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1 Direito Trabalhista Noções gerais Contrato Individual de Trabalho Características: a) subordinação b) pessoalidade c) não-eventualidade (habitualidade) d) salário (remuneração) Forma: a) expresso (escrito ou verbal) b) tácito (ex vigia de rua) Prazo: Via de regra é indeterminado, sendo exceções: a) serviços de natureza transitória (ex.: vendedores no natal) b) atividade empresarial de caráter transitório c) contrato de experiência (máximo de 90 dias – prorrogável por uma única vez – ex.: 30+60; 60+30; 45+45) Procedimento para contratação: - CTPS (48 hs. ou 30 dias) - Registro no livro - Exame médico Sujeitos do Contrato de Trabalho Empregador: é a pessoa natural ou jurídica que assume a atividade econômica. (se equiparam ao empregador = profissionais liberais, instituições beneficentes, outras entidades sem fins lucrativos, família e a massa falida). Grupo de empresas = solidariedade (ex.: bancos que possuem seguradoras) Sucessão de empresas Responsabilidade do sócio Empregado: pessoa física (natural) 2 pessoalidade não-eventualidade (continuidade) subordinação remuneração Tipos de Trabalhadores: a) aprendiz: pessoa entre 14 e 18 anos + curso profissionalizante; b) eventual: ex.: jardineiro, “chapa”, se for constante transforma- se em empregado; c) autônomo: trabalha por conta própria sem subordinação; d) avulso: a relação se perfaz entre o sindicato e a empresa que se utiliza do serviço, e não diretamente com o empregado (ex.: estivadores); e) empreiteiro: não é subordinado vez que o trabalho e de resultado; f) temporário: relação entre empresa que contrata o temporário e a empresa que toma o serviço; g) doméstico: serviços de natureza não econômica; h) domicilio: trabalha na própria casa e não na empresa (ex.: costureira, bordadeira); i) rural: atividade agrícola; j) terceirizado l) cooperado m) estagiário: pressupõe a figura do estagiário + instituição de ensino + empresa. Alterações no Contrato de Trabalho: Em regra só podem ocorrer se em benefício do empregado. Alterações de função por: a) recondução ao cargo anterior quando cessada a condição de cargo de confiança. b) recondução ao cargo anterior para substituição eventual. c) readaptação em razão de deficiência física ou mental. (não pode ocorrer como rebaixamento jamais). Alteração do horário: a) mudança de horário dentro do mesmo turno; b) suspensão das horas noturnas; c) mudança de turno noturno para diurno. 3 Transferência de local: possível com acréscimo de 25% sobre o salário. SALÁRIO É o pagamento realizado diretamente pelo empregador ao empregado, sendo então diferente da remuneração, vez que essa engloba as parcelas recebidas que não são pagas pelo empregador – é o caso da gorjeta. Só para esclarecer as verbas indenizatórias são pagas com base na remuneração, ao passo que o aviso prévio é pago com base no salário. Salário ................................... pagamento direto do empregador Remuneração ........................ salário + gorjetas Obs.: Não integram o salário – indenizações; pagamento de natureza previdenciária; direitos intelectuais; participação nos lucros; gratificações não habituais. Sistema de Pagamento 1) por tempo: Observa-se o computo das horas e minutos que o empregado está a disposição do empregador, não se observando o resultado do trabalho (mensalista, horista). 4 2) por produção: Calcula-se apenas o resultado obtido pelo trabalho , não levando em conta o tempo trabalhado (observado o salário mínimo). 3) por tarefa: valor fixado por cumprimento da tarefa. Formas de Pagamento (art. 458 CLT) Via de regra deve ser feito em dinheiro até o 5° dia útil do mês subseqüente, sempre mediante recibo. Pode ser pago parte em utilidade (que não seja obrigatório ao exercício da função), no máximo na seguinte proporção: 70% - utilidade 30% - dinheiro. Proteção ao Salário 1) Irredutibilidade em regra é irredutível – pode ser reduzido por acordo ou convenção coletiva. 2) Inalterabilidade tanto na forma como no modo de pagamento – podendo apenas ocorrer sem prejuízo ao empregado. 