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Engenharia no Direito

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Direito Trabalhista 
 
Noções gerais 
 
Contrato Individual de Trabalho 
 
Características: a) subordinação 
 b) pessoalidade 
 c) não-eventualidade (habitualidade) 
 d) salário (remuneração) 
 
Forma: a) expresso (escrito ou verbal) 
 b) tácito (ex vigia de rua) 
 
Prazo: Via de regra é indeterminado, sendo exceções: 
 a) serviços de natureza transitória (ex.: vendedores 
no natal) 
 b) atividade empresarial de caráter transitório 
 c) contrato de experiência (máximo de 90 dias – 
prorrogável por uma única vez – ex.: 30+60; 
60+30; 45+45) 
 
Procedimento para contratação: 
- CTPS (48 hs. ou 30 dias) 
- Registro no livro 
- Exame médico 
 
 
Sujeitos do Contrato de Trabalho 
 
Empregador: é a pessoa natural ou jurídica que assume a atividade 
econômica. 
(se equiparam ao empregador = profissionais liberais, instituições 
beneficentes, outras entidades sem fins lucrativos, família e a massa 
falida). 
Grupo de empresas = solidariedade (ex.: bancos que possuem 
seguradoras) 
Sucessão de empresas 
Responsabilidade do sócio 
 
Empregado: pessoa física (natural) 
 
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 pessoalidade 
 não-eventualidade (continuidade) 
 subordinação 
 remuneração 
Tipos de Trabalhadores: 
a) aprendiz: pessoa entre 14 e 18 anos + curso profissionalizante; 
b) eventual: ex.: jardineiro, “chapa”, se for constante transforma-
se em empregado; 
c) autônomo: trabalha por conta própria sem subordinação; 
d) avulso: a relação se perfaz entre o sindicato e a empresa que 
se utiliza do serviço, e não diretamente com o 
empregado (ex.: estivadores); 
e) empreiteiro: não é subordinado vez que o trabalho e de resultado; 
f) temporário: relação entre empresa que contrata o temporário e a 
empresa que toma o serviço; 
g) doméstico: serviços de natureza não econômica; 
h) domicilio: trabalha na própria casa e não na empresa (ex.: 
costureira, bordadeira); 
i) rural: atividade agrícola; 
j) terceirizado 
l) cooperado 
m) estagiário: pressupõe a figura do estagiário + instituição de 
ensino + empresa. 
 
Alterações no Contrato de Trabalho: 
Em regra só podem ocorrer se em benefício do 
empregado. 
Alterações de função por: 
a) recondução ao cargo anterior quando cessada a condição de cargo 
de confiança. 
b) recondução ao cargo anterior para substituição eventual. 
c) readaptação em razão de deficiência física ou mental. 
(não pode ocorrer como rebaixamento jamais). 
 
Alteração do horário: 
a) mudança de horário dentro do mesmo turno; 
b) suspensão das horas noturnas; 
c) mudança de turno noturno para diurno. 
 
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Transferência de local: possível com acréscimo de 25% sobre o 
salário. 
 
 
SALÁRIO 
É o pagamento realizado diretamente pelo empregador ao 
empregado, sendo então diferente da remuneração, vez que essa 
engloba as parcelas recebidas que não são pagas pelo empregador – é 
o caso da gorjeta. 
Só para esclarecer as verbas indenizatórias são pagas com base na 
remuneração, ao passo que o aviso prévio é pago com base no 
salário. 
Salário ................................... pagamento direto do empregador 
Remuneração ........................ salário + gorjetas 
 
Obs.: 
Não integram o salário – indenizações; pagamento de natureza 
previdenciária; direitos intelectuais; participação nos lucros; 
gratificações não habituais. 
 
Sistema de Pagamento 
1) por tempo: Observa-se o computo das horas e 
minutos que o empregado está a 
disposição do empregador, não se 
observando o resultado do trabalho 
(mensalista, horista). 
 
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2) por produção: Calcula-se apenas o resultado obtido 
pelo trabalho , não levando em conta 
o tempo trabalhado (observado o 
salário mínimo). 
3) por tarefa: valor fixado por cumprimento da 
tarefa. 
 
