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Livro Direito Empresarial

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ser reproduzido ou repassado para terceiros. 21/05/2020 21:30:22
Direito Empresarial
Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Impresso por Alan, CPF 131.821.807-11 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Disciplina na modalidade a distância
Palhoça
UnisulVirtual
2013
Direito Empresarial
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Créditos
Rei t o r
 Ailton Nazareno Soares
Vi c e - Re i t o r
 Sebastião Salésio Herdt
 Chefe de Gabinete da Reitoria
 Willian Máximo
 Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, 
 Pós-Graduação e Inovação
 Mauri Luiz Heerdt
 Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação 
 Insti t u ci o n a l
 Valter Alves Schmitz Neto
 Diretora do Campus Universitário de Tubarão
 Milene Pacheco Kindermann
 Diretor do Campus Universitário Grande Florianópolis
 Hércules Nunes de Araújo
 Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual
 Moacir Heerdt
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
 Gerente de Administração Acadêmica
 Angelita Marçal Flores
 Secretária de Ensino a Distância
 Samara Josten Flores
 Gerente Administrativo e Financeiro
 Renato André Luz
 Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão
 Roberto Iunskovski
 Coordenadora da Biblioteca
 Salete Cecília de Souza
 Gerente de Desenho e Desenvolvimento de 
 Materiais Didáticos
 Márcia Loch
 Coordenadora do Desenho Educacional
 Cristina Klipp de Oliveira
 Campus Universitário UnisulVirtual
 Coordenadora da Acessibilidade
 Vanessa de Andrade Manoel
 Gerente de Logística
 Jeferson Cassiano Almeida da Costa
 Gerente de Marketing
 Eliza Bianchini Dallanhol
 Coordenadora do Portal e Comunicação 
 Cátia Melissa Silveira Rodrigues
 Gerente de Produção
 Arthur Emmanuel F. Silveira
 Coordenador do Design Gráco
 Pedro Paulo Teixeira
 Coordenador do Laboratório Multimídia
 Sérgio Giron
 Coordenador de Produção Industrial
 Marcelo Bitencourt
 Coordenadora de Webconferência
 Carla Feltrin Raimundo
 Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico
 Maria Isabel Aragon
 Assessor de Assuntos Internacionais
 Murilo Matos Mendonça
 Assessora para DAD - Disciplinas a Distância
 Patrícia da Silva Meneghel
 Assessora de Inovação e Qualidade da EaD
 Dênia Falcão de Bittencourt
 Assessoria de relação com Poder Público e Forças 
Ar m a d a s
 Adenir Siqueira Viana
 Walter Félix Cardoso Junior
 Assessor de Tecnologia
 Osmar de Oliveira Braz Júnior
 Educação, Humanidades e 
Ar te s
 Marciel Evangelista Cataneo
 Arti cu l a d o r
 Gr a d u aç ã o
 Jorge Alexandre Nogared Cardoso
Ped a g o g i a
 Marciel Evangelista Cataneo
Fil o s o  a
 Maria Cristina Schweitzer Veit
 Docência em Educação Infantil, Docência em 
 Filosoa, Docência em Química, Docência em 
So c i o l o g i a
 Rose Clér Estivalete Beche
 Formação Pedagógica para Formadores de 
 Educação Prossional
 Pós - gr ad u a ç ão
 Daniela Ernani Monteiro Will
 Metodologia da Educação a Distância
 Docência em EAD
 Karla Leonora Dahse Nunes
 História Militar
 Ciências Sociais, Direito, 
 Negócios e Serviços
 Roberto Iunskovski 
 Arti cu l a d o r
 Gr a d u aç ã o
 Aloísio José Rodrigues
 Serviços Penais
 Ana Paula Reusing Pacheco
 Adm i n i s t r a ção
 Bernardino José da Silva
 Gestão Financeira
 Dilsa Mondardo
Di r e i t o
 Itamar Pedro Bevilaqua
 Segurança Pública
 Janaína Baeta Neves
Ma r ke t i n g
 José Onildo Truppel Filho
 Segurança no Trânsito
 Joseane Borges de Miranda
 Ciências Econômicas
 Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo
Turi s m o
 Maria da Graça Poyer
 Comércio Exterior
 Moacir Fogaça
 Logí s t i ca
 Processos Gerenciais
 Nélio Herzmann
 Ciências Contábeis
 Onei Tadeu Dutra
 Gestão Pública
 Roberto Iunskovski
 Gestão de Cooperativas
 Pós - gr ad u a ç ão
 Aloísio José Rodrigues
 Gestão de Segurança Pública
 Danielle Maria Espezim da Silva
 Direitos Difusos e Coletivos
 Giovani de Paula
Se g u r a n ç a
 Letícia Cristina B. Barbosa
 Gestão de Cooperativas de Crédito
 Sidenir Niehuns Meurer
 Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública
 Thiago Coelho Soares
 Programa de Pós-Graduação em Gestão Empresarial
 Produção, Construção e 
 Agroi n dú s tria
 Diva Marília Flemming
 Arti cu l a d o r
 Gr a d u aç ã o
 Ana Luísa Mülbert
 Gestão da tecnologia da Informação
 Charles Odair Cesconetto da Silva
 Produção Multimídia
 Diva Marília Flemming
 Mat emá tica
 Ivete de Fátima Rossato
 Gestão da Produção Industrial
 Jairo Afonso Henkes
 Gestão Ambiental
 José Carlos da Silva Júnior
 Ciências Aeronáuticas
 José Gabriel da Silva
 Agro n e g ó c i o s
 Mauro Faccioni Filho
 Sistemas para Internet
 Pós - gr ad u a ç ão
 Luiz Otávio Botelho Lento
 Gestão da Segurança da Informação.
 Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher
 Programa em Gestão de Tecnologia da Informação
Unidades de Articulação Acadêmica (UnA)
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ser reproduzido ou repassado para terceiros. 21/05/2020 21:30:22
Livro didático
Palhoça
UnisulVirtual
2013
Design instrucional
Marcelo Tavares de Souza Campos
Marina Melhado Gomes da Silva
Direito Empresarial
Terezinha Damian Antônio
Impresso por Alan, CPF 131.821.807-11 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode
ser reproduzido ou repassado para terceiros. 21/05/2020 21:30:22
Edição – Livro Didático
 Professor Conteudista
 Terezinha Damian Antônio 
 Design Instrucional
 Marcelo Tavares de Souza Campos
 Marina Melhado Gomes da Silva
 Projeto Gráco e Capa
 Equipe UnisulVirtual
Diag ra maç ão
 Fernanda Fernandes
Revis ão
Diane Dal Mago
 Amaline Boulos Issa Mussi
 Ficha catalográca elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
 Copyright © UnisulVirtual 2013
 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
342.2
 A64 Antônio, Terezinha Damian
 Direito empresarial : livro didático / Terezinha Damian Antônio ; design 
 instrucional Marcelo Tavares de Souza Campos, Marina Melhado Gomes da 
 Silva. – Palhoça : UnisulVirtual, 2013.
286 p. : il. ; 28 cm.
 Inclui bibliograa.
 1. Direito comercial. 2. Sociedades comerciais. 3. Títulos de crédito. I. 
 Campos, Marcelo Tavares de Souza. II. Silva, Marina Melhado Gomes da. III. 
Título.
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Sumário
Apresentação . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
 UNIDADE 1 - Teoria geral do Direito Empresarial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
 UNIDADE 2 - Regime jurídico das sociedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
UNIDADE 3 - Propriedade industrial: marcas e patentes . . . . . . . . . . . . . . . 109
 UNIDADE 4 - Títulos de crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
 UNIDADE 5 - Recuperação de empresa e falência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
 UNIDADE 6 - A empresa e as relações de consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 271
 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
 Sobre a professora conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 283
 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 285
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7
Apresentação
 Este livro didático corresponde à disciplina Direito Empresarial.