3) Desconto só podem ocorrer os previsto em lei, 5 a saber: a) adiantamento; b) falta injustificada; c) reparação por danos dolosos; d) reparação por danos culposos, caso haja previsão contratual; e) contribuições previdenciárias e sindicais; f) imposto de renda; g) multa criminal; h) dívidas do Sistema Financeiro da Habitação; i) falta de cumprimento de aviso prévio; j) estorno de comissão já paga; k) dividas com a previdência social – valores pagos indevidamente; l) adiantamento do 13° nos caso de rescisão antes de 12 meses. Isonomia salarial Depende dos seguintes fatores: a) mesma função; b) mesmo empregador; c) mesma localidade; d) diferença de tempo na função não superior a 2 anos; e) mesma produtividade; f) mesma perfeição técnica. 6 Impenhorabilidade: exceção prestação alimentícia Hora extra: Geralmente a jornada de trabalho é de 8 horas diária = 44 horas semanais. As horas que excedem esse período devem ser pagas com acréscimo de no mínimo 50%. Horas de sobre aviso – matéria controvertida nos tribunais – uma das correntes vem adotando 1/3 sobre as horas normais1. 1 Enunciado do TST Nº 229 Sobreaviso. Eletricitários - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 Por aplicação analógica do art. 244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são remuneradas à base de 1/3 sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Histórico: Redação original - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 Nº 229 Por aplicação analógica do art. 244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são remuneradas à razão de 1/3 do salário normal. 7 Descanso Semanal Remunerado – DSR ou RSR O trabalhador tem direito a um dia de descanso remunerado a cada semana trabalhada ( preferencialmente no domingo). Sua remuneração é condicionada à freqüência integral na semana (exceções faltas por: luto; casamento; doação de sangue) Férias: Períodos de Aquisição e Concessivo: “As férias anuais remuneradas prestam-se para o descanso e a recuperação física e mental do empregado”. A cada 12 meses de vigência do contrato de trabalho se perfaz o período aquisitivo. Após esse período inicia-se o período concessivo que também é de 12 meses, sendo que não o concedendo o empregador fica obrigado ao pagamento em dobro do valor das férias. Período de Férias: Dias de férias Faltas (não justificadas) 30 até 5 24 6 a 14 18 15 a 23 12 24 a 32 0 Acima de 32 Perda do Direito às Férias: - mais de 32 faltas injustificada; - licença remunerada por mais de 30 dias; - paralisação da empresa por mais de 30 dias - afastamento por acidente ou doença por mais de 6 meses Férias Coletivas: 8 Podem ser concedidas desde que comunicado o Ministério do Trabalho e o Sindicato. Remuneração nas Férias: A remuneração deve ser igual a da data da concessão, inclusive com o acréscimo de horas extras + adicionais noturnos + insalubridade ou periculosidade + média das gorjetas. Aviso Prévio: É a concessão de 30 dias para o desligamento do funcionário da empresa, e integra o contrato de trabalho para todos os efeitos (prazo). Não ocorre nos casos de dispensapor justa causa. Não concessão do aviso prévio = indenização Ocorre a redução na jornada – ou 2 hs. ou 7 dias. Prescrição 9 Consolidação das Leis do Trabalho IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL Todo trabalhador tem direito de ser registrado como empregado. O registro é feito na carteira profissional pelo empregador, e as anotações devem ser iguais às que constam da ficha de registro de empregado. As carteiras profissionais são emitidas pelo Ministério do Trabalho, conforme modelo oficial. Na carteira profissional serão feitas as anotações relativas ao contrato de trabalho: nome e endereço do empregador, sua principal atividade, função que o empregado irá exercer, salário, data de admissão e demissão, férias, reajustes salariais, contribuição sindical, alterações de funções, etc. Nela NÃO podem ser feitas anotações que possam prejudicar o empregado, como, por exemplo, o motivo da demissão. DURAÇÃO DO TRABALHO A jornada normal de trabalho diária é de 8 horas, não podendo passar de 44 horas por semana.Sempre deve existir um intervalo mínimo de uma hora para refeições.Entre uma jornada e outra, deve haver um intervalo de, no mínimo, 11 horas.Todo trabalhador tem direito a um descanso semanal de 24 horas consecutivas, aos domingos de preferência.Se o empregado trabalhar mais do que 8 horas por