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Prova ABIN 2008 - Língua Portuguesa

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PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
 
 
 
 
Aula 10 
(Provas comentadas) 
Olá, pessoal! 
Agora, é hora de aplicarmos tudo o que vimos. 
Procure realizar as questões DENTRO DO TEMPO estipulado para cada 
prova. 
Isso vai lhe dar uma noção se seu tempo de resolução está bom ou não. 
 Evite perder tempo em questão de difícil resolução ou duvidosa. Pule 
para a próxima. Depois de ter chegado ao final da prova, volte e resolva, se 
der tempo. 
Lembre-se: não passa no concurso aquele que sabe mais, mas aquele 
que sabe e tem boa estratégia de prova. 
Às vezes saber muito uma matéria faz o candidato não se permitir pular 
a questão, tentando de qualquer forma resolvê-la. Assim, ele pode até ganhar 
aquela questão, mas o tempo perdido nela tirou dele a vantagem de resolver 
as outras com tranquilidade. 
Faça do fator tempo um aliado, um amigo! 
Pratique isso agora!!! 
Para que se tire melhor proveito da aula, recomenda-se que o aluno veja 
o quadro característico de cada prova na primeira parte da aula, atentando-se 
ao tteemmppoo ddee rreessoolluuççããoo da prova de língua portuguesa, realize as provas na 
segunda parte (só provas sem comentário), cumprindo rigorosamente o 
tempo determinado e depois volte à primeira parte observando os 
comentários. 
Boa prova!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prova 1 – ABIN 2008 – superior 
 
Quantidade geral de questões: 150 
Quantidade de questões de Língua Portuguesa: 25 
Redação? Sim 
Tempo total da prova: 300 minutos 
Tempo estimado para redação: 70 minutos 
Tempo para cartão de resposta: 20 minutos 
Tempo médio por questão: 1 minuto e 24 segundos 
 
Tempo Língua Portuguesa: 3355 mmiinnuuttooss 
Português p/ Câmara dos Deputados (Analista Legislativo) 
(Teoria e questões comentadas) 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
Prova 1 
 
Agência Brasileira de Inteligência / 2008 / nível superior 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 Assistimos à dissolução dos discursos homogeneizantes e 
totalizantes da ciência e da cultura. Não existe narração ou gênero do 
discurso capaz de dar um traçado único, um horizonte de sentido unitário 
da experiência da vida, da cultura, da ciência ou da subjetividade. Há 
histórias, no plural; o mundo tornou-se intensamente complexo e as 
respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar 
de um curso único para a história, os projetos humanos têm um 
assentamento inicial que já permite abrir o presente para a construção de 
futuros possíveis. Tornar-se um ser humano consiste em participar de 
processos sociais compartilhados, nos quais emergem significados, 
sentidos, coordenações e conflitos. A complexidade dos problemas 
desarticula-se e, precisamente por essa razão, torna-se necessária uma 
reordenação intelectual que nos habilite a pensar a complexidade. 
Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. 
In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e 
subjetividade, p. 17 (com adaptações). 
 
Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das ideias no texto acima. 
1. Subentende-se da argumentação do texto que a sistematização dos gêneros 
do discurso ainda é insuficiente para explicar satisfatoriamente o complexo 
sentido da cultura e da ciência na formação dos sujeitos. 
Comentário: É importante entender a estrutura do texto, para responder a 
esta questão. Na tese (primeiro período), diz-se que estamos assistindo à 
dissolução dos discursos homogeneizantes e totalizantes da ciência e da 
cultura. Já que houve a dissolução, então, segundo o texto, ocorreu uma 
mudança desse pensamento. Assim, hoje não há mais um traçado único, um 
discurso ou um pensamento doutrinário que regule ou limite o ser humano; 
pois há vida no plural, pensamentos diversos na cultura, na ciência, na vida. 
Atente ao segundo período quando se diz que “Não existe narração ou gênero 
do discurso capaz de dar um traçado único”, quer dizer, capaz de monopolizar 
o pensamento e a ideologia da sociedade atual. 
 Agora, vejamos a questão 1. Ela afirma que “a sistematização dos 
gêneros do discurso ainda é insuficiente para explicar satisfatoriamente o 
complexo sentido da cultura e da ciência na formação dos sujeitos. 
 O vocábulo “ainda” faz-nos inferir que antes era insuficiente e agora 
continua. Mas, de acordo com o contexto, entendemos que o discurso passou 
a ser insuficiente para explicar satisfatoriamente esse complexo sentido da 
cultura e da ciência na formação dos sujeitos. Por isso, a afirmação está 
errada. 
Gabarito: E 
 
2. O emprego do sinal indicativo de crase em “à dissolução” (ℓ. 1) deve-se à 
dupla possibilidade de relações sintático-semânticas para o verbo assistir. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
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Comentário: O sinal indicativo de crase ocorreu por haver preposição “a”, 
exigida pelo verbo “Assistimos” e artigo “a”, admitido pelo substantivo 
“dissolução”. Quando a banca usou a expressão “dupla possibilidade de 
relações sintático-semânticas”, gerou dúvida ao candidato, o que tornou a 
questão anulada. Esse verbo realmente tem dupla possibilidade de regência 
(sintático), já que pode ser transitivo direto ou transitivo indireto. Com a 
mudança da regência, muda-se também o sentido (semântica). Mas não é isso 
que gera a preposição, isso não é a causa, como afirmou a questão. Por isso a 
banca achou por bem anulá-la. 
Gabarito: Anulada 
 
3. A relação que a oração iniciada por “e as respostas” (ℓ. 5,6) mantém com a 
anterior mostra que a função da conjunção “e” corresponde à função de por 
isso. 
Comentário: A banca queria que o candidato percebesse que a oração 
coordenada “e as respostas não são diretas nem estáveis” pode ser 
interpretada como conclusão. Lembre-se do que foi visto na aula de sintaxe do 
período composto por coordenação. As orações conclusivas são o resultado 
natural de uma ação ou ocorrência da inicial, muitas vezes ela é entendida 
como consequência, só não podemos afirmar isso pelo uso das conjunções, 
pois as consecutivas possuem conjunções próprias. A conjunção “e”, neste 
contexto, além de adicionar, traz ideia de resultado, consequência: tendo em 
vista o mundo tornar-se intensamente complexo, as respostas não são diretas 
nem estáveis. Assim, contextualmente, a conjunção “e” pode ser substituída 
por por isso. Compare: 
...o mundo tornou-se intensamente complexo e as respostas não são diretas 
nem estáveis. 
...o mundo tornou-se intensamente complexo por isso as respostas não são 
diretas nem estáveis. 
Gabarito: C 
 
4. Preservam-se as relações entre os argumentos do texto caso se empregue, 
em lugar de “que não possamos” (ℓ. 6), uma oração correspondente com o 
gerúndio: não podendo. 
Comentário: As orações subordinadas adverbiais concessivas naturalmente 
podem ser reduzidas de gerúndio ou infinitivo, mas o candidato deveria ficar 
atento quanto ao sujeito elíptico desta oração. 
 Quando a oração é reduzida de gerúndio ou particípio, essas formas 
nominais não se flexionam em pessoa; por isso, dependendo de quem seja o 
sujeito, poderá haver ambiguidade e prejuízo da coerência no texto. Veja: 
Mesmo que não possamos olhar de um curso único para a história, os 
projetos humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o 
presente para a construção de futuros possíveis. 
O sujeito de “possamos olhar” é oculto “nós” e o sujeito de “têm” é “os 
projetos humanos”. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Mesmo não podendo olhar de um curso único para a história, os projetos 
humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o presente para a 
construção de futurospossíveis. 
Agora, o sujeito de “podendo olhar” é elíptico, isto é, remete-se, no 
contexto, a “projetos humanos”, e isso traz prejuízo para o texto. 
Gabarito: E 
 
5. Preservam-se as relações argumentativas, a noção de pluralidade e a 
correção gramatical da oração ao se empregar a expressão cada projeto 
humano em lugar de “os projetos humanos” (ℓ. 7). 
Comentário: Semanticamente e de acordo com o contexto, a expressão “os 
projetos humanos” tem similaridade com cada projeto humano; porém, 
como aquela expressão é sujeito do verbo “têm”, que se encontra no plural, 
não se pode substituir uma pela outra, pois, com isso, o verbo deveria se 
flexionar no singular. Compare: 
... os projetos humanos têm um assentamento inicial... 
... cada projeto humano tem um assentamento inicial... 
Gabarito: E 
 
6. Na linha 9, a flexão de singular na forma verbal “consiste” deve-se à 
obrigatoriedade da concordância do verbo com o sujeito da oração: “ser 
humano”. 
Comentário: O verbo “consiste” encontra-se no singular, porque seu sujeito 
é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo (“Tornar-
se um ser humano”). Veja: 
Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos sociais 
compartilhados (Isso consiste em participar de processos sociais compartilhados) 
Gabarito: E 
 
7. O uso da preposição em, no termo “nos quais” (ℓ. 10), indica que a 
expressão nominal “processos sociais compartilhados” (ℓ. 10) está 
empregada como a circunstância de lugar da emergência dos “significados” 
(ℓ. 10), não como o agente de sua origem. 
Comentário: A preposição “em” transmite valor de lugar estático. Ela se 
juntou a “os quais” para ambos serem o adjunto adverbial de lugar da oração 
subordinada adjetiva que iniciou. Veja: 
Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos sociais 
compartilhados, nos quais emergem significados, sentidos, coordenações e conflitos. 
 
