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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula-extra 2 (Simulados) Olá, pessoal! Seguem duas provas comentadas da Polícia Federal, para que vocês possam ter uma noção geral sobre tudo o que vimos em nossas aulas. Agradeço por sua participação em nosso curso! Grande abraço a todos!!!! PROVA 1 Agente da Polícia Federal / 2009 / nível superior 1 5 10 15 20 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e conflitantes. Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não constituem indicadores de modernidade. Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). Considerando a argumentação do texto acima bem como as estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue os itens a seguir. Português p/ Polícia Federal (teoria e questões comentadas) PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2 1. Na linha 2, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de “no qual”. Comentário: O verbo “vivemos”, na oração subordinada adjetiva restritiva “no qual vivemos”, é intransitivo. O seu sujeito está oculto (nós) e “no qual” é o adjunto adverbial de lugar (vivemos em um país). Esse pronome relativo pode ser substituído por em que, então também pode ser substituído por onde. Note que isso só foi possível porque o pronome relativo está cumprindo a função sintática de adjunto adverbial de lugar. Gabarito: C 2. Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” (ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. Comentário: A afirmativa da questão (o futuro de um país seria “obra do acaso” (ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos) induz o leitor a interpretar que, como o futuro de um país não é obra do acaso, então a modernidade assegura um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. Mas não é isso que o texto informa. Nas linhas 2 e 3, é dito que o futuro de um país não é obra do acaso. Nas linhas 13 a 15, é feita uma hipótese: “Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício dos direitos democráticos”. O verbo “seria” marca a hipótese; por isso a afirmativa é errada. Gabarito: E 3. Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos” (ℓ. 3 a 5), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático — Uma nação se constrói no meio de embates —, o que preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade de sua argumentação. Comentário: A estrutura “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos...” utiliza o recurso da redundância para reforçar o argumento da construção de uma nação. A expressão “muito intensos” problematiza ainda mais os embates. O que se pede nesta questão é a retirada de “E constrói-se” e “muito intensas”, algo perfeitamente claro e gramaticalmente correto. Mas a intenção anterior de reforçar e intensificar os argumentos deixa de existir, mas não compromete a coerência do texto. Por isso, está correta. Gabarito: C 4. Se o terceiro parágrafo do texto constituísse o corpo de um documento oficial, como um relatório ou parecer, por exemplo, seria necessário preservar o paralelismo entre as ideias a respeito de “Modernidade” (ℓ. 13, PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3 20), por meio da conjugação do verbo ser, nas linhas 13 e 20, no mesmo tempo verbal. Comentário: Deve-se observar que não é obrigatório o uso de paralelismo em corpo de texto de um documento oficial. Cada verbo (“seria”, “é”) marca um princípio diferente para a “modernidade”. O verbo “seria” mantém uma suposição, hipótese da modernidade. Não há relação paralela entre este verbo e “é”. O segundo verbo sinaliza uma convicção das pessoas que pensam de acordo com aquela suposição. Por isso cada verbo deve preservar seu tempo distinto. Gabarito: E 5. O trecho “os que pensam assim” (ℓ. 20) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (ℓ. 9), bem como o sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (ℓ. 16,17). Comentário: A redação do item deixa bem claro o que se busca avaliar: obviamente não é a classificação dos tipos de sujeito previstos na gramática, mas o encadeamento coesivo de expressões que remetem ao mesmo referente. Assim, o sintagma oracional “os que pensam assim” (linha 20) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (linha 9), bem como o sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (linhas 16 e 17). A progressão textual, como se vê, vai atribuindo ao mesmo referente um pensamento mais crítico sobre sociedade e modernidade. Gabarito: C 6. O emprego do sinal de ponto e vírgula, no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do período e deixar subentender “Modernidade” (20) como o sujeito de “é sistema” (20,21), “são instituições” (ℓ. 22) e “é o controle” (ℓ. 23). Comentário: O ponto e vírgula sinaliza, por motivo de clareza, uma divisão de estruturas maiores e com vírgulas internas. Por isso é utilizado no último período do texto. Veja o esquema abaixo: “Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas.” As orações em negrito são formadas por predicados nominais. Perceba que, na primeira oração, há duas estruturas adverbiais separadas por vírgulas (“para os que pensam assim”) e (“com aplicação rápida e democrática da justiça”). Essas vírgulas são chamadas internas, pois fazem parte apenas de um termo da enumeração (a primeira oração coordenada). Para evitar que o leitor se confunda, é lícito separar os outros elementos enumerados (no caso, as outras duas orações coordenadas) por ponto e vírgula. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 4 Pelas setas vistas acima, podemos observar que o sujeito explícito e subentendido dos predicados nominais é “Modernidade”. Observe que essesubstantivo está no singular e naturalmente leva seus verbos para o singular; porém um deles está no plural (“são”). Isso ocorre porque o verbo “ser” tem concordância peculiar. Quando esse verbo se encontra entre dois substantivos (um é o sujeito e o outro, predicativo) e um deles está no plural, a tendência natural é o verbo concordar no plural, não importando se é sujeito ou predicativo. Por isso está correta a afirmativa de que “Modernidade” é o sujeito de todos esses verbos. Gabarito: C 1 5 10 15 20 Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo Espinosa e imaginar a democracia como uma potencialidade do social, que, se de um lado exige a criação de formas e de configurações legais e institucionais, por outro não permite parar. A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais. Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto acima, julgue os itens seguintes. 7. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (ℓ. 4). Comentário: A expressão Desse modo denotaria no texto uma conclusão com base no que foi dito anteriormente. E isso não aconteceu no texto. Na realidade, a expressão “De modo geral” amplia a ideia anterior por meio de uma explicação, não de uma conclusão. Por isso a questão está errada. Gabarito: E PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5 8. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se optar pela determinação do substantivo “respeito” (ℓ. 9), juntando-se o artigo definido à preposição “a”, escrevendo-se ao respeito. Comentário: Não se preserva a correção gramatical e a coerência textual ao optar pela determinação do substantivo “respeito”, pois se trata de uso adverbial da expressão (a respeito) e a determinação pelo artigo definido não é possível. Gabarito: E 9. Na linha 10, a flexão de singular em “não se trata” deve-se ao emprego do singular em “um regime”. Comentário: Verifique que o pronome “se” é índice de indeterminação do sujeito, pois se liga a verbo transitivo indireto “trata”. Logo, “de um regime” é objeto indireto. Como já sabemos, esse termo é complemento e não faz com que o verbo concorde com ele. Resumindo, sempre que tivermos um índice de indeterminação do sujeito, obrigatoriamente o verbo fica na terceira pessoa do singular. Gabarito: E 10. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas “características fixas” (ℓ. 11) aceitáveis de “democracia” (ℓ. 2 e 9). Comentário: Não há base discursiva para afirmar que se depreenda da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as ÚNICAS “características fixas” aceitáveis de “democracia”. Para ele, como o desenvolvimento da argumentação deixa claro, nunca há características fixas: “não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo” (linha 11). E, “apesar de constituir formas institucionais”, essas não precisam, de acordo com a concepção, ser fixas. Nada no texto remete à aceitabilidade de que as instituições sejam fixas na democracia. Gabarito: E 11. Pela acepção usada no texto, o emprego da forma verbal pronominal “se limitou” (ℓ. 18,19) exige a presença da preposição a no complemento verbal; a substituição pela forma não-pronominal — não limitou a extensão —, sem uso da preposição, preservaria a correção gramatical, mas mudaria o efeito da ideia de “democratização” (ℓ. 18). Comentário: Para entendermos melhor a questão, é importante transcrever o excerto: A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O verbo “limitou” é transitivo direto e indireto, “se” é pronome apassivador e o sujeito paciente é “democratização”. O objeto indireto “à PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 6 extensão de direitos políticos e civis” obrigatoriamente recebe a preposição “a”. Perceba, assim, que no texto original “democratização” é paciente, quer dizer: A democratização não é limitada à extensão de direitos políticos e civis. (O agente da passiva está indeterminado). Se o verbo perder o pronome, naturalmente mudará a estrutura sintática e consequentemente o sentido, pois o verbo será apenas transitivo direto, e isso fará com que haja a perda da preposição. Assim: A democratização no século XX não limitou a extensão de direitos políticos e civis. Nesse caso, a “democratização” seria agente de "não limitou". A mudança na transitividade do verbo provoca alteração nas relações semânticas. Na primeira construção, a democratização é limitada; na segunda, é ela que limita. Assim, a alteração provocada redireciona a argumentação, mas respeita as normas gramaticais. Por isso a questão está correta. Gabarito: C 12. Em textos de normatização mais rígida do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (ℓ. 20), deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o sujeito da oração seja claramente identificado. Comentário: Esta questão cobra do candidato o uso da contração de preposição com artigo. Essa contração é utilizada quando há termo complementar de verbo (Eu pensei no assunto) ou nome (Pensamento no assunto), bem como adjunto adnominal (Livro do aluno). A banca quis induzir o candidato a interpretar a contração diante de sujeito (aceita numa linguagem mais aberta), mas deve ser evitada no discurso formal (Está na hora de o aluno estudar). Deve-se evitar Está na hora do aluno estudar. Mas no texto “da igualdade” é apenas um adjunto adnominal, por isso obrigatoriamente haverá contração. Gabarito: E 1 5 10 A visão do sujeito indivíduo — indivisível — pressupõe um caráter singular, único, racional e pensante em cada um de nós. Mas não há como pensar que existimos previamente a nossas relações sociais: nós nos fazemos em teias e tensões relacionais que conformarão nossas capacidades, de acordo com a sociedade em que vivemos. A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações com as instituições e nas relações que estabelecemos com os outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7 15 20 unidade fechada em si mesma, como Homo clausus. Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas complexas de internalização do “exterior” e, também, de rejeiçãoou negociação próprias e singulares do “exterior”. As experiências que o homem vai adquirindo na relação com os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus gostos, as suas formas de agir. Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia. In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações). Julgue os seguintes itens, a respeito das estruturas linguísticas e do desenvolvimento argumentativo do texto acima. 13. Ao ligar dois períodos sintáticos, o conectivo “Mas” (ℓ. 3) introduz a oposição entre a ideia de um sujeito único e indivisível e a ideia de um sujeito moldado por teias de relações sociais. Comentário: A conjunção “Mas” realmente liga opostos: o primeiro e o segundo período do texto. O primeiro período é resumido pelo sujeito indivisível, e o segundo é resumido pelo ser humano com capacidades conformadas pelas teias relacionais. Gabarito: C 14. A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a nossas relações sociais” (ℓ. 4,5) preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”. Comentário: A inserção do sinal indicativo de crase diante de “nossas relações sociais” estaria errada gramaticalmente, pois há crase quando se juntam preposição “a” e artigo “a”. No caso desta questão, não há artigo, mas apenas preposição, haja vista que o substantivo “relações” está no plural e o vocábulo “a” está no singular, por isso o “a” é preposição. A banca pediu nesta questão sua observação de que não é sempre que temos crase facultativa diante de pronome possessivo. Esse é um caso que devemos observar. Se houvesse artigo, a crase seria obrigatória: previamente às nossas relações sociais Como não há artigo, não há crase: previamente a nossas relações sociais Somente se o substantivo estivesse no singular, haveria crase facultativa: previamente à nossa relação social ou previamente a nossa relação social Gabarito: E PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 8 15. Na linha 5, para se evitar a sequência “nós nos”, o pronome átono poderia ser colocado depois da forma verbal “fazemos”, sem que a correção gramatical do trecho fosse prejudicada, prescindindo-se de outras alterações gráficas. Comentário: Esta questão cobra seu conhecimento de colocação pronominal, além do significado do verbo prescindir. Aquilo que é imprescindível é algo muito necessário, então aquilo que prescinde é algo desnecessário. Na sequência “nós nos fazemos”, pode-se evitar a proximidade dos pronomes (ressalte-se que não se quer dizer que esteja errado). O erro da questão está em dizer que não se necessita (prescindindo-se) de outras alterações gráficas; essas alterações são obrigatórias (retirada do “s” e inserção do hífen), ficando da seguinte forma: nós fazemo-nos. Perceba que o pronome “nós” não é palavra atrativa; logo, a ênclise é aceita. Gabarito: E 16. O emprego do sinal de dois-pontos, na linha 11, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a pergunta proposta pela sociologia. Comentário: Nesta questão, é importante observarmos o excerto: A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações com as instituições e nas relações que estabelecemos com os outros? O emprego do sinal de dois-pontos realmente anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitada na pergunta proposta pela sociologia. Podemos confirmar esta interpretação ao inserirmos um conectivo de consequência no excerto: A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é “meu” e o que é “nosso”. Consequentemente, a pergunta que propõe é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações com as instituições e nas relações que estabelecemos com os outros? A explicitação da pergunta completa o pensamento do início da oração, cujo sujeito é textualmente subentendido “sociologia”. A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que a sociologia propõe é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações com as instituições e nas relações que estabelecemos com os outros? Assim, a afirmativa da questão está correta. Gabarito: C 17. O emprego das aspas nos termos das linhas 10, 18 e 20 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual desses termos. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 9 Comentário: As aspas são usadas dentre vários motivos para destacar significados diferentes do usual, como termos técnicos com novo valor semântico. Assim, observa-se que “meu”, “nosso” e “exterior” são vocábulos que marcam, respectivamente, posse e parte de fora. Porém no texto não são esses os significados: “meu” significa individual, “nosso” significa coletividade e “exterior” significa aquilo que se absorve da interação com outros. Verifica-se que o conceito não atende ao senso comum do uso dos vocábulos. Por isso, essas palavras estão entre aspas. Gabarito: C 18. O uso da forma verbal flexionada na primeira pessoa do plural “Estaríamos” (ℓ. 16) inclui autor e leitores no desenvolvimento da argumentação, de tal modo que seria coerente e gramaticalmente correto substituir “o homem vai adquirindo” (ℓ. 20, 21) por vamos adquirindo, no período seguinte. Comentário: A banca quis que você prestasse atenção quanto à estrutura sintática. A troca da terceira pessoa verbal (vai adquirindo) pela primeira do plural (vamos adquirindo) respeitaria a direção argumentativa e a relação semântica entre as ideias, pois com esse verbo o texto inclui autor e leitores como parte dos “homens”, “eles”, objeto da argumentação. A substituição, no entanto, só seria correta e coerente se os pronomes “suas”, “seus”, “suas”, que estabelecem a coesão, também fossem trocados pelos de primeira pessoa do plural. Veja: Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas complexas de internalização do “exterior” e, também, de rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”. As experiências que o homem vai adquirindo na relação com os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus gostos, as suas formas de agir. Fazendo os ajustes de acordo com a gramaticalidade: Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas complexas de internalização do “exterior” e, também, de rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”. As experiências que vamos adquirindo na relação com os outros são as que determinarão as nossas aptidões, os nossos gostos, as nossas formas de agir. Gabarito: E 19. Na linha 19, a flexão de plural em “próprias e singulares” estabelece relações de coesão tanto com “rejeição” quanto com “negociação” e indica que esses substantivos têm referentes distintos e não podem ser tomados como sinônimos. Comentário: Primeiro deve-se observar que “rejeição” e “negociação” não são sinônimos. A banca quis chamar a atenção quanto à concordância de um adjunto adnominal após núcleos compostos. A flexão de plural nesses adjetivos marca a incidência sobre mais de um termo. Assim, a conjunção “ou” alude à inclusão desses substantivos, além de entendermos que os PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10 adjetivos “singulares” e “próprios” transmitem a ideia de unicidade, cada um sendo termo a parte. Portanto, esses termos não admitem a interpretação de que constituam um referenteúnico (sinônimo). Gabarito: C 1 5 10 15 20 O uso do espaço público nas grandes cidades é um desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a educação. Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a população com campanhas de conscientização — e multas, quando só as advertências não funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de urgência para uma mudança de comportamento na sociedade brasileira veio para ficar. As iniciativas são louváveis. Caso a população, porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros. Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão. In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações). A respeito da organização das estruturas linguísticas do texto acima e da redação de correspondências oficiais, julgue os itens subsequentes. 20. Respeitam-se a coerência da argumentação do texto e a sua correção gramatical, se, em vez de se empregar “do espaço público” (ℓ. 1), no singular, esse termo for usado no plural: dos espaços públicos. Comentário: O efeito argumentativo pode ser alterado, mas não se incorre em desrespeito às regras gramaticais, nem se provoca incoerência textual se, em vez de se empregar “do espaço público”, no singular, esse termo for usado no plural: dos espaços públicos. As gramáticas validam o uso de palavras no singular para representar, genericamente, o conjunto. As relações semânticas estão, assim, preservadas. Como o termo não é núcleo do sujeito, o verbo não muda a concordância e a correção fica mantida. Gabarito: C PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 11 21. A fragmentação sintática de ideias coordenadas, decorrente do emprego do ponto final antes de “Sobretudo” (ℓ. 2), de “Ou” (ℓ. 7) e de “São situações” (ℓ. 9), que é admitida em textos jornalísticos, deve ser evitada, para facilitar a objetividade e a clareza, na redação de documentos oficiais. Comentário: Para entendermos melhor, é importante transcrever abaixo o excerto: O uso do espaço público nas grandes cidades é um desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam o convívio urbano em uma experiência ruim. Há fragmentação da estrutura básica do período. O enunciado explicativo subsequente a “sobretudo” (1) normalmente não viria separado do enunciado inicial por ponto final; mas, como são orações coordenadas, de certa forma independentes, há possibilidade de se empregar o ponto final. Além disso, as exemplificações (2) e (3) são sujeitos oracionais do segmento “São situações”; por isso não viriam, seguindo-se os preceitos gramaticais, separados por pontos finais. Sabe-se que no estilo jornalístico, há certa flexibilidade na linguagem; por isso, admite-se tal fragmentação; mas esse recurso, de acordo com a norma culta formal, está incorreto e faz com que o texto perca objetividade e clareza. Por isso, o Manual de Redação da Presidência da República recomenda que se evite a fragmentação da estrutura sintática. Gabarito: C 22. Na relação entre as ideias do texto, subentende-se ao imediatamente antes de “tentar” (ℓ. 4) e de “andar” (ℓ. 7); por isso, a inserção de ao nessas posições tornaria o texto mais claro, além de manter a sua correção gramatical. Comentário: Para responder a esta questão, deve-se recorrer à questão anterior: O uso do espaço público nas grandes cidades é um desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam o convívio urbano em uma experiência ruim. Já foi falado na questão anterior que o sujeito do predicado nominal 1 2 3 1 2 3 PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 12 “São situações” são duas orações reduzidas de infinitivo: “tentar sair...” e “andar por ruas...”. Ora, o sujeito não recebe preposição e é justamente isso que a banca quis que o candidato visualizasse nesta estrutura; por isso não podem os verbos “tentar” ou “andar” receber preposição. Se você ficou na dúvida sobre o verbo “São” estar no plural com sujeito oracional, veja o que foi dito na concordância do verbo “ser” na questão 6 desta prova. É o mesmo motivo. Gabarito: E 23. Na linha 14, a presença da conjunção “e” torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto. Comentário: Vamos entender com a transcrição do excerto abaixo. Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a população com campanhas de conscientização — e multas, quando só as advertências não funcionarem. A retirada do travessão provoca incoerência porque coloca não só “multas”, como também “campanhas de conscientização” como foco da condição de advertência. Veja como ficaria se retirássemos o travessão: Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a população com campanhas de conscientização e multas, quando só as advertências não funcionarem. Você deve ter achado estranho esse travessão diante da conjunção “e”, tendo em vista que a conjunção aditiva normalmente não seria antecedida de uma pontuação. Mas essa pontuação pôde ocorrer neste contexto, assim como se poderia substituir por vírgula ou inserir parênteses no trecho “e multas, quando só as advertências não funcionarem”; pois essa estrutura é um comentário do autor, também chamada de expressão parentética. A retirada da pontuação antes do “e” deixaria de configurar o comentário do autor e seria simplesmente uma adição, o que mudaria o sentido, como afirmado acima. Gabarito: E 24. A substituição de “Caso” (ℓ. 19) pela conjunção Se preservaria a correção gramatical da oração em que se insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a função condicional dessa oração. Comentário: A substituição de “Caso” pela conjunção Se não preservaria a correção gramatical da oração em que se insere, pois demandaria outras modificações no trecho, apesar de respeitar a função condicional dessa oração. A conjunção “Se” constrói estrutura sintática com o futuro do subjuntivo (SENTIR), não com o presente do subjuntivo (SINTA), como faz “Caso”. O resultado da troca seria uma estrutura sintática em desacordo com as regras gramaticais da norma culta padrão. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 13 Gabarito: E Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a seguir.25. Documentos oficiais em forma de ofício, memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão, que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que o emite. Comentário: De acordo com o MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, documentos oficiais em forma de ofício, memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão. A assinatura de um documento cria-lhe o momento do "nascimento", portanto de EMISSÃO. Além disso, a data deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do documento - na qual constam o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que o emite. Ao contrário de relatórios e pareceres, que têm a data aposta ao final, antes da assinatura, esses documentos têm o local e a data de emissão antes do vocativo ou do corpo do documento, como nos exemplos a seguir: Ofício Memorando (...) PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 14 Aviso Exposição de Motivos Gabarito: C 26. Desconsiderando-se as margens e os espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício. (...) 4. Por fim, por oportuno informamos que as providências tomadas, e aqui mencionadas, também já são do conhecimento das partes envolvidas. Atenciosamente [assinatura] Pedro Álvares Cabral Chefe da seção de logística e distribuição de pessoal (SLDP). Comentário: Trata-se de avaliar a correta redação de um documento oficial em seus vários aspectos. Para autoridade de hierarquia superior, o fecho adequado é RESPEITOSAMENTE. Falta vírgula depois de “Atenciosamente”, assim como depois da expressão adverbial deslocada “por oportuno”, o que desrespeita as regras do português padrão culto. A expressão “por oportuno” é desnecessária e fere o critério de objetividade e concisão. Assim, mesmo se desconsiderando as margens e os espaços adequados, as normas de redação de um documento oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor estão desrespeitadas neste texto. A proposta correta seria (sem levar em conta o espaçamento): (...) PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 15 4. Por fim, informamos que as providências tomadas, e aqui mencionadas, também já são do conhecimento das partes envolvidas. Respeitosamente, [assinatura] Pedro Álvares Cabral Chefe da seção de logística e distribuição de pessoal (SLDP). Gabarito: E PROVA 2 Delegado da Polícia Federal / 2004 / nível superior Texto I – itens de 1 a 5 1 5 10 15 O homem, como ser histórico, é o construtor da sociedade e o responsável pelo rumo que ela venha a tomar. Tornamo-nos seres humanos na dialética mesma da hominização, ao produzirmos e transformarmos coletivamente a cultura e nos construirmos como sujeitos. A nossa cultura atual, eivada de violências físicas e simbólicas, tem levado os seres humanos à massificação, à desumanização e à autodestruição. Fazendo frente a essa crise, a Cultura da Paz surge como uma proposta da ONU que tem por objetivo conscientizar a todos — governos e sociedades civis — para que se unam em busca da superação da falência do nosso paradigma atual, conclamando para a construção de um novo modelo substitutivo, assentado em ações, valores e princípios calcados em uma nova ética social, no respeito à diversidade cultural e na diminuição das desigualdades e injustiças. Editorial. Revista da Faculdade de Educação do Estado da Bahia. Ano 10, n.º 14, jan./jun., 2001 (com adaptações). Julgue os itens seguintes, acerca do texto acima. 1. O aposto “como ser histórico” (ℓ.1) esclarece ou justifica as razões das características de homem que o período sintático apresenta a seguir. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 16 Comentário: A expressão “como ser histórico” está entre vírgulas por ser aposto explicativo. Note que a palavra “como” pode ter vários valores (conjunção, pronome relativo, advérbio), mas neste caso cumpre o papel de preposição acidental, com o sentido de “na qualidade de”. Normalmente vemos o aposto explicativo sem preposição, mas ele pode, a depender de seu emprego, receber uma. Neste caso, houve mais clareza com o seu emprego. Ao dizer que o homem é um ser histórico, compreendemos que por isso é o construtor da sociedade, produtor e transformador da cultura. Afinal, é através da história que entendemos a transformação cultural e a evolução da sociedade. Por isso, a afirmativa está correta. Gabarito: C 2. A ideia de hipótese que o emprego de “venha” (ℓ. 3) confere ao texto pode ser alternativamente expressa por porventura vem, sem prejuízo da argumentatividade e da correção gramatical do texto. Comentário: O advérbio “porventura” transmite valor semântico de dúvida. Por isso, o verbo em seguida deve estar no subjuntivo, pois esse é o modo verbal que transmite incerteza, dúvida. O verbo vem está no presente do indicativo, transmitindo certeza; assim, a substituição ficaria incoerente com o texto e com incorreção gramatical. Gabarito: E 3. Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se substituir o aposto “eivada (...) simbólicas” (ℓ. 7-8) pela seguinte oração subordinada: de que foi infectada por violências físicas e simbólicas. Comentário: Para observarmos se a substituição preserva a correção gramatical e a coerência, vamos transcrever abaixo o trecho original e depois faremos a substituição: A nossa cultura atual, eivada de violências físicas e simbólicas, tem levado os seres humanos à massificação, à desumanização e à autodestruição. A expressão “eivada de violências físicas e simbólicas” não é aposto, mas sim oração subordinada adjetiva explicativa e se encontra reduzida de particípio, pois não possui pronome relativo. Essa oração adjetiva pode, então, receber o pronome relativo, sendo desenvolvida da seguinte forma: que está eivada de violências físicas e simbólicas. O pronome relativo “que” está na função de sujeito, por isso não pode receber preposição; “está eivada” é locução verbal passiva e recebe o agente da passiva “de violências físicas e simbólicas”. Na reconstrução, equivocadamente, o pronome relativo recebeu a preposição “de”. Daí o erro gramatical. A substituição da locução verbal por foi infectada não muda drasticamente o sentido, pois o particípio “eivada” é sinônimo de infectada, mas a mudança de verbo “está”, no presente do indicativo, para o verbo foi, no pretérito perfeito do indicativo, muda o emprego verbal. Porém, isso não implica incoerência no texto. O agente da passiva pode ser iniciado pela preposição por ou de, por isso a substituição está correta em por violências PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 17 físicas e simbólicas. Assim, está errada a construção: A nossa cultura atual, de que foi infectada por violências físicas e simbólicas, tem levado os seres humanos à massificação, à desumanização e à autodestruição.Gabarito: E 4. A inserção de uma vírgula logo depois de “ONU” (ℓ. 12) respeitaria as regras gramaticais, mas provocaria ambiguidade de interpretação sobre quem teria “por objetivo conscientizar” (ℓ.12). Comentário: O ponto chave da questão é saber qual substantivo é retomado pelo pronome relativo “que”. Na forma original, sem vírgula, entendemos que há presença de oração subordinada adjetiva restritiva. Assim, dentre as várias propostas da ONU, há restrição àquela que tem por objetivo conscientizar a todos — governos