 O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma 
 e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados 
 à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática 
 e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, 
 proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a 
 um aprendizado contextualizado e ecaz.
 Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será 
 acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema 
 Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” ca caracterizada 
 somente na modalidade de ensino que você optou para sua 
 formação, pois na relação de aprendizagem professores e 
 instituição estarão sempre conectados com você.
 Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem 
 à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: 
 telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, 
 que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e 
 recebido ca registrado para seu maior controle e comodidade. 
 Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe 
 atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.
 Bom estudo e sucesso!
 Equipe UnisulVirtual.
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Palavras da professora
 Caro/a aluno/a,
 Seja bem vindo/a à disciplina Direito Empresarial.
Denominado Direito Comercial antes da Lei 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002, a qual instituiu o novo Código Civil Brasileiro, 
o Direito Empresarial passou por diversos estágios e, atualmente, 
é entendido como sendo o ramo do direito privado que normatiza 
a atuação de empresas no Brasil. Trata de princípios e normas 
jurídicas que regulam a atividade empresarial, exercida pelo 
 empresário, na forma individual ou societária.
 Assim referido/a, você passa a estudar a caracterização e a 
 capacidade civil do empresário; o conceito e os elementos 
 formadores do estabelecimento empresarial, os institutos 
 complementares do direito empresarial, tais como, o 
 registro público de empresa, nome empresarial, prepostos e 
 escrituração; o regime jurídico das sociedades empresárias e 
 não empresárias de forma geral; os requisitos e a importância 
 dos direitos relativos às marcas e patentes no meio empresarial.
Compreenderá a origem e a evolução histórica do direito 
cambiário, as características, os princípios e a classicação dos 
 títulos de crédito, os principais institutos cambiários, como 
também, acessará considerações especícas sobre a aplicação da 
Lei do Cheque e as práticas empresariais de cheque pós-datado e 
o uso da duplicata no Brasil. Compreenderá também os objetivos 
e a aplicabilidade da lei de falência, e identicará as características 
dos processos de recuperação e de falência de empresas. 
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 1/10
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10
Universidade do Sul de Santa Catarina
 Por m, conhecerá importantes normas jurídicas sobre o 
 direito das relações de consumo, contidas na Lei 8.078, de 
 11 de setembro de 1990, que instituiu o Código de Defesa 
 do Consumidor, o qual visa a salvaguardar os direitos dos 
 consumidores, considerados hipossucientes, da relação 
 consumerista de fornecer bens e serviços.
 Sucesso e bons estudos!
 Professora Terezinha Damian Antônio
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 2/10
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Plano de estudo
 O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da 
 disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o 
 contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. 
 O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva 
 em conta instrumentos que se articulam e se complementam, 
 portanto, a construção de competências se dá sobre a 
 articulação de metodologias e por meio das diversas formas de 
ação/mediação.
 São elementos desse processo:
  o livro didático;
  o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
  as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de 
 autoavaliação); 
  o Sistema Tutorial.
Ementa
 Introdução ao estudo do Direito Comercial. Comerciantes: o 
 empresário. A empresa. Registros do comércio. Introdução ao 
 estudo do Direito Societário Mercantil. Títulos de Crédito. 
 Recuperação judicial e extrajudicial, falência. Tipicação 
 e regime jurídico das relações de fornecimento e consumo 
 nos quadros da produção industrial. A proteção jurídica do 
 consumidor. Relações de consumo. O Código de Defesa 
 do Consumidor. Propriedade industrial: marcas, patentes e 
 segredo industrial. 
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 3/10
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Universidade do Sul de Santa Catarina
 Objetivos da disciplina
Geral
 Oferecer ao acadêmico/a uma visão global sobre o direito 
 empresarial, a partir da análise dos principais tipos de sociedades 
 comerciais, bem como dos principais títulos de crédito, marcas 
 e patentes, e das noções gerais sobre o direito falimentar e o 
 direito do consumidor, o que permitirá aos futuros prossionais o 
 entendimento do processo de constituição de empresas.
Especícos
  Compreender a evolução, os principais conceitos e fontes 
 do direito empresarial, bem como os principais institutos 
 jurídicos que caracterizam a teoria da empresa e as 
 normas que regulam a atividade empresarial.
  Conhecer o regime jurídico das sociedades e as 
 características dos principais tipos societários. 
  Entender os aspectos legais sobre a propriedade 
 industrial no Brasil e sua importância para as empresas.
  Estudar noções gerais sobre o direito cambiário e as 
 características dos principais títulos de crédito mais 
 utilizados no meio empresarial. 
  Identicar as disposições comuns da falência e da 
 recuperação de empresas, bem como as características 
 dos pedidos e dos processos de recuperação de empresa e 
de falência.
  Analisar as principais disposições sobre as relações de 
 consumo contidas no Código de Defesa do Consumidor. 
Carga horária
 A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 4/10
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13
Direito Empresarial
Conteúdo programático/objetivos
 Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta 
 disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos 
 resultados que você deverá alcançar ao nal de uma etapa de 
 estudo. Os objetivos de cada unidade denem o conjunto de 
 conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento 
 de habilidades e competências necessárias à sua formação. 
 Unidades de estudo: 6
Unidade 1 – Teoria geral do Direito Empresarial
 Nesta unidade, você verá a evolução do Direito Empresarial e 
 dos principais conceitos sobre a empresa, bem como, o conjunto 
 de normas jurídicas que regulam a atividade empresarial exercida 
 pelo empresário na forma individual e coletiva e os institutos 
 jurídicos ans e complementares, tais como, registro de empresa, 
 nome empresarial, escrituração e preposição. 
Unidade 2 – Regime jurídico das sociedades 
 Esta unidade trata dos principais conceitos, características, 
 classicação, tipos de sociedades e as formas de reestruturação 
 e participação societária, permitindo a discussão de temas 
 relevantes sobre o regime jurídico das sociedades, por exemplo, 
 a responsabilidade patrimonial pessoal dos sócios e a teoria da 
 desconsideração da personalidade jurídica. Conhecerá, também, 
 os tipos societários presentes no Código Civil e em legislações 
 especícas, como a legislação brasileira aplicável às sociedades 
 limitadas e às sociedades anônimas.
 Unidade 3 – Propriedade industrial: marcas e patentes
 Por meio desta unidade, você entenderá os aspectos legais sobre 
 a propriedade intelectual no Brasil e sua importância para as 
 empresas, a partir do estudo da legislação brasileira que trata de 
 patentes de invenção e de modelo de utilidade, como também, do 
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 5/10
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14
Universidade do Sul de Santa Catarina
 registro de marcas e de desenho industrial, e, ainda, estudará o 
 segredo industrial e analisará a problemática do uso indevido do 
 termo e sua relação com o segredo industrial.know how 
Unidade 4 – Títulos de crédito
 Aqui, você estudará noções gerais sobre o direito cambiário, sua 
 origem e evolução histórica, seus conceitos e princípios gerais. 
 Verá a classicação dos títulos de crédito e os principais institutos 
 e devedores cambiários, e, ainda, as características dos principais 
 títulos de crédito mais utilizados no meio empresarial, como, por 
 exemplo, o cheque e a duplicata. 
 Unidade 5 – Recuperação de empresa e falência
 Nesta unidade, você identicará as disposições comuns da 
 falência e da recuperação de empresas, bem como as normas 
 jurídicas que disciplinam a nomeação e as atribuições do 
 administrador judicial, do comitê de credores e da assembleia de 
 credores na recuperação e na falência. Estudará procedimentos 
 de vericação e habilitação de créditos, os requisitos e os tipos 
 de recuperação de empresas existentes no Brasil, e conhecerá 
 os requisitos e os procedimentos legais para a instauração, a 
 decretação e o encerramento da falência. 
Unidade 6 – A empresa e as relações de consumo
Por m, você analisará os requisitos de conguração da relação de 
consumo, os princípios do Código de Defesa do Consumidor e os 
direitos básicos do consumidor, denidos na legislação consumerista. 
