Buscar

Aula 09 Extra 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
 
 
 
 
Aula-extra 2 
(Simulados) 
 
Olá, pessoal! 
 Seguem duas provas comentadas da Polícia Federal, para que vocês 
possam ter uma noção geral sobre tudo o que vimos em nossas aulas. 
 Agradeço por sua participação em nosso curso! 
 Grande abraço a todos!!!! 
 
PROVA 1 
 
Agente da Polícia Federal / 2009 / nível superior 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 Nossos projetos de vida dependem muito do 
futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um 
país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma 
nação se constrói. E constrói-se no meio de 
embates muito intensos — e, às vezes, até 
violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses 
distintos e conflitantes. 
 Para muitos, os carros de luxo que trafegam 
pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones 
celulares não constituem indicadores de 
modernidade. 
 Modernidade seria assegurar a todos os 
habitantes do país um padrão de vida compatível 
com o pleno exercício dos direitos democráticos. 
Por isso, dão mais valor a um modelo de 
desenvolvimento que assegure a toda a população 
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte 
coletivo, bibliotecas, parques públicos. 
Modernidade, para os que pensam assim, é 
sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e 
democrática da justiça; são instituições públicas 
sólidas e eficazes; é o controle nacional das 
decisões econômicas. 
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: 
Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 
(com adaptações). 
Considerando a argumentação do texto acima bem como as estruturas 
linguísticas nele utilizadas, julgue os itens a seguir. 
 
Português p/ Polícia Federal 
(teoria e questões comentadas) 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
2
1. Na linha 2, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar 
em que ou onde em lugar de “no qual”. 
 
Comentário: O verbo “vivemos”, na oração subordinada adjetiva restritiva 
“no qual vivemos”, é intransitivo. O seu sujeito está oculto (nós) e “no qual” é 
o adjunto adverbial de lugar (vivemos em um país). Esse pronome relativo 
pode ser substituído por em que, então também pode ser substituído por 
onde. Note que isso só foi possível porque o pronome relativo está cumprindo 
a função sintática de adjunto adverbial de lugar. 
Gabarito: C 
 
2. Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” 
(ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a 
todos os seus cidadãos. 
 
Comentário: A afirmativa da questão (o futuro de um país seria “obra do 
acaso” (ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida 
democrático a todos os seus cidadãos) induz o leitor a interpretar que, como o 
futuro de um país não é obra do acaso, então a modernidade assegura um 
padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. Mas não é isso que o 
texto informa. Nas linhas 2 e 3, é dito que o futuro de um país não é obra do 
acaso. Nas linhas 13 a 15, é feita uma hipótese: “Modernidade seria 
assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o 
pleno exercício dos direitos democráticos”. O verbo “seria” marca a hipótese; 
por isso a afirmativa é errada. 
Gabarito: E 
 
3. Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, como 
o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio 
de embates muito intensos” (ℓ. 3 a 5), poder-se-ia unir as ideias em um só 
período sintático — Uma nação se constrói no meio de embates —, o 
que preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade 
de sua argumentação. 
 
Comentário: A estrutura “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de 
embates muito intensos...” utiliza o recurso da redundância para reforçar o 
argumento da construção de uma nação. A expressão “muito intensos” 
problematiza ainda mais os embates. O que se pede nesta questão é a 
retirada de “E constrói-se” e “muito intensas”, algo perfeitamente claro e 
gramaticalmente correto. Mas a intenção anterior de reforçar e intensificar os 
argumentos deixa de existir, mas não compromete a coerência do texto. Por 
isso, está correta. 
Gabarito: C 
 
4. Se o terceiro parágrafo do texto constituísse o corpo de um documento 
oficial, como um relatório ou parecer, por exemplo, seria necessário 
preservar o paralelismo entre as ideias a respeito de “Modernidade” (ℓ. 13, 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
3
20), por meio da conjugação do verbo ser, nas linhas 13 e 20, no mesmo 
tempo verbal. 
 
Comentário: Deve-se observar que não é obrigatório o uso de paralelismo 
em corpo de texto de um documento oficial. Cada verbo (“seria”, “é”) marca 
um princípio diferente para a “modernidade”. O verbo “seria” mantém uma 
suposição, hipótese da modernidade. Não há relação paralela entre este verbo 
e “é”. O segundo verbo sinaliza uma convicção das pessoas que pensam de 
acordo com aquela suposição. Por isso cada verbo deve preservar seu tempo 
distinto. 
Gabarito: E 
 
5. O trecho “os que pensam assim” (ℓ. 20) retoma, por coesão, o referente de 
“muitos” (ℓ. 9), bem como o sujeito implícito da oração “dão mais valor a 
um modelo de desenvolvimento” (ℓ. 16,17). 
 
Comentário: A redação do item deixa bem claro o que se busca avaliar: 
obviamente não é a classificação dos tipos de sujeito previstos na gramática, 
mas o encadeamento coesivo de expressões que remetem ao mesmo 
referente. Assim, o sintagma oracional “os que pensam assim” (linha 20) 
retoma, por coesão, o referente de “muitos” (linha 9), bem como o sujeito 
implícito da oração “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (linhas 
16 e 17). A progressão textual, como se vê, vai atribuindo ao mesmo 
referente um pensamento mais crítico sobre sociedade e modernidade. 
Gabarito: C 
 
6. O emprego do sinal de ponto e vírgula, no último período sintático do texto, 
apresenta a dupla função de deixar claras as relações sintático-semânticas 
marcadas por vírgulas dentro do período e deixar subentender 
“Modernidade” (20) como o sujeito de “é sistema” (20,21), “são 
instituições” (ℓ. 22) e “é o controle” (ℓ. 23). 
 
Comentário: O ponto e vírgula sinaliza, por motivo de clareza, uma divisão 
de estruturas maiores e com vírgulas internas. Por isso é utilizado no último 
período do texto. Veja o esquema abaixo: 
“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário 
eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições 
públicas sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões 
econômicas.” 
As orações em negrito são formadas por predicados nominais. Perceba 
que, na primeira oração, há duas estruturas adverbiais separadas por vírgulas 
(“para os que pensam assim”) e (“com aplicação rápida e democrática da 
justiça”). Essas vírgulas são chamadas internas, pois fazem parte apenas de 
um termo da enumeração (a primeira oração coordenada). Para evitar que o 
leitor se confunda, é lícito separar os outros elementos enumerados (no caso, 
as outras duas orações coordenadas) por ponto e vírgula. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
4
 Pelas setas vistas acima, podemos observar que o sujeito explícito e 
subentendido dos predicados nominais é “Modernidade”. Observe que essesubstantivo está no singular e naturalmente leva seus verbos para o singular; 
porém um deles está no plural (“são”). Isso ocorre porque o verbo “ser” tem 
concordância peculiar. Quando esse verbo se encontra entre dois substantivos 
(um é o sujeito e o outro, predicativo) e um deles está no plural, a tendência 
natural é o verbo concordar no plural, não importando se é sujeito ou 
predicativo. Por isso está correta a afirmativa de que “Modernidade” é o 
sujeito de todos esses verbos. 
Gabarito: C 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 Na verdade, o que hoje definimos como 
democracia só foi possível em sociedades de tipo 
capitalista, mas não necessariamente de 
mercado. De modo geral, a democratização das 
sociedades impõe limites ao mercado, assim 
como desigualdades sociais em geral não 
contribuem para a fixação de uma tradição 
democrática. Penso que temos de refletir um 
pouco a respeito do que significa democracia. 
Para mim, não se trata de um regime com 
características fixas, mas de um processo que, 
apesar de constituir formas institucionais, não se 
esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo 
Espinosa e imaginar a democracia como uma 
potencialidade do social, que, se de um lado 
exige a criação de formas e de configurações 
legais e institucionais, por outro não permite 
parar. A democratização no século XX não se 
limitou à extensão de direitos políticos e civis. O 
tema da igualdade atravessou, com maior ou 
menor força, as chamadas sociedades ocidentais. 
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista 
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 
Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto 
acima, julgue os itens seguintes. 
 
7. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período 
sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de 
“De modo geral” (ℓ. 4). 
 
Comentário: A expressão Desse modo denotaria no texto uma conclusão 
com base no que foi dito anteriormente. E isso não aconteceu no texto. Na 
realidade, a expressão “De modo geral” amplia a ideia anterior por meio de 
uma explicação, não de uma conclusão. Por isso a questão está errada. 
Gabarito: E 
 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
5
8. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se optar pela 
determinação do substantivo “respeito” (ℓ. 9), juntando-se o artigo 
definido à preposição “a”, escrevendo-se ao respeito. 
 
