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DIREITO EMPRESARIAL perguntas e respostas.

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Direito Empresarial
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Palhoça
UnisulVirtual
2013
Direito Empresarial
direito_empresarial.indb 1 14/02/13 14:50
Créditos
Reitor
Ailton Nazareno Soares
Vice-Reitor
Sebastião Salésio Herdt
Chefe de Gabinete da Reitoria
Willian Máximo
Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, 
Pós-Graduação e Inovação
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação 
Institucional
Valter Alves Schmitz Neto
Diretora do Campus Universitário de Tubarão
Milene Pacheco Kindermann
Diretor do Campus Universitário Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual
Moacir Heerdt
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Gerente de Administração Acadêmica
Angelita Marçal Flores
Secretária de Ensino a Distância
Samara Josten Flores
Gerente Administrativo e Financeiro
Renato André Luz
Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão
Roberto Iunskovski
Coordenadora da Biblioteca
Salete Cecília de Souza
Gerente de Desenho e Desenvolvimento de 
Materiais Didáticos
Márcia Loch
Coordenadora do Desenho Educacional
Cristina Klipp de Oliveira
Campus Universitário UnisulVirtual
Coordenadora da Acessibilidade
Vanessa de Andrade Manoel
Gerente de Logística
Jeferson Cassiano Almeida da Costa
Gerente de Marketing
Eliza Bianchini Dallanhol
Coordenadora do Portal e Comunicação 
Cátia Melissa Silveira Rodrigues
Gerente de Produção
Arthur Emmanuel F. Silveira
Coordenador do Design Gráfico
Pedro Paulo Teixeira
Coordenador do Laboratório Multimídia
Sérgio Giron
Coordenador de Produção Industrial
Marcelo Bitencourt
Coordenadora de Webconferência
Carla Feltrin Raimundo
Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico
Maria Isabel Aragon
Assessor de Assuntos Internacionais
Murilo Matos Mendonça
Assessora para DAD - Disciplinas a Distância
Patrícia da Silva Meneghel
Assessora de Inovação e Qualidade da EaD
Dênia Falcão de Bittencourt
Assessoria de relação com Poder Público e Forças 
Armadas
Adenir Siqueira Viana
Walter Félix Cardoso Junior
Assessor de Tecnologia
Osmar de Oliveira Braz Júnior
Educação, Humanidades e 
Artes
Marciel Evangelista Cataneo
Articulador
Graduação
Jorge Alexandre Nogared Cardoso
Pedagogia
Marciel Evangelista Cataneo
Filosofia
Maria Cristina Schweitzer Veit
Docência em Educação Infantil, Docência em 
Filosofia, Docência em Química, Docência em 
Sociologia
Rose Clér Estivalete Beche
Formação Pedagógica para Formadores de 
Educação Profissional
Pós-graduação
Daniela Ernani Monteiro Will
Metodologia da Educação a Distância
Docência em EAD
Karla Leonora Dahse Nunes
História Militar
Ciências Sociais, Direito, 
Negócios e Serviços
Roberto Iunskovski 
Articulador
Graduação
Aloísio José Rodrigues
Serviços Penais
Ana Paula Reusing Pacheco
Administração
Bernardino José da Silva
Gestão Financeira
Dilsa Mondardo
Direito
Itamar Pedro Bevilaqua
Segurança Pública
Janaína Baeta Neves
Marketing
José Onildo Truppel Filho
Segurança no Trânsito
Joseane Borges de Miranda
Ciências Econômicas
Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo
Turismo
Maria da Graça Poyer
Comércio Exterior
Moacir Fogaça
Logística
Processos Gerenciais
Nélio Herzmann
Ciências Contábeis
Onei Tadeu Dutra
Gestão Pública
Roberto Iunskovski
Gestão de Cooperativas
Pós-graduação
Aloísio José Rodrigues
Gestão de Segurança Pública
Danielle Maria Espezim da Silva
Direitos Difusos e Coletivos
Giovani de Paula
Segurança
Letícia Cristina B. Barbosa
Gestão de Cooperativas de Crédito
Sidenir Niehuns Meurer
Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública
Thiago Coelho Soares
Programa de Pós-Graduação em Gestão Empresarial
Produção, Construção e 
Agroindústria
Diva Marília Flemming
Articulador
Graduação
Ana Luísa Mülbert
Gestão da tecnologia da Informação
Charles Odair Cesconetto da Silva
Produção Multimídia
Diva Marília Flemming
Matemática
Ivete de Fátima Rossato
Gestão da Produção Industrial
Jairo Afonso Henkes
Gestão Ambiental
José Carlos da Silva Júnior
Ciências Aeronáuticas
José Gabriel da Silva
Agronegócios
Mauro Faccioni Filho
Sistemas para Internet
Pós-graduação
Luiz Otávio Botelho Lento
Gestão da Segurança da Informação.
Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher
Programa em Gestão de Tecnologia da Informação
Unidades de Articulação Acadêmica (UnA)
direito_empresarial.indb 2 14/02/13 14:50
Livro didático
Palhoça
UnisulVirtual
2013
Design instrucional
Marcelo Tavares de Souza Campos
Marina Melhado Gomes da Silva
Direito Empresarial
Terezinha Damian Antônio
direito_empresarial.indb 3 14/02/13 14:50
Edição – Livro Didático
Professor Conteudista
Terezinha Damian Antônio 
Design Instrucional
Marcelo Tavares de Souza Campos
Marina Melhado Gomes da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramação
Fernanda Fernandes
Revisão
Diane Dal Mago
Amaline Boulos Issa Mussi
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © UnisulVirtual 2013
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
342.2
A64 Antônio, Terezinha Damian
Direito empresarial : livro didático / Terezinha Damian Antônio ; design 
instrucional Marcelo Tavares de Souza Campos, Marina Melhado Gomes da 
Silva. – Palhoça : UnisulVirtual, 2013.
286 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Direito comercial. 2. Sociedades comerciais. 3. Títulos de crédito. I. 
Campos, Marcelo Tavares de Souza. II. Silva, Marina Melhado Gomes da. III. 
Título.
direito_empresarial.indb 4 14/02/13 14:50
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - Teoria geral do Direito Empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Regime jurídico das sociedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
UNIDADE 3 - Propriedade industrial: marcas e patentes . . . . . . . . . . . . . . . 109
UNIDADE 4 - Títulos de crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
UNIDADE 5 - Recuperação de empresa e falência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
UNIDADE 6 - A empresa e as relações de consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 271
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
Sobre a professora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 283
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285
direito_empresarial.indb 5 14/02/13 14:50
direito_empresarial.indb 6 14/02/13 14:50
7
Apresentação
Este livro didático corresponde à disciplina Direito Empresarial.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
um aprendizado contextualizado e eficaz.Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será 
acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada 
somente na modalidade de ensino que você optou para sua 
formação, pois na relação de aprendizagem professores e 
instituição estarão sempre conectados com você.
Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem 
à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: 
telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, 
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e 
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. 
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe 
atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
direito_empresarial.indb 7 14/02/13 14:50
direito_empresarial.indb 8 14/02/13 14:50
Palavras da professora
Caro/a aluno/a,
Seja bem vindo/a à disciplina Direito Empresarial.
Denominado Direito Comercial antes da Lei 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002, a qual instituiu o novo Código Civil Brasileiro, 
o Direito Empresarial passou por diversos estágios e, atualmente, 
é entendido como sendo o ramo do direito privado que normatiza 
a atuação de empresas no Brasil. Trata de princípios e normas 
jurídicas que regulam a atividade empresarial, exercida pelo 
empresário, na forma individual ou societária.
Assim referido/a, você passa a estudar a caracterização e a 
capacidade civil do empresário; o conceito e os elementos 
formadores do estabelecimento empresarial, os institutos 
complementares do direito empresarial, tais como, o 
registro público de empresa, nome empresarial, prepostos e 
escrituração; o regime jurídico das sociedades empresárias e 
não empresárias de forma geral; os requisitos e a importância 
dos direitos relativos às marcas e patentes no meio empresarial.
Compreenderá a origem e a evolução histórica do direito 
cambiário, as características, os princípios e a classificação dos 
títulos de crédito, os principais institutos cambiários, como 
também, acessará considerações específicas sobre a aplicação da 
Lei do Cheque e as práticas empresariais de cheque pós-datado e 
o uso da duplicata no Brasil. Compreenderá também os objetivos 
e a aplicabilidade da lei de falência, e identificará as características 
dos processos de recuperação e de falência de empresas. 
direito_empresarial.indb 9 14/02/13 14:50
10
Universidade do Sul de Santa Catarina
Por fim, conhecerá importantes normas jurídicas sobre o 
direito das relações de consumo, contidas na Lei 8.078, de 
11 de setembro de 1990, que instituiu o Código de Defesa 
do Consumidor, o qual visa a salvaguardar os direitos dos 
consumidores, considerados hipossuficientes, da relação 
consumerista de fornecer bens e serviços.
Sucesso e bons estudos!