 
Podemos, então, entender que “significados, sentidos, coordenações e 
conflitos” emergem nos processos sociais compartilhados. 
Na afirmativa da questão, foi utilizado o substantivo abstrato 
“emergência”. Isso poderia causar dúvida, mas veja que ele não está no 
sentido de “urgência”, mas como derivação daquilo que ocorre, resulta, 
adjunto adverbial 
de lugar 
verbo 
intransitivo 
sujeito composto 
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emerge. Portanto, está correta a afirmação da questão: “processos sociais 
compartilhados” é a circunstância de lugar (adjunto adverbial de lugar) da 
emergência dos significados (os significados emergem). 
Veja ainda que, na afirmativa da questão, foi dito que “processos sociais 
compartilhados” não foram usados como agentes de sua origem. Elas apenas 
foram empregadas como circunstância de lugar. Isso tem relação direta com o 
termo “nos quais”. Ele é o adjunto adverbial. O termo agente de uma oração é 
o sujeito agente ou agente da passiva. Isso ratifica que a questão está 
corretíssima. 
Gabarito: C 
 
8. No segundo parágrafo, as duas ocorrências do pronome se, em 
“desarticula-se” e “torna-se”, marcam a impessoalidade da linguagem 
empregada no texto por meio da indeterminação do sujeito. 
Comentário: O uso do pronome “se” realmente ajuda na marca da 
impessoalidade, pois deixa o verbo em terceira pessoa. Mas a banca afirmou 
que o “se”, nos dois casos, indeterminou o sujeito. Isso está equivocado, pois 
é clara a determinação do sujeito desses dois verbos. “A complexidade dos 
problemas” é sujeito de “desarticula-se”, e “uma reordenação intelectual” é 
sujeito de “torna-se”. 
Assim, não há índice de indeterminação de sujeito, mas pronome 
apassivador e parte integrante do verbo, respectivamente. No primeiro caso, o 
verbo “desarticula” é transitivo direto e recebeu o pronome apassivador. Para 
se ter certeza, basta trocar a voz passiva sintética pela analítica: A 
complexidade dos problemas foi desarticulada. 
No segundo caso, o verbo “tornar” normalmente é intransitivo; mas, 
quando recebe o “se” ou os outros pronomes oblíquos átonos “me, te, nos, 
vos”, passa a ser verbo de ligação. Esses pronomes passam a ter valor de 
parte integrante do verbo. 
Gabarito: E 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 Uma vez pesquisado, determinado assunto agrega novos elementos 
ao pensamento de seu observador e, portanto, modifica-o. Mudado seu 
modo de pensar, o pesquisador já não concebe aquele tema da mesma 
forma e, assim, já não é capaz de estabelecer uma relação exatamente 
igual à do experimento original. Não se podendo repetir a relação sujeito-
objeto, é forçoso afirmar que seria impossível a reprodução exata de 
qualquer situação de pesquisa, o que ressalta a importância da descrição 
do fenômeno e o caráter vivo dos postulados teóricos. Em uma visão 
fenomenológica, os chamados estados da mente perante a verdade podem 
ser descritos como o tipo de experiência vivida pelo analista de 
inteligência no contato com o fenômeno acompanhado. Assim sendo, os 
fatos analisados não podem ser dissociados daquele que produz o 
conhecimento. Quando a mente se posiciona perante a verdade, o que de 
fato ocorre é um processo ativo de auto-regulação entre uma pessoa, seus 
conhecimentos preexistentes (a priori) e um novo fato que se apresenta. 
Guilherme Augusto Rosito. Abordagem fenomenológica e 
metodologia de produção de conhecimentos. In: Revista Brasileira de 
Inteligência. Brasília: ABIN, v. 2, n.º 3, set./2008 (com adaptações). 
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Com referência ao texto acima, julgue os itens subsequentes. 
9. O desenvolvimento da argumentação do texto mostra que o pronome em 
“modifica-o” (ℓ. 2) toma como referente a expressão “determinado assunto” 
(ℓ. 1). 
Comentário: O pronome oblíquo átono “o” retoma “pensamento”, pois ele é 
modificado por determinado assunto agregado a novos elementos. Veja: 
Uma vez pesquisado, determinado assunto agrega novos elementos ao 
pensamento de seu observador e, portanto, modifica-o. 
Gabarito: E 
 
10. Em “à do experimento” (ℓ. 5), o sinal indicativo de crase está empregado 
de forma semelhante ao emprego desse sinal em expressões como à moda, 
às vezes, em que o uso do sinal é fixo. 
Comentário: Em nossas aulas, vimos a ocorrência de crase em locuções 
adverbiais, com base na sua própria estrutura interna (preposição + nome). É 
disso que a banca CESPE fala nesta questão ao se referir às locuções 
adverbiais “à moda”, “às vezes”, como uso fixo do sinal indicativo de crase. 
 Porém, não é isso que ocorreu com a expressão “à do experimento”. 
Neste caso, a preposição “a” não faz parte da estrutura interna, ela foi exigida 
pelo adjetivo “igual”, e o artigo “a” marcou que o substantivo “relação” está 
subentendido; por isso há crase. Portanto, as razões do acento indicativo de 
crase nos casos referenciados são diferentes. 
Gabarito: E 
 
11. No desenvolvimento da argumentação, a oração “Não se podendo repetir 
a relação sujeito-objeto” (ℓ. 5,6) expressa a causa que desencadeia as ideias 
do trecho “é forçoso afirmar (...) pesquisa” (ℓ. 6,7). 
Comentário: A pergunta é textual, mas depende da compreensão do período 
composto. Na realidade, pergunta-se qual a circunstância expressa na oração 
reduzida de gerúndio “Não se podendo repetir a relação sujeito-objeto”. Ela é 
subordinada adverbial causal e sua estrutura principal é a consequência, a 
qual é composta da oração principal “é forçoso”, oração subordinada 
substantiva subjetiva “afirmar”, oração subordinada substantiva objetiva 
direta “que seria impossível a reprodução exata de qualquer situação de 
pesquisa”. O contexto permite compreender o desenvolvimento da oração 
causal da seguinte forma: 
 
Já que não se pode repetir a relação sujeito-objeto, é forçoso afirmar que 
seria impossível a reprodução exata de qualquer situação de pesquisa...Agora, veja novamente a estrutura original reduzida de gerúndio: 
 
Não se podendo repetir a relação sujeito-objeto, é forçoso afirmar que seria 
impossível a reprodução exata de qualquer situação de pesquisa... 
Gabarito: C 
causa consequência 
causa consequência 
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12. Logo após “pesquisa” (ℓ. 7), estaria gramaticalmente correto e coerente 
com o desenvolvimento das ideias do texto o emprego do travessão simples 
no lugar da vírgula. 
Comentário: O pronome demonstrativo “o” é uma espécie significativa de 
aposto. Ele deve ser precedido por vírgula, para marcar que se refere a todo o 
enunciado anterior. Mas também pode ser precedido por travessão, da mesma 
forma como ocorre com o aposto explicativo. 
... é forçoso afirmar que seria impossível a reprodução exata de qualquer 
situação de pesquisa, o que ressalta a importância da descrição do fenômeno 
e o caráter vivo dos postulados teóricos. 
... é forçoso afirmar que seria impossível a reprodução exata de qualquer 
situação de pesquisa – o que ressalta a importância da descrição do fenômeno 
e o caráter vivo dos postulados teóricos. 
Gabarito: C 
 
13. Preservam-se as relações argumentativas e a correção gramatical do texto 
ao se substituir o trecho “os chamados estados da mente perante a verdade 
podem ser descritos” (ℓ. 9, 10) por podem serem descritos os chamados 
estados da mente em face à verdade. 
Comentário: Na locução verbal “podem ser descritos”, que se encontra na 
voz passiva, o verbo “ser” não pode se flexionar no plural, apenas o verbo 
auxiliar e a forma nominal particípio fazem a flexão. 
 Não existe a locução “em face a”. A locução prepositiva correta seria 
“em face de”, ou “face a”. Portanto, a substituição proposta pela questão está 
equivocada. 
Gabarito: E 
 
14. Subentende-se, pelas relações de sentido que se estabelecem no texto, 
que “daquele” (ℓ. 12) retoma, por coesão, “fenômeno” (ℓ. 11), precedido 
pela preposição de, exigida por “dissociados” (ℓ. 12). 
Comentário: A preposição “de” realmente é exigida pelo particípio 
“dissociados”. Porém, o pronome demonstrativo “daquele” retoma por recurso 
anafórico “fatos”. Naturalmente haveria dúvida, pois “daquele” encontra-se no 
singular e “fatos”, no plural. Porém a preposição “de” marca a parte de algo, 
assim se entende que os fatos analisados não podem ser dissociados daquele 
fato (específico, restrito) que produz o conhecimento. Por isso, está flexionado 
no singular. 
Gabarito: E 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 A hipótese dos campos mórficos, criada pelo inglês Rupert 
Sheldrake, representa uma salutar sacudida na biologia, com 
consequências em vários outros ramos da ciência. Nos seres humanos, a 
ressonância mórfica pode ser uma ferramenta utilíssima para explicar o 
aprendizado, em especial o de idiomas. Pela teoria, em geral é mais fácil 
aprender o que outros já aprenderam antes, graças à memória coletiva 
acessível a todos os indivíduos da mesma espécie. Assim, os campos 
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10 
 
 
 
 
15 
mórficos podem representar um novo ponto de partida para 
compreendermos nossa herança cultural e a influência de nossos 
ancestrais. O próprio biólogo reconhece, porém, que sua concepção tem 
um espaço em branco a ser preenchido. Se, por um lado, ela ajuda a 
explicar o modo como os padrões de organização são repetidos, por outro, 
não explicita como eles se colocam em primeiro lugar. Mas essa lacuna é 
estratégica, revela Sheldrake: “Isso deixa aberta a questão da criatividade 
evolucionária.” 
Planeta, ago./ 2005 (com adaptações). 
 