e sociedades civis — para que se unam em busca da superação da falência do nosso paradigma atual. Veja o esquema abaixo que confirma a explicação acima: “Fazendo frente a essa crise, a Cultura da Paz surge como uma proposta da ONU que tem por objetivo conscientizar a todos — governos e sociedades civis — para que se unam em busca da superação da falência do nosso paradigma atual...” Ao ser inserida a vírgula, passamos a ter a oração subordinada adjetiva explicativa. Não há mais restrição, mas, sim, qualidade básica do substantivo que foi retomado pelo pronome “que”. Sabemos que a ONU é uma organização voltada à união dos povos, todos os seus programas são voltados para isso. Portanto, com a vírgula, poderíamos entender que é a ONU que “tem por objetivo conscientizar a todos (...) para que se unam em busca da superação da falência de nosso paradigma atual”; mas também poderíamos continuar entendendo que a Cultura da Paz é uma proposta da ONU e existe com o exclusivo objetivo de “conscientizar a todos para que se unam em busca da superação da falência do nosso paradigma atual”. “Fazendo frente a essa crise, a Cultura da Paz surge como uma proposta da ONU, que tem por objetivo conscientizar a todos — governos e sociedades civis — para que se unam em busca da superação da falência do nosso paradigma atual...” Portanto, é correto afirmar que a inserção de uma vírgula logo depois de “ONU” respeitaria as regras gramaticais, mas provocaria ambiguidade de interpretação sobre quem teria “por objetivo conscientizar” (a “ONU” ou “uma proposta da ONU”: “a Cultura da Paz”?). PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 18 Gabarito: C 5. As expressões “paradigma atual” (ℓ.15) e “novo modelo” (ℓ.16) correspondem a duas possibilidades diferentes de éticas sociais: a primeira leva à desumanização e à autodestruição; a segunda busca a superação da violência pela paz. Comentário: O texto é claro em duas possibilidades diferentes de éticas sociais, com as expressões “paradigma atual” e “novo modelo”. Entendemos que a primeira realmente leva à desumanização (que se encontra na linha 9) e à autodestruição (que se encontra na linha 10). Notamos que a segunda busca a superação da violência pela paz pelo próprio nome da proposta da ONU: “Cultura da Paz”. Gabarito: C Texto II – itens de 6 a 16 1 5 10 15 A polêmica sobre o porte de armas pela população não tem consenso nem mesmo dentro da esfera jurídica, na qual há vários entendimentos como: “o cidadão tem direito a reagir em legítima defesa e não pode ter cerceado seu acesso aos instrumentos de defesa”, ou “a utilização da força é direito exclusivo do Estado” ou “o armamento da população mostra que o Estado é incapaz de garantir a segurança pública”. Independente de quão caloroso seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a ocorrência de crimes, sobretudo em um ambiente em que essas sejam obtidas por meios clandestinos. A partir daí, qualquer fato corriqueiro pode tornar-se letal. O porte de arma pelo cidadão pode dar uma falsa sensação de segurança, mas na realidade é o caminho mais curto para os registros de assaltos com morte de seu portador. Internet: <http://www.serasa.com.br/guiacontraviolencia>. Acesso em 28/9/2004 (com adaptações). A respeito do texto II, julgue os itens a seguir. 6. Na linha 1, o emprego da preposição por, que rege “população”, estabelece a relação entre “porte” e “população”. Comentário: A banca queria que o candidato visualizasse que a preposição “por”, em contração com o artigo “a”, constituindo “pela”, inicia um adjunto adnominal (termo agente) do núcleo “porte”, e a expressão “de armas” é o complemento nominal (termo paciente). Podemos entender da seguinte forma: a população porta armas. Isso confirma sintaticamente o que se diz na questão: o emprego da preposição por, que rege “população”, estabelece a relação entre “porte” e “população”. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 19 ... sobre o porte de armas pela população... núcleo + compl nominal + adjunto adnominal Gabarito: C 7. A retirada da expressão “nem mesmo” (ℓ. 2) preservaria a coerência e a correção gramatical do texto, mas enfraqueceria o argumento que mostra a fragilidade do consenso. Comentário: A expressão “nem mesmo” é denotativa de inclusão. O seu valor contextual é mostrar que até, inclusive (também palavras denotativas de inclusão) dentro da esfera jurídica, em que se esperava uma certeza a respeito do tema, não há essa convicção categórica. Essa expressão é utilizada para reforçar a polêmica em torno do porte de armas. Sua retirada não implica incorreção gramatical, nem incoerência. Na verdade, não haveria o reforço, com isso enfraqueceria o argumento que mostra a fragilidade do consenso, que é a própria esfera jurídica ter dúvida. Gabarito: C 8. No período de que faz parte, o termo “Independente” (ℓ. 9) exerce a função de adjetivo e está no singular porque se refere a “debate” (ℓ. 10). Comentário: A palavra independente pode ser adjetivo, quando se liga a substantivo; com isso deve se flexionar de acordo com o substantivo a que se refere, por exemplo: Os Países pobres estão ficando independentes dos mais ricos aos poucos. Neste exemplo, criado pelo professor, “independentes” se liga a substantivo, por isso se flexiona. O vocábulo “Independente”, na linha 9, é advérbio, transmitindo a circunstância de modo (Independentemente), porque se liga à oração “as estatísticas estão corretas”, e não a substantivo. Veja: Independente de quão caloroso seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a ocorrência de crimes, sobretudo em um ambiente em que essas sejam obtidas por meios clandestinos. Substituindo um advérbio por outro, teríamos: Independentemente de quão caloroso seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a ocorrência de crimes, sobretudo em um ambiente em que essas sejam obtidas por meios clandestinos. Gabarito: E 9. O emprego das aspas indica vozes que representam opiniões paradigmáticas a respeito do porte de armas. Comentário: A questão cobrou mais sobre o entendimento da expressão PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20 “opiniões paradigmáticas” do que propriamente o uso das aspas; pois sabemos que as aspas indicam a citação, a fala, vozes de alguém. Assim, quanto à pontuação está correta a afirmativa. Resta saber se elas realmente representam as opiniões paradigmáticas a respeito do tema porte de armas. Segundo o Dicionário Aurélio, paradigma é: “Substantivo masculino. 1. Modelo, padrão, estalão: “D. Luís de Meneses .... parece constituir o paradigma da síntese ideal .... entre a coragem militar e o academismo cultural.” (Antônio José Saraiva e Óscar Lopes, História daLiteratura Portuguesa, pp. 455-456).” Dessa forma, podemos interpretar que não são opiniões pessoais ali relatadas, mas opiniões tomadas de modelos, padrões legais, constitucionais, dogmáticos, doutrinários, a favor do porte de armas ou contra ele. Isso ratifica que a questão está correta. Gabarito: C 10. De acordo com o desenvolvimento das ideias no texto, o advérbio “daí” (ℓ. 13) marca o momento do debate. Comentário: O vocábulo “daí” pode, em determinados contextos, ser advérbio de tempo ou lugar; mas, no caso do texto, esse vocábulo encontra- se junto a uma locução prepositiva (a partir de) que transmite uma conclusão com base em uma análise anteriormente dita (após uma consideração). Dessa forma, a afirmativa da questão está errada. Gabarito: E 11. Pelo tema, impessoalidade e clareza, o texto poderia constituir parte de um documento oficial — como, por exemplo, um relatório ou um parecer —, mas o emprego das aspas lhe confere uma coloquialidade que o torna inadequado às normas da redação oficial. Comentário: O texto realmente transmite o tema com clareza e impessoalidade. Clareza, por não haver ambiguidade, nem considerações vagas; impessoalidade, por não expor opiniões particulares, mas se basear em argumentos estruturais. Este texto não se caracteriza como um “Relatório” ou “Parecer”; mas a banca afirmou que ele poderia fazer