Formas de Pagamento (art. 458 CLT) 
Via de regra deve ser feito em dinheiro até o 5° dia útil do mês 
subseqüente, sempre mediante recibo. 
Pode ser pago parte em utilidade (que não seja obrigatório ao 
exercício da função), no máximo na seguinte proporção: 
70% - utilidade 
30% - dinheiro. 
 
Proteção ao Salário 
1) Irredutibilidade em regra é irredutível – pode ser 
reduzido por acordo ou convenção 
coletiva. 
2) Inalterabilidade tanto na forma como no modo de 
pagamento – podendo apenas 
ocorrer sem prejuízo ao empregado. 
3) Desconto só podem ocorrer os previsto em lei, 
 
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a saber: 
a) adiantamento; 
b) falta injustificada; 
c) reparação por danos dolosos; 
d) reparação por danos culposos, caso haja previsão contratual; 
e) contribuições previdenciárias e sindicais; 
f) imposto de renda; 
g) multa criminal; 
h) dívidas do Sistema Financeiro da Habitação; 
i) falta de cumprimento de aviso prévio; 
j) estorno de comissão já paga; 
k) dividas com a previdência social – valores pagos 
indevidamente; 
l) adiantamento do 13° nos caso de rescisão antes de 12 meses. 
 
Isonomia salarial 
Depende dos seguintes fatores: 
a) mesma função; 
b) mesmo empregador; 
c) mesma localidade; 
d) diferença de tempo na função não superior a 2 anos; 
e) mesma produtividade; 
f) mesma perfeição técnica. 
 
 
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Impenhorabilidade: exceção prestação alimentícia 
 
Hora extra: 
Geralmente a jornada de trabalho é de 8 horas diária = 44 horas 
semanais. 
As horas que excedem esse período devem ser pagas com 
acréscimo de no mínimo 50%. 
Horas de sobre aviso – matéria controvertida nos tribunais – uma 
das correntes vem adotando 1/3 sobre as horas normais1. 
 
1 Enunciado do TST 
Nº 229 Sobreaviso. Eletricitários - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 
21.11.2003 
Por aplicação analógica do art. 244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos 
eletricitários são remuneradas à base de 1/3 sobre a totalidade das parcelas de 
natureza salarial. 
 
Histórico: 
Redação original - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 
Nº 229 Por aplicação analógica do art. 244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos 
eletricitários são remuneradas à razão de 1/3 do salário normal. 
 
 
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Descanso Semanal Remunerado – DSR ou RSR 
 
O trabalhador tem direito a um dia de descanso 
remunerado a cada semana trabalhada ( preferencialmente no 
domingo). 
 
Sua remuneração é condicionada à freqüência integral na 
semana (exceções faltas por: luto; casamento; doação de sangue) 
 
 
Férias: 
Períodos de Aquisição e Concessivo: 
“As férias anuais remuneradas prestam-se para o descanso 
e a recuperação física e mental do empregado”. 
 
A cada 12 meses de vigência do contrato de trabalho se 
perfaz o período aquisitivo. 
Após esse período inicia-se o período concessivo que 
também é de 12 meses, sendo que não o concedendo o empregador 
fica obrigado ao pagamento em dobro do valor das férias. 
 
Período de Férias: 
 
Dias de férias Faltas (não justificadas) 
30 até 5 
24 6 a 14 
18 15 a 23 
12 24 a 32 
0 Acima de 32 
 
Perda do Direito às Férias: 
- mais de 32 faltas injustificada; 
- licença remunerada por mais de 30 dias; 
- paralisação da empresa por mais de 30 dias 
- afastamento por acidente ou doença por mais de 6 
meses 
 
Férias Coletivas: 
 
 8 
Podem ser concedidas desde que comunicado o Ministério 
do Trabalho e o Sindicato. 
Remuneração nas Férias: 
A remuneração deve ser igual a da data da concessão, 
inclusive com o acréscimo de horas extras + adicionais noturnos + 
insalubridade ou periculosidade + média das gorjetas. 
 