No que se refere à organização das ideias no texto acima, julgue os próximos 
itens. 
15. Infere-se da argumentação do texto que Sheldrake, em sua teoria, 
revoluciona os conceitos da biologia, utilizando-se da própria hipótese de 
ressonância dos conhecimentos de outros ramos da ciência na própria 
biologia. 
Comentário: No texto, é dito que a “hipótese dos campos mórficos” 
representa apenas uma sacudida (“salutar sacudida”) na biologia. 
Revolucionar, como a questão afirma, significa mudar drasticamente 
concepções, o que torna a questão errada. 
Gabarito: E 
 
16. Na articulação dos argumentos do texto, o termo “os indivíduos” (ℓ. 7) 
retoma, por coesão, o mesmo conjunto de seres antes designados como 
“seres humanos” (ℓ. 3). 
Comentário: A expressão “todos indivíduos da mesma espécie” não diz 
respeito somente aos seres humanos, mas a qualquer espécie que possua 
memória coletiva: os animais irracionais podem fazer parte deste grupo. Por 
isso, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
 
17. A flexão de primeira pessoa do plural em “compreendermos” (ℓ. 9) indica 
que o sujeito da oração em que esse verbo ocorre é diferente do sujeito da 
oração anterior. 
Comentário: O infinitivo deve se flexionar quando possui sujeito diferente do 
da oração anterior, para maior clareza, evitando a ambiguidade. O sujeito 
“nós” está implícito em “compreendermos”, e o sujeito da oração anterior é 
“os campos mórficos” em relação à locução verbal “podem representar”. Se 
não houvesse a flexão do infinitivo em primeira pessoa do plural 
(compreendermos), haveria incoerência neste contexto. Veja: 
Assim, os campos mórficos podem representar um novo ponto de partida 
para compreendermos nossa herança cultural e a influência de nossos 
ancestrais. 
Assim, os campos mórficos podem representar um novo ponto de partida 
para compreender nossa herança cultural e a influência de nossos 
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ancestrais. 
 Perceba que na segunda frase, sem a flexão do infinitivo, haveria 
incoerência textual, pois se entenderia que os campos mórficos teriam a 
finalidade de compreender nossa herança. 
Gabarito: C 
 
18. A conjunção “Se” (ℓ. 11) inicia uma oração que apresenta uma condição 
para a realização do que se afirma na oração principal. 
Comentário: A palavra “se” possui vários valores, dentre eles o de conjunção 
condicional. Mas, neste contexto, essa palavra transmite ênfase. É o caso das 
palavras denotativas de valor expletivo. Poder-se-ia retirar esse vocábulo no 
texto e não haveria incoerência, nem prejuízo gramatical. Veja: 
Se, por um lado, ela ajuda a explicar o modo como os padrões de 
organização são repetidos, por outro, não explicita como eles se colocam em 
primeiro lugar. 
Por um lado, ela ajuda a explicar o modo como os padrões de 
organização são repetidos, por outro, não explicita como eles se colocam em 
primeiro lugar. 
Gabarito: E 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado com as 
exigências de identidade civil a que nós nos submetemos com 
naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, ensinamos-lhes 
seu nome, o nome de seus pais e sua idade. Quando arranjarem seu 
primeiro emprego, junto com sua carteira de trabalho, receberão um 
número de inscrição que passará a acompanhar seu nome. Um dia 
chegará em que todos os cidadãos terão seu número de registro: esta é a 
meta dos serviços de identidade. Nossa personalidade civil já se exprime 
com maior precisão mediante nossas coordenadas de nascimento do que 
mediante nosso sobrenome. Este, com o tempo, poderia muito bem não 
desaparecer, mas ficar reservado à vida particular, enquanto um número 
de identidade, em que a data de nascimento seria um dos elementos, o 
substituiria para uso civil. O nome pertence ao mundo da fantasia, 
enquanto o sobrenome pertence ao mundo da tradição. A idade, 
quantidade legalmente mensurável com uma precisão quase de horas, é 
produto de um outro mundo, o da exatidão e do número. Hoje, nossos 
hábitos de identidade civil estão ligados, ao mesmo tempo, a essestrês 
mundos. 
Philippe Ariès. História social da criança e da família. 
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações). 
 
Com base no texto acima, julgue os itens de 19 a 25. 
19. A argumentação do texto se organiza em torno da ideia de que o cidadão 
do tempo atual recebe diferentes identificações nos mundos da fantasia, da 
tradição e da personalidade civil. 
PORTUGUÊS P/ CÂMARA DOS DEPUTADOS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10
Comentário: Observe este trecho recortado das linhas 13 a 18: 
O nome pertence ao mundo da fantasia, enquanto o sobrenome pertence ao 
mundo da tradição. A idade, quantidade legalmente mensurável com uma 
precisão quase de horas, é produto de um outro mundo, o da exatidão e do 
número. Hoje, nossos hábitos de identidade civil estão ligados, ao mesmo 
tempo, a esses três mundos. 
 Veja que a confirmação (exatidão) de dados e do número refere-se à 
personalidade civil. Portanto, a questão está correta. 
Gabarito: C 
 
20. A ideia de suposição expressa na forma verbal “ficaria” (ℓ. 1) permite o 
emprego de submetermos, forma verbal no modo subjuntivo, em lugar de 
“submetemos” (ℓ. 2), sem que se prejudiquem a coerência e a correção 
gramatical do texto. 
Comentário: A suposição marcada em “ficaria” faz uma comparação do 
homem do passado com as circunstâncias que envolvem o homem do 
presente, pois é afirmado que nós nos “submetemos” (presente) com 
naturalidade às exigências de identidade civil. 
 Ao se levar este verbo para o futuro do subjuntivo (submetermos), 
haveria incoerência, porque obrigaria o verbo “ficaria” a futuro do presente 
(ficará). Isso não cabe no contexto, haja vista que o homem do passado não 
executa ação no futuro do presente (apenas no futuro do pretérito). 
Gabarito: E 
 
21. O emprego da preposição antes do pronome, em “a que” (ℓ. 2), atende à 
regra gramatical que exige a preposição a regendo um dos complementos 
do verbo submeter. 
Comentário: O verbo submeter é transitivo direto e indireto. Neste 
contexto, o pronome “nos” é reflexivo, na função de objeto direto, “a que” é 
objeto indireto, por isso a preposição “a” é exigência deste verbo. 
... as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos com naturalidade. 
 OI + sujeito + OD + VTDI + adj adv modo 
Gabarito: C 
 
22. A substituição de “ensinamos-lhes” (ℓ. 3) por ensinamos a elas 
preservaria tanto a correção gramatical do texto quanto as relações 
semânticas expressas no trecho em questão. 
Comentário: O verbo ensinar é transitivo direto e indireto. O seu objeto 
direto é “seu nome” e seu objeto indireto é “lhes”, o qual retoma “nossas 
crianças”. Por isso se pode substituir esse pronome oblíquo átono pelo 
pronome oblíquo tônico “elas” precedido da preposição “a”. Veja: 
Assim que nossas crianças começam a falar, ensinamos-lhes seu nome, o 
nome de seus pais e sua idade. 
Assim que nossas crianças começam a falar, ensinamos a elas seu nome, o 
nome de seus pais e sua idade. 
Gabarito: C 
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23. A organização do período iniciado à linha 6 admite a substituição do sinal 
de dois-pontos, empregado logo após “registro” (ℓ. 7), pela conjunção 
portanto, entre vírgulas, sem que se prejudique a coerência textual. 
Comentário: O uso dos dois-pontos marca o início de um comentário do 
autor, que é expresso por uma oração intercalada de esclarecimento (isso foi 
visto nas aulas de período composto). Assim, os dois-pontos sinalizam uma 
especificação, uma ampliação do que foi dito anteriormente, e não uma 
conclusão, como a questão sugeriu com a conjunção “portanto”. 
 Por isso, não podemos substituir os dois-pontos por tal conjunção. 
Gabarito: E 
 
24. A função textual de “esta” (ℓ. 7) e “Este” (ℓ. 10) é retomar, como referente, 
a ideia enunciada na oração que precede cada um desses pronomes. 
Comentário: A banca nesta questão fez uma afirmação de que os dois 
pronomes possuem recursos anafóricos e retomam a ideia da oração anterior, 
isto é, retoma a respectiva oração anterior. Esse recurso é muito usado pelo 
pronome demonstrativo “isso” e “o”. 
Neste contexto, o pronome “esta” realmente retoma a ideia principal 
relatada na oração anterior, que é a de todos os cidadãos terem seu número 
de registro. Já o pronome “Este” retoma apenas o substantivo “sobrenome”, 
por isso há erro na afirmativa. 
Um dia chegará em que todos os cidadãos terão seu número de 
registro: esta é a meta dos serviços de identidade. Nossa personalidade civil 
já se exprime com maior precisão mediante nossas coordenadas de 
nascimento do que mediante nosso sobrenome. Este, com o tempo, poderia 
muito bem não desaparecer, mas ficar reservado à vida particular, enquanto 
um número de identidade, em que a data de nascimento seria um dos 
elementos, o substituiria para uso civil. 
Gabarito: E 
 