parte de um relatório ou parecer. Isso, sim, pode ser afirmado, pela objetividade e clareza no texto. O erro está em afirmar que as aspas transmitem coloquialidade. Em outras circunstâncias, as aspas podem até transmitir coloquialidade, por exemplo ao retratar uma discussão entre pessoas, o falar de jovens; mas neste contexto as opiniões entre aspas sinalizam bases doutrinárias de pensamento. Por isso, pode ser utilizada em fundamento de um texto de correspondência oficial. Gabarito: E Os itens abaixo apresentam opiniões ou relatos acerca do porte de armas, extraídos e adaptados de publicações recentes da imprensa nacional. Julgue PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21 cada item como certo se a ideia nele contida enfraquece o argumento defendido no texto II. 12. O fácil acesso às armas deu um novo status aos pequenos delitos, que passaram a ser letais, além de aumentar consideravelmente o poderio da marginalidade frente ao dos policiais. Comentário: Da questão 12 à 16, ocorre o mesmo pedido: Julgue cada item como certo se a ideia nele contida enfraquece o argumento defendido no texto II. Para isso, temos que ter claro o argumento defendido no texto. Primeiro, observe que o tema é o porte de armas: “A polêmica sobre o porte de armas pela população não tem consenso nem mesmo dentro da esfera jurídica...” Agora, percebamos o argumento do autor: “Independente de quão caloroso seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a ocorrência de crimes (...). O porte de arma é o caminho mais curto para os registros de assaltos com morte de seu portador. Com base nisso e se lembrando de que a afirmativa correta deve ser aquela que vai contra o argumento do autor, podemos, então, resolver as questões de 12 a 16. Levando-se em conta o argumento do autor de que “mais armas potencializam a ocorrência de crimes”, a frase “O fácil acesso às armas deu um novo status aos pequenos delitos, que passaram a ser letais, além de aumentar consideravelmente o poderio da marginalidade frente ao dos policiais.” confirma e potencializa a opinião do autor. Como se deve marcar certo ao que enfraquece o argumento do autor, esta questão está errada. Gabarito: E 13. Com o desarmamento civil, irá se conseguir apenas privar a população do seu legítimo direito à autodefesa, verdadeiro atentado a um princípio consagrado pela lei natural do homem. Vários países tentaram reduzir o nível de violência por meio do desarmamento da população, creditando às armas de fogo portadas pela sociedade civil a responsabilidade final pelo aumento do número de atentados contra a vida humana. Nada mais falacioso. Comentário: “Com o desarmamento civil, irá se conseguir apenas privar a população do seu legítimo direito à autodefesa, verdadeiro atentado a um princípio consagrado pela lei natural do homem. Vários países tentaram reduzir o nível de violência por meio do desarmamento da população, creditando às armas de fogo portadas pela sociedade civil a responsabilidade final pelo aumento do número de atentados contra a vida humana. Nada mais falacioso.” PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22 Note que esta estrutura afirma que a opinião análoga à do autor do texto (Vários países tentarem reduzir o número de armas para tentar reduzir o nível de violência) é uma falácia, isto é, uma falsidade, um engano. Isso nega a opinião do autor do texto, e enfraquece o argumento dele. Assim, esta questão está certa. Gabarito: C 14. Embora as camadas de menor poder aquisitivo sejam mais afetadas pelos efeitos da violência, é claro que os jovens das classes A e B também não estão livres dessa ameaça. Na ânsia de dar um basta à situação, a maioria deles defende medidas como a redução da idade penal para menos de 18 anos e a proibição de venda de armas. Comentário: “Embora as camadas de menor poder aquisitivo sejam mais afetadas pelos efeitos da violência, é claro que os jovens das classes A e B também não estão livres dessa ameaça. Na ânsia de dar um basta à situação, a maioria deles defende medidas como a redução da idade penal para menos de 18 anos e a proibição de venda de armas.” A frase potencializa, confirma a opinião do autor, por defender a proibição de venda de armas; portanto a questão está errada. Gabarito: E 15. Menos de duas horas depois da abertura de um posto de recolhimento de armas, às 9 h, a Polícia Federal já havia recebido 15 revólveres e três espingardas. Cada pessoa que devolvia uma arma ganhava uma rosa. Comentário: “Menos de duas horas depois da abertura de um posto de recolhimento de armas, às 9 h, a Polícia Federal já havia recebido 15 revólveres e três espingardas. Cada pessoa que devolvia uma arma ganhava uma rosa.” Esta afirmativa levanta fato que confirma o argumento do autor, no qual se entende “menos armas, menos violência”. Como não enfraquece a opinião do autor, está errada a afirmativa. Gabarito: E 16. “A gente tem de refletir se a arma em casa serve para alguma coisa”, afirmou o chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal. “Onde os bandidos compraram essas armas? No mercado negro, que, por sua vez, roubou das pessoas de bem, porque nenhum ladrão jamais comprou arma em loja.” Comentário: “A gente tem de refletir se a arma em casa serve para alguma coisa”, afirmou o chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal. “Onde os bandidos compraram essas armas? No mercado negro, que, por sua vez, roubou das pessoas de bem, porque nenhum ladrão jamais comprou arma em loja.” A afirmativa corrobora a opinião do autor, pois se infere que, mesmo a PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23 arma estando com pessoas de bem, é um problema, pois podem ser roubadas e alimentar o esquema da violência. Por isso a afirmativa não enfraquece a opinião do autor. Gabarito: E 1 5 10 O que importa para os proponentes do desarmamento da população é o sentimento de estar “fazendo algo” para acabar com a violência, mesmo que o tal “algo” sejaabsolutamente inócuo. Desarmar a população só pode trazer dois resultados. O mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir. O resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a população indefesa frente a aventuras políticas. Quem duvida, procure a seção de História da biblioteca mais próxima. Paulo Leite. Desarmamento e liberdade. In: Internet: <http://www.diegocasagrande.com.br> (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue os seguintes itens. 17. Na linha 5, a locução verbal “pode trazer” está empregada no singular porque deve concordar com “população”. Comentário: A locução verbal “pode trazer” não concorda com “população”, mas com o seu sujeito oracional “Desarmar a população”. Por isso, a questão está errada. Gabarito: E 18. Preservam-se a correção gramatical e a coerência da argumentação ao se substituir os pontos logo depois de “resultados” (ℓ. 6) e de “reagir” (ℓ. 9), respectivamente, por dois-pontos e por ponto e vírgula, fazendo-se os devidos ajustes nas letras maiúsculas. Comentário: Observe a construção original: Desarmar a população só pode trazer dois resultados. O mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir. O resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a população indefesa frente a aventuras políticas. 