Aviso Prévio: 
 
É a concessão de 30 dias para o desligamento do 
funcionário da empresa, e integra o contrato de trabalho para todos os 
efeitos (prazo). 
 
Não ocorre nos casos de dispensapor justa causa. 
 
Não concessão do aviso prévio = indenização 
 
Ocorre a redução na jornada – ou 2 hs. ou 7 dias. 
 
Prescrição 
 
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Consolidação das Leis do Trabalho 
 
IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL 
Todo trabalhador tem direito de ser registrado como empregado. O 
registro é feito na carteira profissional pelo empregador, e as 
anotações devem ser iguais às que constam da ficha de registro de 
empregado. 
As carteiras profissionais são emitidas pelo Ministério do Trabalho, 
conforme modelo oficial. 
Na carteira profissional serão feitas as anotações relativas ao contrato 
de trabalho: nome e endereço do empregador, sua principal atividade, 
função que o empregado irá exercer, salário, data de admissão e 
demissão, férias, reajustes salariais, contribuição sindical, alterações 
de funções, etc. 
Nela NÃO podem ser feitas anotações que possam prejudicar o 
empregado, como, por exemplo, o motivo da demissão. 
DURAÇÃO DO TRABALHO 
A jornada normal de trabalho diária é de 8 horas, não podendo passar 
de 44 horas por semana.Sempre deve existir um intervalo mínimo de 
uma hora para refeições.Entre uma jornada e outra, deve haver um 
intervalo de, no mínimo, 11 horas.Todo trabalhador tem direito a um 
descanso semanal de 24 horas consecutivas, aos domingos de 
preferência.Se o empregado trabalhar mais do que 8 horas por dia, terá 
o direito de receber as horas suplementares com acréscimo de, no 
mínimo, 50%.Tem direito ao adicional noturno, se trabalhar no 
período da noite (das 22 às 5 horas). 
SALÁRIO MÍNIMO 
Ninguém pode ganhar menos de um salário mínimo, R$ 130,00, e 
quem estabelece o valor do mínimo é o Governo Federal. 
FÉRIAS 
Depois de um ano de trabalho, o empregado tem direito a 30 dias de 
férias, desde que não tenha mais de 5 faltas. Os dias de férias serão 
reduzidos a 24, 18 e 12, se ocorrerem mais de 6, 15 e 24 faltas não 
justificadas, durante o ano.As férias são remuneradas, correspondendo 
a um salário, mais um terço desse valor. Será de valor proporcional ao 
número de dias de férias.Se o empregado quiser, ele poderá gozar 20 
dias de férias e receber os outros 10 em dinheiro.A época das férias 
 
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será determinada pelo patrão, dentro dos 12 meses seguintes ao dia do 
vencimento delas.Se o empregado, com mais de um ano de serviço, 
for despedido sem justa causa terá direito às férias proporcionais (1/12 
avos por mês de trabalho). 
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO 
Toda empresa tem a obrigação de zelar pela saúde e pela integridade 
física do trabalhador. Para isso, deverá colocar dispositivos de 
segurança nas máquinas e nos locais de trabalho, dando, ainda, 
equipamentos individuais de proteção, para evitar acidentes do 
trabalho e doenças profissionais. 
As empresas com mais de 50 empregados são obrigadas a constituir 
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes — CIPAs, formadas 
com trabalhadores indicados pelo empregador e eleitos pelos 
empregados. Estes têm garantia de emprego, até um ano depois de 
vencido o mandato. 
INSALUBRIDADE / PERICULOSIDADE 
Os empregados que trabalham em ambiente insalubre ou perigoso têm 
direito de receber adicionais. O primeiro poderá ser de 10, 20 ou 40% 
do salário mínimo, conforme o grau de insalubridade, e o segundo 
corresponderá a 30% do salário-base. 
 Serviço Insalubre é aquele em que o empregado trabalha com 
certos produtos (graxa, sabão, soda cáustica, solventes, etc), 
ou em lugares que possam ser prejudiciais à saúde (hospitais, 
locais muito úmidos, câmaras frigoríficas, fornos, coleta de 
lixo, etc), sem o uso de equipamentos de proteção individual, 
ou com o uso de equipamentos inadequados. 
 Serviço Perigoso é aquele em que o empregado lida com 
inflamáveis (frentista de posto de gasolina, por exemplo), 
explosivos, eletricidade, radioatividade ou radiologia. 
 