Professora Terezinha Damian Antônio
direito_empresarial.indb 10 14/02/13 14:50
Plano de estudo
O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
portanto, a construção de competências se dá sobre a 
articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
São elementos desse processo:
 „ o livro didático;
 „ o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
 „ as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
autoavaliação); 
 „ o Sistema Tutorial.
Ementa
Introdução ao estudo do Direito Comercial. Comerciantes: o 
empresário. A empresa. Registros do comércio. Introdução ao 
estudo do Direito Societário Mercantil. Títulos de Crédito. 
Recuperação judicial e extrajudicial, falência. Tipificação 
e regime jurídico das relações de fornecimento e consumo 
nos quadros da produção industrial. A proteção jurídica do 
consumidor. Relações de consumo. O Código de Defesa 
do Consumidor. Propriedade industrial: marcas, patentes e 
segredo industrial. 
direito_empresarial.indb 11 14/02/13 14:50
12
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos da disciplina
Geral
Oferecer ao acadêmico/a uma visão global sobre o direito 
empresarial, a partir da análise dos principais tipos de sociedades 
comerciais, bem como dos principais títulos de crédito, marcas 
e patentes, e das noções gerais sobre o direito falimentar e o 
direito do consumidor, o que permitirá aos futuros profissionais o 
entendimento do processo de constituição de empresas.
Específicos
 „ Compreender a evolução, os principais conceitos e fontes 
do direito empresarial, bem como os principais institutos 
jurídicos que caracterizam a teoria da empresa e as 
normas que regulam a atividade empresarial.
 „ Conhecer o regime jurídico das sociedades e as 
características dos principais tipos societários. 
 „ Entender os aspectos legais sobre a propriedade 
industrial no Brasil e sua importância para as empresas.
 „ Estudar noções gerais sobre o direito cambiário e as 
características dos principais títulos de crédito mais 
utilizados no meio empresarial. 
 „ Identificar as disposições comuns da falência e da 
recuperação de empresas, bem como as características 
dos pedidos e dos processos de recuperação de empresa e 
de falência.
 „ Analisar as principais disposições sobre as relações de 
consumo contidas no Código de Defesa do Consumidor. 
Carga horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
direito_empresarial.indb 12 14/02/13 14:50
13
Direito Empresarial
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de 
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de 
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
Unidades de estudo: 6
Unidade 1 – Teoria geral do Direito Empresarial
Nesta unidade, você verá a evolução do Direito Empresarial e 
dos principais conceitos sobre a empresa, bem como, o conjunto 
de normas jurídicas que regulam a atividade empresarial exercida 
pelo empresário na forma individual e coletiva e os institutos 
jurídicos afins e complementares, tais como, registro de empresa, 
nome empresarial, escrituração e preposição. 
Unidade 2 – Regime jurídico das sociedades 
Esta unidade trata dos principais conceitos, características, 
classificação, tipos de sociedades e as formas de reestruturação 
e participação societária, permitindo a discussão de temas 
relevantes sobre o regime jurídico das sociedades, por exemplo, 
a responsabilidade patrimonial pessoal dos sócios e a teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica. Conhecerá, também, 
os tipos societários presentes no Código Civil e em legislações 
específicas, como a legislação brasileira aplicável às sociedades 
limitadas e às sociedades anônimas.
Unidade 3 – Propriedade industrial: marcas e patentes
Por meio desta unidade, você entenderá os aspectos legais sobre 
a propriedade intelectual no Brasil e sua importância para as 
empresas, a partir do estudo da legislação brasileira que trata de 
patentes de invenção e de modelo de utilidade, como também, do 
direito_empresarial.indb 13 14/02/13 14:50
14
Universidade do Sul de Santa Catarina
registro de marcas e de desenho industrial, e, ainda, estudará o 
segredo industrial e analisará a problemática do uso indevido do 
termo know how e sua relação com o segredo industrial.
Unidade 4 – Títulos de crédito
Aqui, você estudará noções gerais sobre o direito cambiário, sua 
origeme evolução histórica, seus conceitos e princípios gerais. 
Verá a classificação dos títulos de crédito e os principais institutos 
e devedores cambiários, e, ainda, as características dos principais 
títulos de crédito mais utilizados no meio empresarial, como, por 
exemplo, o cheque e a duplicata. 
Unidade 5 – Recuperação de empresa e falência
Nesta unidade, você identificará as disposições comuns da 
falência e da recuperação de empresas, bem como as normas 
jurídicas que disciplinam a nomeação e as atribuições do 
administrador judicial, do comitê de credores e da assembleia de 
credores na recuperação e na falência. Estudará procedimentos 
de verificação e habilitação de créditos, os requisitos e os tipos 
de recuperação de empresas existentes no Brasil, e conhecerá 
os requisitos e os procedimentos legais para a instauração, a 
decretação e o encerramento da falência. 
Unidade 6 – A empresa e as relações de consumo
Por fim, você analisará os requisitos de configuração da relação de 
consumo, os princípios do Código de Defesa do Consumidor e os 
direitos básicos do consumidor, definidos na legislação consumerista. 
Estudará a responsabilidade civil do fornecedor nas relações de 
consumo, a proteção do contrato firmado entre fornecedor e 
consumidor, e as formas de tutela jurisdicional do consumidor.
 
direito_empresarial.indb 14 14/02/13 14:50
15
Direito Empresarial
Agenda de atividades/Cronograma
 „ Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
interação com os seus colegas e professor.
 „ Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
disponibilizado no EVA.
 „ Use o quadro para agendar e programar as atividades 
relativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatórias
Demais atividades (registro pessoal)
direito_empresarial.indb 15 14/02/13 14:50
direito_empresarial.indb 16 14/02/13 14:50
1
Objetivos de aprendizagem
 „ Conhecer as etapas que marcaram a origem do 
comércio, assim como a evolução do Direito 
Empresarial.
 „ Entender o conceito e as principais fontes do Direito 
Empresarial na atualidade.
 „ Compreender as características e as condições que 
permitem ao empresário o exercício da empresa.
 „ Identificar os elementos que constituem juridicamente 
o estabelecimento empresarial. 
 „ Analisar as espécies de nome empresarial.
 „ Estudar os demais institutos jurídicos complementares 
da empresa, como o registro público, as formas de 
escrituração e a preposição.
Seções de estudo
Seção 1 A origem do comércio e do Direito Empresarial
Seção 2 Conceito e fontes de Direito Empresarial no Brasil
Seção 3 O empresário
Seção 4 Estabelecimento empresarial
Seção 5 Nome empresarial
Seção 6 Outros institutos jurídicos da empresa
UNIDADE 1
Teoria geral do Direito 
Empresarial
direito_empresarial.indb 17 14/02/13 14:50
18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta unidade, você conhecerá a evolução histórica do 
comércio e do Direito Empresarial, bem como os conceitos e as 
características que definem a teoria da empresa, de acordo com o 
Código Civil Brasileiro.
Você entenderá que a teoria da empresa tem o sentido prático 
de ampliar o campo de incidência do direito comercial, que 
passou a ter como base a empresa, e compreenderá que essa 
teoria substituiu o conceito tradicional de comerciante pelo de 
empresário, e o de comércio pelo de empresa.
Estudará que empresário é quem exerce a atividade empresarial, 
que, por sua vez, engloba o comércio, a indústria, a prestação de 
serviços e demais atividades organizadas para a produção ou a 
circulação de bens ou serviços destinados ao mercado.
Compreenderá também que a empresa é exercida por meio de 
um complexo de bens tangíveis e intangíveis, os quais constituem 
o estabelecimento empresarial, assim como entenderá que a 
identificação da empresa no mercado consumidor ocorre por meio 
do nome empresarial. 
Também conhecerá os institutos jurídicos complementares que 
regulam o exercício da empresa, tais como, o registro público, a 
preposição e a escrituração; e verá que o Direito Empresarial é 
o ramo do Direito constituído por um conjunto de leis as quais 
regulamentam as atividades desenvolvidas pelo empresário.
direito_empresarial.indb 18 14/02/13 14:50
19
Direito Empresarial
Unidade 1
Seção 1 – A origem do comércio e do Direito 
Empresarial
O Direito Empresarial é o ramo do direito que estuda a empresa. 
Entretanto, para entender este ramo do direito, é preciso estudar 
a origem do comércio, o surgimento do direito comercial, como 
regulador da atividade comercial, bem como, as fases que marcaram 
a evolução do direito comercial para o Direito Empresarial, e, 
ainda, o conceito e as fontes de Direito Empresarial. 
1.1 Surgimento do comércio 
A origem do comércio está associada ao desenvolvimento da 
economia, determinado pela necessidade humana de conciliar a 
sobrevivência em períodos caracterizados pelo excesso ou escassez 
na produção de alimentos. 
Na sociedade primitiva, não havia condições favoráveis 
ao desenvolvimento do comércio, pois o homem vivia 
da caça, da pesca e da coleta de frutos e raízes. 
A fixação do homem a terra decorreu do desenvolvimento da 
atividade pastoril, que deu origem à indústria de transformação, à 
atividade agrícola e à formação de pequenas aldeias. 
