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CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 27 Tópico 07 – Introdução à Transformada de Laplace 7.1. Definição da Transformada de Laplace A Transformada de Laplace de um sinal no tempo é definida por ( ){ } ( ) ( )sFdtetftfL st == ∫ ∞ − 0 . A Transformada de Laplace que utilizaremos é definida apenas a partir do instante 0=t , e é conhecida como Transformada de Laplace Unilateral. Para nós ela será suficiente porque os sinais que consideraremos estarão definidos como diferentes de zero apenas para 0≥t . Como a integral é própria, seu resultado não é mais uma função do tempo, e sim da nova variável s. Essa variável é, na verdade, um número complexo, e pode ser, portanto, expressa como a soma de uma parcela real mais uma parcela imaginária: jwsCs +=⇒∈ σ , de modo que jwttst eee −−− = σ Assim, a Transformada de Laplace leva o sinal no tempo f(t) para o domínio complexo na variável s. Mas será que existe alguma interpretação para esse domínio complexo? Por exemplo, em coordenadas cartesianas, como determinamos a componente de um vetor v no eixo do x? Fazendo o produto escalar v.i, onde i é o vetor ortogonal diretor referente ao eixo x. Podemos conceber a transformada de Laplace de uma forma análoga. O termo ste− corresponde a um vetor ortogonal associado à variável (“eixo”) s. Como o tempo t é infinito, precisamos somar as infinitas contribuições de cada instante de tempo, Então, a Transformada de Laplace pode ser vista como o “produto escalar” entre o sinal f(t) e o vetor ortogonal ste− , o que representa calcular o valor da componente de f(t) naquele “eixo” s que define o novo domínio. Na verdade, a transformada representa mais do que isso. Ela indica que: “Cada sinal no tempo pode ser visto como o somatório de infinitas contribuições do tipo ste− , onde cada contribuição representa um termo senoidal amortecido ( jwttst eee −−− = σ ).” f(t) Sinal no tempo F(s) Somatório de infinitas contribuições ste− Transformada de Laplace CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 28 7.2. Alguns sinais importantes No estudo dos sinais com a Transformada de Laplace, alguns sinais desempenham um papel primordial. Um deles é a função degrau unitário, descrita por ( ) > < = 01 0,0 t t tu Uma grande característica do degrau é que ele pode ser utilizado na descrição de outros sinais. Por exemplo, seja o sinal abaixo: Este sinal pode ser descrito pela soma de dois degraus: ( ) ( ) ( )43105 −−+= tututf . Outro sinal muito importante é o impulso, que pode ser descrito por ( ) ( ) ≠= =∫ ∞ ∞− 0,0 1 tt dtt δ δ (1) Na verdade, o impulso não pode ser considerado como uma função, mas uma distribuição1. Contudo, para nós apenas a descrição (1) acima será suficiente. O impulso possui a chamada propriedade de filtragem, que diz que ( ) ( ) ( )afdtattf =−∫ ∞ ∞− δ (2) Utilizaremos essa propriedade na seqüência. 1 Laurent Schwartz, Théorie des Distribution, Hermann, Paris,. 1966. 1 0 t 5 0 t 2 4 -10 0 t CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 29 7.3. Algumas Transformadas de Laplace A primeira transformada que calcularemos é a do impulso. ( )( ) ( ) 1 0 == ∫ ∞ − − dtettL stδδ , onde utilizamos a propriedade de filtragem definida em (2). Módulo da Transformada de Laplace do impulso unitário, ( ) ( )ttf δ= Outra transformada importante que calcularemos é a do degrau: ( )( ) ( ) ss edtedtetutuL st stst 11 000 = − === ∞ − ∞ − ∞ − ++− ∫∫ Módulo da Transformada de Laplace do degrau unitário, ( ) ( )tutf = CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 30 Podemos calcular também a transformada da exponencial decrescente, muito comum em circuitos elétricos. ( ) ( ) as dtedteeeL tsastatat + === ∫∫ ∞ +− ∞ −−− ++ 11 00 Módulo da Transformada de Laplace de ( ) ( )tuetf t8−= Outra transformada importante é a da senóide, também bastante utilizada em circuitos elétricos: ( ) ( ) ( ) ( ) 22 0 00 11 2 1 2 2 sensen ws w jwsjwsjdtj ee dtej eedtewtwtL tjwstjws st jwtjwt st + = + − − = − = − == ∫ ∫∫ ∞ +−−− ∞ − − ∞ − − −− Módulo da Transformada de Laplace de ( ) ( ) ( )tuttf .6sen= CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 31 Tópico 08 – Aplicação da Transformada de Laplace em Circuitos Elétricos 8.1. Propriedades da Transformada de Laplace A seguir veremos algumas propriedades que a Transformada de Laplace obedece, qualquer que seja a função