-do-presidente-da-republica/contas> Disponível em <http://www.cgu.gov.br/noticias/2014/01/nota-a-imprensa-sobre-gastos-federais-com-educacao-e-saude-em-cidades-da-copa-do-mundo> Ipea Data – Disponível Online em < http://www.ipeadata.gov.br> LAGEMANN, Eugenio. 12 Economia do setor público. In: Souza, Nali de Jesus de (coordenador). Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 1996. RODRIGUES, Alexandre. 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