Nos primórdios da sociedade feudal, essas aldeias eram 
praticamente autossuficientes e a vida econômica decorria sem 
muita utilização de capital. Era uma economia de consumo, em 
que os servos e sua família cultivavam seu alimento e fabricavam 
tudo o que lhes era necessário. Entretanto, embora o homem 
procurasse se abastecer de tudo o que precisava, ora tinha mais 
do que necessitava ora não tinha nada. Por isso, buscou trocar o 
que possuía em excesso pelo que não possuía para sobreviver. 
Neste período, o homem fazia trocas, primeiramente com os 
vizinhos, depois com grupos maiores e mais distantes, os quais 
foram se aproximando cada vez mais das aldeias, passando a se 
direito_empresarial.indb 19 14/02/13 14:50
20
Universidade do Sul de Santa Catarina
reunir ao redor de templos, em festas religiosas e em feiras, com o 
objetivo de trocar objetos e coisas uns com os outros. Estas trocas 
diretas deram origem ao comércio.
Embora restrito, o comércio era realizado semanalmente, no 
mercado, lugar onde se realizavam as trocas de produtos excedentes, 
sendo que o intercâmbio de produtos era feito pela necessidade de 
consumo, e não pela procura do produto. O mercado semanal era 
mantido junto ao mosteiro ou ao castelo e controlado pelo senhor 
feudal ou pelo bispo, os quais, também naquele local, trocavam os 
excedentes que seus servos e artesãos produziam. 
Com o passar do tempo, essas trocas se tornaram mais 
complexas, envolvendo uma gama maior de produtos e de 
produtores, o que impulsionou o aparecimento das moedas de 
troca, representadas, inicialmente, por coisas desejadas ou raras, 
como sal, conchas e gado, e depois, por metais preciosos. 
Mais tarde, os gregos introduziram a moeda de metal nas transações 
comerciais, conforme exemplo ilustrado pela figura na sequência. 
Figura 1.1 – Exemplar das primeiras moedas de metal utilizadas pelos gregos 
Fonte: Meu dever de casa, 2009.
Nesta figura, verifica-se um exemplar de moeda utilizada pelos 
gregos para realizarem transações comerciais. Nela ressalta a 
imagem de uma coruja, simbolizando a sabedoria da sociedade 
grega. Os gregos também estampavam ilustrações de outros 
animais nas moedas, assim como imagensde divindades.
direito_empresarial.indb 20 14/02/13 14:50
21
Direito Empresarial
Unidade 1
O comércio, neste momento, baseava-se na troca e não visava 
ao lucro. Essa prática acontecia por influência marcante da 
Igreja Católica, que se constituiu na instituição mais poderosa 
da sociedade medieval ocidental. Na economia, a ação da Igreja 
se fez sentir de diversas maneiras, não só por suas concepções 
comunitárias, mas também por dispor de rico patrimônio. 
Cabe destacar que a Igreja definiu princípios para as atividades 
econômicas, proibindo a especulação e estabelecendo o preço 
justo, que consistia na soma do custo de produção mais a 
remuneração do trabalho. Por outro lado, com a expansão 
marítima, o crescimento do comércio foi acelerado e o preço 
justo foi substituído pelo preço de mercado, o que possibilitou a 
obtenção do lucro na atividade comercial.
Nesse período, o produtor não produzia mais para a troca, mas 
para vender e adquirir moeda, que era aplicada como capital em 
novo ciclo de produção, o que intensificou o uso do dinheiro e fez 
surgir as letras de câmbio, uma vez que nem toda cidade podia 
cunhar sua própria moeda. 
Dessa forma, o comércio se estruturou para desenvolver sua 
função econômica e social, possibilitando a troca de mercadorias. 
Mas, como era regulado o comércio?
Inicialmente, não havia um conjunto de normas jurídicas capaz 
de disciplinar a atividade comercial, pois o comércio era regulado 
por normas morais e religiosas, e não havia discernimento claro 
das esferas do direito, da moral e da religião. 
direito_empresarial.indb 21 14/02/13 14:50
22
Universidade do Sul de Santa Catarina
1.2 Surgimento do Direito Comercial
O primeiro registro histórico quanto a uma normatização 
norteadora das atividades comerciais refere-se às regras contidas 
no Código de Hamurabi. (REIS E REIS, 2005). 
Posteriormente, surgiram outras regras para disciplinar a 
atividade comercial, e que passaram a compor o direito comercial, 
entendido como um ramo histórico do direito que surgiu para 
regular o comércio, cujas atividades não tinham respaldo jurídico 
nas normas do direito civil. 
É importante observar que, até o advento do Código Civil (CC) 
brasileiro de 2002 e a revogação de parte do Código Comercial 
brasileiro de 1850, não se utilizava, no Brasil, a expressão Direito 
Empresarial, mas, somente, Direito Comercial.
Na sua concepção inicial, o direito comercial englobava 
apenas os comerciantes que compravam mercadorias 
para revender, já o Direito Empresarial é mais 
abrangente, regulando as atividades empresariais, tais 
como, o comércio, a indústria e a prestação de serviços. 
Assim, pode-se dizer que a trajetória histórica do direito 
comercial revela-se como um retrato dinâmico que mostra a 
evolução da atividade mercantil, conforme se irá ver a seguir.
1.2.1 Primeira fase do Direito Comercial 
Na Idade Média, a partir do século XII, o Direito Comercial 
floresceu como sistema jurídico, com o aparecimento das 
corporações de ofício, associações de pessoas que exerciam uma 
mesma profissão ou ofício, sujeitas às mesmas normas, regras, 
direitos e deveres, o que marcou a primeira fase do Direito 
Comercial, que se estendeu desde o século XII até o século XVIII.
O surgimento das corporações de ofício decorreu do 
enfraquecimento da economia feudal, provocado pelo 
crescimento do comércio e pelo desenvolvimento das cidades. 
Assim, os artesãos especializados em algum ofício, tais como 
O Código de Hamurabi é uma das 
leis mais antigas da humanidade, 
escrito por Khammu – rabi, no 
século 18º a.C, que destacava 
normas para regular o comércio, 
apresentando regras para os 
contratos de sociedade, os 
empréstimos a juros, os contratos 
de transporte, as locações, o uso da 
moeda, a insolvência e execução de 
dívidas, conforme Altavila (1989).
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Direito Empresarial
Unidade 1
padeiros, ourives, carpinteiros, fabricantes de armas, tecelões e 
outros artistas, deixaram de cultivar a terra, para viver da arte, 
abrindo pequenos comércios em suas cidades, a fim de abastecer 
um mercado pequeno e prestar serviços à comunidade. 
Esses grupos de profissionais organizados formavam as corporações 
de ofício, que logo se destacaram na sociedade da época, 
conquistaram autonomia para determinados centros comerciais 
italianos e possibilitaram o surgimento de cidades alemãs. Essas 
corporações possuíam um regulamento semelhante a um código de 
ética e conviviam como irmãos, pois os membros de uma corporação 
se preocupavam com os membros de outra corporação. 
Os usos e costumes mercantis regulavam as relações 
jurídico-comerciais, e não havia a participação do 
Estado na solução dos conflitos. As pendências entre os 
mercadores eram resolvidas dentro da classe, por juízes 
eleitos, que sistematizavam as regras do mercado. 
Para Requião (2003), essas corporações criavam entre si um 
direito costumeiro, aplicado internamente pelos juízes eleitos 
e pelas suas assembleias. Nessa fase, o Direito Comercial 
estava a serviço do comerciante, como um direito corporativo, 
profissional, especial e autônomo.
1.2.2 Segunda fase do Direito Comercial 
De acordo com Requião (2003), a segunda fase do Direito 
Comercial iniciou no século XIX, com a edição do Código 
Comercial francês ou Código Napoleônico, e se estendeu até 
1942. Esse código, seguindo os ideais da Revolução Francesa 
(igualdade a todos perante a lei e exclusão dos privilégios de 
classe), estabeleceu a liberdade profissional e de comércio, assim 
como o fim das corporações. 
Nessa fase, o Direito Comercial passou a ser considerado como 
um sistema jurídico estatal destinado a regular todos os atos de 
comércio, representados por atividades de intermediação habitual 
de troca, com a finalidade de lucro.
direito_empresarial.indb 23 14/02/13 14:50
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Entre tais atividades, destacam-se a compra e venda, revenda, 
locação de coisas móveis, operações de câmbio, operações 
bancárias, operações de corretagem, operações das empresas de 
seguros, atividade de transporte de mercadorias, atividade de 
espetáculos públicos; compra, venda ou troca de bens móveis ou 
semoventes por atacado ou por varejo, industrializados ou não, 
para revenda ou para alugar o seu uso. 
Portanto, o comerciante é todo aquele que pratica algum ato 
de comércio. São agentes econômicos fundamentais, pois 
geram empregos, tributos e certos bens essenciais à sociedade. 
A legislação comercial trazia uma série de vantagens para o 
comerciante, o qual poderia ser pessoa física (individual), aquele 
que exerce individualmente os atos de comércio; ou pessoa 
jurídica, sociedade comercial. 
1.2.3 Terceira fase do Direito Comercial 
A terceira fase do Direito Comercial iniciou a partir de 1942, 
com o surgimento da teoria da empresa, que originou o Direito 
Empresarial.