Estudará a responsabilidade civil do fornecedor nas relações de 
consumo, a proteção do contrato rmado entre fornecedor e 
consumidor, e as formas de tutela jurisdicional do consumidor.
 
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 6/10
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15
Direito Empresarial
Agenda de atividades/Cronograma
  Verique com atenção o EVA, organize-se para acessar 
 periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus 
 estudos depende da priorização do tempo para a leitura, 
 da realização de análises e sínteses do conteúdo e da 
 interação com os seus colegas e professor.
  Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço 
 a seguir as datas com base no cronograma da disciplina 
 disponibilizado no EVA.
  Use o quadro para agendar e programar as atividades 
 relativas ao desenvolvimento da disciplina.
 Atividades obrigatórias
 Demais atividades (registro pessoal)
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 7/10
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21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 8/10
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1Objetivos de aprendizagem  Conhecer as etapas que marcaram a origem do 
comércio, assim como a evolução do Direito 
Empresarial.
  Entender o conceito e as principais fontes do Direito 
Empresarial na atualidade.
  Compreender as características e as condições que 
permitem ao empresário o exercício da empresa.
  Identicar os elementos que constituem juridicamente 
o estabelecimento empresarial. 
  Analisar as espécies denome empresarial.
  Estudar os demais institutos jurídicos complementares 
da empresa, como o registro público, as formas de 
escrituração e a preposição.
Seções de estudo
 Seção 1 A origem do comércio e do Direito Empresarial
 Seção 2 Conceito e fontes de Direito Empresarial no Brasil
 Seção 3 O empresário
 Seção 4 Estabelecimento empresarial
 Seção 5 Nome empresarial
 Seção 6 Outros institutos jurídicos da empresa
UNIDADE 1
Teoria geral do Direito 
Empresarial
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
https://www.passeidireto.com/arquivo/22440735/livro-unisul-direito-empresarial-2013 9/10
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18
Universidade do Sul de Santa Catarina
Para início de estudo
Nesta unidade, você conhecerá a evolução histórica do 
 comércio e do Direito Empresarial, bem como os conceitos e as 
 características que denem a teoria da empresa, de acordo com o 
 Código Civil Brasileiro.
 Você entenderá que a teoria da empresa tem o sentido prático 
 de ampliar o campo de incidência do direito comercial, que 
 passou a ter como base a empresa, e compreenderá que essa 
 teoria substituiu o conceito tradicional de comerciante pelo de 
 empresário, e o de comércio pelo de empresa.
 Estudará que empresário é quem exerce a atividade empresarial, 
 que, por sua vez, engloba o comércio, a indústria, a prestação de 
 serviços e demais atividades organizadas para a produção ou a 
 circulação de bens ou serviços destinados ao mercado.
 Compreenderá também que a empresa é exercida por meio de 
 um complexo de bens tangíveis e intangíveis, os quais constituem 
 o estabelecimento empresarial, assim como entenderá que a 
identicação da empresa no mercado consumidor ocorre por meio 
 do nome empresarial. 
 Também conhecerá os institutos jurídicos complementares que 
 regulam o exercício da empresa, tais como, o registro público, a 
 preposição e a escrituração; e verá que o Direito Empresarial é 
 o ramo do Direito constituído por um conjunto de leis as quais 
 regulamentam as atividades desenvolvidas pelo empresário.
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Direito Empresarial
Unidade 1
Seção 1 – A origem do comércio e do Direito 
Empresarial
O Direito Empresarial é o ramo do direito que estuda a empresa. 
 Entretanto, para entender este ramo do direito, é preciso estudar 
a origem do comércio, o surgimento do direito comercial, como 
regulador da atividade comercial, bem como, as fases que marcaram 
 a evolução do direito comercial para o Direito Empresarial, e, 
 ainda, o conceito e as fontes de Direito Empresarial. 
 1.1 Surgimento do comércio 
 A origem do comércio está associada ao desenvolvimento da 
 economia, determinado pela necessidade humana de conciliar a 
 sobrevivência em períodos caracterizados pelo excesso ou escassez 
 na produção de alimentos. 
Na sociedade primitiva, não havia condições favoráveis 
ao desenvolvimento do comércio, pois o homem vivia 
da caça, da pesca e da coleta de frutos e raízes. 
 A xação do homem a terra decorreu do desenvolvimento da 
 atividade pastoril, que deu origem à indústria de transformação, à 
 atividade agrícola e à formação de pequenas aldeias. 
 Nos primórdios da sociedade feudal, essas aldeias eram 
 praticamente autossucientes e a vida econômica decorria sem 
 muita utilização de capital. Era uma economia de consumo, em 
 que os servos e sua família cultivavam seu alimento e fabricavam 
 tudo o que lhes era necessário. Entretanto, embora o homem 
 procurasse se abastecer de tudo o que precisava, ora tinha mais 
 do que necessitava ora não tinha nada. Por isso, buscou trocar o 
 que possuía em excesso pelo que não possuía para sobreviver. 
 Neste período, o homem fazia trocas, primeiramente com os 
 vizinhos, depois com grupos maiores e mais distantes, os quais 
 foram se aproximando cada vez mais das aldeias, passando a se 
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 reunir ao redor de templos, em festas religiosas e em feiras, com o 
 objetivo de trocar objetos e coisas uns com os outros. Estas trocas 
 diretas deram origem ao comércio.
Embora restrito, o comércio era realizado semanalmente, no 
mercado, lugar onde se realizavam as trocas de produtos excedentes, 
sendo que o intercâmbio de produtos era feito pela necessidade de 
 consumo, e não pela procura do produto. O mercado semanal era 
mantido junto ao mosteiro ou ao castelo e controlado pelo senhor 
feudal ou pelo bispo, os quais, também naquele local, trocavam os 
excedentes que seus servos e artesãos produziam. 
 Com o passar do tempo, essas trocas se tornaram mais 
 complexas, envolvendo uma gama maior de produtos e de 
 produtores, o que impulsionou o aparecimento das moedas de 
 troca, representadas, inicialmente, por coisas desejadas ou raras, 
 como sal, conchas e gado, e depois, por metais preciosos. 
Mais tarde, os gregos introduziram a moeda de metal nas transações 
 comerciais, conforme exemplo ilustrado pela gura na sequência. 
 Figura 1.1 – Exemplar das primeiras moedas de metal utilizadas pelos gregos 
 Fonte: Meu dever de casa, 2009.
 Nesta gura, verica-se um exemplar de moeda utilizada pelos 
 gregos para realizarem transações comerciais. Nela ressalta a 
 imagem de uma coruja, simbolizando a sabedoria da sociedade 
 grega. Os gregos também estampavam ilustrações de outros 
 animais nas moedas, assim como imagens de divindades.
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Direito Empresarial
Unidade 1
O comércio, neste momento, baseava-se na troca e não visava 
 ao lucro. Essa prática acontecia por inuência marcante da 
 Igreja Católica, que se constituiu na instituição mais poderosa 
 da sociedade medieval ocidental. Na economia, a ação da Igreja 
 se fez sentir de diversas maneiras, não só por suas concepções 
 comunitárias, mas também por dispor de rico patrimônio. 
 Cabe destacar que a Igreja deniu princípios para as atividades 
 econômicas, proibindo a especulação e estabelecendo o preço 
 justo, que consistia na soma do custo de produção mais a 
 remuneração do trabalho. Por outro lado, com a expansão 
 marítima, o crescimento do comércio foi acelerado e o preço 
 justo foi substituído pelo preço de mercado, o que possibilitou a 
 obtenção do lucro na atividade comercial.
 Nesse período, o produtor não produzia mais para a troca, mas 
 para vender e adquirir moeda, que era aplicada como capital em 
 novo ciclo de produção, o que intensicou o uso do dinheiro e fez 
 surgir as letras de câmbio, uma vez que nem toda cidade podia 
 cunhar sua própria moeda. 