Comentário: Não se preserva a correção gramatical e a coerência textual ao 
optar pela determinação do substantivo “respeito”, pois se trata de uso 
adverbial da expressão (a respeito) e a determinação pelo artigo definido não 
é possível. 
Gabarito: E 
 
9. Na linha 10, a flexão de singular em “não se trata” deve-se ao emprego do 
singular em “um regime”. 
 
Comentário: Verifique que o pronome “se” é índice de indeterminação do 
sujeito, pois se liga a verbo transitivo indireto “trata”. Logo, “de um regime” é 
objeto indireto. Como já sabemos, esse termo é complemento e não faz com 
que o verbo concorde com ele. Resumindo, sempre que tivermos um índice de 
indeterminação do sujeito, obrigatoriamente o verbo fica na terceira pessoa 
do singular. 
Gabarito: E 
 
10. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as 
instituições como as únicas “características fixas” (ℓ. 11) aceitáveis de 
“democracia” (ℓ. 2 e 9). 
 
Comentário: Não há base discursiva para afirmar que se depreenda da 
argumentação do texto que o autor considera as instituições como as 
ÚNICAS “características fixas” aceitáveis de “democracia”. Para ele, como o 
desenvolvimento da argumentação deixa claro, nunca há características fixas: 
“não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo” 
(linha 11). E, “apesar de constituir formas institucionais”, essas não precisam, 
de acordo com a concepção, ser fixas. Nada no texto remete à aceitabilidade 
de que as instituições sejam fixas na democracia. 
Gabarito: E 
 
11. Pela acepção usada no texto, o emprego da forma verbal pronominal “se 
limitou” (ℓ. 18,19) exige a presença da preposição a no complemento 
verbal; a substituição pela forma não-pronominal — não limitou a 
extensão —, sem uso da preposição, preservaria a correção gramatical, 
mas mudaria o efeito da ideia de “democratização” (ℓ. 18). 
 
Comentário: Para entendermos melhor a questão, é importante transcrever 
o excerto: 
A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos 
políticos e civis. 
O verbo “limitou” é transitivo direto e indireto, “se” é pronome 
apassivador e o sujeito paciente é “democratização”. O objeto indireto “à 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
6
extensão de direitos políticos e civis” obrigatoriamente recebe a preposição 
“a”. Perceba, assim, que no texto original “democratização” é paciente, quer 
dizer: A democratização não é limitada à extensão de direitos políticos e civis. 
(O agente da passiva está indeterminado). 
 Se o verbo perder o pronome, naturalmente mudará a estrutura 
sintática e consequentemente o sentido, pois o verbo será apenas transitivo 
direto, e isso fará com que haja a perda da preposição. Assim: 
A democratização no século XX não limitou a extensão de direitos 
políticos e civis. 
Nesse caso, a “democratização” seria agente de "não limitou". A 
mudança na transitividade do verbo provoca alteração nas relações 
semânticas. Na primeira construção, a democratização é limitada; na 
segunda, é ela que limita. Assim, a alteração provocada redireciona a 
argumentação, mas respeita as normas gramaticais. Por isso a questão está 
correta. 
Gabarito: C 
 
12. Em textos de normatização mais rígida do que o texto jornalístico, como 
os textos de documentos oficiais, a contração de preposição com artigo, 
com em “da igualdade” (ℓ. 20), deve ser desfeita, devendo-se escrever de 
a igualdade, para que o sujeito da oração seja claramente identificado. 
 
Comentário: Esta questão cobra do candidato o uso da contração de 
preposição com artigo. Essa contração é utilizada quando há termo 
complementar de verbo (Eu pensei no assunto) ou nome (Pensamento no 
assunto), bem como adjunto adnominal (Livro do aluno). A banca quis induzir 
o candidato a interpretar a contração diante de sujeito (aceita numa 
linguagem mais aberta), mas deve ser evitada no discurso formal (Está na 
hora de o aluno estudar). Deve-se evitar Está na hora do aluno estudar. 
 Mas no texto “da igualdade” é apenas um adjunto adnominal, por isso 
obrigatoriamente haverá contração. 
Gabarito: E 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 A visão do sujeito indivíduo — indivisível — 
pressupõe um caráter singular, único, racional 
e pensante em cada um de nós. Mas não há 
como pensar que existimos previamente a 
nossas relações sociais: nós nos fazemos em 
teias e tensões relacionais que conformarão 
nossas capacidades, de acordo com a 
sociedade em que vivemos. A sociologia 
trabalha com a concepção dessa relação entre o 
que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que 
propõe é: como nos fazemos e nos refazemos 
em nossas relações com as instituições e nas 
relações que estabelecemos com os outros? 
Não há, assim, uma visão de homem como uma 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
7
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
unidade fechada em si mesma, como Homo 
clausus. Estaríamos envolvidos, 
constantemente, em tramas complexas de 
internalização do “exterior” e, também, de 
rejeiçãoou negociação próprias e singulares do 
“exterior”. As experiências que o homem vai 
adquirindo na relação com os outros são as que 
determinarão as suas aptidões, os seus gostos, 
as suas formas de agir. 
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação 
& psicologia. In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com 
adaptações). 
 
Julgue os seguintes itens, a respeito das estruturas linguísticas e do 
desenvolvimento argumentativo do texto acima. 
 
13. Ao ligar dois períodos sintáticos, o conectivo “Mas” (ℓ. 3) introduz a 
oposição entre a ideia de um sujeito único e indivisível e a ideia de um 
sujeito moldado por teias de relações sociais. 
 
Comentário: A conjunção “Mas” realmente liga opostos: o primeiro e o 
segundo período do texto. O primeiro período é resumido pelo sujeito 
indivisível, e o segundo é resumido pelo ser humano com capacidades 
conformadas pelas teias relacionais. 
Gabarito: C 
 
14. A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a 
nossas relações sociais” (ℓ. 4,5) preservaria a correção gramatical e a 
coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”. 
 
Comentário: A inserção do sinal indicativo de crase diante de “nossas 
relações sociais” estaria errada gramaticalmente, pois há crase quando se 
juntam preposição “a” e artigo “a”. No caso desta questão, não há artigo, mas 
apenas preposição, haja vista que o substantivo “relações” está no plural e o 
vocábulo “a” está no singular, por isso o “a” é preposição. 
A banca pediu nesta questão sua observação de que não é sempre que 
temos crase facultativa diante de pronome possessivo. Esse é um caso que 
devemos observar. 
 Se houvesse artigo, a crase seria obrigatória: 
previamente às nossas relações sociais 
 Como não há artigo, não há crase: 
previamente a nossas relações sociais 
 Somente se o substantivo estivesse no singular, haveria crase 
facultativa: 
previamente à nossa relação social ou previamente a nossa relação social 
Gabarito: E 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
8
 
15. Na linha 5, para se evitar a sequência “nós nos”, o pronome átono poderia 
ser colocado depois da forma verbal “fazemos”, sem que a correção 
gramatical do trecho fosse prejudicada, prescindindo-se de outras 
alterações gráficas. 
 
Comentário: Esta questão cobra seu conhecimento de colocação pronominal, 
além do significado do verbo prescindir. Aquilo que é imprescindível é algo 
muito necessário, então aquilo que prescinde é algo desnecessário. 
 Na sequência “nós nos fazemos”, pode-se evitar a proximidade dos 
pronomes (ressalte-se que não se quer dizer que esteja errado). O erro da 
questão está em dizer que não se necessita (prescindindo-se) de outras 
alterações gráficas; essas alterações são obrigatórias (retirada do “s” e 
inserção do hífen), ficando da seguinte forma: nós fazemo-nos. Perceba que 
o pronome “nós” não é palavra atrativa; logo, a ênclise é aceita. 
Gabarito: E 
 
16. O emprego do sinal de dois-pontos, na linha 11, anuncia que uma 
consequência do que foi dito é explicitar a pergunta proposta pela 
sociologia. 
 
Comentário: Nesta questão, é importante observarmos o excerto: 
A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é “meu” 
e o que é “nosso”. A pergunta que propõe é: como nos fazemos e nos 
refazemos em nossas relações com as instituições e nas relações que 
estabelecemos com os outros? 
O emprego do sinal de dois-pontos realmente anuncia que uma 
consequência do que foi dito é explicitada na pergunta proposta pela 
sociologia. Podemos confirmar esta interpretação ao inserirmos um conectivo 
de consequência no excerto: 
A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é 
“meu” e o que é “nosso”. Consequentemente, a pergunta que propõe é: 
como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações com as instituições e 
nas relações que estabelecemos com os outros? 
A explicitação da pergunta completa o pensamento do início da oração, 
cujo sujeito é textualmente subentendido “sociologia”. 
A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é 
“meu” e o que é “nosso”. A pergunta que a sociologia propõe é: como nos 
fazemos e nos refazemos em nossas relações com as instituições e nas 
relações que estabelecemos com os outros? 
 Assim, a afirmativa da questão está correta. 
Gabarito: C 
 
17. O emprego das aspas nos termos das linhas 10, 18 e 20 ressalta, no 
contexto, o valor significativo não usual desses termos. 
 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
9
Comentário: As aspas são usadas dentre vários motivos para destacar 
significados diferentes do usual, como termos técnicos com novo valor 
semântico. Assim, observa-se que “meu”, “nosso” e “exterior” são vocábulos 
que marcam, respectivamente, posse e parte de fora. Porém no texto não 
são esses os significados: “meu” significa individual, “nosso” significa 
coletividade e “exterior” significa aquilo que se absorve da interação 
com outros. Verifica-se que o conceito não atende ao senso comum do uso 
dos vocábulos. Por isso, essas palavras estão entre aspas. 
Gabarito: C 
 
18. O uso da forma verbal flexionada na primeira pessoa do plural 
“Estaríamos” (ℓ. 16) inclui autor e leitores no desenvolvimento da 
argumentação, de tal modo que seria coerente e gramaticalmente correto 
substituir “o homem vai adquirindo” (ℓ. 20, 21) por vamos adquirindo, 
no período seguinte. 
 