A teoria dos atos de comércio estabelecida no Código 
Comercial francês apresentava deficiências, pois definia 
regras para o comércio e deixava as demais atividades 
econômicas sem base legal, como a prestação de serviços, 
a mineração e as atividades agrícolas e artesanais.
Assim, muitas atividades relacionadas com a circulação de riqueza 
não estavam contempladas no conceito de comércio, embora 
fossem consideradas como atividades econômicas. Dessa forma, o 
novo Código Civil italiano trouxe a teoria da empresa para regular 
qualquer atividade econômica de produção e circulação de bens e 
serviços, e não exclusivamente a atividade comercial. 
Mas qual contribuição essa teoria trouxe para o Direito 
Comercial?
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Direito Empresarial
Unidade 1
Ela possibilitou que o direito comercial passasse a regulamentaras atividades empresariais, correspondendo ao que se conhece 
hoje por Direito Empresarial ou direito da empresa. 
De acordo com Negrão (2007), o Direito Comercial passou a 
regular não só as atividades relacionadas aos atos de comércio, 
mas qualquer atividade econômica exercida profissionalmente 
e destinada à produção e circulação de bens ou serviços, para o 
mercado, tendo como fim a obtenção de lucro. 
Diante desse contexto, verifica-se que a atividade empresarial 
seria exercida pelo empresário ou pelas sociedades empresárias 
por meio da organização, essa que se sobrepõe ao labor pessoal 
dos sócios, os quais poderão atuar como dirigentes, mas que 
não serão, de forma predominante, os operadores diretos da 
atividade-fim exercida. 
No campo econômico, a empresa fica caracterizada pela 
organização dos fatores de produção, com o objetivo de satisfazer 
as exigências do mercado consumidor. Por isso, as atividades da 
empresa são voltadas para o mercado e têm finalidade lucrativa. 
Portanto, entende-se a empresa como uma atividade econômica 
organizada de produção e circulação de bens e serviços para o 
mercado, com finalidade lucrativa, exercida pelo empresário em 
caráter profissional, por meio de um complexo de bens.
Pode-se identificar neste conceito quatro elementos de 
caracterização da empresa, a saber: profissionalismo, exercício de 
atividade econômica, organização e, ainda, produção e circulação 
de bens e serviços. 
Coelho (2007) traz as seguintes definições quanto a esses 
elementos que caracterizam a empresa:
 „ O profissionalismo consiste no exercício profissional 
da atividade, ou seja, não se trata de prática ocasional, 
ainda que relacionada com a troca ou a produção de bens 
e serviços. O exercício profissional relaciona-se com a 
habitualidade e indica que a atividade empresarial não 
pode ser eventual, ocasional ou praticada por esporte, ou 
mero lazer. A atividade sazonal, quando desenvolvida de 
forma cíclica, mantém o caráter de empresarialidade. 
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 „ O exercício de atividade econômica indica que, para 
se caracterizar como empresário, o sujeito deve atuar na 
persecução do lucro, ou seja, estão excluídas as atividades 
com intuito altruísta ou beneficente. Dessa forma, a 
atividade econômica está relacionada à produção de 
bens ou serviços, e a economicidade está na criação de 
riquezas; de modo que aquele que profissionalmente 
exerce qualquer atividade, que não seja econômica ou não 
seja atividade de produção de riquezas, não é empresário. 
 „ Organização é a conjugação dos fatores da produção – 
trabalho, natureza e capital –, para produção de bens ou de 
serviços, reunidos pelo empresário de forma coesa, com a 
finalidade de abastecer o mercado com bens ou serviços.
 „ A produção e a circulação de bens e serviços é o 
elemento que corresponde à característica do empresário 
que o diferencia do comerciante, traçando uma figura 
mais ampla. Assim sendo, tanto o capital do empresário 
como o pessoal que irá trabalhar nada mais são 
isoladamente do que bens e pessoas, pois a empresa 
somente nasce quando se inicia a atividade, sob a 
orientação do empresário. (COELHO, 2007).
O surgimento da teoria da empresa possibilitou que a matéria 
empresarial passasse a englobar toda a atividade econômica 
privada exercida no mercado, com exceção das atividades de 
natureza intelectual. Além disso, segundo Bulgarelli (1999), o 
direito comercial passou a ter como base a empresa, e os termos 
comércio, comerciante e atos de comércio foram substituídos por 
empresa, empresário e atividades empresariais.
A seguir, estude a respeito das normas que regem o direito 
comercial e o Direito Empresarial no Brasil.
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Direito Empresarial
Unidade 1
1.3 O Direito Empresarial no Brasil 
No Brasil, as relações jurídicas comerciais foram embasadas na 
Legislação de Portugal até 1808, e na Carta Régia, editada com a 
chegada de Dom João ao Brasil, no período entre 1808 a 1850. Essa 
carta instituiu as primeiras normas de direito comercial no Brasil.
Em 25 de junho de 1850, foi editado o Código Comercial 
do Império do Brasil, apresentando 1.299 artigos os quais 
dispunham sobre as pessoas do comércio, os contratos e 
obrigações mercantis, o comércio marítimo e a insolvência. Em 
1889, o referido Código passou a ser chamado apenas Código 
Comercial do Brasil, e, como os demais códigos editados nos 
anos de 1800, adotou a teoria dos atos de comércio. 
A Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o novo 
Código Civil Brasileiro, revogou a primeira parte do Código 
Comercial de 1850 e adotou a teoria da empresa em seus artigos 
966 a 982. Desta forma, o Brasil, passou a considerar a empresa 
como figura central do Direito Empresarial e a sequência de atos 
que caracteriza a atividade desempenhada pelo empresário. 
Agora que você conhece a origem e a evolução do comércio, do 
direito comercial e do Direito Empresarial, passa a estudar os 
conceitos e as fontes do Direito Empresarial. 
Seção 2 – Conceito e fontes de Direito Empresarial no 
Brasil
O Direito Empresarial é o ramo do Direito constituído por um 
conjunto de leis que regulamentam as atividades empresariais, 
que têm por objetivo a produção ou circulação de bens ou 
serviços destinados ao mercado, com o fim de lucro.
As normas contidas neste ramo do Direito estão amparadas por 
fontes, primárias ou secundárias, conforme se apresenta na sequência.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
2.1 Fontes primárias do Direito Empresarial 
A fonte principal ou primária do Direito é a lei, sendo que, 
no Estado Democrático de Direito, a regência do princípio da 
legalidade determina a preponderância da lei como primeira 
resposta à pergunta sobre como o Estado se manifesta diante de 
determinada situação jurídica. 
Nesse sentido, a lei é natural e compulsória como expressão 
genérica da ordem jurídica brasileira, que se desdobra 
hierarquicamente em Constituição Federal (CF), Código Civil e 
legislação comercial extravagante. 
Para o Direito Empresarial, as fontes primárias 
constituem-se hierarquicamente no mais importante 
instrumento para interpretação de questões jurídicas, 
pois consistem em normas que todo juiz ou tribunal 
deverá aplicar de imediato quando for apreciar e 
decidir determinada questão.
A Constituição Federal do Brasil apresenta, no Capítulo I 
do Título VII, princípios gerais da atividade econômica, de 
observância obrigatória, que condicionam o exercício da empresa. 
Fazzio Júnior (2008) destaca que, além desse normativo, são 
fontes primárias do Direito Empresarial: o Código Comercial 
na parte não revogada, o Código Civil de 2002, as leis 
extravagantes, normas previstas em outros ramos do Direito, 
normas derivadas do Estado, bem como tratados e convenções 
internacionais referentes ao Direito Empresarial.
Cabe destacar que a doutrina e a jurisprudência não são fontes 
do Direito Empresarial. A Doutrina não tem legitimidade para 
gerar direitos. Embora forneça contribuição à materialização do 
direito, não alcança o patamar das fontes, e, assim, tecnicamente, 
não produz direito. 
Já a Jurisprudência surgiu na Roma Antiga e compreendia a 
interpretação pelos jurisconsultos de matéria de alta relevância. 
Compõe-se dos trabalhos forenses, tratados, pareceres e opinião 
dos mestres. Compreende o conjunto de julgados que são 
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Direito Empresarial
Unidade 1
proferidos pelos mais importantes tribunais do país, de modo 
constante e uniforme.
2.2 Fontes secundárias do Direito Empresarial 
As fontes subsidiárias ou secundárias do Direito são aquelas queservem de apoio à solução de questões de relevante importância 
para o Direito Empresarial. Entre essas fontes, destacam-se os 
costumes, a analogia e os princípios gerais de Direito.
Cabe observar que o costume ganha especial importância no 
campo empresarial, podendo, inclusive, ser registrado na Junta 
Comercial, conforme prevê a Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 
1994, artigo 8º, inciso VI. (BRASIL, 1994). Entretanto, mesmo 
sem esse registro, pode ser invocado em juízo. 
Os usos e costumes são normas observadas de modo uniforme e 
público pelos empresários de uma região e por eles considerados 
obrigatórios para, na ausência da lei, regular as questões 
comerciais. Para que possam ser praticados, devem estar de 
acordo com a boa-fé e não contrariar qualquer princípio legal. 