dia, terá o direito de receber as horas suplementares com acréscimo de, no mínimo, 50%.Tem direito ao adicional noturno, se trabalhar no período da noite (das 22 às 5 horas). SALÁRIO MÍNIMO Ninguém pode ganhar menos de um salário mínimo, R$ 130,00, e quem estabelece o valor do mínimo é o Governo Federal. FÉRIAS Depois de um ano de trabalho, o empregado tem direito a 30 dias de férias, desde que não tenha mais de 5 faltas. Os dias de férias serão reduzidos a 24, 18 e 12, se ocorrerem mais de 6, 15 e 24 faltas não justificadas, durante o ano.As férias são remuneradas, correspondendo a um salário, mais um terço desse valor. Será de valor proporcional ao número de dias de férias.Se o empregado quiser, ele poderá gozar 20 dias de férias e receber os outros 10 em dinheiro.A época das férias 10 será determinada pelo patrão, dentro dos 12 meses seguintes ao dia do vencimento delas.Se o empregado, com mais de um ano de serviço, for despedido sem justa causa terá direito às férias proporcionais (1/12 avos por mês de trabalho). SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO Toda empresa tem a obrigação de zelar pela saúde e pela integridade física do trabalhador. Para isso, deverá colocar dispositivos de segurança nas máquinas e nos locais de trabalho, dando, ainda, equipamentos individuais de proteção, para evitar acidentes do trabalho e doenças profissionais. As empresas com mais de 50 empregados são obrigadas a constituir Comissões Internas de Prevenção de Acidentes — CIPAs, formadas com trabalhadores indicados pelo empregador e eleitos pelos empregados. Estes têm garantia de emprego, até um ano depois de vencido o mandato. INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE Os empregados que trabalham em ambiente insalubre ou perigoso têm direito de receber adicionais. O primeiro poderá ser de 10, 20 ou 40% do salário mínimo, conforme o grau de insalubridade, e o segundo corresponderá a 30% do salário-base. Serviço Insalubre é aquele em que o empregado trabalha com certos produtos (graxa, sabão, soda cáustica, solventes, etc), ou em lugares que possam ser prejudiciais à saúde (hospitais, locais muito úmidos, câmaras frigoríficas, fornos, coleta de lixo, etc), sem o uso de equipamentos de proteção individual, ou com o uso de equipamentos inadequados. Serviço Perigoso é aquele em que o empregado lida com inflamáveis (frentista de posto de gasolina, por exemplo), explosivos, eletricidade, radioatividade ou radiologia. NORMAS ESPECIAIS PARA ALGUMAS CATEGORIAS Bancários - Estes trabalhadores têm direito à jornada de seis horas de trabalho e, se exercerem cargo de confiança, passarão a trabalhar oito horas, recebendo uma gratificação de função não inferior a 55% do salário-base, por força de dissídio coletivo. Outras categorias, como, por exemplo, a dos ferroviários, marítimos, estivadores, portuários, trabalhadores em frigoríficos, mineradores, jornalistas, professores, químicos, dentre outras, têm normas próprias. NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO 11 Na CLT, há normas que regulam a proporcionalidade de empregados brasileiros e de estrangeiros nas empresas. NORMAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO DO TRABALHO O legislador estabeleceu regras próprias de proteção do trabalho da mulher e do menor. Este só pode trabalhar a partir dos 14 anos e, particularmente, pode receber educação profissional. CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO O contrato de trabalho pode ser escrito ou estabelecido verbalmente, mas deve ser sempre registrado na carteira profissional e na ficha de empregado.O contrato indicará qual o local de trabalho, a função, a remuneração (por mês, por dia, por hora, por tarefa ou por comissão). Depois da Constituição de 1988, todos os empregados têm direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.Na lei, há artigos e dispositivos que regulam as alterações que podem ser feitas no contrato de trabalho, a sua suspensão e/ou interrupção.Geralmente, a prestação de serviços se inicia por meio de um contrato de experiência, cujo prazo não pode ser maior do que 90 dias. Às vezes, o prazo pode ser de 30 dias, prorrogado por mais 30, ou de 45 dias, prorrogado por mais 45. Depois do período de