Comentário: A banca quis que você prestasse atenção quanto à estrutura 
sintática. A troca da terceira pessoa verbal (vai adquirindo) pela primeira do 
plural (vamos adquirindo) respeitaria a direção argumentativa e a relação 
semântica entre as ideias, pois com esse verbo o texto inclui autor e leitores 
como parte dos “homens”, “eles”, objeto da argumentação. A substituição, no 
entanto, só seria correta e coerente se os pronomes “suas”, “seus”, “suas”, 
que estabelecem a coesão, também fossem trocados pelos de primeira pessoa 
do plural. Veja: 
Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas complexas de 
internalização do “exterior” e, também, de rejeição ou negociação próprias e 
singulares do “exterior”. As experiências que o homem vai adquirindo na 
relação com os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus 
gostos, as suas formas de agir. 
Fazendo os ajustes de acordo com a gramaticalidade: 
 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas complexas de 
internalização do “exterior” e, também, de rejeição ou negociação próprias e 
singulares do “exterior”. As experiências que vamos adquirindo na relação 
com os outros são as que determinarão as nossas aptidões, os nossos 
gostos, as nossas formas de agir. 
Gabarito: E 
 
19. Na linha 19, a flexão de plural em “próprias e singulares” estabelece 
relações de coesão tanto com “rejeição” quanto com “negociação” e indica 
que esses substantivos têm referentes distintos e não podem ser tomados 
como sinônimos. 
 
Comentário: Primeiro deve-se observar que “rejeição” e “negociação” não 
são sinônimos. A banca quis chamar a atenção quanto à concordância de um 
adjunto adnominal após núcleos compostos. A flexão de plural nesses 
adjetivos marca a incidência sobre mais de um termo. Assim, a conjunção 
“ou” alude à inclusão desses substantivos, além de entendermos que os 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
10
adjetivos “singulares” e “próprios” transmitem a ideia de unicidade, cada um 
sendo termo a parte. Portanto, esses termos não admitem a interpretação de 
que constituam um referenteúnico (sinônimo). 
Gabarito: C 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 O uso do espaço público nas grandes 
cidades é um desafio. Sobretudo porque algumas 
regras básicas de boa convivência não são 
respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um 
vagão do metrô com a multidão do lado de fora 
querendo entrar a qualquer preço, sem esperar e 
dar passagem aos demais usuários. Ou andar 
por ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e 
cheiro de urina. São situações que transformam 
o convívio urbano em uma experiência ruim. A 
saída é a educação. Convencidos disso, 
empresas e governos estão bombardeando a 
população com campanhas de conscientização 
— e multas, quando só as advertências não 
funcionarem. Independentemente da estratégia, 
o senso de urgência para uma mudança de 
comportamento na sociedade brasileira veio para 
ficar. 
 As iniciativas são louváveis. Caso a 
população, porém, se sinta apenas punida ou 
obrigada a uma atitude, e não parte da 
comunidade, os benefícios não se tornarão 
duradouros. 
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão. 
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações). 
 
A respeito da organização das estruturas linguísticas do texto acima e da 
redação de correspondências oficiais, julgue os itens subsequentes. 
 
20. Respeitam-se a coerência da argumentação do texto e a sua correção 
gramatical, se, em vez de se empregar “do espaço público” (ℓ. 1), no 
singular, esse termo for usado no plural: dos espaços públicos. 
 
Comentário: O efeito argumentativo pode ser alterado, mas não se incorre 
em desrespeito às regras gramaticais, nem se provoca incoerência textual se, 
em vez de se empregar “do espaço público”, no singular, esse termo for usado 
no plural: dos espaços públicos. As gramáticas validam o uso de palavras 
no singular para representar, genericamente, o conjunto. As relações 
semânticas estão, assim, preservadas. Como o termo não é núcleo do sujeito, 
o verbo não muda a concordância e a correção fica mantida. 
Gabarito: C 
 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
11
21. A fragmentação sintática de ideias coordenadas, decorrente do emprego 
do ponto final antes de “Sobretudo” (ℓ. 2), de “Ou” (ℓ. 7) e de “São 
situações” (ℓ. 9), que é admitida em textos jornalísticos, deve ser evitada, 
para facilitar a objetividade e a clareza, na redação de documentos 
oficiais. 
 
Comentário: Para entendermos melhor, é importante transcrever abaixo o 
excerto: 
O uso do espaço público nas grandes cidades é um desafio. 
Sobretudo porque algumas regras básicas de boa convivência não 
são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um vagão do metrô 
com a multidão do lado de fora querendo entrar a qualquer preço, 
sem esperar e dar passagem aos demais usuários. Ou andar por 
ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e cheiro de urina. 
São situações que transformam o convívio urbano em uma 
experiência ruim. 
Há fragmentação da estrutura básica do período. O enunciado 
explicativo subsequente a “sobretudo” (1) normalmente não viria separado do 
enunciado inicial por ponto final; mas, como são orações coordenadas, de 
certa forma independentes, há possibilidade de se empregar o ponto final. 
Além disso, as exemplificações (2) e (3) são sujeitos oracionais do segmento 
“São situações”; por isso não viriam, seguindo-se os preceitos gramaticais, 
separados por pontos finais. 
 Sabe-se que no estilo jornalístico, há certa flexibilidade na linguagem; 
por isso, admite-se tal fragmentação; mas esse recurso, de acordo com a 
norma culta formal, está incorreto e faz com que o texto perca objetividade e 
clareza. Por isso, o Manual de Redação da Presidência da República 
recomenda que se evite a fragmentação da estrutura sintática. 
Gabarito: C 
 
22. Na relação entre as ideias do texto, subentende-se ao imediatamente 
antes de “tentar” (ℓ. 4) e de “andar” (ℓ. 7); por isso, a inserção de ao 
nessas posições tornaria o texto mais claro, além de manter a sua 
correção gramatical. 
 
Comentário: Para responder a esta questão, deve-se recorrer à questão 
anterior: 
O uso do espaço público nas grandes cidades é um desafio. 
Sobretudo porque algumas regras básicas de boa convivência não 
são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um vagão do metrô 
com a multidão do lado de fora querendo entrar a qualquer preço, 
sem esperar e dar passagem aos demais usuários. Ou andar por 
ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e cheiro de urina. 
São situações que transformam o convívio urbano em uma 
experiência ruim. 
Já foi falado na questão anterior que o sujeito do predicado nominal 
1 
2 
 
3 
 
1 
2 
 
3 
 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
12
“São situações” são duas orações reduzidas de infinitivo: “tentar sair...” e 
“andar por ruas...”. Ora, o sujeito não recebe preposição e é justamente isso 
que a banca quis que o candidato visualizasse nesta estrutura; por isso não 
podem os verbos “tentar” ou “andar” receber preposição. 
 Se você ficou na dúvida sobre o verbo “São” estar no plural com sujeito 
oracional, veja o que foi dito na concordância do verbo “ser” na questão 6 
desta prova. É o mesmo motivo. 
Gabarito: E 
 
23. Na linha 14, a presença da conjunção “e” torna desnecessário o uso do 
travessão, que tem apenas a função de enfatizar a aplicação de “multas”; 
por isso, a retirada desse sinal de pontuação não prejudicaria a correção 
nem a coerência do texto. 
 
Comentário: Vamos entender com a transcrição do excerto abaixo. 
Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a 
população com campanhas de conscientização — e multas, quando só as 
advertências não funcionarem. 
A retirada do travessão provoca incoerência porque coloca não só 
“multas”, como também “campanhas de conscientização” como foco da 
condição de advertência. Veja como ficaria se retirássemos o travessão: 
Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a 
população com campanhas de conscientização e multas, quando só as 
advertências não funcionarem. 
 Você deve ter achado estranho esse travessão diante da conjunção “e”, 
tendo em vista que a conjunção aditiva normalmente não seria antecedida de 
uma pontuação. Mas essa pontuação pôde ocorrer neste contexto, assim como 
se poderia substituir por vírgula ou inserir parênteses no trecho “e multas, 
quando só as advertências não funcionarem”; pois essa estrutura é um 
comentário do autor, também chamada de expressão parentética. A retirada 
da pontuação antes do “e” deixaria de configurar o comentário do autor e 
seria simplesmente uma adição, o que mudaria o sentido, como afirmado 
acima. 
Gabarito: E 
 
24. A substituição de “Caso” (ℓ. 19) pela conjunção Se preservaria a correção 
gramatical da oração em que se insere, não demandaria outras 
modificações no trecho e respeitaria a função condicional dessa oração. 
 