No que se refere à analogia, corresponde ao ponto de semelhança 
entre coisas diferentes, entendida como a operação lógica pela 
qual são supridas as omissões da lei, aplicando-se as normas de 
direito que disciplinam casos semelhantes. Porém a analogia não 
se trata de uma fonte direta do direito, mas sim de um processo 
interpretativo da lei, para a busca de uma solução jurídica 
explícita ou implícita na normação já existente. 
Quanto aos princípios gerais de Direito, são fontes secundárias, 
entretanto não geram normas. É comum esses princípios não 
estarem declarados nas normas jurídicas. Por outro lado, estão 
implícitos e permitem a análise dos diversos subsistemas que 
compõem o ordenamento. 
Dessa forma, dependendo do tema jurídico controvertido, o Juiz 
decidirá com base em um determinado princípio. No campo 
do Direito Empresarial, podem ser destacados os princípios da 
dignidade da pessoa humana, da autonomia da vontade e da boa-
fé, entre outros.
direito_empresarial.indb 29 14/02/13 14:50
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 3 – O empresário
Ao se estudar juridicamente a figura do empresário, verificam-se 
o conceito do empresário individual e o conceito do empresário 
coletivo, os quais especificam quem pode ser empresário e quem 
não pode exercer a empresa. Verificam-se, ainda, os elementos 
que definem o tratamento diferenciado, favorecido e simplificado, 
destinado ao pequeno empresário, ao empresário rural e ao 
empresário de micro e pequenas empresas.
3.1 Conceito de empresário 
De acordo com o artigo 966, caput da Lei nº 10.406, de 10 
de janeiro de 2002, que instituiu o Código Civil Brasileiro: 
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços.” (BRASIL, 2002).
Sendo assim, com base no que estabelece o Código Civil 
Brasileiro, pode-se considerar que empresário é aquele que 
pratica a atividade econômica de modo profissional, habitual, 
sistemático, em seu próprio nome; de forma organizada, a partir 
da adequada coordenação dos fatores de produção – trabalho, 
natureza e capital, visando ao lucro e à geração de riqueza. 
Nesse sentido, se a atividade empresarial deve ser praticada 
em nome do próprio empresário, o sócio de uma sociedade 
empresária que não exerce diretamente a atividade econômica 
organizada não é empresário, mas integrante de uma sociedade. 
Seguindo o que determina o Código Civil Brasileiro, os 
profissionais que exercem profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda que tenham auxiliares 
ou colaboradores, não são considerados empresários, salvo se 
constituírem uma empresa para explorar a atividade empresarial, 
como, por exemplo, a sociedade de advogados, de contadores, de 
engenheiros, entre outros. (BRASIL, 2002).
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Direito Empresarial
Unidade 1
Em princípio, nas atividades desenvolvidas 
pelo profissional intelectual, falta o elemento 
de organização dos fatores de produção, o que 
impossibilita de classificá-las como atividades próprias 
de empresários. Entretanto, se forem organizadas 
na forma de empresa, assumem as características de 
empresários. 
Para esclarecer essa questão, apresentou-se, como exemplo, o caso 
de um médico que, ao fazer o diagnóstico de seus pacientes, está 
prestando um serviço resultante de sua atividade intelectual, não 
sendo caracterizado, nesse caso, empresário. Porém, se organizar 
fatores de produção, reunindo capital, trabalho de outros 
profissionais da saúde e utilizar um complexo de bens corpóreos e 
incorpóreos, será considerado empresário. 
O empresário é classificado a partir do modo que irá explorar 
suas atividades empresariais, podendo ser individual ou coletivo. 
O empresário individual é a pessoa que explora a empresa de 
forma pessoal e individual. Já o empresário coletivo é aquele 
que pratica a atividade empresarial por meio de uma sociedade. 
Nos dois casos, o empresário pode, ou não, responder de forma 
limitada ou ilimitada pelos débitos da empresa. 
Cabe destacar que, para exercer a atividade empresarial de modo 
individual, o empresário pode optar entre duas formas: empresário 
individual ou empresa individual de responsabilidade limitada.
3.1.1 Empresário individual 
O empresário individual é a forma utilizada por aquele que, 
independentemente de motivo, deseja desenvolver sua atividade 
empresarial de forma isolada, sem a participação de sócios. 
Ao empresário individual é assegurado o direito à inscrição, à 
recuperação de empresas, à falência, à utilização de seus livros 
como provas, assim como ocorre com as sociedades empresárias. 
Entretanto, esse tipo de empresário não goza da limitação de 
responsabilidade e da separação patrimonial, como acontece na 
empresa individual de responsabilidade limitada e na maioria das 
sociedades empresárias.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Assim, em sua atividade empresarial solitária, não se considera 
em separado o patrimônio particular e o patrimônio da empresa 
do empresário individual. Desta forma, a responsabilidade pelas 
obrigações firmadas em razão do seu negócio é ilimitada.
Antes de iniciar suas atividades é obrigatório que o 
empresário individual faça sua inscrição no Registro 
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, assim 
como a escrituração e a contabilidade dos negócios. 
Em se tratando de empresário rural, o qual se dedica à 
agricultura e à pecuária, ele poderá requerer inscrição no Registro 
competente da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, 
ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a 
registro. (BRASIL, 2002).
O empresário individual inscrito, que admitir sócios, poderá 
solicitar a transformação de seu registro de empresário para 
registro de sociedade empresária.
3.1.2 Empresa individual de responsabilidade limitada 
A partir de janeiro de 2012, o empresário passou a contar com 
a possibilidade de exercer sua atividade empresarial de forma 
isolada, pessoal, individual e solitária, sem a participação 
de sócios, respondendo, entretanto, de forma limitada pelas 
obrigações da sua empresa. Trata-se de outra forma de exercer 
a atividade empresarial de forma individual, anteriormente não 
prevista no Código Civil Brasileiro.
A possibilidade de constituição de empresa individual com 
responsabilidade limitada decorre da Lei 12.441, de 11 de 
julho de 2011, com vigência a partir de janeiro de 2012. 
Essa Lei alterou o Código Civil Brasileiro, Lei 10.406/2002, 
com a inclusão do Título I-A: da empresa individual de 
responsabilidade limitada.
As regras da constituição desse tipo de empresa estão contidas 
no artigo 980-A e seus parágrafos 1º ao 6º. Nesse caso, a 
direito_empresarial.indb 32 14/02/13 14:50
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Direito Empresarial
Unidade 1
responsabilidade do empresário pelas obrigações sociais é 
limitada ao capital social.
Na sequência,apresentam-se os requisitos para a constituição de 
uma empresa individual de responsabilidade limitada, definidos 
nesta nova legislação: 
 „ deve ser constituída por uma única pessoa titular, da 
totalidade do capital social, devidamente integralizado;
 „ o capital integralizado não poderá ser inferior a 100 
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no país;
 „ a pessoa natural que constituir esse tipo de empresa 
somente pode figurar em uma única empresa dessa 
modalidade;
 „ a constituição da empresa individual de responsabilidade 
limitada também pode resultar da concentração das 
quotas de outra modalidade societária num único sócio;
 „ o nome empresarial deve ser formado pela inclusão da 
expressão “EIRELI”, após a firma ou a denominação 
social. (BRASIL, 2011). 
3.2 Quem pode ser empresário 
O Código Civil Brasileiro determina que podem exercer a atividade 
de empresário as pessoas naturais que estiverem em pleno gozo 
da capacidade civil e não forem legalmente impedidas. Caso 
contrário, responderão pelas obrigações contraídas. 
A atividade empresarial pode ser exercida por qualquer pessoa 
que esteja em pleno gozo de sua capacidade civil, ou seja, que 
tenha 18 anos completos e não tenha doença ou deficiência que 
lhe cause falta de discernimento ou incapacidade de exprimir a 
vontade ou não for legalmente impedido. (BRASIL, 2002). 
Entretanto, cabe ressaltar que existem certas condições para 
que determinadas pessoas possam exercer a empresa, como os 
menores entre 16 e 18 anos e os cônjuges.
direito_empresarial.indb 33 14/02/13 14:50
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Universidade do Sul de Santa Catarina
3.2.1 Menor entre 16 e 18 anos 
O menor com idade entre 16 e 18 anos também poderá ser 
empresário se for emancipado. Essa emancipação pode ocorrer 
por concessão dos pais, em cartório; pelo casamento; pela colação 
de grau em curso de ensino superior; ou pelo estabelecimento 
comercial por economia própria.
3.2.2 Contrato de sociedade por cônjuges 
De acordo com o Código Civil Brasileiro, os cônjuges podem 
contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não 
tenham sido casados no regime da comunhão universal de bens, 
ou no da separação obrigatória. 
A mulher casada não necessita de autorização do 
marido para integrar uma sociedade, respondendo 
apenas com seus bens particulares e, quanto aos bens 
comuns, até o limite de sua meação. 
É importante observar que os pactos e declarações antenupciais 
do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de 
bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade 
serão também arquivados e averbados no Registro Público de 
Empresas Mercantis, assim como a sentença que decretar ou 
homologar a separação judicial do empresário, bem como, o ato 
de reconciliação.