 Dessa forma, o comércio se estruturou para desenvolver sua 
 função econômica e social,possibilitando a troca de mercadorias. 
Mas, como era regulado o comércio?
 Inicialmente, não havia um conjunto de normas jurídicas capaz 
 de disciplinar a atividade comercial, pois o comércio era regulado 
 por normas morais e religiosas, e não havia discernimento claro 
 das esferas do direito, da moral e da religião. 
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 1.2 Surgimento do Direito Comercial
 O primeiro registro histórico quanto a uma normatização 
 norteadora das atividades comerciais refere-se às regras contidas 
 no . (REIS E REIS, 2005). Código de Hamurabi
 Posteriormente, surgiram outras regras para disciplinar a 
 atividade comercial, e que passaram a compor o direito comercial, 
 entendido como um ramo histórico do direito que surgiu para 
 regular o comércio, cujas atividades não tinham respaldo jurídico 
 nas normas do direito civil. 
 É importante observar que, até o advento do Código Civil (CC) 
 brasileiro de 2002 e a revogação de parte do Código Comercial 
 brasileiro de 1850, não se utilizava, no Brasil, a expressão Direito 
 Empresa r ia l, mas, somente, Direito Comercial.
Na sua concepção inicial, o direito comercial englobava 
apenas os comerciantes que compravam mercadorias 
para revender, já o Direito Empresarial é mais 
abrangente, regulando as atividades empresariais, tais 
 como, o comércio, a indústria e a prestação de serviços. 
 Assim, pode-se dizer que a trajetória histórica do direito 
 comercial revela-se como um retrato dinâmico que mostra a 
 evolução da atividade mercantil, conforme se irá ver a seguir.
 1.2.1 Primeira fase do Direito Comercial 
Na Idade Média, a partir do século XII, o Direito Comercial 
oresceu como sistema jurídico, com o aparecimento das 
corporações de ofício, associações de pessoas que exerciam uma 
mesma prossão ou ofício, sujeitas às mesmas normas, regras, 
direitos e deveres, o que marcou a primeira fase do Direito 
 Comercia l, que se estendeu desde o século XII até o século XVIII.
 O surgimento das corporações de ofício decorreu do 
 enfraquecimento da economia feudal, provocado pelo 
 crescimento do comércio e pelo desenvolvimento das cidades. 
 Assim, os artesãos especializados em algum ofício, tais como 
 O Código de Hamurabi é uma das 
 leis mais antigas da humanidade, 
 escrito por , no Khammu – rabi
 século 18º a.C, que destacava 
 normas para regular o comércio, 
 apresentando regras para os 
 contratos de sociedade, os 
 empréstimos a juros, os contratos 
 de transporte, as locações, o uso da 
 moeda, a insolvência e execução de 
 dívidas, conforme Altavila (1989).
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Unidade 1
 padeiros, ourives, carpinteiros, fabricantes de armas, tecelões e 
 outros artistas, deixaram de cultivar a terra, para viver da arte, 
abrindo pequenos comércios em suas cidades, a m de abastecer 
 um mercado pequeno e prestar serviços à comunidade. 
Esses grupos de prossionais organizados formavam as corporações 
de ofício, que logo se destacaram na sociedade da época, 
conquistaram autonomia para determinados centros comerciais 
italianos e possibilitaram o surgimento de cidades alemãs. Essas 
corporações possuíam um regulamento semelhante a um código de 
ética e conviviam como irmãos, pois os membros de uma corporação 
se preocupavam com os membros de outra corporação. 
Os usos e costumes mercantis regulavam as relações 
 jurídico-comerciais, e não havia a participação do 
Estado na solução dos conitos. As pendências entre os 
mercadores eram resolvidas dentro da classe, por juízes 
eleitos, que sistematizavam as regras do mercado. 
 Para Requião (2003), essas corporações criavam entre si um 
 direito costumeiro, aplicado internamente pelos juízes eleitos 
 e pelas suas assembleias. Nessa fase, o Direito Comercial 
 estava a serviço do comerciante, como um direito corporativo, 
 prossional, especial e autônomo.
 1.2.2 Segunda fase do Direito Comercial 
 De acordo com Requião (2003), a segunda fase do Direito 
 Comercial iniciou no século XIX, com a edição do Código 
 Comercial francês ou Código Napoleônico, e se estendeu até 
 1942. Esse código, seguindo os ideais da Revolução Francesa 
 (igualdade a todos perante a lei e exclusão dos privilégios de 
 classe), estabeleceu a liberdade prossional e de comércio, assim 
 como o m das corporações. 
 Nessa fase, o Direito Comercial passou a ser considerado como 
 um sistema jurídico estatal destinado a regular todos os atos de 
 comércio, representados por atividades de intermediação habitual 
 de troca, com a nalidade de lucro.
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 Entre tais atividades, destacam-se a compra e venda, revenda, 
 locação de coisas móveis, operações de câmbio, operações 
 bancárias, operações de corretagem, operações das empresas de 
 seguros, atividade de transporte de mercadorias, atividade de 
 espetáculos públicos; compra, venda ou troca de bens móveis ou 
 semoventes por atacado ou por varejo, industrializados ou não, 
 para revenda ou para alugar o seu uso. 
 Portanto, o comerciante é todo aquele que pratica algum ato 
 de comércio. São agentes econômicos fundamentais, pois 
 geram empregos, tributos e certos bens essenciais à sociedade. 
 A legislação comercial trazia uma série de vantagens para o 
 comerciante, o qual poderia ser pessoa física (individual), aquele 
 que exerce individualmente os atos de comércio; ou pessoa 
 jurídica, sociedade comercial. 
 1.2.3 Terceira fase do Direito Comercial 
 A terceira fase do Direito Comercial iniciou a partir de 1942, 
 com o surgimento da teoria da empresa, que originou o Direito 
Empresa r ia l.
A teoria dos atos de comércio estabelecida no Código 
Comercial francês apresentava deciências, pois denia 
regras para o comércio e deixava as demais atividades 
econômicas sem base legal, como a prestação de serviços, 
a mineração e as atividades agrícolas e artesanais.
 Assim, muitas atividades relacionadas com a circulação de riqueza 
não estavam contempladas no conceito de comércio, embora 
 fossem consideradas como atividades econômicas. Dessa forma, o 
 novo Código Civil italiano trouxe a teoria da empresa para regular 
 qualquer atividade econômica de produção e circulação de bens e 
 serviços, e não exclusivamente a atividade comercial. 
Mas qual contribuição essa teoria trouxe para o Direito 
Comercial?
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Unidade 1
 Ela possibilitou que o direito comercial passasse a regulamentar 
 as atividades empresariais, correspondendo ao que se conhece 
 hoje por Direito Empresarial ou direito da empresa. 
 De acordo com Negrão (2007), o Direito Comercial passou a 
 regular não só as atividades relacionadas aos atos de comércio, 
 mas qualquer atividade econômica exercida prossionalmente 
 e destinada à produção e circulação de bens ou serviços, para o 
 mercado, tendo como m a obtenção de lucro. 
 Diante desse contexto, verica-se que a atividade empresarial 
 seria exercida pelo empresário ou pelas sociedades empresárias 
 por meio da organização, essa que se sobrepõe ao labor pessoal 
 dos sócios, os quais poderão atuar como dirigentes, mas que 
 não serão, de forma predominante, os operadores diretos da 
 atividade-m exercida. 
 No campo econômico, a empresa ca caracterizada pela 
 organização dos fatores de produção, com o objetivo de satisfazer 
 as exigências do mercado consumidor. Por isso, as atividades da 
 empresa são voltadas para o mercado e têm nalidade lucrativa. 
 Portanto, entende-se a empresa como uma atividade econômica 
 organizada de produção e circulação de bens e serviços para o 
 mercado, com nalidade lucrativa, exercida pelo empresário em 
 caráter prossional, por meio de um complexo de bens.