25. Preservam-se a correção gramatical e a coerência do argumento se, do 
período iniciado por “Este, com o tempo” (ℓ. 10) forem retirados os termos 
“não” e “mas”, nas linhas 10 e 11. 
Comentário: Para verificar se a afirmativa está correta, basta realizar a 
substituição: 
Este (o sobrenome), com o tempo, poderia muito bem não desaparecer, mas 
ficar reservado à vida particular, enquanto um número de identidade, em que 
a data de nascimento seria um dos elementos, o substituiria para uso civil. 
Este(o sobrenome), com o tempo, poderia muito bem desaparecer, ficar 
reservado à vida particular, enquanto um número de identidade, em que a 
data de nascimento seria um dos elementos, o substituiria para uso civil. 
 Na forma original, era desejo que o sobrenome não desaparecesse e que 
ficasse reservado à vida particular. Já, na retirada dos vocábulos, haveria 
desejo de que o sobrenome desaparecesse e que ficasse reservado à vida 
particular. 
 Note que a mudança de sentido é clara, mas não foi isso que a banca 
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afirmou. Foi afirmado que se preserva a correção gramatical e a coerência 
com o argumento. Ora, se houvesse o desaparecimento do sobrenome, 
como ele ficaria reservado à vida particular?!!! 
 Veja, também, que o autor, de certa forma, valoriza o sobrenome 
(“mundo da tradição” – linha 14). Assim, a reescrita proposta na questão iria 
contra seus argumentos. Portanto, haveria incoerência. 
Gabarito: E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prova 2 
 
 
Agência Brasileira de Inteligência / 2008 / nível médio 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 Com o advento do século XXI, novas ameaças ganharam relevo no 
mosaico dos problemas que colocam em risco a segurança dos povos, a 
estabilidade dos países e a concentração de esforços em favor da paz 
mundial. O terrorismo internacional, devido a seu poder de infiltração em 
diferentes regiões e sua capacidade para gerar instabilidade na 
comunidade internacional, constitui uma das principais ameaças da 
atualidade. 
 A expansão do terrorismo internacional na última década está 
diretamente relacionada ao crescimento de sua vertente islâmica, que, por 
sua vez, ampliou-se na esteira da disseminação de interpretações radicais 
do Islã, que se opõem a qualquer tipo de intervenção no universo dos 
valores muçulmanos e pregam o uso da violência — guerra santa (jihad) 
— como forma de defender, expandir e manter a comunidade islâmica 
mundial. 
Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio 
do terrorismo internacional. In: Revista 
Brasileira de Inteligência. Brasília: 
ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36. 
Em relação ao texto acima, julgue os itens a seguir. 
1. No texto, de tipologia predominantemente narrativa, o autor apresenta a 
forma de atuação dos terroristas no cenário internacional. 
Prova 2 – ABIN 2008 – médio 
 
Quantidade geral de questões: 150Quantidade de questões de Língua Portuguesa: 25 
Redação? Sim 
Tempo total da prova: 300 minutos 
Tempo estimado para redação: 70 minutos 
Tempo para cartão de resposta: 20 minutos 
Tempo médio por questão: 1 minuto e 24 segundos 
 
Tempo Língua Portuguesa: 3355 mmiinnuuttooss 
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Comentário: O erro está em dizer que este texto é narrativo. Ele não conta 
uma história; mas relata sobre a ameaça e a expansão do terrorismo 
internacional. A segunda parte da afirmativa, de certa maneira, está correta. 
Dizer que o autor apresenta a forma de atuação do terrorismo não é a 
intenção principal, mas o último período do texto abarca esta ideia. 
Gabarito: E 
2. As vertentes islâmicas que interpretam o Islã de forma radical pregam o uso 
da violência — guerra santa (jihad). 
Comentário: Veja a estrutura da frase: 
A expansão do terrorismo internacional na última década está diretamente 
relacionada ao crescimento de sua vertente islâmica, que, por sua vez, 
ampliou-se na esteira da disseminação de interpretações radicais do Islã, que 
se opõem a qualquer tipo de intervenção no universo dos valores muçulmanos 
e pregam o uso da violência — guerra santa (jihad) — como forma de 
defender, expandir e manter a comunidade islâmica mundial. 
De acordo com a estrutura acima, inferimos que a vertente islâmica do 
terrorismo internacional ampliou-se na esteira da disseminação de 
interpretações radicais do Islã e essas interpretações pregam o uso da 
violência — guerra santa (jihad). 
 Muitos candidatos entraram com recurso contra esta questão, porque 
visualizaram no texto o singular em “sua vertente islâmica” e na questão há 
plural (“vertentes islâmicas”). Perceba que essa vertente islâmica “ampliou-
se” (linha 10) em diversas “interpretações radicais do Islã” (linhas 10, 11). 
Isso traduz a ideia de que essa diversidade gerou novas vertentes. Por isso, a 
alternativa está correta. 
Gabarito: C 
3. A palavra “mosaico” (ℓ. 2) está sendo empregada, no texto, em sentido 
conotativo (figurado). 
Comentário: O sentido literal da palavra “mosaico” é algo formado por 
“recortes”, “várias partes distintas ou separadas”. No texto, esse sentido é 
ampliado para o abstrato, os recortes são as várias faces dos problemas. Daí 
ser possível inferir conotação. 
Gabarito: C 
4. As palavras “última”, “década” e “islâmica” recebem acento gráfico com base 
em regras gramaticais diferentes. 
Comentário: As palavras “última”, “década” e “islâmica” recebem acento 
gráfico porque todas são proparoxítonas. Assim, há mesma regra. 
Gabarito: E 
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5. A partícula “se”, em “ampliou-se” (ℓ. 10), indica que o sujeito da oração 
é indeterminado. 
Comentário: Com a questão, está-se afirmando que o pronome “se” é índice 
de indeterminação do sujeito. Primeiro se observa que o verbo “ampliou” 
encontra-se no singular, tendo em vista a expressão “vertente islâmica”. Só 
observando isso, já se sabe que não há indeterminação do sujeito. 
Continuando, o verbo ampliar é transitivo direto e o pronome “se” é 
apassivador. Sempre se deve confirmar isso, transformando a voz passiva 
sintética em voz passiva analítica: sua vertente islâmica, que, por sua 
vez, foi ampliada na esteira da disseminação de interpretações 
radicais do Islã... 
Gabarito: E 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem desenvolver-se 
atividades de apoio logístico ou de recrutamento ao terrorismo. Isso se 
deve à sua própria lógica de disseminação transnacional, que busca 
continuamente novas áreas de atuação e, também, às vantagens 
específicas que cada país pode oferecer a membros de organizações 
extremistas, como facilidades de obtenção de documentos falsos ou de 
acesso a seu território, além de movimentação, refúgio e acesso a bens de 
natureza material e tecnológica. A descentralização das organizações 
extremistas amplia sua capacidade operacional e lhes permite realizar 
atentados quando as circunstâncias lhes forem favoráveis e onde menos 
se espera, para potencializar o efeito surpresa e o sentimento de 
insegurança, objetivos próprios do ato terrorista. Desse modo, cidadãos e 
interesses de qualquer país, ainda que não sejam os alvos ideais, em 
termos ideológico-religiosos, podem servir de “pontes” para que 
organizações extremistas atinjam, embora indiretamente, seus principais 
oponentes. 
Idem, ibidem (com adaptações). 
Com base nas ideias, estruturas linguísticas e tipologia do texto acima, julgue 
os itens que se seguem. 
6. A estrutura do trecho é característica de texto instrucional ou injuntivo. 
Comentário: Texto instrucional ou injuntivo é aquele que descreve ações a 
serem efetuadas pelo interlocutor, como um manual de equipamento 
eletrônico, uma receita. O tipo de texto em questão é o dissertativo-
argumentativo, pois o autor chega a uma conclusão com base nos argumentos 
produzidos no texto. 
Gabarito: E 
7. Em “às vantagens” (ℓ. 4), o sinal indicativo de crase justifica-se pela 
regência de “deve” (ℓ. 3) e pela presença de artigo definido feminino plural. 
Comentário: Deve-se notar que “lógica” e “vantagens” são núcleos do objeto 
indireto composto. Esse complemento verbal é exigido pelo verbo “deve”. 
Naturalmente, a crase ocorreu porque esse verbo exigiu a preposição “a” e o 
artigo definido “as” foi admitido pelo substantivo “vantagens”. Os núcleos 
desse objeto indireto composto foram ampliados por orações adjetivas, por 
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isso sublinhei abaixo o verbo e o objeto indireto: 
Isso se deve à sua própria lógica de disseminação transnacional, que busca 
continuamente novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas 
que cada país pode oferecer a membros de organizações extremistas... 
Gabarito: C 
8. O pronome “lhes”, em suas ocorrências, nas linhas 9 e 10, refere-se a 
“organizações extremistas” (ℓ. 8,9). 
Comentário: As duas ocorrências do pronome oblíquo átono “lhes” referem-
se à expressão “organizações extremistas”. Perceba que essa é a única 
expressão possível por motivos semânticos e também por estar no plural, pois 
esses pronomes também se encontram no plural. 
A descentralização das organizações extremistas amplia sua capacidade 
operacional e lhes permite realizar atentados quando as circunstâncias lhes 
forem favoráveis e onde menos se espera, para potencializar o efeito surpresa 
e o sentimento de insegurança, objetivos próprios do ato terrorista. 
Gabarito: C 
9. De acordo com o texto, países que oferecem facilidades para a obtenção de 
documentos falsos e de acesso ao seu território ajudam a evitar a ação dos 
terroristas. 
Comentário: O erro na afirmativa foi a inserção da expressão “a evitar”. 
Segundo as linhas 4 a 8 do texto, as “facilidades de obtenção de documentos 
falsos ou de acesso a seu território” são vantagens oferecidas aos membros 
das organizações extremistas (terroristas). Isso ajuda a ação dos terroristas. 
Por isso, a afirmativa está em discordância com o texto. 
Gabarito: E 
10. Conclui-se da leitura do texto que cidadãos de países que não se opõem 
diretamente às organizações extremistas são alvos diretos das ações 
terroristas. 
Comentário: Alvos diretos dos terroristas são logicamente os países que se 
opõem diretamente. No texto se observa, da linha 12 à 16, que cidadãos de 
qualquer país, ainda que não sejam os alvos ideais, servem de pontes para 
atingirem indiretamente seus oponentes. Por isso, há erro na afirmação. 
Gabarito: E 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 Sem o contínuo esforço supranacional para integrar e coordenar 
ações conjuntas de repressão, o terrorismo internacional continuará,por 
tempo indeterminado, a ser fator de ameaça aos interesses da 
comunidade internacional e à segurança dos povos. 
 Nesse cenário, os serviços de inteligência assumem papel 
fundamental, pois o intercâmbio de informações e o trabalho em parceria 
são requisitos basilares para o enfrentamento assertivo e solidário dessa 
ameaça, cujas ramificações e desdobramentos atingem direta ou 
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10 
 