Observa-se, ainda, que o empresário casado pode, sem 
necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de 
bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa 
ou gravá-los de ônus real. 
De acordo com Requião (2003), 
entende-se por economia própria o 
estado econômico de independência 
do menor, que decorre da 
propriedade de bens em função de 
seu trabalho, de herança ou doação 
não administrável pelo pai. 
direito_empresarial.indb 34 14/02/13 14:50
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Direito Empresarial
Unidade 1
3.3 Quem não pode ser empresário 
De acordo com o Código Civil Brasileiro, não podem ser 
empresários os legalmente impedidos e os incapazes. 
3.3.1 Os legalmente impedidos 
A lei impede que determinadas pessoas sejam empresárias ou 
que desenvolvam algum tipo de atividade na empresa em que 
são sócias, em função do que representam para a sociedade; tipo 
de atividade que desenvolvem ou situação em que se encontram. 
(BRASIL, 2002). 
De acordo com Reis e Reis (2005), as pessoas impedidas de 
serem empresárias são:
 „ corretor de seguros – não pode constituir sociedade, nem 
qualquer outro tipo de negociação; 
 „ despachante aduaneiro – não pode manter empresa 
de exportação ou importação, nem comercializar 
mercadorias estrangeiras no país; 
 „ estrangeiro com visto provisório – não pode ser 
administrador, gerente ou diretor de sociedade 
empresária ou simples, nem constituir firma individual; 
 „ falido não reabilitado, enquanto estiver interditado – 
não pode ser empresário, a não ser, dois anos depois da 
extinção das obrigações;
 „ leiloeiro – não pode exercer a empresa direta ou 
indiretamente, nem constituir sociedade empresária; 
 „ médico – não pode ter empresa farmacêutica em paralelo 
ao exercício da atividade médica; deputado ou senador 
não pode ser proprietário, controlador ou diretor de 
pessoa jurídica de direito público, nem exercer função 
remunerada ou cargo de confiança nessa empresa; 
direito_empresarial.indb 35 14/02/13 14:50
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Universidade do Sul de Santa Catarina
 „ juiz de direito, promotor de justiça, funcionário público, 
militar da ativa e policial – podem ser cotistas ou 
acionistas, mas não podem participar de sociedade 
empresária como administradores ou gerentes. 
3.3.2 Os incapazes 
Também as pessoas, absoluta ou relativamente incapazes, não 
poderão tomar iniciativa na criação da empresa, e ainda estão 
proibidas legalmente de exercer atividade empresarial, mesmo 
por meio de representação ou assistência. A incapacidade para 
o exercício da atividade empresarial tem por escopo tutelar o 
incapaz, protegendo-o dos riscos advindos daquela atividade. 
Entretanto, se a incapacidade do empresário aparecer depois 
de constituída a empresa, o representante legal poderá dar 
continuidade aos negócios, podendo nomear administrador idôneo, 
pois somente a formação da empresa é vedada aos incapazes. 
Os interditos também não podem ser empresários. São 
declarados incapazes e estão submetidos a regime especial sob a 
responsabilidade de um curador, que lhes administra os bens, 
mas, que não pode exercer a empresa em seu nome. 
3.4 Tratamento diferenciado ao empresário 
A Constituição Federal define tratamento especial às 
microempresas, empresas de pequeno porte e ao pequeno 
empresário, visando a simplificar o atendimento às obrigações 
administrativas, previdenciárias, tributárias e creditícias, para 
criar condições para o seu desenvolvimento. Para tal, foi editada a 
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para dar 
cumprimento ao disposto constitucional. 
Podem se beneficiar desse tratamento especial, a sociedade 
empresária mercantil, a sociedade empresária simples, a 
empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário 
individual, devidamente registrados no Registro de Empresas 
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, desde que 
São aqueles que não têm o 
necessário discernimento para 
os atos da vida civil, como, os 
deficientes mentais, os ébrios 
habituais, os viciados em tóxicos, 
os excepcionais sem completo 
desenvolvimento mental, os 
pródigos e os que, por causa 
duradoura, não podem exprimir a 
sua vontade. 
direito_empresarial.indb 36 14/02/13 14:50
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Direito Empresarial
Unidade 1
enquadrados como microempresa, empresa de pequeno porte ou 
pequeno empresário. 
Para isso, a Lei Complementar no  139, de 10 de novembro de 
2011, definiu os seguintes limites de receita bruta anual em cada 
ano calendário, para enquadramento nos casos de:
 „ microempresa, desde que aufira, em cada ano-calendário, 
receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00; 
 „ no caso da empresa de pequeno porte, desde que aufira, 
em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 
360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00;
 „ no caso de pequeno empresário, aquele que tenha receita 
anual de até 60.000,00. (BRASIL, 2011).
Esse tratamento especial destinado às microempresas, às 
empresas de pequeno porte e ao pequeno empresário consisteem:
 „ privilégios registratórios, trabalhistas, fiscais e 
previdenciários; 
 „ condições mais favoráveis para acesso a editais de 
licitação e aos mercados de crédito e de capitais; 
 „ realização de negócios por meio de consórcios de 
microempresas ou empresas de pequeno porte, optantes 
do Simples Nacional; 
 „ apoio creditício às suas operações; 
 „ eliminação de exigências e obrigações acessórias 
e instituição do Regime Especial Unificado de 
Arrecadação de Tributos e Contribuições; 
 „ simplificação de normas concernentes ao protesto de títulos; 
 „ acesso aos juizados especiais; 
 „ estímulo ao uso de conciliação prévia, mediação e 
arbitragem para a solução de conflitos; 
 „ plano especial de recuperação judicial. 
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Analisados os requisitos para ser um empresário, você vai estudar 
as peculiaridades de um estabelecimento empresarial, o qual 
é composto por um conjunto de elementos que permitem o 
exercício da empresa.
Seção 4 – Estabelecimento empresarial
Quando o empresário ou a sociedade empresária se propõe 
a desenvolver a atividade econômica, precisa ter disponíveis 
certos elementos que possibilitem a prática profissional da 
atividade proposta. Essa reunião de elementos denomina-se 
estabelecimento empresarial.
Conforme o Código Civil Brasileiro, estabelecimento empresarial 
consiste no complexo de bens organizado, para exercício da 
empresa, por empresário, ou por sociedade empresária, podendo 
ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos 
ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
(BRASIL, 2002). 
4.1 Tipos de estabelecimento empresarial 
O estabelecimento empresarial pode ser físico, com um 
endereço físico e que constitui o local para onde se dirigem os 
clientes do empresário para realizar negócios, ou pode ser um 
estabelecimento virtual, que é um local não físico, um site, para 
onde os clientes também se deslocam, não por deslocamento 
físico, mas sim por deslocamento virtual, em busca de negócios.
O site é o conjunto de informações e imagens alocadas em um 
servidor e disponibilizadas de forma virtual na internet, cujo acesso é 
realizado por meio de um endereço eletrônico ou nome de domínio.
De acordo com Bruscato (2011), o estabelecimento físico é o 
estabelecimento tradicional do empresário, local dotado de 
endereço físico, onde ele providencia, organiza e coordena as 
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Direito Empresarial
Unidade 1
instalações e a disposição dos móveis, máquinas e equipamentos, 
o estoque, os documentos, as práticas, o pessoal, a filosofia de 
trabalho, bem como os métodos de produção, comercialização ou 
prestação de serviços. Embora, no estabelecimento virtual, isso 
aconteça de forma similar, o empresário não dispõe de instalações 
físicas para receber os clientes, pois, nesse caso, são atendidos na 
página da internet, no site da empresa.
O estabelecimento empresarial virtual é o meio onde ocorre o 
comércio eletrônico, o qual é caracterizado pela atividade de 
intermediação de produtos ou prestação de serviços realizados a 
partir de meios eletrônicos, como por exemplo, a rede mundial 
de computadores ou fora dela, sem deixar de caracterizar a 
virtualidade do negócio.
Nesse sentido, pode-se dizer que tanto o estabelecimento 
empresarial físico como o estabelecimento empresarial virtual 
consistem no conjunto de bens materiais e imateriais utilizados 
pelo empresário ou sociedade empresária, como instrumento para 
o exercício da atividade empresarial. 
Mas qual a diferença entre estabelecimento 
empresarial físico e virtual?
O que diferencia o estabelecimento físico do virtual não é a sua 
constituição, mas a forma de realizar negócios, pois, enquanto 
no estabelecimento físico os clientes se dirigem ao endereço 
físico da empresa, no estabelecimento virtual acessam o site da 
empresa, para o qual enviam informações por via de transmissão 
eletrônica de dados. Dessa forma, tanto a natureza jurídica do 
estabelecimento físico quanto a do virtual em nada diferem. 
Neste sentido, o estabelecimento empresarial virtual é um 
complexo unitário composto pelos mesmos bens que integram 
o estabelecimento físico, entretanto, não há possibilidade de ele 
figurar como objeto num trespasse. Essa particularidade é o 
que simplifica o contrato que tem por objeto o estabelecimento 
virtual, pois, nesse caso, é desnecessária a cessão da locação para 
continuar no espaço físico.