Comentário: A substituição de “Caso” pela conjunção Se não preservaria a 
correção gramatical da oração em que se insere, pois demandaria outras 
modificações no trecho, apesar de respeitar a função condicional dessa 
oração. A conjunção “Se” constrói estrutura sintática com o futuro do 
subjuntivo (SENTIR), não com o presente do subjuntivo (SINTA), como faz 
“Caso”. O resultado da troca seria uma estrutura sintática em desacordo com 
as regras gramaticais da norma culta padrão. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
13
Gabarito: E 
 
Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a 
seguir.25. Documentos oficiais em forma de ofício, memorando, aviso e exposição de 
motivos têm em comum, entre outras características, a aposição da data 
de sua assinatura e emissão, que deve estar alinhada à direita, logo após 
a identificação do documento com o tipo, o número do expediente e a 
sigla do órgão que o emite. 
 
Comentário: De acordo com o MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA 
REPÚBLICA, documentos oficiais em forma de ofício, memorando, aviso e 
exposição de motivos têm em comum, entre outras características, a aposição 
da data de sua assinatura e emissão. A assinatura de um documento cria-lhe 
o momento do "nascimento", portanto de EMISSÃO. Além disso, a data deve 
estar alinhada à direita, logo após a identificação do documento - na qual 
constam o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que o emite. Ao 
contrário de relatórios e pareceres, que têm a data aposta ao final, antes da 
assinatura, esses documentos têm o local e a data de emissão antes do 
vocativo ou do corpo do documento, como nos exemplos a seguir: 
Ofício Memorando 
 
(...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
14
Aviso Exposição de Motivos 
 
Gabarito: C 
 
26. Desconsiderando-se as margens e os espaços adequados, respeitam as 
normas de redação de um documento oficial encaminhado por um chefe 
de seção a seu diretor o seguinte trecho, contendo o parágrafo final e 
fecho de um ofício. 
 
 (...) 
 4. Por fim, por oportuno informamos que as providências tomadas, e aqui 
mencionadas, também já são do conhecimento das partes envolvidas. 
Atenciosamente 
[assinatura] 
Pedro Álvares Cabral 
Chefe da seção de logística 
e distribuição de pessoal (SLDP). 
 
Comentário: Trata-se de avaliar a correta redação de um documento oficial 
em seus vários aspectos. Para autoridade de hierarquia superior, o fecho 
adequado é RESPEITOSAMENTE. Falta vírgula depois de “Atenciosamente”, 
assim como depois da expressão adverbial deslocada “por oportuno”, o que 
desrespeita as regras do português padrão culto. A expressão “por oportuno” 
é desnecessária e fere o critério de objetividade e concisão. Assim, mesmo se 
desconsiderando as margens e os espaços adequados, as normas de redação 
de um documento oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor 
estão desrespeitadas neste texto. 
A proposta correta seria (sem levar em conta o espaçamento): 
(...) 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
15
4. Por fim, informamos que as providências tomadas, e aqui 
mencionadas, também já são do conhecimento das partes envolvidas. 
Respeitosamente, 
[assinatura] 
Pedro Álvares Cabral 
Chefe da seção de logística e 
distribuição de pessoal (SLDP). 
Gabarito: E 
 
 
 
PROVA 2 
 
Delegado da Polícia Federal / 2004 / nível superior 
 
Texto I – itens de 1 a 5 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 O homem, como ser histórico, é o 
construtor da sociedade e o responsável pelo 
rumo que ela venha a tomar. Tornamo-nos seres 
humanos na dialética mesma da hominização, ao 
produzirmos e transformarmos coletivamente a 
cultura e nos construirmos como sujeitos. 
 A nossa cultura atual, eivada de violências 
físicas e simbólicas, tem levado os seres 
humanos à massificação, à desumanização e à 
autodestruição. Fazendo frente a essa crise, a 
Cultura da Paz surge como uma proposta da 
ONU que tem por objetivo conscientizar a todos 
— governos e sociedades civis — para que se 
unam em busca da superação da falência do 
nosso paradigma atual, conclamando para a 
construção de um novo modelo substitutivo, 
assentado em ações, valores e princípios 
calcados em uma nova ética social, no respeito à 
diversidade cultural e na diminuição das 
desigualdades e injustiças. 
Editorial. Revista da Faculdade de Educação do 
Estado da Bahia. Ano 10, n.º 14, jan./jun., 2001 
(com adaptações). 
 
Julgue os itens seguintes, acerca do texto acima. 
1. O aposto “como ser histórico” (ℓ.1) esclarece ou justifica as razões das 
características de homem que o período sintático apresenta a seguir. 
 
 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
16
Comentário: A expressão “como ser histórico” está entre vírgulas por ser 
aposto explicativo. Note que a palavra “como” pode ter vários valores 
(conjunção, pronome relativo, advérbio), mas neste caso cumpre o papel de 
preposição acidental, com o sentido de “na qualidade de”. Normalmente 
vemos o aposto explicativo sem preposição, mas ele pode, a depender de seu 
emprego, receber uma. Neste caso, houve mais clareza com o seu emprego. 
Ao dizer que o homem é um ser histórico, compreendemos que por isso é o 
construtor da sociedade, produtor e transformador da cultura. Afinal, é 
através da história que entendemos a transformação cultural e a evolução da 
sociedade. Por isso, a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
 
2. A ideia de hipótese que o emprego de “venha” (ℓ. 3) confere ao texto pode 
ser alternativamente expressa por porventura vem, sem prejuízo da 
argumentatividade e da correção gramatical do texto. 
 
Comentário: O advérbio “porventura” transmite valor semântico de dúvida. 
Por isso, o verbo em seguida deve estar no subjuntivo, pois esse é o modo 
verbal que transmite incerteza, dúvida. O verbo vem está no presente do 
indicativo, transmitindo certeza; assim, a substituição ficaria incoerente com o 
texto e com incorreção gramatical. 
Gabarito: E 
 
3. Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se substituir 
o aposto “eivada (...) simbólicas” (ℓ. 7-8) pela seguinte oração 
subordinada: de que foi infectada por violências físicas e simbólicas. 
 
Comentário: Para observarmos se a substituição preserva a correção 
gramatical e a coerência, vamos transcrever abaixo o trecho original e depois 
faremos a substituição: 
A nossa cultura atual, eivada de violências físicas e simbólicas, tem 
levado os seres humanos à massificação, à desumanização e à autodestruição. 
A expressão “eivada de violências físicas e simbólicas” não é aposto, 
mas sim oração subordinada adjetiva explicativa e se encontra reduzida de 
particípio, pois não possui pronome relativo. Essa oração adjetiva pode, então, 
receber o pronome relativo, sendo desenvolvida da seguinte forma: que está 
eivada de violências físicas e simbólicas. 
O pronome relativo “que” está na função de sujeito, por isso não pode 
receber preposição; “está eivada” é locução verbal passiva e recebe o agente 
da passiva “de violências físicas e simbólicas”. 
Na reconstrução, equivocadamente, o pronome relativo recebeu a 
preposição “de”. Daí o erro gramatical. 
A substituição da locução verbal por foi infectada não muda 
drasticamente o sentido, pois o particípio “eivada” é sinônimo de infectada, 
mas a mudança de verbo “está”, no presente do indicativo, para o verbo foi, 
no pretérito perfeito do indicativo, muda o emprego verbal. Porém, isso não 
implica incoerência no texto. O agente da passiva pode ser iniciado pela 
preposição por ou de, por isso a substituição está correta em por violências 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
17
físicas e simbólicas. 
 Assim, está errada a construção: 
A nossa cultura atual, de que foi infectada por violências físicas e 
simbólicas, tem levado os seres humanos à massificação, à desumanização e 
à autodestruição.Gabarito: E 
 
4. A inserção de uma vírgula logo depois de “ONU” (ℓ. 12) respeitaria as 
regras gramaticais, mas provocaria ambiguidade de interpretação sobre 
quem teria “por objetivo conscientizar” (ℓ.12). 
 