 
indiretamente todos os países. 
 O recrudescimento do terrorismo, atualmente, afeta todos os 
continentes, devido à ação globalizada de grupos extremistas que 
possuem redes de apoio não apenas nas regiões onde atuam, mas 
também em várias outras, como forma de dificultar a detecção e a 
neutralização de suas atividades. 
Idem, ibidem, p. 37 (com adaptações). 
Em relação ao texto acima, julgue os itens a seguir. 
11. O último parágrafo constitui, argumentativamente, uma justificativa para 
as afirmativas dos dois parágrafos iniciais. 
Comentário: No último parágrafo, é afirmado que o terrorismo tem 
aumentado e afetado todos os continentes, tendo em vista a ação 
generalizada dos grupos extremistas, os quais possuem redes de apoio em 
várias regiões no mundo. Isso logicamente gera a preocupação do esforço 
supranacional, integrando e coordenando ações conjuntas de repressão 
(primeiro parágrafo). Assim, os serviços de inteligência assumem papel 
fundamental por meio de intercâmbio de informações e o trabalho em parceria 
(segundo parágrafo). Portanto, a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
12. Em “à segurança” (ℓ. 4), o sinal indicativo de crase justifica-se pela 
regência de “ameaça” (ℓ. 3) e pela presença de artigo definido feminino 
singular. 
Comentário: A expressão “aos interesses da comunidade internacional e à 
segurança dos povos” está na função sintática de complemento nominal 
composto, pois quem a exige é o substantivo “ameaça”. Os núcleos desse 
complemento nominal composto são iniciados pela preposição “a”. O 
substantivo masculino plural “interesses” admite o artigo “os”, por isso gera a 
combinação “aos”. Já o substantivo feminino singular “segurança” admite o 
artigo “a”, por isso ocorre a crase. 
...ser fator de ameaça aos interesses (...) e à segurança (...) 
 
 
Gabarito: C 
13. Na linha 5, a vírgula após “Nesse cenário” é empregada para isolar 
expressão deslocada que qualifica “os serviços de inteligência”. 
Comentário: O termo que qualifica um substantivo possui valor adjetivo, 
como o adjunto adnominal, o predicativo ou aposto explicativo. A locução 
“Nesse cenário” é adjunto adverbial, e a vírgula ocorreu devido à antecipação 
desse termo. 
Gabarito: E 
14. A expressão “dessa ameaça” (ℓ. 7,8), é elemento coesivo que retoma 
informação constante no primeiro parágrafo. 
Comentário: A expressão “dessa ameaça” faz ligação ao substantivo 
“ameaça” constante na linha 3 do primeiro parágrafo; por isso, a afirmativa 
está correta. 
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Gabarito: C 
15. Segundo o texto, é fácil detectar e neutralizar as ações de grupos 
extremistas porque eles têm atividade globalizada, com redes de apoio em 
várias regiões. 
Comentário: Como conhecimento de mundo, sabemos que essa afirmativa é 
incorreta, porém é o texto que deve confirmar a questão. Ao analisarmos as 
linhas 10 a 14, observamos literalmente que as redes de apoio atuam em 
várias regiões “como forma de dificultar a detecção e a neutralização de suas 
atividades”. 
Gabarito: E 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos órgãos de 
inteligência faz parte do esforço em acompanhar o fenômeno do 
terrorismo internacional, dados os frequentes enfrentamentos entre 
grupos radicais e a possibilidade de que simpatizantes dessas 
organizações extremistas possam engajar-se em ações radicais, fora da 
região, como forma de retaliação, contra alvos de interesse de grupos 
rivais ao redor do mundo, inclusive, e de forma potencial, em território 
brasileiro. 
Idem, ibidem, p. 38 (com adaptações). 
 
Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue os itens de 16 a 20. 
16. A forma verbal “faz” (ℓ. 2) está no singular porque concorda com 
“Oriente Médio” (ℓ. 1). 
Comentário: A expressão “ao Oriente Médio” é complemento nominal do 
adjetivo “relativos”, por isso não provoca a flexão do verbo “faz”. Esse verbo 
está no singular porque o núcleo do seu sujeito é “análise”. 
A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos órgãos de inteligência 
faz parte... 
Gabarito: E 
17. Se a preposição “em” (ℓ. 2) for substituída pela preposição para, 
prejudica-se a correção gramatical do período. 
Comentário: Veja a estrutura abaixo: 
A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos órgãos de 
inteligência faz parte do esforço em acompanhar o fenômeno do terrorismo 
internacional... 
A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos órgãos de 
inteligência faz parte do esforço para acompanhar o fenômeno do terrorismo 
internacional... 
 Confrontando as duas estruturas, observa-se que não há prejuízo para o 
contexto, portanto não há incorreção gramatical. O que se nota é que a 
preposição “em”, na primeira estrutura, é uma exigência do substantivo 
“esforço”, por isso a oração “em acompanhar o fenômeno do terrorismo 
internacional” é uma oração subordinada substantiva completiva nominal 
reduzida de infinitivo. Na substituição pela preposição “para”, muda-se a 
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sintaxe (e a semântica). A oração “para acompanhar o fenômeno do 
terrorismo internacional” passa a ser subordinada adverbial de finalidade 
reduzida de infinitivo. 
 Mudam-se a sintaxe e a semântica; mas não há prejuízo para o 
contexto, nem gramatical. A banca afirmou que há prejuízo gramatical, por 
isso a questão está errada. 
Gabarito: E 
18. As vírgulas logo após “radicais” (ℓ. 5) e “região” (ℓ. 6) justificam-se por 
isolarem expressão de caráter adverbial intercalada em uma oração. 
Comentário: A locução adverbial solta “fora da região” desempenha a função 
sintática de adjunto adverbial de lugar. Ela é a primeira de uma sequência de 
locuções adverbiais. Como essa sequência se prolonga, pode-se entender o 
referido adjunto adverbial como intercalado. Por isso a afirmativa está correta. 
...simpatizantes dessas organizações extremistas possam engajar-se 
em ações radicais, fora da região, como forma de retaliação, 
contra alvos de interesse de grupos rivais ao redor do mundo, 
inclusive, e de forma potencial, em território brasileiro. 
 Alguns candidatos, à época dessa prova, entraram com recurso 
entendendo que as vírgulas em todas as locuções adverbiais da sequência 
ocorreriam por enumeração. Isso não tem fundamento, pois, na enumeração, 
os termos possuem a mesma função sintática e valor semântico. Perceba que 
há adjuntos adverbiais com valor distinto do outro, além de haver a 
intercalação da palavra denotativa de inclusão “inclusive”. 
 Por isso, não há enumeração, há intercalação. 
 Você deve ter estranhado o nome adjunto adverbial de oposição quando 
me referi à expressão “contra alvos de interesse de grupos rivais”. Essa 
circunstância existe e está expressa na Gramática de Evanildo Bechara. Mas 
fique tranquilo, pois dificilmente a banca CESPE cobraria o nome deste 
adjunto adverbial, tendo em vista esta nomenclatura não ser compartilhada 
por muitos gramáticos. 
Gabarito: C 
19. A substituição da forma verbal “possam” (ℓ. 5) por podem mantém a 
correção gramatical e a coerência do texto. 
Comentário: A simples conduta de retirar o verbo “possam” e inserir o verbo 
podem no texto já faz o candidato perceber a incoerência.Veja: 
...dados os frequentes enfrentamentos entre grupos radicais e a possibilidade 
de que simpatizantes dessas organizações extremistas possam engajar-se 
em ações radicais... 
...dados os frequentes enfrentamentos entre grupos radicais e a possibilidade 
de que simpatizantes dessas organizações extremistas podem engajar-se em 
ações radicais... 
sujeito locução verbal transitiva indireta
objeto indireto Adj Adv. lugar adjunto adverbial de modo 
 
adjunto adverbial de oposição 
Adj Adv. lugar 
Adj Adv. lugar 
adjunto adverbial de modo 
 
Pal. denotativa inclusão 
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 O verbo “possam” encontra-se no presente do subjuntivo, e o emprego 
desse tempo verbal é justamente para transmitir dúvida, incerteza, 
possibilidade, natural em orações subordinadas substantivas (no caso, 
completiva nominal). Perceba que o substantivo “possibilidade” já transmite a 
incerteza, reafirmada na oração que o complementa: “de que simpatizantes 
dessas organizações extremistas possam engajar-se em ações radicais”. 
 Portanto, não cabe a substituição pelo presente do indicativo. 
Gabarito: E 
20. A palavra “retaliação” (ℓ. 6) está sendo empregada com o sentido de 
ampliação. 
Comentário: O substantivo “retaliação” significa, no contexto, represália, 
vingança, desforra. Há possibilidade de que simpatizantes dessas 
organizações extremistas possam engajar-se em ações radicais, como forma 
de represália, vingança, desforra, contra alvos de interesse de grupos 
rivais ao redor do mundo. Assim, não cabe o substantivo ampliação no 
contexto. 
Gabarito: E 
 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao Estado brasileiro 
institucionalizar a atividade de inteligência, mediante ações de 
coordenação do fluxo de informações necessárias às decisões de governo, 
no que diz respeito ao aproveita-mento de oportunidades, aos 
antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos 
interesses da sociedade e do país. 
 Em 2002, o Congresso Nacional, por meio da Comissão Mista de 
Controle das Atividades de Inteligência, promoveu o seminário “Atividades 
de Inteligência no Brasil: Contribuições para a Soberania e para a 
Democracia”, com a participação de autoridades governamentais, 
parlamentares, acadêmicos, pesquisadores e profissionais da área de 
inteligência. A contribuição do evento foi significativa para o 
aprofundamento das discussões acerca da atividade de inteligência no 
Brasil. 
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações). 
 