É o contrato de compra e 
venda do estabelecimento 
empresarial por meio do 
qual ocorre a transferência 
de sua titularidade. 
Também pode ser 
denominado traspasso.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Diante do exposto, pode-se verificar que, para se realizar 
uma determinada atividade econômica, é necessário haver o 
estabelecimento empresarial, físico ou virtual, entendido como sendo 
um conjunto de bens, corpóreos e incorpóreos, organizados pela 
vontade do empresário com vista ao desenvolvimento da produção e 
circulação de bens ou serviços para o mercado, com o fim de lucro. 
Conhecidas as características referentes ao estabelecimento 
empresarial, você vai estudar os bens corpóreos e os bens incorpóreos 
que integram tal estabelecimento, seja ele físico ou virtual.
4.2 Bens corpóreos e bens incorpóreos 
Inicialmente, cabe destacar que um bem é tudo aquilo que pode 
ser objeto de direito e é suscetível de ser utilizado e apropriado, 
ou seja, trata-se de coisas materiais ou imateriais que têm valor 
econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica.
Os bens corpóreos, também chamados materiais ou tangíveis, 
têm existência física, podem ser tocados e são visíveis. Já os bens 
incorpóreos são os que não têm existência tangível e se referem 
aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, 
apresentando valor econômico, como por exemplo, os direitos autorais. 
Em uma empresa, os bens corpóreos consistem em coisas 
materiais usadas para o exercício da atividade empresarial, 
como utensílios, máquinas, equipamentos, mercadorias, 
imóveis, veículos. Já os bens incorpóreos da empresa incluem 
as coisas imateriais que não ocupam espaço físico, mas que 
integram o estabelecimento, como ponto empresarial, título do 
estabelecimento, aviamento e nome empresarial.
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Direito Empresarial
Unidade 1
4.3 Ponto empresarial 
De acordo com Coelho (2007), o ponto empresarial corresponde ao 
local específico em que se encontra o estabelecimento empresarial. 
Por fazer referência ao local onde está instalado o 
estabelecimento empresarial, em função do ramo de 
atividade explorado pelo empresário, a localização do 
estabelecimento pode acarretar acréscimo no valor do 
ponto empresarial. 
Conforme Bruscato (2011), para o sucesso do empreendimento, 
o empresário, ao se estabelecer, deve avaliar a localização do 
seu negócio, considerando o vulto do empreendimento, o tipo 
de atividade, o perfil da clientela, a distância até os principais 
fornecedores, a facilidade de escoamento da produção e de acesso, 
o segmento de mercado que deseja atingir, pois a localização do 
estabelecimento empresarial é um dos fatores decisivos para o 
sucesso da empresa.
Esse espaço físico pode ser um imóvel próprio ou alugado, 
devendo ser escolhido entre os espaços que oferecem melhor 
localização para o sucesso do empreendimento.
Caso o empresário esteja estabelecido em imóvel de sua 
propriedade, a proteção jurídica do valor agregado ao ponto 
empresarial pelo exercício de uma atividade empresarial tem 
respaldo nas leis da propriedade imobiliária do direito civil. No 
entanto, se o empresárioestiver estabelecido em imóvel alugado, 
a proteção jurídica do valor agregado pelo estabelecimento 
empresarial neste ponto empresarial será baseada na Lei de 
Locação. (COELHO, 2007).
Desse modo, no Brasil, se o empresário não é locatário do imóvel 
onde está situado o seu estabelecimento empresarial, o direito 
à permanência no ponto empresarial e o direito à renovação da 
locação do imóvel são assegurados pela Lei nº 8.245, de 18 de 
outubro de 1991.
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Essa lei dispõe sobre as locações de imóveis urbanos, protege o 
ponto empresarial e estabelece que é do empresário, garantindo-
lhe o direito de obter a renovação obrigatória do aluguel. Esse 
direito só é assegurado ao empresário locatário, excluindo-se 
os profissionais liberais, as associações sem fins lucrativos e as 
fundações. (BRASIL, 1991).
4.4 Título do estabelecimento empresarial 
O título do estabelecimento empresarial consiste na designação 
pela qual a empresa é conhecida do público. Tem por objetivo 
designar o local onde o empresário expõe suas mercadorias 
e se encontra com a clientela, servindo para individualizar 
o estabelecimento, fixar determinado local na mente dos 
consumidores e diferenciá-lo da concorrência.
Esse título não pode ser confundido com o nome 
empresarial, pois este é o registrado no Registro Público 
competente que dá origem à personalidade jurídica 
e é utilizado pelo empresário que exerce a atividade 
empresarial, com o objetivo de identificar tanto o 
empresário individual como a sociedade empresária. 
O título de um estabelecimento pode ser constituído por um 
nome de fantasia, composto de figuras, desenhos ou palavras 
combinadas, ou termo de expressão relativa à atividade 
empresarial do estabelecimento, como também, pode ser o 
mesmo da firma ou denominação do estabelecimento, que, nesse 
caso, pode causar confusão com o nome empresarial. 
Geralmente o título é apresentado por meio de uma expressão 
de fantasia, cujo tema está associado ao bem produzido e/ou ao 
serviço fornecido, como por exemplo: Casas Bahia, Drogaria 
Catarinense, Leopoldina Shopping, Lojas Americanas, 
Magazine Luiza, entre outros.
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Direito Empresarial
Unidade 1
4.5 Aviamento 
O aviamento é um atributo do estabelecimento empresarial, 
resultado do conjunto de fatores de ordem material ou imaterial, 
que confere ao empresário a capacidade ou aptidão de gerar lucros, 
e pode ser entendido como sendo a valorização de uma sociedade 
empresária em relação à média das sociedades equivalentes.
Negrão (2007) afirma que o aviamento está intimamente ligado 
ao estabelecimento empresarial, mesmo que resulte da atividade 
empresarial nele desenvolvida pelo titular da empresa, pois, no 
trespasse do estabelecimento, o sobrevalor que lhe foi outorgado 
o acompanha e se expressa economicamente, independentemente 
da permanência de seu titular. Por isso, considera o aviamento 
como atributo do estabelecimento, e não da empresa. 
Este sobrevalor, de acordo com Campinho (2005), pode resultar da 
boa organização de capital e trabalho para o exercício da atividade 
empresarial; da clientela e da reputação e do bom nome do empresário 
na praça, onde está situado o seu estabelecimento empresarial. 
Conhecidos os elementos que compõem um estabelecimento 
empresarial, a seguir você vai estudar o conceito e a formação 
do nome empresarial, que consiste na designação que serve 
para indicar tanto o nome do empresário quanto o exercício da 
atividade empresarial. 
Seção 5 – Nome empresarial
O nome empresarial identifica o empresário, assim como 
individualiza e assinala a espécie de responsabilidade patrimonial 
do mesmo ou da sociedade empresária. A proteção jurídica do 
nome empresarial está condicionada à inscrição no Registro 
Público competente.
O registro do nome empresarial ocorre, automaticamente, com o 
arquivamento dos atos constitutivos da empresa e suas alterações. 
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Esse registro assegura o uso exclusivo do nome nos limites do 
respectivo Estado.
No caso de sociedade estrangeira, ressalta-se que ela segue as normas 
do país onde se estabeleceu primeiro, podendo, no Brasil, acrescentar 
a expressão do Brasil ou para o Brasil. O nome empresarial pode 
ser formado de duas espécies, firma ou denominação.
5.1 Firma
No que se refere à espécie firma, ela apresenta-se sob duas 
formas: individual ou social, as quais serão detalhadas a seguir. 
5.1.1 Firma individual 
A firma individual é aquela adotada pelo empresário que 
explora a atividade econômica de forma isolada, pessoal e 
individualmente, ou ainda no caso de empresa individual de 
responsabilidade limitada. 
Nessas hipóteses, o nome empresarial é formado pelo nome 
completo ou abreviado do empresário, e deve ser distinto de 
qualquer outro já inscrito na Junta Comercial. Caso já exista 
outro registro com o mesmo nome do empresário, deve-se 
acrescentar uma designação mais precisa de sua pessoa ou 
da atividade que exerce. No caso de empresa individual de 
responsabilidade limitada, há necessidade de acrescentar a 
expressão EIRELI no final do nome empresarial.
Anselmo Acilino dedica-se ao comércio de bebidas, 
assim ele deverá inscrever como firma o seu nome civil, 
por extenso – Anselmo Acilino – ou abreviado – A. 
Acilino, acompanhado, ou não, de designação do ramo 
de atividade, que poderá ser Anselmo Acilino Bebidas. 
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Unidade 1
Cabe destacar que, no caso de a empresa de Anselmo ser 
enquadrada como microempresa, o nome empresarial deverá ser, 
então, Anselmo Acilino Bebidas ME. Já, no caso de empresa 
individual de responsabilidade limitada, o nome empresarial 
poderia ser Anselmo Acilino EIRELI ou Anselmo Acilino 
Bebidas EIRELI.