NORMAS ESPECIAIS PARA ALGUMAS CATEGORIAS 
Bancários - Estes trabalhadores têm direito à jornada de seis horas de 
trabalho e, se exercerem cargo de confiança, passarão a trabalhar oito 
horas, recebendo uma gratificação de função não inferior a 55% do 
salário-base, por força de dissídio coletivo. 
Outras categorias, como, por exemplo, a dos ferroviários, marítimos, 
estivadores, portuários, trabalhadores em frigoríficos, mineradores, 
jornalistas, professores, químicos, dentre outras, têm normas próprias. 
NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO 
 
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Na CLT, há normas que regulam a proporcionalidade de empregados 
brasileiros e de estrangeiros nas empresas. 
NORMAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO DO TRABALHO 
O legislador estabeleceu regras próprias de proteção do trabalho da 
mulher e do menor. Este só pode trabalhar a partir dos 14 anos e, 
particularmente, pode receber educação profissional. 
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO 
O contrato de trabalho pode ser escrito ou estabelecido verbalmente, 
mas deve ser sempre registrado na carteira profissional e na ficha de 
empregado.O contrato indicará qual o local de trabalho, a função, a 
remuneração (por mês, por dia, por hora, por tarefa ou por comissão). 
Depois da Constituição de 1988, todos os empregados têm direito ao 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.Na lei, há artigos e 
dispositivos que regulam as alterações que podem ser feitas no 
contrato de trabalho, a sua suspensão e/ou interrupção.Geralmente, a 
prestação de serviços se inicia por meio de um contrato de 
experiência, cujo prazo não pode ser maior do que 90 dias. Às vezes, o 
prazo pode ser de 30 dias, prorrogado por mais 30, ou de 45 dias, 
prorrogado por mais 45. 
Depois do período de experiência, o contrato de trabalho passa a ser 
por prazo indeterminado. 
Recentemente, para atender aos interesses das empresas e pretendendo 
encontrar uma solução para o problema dos empregos, o governo 
federal promulgou lei (nº 9.601) permitindo a contratação temporária 
de trabalhadores por tempo limitado (até 18 meses), reduzindo, em 
parte, os direitos dos contratados. 
Para sair do emprego, o empregado pode pedir demissão, dando o 
aviso prévio de 30 dias. Se o patrão quiser despedir o empregado, 
deverá dar, também, o aviso prévio de 30 dias. 
Quando a iniciativa da demissão é do empregador, ele deverá pagar ao 
empregado os direitos devidos pela demissão imotivada, isto é, deverá 
dar o aviso prévio (ou indenizá-lo), o saldo de salários, o 13º salário, 
as férias e mais multa de 40% sobre o saldo da conta vinculada do 
FGTS. Além disso, deverá liberar os depósitos do FGTS, entregando, 
também, os documentos relativos ao seguro-desemprego.Se o patrão 
pagar o aviso prévio em dinheiro, tem a obrigação de liquidar as 
outras verbas acima no prazo de 10 dias. Se o aviso prévio for gozado, 
o pagamento deverá ser feito no primeiro dia útil seguinte ao do 
término do aviso. Muitas vezes, a demissão do empregado pode ser 
determinada pela prática de alguma falta cometida pelo trabalhador, 
considerada grave, conforme está previsto no artigo 482, da CLT. 
Nesse caso, o empregado só recebe o saldo dos salários e as férias 
 