Com base no texto acima, julgue os itens que se seguem. 
21. A substituição do termo “necessárias” (ℓ. 3) por necessário mantém a 
correção gramatical do texto. 
Comentário: Para responder, deve-se substituir o adjetivo e analisar o 
contexto. Veja: 
A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao Estado brasileiro 
institucionalizar a atividade de inteligência, mediante ações de coordenação do 
fluxo de informações necessárias às decisões de governo, no que diz respeito 
ao aproveitamento de oportunidades... 
A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao Estado brasileiro 
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institucionalizar a atividade de inteligência, mediante ações de coordenação do 
fluxo de informações necessário às decisões de governo, no que diz respeito 
ao aproveitamento de oportunidades... 
 Na primeira estrutura, entende-se que as informações são 
necessárias para as decisões de governo. Já, na segunda estrutura, entende-
se que o fluxo dessas informações é necessário para as decisões de 
governo. Há diferença quanto ao referente, mas se conserva a coerência e, 
com isso, a gramaticalidade. 
Gabarito: C 
22. A coesão entre os dois parágrafos é temática, visto que o assunto do 
texto é desenvolvido com base na cronologia das atividades de inteligência 
no Brasil. 
Comentário: Nota-se que a coesão é realmente temática entre os dois 
parágrafos, tendo em vista cada um deles abordar as atividades de 
inteligência no Brasil, dentro de uma temporalidade. O primeiro em 1995, com 
a criação da ABIN. O segundo, em 2002, com o seminário promovido pelo 
Congresso Nacional. 
Gabarito: C 
23. Se o sinal de dois-pontos (ℓ. 9) fosse substituído por travessão, estaria 
mantida a correção gramatical do título do seminário (ℓ. 8 a 10). 
Comentário: Perceba que o título do seminário “Atividades de Inteligência no 
Brasil: Contribuições para a Soberania e para a Democracia” é o aposto 
especificativo do substantivo “seminário”. Lembre-se de que esse tipo de 
aposto dá nome aos seres. 
 Dentro desse aposto especificativo, há o aposto explicativo 
“Contribuições para a Soberania e para a Democracia”. Entende-se, portanto, 
que as “Atividades de Inteligência no Brasil” são uma forma de contribuir para 
a soberania e para a democracia. 
 Como esse aposto explicativo está antecipado por dois-pontos, este sinal 
de pontuação pode ser substituído por travessão mantendo a gramaticalidade. 
...o Congresso Nacional (...) promoveu o seminário “Atividades de Inteligência 
no Brasil: Contribuições para a Soberania e para a Democracia”... 
...o Congresso Nacional (...) promoveu o seminário “Atividades de Inteligência 
no Brasil ― Contribuições para a Soberania e para a Democracia”... 
Gabarito: C 
24. As vírgulas após “governamentais” (ℓ. 10), “parlamentares” (ℓ. 11) e 
“acadêmicos” (ℓ. 11) são empregadas por motivos gramaticais diferentes. 
Comentário: As vírgulas após “governamentais”, “parlamentares” e 
“acadêmicos” são empregadas pelo mesmo motivo, pois separam elementos 
de uma enumeração. Note que a expressão “de autoridades governamentais, 
parlamentares, acadêmicos, pesquisadores e profissionais da área de 
inteligência” é o adjunto adnominal composto, o qual restringe o substantivo 
“participação”. 
Gabarito: E 
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25. Na linha 19, estaria gramaticalmente correta a redação a cerca da 
atividade. 
Comentário: A expressão “acerca de” é locução prepositiva que transmite 
sentido de assunto e pode ser substituída por a respeito de, sobre, etc. Já a 
estrutura cerca de transmite valor de quantidade aproximada, sentido que 
não se encontra no texto. 
Gabarito: E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prova 3 
 
 
Agência Brasileira de Inteligência / 2010 / nível superior 
Texto para os itens de 1 a 11 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 Nas últimas décadas, o aumento dos índices de criminalidade e a 
atuação de organizações criminosas transnacionais colocaram a segurança 
pública entre as principais preocupações da sociedade e do Estado 
brasileiros. A delinquência e a violência criminal afetam, em maior ou 
menor grau, toda a população, provocando apreensão e medo na 
sociedade, e despertando o sentimento de descrença em relação às 
instituições estatais responsáveis pela manutenção da paz social. 
 No projeto Segurança Pública para o Brasil, da Secretaria Nacional 
de Segurança Pública, aponta-se como principal causa do aumento da 
criminalidade o tráfico de drogas e de armas. A articulação entre esses 
dois ilícitos potencializa e diversifica as atividades criminosas. Homicídios 
dolosos, roubos, furtos, sequestros e latrocínios estão, frequentemente, 
associados ao consumo e venda de drogas e à utilização de armas ilegais. 
 Mundialmente, o tripé integrado por narcotraficantes, terroristas e 
contrabandistas de armas atua em conjunto ou de forma complementar, 
constituindo uma grave ameaça à sociedade e aos Estados nacionais. A 
globalização favoreceu a expansão geográfica dos crimes transnacionais, 
cujos agentes utilizam as facilidades comerciais, as comunicações e os 
múltiplos meios de transportes para encobrir suasatividades ilícitas. 
Prova 3 – ABIN 2010 – superior 
 
Quantidade geral de questões: 150 
Quantidade de questões de Língua Portuguesa: 15 
Redação? Sim 
Tempo total da prova: 300 minutos 
Tempo estimado para redação: 70 minutos 
Tempo para cartão de resposta: 20 minutos 
Tempo médio por questão: 1 minuto e 24 segundos 
 
Tempo Língua Portuguesa: 2211 mmiinnuuttooss 
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20 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 Em razão da complexidade, da amplitude e do poderio das redes 
criminosas transnacionais, a solução para a criminalidade depende de 
decisões político-econômico-sociais e, concomitantemente, de ações 
preventivas e repressivas de órgãos estatais. Nesse contexto, as 
operações de inteligência são instrumentos legais de que dispõe o Estado 
na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos. 
 A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgão central do Sistema 
Brasileiro de Inteligência (SISBIN), deve assumir a missão de centralizar, 
processar e distribuir dados e informações estratégicas para municiar os 
órgãos policiais (federais, estaduais e municipais) nas ações de combate 
ao crime organizado. Além disso, a ABIN é responsável por manter 
contato com os serviços de inteligência parceiros, para favorecer a troca 
de informações e a cooperação multilateral. 
Cristina Célia Fonseca Rodrigues. A atividade operacional 
em benefício da segurança pública: o combate ao crime 
organizado. In: Revista Brasileira de Inteligência. 
Brasília: ABIN, n.o 5, out./2009. Internet: 
<www.abin.gov.br> (com adaptações). 
 