5.1.2 Firma social ou razão social 
A firma social ou razão social é aquela utilizada pelas sociedades 
empresárias constituídas, com base nas qualidades pessoais dos 
sócios, como por exemplo, a sociedade limitada, a sociedade em 
nome coletivo, a sociedade em comandita simples e a sociedade 
em comandita por ações.
No caso de firma social ou razão social, não é possível utilizar 
somente o primeiro nome do sócio. Neste caso, o nome 
empresarial é formado pelo nome completo ou abreviado do(s) 
sócio(s), que responde (m) solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações da sociedade, com exceção da sociedade limitada, que 
deve usar a expressão limitada, e da sociedade em comandita por 
ações, que deve usar a expressão comandita por ações. Também 
é possível substituir o nome de um ou de mais sócios pela 
expressão & Cia. 
A seguir, apresentam-se diferentes maneiras de se formar um 
nome empresarial com base na firma social.
Anselmo Acilino contrata uma sociedade limitada com 
Maria Mendes; neste caso, a firma social será formada 
pelo nome deles, por extenso ou abreviado – Anselmo 
Acilino & Maria Mendes Ltda; Acilino & Mendes Ltda; A. 
Acilino & M. Mendes Ltda; Acilino & Cia Ltda.
É importante observar que é necessária uma cláusula contratual 
indicando o(s) nome(s) do(s) sócio(s) que irão figurar na firma ou 
razão social. Além disso, no caso de alteração da firma social, é 
obrigatória a retirada do(s) nomes (s) do(s) sócio (s) que figuravam 
na firma social nas situações em que houver retirada, exclusão 
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ou morte de sócio(s), como também, no caso de alteração de 
categoria de sócio figurante na firma social ou na alienação do 
estabelecimento empresarial, como dispõe o artigo 1.165 do CC.
5.2 Denominação 
A denominação tempor base qualquer expressão linguística, 
utilizada pelas sociedades constituídas com base no capital, como 
por exemplo, a sociedade anônima e a sociedade em comandita 
por ações. Cabe destacar que a sociedade limitada e a empresa 
individual de responsabilidade limitada também podem usar 
razão social ou denominação. 
A denominação é formada por um nome de fantasia, acrescida da 
designação de seu objeto social e das expressões correspondentes 
ao tipo de sociedade – limitada ou Ltda., comandita por ações ou 
C/A, sociedade anônima ou S.A., companhia ou Cia, EIRELI.
O nome da sociedade limitada entre Anselmo Acilino 
e Maria Mendes poderia ter como denominação: 
Tequila Bebidas Ltda. Se fosse uma sociedade anônima, 
a denominação poderia ser: Companhia Tequila de 
Bebidas ou Tequila Bebidas Sociedade Anônima. 
Nesse mesmo exemplo, em se tratando de uma empresa 
individual de responsabilidade limitada, a denominação pode ser: 
Tequila Bebidas EIRELI.
Na sociedade anônima ou na sociedade limitada, pode-se utilizar o 
nome do fundador, acionista ou pessoa que tenha influenciado no 
sucesso da empresa no lugar do nome fantasia. Nesse caso, o nome 
próprio representa apenas uma homenagem a um fundador da 
empresa, ou a outra pessoa grada, equiparando-se ao nome de fantasia. 
Além disso, o uso do nome do fundador, acionista ou outra 
pessoa no lugar do nome fantasia pressupõe autorização específica 
de seu titular ou de seus herdeiros para a inclusão do nome civil 
no nome empresarial. Isso, porque esse nome deixa de ser um 
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Direito Empresarial
Unidade 1
nome civil para se transformar em um nome criado, de domínio 
público, o que possibilita a continuidade do nome empresarial. 
No caso de retirada, exclusão ou morte da pessoa cujo nome foi usado 
na denominação social, se a sociedade continuar existindo, não é 
necessária a alteração do nome empresarial, como requer o artigo 
1.165, do Código Civil Brasileiro. (FAZZIO JUNIOR, 2008).
No exemplo a seguir, apresentam-se diferentes maneiras de se 
formar um nome empresarial, com base na denominação com uso 
do nome do fundador.
Supondo-se que Tereza Modolon tivesse sido a 
fundadora de uma sociedade limitada de bebidas 
que, agora teria como sócios Anselmo Acilino e Maria 
Mendes, o nome empresarial poderia ser: Tereza 
Modolon Bebidas Ltda. ou Modolon Bebidas Ltda. 
No caso de uma sociedade anônima, na mesma situação, o nome 
empresarial poderia ser Companhia Modolon de Bebidas ou 
Tereza Modolon Bebidas S/A. Cabe destacar que também é 
necessária uma cláusula contratual indicando o(s) nome(s) do(s) 
sócio(s) que irão figurar na denominação.
Analisados os aspectos quanto ao nome empresarial, vão ser 
estudados, na sequência, os demais institutos jurídicos que 
regulam a atividade empresarial.
direito_empresarial.indb 47 14/02/13 14:50
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Seção 6 – Outros institutos jurídicos da empresa
Para exercer a atividade econômica organizada de produção e 
circulação de bens e serviços para o mercado, com o fim de lucro, o 
empresário deve cumprir determinadas obrigações legais inerentes 
ao exercício regular de sua profissão. Sendo assim, o Código Civil 
Brasileiro define as regras para o registro público da empresa, a 
escrituração e a preposição, que serão apresentados na sequência.
6.1 Registro público de empresa 
Toda empresa é formalizada por meio de um ato constitutivo que 
representa a formalização da vontade do empresário ou dos sócios 
de uma sociedade de exercer a empresa. Esse ato deve ser inscrito 
no registro público competente. 
De acordo com a lei n. 8.934/1994, o registro público é o 
instituto jurídico que possibilita a existência legal da empresa 
e tem por objetivo dar garantia, publicidade, autenticidade, 
segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, 
submetidos a registro; como também, visa a cadastrar as empresas 
nacionais e estrangeiras em funcionamento no país e proceder 
às matrículas e aos cancelamentos dos agentes auxiliares do 
comércio. (BRASIL, 1994). 
Essa mesma lei dispõe ainda que registro público de empresa 
compreende os seguintes atos jurídicos, entre outros. 
 „ arquivamento dos documentos relativos à constituição, 
alteração, dissolução e extinção de firmas individuais, 
sociedades mercantis e cooperativas; dos atos relativos a 
consórcio, a grupo de sociedade e a empresas mercantis 
estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; das declarações 
de microempresa; de atos ou documentos que, por 
determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público;
 „ matrícula e seu cancelamento, dos leiloeiros, tradutores 
públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e 
administradores de armazéns-gerais;
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Direito Empresarial
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 „ autenticação dos instrumentos de escrituração das 
empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares 
do comércio. (BRASIL, 1994).
O empresário e a sociedade empresária devem requerer sua 
inscrição no Registro Público competente, da respectiva sede, antes 
do início de sua atividade. Desse modo, as sociedades empresárias 
personalizadas devem ser registradas no Registro Público de 
Empresas Mercantis, enquanto que as sociedades simples devem 
ser registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
No Brasil, os serviços do Registro Público de Empresas 
Mercantis e atividades afins são exercidos pelo Sistema Nacional 
de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelo 
Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), 
órgão central com funções técnicas de supervisão, orientação, 
coordenação e normação; e pelas Juntas Comerciais, órgãos 
estaduais, responsáveis pela execução e administração dos 
serviços de registro. 
Para fazer o referido registro, o empresário deve 
apresentar um requerimento ao registro público 
competente, contendo seu nome, nacionalidade, 
domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; a 
firma, com a respectiva assinatura autografa; o capital; 
e o objeto e a sede da empresa. 
Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados 
no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos respectivos 
atos. As alterações contratuais devem ser averbadas à margem da 
inscrição. Também devem ficar arquivados e averbados os pactos 
e declarações antenupciais, título de doação, herança, legado, 
sentença de separação judicial ou reconciliação do empresário. 
Cabe observar que a Junta Comercial não dará andamento a 
qualquer documento de alteração de firma individual ou sociedade, 
se não constar o Número de Identificação de Registro de Empresas 
(NIRE) nos respectivos requerimentos e instrumentos. 
De acordo com o artigo 54, da Lei 8.934/1994, a certidão dos 
atos constitutivos e de alteração de sociedades empresárias, 
direito_empresarial.indb 49 14/02/13 14:50
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passadas pelo Registro Público competente em que foram 
arquivados, será o documento hábil para a transferência, por 
transcrição no registro público competente, dos bens com que 
o subscritor tiver contribuído para a formação ou aumento do 
capital social. (BRASIL, 1994).
As informações que integram o banco de dados do registro 
público podem ser consultadas por qualquer pessoa, sem 
necessidade de provar interesse, assim como podem ser objeto 
de consulta quaisquer assentamentos nele existentes. É possível 
ainda, obter as certidões dos atos constitutivos e de alteração de 
sociedades empresárias, mediante pagamento do preço devido.
6.2 Escrituração 
A escrituração é uma técnica contábil que consiste no registro 
em livros próprios dos fatos administrativos resultantes da 
atividade empresarial que influenciam o patrimônio de uma 
empresa. (LIMA,

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