1 2 3 PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24 A expressão “dois resultados” sugere uma enumeração em seguida, com as expressões “O mais imediato” e “O resultado mais remoto”. O autor preferiu utilizar uma estrutura com um enunciado inicial (1) e dois outros enunciados explicativos em coordenação (2, 3). Essas três informações foram inseridas como períodos. O que a banca pede é a percepção do candidato, quanto a esta estrutura ser desenvolvida em orações num só período. Isso pode ser feito com o uso dos dois-pontos, marcando o início da enumeração (que são os dois enunciados coordenados 2 e 3) e com a divisão entre os enunciados coordenados por ponto e vírgula, haja vista ocorrerem divisões internas a estes elementos. Com isso, a reestruturação é mais clara e enfática: Desarmar a população só pode trazer dois resultados: o mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir; o resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a população indefesa frente a aventuras políticas. Gabarito: C 19. Por ser opcional o emprego do sinal indicativo de crase no termo regido por “frente” (ℓ. 10), sua inserção preservaria a correção gramatical do texto. Comentário: Na expressão “frente a aventuras políticas”, o vocábulo “frente” rege preposição “a” e o vocábulo “aventuras” admite artigo “as”. Como o vocábulo que aparece é “a” (no singular), ocorre apenas a preposição. Com isso a crase é proibida. Para haver crase obrigatória, o “a” deveria estar no plural: frente às aventuras políticas. Gabarito: E 20. A argumentação do texto leva a inferir que aquilo que se encontrará na “seção de História da biblioteca mais próxima” (ℓ. 11-12) serão razões políticas a favor do desarmamento da população. Comentário: Entende-se do texto que “Desarmar a população só pode trazer dois resultados” contrários ao desarmamento da população, pois, segundo o texto, o “mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência” e o “resultado mais remoto” é “deixar a população indefesa frente a aventuras políticas”. O autor quis enfatizar que isso já ocorrera anteriormente e aquele que duvide disso basta que “procure a seção de História da biblioteca mais próxima”. Gabarito: E 1 2 3 PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 25 Agora, somente as provas!!! PROVA 1 Agente da Polícia Federal / 2009 / nível superior 1 5 10 15 20 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e conflitantes. Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não constituem indicadores de modernidade. Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas. Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). Considerando a argumentação do texto acima bem como as estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue os itens a seguir. 1. Na linha 2, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de “no qual”. 2. Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria “obra do acaso” (ℓ. 3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos. 3. Para evitar o emprego redundante de estruturas sintático-semânticas, como o que se identifica no trecho “Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos” (ℓ. 3 a 5), poder-se-ia unir as ideias em um só período sintático — Uma nação se constrói no meio de embates —, o PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 26 que preservaria a correção gramatical do texto, mas reduziria a intensidade de sua argumentação. 4. Se o terceiro parágrafo do texto constituísse o corpo de um documento oficial, como um relatório ou parecer, por exemplo, seria necessário preservar o paralelismo entre as ideias a respeito de “Modernidade” (ℓ. 13, 20), por meio da conjugação do verbo ser, nas linhas 13 e 20, no mesmo tempo verbal. 5. O trecho “os que pensam assim” (ℓ. 20) retoma, por coesão, o referente de “muitos” (ℓ. 9), bem como o sujeito implícito da oração “dão mais valor a um modelo de desenvolvimento” (ℓ. 16,17). 6. O emprego do sinal de ponto e vírgula, no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do período e deixar subentender “Modernidade” (20) como o sujeito de “é sistema” (20,21), “são instituições” (ℓ. 22) e “é o controle” (ℓ. 23). 1 5 10 15 20 Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir umpouco a respeito do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo Espinosa e imaginar a democracia como uma potencialidade do social, que, se de um lado exige a criação de formas e de configurações legais e institucionais, por outro não permite parar. A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais. Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações). Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto acima, julgue os itens seguintes. 7. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (ℓ. 4). PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 27 8. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se optar pela determinação do substantivo “respeito” (ℓ. 9), juntando-se o artigo definido à preposição “a”, escrevendo-se ao respeito. 9. Na linha 10, a flexão de singular em “não se trata” deve-se ao emprego do singular em “um regime”. 10. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas “características fixas” (ℓ. 11) aceitáveis de “democracia” (ℓ. 2 e 9). 11. Pela acepção usada no texto, o emprego da forma verbal pronominal “se limitou” (ℓ. 18,19) exige a presença da preposição a no complemento verbal; a substituição pela forma não-pronominal — não limitou a extensão —, sem uso da preposição, preservaria a correção gramatical, mas mudaria o efeito da ideia de “democratização” (ℓ. 18). 12. Em textos de normatização mais rígida do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (ℓ. 20), deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o sujeito da oração seja claramente identificado. 1 5 10 15 20 A visão do sujeito indivíduo — indivisível — pressupõe um caráter singular, único, racional e pensante em cada um de nós. Mas não há como pensar que existimos previamente a nossas relações sociais: nós nos fazemos em teias e tensões relacionais que conformarão nossas capacidades, de acordo com a sociedade em que vivemos. A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações com as instituições e nas relações que estabelecemos com os outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma unidade fechada em si mesma, como Homo clausus. Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas complexas de internalização do “exterior” e, também, de rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”. As experiências que o homem vai adquirindo na relação com os outros são as que determinarão as suas aptidões, os seus gostos, as suas formas de agir. Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia. In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações). PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28 Julgue os seguintes itens, a respeito das estruturas linguísticas e do desenvolvimento argumentativo do texto acima. 13. Ao ligar dois períodos sintáticos, o conectivo “Mas” (ℓ. 3) introduz a oposição entre a ideia de um sujeito único e indivisível e a ideia de um sujeito moldado por teias de relações sociais. 14. A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a nossas relações sociais” (ℓ. 4,5) preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”. 15. Na linha 5, para se evitar a sequência “nós nos”, o pronome átono poderia ser colocado depois da forma verbal “fazemos”, sem que a correção gramatical do trecho fosse prejudicada, prescindindo-se de outras alterações gráficas. 16. O emprego do sinal de dois-pontos, na linha 11, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a pergunta proposta pela sociologia. 17. O emprego das aspas nos termos das linhas 10, 18 e 20 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual desses termos. 18. O uso da forma verbal flexionada na primeira pessoa do plural “Estaríamos” (ℓ. 16) inclui autor e leitores no desenvolvimento da argumentação, de tal modo que seria coerente e gramaticalmente correto substituir “o homem vai adquirindo” (ℓ. 20, 21) por vamos adquirindo, no período seguinte. 19. Na linha 19, a flexão de plural em “próprias e singulares” estabelece relações de coesão tanto com “rejeição” quanto com “negociação” e indica que esses substantivos têm referentes distintos e não podem ser tomados como sinônimos. 1 5 10 O uso do espaço público nas grandes cidades é um desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a educação. Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29 15 20 população com campanhas de conscientização — e multas, quando só as advertências não funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de urgência para uma mudança de comportamento na sociedade brasileira veio para ficar. As iniciativas são louváveis. Caso a população, porém, se sinta apenas punida ou obrigada a uma atitude, e não parte da comunidade, os benefícios não se tornarão duradouros. Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão. In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações). A respeito da organização das estruturas linguísticas do texto acima e da redação de correspondências oficiais, julgue os itens subsequentes. 20. Respeitam-se a coerência da argumentação do texto e a sua correção gramatical, se, em vez de se empregar “do espaço público” (ℓ. 1), no singular, esse termo for usado no plural: dos espaços públicos. 21. A fragmentação sintática de ideias coordenadas, decorrente do emprego do ponto final antes de “Sobretudo” (ℓ. 2), de “Ou” (ℓ. 7) e de “São situações” (ℓ. 9), que é admitida em textos jornalísticos, deve ser evitada, para facilitar a objetividade e a clareza, na redação de documentos oficiais. 22. Na relação entre as ideias do texto, subentende-se ao imediatamente antes de “tentar” (ℓ. 4) e de “andar” (ℓ. 7); por isso, a inserção de ao nessas posições tornaria o texto mais claro, além de manter a sua correção gramatical. 23. Na linha 14, a presença da conjunção “e” torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto. 24. A substituição de “Caso” (ℓ. 19) pela conjunção Se preservaria a correção gramatical da oraçãoem que se insere, não demandaria outras modificações no trecho e respeitaria a função condicional dessa oração. Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a seguir. 25. Documentos oficiais em forma de ofício, memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão, que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que o emite. PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 30 26. Desconsiderando-se as margens e os espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício. (...) 4. Por fim, por oportuno informamos que as providências tomadas, e aqui mencionadas, também já são do conhecimento das partes envolvidas. Atenciosamente [assinatura] Pedro Álvares Cabral Chefe da seção de logística e distribuição de pessoal (SLDP). GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 C E C E C C E E E E 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C E C E E C C E C C 21 22 23 24 25 26 C E E E C E PROVA 2 Delegado da Polícia Federal / 2004 / nível superior Texto I – itens de 1 a 5 1 5 10 O homem, como ser histórico, é o construtor da sociedade e o responsável pelo rumo que ela venha a tomar. Tornamo-nos seres humanos na dialética mesma da hominização, ao produzirmos e transformarmos coletivamente a cultura e nos construirmos como sujeitos. A nossa cultura atual, eivada de violências físicas e simbólicas, tem levado os seres humanos à massificação, à desumanização e à autodestruição. Fazendo frente a essa crise, a Cultura da Paz surge como uma proposta da ONU que tem por objetivo conscientizar a todos PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 31 15 — governos e sociedades civis — para que se unam em busca da superação da falência do nosso paradigma atual, conclamando para a construção de um novo modelo substitutivo, assentado em ações, valores e princípios calcados em uma nova ética social, no respeito à diversidade cultural e na diminuição das desigualdades e injustiças. Editorial. Revista da Faculdade de Educação do Estado da Bahia. Ano 10, n.º 14, jan./jun., 2001 (com adaptações). Julgue os itens seguintes, acerca do texto acima. 1. O aposto “como ser histórico” (ℓ.1) esclarece ou justifica as razões das características de homem que o período sintático apresenta a seguir. 2. A ideia de hipótese que o emprego de “venha” (ℓ. 3) confere ao texto pode ser alternativamente expressa por porventura vem, sem prejuízo da argumentatividade e da correção gramatical do texto. 3. Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se substituir o aposto “eivada (...) simbólicas” (ℓ. 7-8) pela seguinte oração subordinada: de que foi infectada por violências físicas e simbólicas. 4. A inserção de uma vírgula logo depois de “ONU” (ℓ. 12) respeitaria as regras gramaticais, mas provocaria ambiguidade de interpretação sobre quem teria “por objetivo conscientizar” (ℓ.12). 5. As expressões “paradigma atual” (ℓ.15) e “novo modelo” (ℓ.16) correspondem a duas possibilidades diferentes de éticas sociais: a primeira leva à desumanização e à autodestruição; a segunda busca a superação da violência pela paz. Texto II – itens de 6 a 16 1 5 10 A polêmica sobre o porte de armas pela população não tem consenso nem mesmo dentro da esfera jurídica, na qual há vários entendimentos como: “o cidadão tem direito a reagir em legítima defesa e não pode ter cerceado seu acesso aos instrumentos de defesa”, ou “a utilização da força é direito exclusivo do Estado” ou “o armamento da população mostra que o Estado é incapaz de garantir a segurança pública”. Independente de quão caloroso seja o debate, as estatísticas estão corretas: mais armas potencializam a ocorrência de crimes, sobretudo em um ambiente em que essas sejam obtidas por meios clandestinos. A partir daí, qualquer PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 32 15 fato corriqueiro pode tornar-se letal. O porte de arma pelo cidadão pode dar uma falsa sensação de segurança, mas na realidade é o caminho mais curto para os registros de assaltos com morte de seu portador. Internet: <http://www.serasa.com.br/guiacontraviolencia>. Acesso em 28/9/2004 (com adaptações). A respeito do texto II, julgue os itens a seguir. 6. Na linha 1, o emprego da preposição por, que rege “população”, estabelece a relação entre “porte” e “população”. 7. A retirada da expressão “nem mesmo” (ℓ. 2) preservaria a coerência e a correção gramatical do texto, mas enfraqueceria o argumento que mostra a fragilidade do consenso. 8. No período de que faz parte, o termo “Independente” (ℓ. 9) exerce a função de adjetivo e está no singular porque se refere a “debate” (ℓ. 10). 9. O emprego das aspas indica vozes que representam opiniões paradigmáticas a respeito do porte de armas. 10. De acordo com o desenvolvimento das ideias no texto, o advérbio “daí” (ℓ. 13) marca o momento do debate. 11. Pelo tema, impessoalidade e clareza, o texto poderia constituir parte de um documento oficial — como, por exemplo, um relatório ou um parecer —, mas o emprego das aspas lhe confere uma coloquialidade que o torna inadequado às normas da redação oficial. Os itens abaixo apresentam opiniões ou relatos acerca do porte de armas, extraídos e adaptados de publicações recentes da imprensa nacional. Julgue cada item como certo se a ideia nele contida enfraquece o argumento defendido no texto II. 12. O fácil acesso às armas deu um novo status aos pequenos delitos, que passaram a ser letais, além de aumentar consideravelmente o poderio da marginalidade frente ao dos policiais. 13. Com o desarmamento civil, irá se conseguir apenas privar a população do seu legítimo direito à autodefesa, verdadeiro atentado a um princípio consagrado pela lei natural do homem. Vários países tentaram reduzir o nível de violência por meio do desarmamento da população, creditando às armas de fogo portadas pela sociedade civil a responsabilidade final pelo aumento do número de atentados contra a vida humana. Nada mais falacioso. 14. Embora as camadas de menor poder aquisitivo sejam mais afetadas pelos efeitos da violência, é claro que os jovens das classes A e B também não PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 33 estão livres dessa ameaça. Na ânsia de dar um basta à situação, a maioria deles defende medidas como a redução da idade penal para menos de 18 anos e a proibição de venda de armas. 15. Menos de duas horas depois da abertura de um posto de recolhimento de armas, às 9 h, a Polícia Federal já havia recebido 15 revólveres e três espingardas. Cada pessoa que devolvia uma arma ganhava uma rosa. 16. “A gente tem de refletir se a arma em casa serve para alguma coisa”, afirmou o chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal. “Onde os bandidos compraram essas armas? No mercado negro, que, por sua
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