Com relação às ideias do texto, julgue os itens seguintes. 
1. Considerando-se que as operações de inteligência são instrumentos 
legais disponíveis ao Estado, é correto inferir que os serviços de inteligência 
prescindem das formalidades legais para a obtenção de dados sigilosos. 
Comentário: Segundo a informação literal nas linhas 23 a 25 do texto, 
realmente as operações de inteligência são instrumentos legais disponíveis ao 
Estado. Porém, deve-se perceber, no último parágrafo do texto, que a ABIN 
deve centralizar, processar e distribuir dados e informações estratégicas, 
sigilosas. Logicamente, esses dados necessitam de um controle. Assim, torna-
se imprescindível seguir as formalidades legais, tendo em vista o grau de 
sigilo das informações. 
 Na realidade, a banca testou do candidato o sentido do verbo 
“prescinde”, o qual significa algo que seja dispensável, que não seja tão 
necessário. No texto é justamente o contrário, o cumprimento das 
formalidades legais é altamente necessário para manter o sigilo das 
informações. 
 Note, ainda, que os dados não são literais. Há necessidade da inferência, 
das entrelinhas para se chegar a esta conclusão. E o texto nos dá indícios para 
isso, informando sobre a valorização da segurança, do sigilo, etc. 
Gabarito: E 
2. O argumento de que a criminalidade é intensificada pela associação do 
narcotráfico com o contrabando de armas reforça a ideia central do texto, 
que pode ser expressa nos seguintes termos: os serviços de inteligência são 
imprescindíveis para a redução da criminalidade no mundo. 
Comentário: Na realidade, o tema central do texto é o aumento da 
criminalidade e a necessidade de seu controle. No quarto parágrafo, é visto 
que a solução do problema da criminalidade deve se pautar em decisões 
político-econômico-sociais e, concomitantemente, de ações preventivas e 
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repressivas de órgãos estatais, aí se encaixando as operações de 
inteligência. Assim, não foi abordado no texto que os serviços de inteligência 
são imprescindíveis para a redução da criminalidade. Eles são importantes. 
Gabarito: E 
3. De acordo com o texto, o processo de globalização é o principal 
responsável pelo aumento dos índices de criminalidade no Brasil. 
Comentário: No texto, da linha 8 à 10, é dito que o tráfico de drogas e de 
armas é a principal causa do aumento da criminalidade no Brasil. A referência 
à globalização foi feita da linha 16 à 19, informando que ela favoreceu a 
expansão geográfica dos crimes transnacionais. Portanto, dados literais 
mostram que a afirmativa desta questão está errada. 
Gabarito: E 
4. Infere-se do texto que as autoridades do Estado devem valer-se dos 
serviços de inteligência para combater o crime organizado. 
Comentário: Esta questão abordou o que se afirma no último parágrafo do 
texto, principalmente nas linhas 28 a 30 “distribuir dados e informações 
estratégicas para municiar os órgãos policiais (federais, estaduais e 
municipais) nas ações de combate ao crime organizado”. As autoridades do 
Estado referenciadas na questão são as policiais, nas esferas federal, estadual 
e municipal. 
Gabarito: C 
5. Depreende-se da leitura do texto que uma das razões para o descrédito 
das instituições responsáveis pela segurança pública é a corrupção existente 
entre seus membros. 
Comentário: Nas linhas 4 a 7, as causas do sentimento de descrença estão 
expostas literalmente. É natural verbos como originar, implicar, resultar 
comporem uma estrutura de causa e consequência. O sujeito é a causa e o 
complemento verbal é a consequência. Da mesma forma, os verbos 
“provocando”, “despertando” também compõem esta estrutura. Assim, quem 
gera “o sentimento de descrença em relação às instituições estatais 
responsáveis pela manutenção da paz social” é o sujeito “A delinquência e a 
violência criminal”. Elas afetam toda a população em maior ou menor grau e 
isso acaba provocando apreensão, medo, levando ao sentimento de 
descrença. 
Gabarito: E 
6. Das informações do texto conclui-se que o intercâmbio de dados e 
informações entre agências de inteligência coíbe a expansão de redes 
criminosas. 
Comentário: O erro está no verbo “coíbe”. Em nenhuma passagem do texto 
é afirmado (ou se pode inferir) que se estagnou a expansão de redes 
criminosas. Pelo contrário, ela continua crescendo. O que se diz no último 
parágrafo é que este intercâmbio favorece a cooperação multilateral e, 
naturalmente, infere-se que ajuda no combate a essa expansão. Mas não se 
conseguiu coibi-la. 
Gabarito: E 
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Com referência às estruturas linguísticas empregadas no texto, julgue os itens 
subsequentes. 
7. A substituição da expressão “ao crime organizado” (ℓ. 30) por à 
criminalidade alteraria o sentido original do texto, mas não prejudicaria a 
correção gramatical do período. 
Comentário: Note que o substantivo “crime” está determinado pelo artigo “o” 
e pelo adjetivo “organizado”. Há, pois, uma restrição ao crime, aquele que se 
encontra em grupos com finalidade previamente estipulada de ações ilegais, 
como tráfico de drogas, roubo de bancos, sequestro, etc. Essas ações fazem 
parte da criminalidade, mas esta palavra tem sentido mais amplo: abarca 
tanto o crime organizado, quanto ações ilegais de diversos tipos. Como afirma 
a questão, a substituição de “crime organizado” por criminalidade muda o 
sentido, mas não torna o texto incoerente, nem há prejuízo gramatical, pois o 
substantivo que o substituirá é feminino e, corretamente, recebeu artigo “a”. 
Assim, houve a crase. 
Gabarito: C 
8. Estaria gramaticalmente correto o emprego da preposição a antes de “toda 
a população” (ℓ. 5) — a toda a população — visto que a forma verbal 
“afetam” (ℓ. 4) apresenta dupla regência. 
Comentário: A banca quis induzir o candidato a pensar que o verbo afetar 
seria tanto transitivo direto quanto transitivo indireto (facultativamente), por 
isso usou a expressão “apresenta dupla regência”. Na verdade, não. Esse 
verbo é transitivo direto. 
Quando está no sentido de fingir-se, fazer-se, é transitivoindireto, mas 
exige preposição de. Veja o exemplo: 
“Os ricos afetam de pobres para não serem importunados” 
(Marquês de Maricá. In dicionário Aurélio). 
 Assim, a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
9. A supressão das vírgulas que isolam a expressão “da Secretaria Nacional de 
Segurança Pública” (ℓ. 9, 10) alteraria o sentido do texto, visto que estaria 
subentendida a existência de, pelo menos, mais um projeto denominado 
Segurança Pública para o Brasil. 
Comentário: A banca quis que o candidato notasse a diferença entre termo 
explicativo e restritivo. 
 O primeiro é a característica básica do substantivo, por isso é isolado 
por vírgula(s). Já o segundo especifica, restringe, afunila o sentido do 
substantivo, por isso não se pode separar por vírgula. Vimos isso na aula de 
orações subordinadas adjetivas, em que percebemos que o termo adjetivo 
explicativo possui a função sintática de aposto explicativo, naturalmente é 
separado por vírgula(s). O termo restritivo cumpre a função sintática de 
adjunto adnominal, por isso não se pode separar por vírgula o adjunto 
adnominal de seu núcleo. 
 No texto, perceba que o termo “da Secretaria Nacional de Segurança 
Pública” encontra-se isolado por vírgulas para marcar o sentido explicativo 
(aposto explicativo). Isso nos dá a noção de que só há um projeto 
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denominado “Segurança Pública para o Brasil”, e este projeto é exclusivo da 
“da Secretaria Nacional de Segurança Pública”. Não há outro. 
 Ao retirarmos as vírgulas, o sentido muda para restrição, isto é, passa-
se a subentender a existência de, pelo menos, mais um projeto denominado 
Segurança Pública para o Brasil. 
 Assim, a afirmativa da questão está correta. Muda-se o sentido com a 
supressão das vírgulas. 
Gabarito: C 
10. Na linha 24, a preposição “de” empregada antes de “que” é exigência 
sintática da forma verbal “dispõe”; portanto, sua retirada implicaria prejuízo 
à correção gramatical do período. 
Comentário: A banca explorou a regência numa oração subordinada adjetiva 
restritiva. Assim, o importante é saber a função sintática do pronome relativo 
“que”. O ideal é partir do verbo “dispõe”. Ele é transitivo indireto e seu sujeito 
é “o Estado” e “na busca pela manutenção e proteção de dados sigilosos” é 
adjunto adverbial de finalidade. Assim, só cabe à expressão “de que” a função 
de objeto indireto. Por isso, a preposição “de” é obrigatória. Veja: 
... instrumentos legais de que dispõe o Estado na busca pela manutenção e 
 proteção de dados sigilosos. 
 
Gabarito: C 
 
11. A substituição do termo “estratégicas” (ℓ. 28) por estratégicos não 
causaria prejuízo à correção gramatical nem ao sentido do texto. 
Comentário: Esta questão cobra o conhecimento sobre concordância nominal 
de adjunto adnominal em relação a dois núcleos. Quando o adjunto adnominal 
encontra-se após os dois núcleos, pode concordar com o mais próximo ou com 
a totalidade, e isso vai depender da ênfase que o autor achar conveniente. 
Veja: 
...processar e distribuir dados e informações estratégicas... 
...processar e distribuir dados e informações estratégicos... 
 