 Pode-se identicar neste conceito quatro elementos de 
 caracterização da empresa, a saber: prossionalismo, exercício de 
 atividade econômica, organização e, ainda, produção e circulação 
 de bens e serviços. 
 Coelho (2007) traz as seguintes denições quanto a esses 
 elementos que caracterizam a empresa:
  O consiste no exercício prossional prossional ismo
 da atividade, ou seja, não se trata de prática ocasional, 
 ainda que relacionada com a troca ou a produção de bens 
 e serviços. O exercício prossional relaciona-se com a 
 habitualidade e indica que a atividade empresarial não 
 pode ser eventual, ocasional ou praticada por esporte, ou 
 mero lazer. A atividade sazonal, quando desenvolvida de 
 forma cíclica, mantém o caráter de empresarialidade. 
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  O exercício de atividade econômica indica que, para 
 se caracterizar como empresário, o sujeito deve atuar na 
 persecução do lucro, ou seja, estão excluídas as atividades 
 com intuito altruísta ou benecente. Dessa forma, a 
 atividade econômica está relacionada à produção de 
 bens ou serviços, e a economicidade está na criação de 
 riquezas; de modo que aquele que prossionalmente 
 exerce qualquer atividade, que não seja econômica ou não 
 seja atividade de produção de riquezas, não é empresário. 
  Organização é a conjugação dos fatores da produção – 
 trabalho, natureza e capital –, para produção de bens ou de 
 serviços, reunidos pelo empresário de forma coesa, com a 
 nalidade de abastecer o mercado com bens ou serviços.
  A é o produção e a circulação de bens e serviços
 elemento que corresponde à característica do empresário 
 que o diferencia do comerciante, traçando uma gura 
 mais ampla. Assim sendo, tanto o capital do empresário 
 como o pessoal que irá trabalhar nada mais são 
 isoladamente do que bens e pessoas, pois a empresa 
 somente nasce quando se inicia a atividade, sob a 
 orientação do empresário. (COELHO, 2007).
 O surgimento da teoria da empresa possibilitou que a matéria 
 empresarial passasse a englobar toda a atividade econômica 
 privada exercida no mercado, com exceção das atividades de 
 natureza intelectual. Além disso, segundo Bulgarelli (1999), o 
 direito comercial passou a ter como base a empresa, e os termos 
 comércio, comerciante e atos de comércio foram substituídos por 
 empresa, empresário e atividades empresariais.
 A seguir, estude a respeito das normas que regem o direito 
 comercial e o Direito Empresarial no Brasil.
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 1.3 O Direito Empresarial no Brasil 
No Brasil, as relações jurídicas comerciais foram embasadas na 
Legislação de Portugal até 1808, e na Carta Régia, editada com a 
chegada de Dom João ao Brasil, no período entre 1808 a 1850. Essa 
carta instituiu as primeiras normas de direito comercial no Brasil.
 Em 25 de junho de 1850, foi editado o Código Comercial 
 do Império do Brasil, apresentando 1.299 artigos os quais 
 dispunham sobre as pessoas do comércio, os contratos e 
 obrigações mercantis, o comércio marítimo e a insolvência. Em 
 1889, o referido Código passou a ser chamado apenas Código 
 Comercial do Brasil, e, como os demais códigos editados nos 
 anos de 1800, adotou a teoria dos atos de comércio. 
 A Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o novo 
 Código Civil Brasileiro, revogou a primeira parte do Código 
 Comercial de 1850 e adotou a teoria da empresa em seus artigos 
 966 a 982. Desta forma, o Brasil, passou a considerar a empresa 
 como gura central do Direito Empresarial e a sequência de atos 
 que caracteriza a atividade desempenhada pelo empresário. 
 Agora que você conhece a origem e a evolução do comércio, do 
 direito comercial e do Direito Empresarial, passa a estudar os 
 conceitos e as fontes do Direito Empresarial. 
Seção 2 – Conceito e fontes de Direito Empresarial no 
Brasil
 O Direito Empresarial é o ramo do Direito constituído por um 
 conjunto de leis que regulamentam as atividades empresariais, 
 que têm por objetivo a produção ou circulação de bens ou 
 serviços destinados ao mercado, com o m de lucro.
As normas contidas neste ramo do Direito estão amparadas por 
fontes, primárias ou secundárias, conforme se apresenta na sequência.
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 2.1 Fontes primárias do Direito Empresarial 
 A fonte principal ou primária do Direito é a lei, sendo que, 
 no Estado Democrático de Direito, a regência do princípio da 
 legalidade determina a preponderância da lei como primeira 
 resposta à pergunta sobre como o Estado se manifesta diante de 
 determinada situação jurídica. 
 Nesse sentido, a lei é natural e compulsória como expressão 
 genérica da ordem jurídica brasileira, que se desdobra 
 hierarquicamente em Constituição Federal (CF), Código Civil e 
 legislação comercial extravagante. 
Para o Direito Empresarial, as fontes primárias 
 constituem-se hierarquicamente no mais importante 
instrumento para interpretação de questões jurídicas, 
pois consistem em normas que todo juiz ou tribunal 
deverá aplicar de imediato quando for apreciar e 
decidir determinada questão.
 A Constituição Federal do Brasil apresenta, no Capítulo I 
 do Título VII, princípios gerais da atividade econômica, de 
 observância obrigatória,que condicionam o exercício da empresa. 
 Fazzio Júnior (2008) destaca que, além desse normativo, são 
 fontes primárias do Direito Empresarial: o Código Comercial 
 na parte não revogada, o Código Civil de 2002, as leis 
 extravagantes, normas previstas em outros ramos do Direito, 
 normas derivadas do Estado, bem como tratados e convenções 
 internacionais referentes ao Direito Empresarial.
 Cabe destacar que a doutrina e a jurisprudência não são fontes 
 do Direito Empresarial. A Doutrina não tem legitimidade para 
 gerar direitos. Embora forneça contribuição à materialização do 
 direito, não alcança o patamar das fontes, e, assim, tecnicamente, 
 não produz direito. 
 Já a Jurisprudência surgiu na Roma Antiga e compreendia a 
 interpretação pelos jurisconsultos de matéria de alta relevância. 
 Compõe-se dos trabalhos forenses, tratados, pareceres e opinião 
 dos mestres. Compreende o conjunto de julgados que são 
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Unidade 1
 proferidos pelos mais importantes tribunais do país, de modo 
 constante e uniforme.
 2.2 Fontes secundárias do Direito Empresarial 
 As fontes subsidiárias ou secundárias do Direito são aquelas que 
 servem de apoio à solução de questões de relevante importância 
 para o Direito Empresarial. Entre essas fontes, destacam-se os 
 costumes, a analogia e os princípios gerais de Direito.
 Cabe observar que o costume ganha especial importância no 
 campo empresarial, podendo, inclusive, ser registrado na Junta 
 Comercial, conforme prevê a Lei n. 8.934, de 18 de novembro de 
 1994, artigo 8º, inciso VI. (BRASIL, 1994). Entretanto, mesmo 
 sem esse registro, pode ser invocado em juízo. 
 Os usos e costumes são normas observadas de modo uniforme e 
 público pelos empresários de uma região e por eles considerados 
 obrigatórios para, na ausência da lei, regular as questões 
 comerciais. Para que possam ser praticados, devem estar de 
 acordo com a boa-fé e não contrariar qualquer princípio legal. 
 No que se refere à analogia, corresponde ao ponto de semelhança 
 entre coisas diferentes, entendida como a operação lógica pela 
 qual são supridas as omissões da lei, aplicando-se as normas de 
 direito que disciplinam casos semelhantes. Porém a analogia não 
 se trata de uma fonte direta do direito, mas sim de um processo 
 interpretativo da lei, para a busca de uma solução jurídica 
 explícita ou implícita na normação já existente. 
 Quanto aos princípios gerais de Direito, são fontes secundárias, 
 entretanto não geram normas. É comum esses princípios não 
 estarem declarados nas normas jurídicas. Por outro lado, estão 
 implícitos e permitem a análise dos diversos subsistemas que 
compõem o ordenamento. 