experiência, o contrato de trabalho passa a ser por prazo indeterminado. Recentemente, para atender aos interesses das empresas e pretendendo encontrar uma solução para o problema dos empregos, o governo federal promulgou lei (nº 9.601) permitindo a contratação temporária de trabalhadores por tempo limitado (até 18 meses), reduzindo, em parte, os direitos dos contratados. Para sair do emprego, o empregado pode pedir demissão, dando o aviso prévio de 30 dias. Se o patrão quiser despedir o empregado, deverá dar, também, o aviso prévio de 30 dias. Quando a iniciativa da demissão é do empregador, ele deverá pagar ao empregado os direitos devidos pela demissão imotivada, isto é, deverá dar o aviso prévio (ou indenizá-lo), o saldo de salários, o 13º salário, as férias e mais multa de 40% sobre o saldo da conta vinculada do FGTS. Além disso, deverá liberar os depósitos do FGTS, entregando, também, os documentos relativos ao seguro-desemprego.Se o patrão pagar o aviso prévio em dinheiro, tem a obrigação de liquidar as outras verbas acima no prazo de 10 dias. Se o aviso prévio for gozado, o pagamento deverá ser feito no primeiro dia útil seguinte ao do término do aviso. Muitas vezes, a demissão do empregado pode ser determinada pela prática de alguma falta cometida pelo trabalhador, considerada grave, conforme está previsto no artigo 482, da CLT. Nesse caso, o empregado só recebe o saldo dos salários e as férias 12 vencidas.Da mesma forma, se o patrão cometer alguma infração legal, prevista no artigo 483, da Consolidação, o empregado poderá pedir a rescisão indireta do contrato de trabalho, e, aí, o patrão será obrigado a pagar todos os seus direitos.Em alguns casos, o empregado não pode ser despedido, a não ser depois de um certo prazo. É a chamada estabilidade provisória.Exemplos: A mulher grávida tem direito ao emprego desde a concepção até cinco meses depois do nascimento do filho.O dirigente sindical, desde sua inscrição na chapa para concorrer à eleição até um ano depois de terminado o mandato.O trabalhador eleito para a CIPA, desde a inscrição para a eleição até um ano depois de vencido o mandato.O trabalhador acidentado, que recebeu auxílio-doença acidentário do INSS, até umano depois da data da alta. O empregado eleito para cargo de direção de cooperativas, desde a data da inscrição, como candidato, até um ano depois de vencido o prazo do mandato. ORGANIZAÇÃO SINDICAL Uma das conquistas dos trabalhadores é, sem dúvida, o direito à organização sindical. No nosso país, de acordo com a Constituição, os sindicatos devem ser organizados por categoria profissional (ou econômica, se dos empregadores), e só pode existir um sindicato da mesma categoria por município ou conjunto de municípios. É a chamada unicidade sindical. Depois de 1988, a nova Constituição deu ao trabalhador o direito de se organizar livremente, não mais podendo haver a interferência do governo nos sindicatos. Com os sindicatos, os trabalhadores conseguiram muitos direitos, principalmente as categorias mais unidas e fortes. Porém há muito para se aperfeiçoar, porque os trabalhadores ainda não se conscientizaram da importância do sindicato e, também, porque dele não participam ativamente. É preciso estar presente às assembléias e usar o direito de voto para melhorar os sindicatos. É preciso ser cidadão. Por meio dos sindicatos, os trabalhadores discutem com os empregadores, representados pelos seus sindicatos também, todas as condições do contrato de trabalho, acertando cláusulas de natureza econômica e jurídica que terão validade por um determinado prazo. São os chamados dissídios coletivos ou convenções coletivas. Há um movimento forte para implantar um novo relacionamento entre empregados e empregadores por meio do Contrato Coletivo de Trabalho. 