Comentário: O ponto chave da questão é saber qual substantivo é retomado 
pelo pronome relativo “que”. Na forma original, sem vírgula, entendemos que 
há presença de oração subordinada adjetiva restritiva. Assim, dentre as várias 
propostas da ONU, há restrição àquela que tem por objetivo conscientizar a 
todos — governos e sociedades civis — para que se unam em busca da 
superação da falência do nosso paradigma atual. Veja o esquema abaixo que 
confirma a explicação acima: 
“Fazendo frente a essa crise, a Cultura da Paz surge como uma 
proposta da ONU que tem por objetivo conscientizar a todos — governos e 
sociedades civis — para que se unam em busca da superação da falência do 
nosso paradigma atual...” 
 Ao ser inserida a vírgula, passamos a ter a oração subordinada adjetiva 
explicativa. Não há mais restrição, mas, sim, qualidade básica do substantivo 
que foi retomado pelo pronome “que”. Sabemos que a ONU é uma 
organização voltada à união dos povos, todos os seus programas são voltados 
para isso. Portanto, com a vírgula, poderíamos entender que é a ONU que 
“tem por objetivo conscientizar a todos (...) para que se unam em busca da 
superação da falência de nosso paradigma atual”; mas também poderíamos 
continuar entendendo que a Cultura da Paz é uma proposta da ONU e existe 
com o exclusivo objetivo de “conscientizar a todos para que se unam em 
busca da superação da falência do nosso paradigma atual”. 
“Fazendo frente a essa crise, a Cultura da Paz surge como uma 
proposta da ONU, que tem por objetivo conscientizar a todos — governos e 
sociedades civis — para que se unam em busca da superação da falência do 
nosso paradigma atual...” 
 Portanto, é correto afirmar que a inserção de uma vírgula logo depois de 
“ONU” respeitaria as regras gramaticais, mas provocaria ambiguidade de 
interpretação sobre quem teria “por objetivo conscientizar” (a “ONU” ou “uma 
proposta da ONU”: “a Cultura da Paz”?). 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
18
Gabarito: C 
 
5. As expressões “paradigma atual” (ℓ.15) e “novo modelo” (ℓ.16) 
correspondem a duas possibilidades diferentes de éticas sociais: a primeira 
leva à desumanização e à autodestruição; a segunda busca a superação da 
violência pela paz. 
 
Comentário: O texto é claro em duas possibilidades diferentes de éticas 
sociais, com as expressões “paradigma atual” e “novo modelo”. Entendemos 
que a primeira realmente leva à desumanização (que se encontra na linha 9) 
e à autodestruição (que se encontra na linha 10). Notamos que a segunda 
busca a superação da violência pela paz pelo próprio nome da proposta da 
ONU: “Cultura da Paz”. 
Gabarito: C 
 
Texto II – itens de 6 a 16 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 A polêmica sobre o porte de armas pela 
população não tem consenso nem mesmo dentro da 
esfera jurídica, na qual há vários entendimentos 
como: “o cidadão tem direito a reagir em legítima 
defesa e não pode ter cerceado seu acesso aos 
instrumentos de defesa”, ou “a utilização da força é 
direito exclusivo do Estado” ou “o armamento da 
população mostra que o Estado é incapaz de garantir 
a segurança pública”. Independente de quão caloroso 
seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais 
armas potencializam a ocorrência de crimes, 
sobretudo em um ambiente em que essas sejam 
obtidas por meios clandestinos. A partir daí, qualquer 
fato corriqueiro pode tornar-se letal. O porte de arma 
pelo cidadão pode dar uma falsa sensação de 
segurança, mas na realidade é o caminho mais curto 
para os registros de assaltos com morte de seu 
portador. 
Internet: <http://www.serasa.com.br/guiacontraviolencia>. 
Acesso em 28/9/2004 (com adaptações). 
A respeito do texto II, julgue os itens a seguir. 
6. Na linha 1, o emprego da preposição por, que rege “população”, 
estabelece a relação entre “porte” e “população”. 
 
Comentário: A banca queria que o candidato visualizasse que a preposição 
“por”, em contração com o artigo “a”, constituindo “pela”, inicia um adjunto 
adnominal (termo agente) do núcleo “porte”, e a expressão “de armas” é o 
complemento nominal (termo paciente). Podemos entender da seguinte 
forma: a população porta armas. Isso confirma sintaticamente o que se diz na 
questão: o emprego da preposição por, que rege “população”, estabelece a relação 
entre “porte” e “população”. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
19
 
 ... sobre o porte de armas pela população... 
 núcleo + compl nominal + adjunto adnominal 
Gabarito: C 
 
7. A retirada da expressão “nem mesmo” (ℓ. 2) preservaria a coerência e a 
correção gramatical do texto, mas enfraqueceria o argumento que mostra 
a fragilidade do consenso. 
 
Comentário: A expressão “nem mesmo” é denotativa de inclusão. O seu 
valor contextual é mostrar que até, inclusive (também palavras denotativas 
de inclusão) dentro da esfera jurídica, em que se esperava uma certeza a 
respeito do tema, não há essa convicção categórica. Essa expressão é 
utilizada para reforçar a polêmica em torno do porte de armas. Sua retirada 
não implica incorreção gramatical, nem incoerência. Na verdade, não haveria 
o reforço, com isso enfraqueceria o argumento que mostra a fragilidade do 
consenso, que é a própria esfera jurídica ter dúvida. 
Gabarito: C 
 
8. No período de que faz parte, o termo “Independente” (ℓ. 9) exerce a função 
de adjetivo e está no singular porque se refere a “debate” (ℓ. 10). 
 
Comentário: A palavra independente pode ser adjetivo, quando se liga a 
substantivo; com isso deve se flexionar de acordo com o substantivo a que se 
refere, por exemplo: 
Os Países pobres estão ficando independentes dos mais ricos aos poucos. 
Neste exemplo, criado pelo professor, “independentes” se liga a substantivo, 
por isso se flexiona. 
 O vocábulo “Independente”, na linha 9, é advérbio, transmitindo a 
circunstância de modo (Independentemente), porque se liga à oração “as 
estatísticas estão corretas”, e não a substantivo. Veja: 
Independente de quão caloroso seja o debate, as 
estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a 
ocorrência de crimes, sobretudo em um ambiente em que essas 
sejam obtidas por meios clandestinos. 
 Substituindo um advérbio por outro, teríamos: 
Independentemente de quão caloroso seja o debate, as 
estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a 
ocorrência de crimes, sobretudo em um ambiente em que essas 
sejam obtidas por meios clandestinos. 
Gabarito: E 
 
9. O emprego das aspas indica vozes que representam opiniões 
paradigmáticas a respeito do porte de armas. 
 
Comentário: A questão cobrou mais sobre o entendimento da expressão 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
20
“opiniões paradigmáticas” do que propriamente o uso das aspas; pois 
sabemos que as aspas indicam a citação, a fala, vozes de alguém. Assim, 
quanto à pontuação está correta a afirmativa. Resta saber se elas realmente 
representam as opiniões paradigmáticas a respeito do tema porte de armas. 
Segundo o Dicionário Aurélio, paradigma é: 
“Substantivo masculino. 1. Modelo, padrão, estalão: “D. Luís de Meneses 
.... parece constituir o paradigma da síntese ideal .... entre a coragem militar 
e o academismo cultural.” (Antônio José Saraiva e Óscar Lopes, História daLiteratura Portuguesa, pp. 455-456).” 
 Dessa forma, podemos interpretar que não são opiniões pessoais ali 
relatadas, mas opiniões tomadas de modelos, padrões legais, constitucionais, 
dogmáticos, doutrinários, a favor do porte de armas ou contra ele. Isso 
ratifica que a questão está correta. 
Gabarito: C 
 
10. De acordo com o desenvolvimento das ideias no texto, o advérbio “daí” (ℓ. 
13) marca o momento do debate. 
 
Comentário: O vocábulo “daí” pode, em determinados contextos, ser 
advérbio de tempo ou lugar; mas, no caso do texto, esse vocábulo encontra-
se junto a uma locução prepositiva (a partir de) que transmite uma conclusão 
com base em uma análise anteriormente dita (após uma consideração). Dessa 
forma, a afirmativa da questão está errada. 
Gabarito: E 
 
11. Pelo tema, impessoalidade e clareza, o texto poderia constituir parte de um 
documento oficial — como, por exemplo, um relatório ou um parecer —, 
mas o emprego das aspas lhe confere uma coloquialidade que o torna 
inadequado às normas da redação oficial. 
 
Comentário: O texto realmente transmite o tema com clareza e 
impessoalidade. Clareza, por não haver ambiguidade, nem considerações 
vagas; impessoalidade, por não expor opiniões particulares, mas se basear 
em argumentos estruturais. Este texto não se caracteriza como um “Relatório” 
ou “Parecer”; mas a banca afirmou que ele poderia fazer parte de um 
relatório ou parecer. Isso, sim, pode ser afirmado, pela objetividade e clareza 
no texto. 
 O erro está em afirmar que as aspas transmitem coloquialidade. Em 
outras circunstâncias, as aspas podem até transmitir coloquialidade, por 
exemplo ao retratar uma discussão entre pessoas, o falar de jovens; mas 
neste contexto as opiniões entre aspas sinalizam bases doutrinárias de 
pensamento. Por isso, pode ser utilizada em fundamento de um texto de 
correspondência oficial. 
Gabarito: E 
 
Os itens abaixo apresentam opiniões ou relatos acerca do porte de armas, 
extraídos e adaptados de publicações recentes da imprensa nacional. Julgue 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
21
cada item como certo se a ideia nele contida enfraquece o argumento 
defendido no texto II. 
 