 12 
vencidas.Da mesma forma, se o patrão cometer alguma infração legal, 
prevista no artigo 483, da Consolidação, o empregado poderá pedir a 
rescisão indireta do contrato de trabalho, e, aí, o patrão será obrigado a 
pagar todos os seus direitos.Em alguns casos, o empregado não pode 
ser despedido, a não ser depois de um certo prazo. É a chamada 
estabilidade provisória.Exemplos: 
A mulher grávida tem direito ao emprego desde a concepção até 
cinco meses depois do nascimento do filho.O dirigente sindical, 
desde sua inscrição na chapa para concorrer à eleição até um ano 
depois de terminado o mandato.O trabalhador eleito para a CIPA, 
desde a inscrição para a eleição até um ano depois de vencido o 
mandato.O trabalhador acidentado, que recebeu auxílio-doença 
acidentário do INSS, até umano depois da data da alta. 
O empregado eleito para cargo de direção de cooperativas, desde a 
data da inscrição, como candidato, até um ano depois de vencido o 
prazo do mandato. 
ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
Uma das conquistas dos trabalhadores é, sem dúvida, o direito à 
organização sindical. 
No nosso país, de acordo com a Constituição, os sindicatos devem ser 
organizados por categoria profissional (ou econômica, se dos 
empregadores), e só pode existir um sindicato da mesma categoria por 
município ou conjunto de municípios. É a chamada unicidade sindical. 
Depois de 1988, a nova Constituição deu ao trabalhador o direito de se 
organizar livremente, não mais podendo haver a interferência do 
governo nos sindicatos. 
Com os sindicatos, os trabalhadores conseguiram muitos direitos, 
principalmente as categorias mais unidas e fortes. Porém há muito 
para se aperfeiçoar, porque os trabalhadores ainda não se 
conscientizaram da importância do sindicato e, também, porque dele 
não participam ativamente. É preciso estar presente às assembléias e 
usar o direito de voto para melhorar os sindicatos. É preciso ser 
cidadão. 
Por meio dos sindicatos, os trabalhadores discutem com os 
empregadores, representados pelos seus sindicatos também, todas as 
condições do contrato de trabalho, acertando cláusulas de natureza 
econômica e jurídica que terão validade por um determinado prazo. 
São os chamados dissídios coletivos ou convenções coletivas. Há um 
movimento forte para implantar um novo relacionamento entre 
empregados e empregadores por meio do Contrato Coletivo de 
Trabalho. 
 
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JUSTIÇA DO TRABALHO 
Quando surge uma pendência entre o empregado e o patrão, e ela não 
pode ser resolvida amigavelmente, diretamente pelo trabalhador ou 
por meio do seu sindicato, resta o caminho da Justiça para resolver a 
questão.No ordenamento jurídico do Brasil, os casos relativos às 
relações de trabalho devem ser resolvidos na Justiça do Trabalho.A 
Justiça do Trabalho está organizada da seguinte forma:Nos 
municípios, os processos devem ser propostos nas Juntas de 
Conciliação e Julgamento, ou, quando não existirem Juntas, perante o 
Juiz de Direito (no caso de São Paulo, a jurisdição das Juntas abrange 
todo o Estado). 
Em Osasco, temos três Juntas e uma Secretaria de Execuções 
Integrada. 
As Juntas são formadas por três juízes, sendo um togado (isto é, 
bacharel em direito que prestou concurso) e dois representantes das 
categorias profissional e econômica. São chamados de Juízes 
Classistas porque representam os trabalhadores e os empregadores. 
São indicados pelos sindicatos, em assembléias, e nomeados, por 
prazo determinado, pela Justiça do Trabalho. 
Os processos são julgados pelas Juntas de Conciliação, que dão uma 
sentença. Quem não estiver conformado com o resultado, pode 
recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho (existe um tribunal em 
cada Estado da Federação). Em São Paulo, são dois os tribunais: o 2º, 
que tem jurisdição na Capital e na Grande São Paulo, e o 15º, que 
atende o interior do Estado.Os Tribunais Regionais são organizados 
em turmas, cada uma com cinco juízes, sendo três togados (isto é, 
concursados) e dois classistas. Conforme a quantidade de processos, 
assim será o número de juízes. No caso da Capital, há 8 turmas, cada 
uma com 5 juízes.Julgados os processos pelo Tribunal, sempre que a 
discussão seja sobre o tema jurídico, pode haver recurso (chamado de 
revista) para o Tribunal Superior do Trabalho, que fica em 
Brasília.Depois de julgado em última instância, o processo volta para 
a Junta de origem para ser executado, se o empregado teve ganho de 
causa.Aí, é preciso fazer os cálculos, discutir o valor que é devido, e, 
depois de homologado o cálculo, o patrão é chamado a pagar o que 
deve. Se não pagar, será feita a penhora, e o bem penhorado será 
levado à praça e a leilão. Pago o valor devido, está encerrado o 
processo.A Justiça do Trabalho, hoje, está muito morosa porque há 
muitos processos sendo abertos, e, conforme o caso, um processo 
pode demorar anos para ser resolvido. 
O TRABALHO DO MENOR 
Nos dias atuais, em que as necessidades familiares são cada vez 
maiores, muitos menores têm de partir em busca de trabalho, com o 
objetivo principal de ajudar no orçamento familiar.Para os menores 
 