 Logicamente, há mudança de ênfase quando trocamos os referentes na 
concordância nominal. Por isso, a banca não perguntou se haveria mudança 
de sentido, mas se essa mudança incorreria prejuízo ao sentido original, isto 
é, se isso levaria à incoerência dos argumentos. Certamente não. 
 Assim, essas concordâncias são possíveis e não causam incorreção 
gramatical, incoerência ou prejuízo ao sentido. 
Gabarito: C 
Os itens a seguir são excertos adaptados do texto A atividade operacional 
em benefício da segurança pública: o combate ao crime organizado 
(op. cit.). Julgue-os no que se refere à correção gramatical e à coerência das 
ideias. 
12. A globalização do crime e as perspectivas de crescimento das 
organizações criminosas transnacionais com ampliação de redes de atuação 
OI VTI sujeito 
adjunto adverbial de finalidade 
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e constantes inovações no modo de ação exige dos Estados nacionais 
atividades coordenadas a nível de segurança pública. 
Comentário: Para melhor visualização, foram dispostas a seguir a frase 
original e a corrigida. Veja: 
A globalização do crime e as perspectivas de crescimento das 
organizações criminosas transnacionais com ampliação de redes de atuação e 
constantes inovações no modo de ação exige dos Estados nacionais 
atividades coordenadas a nível de segurança pública. 
A globalização do crime e as perspectivas de crescimento das 
organizações criminosas transnacionais, com ampliação de redes de atuação e 
constantes inovações no modo de ação, exigem dos Estados nacionais 
atividades coordenadas relativas à segurança pública. 
 A locução adverbial de causa “com ampliação de redes de atuação e 
constantes inovações no modo de ação” está intercalada e é de grande 
extensão, por isso deve ser isolada por dupla vírgula. 
O verbo deve se flexionar no plural (exigem), pois seu sujeito é 
composto, cujos núcleos são “globalização” e “perspectivas”. 
A locução prepositiva “a nível de” não encontra embasamento na 
prescrição gramatical, por ser artificial e moldada sem princípios lógico-
semânticos. Ela é vasta e viciosamente empregada em alguns nichos 
profissionais, mas deve ser substituída por a respeito de, acerca de, sobre, 
relativo a, etc. 
 De maneira geral, “nível” significa a altura relativa numa escala de 
valores: nível econômico, nível cultural. Assim, podem-se encontrar 
construções gramaticalmente corretas do tipo: Ele se dedicou muito, portanto 
chegou ao nível de gerenciamento (ou ao nível gerencial). 
Gabarito: E 
13. Para combater, eficientemente, as diversas modalidades de crimes 
transnacionais é preciso penetrar na hierarquia compartimentalizada das 
organizações criminosas para conhecer seus objetivos e ligações e antecipar 
suas ações. 
Comentário: Confronte a frase original e a corrigida: 
Para combater, eficientemente, as diversas modalidades de crimes 
transnacionais é preciso penetrar na hierarquia compartimentalizada das 
organizações criminosas para conhecer seus objetivos e ligações e antecipar 
suas ações. 
Para combater, eficientemente, as diversas modalidades de crimes 
transnacionais, é preciso penetrar na hierarquia compartimentalizada das 
organizações criminosas para conhecer seus objetivos e ligações e antecipar 
suas ações. 
 O advérbio “eficientemente” está entre vírgulas por estar intercalado. 
Essa pontuação não é obrigatória, tendo em vista ser apenas uma palavra. 
Mas a vírgula passa a ser obrigatória após o vocábulo “transnacionais”, pois 
esta é a última palavra da oração subordinada adverbial de finalidade, que se 
encontra antecipada da principal. 
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Pode haver dúvida quanto à ocorrência de vírgula ou repetição da 
conjunção “e” nas orações “para conhecer seus objetivos e ligações e 
antecipar suas ações”. Essa estrutura pode ser iniciada por vírgula ou não, 
pois está após sua oração principal. 
Quanto à repetição da conjunção “e”, perceba que a primeira delas une 
os núcleos do objeto direto “objetivos”, “ligações”. Isso enfatiza que há 
apenas dois núcleos, mas a vírgula seria aceitável, como vimos na aula de 
sintaxe de termos enumerados. Tudo vai depender da ênfase que o autor quer 
dar e da clareza. A outra conjunção “e” liga as orações adverbiais de 
finalidade. Elas são subordinadas a uma principal e estão coordenadas entre 
si. Com isso, poderíamos inserir uma vírgula antes do “e” por motivo enfático. 
Gabarito: E 
14. Os crimes transnacionais proliferam à velocidade altíssima, por 
conseguinte,beneficiam-se do avanço das telecomunicações, razão porque 
a inteligência torna-se essencial para o combate dos mesmos. 
Comentário: Confronte a frase original e a corrigida: 
Os crimes transnacionais proliferam à velocidade altíssima, por conseguinte, 
beneficiam-se do avanço das telecomunicações, razão porque a inteligência 
torna-se essencial para o combate dos mesmos. 
 Os crimes transnacionais proliferam à velocidade altíssima; por 
conseguinte, beneficiam-se do avanço das telecomunicações, razão por que a 
inteligência torna-se essencial para o combate dos mesmos. 
 A expressão “à velocidade altíssima” é locução adverbial de modo, 
iniciada com a preposição “a”. O substantivo feminino singular “velocidade”, 
no contexto em que está, admite ou não o artigo “a”, ou até o artigo 
indefinido “uma”; por isso a crase pode ocorrer, mas também são aceitas as 
construções: “...proliferam a velocidade altíssima...”, “...proliferam a uma 
velocidade altíssima...”. 
 As conjunções coordenativas adversativas e conclusivas são as que 
admitem vírgula posposta ou dupla vírgula quando intercaladas. Mas, por 
efeito estilístico, há de se evitar dupla vírgula quando essas conjunções estão 
no início de suas orações. Isso torna o texto mais claro. Portanto, ao se inserir 
vírgula após as conjunções adversativas ou conclusivas, no início de suas 
orações, torna-se mais claro o texto com a antecipação de ponto e vírgula ou 
simplesmente se retira a vírgula posterior. Veja: 
Os crimes transnacionais proliferam à velocidade altíssima; por conseguinte, 
beneficiam-se... 
Os crimes transnacionais proliferam à velocidade altíssima, por conseguinte 
beneficiam-se... 
Os crimes transnacionais proliferam à velocidade altíssima; por conseguinte 
beneficiam-se... 
 O vocábulo “porque” está empregado equivocadamente, pois que é 
pronome relativo, precedido da preposição por. Assim devem ficar separados. 
Um forma fácil de perceber isso é apenas substituir por que por pela qual. 
...beneficiam-se do avanço das telecomunicações, razão por que a 
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inteligência torna-se essencial... 
...beneficiam-se do avanço das telecomunicações, razão pela qual a 
inteligência torna-se essencial... 
Gabarito: E 
 
15. Os dados e as informações reunidas pelas operações de inteligência 
possibilitam a identificação e a compreensão das características, da estrutura, 
das formas de financiamento e do modo de operação das organizações 
criminosas e de seus componentes. 
Comentário: A relação sintática neste período mostra uma ordenação natural 
dos termos, por isso se observa vírgula separando apenas termos 
enumerados. Note a correta concordância do verbo “possibilitam” com o 
sujeito composto de núcleos “dados” e “ informações”. Por isso, a frase está 
correta gramaticalmente. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prova 4 
 
 
Agência Brasileira de Inteligência / 2010 / nível médio 
Texto para os itens de 1 a 9 
 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 Nas últimas décadas, o aumento dos índices de criminalidade e a 
atuação de organizações criminosas transnacionais colocaram a segurança 
pública entre as principais preocupações da sociedade e do Estado 
brasileiros. A delinquência e a violência criminal afetam, em maior ou 
menor grau, toda a população, provocando apreensão e medo na 
sociedade, e despertando o sentimento de descrença em relação às 
instituições estatais responsáveis pela manutenção da paz social. 
 Para Calvino, a rapidez a ser valorizada em nosso tempo não poderia 
ser exclusivamente aquele tipo de velocidade inspirada por Mercúrio, o 
deus de pés alados, leve e desenvolto. Por meio de Mercúrio se 
Prova 4 – ABIN 2010 – médio 
 
Quantidade geral de questões: 150 
Quantidade de questões de Língua Portuguesa: 15 
Redação? Sim 
Tempo total da prova: 300 minutos 
Tempo estimado para redação: 70 minutos 
Tempo para cartão de resposta: 20 minutos 
Tempo médio por questão: 1 minuto e 24 segundos 
 
Tempo Língua Portuguesa: 2211 mmiinnuuttooss 
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15 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
25 
 
 
 
estabelecem as relações entre os deuses e os homens, entre leis 
universais e casos particulares, entre a natureza e as formas de cultura. 
Hoje, escreve Calvino, a velocidade de Mercúrio precisaria ser 
complementada pela persistência flexível de Vulcano, um “deus que não 
vagueia no espaço, mas que se entoca no fundo das crateras, fechado em 
sua forja, onde fabrica interminavelmente objetos de perfeito lavor em 
todos os detalhes — joias e ornamentos para os deuses e deusas, armas, 
escudos, redes e armadilhas”. 
 Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e 
flexibilidade surge a noção contemporânea de agilidade, transformada em 
principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem se 
tornando lugar comum, se não na vida prática das organizações, pelo 
menos nos discursos. Empresas, governos, universidades, exércitos e 
indivíduos querem ser ágeis. Também os serviços de inteligência querem 
ser ágeis, uma exigência cada vez mais decisiva para justificar sua própria 
existência no mundo de hoje. 
Marco A. C. Cepik. Serviços de inteligência: agilidade e transparência 
como dilemas de institucionalização. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2001. Tese 
de doutorado. Internet: <www2.mp.pa.gov.br> (com adaptações). 
 
A partir das ideias apresentadas no texto, julgue os itens a seguir. 
1. De acordo com o autor do texto, a agilidade constitui característica recente 
dos serviços de inteligência. 
Comentário: Não há dados explícitos ou implícitos no texto que afirmem que 
a agilidade constitui característica recente dos serviços de inteligência. O que 
se observa no texto, da linha 19 à 21, é que a agilidade vem sendo 
transformada em principal característica dos tempos atuais. Nas linhas 24 a 
26, é afirmado que também os serviços de inteligência querem ser ágeis, para 
se adequar a esta modernidade. Portanto, a alternativa está errada. 
Gabarito: E 
 
2. Conforme o texto, a rapidez do deus Mercúrio é tão valorizada hoje quanto 
em tempos remotos. 
Comentário: No primeiro período do texto, é informado que “a rapidez a ser 
valorizada em nosso tempo não poderia ser exclusivamente aquele tipo de 
velocidade inspirada por Mercúrio”. Isso já marca que a afirmativa da questão 
está errada. Corrobora isso a passagem das linhas 13 e 14, em que se afirma 
que a velocidade de Mercúrio, hoje, deve ser complementada pela persistência 
flexível de Vulcano. A locução verbal “deve ser complementada” reforça a 
ideia de que a rapidez de Mercúrio não é tão valorizada hoje, pois há 
necessidade de incrementar mais algumas características, previstas em 
Vulcano, como “persistência” e flexibilidade (“flexível”). 
Gabarito: E 
 
3. O autor do texto sustenta que Mercúrio não pode ser o modelo da rapidez 
que se almeja nos dias de hoje porquanto ele é o deus mensageiro, que 
estabelece as relações entre os seres e os fenômenos do mundo atual. 
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Comentário: Vejamos a afirmativa da questão: 
O autor do texto sustenta que Mercúrio não pode ser o modelo da rapidez que 
se almeja nos dias de hoje porquanto ele é o deus mensageiro, que 
estabelece as relações entre os seres e os fenômenos do mundo atual. 
Agora, vamos ao texto: 
Para Calvino, a rapidez a ser valorizada em nosso tempo não poderia ser 
exclusivamente aquele tipo de velocidade inspirada por Mercúrio, o deus de 
pés alados, leve e desenvolto. Por meio de Mercúrio se estabelecem as 
relações entre os deuses e os homens, entre leis universais e casos 
particulares, entre a natureza e as formas de cultura. 
Perceba

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