12. O fácil acesso às armas deu um novo status aos pequenos delitos, que 
passaram a ser letais, além de aumentar consideravelmente o poderio da 
marginalidade frente ao dos policiais. 
 
Comentário: Da questão 12 à 16, ocorre o mesmo pedido: 
Julgue cada item como certo se a ideia nele contida enfraquece o argumento 
defendido no texto II. 
Para isso, temos que ter claro o argumento defendido no texto. 
Primeiro, observe que o tema é o porte de armas: 
“A polêmica sobre o porte de armas pela população não tem 
consenso nem mesmo dentro da esfera jurídica...” 
Agora, percebamos o argumento do autor: 
 “Independente de quão caloroso seja o debate, as estatísticas estão 
corretas: mais armas potencializam a ocorrência de crimes (...). O porte 
de arma é o caminho mais curto para os registros de assaltos com morte de 
seu portador. 
 Com base nisso e se lembrando de que a afirmativa correta deve ser 
aquela que vai contra o argumento do autor, podemos, então, resolver as 
questões de 12 a 16. 
 Levando-se em conta o argumento do autor de que “mais armas 
potencializam a ocorrência de crimes”, a frase “O fácil acesso às armas deu 
um novo status aos pequenos delitos, que passaram a ser letais, além de 
aumentar consideravelmente o poderio da marginalidade frente ao dos 
policiais.” confirma e potencializa a opinião do autor. 
 Como se deve marcar certo ao que enfraquece o argumento do autor, 
esta questão está errada. 
Gabarito: E 
 
13. Com o desarmamento civil, irá se conseguir apenas privar a população do 
seu legítimo direito à autodefesa, verdadeiro atentado a um princípio 
consagrado pela lei natural do homem. Vários países tentaram reduzir o 
nível de violência por meio do desarmamento da população, creditando às 
armas de fogo portadas pela sociedade civil a responsabilidade final pelo 
aumento do número de atentados contra a vida humana. Nada mais 
falacioso. 
 
Comentário: “Com o desarmamento civil, irá se conseguir apenas privar 
a população do seu legítimo direito à autodefesa, verdadeiro atentado a um 
princípio consagrado pela lei natural do homem. Vários países tentaram 
reduzir o nível de violência por meio do desarmamento da população, 
creditando às armas de fogo portadas pela sociedade civil a responsabilidade 
final pelo aumento do número de atentados contra a vida humana. Nada 
mais falacioso.” 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
22
 Note que esta estrutura afirma que a opinião análoga à do autor do 
texto (Vários países tentarem reduzir o número de armas para tentar 
reduzir o nível de violência) é uma falácia, isto é, uma falsidade, um 
engano. Isso nega a opinião do autor do texto, e enfraquece o argumento 
dele. Assim, esta questão está certa. 
Gabarito: C 
 
14. Embora as camadas de menor poder aquisitivo sejam mais afetadas pelos 
efeitos da violência, é claro que os jovens das classes A e B também não 
estão livres dessa ameaça. Na ânsia de dar um basta à situação, a maioria 
deles defende medidas como a redução da idade penal para menos de 18 
anos e a proibição de venda de armas. 
 
Comentário: “Embora as camadas de menor poder aquisitivo sejam mais 
afetadas pelos efeitos da violência, é claro que os jovens das classes A e B 
também não estão livres dessa ameaça. Na ânsia de dar um basta à situação, 
a maioria deles defende medidas como a redução da idade penal para menos 
de 18 anos e a proibição de venda de armas.” 
 A frase potencializa, confirma a opinião do autor, por defender a 
proibição de venda de armas; portanto a questão está errada. 
Gabarito: E 
 
15. Menos de duas horas depois da abertura de um posto de recolhimento de 
armas, às 9 h, a Polícia Federal já havia recebido 15 revólveres e três 
espingardas. Cada pessoa que devolvia uma arma ganhava uma rosa. 
 
Comentário: “Menos de duas horas depois da abertura de um posto de 
recolhimento de armas, às 9 h, a Polícia Federal já havia recebido 15 
revólveres e três espingardas. Cada pessoa que devolvia uma arma 
ganhava uma rosa.” 
 Esta afirmativa levanta fato que confirma o argumento do autor, no qual 
se entende “menos armas, menos violência”. Como não enfraquece a opinião 
do autor, está errada a afirmativa. 
Gabarito: E 
 
16. “A gente tem de refletir se a arma em casa serve para alguma coisa”, 
afirmou o chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal. “Onde os 
bandidos compraram essas armas? No mercado negro, que, por sua vez, 
roubou das pessoas de bem, porque nenhum ladrão jamais comprou arma 
em loja.” 
 
Comentário: “A gente tem de refletir se a arma em casa serve para 
alguma coisa”, afirmou o chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia 
Federal. “Onde os bandidos compraram essas armas? No mercado negro, que, 
por sua vez, roubou das pessoas de bem, porque nenhum ladrão jamais 
comprou arma em loja.” 
 A afirmativa corrobora a opinião do autor, pois se infere que, mesmo a 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
23
arma estando com pessoas de bem, é um problema, pois podem ser roubadas 
e alimentar o esquema da violência. Por isso a afirmativa não enfraquece a 
opinião do autor. 
Gabarito: E 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 O que importa para os proponentes do 
desarmamento da população é o sentimento de estar 
“fazendo algo” para acabar com a violência, mesmo 
que o tal “algo” sejaabsolutamente inócuo. 
 Desarmar a população só pode trazer dois 
resultados. O mais imediato é a continuação e até o 
recrudescimento da violência, já que os bandidos vão 
contar com a certeza de que ninguém terá como 
reagir. O resultado mais remoto — mas nem por isso 
desprezível — é deixar a população indefesa frente a 
aventuras políticas. Quem duvida, procure a seção de 
História da biblioteca mais próxima. 
Paulo Leite. Desarmamento e liberdade. In: Internet: 
<http://www.diegocasagrande.com.br> (com adaptações). 
 
Considerando o texto acima, julgue os seguintes itens. 
17. Na linha 5, a locução verbal “pode trazer” está empregada no singular 
porque deve concordar com “população”. 
 
Comentário: A locução verbal “pode trazer” não concorda com “população”, 
mas com o seu sujeito oracional “Desarmar a população”. Por isso, a questão 
está errada. 
Gabarito: E 
 
18. Preservam-se a correção gramatical e a coerência da argumentação ao se 
substituir os pontos logo depois de “resultados” (ℓ. 6) e de “reagir” (ℓ. 9), 
respectivamente, por dois-pontos e por ponto e vírgula, fazendo-se os 
devidos ajustes nas letras maiúsculas. 
 
Comentário: Observe a construção original: 
 
Desarmar a população só pode trazer dois resultados. O mais imediato 
é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os 
bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir. 
O resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a 
população indefesa frente a aventuras políticas. 
1 2 
3 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
24
 A expressão “dois resultados” sugere uma enumeração em seguida, com 
as expressões “O mais imediato” e “O resultado mais remoto”. O autor 
preferiu utilizar uma estrutura com um enunciado inicial (1) e dois outros 
enunciados explicativos em coordenação (2, 3). Essas três informações foram 
inseridas como períodos. O que a banca pede é a percepção do candidato, 
quanto a esta estrutura ser desenvolvida em orações num só período. Isso 
pode ser feito com o uso dos dois-pontos, marcando o início da enumeração 
(que são os dois enunciados coordenados 2 e 3) e com a divisão entre os 
enunciados coordenados por ponto e vírgula, haja vista ocorrerem divisões 
internas a estes elementos. Com isso, a reestruturação é mais clara e 
enfática: 
 
Desarmar a população só pode trazer dois resultados: o mais imediato 
é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os 
bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir; 
o resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a 
população indefesa frente a aventuras políticas. 
Gabarito: C 
 
19. Por ser opcional o emprego do sinal indicativo de crase no termo regido 
por “frente” (ℓ. 10), sua inserção preservaria a correção gramatical do 
texto. 
 
Comentário: Na expressão “frente a aventuras políticas”, o vocábulo “frente” 
rege preposição “a” e o vocábulo “aventuras” admite artigo “as”. Como o 
vocábulo que aparece é “a” (no singular), ocorre apenas a preposição. Com 
isso a crase é proibida. Para haver crase obrigatória, o “a” deveria estar no 
plural: frente às aventuras políticas. 
Gabarito: E 
 
20. A argumentação do texto leva a inferir que aquilo que se encontrará na 
“seção de História da biblioteca mais próxima” (ℓ. 11-12) serão razões 
políticas a favor do desarmamento da população. 
 