 14 
que são obrigados a enfrentar o duro mercado de trabalho, a lei criou 
proteção especial para evitar que o mau patrão cometa abusos e os 
explore de maneira irracional, a exemplo do que aconteceu na época 
da Revolução Industrial, quando crianças de 6 anos de idade eram 
obrigadas a trabalhar até 15 horas diárias, sem que tivessem tempo de 
se alimentar suficientemente ou freqüentar escolas. Essas crianças se 
transformavam em verdadeiros zumbis em razão do excesso de 
trabalho, muitas dormiam em cima de máquinas, provocando assim 
inúmeros acidentes.No Brasil, uma das principais proteções ao 
trabalho do menor está prevista na Constituição Federal, em forma de 
proibição, ou seja, a Lei Maior proíbe qualquer trabalho de menores 
de 14 anos, salvo se for na condição de aprendiz.Essa mesma regra 
constitucional também não permite que o menor trabalhe em 
ambientes perigosos ou insalubres, buscando-se com isso evitar a 
exposição a doenças e riscos de acidentes. Não permite, ainda, a Lei 
Trabalhista (CLT), que o menor faça horas-extras, ou desempenhe 
trabalho noturno ( trabalho entre 22 e 5 horas na zona urbana; na zona 
rural, entre 21 e 5 horas e entre 20 e 4 horas, na pecuária).Existem 
alguns ambientes impróprios para menores; são locais inadequados à 
sua formação moral, como boates, cassinos, cabarés, dancings... ou 
também estabelecimentos que se dedicam à venda de bebidas 
alcoólicas, como bares, casa de batidas e demais lugares que podem 
levar o adolescente ao vício.Outra norma constitucional (muito 
desrespeitada pelos patrões) é a que proíbe diferenças salariais entre o 
trabalhador menor e o maior. Essa distinção salarial não existe; se o 
menor desempenha a mesma função do empregado maior, tem direito 
a receber salário igual.O empregador também é obrigado a garantir o 
acesso do trabalhador menor à escola e deve, portanto, conceder-lhe o 
tempo que for necessário para a freqüência às aulas. 
Ao empregado menor não é permitido fazer contratos com o patrão, 
modificar as regras desses contratos, assinar pedido de demissão, ou 
quitação final das verbas rescisórias sem o acompanhamento do 
responsável legal. 
Esse menor trabalhador só tem a liberdade para assinar o recibo de 
pagamento de salários (holerite), e a finalidade disso é evitar que ele 
seja enganado pelo empregador em razão de sua pouca idade. 
Como ficou demonstrado, o que a lei busca é preservar a saúde, a 
moral, a dignidade e outros valores inerentes ao adolescente, isso 
porque o menor trabalhador de hoje terá amanhã uma grande 
responsabilidade, que é a de conduzir o desenvolvimento da nação. 
 
O texto Consolidação das leis do trabalho foi retirado da cartilha do 
projeto OAB vai à escola – disponível em: 
http://www2.oabsp.org.br/asp/cartilha/leis_do_trabalho.asp - acesso 
em 02/09/07. 
 