 Dessa forma, dependendo do tema jurídico controvertido, o Juiz 
 decidirá com base em um determinado princípio. No campo 
 do Direito Empresarial, podem ser destacados os princípios da 
 dignidade da pessoa humana, da autonomia da vontade e da boa-
fé, entre outros.
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Seção 3 – O empresário
 Ao se estudar juridicamente a gura do empresário, vericam-se 
 o conceito do empresário individual e o conceito do empresário 
 coletivo, os quais especicam quem pode ser empresário e quem 
 não pode exercer a empresa. Vericam-se, ainda, os elementos 
 que denem o tratamento diferenciado, favorecido e simplicado, 
 destinado ao pequeno empresário, ao empresário rural e ao 
 empresário de micro e pequenas empresas.
 3.1 Conceito de empresário 
 De acordo com o artigo 966, da Lei nº 10.406, de 10 ca pu t 
 de janeiro de 2002, que instituiu o Código Civil Brasileiro: 
 “Considera-se empresário quem exerce prossionalmente 
 atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
 de bens ou de serviços.” (BRASIL, 2002).
 Sendo assim, com base no que estabelece o Código Civil 
 Brasileiro, pode-se considerar que empresário é aquele que 
 pratica a atividade econômica de modo prossional, habitual, 
 sistemático, em seu próprio nome; de forma organizada, a partir 
 da adequada coordenação dos fatores de produção – trabalho, 
 natureza e capital, visando ao lucro e à geração de riqueza. 
 Nesse sentido, se a atividade empresarial deve ser praticada 
 em nome do próprio empresário, o sócio de uma sociedade 
 empresária que não exerce diretamente a atividade econômica 
 organizada não é empresário, mas integrante de uma sociedade. 
 Seguindo o que determina o Código Civil Brasileiro, os 
 prossionais que exercem prossão intelectual, de natureza 
 cientíca, literária ou artística, ainda que tenham auxiliares 
 ou colaboradores, não são considerados empresários, salvo se 
 constituírem uma empresa para explorar a atividade empresarial, 
como, por exemplo, a sociedade de advogados, de contadores, de 
 engenheiros, entre outros. (BRASIL, 2002).
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Direito Empresarial
Unidade 1
Em princípio, nas atividades desenvolvidas 
pelo prossional intelectual, falta o elemento 
de organização dos fatores de produção, o que 
 impossibilita de classicá-las como atividades próprias 
 de empresários. Entretanto, se forem organizadas 
na forma de empresa, assumem as características de 
empresários. 
 Para esclarecer essa questão, apresentou-se, como exemplo, o caso 
 de um médico que, ao fazer o diagnóstico de seus pacientes, está 
 prestando um serviço resultante de sua atividade intelectual, não 
 sendo caracterizado, nesse caso, empresário. Porém, se organizar 
 fatores de produção, reunindo capital, trabalho de outros 
 prossionais da saúde e utilizar um complexo de bens corpóreos e 
 incorpóreos, será considerado empresário. 
 O empresário é classicado a partir do modo que irá explorar 
 suas atividades empresariais, podendo ser individual ou coletivo. 
 O empresário individual é a que explora a empresa de pessoa
 forma pessoal e individual. Já o empresário coletivo é aquele 
 que pratica a atividade empresarial por meio de uma sociedade. 
 Nos dois casos, o empresário pode, ou não, responder de forma 
 limitada ou ilimitada pelos débitos da empresa. 
 Cabe destacar que, para exercer a atividade empresarial de modo 
 individual, o empresário pode optar entre duas formas: empresário 
 individual ou empresa individual de responsabilidade limitada.
 3.1.1 Empresário individual 
 O empresário individual é a forma utilizada por aquele que, 
 independentemente de motivo, deseja desenvolver sua atividade 
 empresarial de forma isolada, sem a participação de sócios. 
 Ao empresário individual é assegurado o direito à inscrição, à 
 recuperação de empresas, à falência, à utilização de seus livros 
 como provas, assim como ocorre com as sociedades empresárias. 
 Entretanto, esse tipo de empresário não goza da limitação de 
 responsabilidade e da separação patrimonial, como acontece na 
 empresa individual de responsabilidade limitada e na maioria das 
 sociedades empresárias.
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 Assim, em sua atividade empresarial solitária, não se considera 
 em separado o patrimônio particular e o patrimônio da empresa 
 do empresário individual. Desta forma, a responsabilidade pelas 
 obrigações rmadas em razão do seu negócio é ilimitada.
Antes de iniciar suas atividades é obrigatório que o 
empresário individual faça sua inscrição no Registro 
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, assim 
como a escrituração e a contabilidade dos negócios. 
 Em se tratando de empresário rural, o qual se dedica à 
 agricultura e à pecuária, ele poderá requerer inscrição no Registro 
 competente da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, 
 cará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a 
 registro. (BRASIL, 2002).
 O empresário individual inscrito, que admitir sócios, poderá 
 solicitar a transformação de seu registro de empresário para 
 registro de sociedade empresária.
 3.1.2 Empresa individual de responsabilidade limitada 
 A partir de janeiro de 2012, o empresário passou a contar com 
 a possibilidade de exercer sua atividade empresarial de forma 
 isolada, pessoal, individual e solitária, sem a participação 
 de sócios, respondendo, entretanto, de forma limitada pelas 
 obrigações da sua empresa. Trata-se de outra forma de exercer 
 a atividade empresarial de forma individual, anteriormente não 
 prevista no Código Civil Brasileiro.
 A possibilidade de constituição de empresa individual com 
 responsabilidade limitada decorre da Lei 12.441, de 11 de 
 julho de 2011, com vigência a partir de janeiro de 2012. 
 Essa Lei alterou o Código Civil Brasileiro, Lei 10.406/2002, 
 com a inclusão do Título I-A: da empresa individual de 
 responsabilidade limitada.
 As regras da constituição desse tipo de empresa estão contidas 
 no artigo 980-A e seus parágrafos 1º ao 6º. Nesse caso, a 
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 responsabilidade do empresário pelas obrigações sociais é 
 limitada ao capital social.
 Na sequência, apresentam-se os requisitos para a constituição de 
 uma empresa individual de responsabilidade limitada, denidos 
nesta nova legislação: 
  deve ser constituída por uma única pessoa titular, da 
 totalidade do capital social, devidamente integralizado;
  o capital integralizado não poderá ser inferior a 100 
 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no país;
  a pessoa natural que constituir esse tipo de empresa 
 somente pode gurar em uma única empresa dessa 
modal idade;
  a constituição da empresa individual de responsabilidade 
 limitada também pode resultar da concentração das 
 quotas de outra modalidade societária num único sócio;
  o nome empresarial deve ser formado pela inclusão da 
 expressão “EIRELI”, após a rma ou a denominação 
 social. (BRASIL, 2011). 
 3.2 Quem pode ser empresário 
O Código Civil Brasileiro determina que podem exercer a atividade 
de empresário as pessoas naturais que estiverem em pleno gozo 
 da capacidade civil e não forem legalmente impedidas. Caso 
contrário, responderão pelas obrigações contraídas. 
 A atividade empresarial pode ser exercida por qualquer pessoa 
 que esteja em pleno gozo de sua capacidade civil, ou seja, que 
tenha 18 anos completos e não tenha doença ou deciência que 
 lhe cause falta de discernimento ou incapacidade de exprimir a 
 vontade ou não for legalmente impedido. (BRASIL, 2002). 
 Entretanto, cabe ressaltar que existem certas condições para 
 que determinadas pessoas possam exercer a empresa, como os 
menores entre 16 e 18 anos e os cônjuges.
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 3.2.1 Menor entre 16 e 18 anos 
O menor com idade entre 16 e 18 anos também poderá ser 
 empresário se for emancipado. Essa emancipação pode ocorrer 
 por concessão dos pais, em cartório; pelo casamento; pela colação 
 de grau em curso de ensino superior; ou pelo estabelecimento 
 comercial por economia própria.