13 JUSTIÇA DO TRABALHO Quando surge uma pendência entre o empregado e o patrão, e ela não pode ser resolvida amigavelmente, diretamente pelo trabalhador ou por meio do seu sindicato, resta o caminho da Justiça para resolver a questão.No ordenamento jurídico do Brasil, os casos relativos às relações de trabalho devem ser resolvidos na Justiça do Trabalho.A Justiça do Trabalho está organizada da seguinte forma:Nos municípios, os processos devem ser propostos nas Juntas de Conciliação e Julgamento, ou, quando não existirem Juntas, perante o Juiz de Direito (no caso de São Paulo, a jurisdição das Juntas abrange todo o Estado). Em Osasco, temos três Juntas e uma Secretaria de Execuções Integrada. As Juntas são formadas por três juízes, sendo um togado (isto é, bacharel em direito que prestou concurso) e dois representantes das categorias profissional e econômica. São chamados de Juízes Classistas porque representam os trabalhadores e os empregadores. São indicados pelos sindicatos, em assembléias, e nomeados, por prazo determinado, pela Justiça do Trabalho. Os processos são julgados pelas Juntas de Conciliação, que dão uma sentença. Quem não estiver conformado com o resultado, pode recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho (existe um tribunal em cada Estado da Federação). Em São Paulo, são dois os tribunais: o 2º, que tem jurisdição na Capital e na Grande São Paulo, e o 15º, que atende o interior do Estado.Os Tribunais Regionais são organizados em turmas, cada uma com cinco juízes, sendo três togados (isto é, concursados) e dois classistas. Conforme a quantidade de processos, assim será o número de juízes. No caso da Capital, há 8 turmas, cada uma com 5 juízes.Julgados os processos pelo Tribunal, sempre que a discussão seja sobre o tema jurídico, pode haver recurso (chamado de revista) para o Tribunal Superior do Trabalho, que fica em Brasília.Depois de julgado em última instância, o processo volta para a Junta de origem para ser executado, se o empregado teve ganho de causa.Aí, é preciso fazer os cálculos, discutir o valor que é devido, e, depois de homologado o cálculo, o patrão é chamado a pagar o que deve. Se não pagar, será feita a penhora, e o bem penhorado será levado à praça e a leilão. Pago o valor devido, está encerrado o processo.A Justiça do Trabalho, hoje, está muito morosa porque há muitos processos sendo abertos, e, conforme o caso, um processo pode demorar anos para ser resolvido. O TRABALHO DO MENOR Nos dias atuais, em que as necessidades familiares são cada vez maiores, muitos menores têm de partir em busca de trabalho, com o objetivo principal de ajudar no orçamento familiar.Para os menores 14 que são obrigados a enfrentar o duro mercado de trabalho, a lei criou proteção especial para evitar que o mau patrão cometa abusos e os explore de maneira irracional, a exemplo do que aconteceu na época da Revolução Industrial, quando crianças de 6 anos de idade eram obrigadas a trabalhar até 15 horas diárias, sem que tivessem tempo de se alimentar suficientemente ou freqüentar escolas. Essas crianças se transformavam em verdadeiros zumbis em razão do excesso de trabalho, muitas dormiam em cima de máquinas, provocando assim inúmeros acidentes.No Brasil, uma das principais proteções ao trabalho do menor está prevista na Constituição Federal, em forma de proibição, ou seja, a Lei Maior proíbe qualquer trabalho de menores de 14 anos, salvo se for na condição de aprendiz.Essa mesma regra constitucional também não permite que o menor trabalhe em ambientes perigosos ou insalubres, buscando-se com isso evitar a exposição a doenças e riscos de acidentes. Não permite, ainda, a Lei Trabalhista (CLT), que o menor faça horas-extras, ou desempenhe trabalho noturno ( trabalho entre 22 e 5 horas na zona urbana; na zona rural, entre 21 e 5 horas e entre 20 e 4 horas, na pecuária).Existem alguns ambientes impróprios para menores; são locais inadequados à sua formação moral, como boates, cassinos, cabarés, dancings... ou também estabelecimentos que se dedicam à venda de bebidas alcoólicas, como bares, casa de batidas e demais lugares que podem levar o adolescente ao vício.Outra norma constitucional (muito desrespeitada pelos patrões) é a que proíbe diferenças salariais entre o trabalhador menor e o maior. Essa distinção salarial não existe; se o menor desempenha a mesma função do empregado maior, tem direito a receber salário igual.O empregador também é obrigado a garantir o acesso do trabalhador menor à escola e deve, portanto, conceder-lhe o tempo que for necessário para a freqüência às aulas. Ao empregado menor não é permitido fazer contratos com o patrão, modificar as regras desses contratos, assinar pedido de demissão, ou