Comentário: Entende-se do texto que “Desarmar a população só pode trazer 
dois resultados” contrários ao desarmamento da população, pois, 
segundo o texto, o “mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da 
violência” e o “resultado mais remoto” é “deixar a população indefesa frente a 
aventuras políticas”. O autor quis enfatizar que isso já ocorrera anteriormente 
e aquele que duvide disso basta que “procure a seção de História da biblioteca 
mais próxima”. 
Gabarito: E 
 
1 2 
3 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
25
 
Agora, somente as provas!!! 
 
PROVA 1 
 
Agente da Polícia Federal / 2009 / nível superior 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 Nossos projetos de vida dependem muito do 
futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um 
país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma 
nação se constrói. E constrói-se no meio de 
embates muito intensos — e, às vezes, até 
violentos — entre grupos com visões de futuro, 
concepções de desenvolvimento e interesses 
distintos e conflitantes. 
 Para muitos, os carros de luxo que trafegam 
pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones 
celulares não constituem indicadores de 
modernidade. 
 Modernidade seria assegurar a todos os 
habitantes do país um padrão de vida compatível 
com o pleno exercício dos direitos democráticos. 
Por isso, dão mais valor a um modelo de 
desenvolvimento que assegure a toda a população 
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte 
coletivo, bibliotecas, parques públicos. 
Modernidade, para os que pensam assim, é 
sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e 
democrática da justiça; são instituições públicas 
sólidas e eficazes; é o controle nacional das 
decisões econômicas. 
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: 
Márcia Kupstas (Org.). Identidade 
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 
(com adaptações). 
Considerando a argumentação do texto acima bem como as estruturas 
linguísticas nele utilizadas, julgue os itens a seguir. 
 
1. Na linha 2, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar 
em que ou onde em lugar de “no qual”. 
 
2. Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” 
(ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a 
todos os seus cidadãos. 
 
3. Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, como 
o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio 
de embates muito intensos” (ℓ. 3 a 5), poder-se-ia unir as ideias em um só 
período sintático — Uma nação se constrói no meio de embates —, o 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
26
que preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade 
de sua argumentação. 
 
4. Se o terceiro parágrafo do texto constituísse o corpo de um documento 
oficial, como um relatório ou parecer, por exemplo, seria necessário 
preservar o paralelismo entre as ideias a respeito de “Modernidade” (ℓ. 13, 
20), por meio da conjugação do verbo ser, nas linhas 13 e 20, no mesmo 
tempo verbal. 
 
5. O trecho “os que pensam assim” (ℓ. 20) retoma, por coesão, o referente de 
“muitos” (ℓ. 9), bem como o sujeito implícito da oração “dão mais valor a 
um modelo de desenvolvimento” (ℓ. 16,17). 
 
6. O emprego do sinal de ponto e vírgula, no último período sintático do texto, 
apresenta a dupla função de deixar claras as relações sintático-semânticas 
marcadas por vírgulas dentro do período e deixar subentender 
“Modernidade” (20) como o sujeito de “é sistema” (20,21), “são 
instituições” (ℓ. 22) e “é o controle” (ℓ. 23). 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 Na verdade, o que hoje definimos como 
democracia só foi possível em sociedades de tipo 
capitalista, mas não necessariamente de 
mercado. De modo geral, a democratização das 
sociedades impõe limites ao mercado, assim 
como desigualdades sociais em geral não 
contribuem para a fixação de uma tradição 
democrática. Penso que temos de refletir umpouco a respeito do que significa democracia. 
Para mim, não se trata de um regime com 
características fixas, mas de um processo que, 
apesar de constituir formas institucionais, não se 
esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo 
Espinosa e imaginar a democracia como uma 
potencialidade do social, que, se de um lado 
exige a criação de formas e de configurações 
legais e institucionais, por outro não permite 
parar. A democratização no século XX não se 
limitou à extensão de direitos políticos e civis. O 
tema da igualdade atravessou, com maior ou 
menor força, as chamadas sociedades ocidentais. 
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista 
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). 
Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto 
acima, julgue os itens seguintes. 
7. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período 
sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de 
“De modo geral” (ℓ. 4). 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
27
8. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se optar pela 
determinação do substantivo “respeito” (ℓ. 9), juntando-se o artigo 
definido à preposição “a”, escrevendo-se ao respeito. 
 
9. Na linha 10, a flexão de singular em “não se trata” deve-se ao emprego do 
singular em “um regime”. 
 
10. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as 
instituições como as únicas “características fixas” (ℓ. 11) aceitáveis de 
“democracia” (ℓ. 2 e 9). 
 
11. Pela acepção usada no texto, o emprego da forma verbal pronominal “se 
limitou” (ℓ. 18,19) exige a presença da preposição a no complemento 
verbal; a substituição pela forma não-pronominal — não limitou a 
extensão —, sem uso da preposição, preservaria a correção gramatical, 
mas mudaria o efeito da ideia de “democratização” (ℓ. 18). 
 
12. Em textos de normatização mais rígida do que o texto jornalístico, como 
os textos de documentos oficiais, a contração de preposição com artigo, 
com em “da igualdade” (ℓ. 20), deve ser desfeita, devendo-se escrever de 
a igualdade, para que o sujeito da oração seja claramente identificado. 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 A visão do sujeito indivíduo — indivisível — 
pressupõe um caráter singular, único, racional 
e pensante em cada um de nós. Mas não há 
como pensar que existimos previamente a 
nossas relações sociais: nós nos fazemos em 
teias e tensões relacionais que conformarão 
nossas capacidades, de acordo com a 
sociedade em que vivemos. A sociologia 
trabalha com a concepção dessa relação entre o 
que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que 
propõe é: como nos fazemos e nos refazemos 
em nossas relações com as instituições e nas 
relações que estabelecemos com os outros? 
Não há, assim, uma visão de homem como uma 
unidade fechada em si mesma, como Homo 
clausus. Estaríamos envolvidos, 
constantemente, em tramas complexas de 
internalização do “exterior” e, também, de 
rejeição ou negociação próprias e singulares do 
“exterior”. As experiências que o homem vai 
adquirindo na relação com os outros são as que 
determinarão as suas aptidões, os seus gostos, 
as suas formas de agir. 
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação 
& psicologia. In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com 
adaptações). 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
28
 
Julgue os seguintes itens, a respeito das estruturas linguísticas e do 
desenvolvimento argumentativo do texto acima. 
 
13. Ao ligar dois períodos sintáticos, o conectivo “Mas” (ℓ. 3) introduz a 
oposição entre a ideia de um sujeito único e indivisível e a ideia de um 
sujeito moldado por teias de relações sociais. 
 
14. A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a 
nossas relações sociais” (ℓ. 4,5) preservaria a correção gramatical e a 
coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”. 
 
15. Na linha 5, para se evitar a sequência “nós nos”, o pronome átono poderia 
ser colocado depois da forma verbal “fazemos”, sem que a correção 
gramatical do trecho fosse prejudicada, prescindindo-se de outras 
alterações gráficas. 
 
16. O emprego do sinal de dois-pontos, na linha 11, anuncia que uma 
consequência do que foi dito é explicitar a pergunta proposta pela 
sociologia. 
 
17. O emprego das aspas nos termos das linhas 10, 18 e 20 ressalta, no 
contexto, o valor significativo não usual desses termos. 
 
18. O uso da forma verbal flexionada na primeira pessoa do plural 
“Estaríamos” (ℓ. 16) inclui autor e leitores no desenvolvimento da 
argumentação, de tal modo que seria coerente e gramaticalmente correto 
substituir “o homem vai adquirindo” (ℓ. 20, 21) por vamos adquirindo, 
no período seguinte. 
 
19. Na linha 19, a flexão de plural em “próprias e singulares” estabelece 
relações de coesão tanto com “rejeição” quanto com “negociação” e indica 
que esses substantivos têm referentes distintos e não podem ser tomados 
como sinônimos. 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 O uso do espaço público nas grandes 
cidades é um desafio. Sobretudo porque algumas 
regras básicas de boa convivência não são 
respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um 
vagão do metrô com a multidão do lado de fora 
querendo entrar a qualquer preço, sem esperar e 
dar passagem aos demais usuários. Ou andar 
por ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e 
cheiro de urina. São situações que transformam 
o convívio urbano em uma experiência ruim. A 
saída é a educação. Convencidos disso, 
empresas e governos estão bombardeando a 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
29
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
população com campanhas de conscientização 
— e multas, quando só as advertências não 
funcionarem. Independentemente da estratégia, 
o senso de urgência para uma mudança de 
comportamento na sociedade brasileira veio para 
ficar. 
 As iniciativas são louváveis. Caso a 
população, porém, se sinta apenas punida ou 
obrigada a uma atitude, e não parte da 
comunidade, os benefícios não se tornarão 
duradouros. 
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão. 
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações). 
 