 3.2.2 Contrato de sociedade por cônjuges 
 De acordo com o Código Civil Brasileiro, os cônjuges podem 
 contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não 
 tenham sido casados no regime da comunhão universal de bens, 
 ou no da separação obrigatória. 
A mulher casada não necessita de autorização do 
marido para integrar uma sociedade, respondendo 
 apenas com seus bens particulares e, quanto aos bens 
comuns, até o limite de sua meação. 
 É importante observar que os pactos e declarações antenupciais 
 do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de 
 bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade 
 serão também arquivados e averbados no Registro Público de 
 Empresas Mercantis, assim como a sentença que decretar ou 
 homologar a separação judicial do empresário, bem como, o ato 
 de reconciliação.
 Observa-se, ainda, que o empresário casado pode, sem 
 necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de 
 bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa 
 ou gravá-los de ônus real. 
 De acordo com Requião (2003), 
 entende-se por economia própria o 
 estado econômico de independência 
 do menor, que decorre da 
 propriedade de bens em função de 
 seu trabalho, de herança ou doação 
 não administrável pelo pai. 
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 3.3 Quem não pode ser empresário 
 De acordo com o Código Civil Brasileiro, não podem ser 
 empresários os legalmente impedidos e os incapaz es. 
 3.3.1 Os legalmente impedidos 
 A lei impede que determinadas pessoas sejam empresárias ou 
 que desenvolvam algum tipo de atividade na empresa em que 
 são sócias, em função do que representam para a sociedade; tipo 
 de atividade que desenvolvem ou situação em que se encontram. 
 (BRASIL, 2002). 
 De acordo com Reis e Reis (2005), as pessoas impedidas de 
 serem empresárias são:
  corretor de seguros – não pode constituir sociedade, nem 
 qualquer outro tipo de negociação; 
  despachante aduaneiro – não pode manter empresa 
 de exportação ou importação, nem comercializar 
 mercadorias estrangeiras no país; 
  estrangeiro com visto provisório – não pode ser 
 administrador, gerente ou diretor de sociedade 
 empresária ou simples, nem constituir rma individual; 
  falido não reabilitado, enquanto estiver interditado – 
 não pode ser empresário, a não ser, dois anos depois da 
 extinção das obrigações;
  leiloeiro – não pode exercer a empresa direta ou 
 indiretamente, nem constituir sociedade empresária; 
  médico – não pode ter empresa farmacêutica em paralelo 
 ao exercício da atividade médica; deputado ou senador 
 não pode ser proprietário, controlador ou diretor de 
 pessoa jurídica de direito público, nem exercer função 
 remunerada ou cargo de conança nessa empresa; 
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  juiz de direito, promotor de justiça, funcionário público, 
 militar da ativa e policial – podem ser cotistas ou 
 acionistas, mas não podem participar de sociedade 
 empresária como administradores ou gerentes. 
 3.3.2 Os incapazes 
 Também as pessoas, absoluta ou relativamente incapazes, não 
 poderão tomar iniciativa na criação da empresa, e ainda estão 
 proibidas legalmente de exercer atividade empresarial, mesmo 
 por meio de representação ou assistência. A incapacidade para 
 o exercício da atividade empresarial tem por escopo tutelar o 
 incapaz, protegendo-o dos riscos advindos daquela atividade. 
Entretanto, se a incapacidade do empresário aparecer depois 
 de constituída a empresa, o representante legal poderá dar 
continuidade aos negócios, podendo nomear administrador idôneo, 
pois somente a formação da empresa é vedada aos incapazes. 
 Os interditos também não podem ser empresários. São 
 declarados incapazes e estão submetidos a regime especial sob a 
 responsabilidade de um curador, que lhes administra os bens, 
mas, que não pode exercer a empresa em seu nome. 
 3.4 Tratamento diferenciado ao empresário 
 A Constituição Federal dene tratamento especial às 
microempresas, empresas de pequeno porte e ao pequeno 
 empresário, visando a simplicar o atendimento às obrigações 
 administrativas, previdenciárias, tributárias e creditícias, para 
 criar condições para o seu desenvolvimento. Para tal, foi editada a 
 Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para dar 
 cumprimento ao disposto constitucional. 
 Podem se beneciar desse tratamento especial, a sociedade 
 empresária mercantil, a sociedade empresária simples, a 
 empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário 
 individual, devidamente registrados no Registro de Empresas 
 Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, desde que 
 São aqueles que não têm o 
 necessário discernimento para 
 os atos da vida civil, como, os 
 decientes mentais, os ébrios 
 habituais, os viciados em tóxicos, 
 os excepcionais sem completo 
 desenvolvimento mental, os 
 pródigos e os que, por causa 
 duradoura, não podem exprimir a 
 sua vontade. 
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 enquadrados como microempresa, empresa de pequeno porte ou 
 pequeno empresário. 
 Para isso, a Lei Complementar no 139, de 10 de novembro de 
 2011, deniu os seguintes limites de receita bruta anual em cada 
 ano calendário, para enquadramento nos casos de:
  microempresa, desde que aura, em cada ano-calendário, 
 receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00; 
  no caso da empresa de pequeno porte, desde que aura, 
 em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 
 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00;
  no caso de pequeno empresário, aquele que tenha receita 
 anual de até 60.000,00. (BRASIL, 2011).
 Esse tratamento especial destinado às microempresas, às 
 empresas de pequeno porte e ao pequeno empresário consiste em:
  privilégios registratórios, trabalhistas, scais e 
 previdenciários; 
  condições mais favoráveis para acesso a editais de 
licitação e aos mercados de crédito e de capitais; 
  realização de negócios por meio de consórcios de 
 microempresas ou empresas de pequeno porte, optantes 
 do Simples Nacional; 
  apoio creditício às suas operações; 
  eliminação de exigências e obrigações acessórias 
 e instituição do Regime Especial Unicado de 
 Arrecadação de Tributos e Contribuições; 
  simplicação de normas concernentes ao protesto de títulos; 
  acesso aos juizados especiais; 
  estímulo ao uso de conciliação prévia, mediação e 
 arbitragem para a solução de conitos; 
  plano especial de recuperação judicial. 
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 Analisados os requisitos para ser um empresário, você vai estudar 
 as peculiaridades de um estabelecimento empresarial, o qual 
é composto por um conjunto de elementos que permitem o 
 exercício da empresa.
 Seção 4 – Estabelecimento empresarial
 Quando o empresário ou a sociedade empresária se propõe 
 a desenvolver a atividade econômica, precisa ter disponíveis 
 certos elementos que possibilitem a prática prossional da 
 atividade proposta. Essa reunião de elementos denomina-se 
 estabelecimento empresarial.
 Conforme o Código Civil Brasileiro, estabelecimento empresarial 
 consiste no complexo de bens organizado, para exercício da 
 empresa, por empresário, ou por sociedade empresária, podendo 
 ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos 
 ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
 (BRASIL, 2002). 
 4.1 Tipos de estabelecimento empresarial 
 O estabelecimento empresarial pode ser físico, com um 
 endereço físico e que constitui o local para onde se dirigem os 
 clientes do empresário para realizar negócios, ou pode ser um 
 estabelecimento virtual, que é um local não físico, um site, para 
 onde os clientes também se deslocam, não por deslocamento 
 físico, mas sim por deslocamento virtual, em busca de negócios.
O site é o conjunto de informações e imagens alocadas em um 
 servidor e disponibilizadas de forma virtual na internet, cujo acesso é 
realizado por meio de um endereço eletrônico ou nome de domínio.