quitação final das verbas rescisórias sem o acompanhamento do responsável legal. Esse menor trabalhador só tem a liberdade para assinar o recibo de pagamento de salários (holerite), e a finalidade disso é evitar que ele seja enganado pelo empregador em razão de sua pouca idade. Como ficou demonstrado, o que a lei busca é preservar a saúde, a moral, a dignidade e outros valores inerentes ao adolescente, isso porque o menor trabalhador de hoje terá amanhã uma grande responsabilidade, que é a de conduzir o desenvolvimento da nação. O texto Consolidação das leis do trabalho foi retirado da cartilha do projeto OAB vai à escola – disponível em: http://www2.oabsp.org.br/asp/cartilha/leis_do_trabalho.asp - acesso em 02/09/07. 15 Acidentes do Trabalho 1. O Brasil é o campeão mundial em ACIDENTES DE TRABALHO (e muitos deles nem sequer são comunicados e, por isso, deixam de fazer parte das estatísticas). 2. Apesar de ocorrerem ACIDENTES nas mais variadas situações, como em casa, no trânsito, ou mesmo na própria escola, nem todo acidente pode ser entendido como acidente do trabalho. 3. O acidente do trabalho é definido como aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão e perturbação funcional da vítima, determinando a morte, perda ou redução de capacidade para o trabalho, de forma permanente ou temporária. 4. O acidentado tem direito a um SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO, previstona própria Constituição Federal e em várias leis, custeado pelas empresas e gerenciado pelo INSS. 5. O benefício acidentário pode ser: a) AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO (durante o afastamento, em tratamento médico); b) AUXÍLIO-ACIDENTE (devido se as seqüelas do acidente forem parciais e permanentes, que exijam, pelo menos, MAIOR ESFORÇO para o desempenho do trabalho); c) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ACIDENTÁRIA (no caso das seqüelas que incapacitem total e permanentemente o acidentado para o trabalho). 6. Existem, de acordo com a lei, quatro espécies de EQUIPARAÇÃO ao acidente do trabalho: a) doença profissional; b) acidente ou doença ligada ao trabalho (que embora não provocados diretamente pelo trabalho, com ele tem relação=CONCAUSA). Por exemplo, ofensa física intencional no local de trabalho; c) doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade (por exemplo, um empregado que executa manutenção de elevador de hospital e fica doente pela infecção hospitalar); d) acidente sofrido FORA do local de trabalho: - na execução de ordem ou serviço a mando da empresa; - em viagem a serviço da empresa; - in itinere (deslocamento no itinerário-percurso de casa para o trabalho e vice-versa; 16 7. Em resumo, o acidente do trabalho é aquele que ocorre no local do trabalho durante o desempenho da função (acidente típico), ou que ocorre no percurso (de ida ou volta) do trabalho, ou ocorre por doenças profissionais, que provoquem lesões temporárias ou permanentes. Enfim, é acidente do trabalho quando houver liame (relação) com o trabalho. 8. É importante que o acidente seja SEMPRE comunicado ao empregador e ao INSS (através de CAT— Comunicação de Acidente do Trabalho). No caso de não ser emitida a CAT, o acidente pode ser provado por testemunhas. 9. Convém ser ressaltado que o acidentado do trabalho, sempre que houver CULPA ou INTENÇÃO (dolo) do empregador ou do causador do acidente, pode pedir judicialmente uma indenização por perdas e danos materiais e morais (ação de responsabilidade civil); 10. Em caso de dúvida, consulte SEMPRE a CIPA — COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES — e o serviço da empresa onde trabalha, além do seu Sindicato. O texto Acidentes do trabalho foi retirado da cartilha do projeto OAB vai à escola – disponível em: http://www2.oabsp.org.br/asp/cartilha/acidentes_do_trabalho.asp - acesso em 02/09/07. Questões 18 - A definição a seguir transcrita refere-se especificamente a qual figura de nosso universo laborativo: “Pessoa física que presta serviços contínuos ao empregador, sob a subordinação deste e mediante pagamento de salário.” (art. 3º da C.L.T.) a ) empregado; b ) empresário; c ) executivo; d ) auxiliar-geral; e ) Todas estão corretas
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