 
 15 
Acidentes do Trabalho 
1. O Brasil é o campeão mundial em ACIDENTES DE 
TRABALHO (e muitos deles nem sequer são comunicados e, por isso, 
deixam de fazer parte das estatísticas). 
2. Apesar de ocorrerem ACIDENTES nas mais variadas 
situações, como em casa, no trânsito, ou mesmo na própria escola, 
nem todo acidente pode ser entendido como acidente do trabalho. 
3. O acidente do trabalho é definido como aquele que 
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando 
lesão e perturbação funcional da vítima, determinando a morte, perda 
ou redução de capacidade para o trabalho, de forma permanente ou 
temporária. 
4. O acidentado tem direito a um SEGURO DE 
ACIDENTE DO TRABALHO, previstona própria Constituição 
Federal e em várias leis, custeado pelas empresas e gerenciado pelo 
INSS. 
5. O benefício acidentário pode ser: 
a) AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO (durante o 
afastamento, em tratamento médico); 
b) AUXÍLIO-ACIDENTE (devido se as seqüelas do 
acidente forem parciais e permanentes, que exijam, pelo 
menos, MAIOR ESFORÇO para o desempenho do 
trabalho); 
c) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
ACIDENTÁRIA (no caso das seqüelas que incapacitem 
total e permanentemente o acidentado para o trabalho). 
6. Existem, de acordo com a lei, quatro espécies de 
EQUIPARAÇÃO ao acidente do trabalho: 
a) doença profissional; 
b) acidente ou doença ligada ao trabalho (que embora não 
provocados diretamente pelo trabalho, com ele tem 
relação=CONCAUSA). Por exemplo, ofensa física 
intencional no local de trabalho; 
c) doença proveniente de contaminação acidental do 
empregado no exercício de sua atividade (por exemplo, 
um empregado que executa manutenção de elevador de 
hospital e fica doente pela infecção hospitalar); 
d) acidente sofrido FORA do local de trabalho: 
- na execução de ordem ou serviço a mando da empresa; 
- em viagem a serviço da empresa; 
- in itinere (deslocamento no itinerário-percurso de casa 
para o trabalho e vice-versa; 
 
 16 
7. Em resumo, o acidente do trabalho é aquele que ocorre 
no local do trabalho durante o desempenho da função (acidente 
típico), ou que ocorre no percurso (de ida ou volta) do trabalho, ou 
ocorre por doenças profissionais, que provoquem lesões temporárias 
ou permanentes. Enfim, é acidente do trabalho quando houver liame 
(relação) com o trabalho. 
8. É importante que o acidente seja SEMPRE comunicado 
ao empregador e ao INSS (através de CAT— Comunicação de 
Acidente do Trabalho). No caso de não ser emitida a CAT, o acidente 
pode ser provado por testemunhas. 
9. Convém ser ressaltado que o acidentado do trabalho, 
sempre que houver CULPA ou INTENÇÃO (dolo) do empregador ou 
do causador do acidente, pode pedir judicialmente uma indenização 
por perdas e danos materiais e morais (ação de responsabilidade civil); 
10. Em caso de dúvida, consulte SEMPRE a CIPA — 
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES — e o 
serviço da empresa onde trabalha, além do seu Sindicato. 
 
O texto Acidentes do trabalho foi retirado da cartilha do projeto OAB 
vai à escola – disponível em: 
http://www2.oabsp.org.br/asp/cartilha/acidentes_do_trabalho.asp - 
acesso em 02/09/07. 
 
 
 
 
 
Questões 
 
18 - A definição a seguir transcrita refere-se especificamente a qual figura de 
nosso universo laborativo: 
“Pessoa física que presta serviços contínuos ao empregador, sob a 
subordinação deste e mediante pagamento de salário.” (art. 3º da C.L.T.) 
a ) empregado; 
b ) empresário; 
c ) executivo; 
d ) auxiliar-geral; 
e ) Todas estão corretas

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