 De acordo com Bruscato (2011), o estabelecimento físico é o 
 estabelecimento tradicional do empresário, local dotado de 
 endereço físico, onde ele providencia, organiza e coordena as 
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 instalações e a disposição dos móveis, máquinas e equipamentos, 
 o estoque, os documentos, as práticas, o pessoal, a losoa de 
 trabalho, bem como os métodos de produção, comercialização ou 
 prestação de serviços. Embora, no estabelecimento virtual, isso 
 aconteça de forma similar, o empresário não dispõe de instalações 
 físicas para receber os clientes, pois, nesse caso, são atendidos na 
 página da internet, no site da empresa.
 O estabelecimento empresarial virtual é o meio onde ocorre o 
 comércio eletrônico, o qual é caracterizado pela atividade de 
 intermediação de produtos ou prestação de serviços realizados a 
 partir de meios eletrônicos, como por exemplo, a rede mundial 
 de computadores ou fora dela, sem deixar de caracterizar a 
 virtualidade do negócio.
 Nesse sentido, pode-se dizer que tanto o estabelecimento 
 empresarial físico como o estabelecimento empresarial virtual 
 consistem no conjunto de bens materiais e imateriais utilizados 
 pelo empresário ou sociedade empresária, como instrumento para 
 o exercício da atividade empresarial. 
Mas qual a diferença entre estabelecimento 
empresarial físico e virtual?
 O que diferencia o estabelecimento físico do virtual não é a sua 
 constituição, mas a forma de realizar negócios, pois, enquanto 
 no estabelecimento físico os clientes se dirigem ao endereço 
 físico da empresa, no estabelecimento virtual acessam o site da 
 empresa, para o qual enviam informações por via de transmissãoeletrônica de dados. Dessa forma, tanto a natureza jurídica do 
 estabelecimento físico quanto a do virtual em nada diferem. 
 Neste sentido, o estabelecimento empresarial virtual é um 
 complexo unitário composto pelos mesmos bens que integram 
 o estabelecimento físico, entretanto, não há possibilidade de ele 
 gurar como objeto num . Essa particularidade é o trespa ss e
 que simplica o contrato que tem por objeto o estabelecimento 
 virtual, pois, nesse caso, é desnecessária a cessão da locação para 
continuar no espaço físico.
 É o contrato de compra e 
 venda do estabelecimento 
 empresarial por meio do 
 qual ocorre a transferência 
 de sua titularidade. 
 Também pode ser 
 denominado traspasso.
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 Diante do exposto, pode-se vericar que, para se realizar 
 uma determinada atividade econômica, é necessário haver o 
estabelecimento empresarial, físico ou virtual, entendido como sendo 
um conjunto de bens, corpóreos e incorpóreos, organizados pela 
 vontade do empresário com vista ao desenvolvimento da produção e 
circulação de bens ou serviços para o mercado, com o m de lucro. 
Conhecidas as características referentes ao estabelecimento 
empresarial, você vai estudar os bens corpóreos e os bens incorpóreos 
que integram tal estabelecimento, seja ele físico ou virtual.
 4.2 Bens corpóreos e bens incorpóreos 
 Inicialmente, cabe destacar que um bem é tudo aquilo que pode 
 ser objeto de direito e é suscetível de ser utilizado e apropriado, 
 ou seja, trata-se de coisas materiais ou imateriais que têm valor 
 econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica.
Os bens corpóreos, também chamados materiais ou tangíveis, 
têm existência física, podem ser tocados e são visíveis. Já os bens 
incorpóreos são os que não têm existência tangível e se referem 
aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, 
apresentando valor econômico, como por exemplo, os direitos autorais. 
 Em uma empresa, os bens corpóreos consistem em coisas 
 materiais usadas para o exercício da atividade empresarial, 
 como utensílios, máquinas, equipamentos, mercadorias, 
 imóveis, veículos. Já os bens incorpóreos da empresa incluem 
 as coisas imateriais que não ocupam espaço físico, mas que 
 integram o estabelecimento, como ponto empresarial, título do 
 estabelecimento, aviamento e nome empresarial.
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 4.3 Ponto empresarial 
De acordo com Coelho (2007), o ponto empresarial corresponde ao 
local especíco em que se encontra o estabelecimento empresarial. 
 Por fazer referência ao local onde está instalado o 
estabelecimento empresarial, em função do ramo de 
atividade explorado pelo empresário, a localização do 
estabelecimento pode acarretar acréscimo no valor do 
ponto empresarial. 
 Conforme Bruscato (2011), para o sucesso do empreendimento, 
 o empresário, ao se estabelecer, deve avaliar a localização do 
 seu negócio, considerando o vulto do empreendimento, o tipo 
 de atividade, o perl da clientela, a distância até os principais 
 fornecedores, a facilidade de escoamento da produção e de acesso, 
 o segmento de mercado que deseja atingir, pois a localização do 
 estabelecimento empresarial é um dos fatores decisivos para o 
sucesso da empresa.
 Esse espaço físico pode ser um imóvel próprio ou alugado, 
devendo ser escolhido entre os espaços que oferecem melhor 
 localização para o sucesso do empreendimento.
 Caso o empresário esteja estabelecido em imóvel de sua 
 propriedade, a proteção jurídica do valor agregado ao ponto 
 empresarial pelo exercício de uma atividade empresarial tem 
 respaldo nas leis da propriedade imobiliária do direito civil. No 
 entanto, se o empresário estiver estabelecido em imóvel alugado, 
 a proteção jurídica do valor agregado pelo estabelecimento 
 empresarial neste ponto empresarial será baseada na Lei de 
 Locação. (COELHO, 2007).
 Desse modo, no Brasil, se o empresário não é locatário do imóvel 
 onde está situado o seu estabelecimento empresarial, o direito 
 à permanência no ponto empresarial e o direito à renovação da 
 locação do imóvel são assegurados pela Lei nº 8.245, de 18 de 
 outubro de 1991.
21/05/2020 Livro Unisul Direito Empresarial 2013 | Passei Direto
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 Essa lei dispõe sobre as locações de imóveis urbanos, protege o 
 ponto empresarial e estabelece que é do empresário, garantindo-
 lhe o direito de obter a renovação obrigatória do aluguel. Esse 
 direito só é assegurado ao empresário locatário, excluindo-se 
 os prossionais liberais, as associações sem ns lucrativos e as 
 fundações. (BRASIL, 1991).
 4.4 Título do estabelecimento empresarial 
 O título do estabelecimento empresarial consiste na designação 
 pela qual a empresa é conhecida do público. Tem por objetivo 
 designar o local onde o empresário expõe suas mercadorias 
 e se encontra com a clientela, servindo para individualizar 
 o estabelecimento, xar determinado local na mente dos 
 consumidores e diferenciá-lo da concorrência.
Esse título não pode ser confundido com o nome 
empresarial, pois este é o registrado no Registro Público 
competente que dá origem à personalidade jurídica 
e é utilizado pelo empresário que exerce a atividade 
empresarial, com o objetivo de identicar tanto o 
empresário individual como a sociedade empresária. 
 O título de um estabelecimento pode ser constituído por um 
 nome de fantasia, composto de guras, desenhos ou palavras 
 combinadas, ou termo de expressão relativa à atividade 
 empresarial do estabelecimento, como também, pode ser o 
 mesmo da rma ou denominação do estabelecimento, que, nesse 
 caso, pode causar confusão com o nome empresarial. 
 Geralmente o título é apresentado por meio de uma expressão 
 de fantasia, cujo tema está associado ao bem produzido e/ou ao 
 serviço fornecido, como por exemplo: Casas Bahia, Drogaria 
 Catarinense, Leopoldina Shopping, Lojas Americanas, 
 Magazine Luiza, entre outros.
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 4.5 Aviamento 
 O aviamento é um atributo do estabelecimento empresarial, 
 resultado do conjunto de fatores de ordem material ou imaterial, 
 que confere ao empresário a capacidade ou aptidão de gerar lucros, 
e pode ser entendido como sendo a valorização de uma sociedade 
 empresária em relação à média das sociedades equivalentes.
 Negrão (2007) arma que o aviamento está

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