A respeito da organização das estruturas linguísticas do texto acima e da 
redação de correspondências oficiais, julgue os itens subsequentes. 
20. Respeitam-se a coerência da argumentação do texto e a sua correção 
gramatical, se, em vez de se empregar “do espaço público” (ℓ. 1), no 
singular, esse termo for usado no plural: dos espaços públicos. 
 
21. A fragmentação sintática de ideias coordenadas, decorrente do emprego 
do ponto final antes de “Sobretudo” (ℓ. 2), de “Ou” (ℓ. 7) e de “São 
situações” (ℓ. 9), que é admitida em textos jornalísticos, deve ser evitada, 
para facilitar a objetividade e a clareza, na redação de documentos 
oficiais. 
 
22. Na relação entre as ideias do texto, subentende-se ao imediatamente 
antes de “tentar” (ℓ. 4) e de “andar” (ℓ. 7); por isso, a inserção de ao 
nessas posições tornaria o texto mais claro, além de manter a sua 
correção gramatical. 
 
23. Na linha 14, a presença da conjunção “e” torna desnecessário o uso do 
travessão, que tem apenas a função de enfatizar a aplicação de “multas”; 
por isso, a retirada desse sinal de pontuação não prejudicaria a correção 
nem a coerência do texto. 
 
24. A substituição de “Caso” (ℓ. 19) pela conjunção Se preservaria a correção 
gramatical da oraçãoem que se insere, não demandaria outras 
modificações no trecho e respeitaria a função condicional dessa oração. 
 
Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a 
seguir. 
 
25. Documentos oficiais em forma de ofício, memorando, aviso e exposição de 
motivos têm em comum, entre outras características, a aposição da data 
de sua assinatura e emissão, que deve estar alinhada à direita, logo após 
a identificação do documento com o tipo, o número do expediente e a 
sigla do órgão que o emite. 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
30
 
26. Desconsiderando-se as margens e os espaços adequados, respeitam as 
normas de redação de um documento oficial encaminhado por um chefe 
de seção a seu diretor o seguinte trecho, contendo o parágrafo final e 
fecho de um ofício. 
 
 (...) 
 4. Por fim, por oportuno informamos que as providências tomadas, e aqui 
mencionadas, também já são do conhecimento das partes envolvidas. 
Atenciosamente 
[assinatura] 
Pedro Álvares Cabral 
Chefe da seção de logística 
e distribuição de pessoal (SLDP). 
 
 
GABARITO 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
C E C E C C E E E E 
 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
C E C E E C C E C C 
 
21 22 23 24 25 26 
C E E E C E 
 
 
PROVA 2 
 
Delegado da Polícia Federal / 2004 / nível superior 
 
Texto I – itens de 1 a 5 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 O homem, como ser histórico, é o 
construtor da sociedade e o responsável pelo 
rumo que ela venha a tomar. Tornamo-nos seres 
humanos na dialética mesma da hominização, ao 
produzirmos e transformarmos coletivamente a 
cultura e nos construirmos como sujeitos. 
 A nossa cultura atual, eivada de violências 
físicas e simbólicas, tem levado os seres 
humanos à massificação, à desumanização e à 
autodestruição. Fazendo frente a essa crise, a 
Cultura da Paz surge como uma proposta da 
ONU que tem por objetivo conscientizar a todos 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
31
 
 
15 
 
 
 
 
 
— governos e sociedades civis — para que se 
unam em busca da superação da falência do 
nosso paradigma atual, conclamando para a 
construção de um novo modelo substitutivo, 
assentado em ações, valores e princípios 
calcados em uma nova ética social, no respeito à 
diversidade cultural e na diminuição das 
desigualdades e injustiças. 
Editorial. Revista da Faculdade de Educação do 
Estado da Bahia. Ano 10, n.º 14, jan./jun., 2001 
(com adaptações). 
 
Julgue os itens seguintes, acerca do texto acima. 
1. O aposto “como ser histórico” (ℓ.1) esclarece ou justifica as razões das 
características de homem que o período sintático apresenta a seguir. 
 
2. A ideia de hipótese que o emprego de “venha” (ℓ. 3) confere ao texto 
pode ser alternativamente expressa por porventura vem, sem prejuízo da 
argumentatividade e da correção gramatical do texto. 
 
3. Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se substituir 
o aposto “eivada (...) simbólicas” (ℓ. 7-8) pela seguinte oração 
subordinada: de que foi infectada por violências físicas e simbólicas. 
 
4. A inserção de uma vírgula logo depois de “ONU” (ℓ. 12) respeitaria as 
regras gramaticais, mas provocaria ambiguidade de interpretação sobre 
quem teria “por objetivo conscientizar” (ℓ.12). 
 
5. As expressões “paradigma atual” (ℓ.15) e “novo modelo” (ℓ.16) 
correspondem a duas possibilidades diferentes de éticas sociais: a primeira 
leva à desumanização e à autodestruição; a segunda busca a superação da 
violência pela paz. 
 
Texto II – itens de 6 a 16 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 A polêmica sobre o porte de armas pela 
população não tem consenso nem mesmo dentro da 
esfera jurídica, na qual há vários entendimentos 
como: “o cidadão tem direito a reagir em legítima 
defesa e não pode ter cerceado seu acesso aos 
instrumentos de defesa”, ou “a utilização da força é 
direito exclusivo do Estado” ou “o armamento da 
população mostra que o Estado é incapaz de garantir 
a segurança pública”. Independente de quão caloroso 
seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais 
armas potencializam a ocorrência de crimes, 
sobretudo em um ambiente em que essas sejam 
obtidas por meios clandestinos. A partir daí, qualquer 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
32
 
15 
 
 
fato corriqueiro pode tornar-se letal. O porte de arma 
pelo cidadão pode dar uma falsa sensação de 
segurança, mas na realidade é o caminho mais curto 
para os registros de assaltos com morte de seu 
portador. 
Internet: <http://www.serasa.com.br/guiacontraviolencia>. 
Acesso em 28/9/2004 (com adaptações). 
A respeito do texto II, julgue os itens a seguir. 
6. Na linha 1, o emprego da preposição por, que rege “população”, 
estabelece a relação entre “porte” e “população”. 
 
7. A retirada da expressão “nem mesmo” (ℓ. 2) preservaria a coerência e a 
correção gramatical do texto, mas enfraqueceria o argumento que mostra 
a fragilidade do consenso. 
 
8. No período de que faz parte, o termo “Independente” (ℓ. 9) exerce a função 
de adjetivo e está no singular porque se refere a “debate” (ℓ. 10). 
 
9. O emprego das aspas indica vozes que representam opiniões 
paradigmáticas a respeito do porte de armas. 
 
10. De acordo com o desenvolvimento das ideias no texto, o advérbio “daí” (ℓ. 
13) marca o momento do debate. 
 
11. Pelo tema, impessoalidade e clareza, o texto poderia constituir parte de um 
documento oficial — como, por exemplo, um relatório ou um parecer —, 
mas o emprego das aspas lhe confere uma coloquialidade que o torna 
inadequado às normas da redação oficial. 
 
Os itens abaixo apresentam opiniões ou relatos acerca do porte de armas, 
extraídos e adaptados de publicações recentes da imprensa nacional. Julgue 
cada item como certo se a ideia nele contida enfraquece o argumento 
defendido no texto II. 
 
12. O fácil acesso às armas deu um novo status aos pequenos delitos, que 
passaram a ser letais, além de aumentar consideravelmente o poderio da 
marginalidade frente ao dos policiais. 
 
13. Com o desarmamento civil, irá se conseguir apenas privar a população do 
seu legítimo direito à autodefesa, verdadeiro atentado a um princípio 
consagrado pela lei natural do homem. Vários países tentaram reduzir o 
nível de violência por meio do desarmamento da população, creditando às 
armas de fogo portadas pela sociedade civil a responsabilidade final pelo 
aumento do número de atentados contra a vida humana. Nada mais 
falacioso. 
 
14. Embora as camadas de menor poder aquisitivo sejam mais afetadas pelos 
efeitos da violência, é claro que os jovens das classes A e B também não 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 
 
33
estão livres dessa ameaça. Na ânsia de dar um basta à situação, a maioria 
deles defende medidas como a redução da idade penal para menos de 18 
anos e a proibição de venda de armas. 
 
15. Menos de duas horas depois da abertura de um posto de recolhimento de 
armas, às 9 h, a Polícia Federal já havia recebido 15 revólveres e três 
espingardas. Cada pessoa que devolvia uma arma ganhava uma rosa. 
 
16. “A gente tem de refletir se a arma em casa serve para alguma coisa”, 
afirmou o chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal. “Onde os 
bandidos compraram essas armas? No mercado negro, que, por sua

Outros materiais