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Termorregulação Prof. Aloísia Pimentel Regulação Térmica Do RN Todos os RN, os de baixo peso em particular, dependem de um meio externo ideal para um bom desenvolvimento físico e neurológico. Estudos realizados revelam que trocas ambientais, aparentemente mínimas, podem levar a alterações profundas, transitórias ou permanentes, no desenvolvimento do organismo. Embora haja variações térmicas do meio ambiente, o RN mantém sua própria temperatura corpórea. Entretanto, a faixa de atuação do RN é bem restrita quando comparada à do adulto, podendo ser comprometida por condições adversas especiais como hipóxia, intoxicação por drogas ou estresse. O avanço tecnológico e o conhecimento do mecanismo termorregulador do RN tem contribuído para uma melhor estabilidade da temperatura nesta população tão vulnerável. Regulação Térmica Do RN A dificuldade da manutenção térmica na população neonatal deve-se a fatores como: superfície corporal relativamente grande em comparação com o peso, capacidade metabólica limitada para a produção de calor e isolamento térmico inadequado. A manutenção da temperatura corporal deve ser uma das metas prioritárias da enfermagem responsável pela assistência ao RN, devendo estes profissionais proporcionar um ambiente térmico neutro (ATN) adequado. O ambiente térmico neutro é aquele ambiente em que o RN, para manter uma temperatura corporal estável, utiliza uma quantidade mínima de calorias. As tabelas do ATN permitem dentro de cada faixa de peso uma determinada variação na temperatura da incubadora. O uso de tabelas preestabelecidas ajuda o controle aproximado da temperatura térmica neutra. Regulação Térmica Do RN O controle térmico ideal é aquele em que a temperatura corporal é mantida estável permitindo ganho de peso adequado do RN. A região do corpo que mais se aproxima da tempertaura interna ou central é a região axilar, local indicado para aferição da mesma em RN. Nos casos em se utiliza o controle da temperatura superficial através da pele, recomenda-se a colocação do sensor de temperatura na região abdominal, próximo ao fígado. Faixa de temperatura corporal normal: → axilar – 36,5°C a 37°C → pele - 36°C a 36,5°C Mecanismos de Perda de Calor e sua Prevenção O calor é produzido continuamente pelo corpo e é um subproduto do metabolismo, sendo perdido continuamente para o meio ambiente. Quando a produção de calor é exatamente igual à perda , ocorre então o equilíbrio térmico. As perdas ou transferências de calor para o meio ambiente podem ocorrer do interior para a superfície (gradiente interno) e da superfície corporal para o ambiente (gradiente externo). As transferências de calor pelo gradiente externo inclui: radiação, condução, convecção e evaporação. Conhecer estes fatores vem auxiliar na manutenção da temperatura do RN dentro da faixa normal, evitando-se assim a instabilidade térmica e suas consequências. Radiação É a transferência do calor corporal para superfícies frias no ambiente que NÃO estão em contato com o corpo, como no caso das paredes da incubadora. Intervenções de Enfermagem: - Manter o RN em incubadora aquecida com temperatura adequada para manter a temperatura nos níveis normais. - RN < 1.500 g deverão ser colocados em incubadoras de parede dupla; se estas não estiverem disponíveis, pode-se improvisar, forrando as paredes internas da incubadora com papel alumínio, deixando partes livres para a observação do RN. - Manter as incubadoras e berços aquecidos afastados da parede, janelas e correntes do ar condicionado. Radiação Condução É a perda de calor por contato direto de um corpo com outro. Ocorre quando usamos por exemplo estetoscópios frios, placas de raios-x, mãos frias, etc. Intervenções de Enfermagem: - Aquecer o estetoscópio antes de examinar o RN. - Lavar as mãos com água aquecida antes de tocá-lo, ou, pré-aquecer as mãos esfregando uma na outra. - Proteger as placas de raios-x com um tecido, de preferência aquecido. - Forrar as balanças de peso com lençol oo papel toalha antes de pesar o RN. Convecção Envolve a perda de calor através do movimento do ar passando pela superfície da pele. Ocorre quando se abrem as portinholas da incubadora, ou é utilizado ar sem ser auecido nas oxigenoterapias. Intervenções de Enfermagem: - Evitar a abertura das portinholas das incubadoras com frequência, agrupar os cuidados, evitando manipulação frequente. - Administrar oxigênio aquecido entre 32°C a 36°C. - Nos RN com peso < 1500g em berço aquecido ou que tenham a temperatura instável, usar plástico transparente para diminuir a corrente de ar frio, ou tenda de material plástico transparente aquecida. Convecção Evaporação É a perda de calor durante a conversão do estado líquido para o gasoso. Ocorre através da pele para o ambiente e também através da mucosa do trato respiratório. Acontece no caso do RN estar com o corpo molhado, ou em contato com lençol, cobertas ou fraldas úmidas, e nos ambientes com pouca umidade, e ruptura na integridade da pele. Intervenções de Enfermagem: - Após o parto secar o RN e mantê-lo aquecido. - Na UTI, ao banhar o RN, fazê-lo por partes, secando em seguida. - Trocar as fraldas quando necessário, evitar que permaneça molhado por longos períodos. - Banhar os RN com peso <1500g dentro da incubadora, para evitar resfriamento. Evaporação Alterações do Controle Térmico: hipotermia e hipertermia Hipotermia Ocorre quando a temperatura axilar for inferior a 36,5°C. Quanto mais baixa for a temperatura, mais graves são as consequências, ocasionando a vasoconstricção como resposta ao frio. Quadro clínico: - Extremidades e tórax frios - Intolerância alimentar devido à ↓ da mobilidade gastrointestinal (aumento de resíduo gástrico, vômito, distensão abdominal e dificuldade de sucção) - Letargia, choro fraco, irritabilidade - Mudança da coloração da pele (mosqueada ou pálida) - Apnéia e bradicardia - Diminuição ou ganho de peso inadequado Fisiopatologia da Hipotermia Hipotermia Intervenções de Enfermagem: - Propiciar aquecimento adicional, como cobertas e lâmpadas aquecidas. - Ajustar a temperatura da incubadora 1° a 1,5° acima da temperatura do RN nas primeiras horas do reaquecimento até a temperatura se normalizar. - Monitorizar a temperatura do RN, bem como da incubadora ou berço de calor irradiante a cada 30 minutos durante o período de aquecimento. - Manter o RN em jejum até a temperatura normalizar. - Testar a glicose de hora em hora até a estabilização da temperatura. - Monitorizar os SSVV. - Monitorizar quadro respiratório. - Monitorizar valores de bilirrubina. Hipertermia A temperatura axilar encontra-se > 37,5°C. Ocorre vasodilatação periférica com esforço do organismo de dissipar o calor. Pode ser consequência de anomalias no SNC, por substâncias tóxicas que afetam os centros de regulação térmica, ou condições ambientais. Quadro clínico: - Intolerância alimentar - Diminuição ou aumento da atividade - Irritabilidade, choro fraco - Acidose metabólica - Taquicardia - Taquipnéia - Desidratação Hipertermia Intervenções de Enfermagem: - Monitorizar os SSVV - Remover ou diminuir as fontes externas de calor - Checar a temperatura do berço aquecido ou incubadora, diminuí-la se necessário - Monitorizar sinais de infecção e desidratação - Monitorizar crises convulsivas Incubadora Berço aquecido/Berço de procedimento
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