f(t). Multiplicação por uma constante ( ){ } ( ) ( ) ( )sKFdtetfKdtetKftKfL stst === ∫∫ ∞ − ∞ − 00 Adição ( ) ( ){ } ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )sFsFdtetfdtetfdtetftftftfL ststst 21 0 2 0 1 0 2121 +=+=+=+ ∫∫∫ ∞ − ∞ − ∞ − Derivação ( ) ( ) ∫ ∞ − = 0 dte dt tdf dt tdfL st Podemos utilizar a integração por partes para resolver a integral acima. Fazendo ( ) dt tdfdveeu st == − , temos: ( ) ( ) ( ) ( )( )∫∫ ∞ − ∞ − ∞ − − − −−== 0 0 0 dtsetftfedte dt tdf dt tdfL ststst Para que a transformada exista, temos que ter ( ) 0= ∞= − t st tfe , de modo que ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )−∞ −− ∫ − −=+−= 00 0 fssFdtetfsf dt tdfL st Seja agora ( ) ( ) dt tdf tg = . Vamos supor que queremos determinar a transformada de ( ) ( ) ( )2 2 dt tfd dt tdg th == . Temos que ( ) ( ) ( )−−= 0fssFsG . Logo, ( ){ } ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) dt df sfsFsgfssFsgssG dt tdgLthL − −−−− −−=−−=−= = 00000 2 O mesmo raciocínio é utilizado para as derivadas superiores: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 1 2 2 321 0 ... 000 − −−− − − −−− −−−−−= n n nnnn n n dt fd dt fd s dt df sfssFs dt tfdL CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 32 Integração ( ) ( )∫ ∫∫ ∞ − = 0 00 dtedttfdttfL st tt Podemos utilizar a integração por partes para resolver a integral acima. Fazendo ( ) dtedvedttfu st t − == ∫ 0 , temos: ( ) s e vedttfud st− −== Então, ( ) ( ) ( )∫∫∫ ∞ − ∞ − − − − −−= 0000 dttf s edttf s edttfL sttstt Para que a transformada exista, temos que ter ( ) 0 00 =− ∞ − − − ∫ tst dttf s e , de modo que ( ) ( ) s sFdttfL t = ∫ 0 . Deslocamento no Domínio do Tempo ( ) ( ){ } ( ) ( ) ( )∫∫ ∞ − ∞ − −=−−=−− a stst dteatfdteatuatfatuatfL 0 Vamos mudar a variável de integração, fazendo atx −= : ( ) ( ) ( ) ( ) ( )sFedxexfedxexfdteatf assxsaaxs a st − ∞ −− ∞ +− ∞ − ===−= ∫∫∫ 00 Deslocamento no Domínio da Frequência ( ){ } ( ) ( ) ( ) ( )asFdtetfdtetfetfeL a tasstatat +=== ∫∫ ∞ +− ∞ −−− 0 Por exemplo,vimos que ( ){ } s tuL 1= . Assim, a transformada de ( ) atetf −= pode ser vista como um deslocamento na frequência em relação à transformada do degrau: { } ( ){ } ( ) ( ) ( )asasFtueLeL tuatat +=+== −− 1 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 33 Mudança de Escala ( ){ } ( ) ( ) ( ) ==== ∫∫∫ ∞ − ∞ − ∞ − a sF a dtetf aa dteatfdteatfatfL tasatsst 11 000 Por exemplo, se soubermos que ( ){ } 1 cos 2 + = s s tL , poderemos rapidamente calcular ( ){ } ( ) 222 1 11 cos ws s w s w s ww sF w wtL + = + = = Exemplo 8.1 Queremos calcular a transformada da rampa amortecida: { }atteL − . Solução Sabemos que a transformada do degrau é ( ){ } s tuL 1= . Pela propriedade da integração, a transformada da rampa é dada por: { } ( ) ( ){ } 2 0 11 . s tuL s dttuLtL t == = ∫ Pela propriedade do deslocamento na frequência, a transformada da rampa amortecida é: { } ( ) ( )2 1 . as asFetL at + =+=− 8.2. A Transformada de Laplace em Circuitos Elétricos Vamos determinar a equação diferencial associada ao circuito RLC paralelo abaixo. Figura 8.1 – Circuito RLC paralelo Em t=0 a chave é aberta, de modo que a corrente fornecida para o paralelo pode ser expressa por ( ) ( )tuIti dc= . Pela LKC, temos que: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )tuIdttv Ldt tdvC R tv titititi dc t LCR =++=++= ∫ 0 1 Podemos aplicar a Transformada de Laplace aos dois lados da equação: ( ) ( ) ( ) ( ){ }tuILdttv Ldt tdvC R tvL dc t = ++ ∫ 0 1 Idc LC R CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 34 Utilizando as propriedades da transformada, ( ) ( ) ( ) ( ){ }tuILdttv L L dt tdvCL R tvL dc t = + + ∫ 0 1 ( ){ } ( ) ( ) ( ){ }tuLIdttvL Ldt tdvCLtvL R dc t = + + ∫ 0 11 ( ) ( ) ( )( ) ( ) s I s sV L vssVCsV R dc 1101 =+−+ − Considerando o capacitor descarregado em −= 0t , temos ( ) ( ) s I sRL RRLCssL sV s I sL sC R sV dcdc 1111 2 = ++ ∴= ++ Então, ( ) LCsRCs CI RsLRLCs RLIsV dcdc 11 1 22 ++ = ++ = Repare que se conseguirmos “voltar” com o sinal V(s) para o domínio do tempo, com v(t), teremos analisado o circuito elétrico sem ter que resolver a equação íntegro-diferencial. Podemos, então, destacar dois grandes atrativos da Transformada de Laplace: 1o – Permite analisar um circuito elétrico utilizando apenas equações algébricas, sem a necessidade de se resolver as equações diferenciais; 2o – Fornece uma interpretação frequencial para os circuitos elétricos, o permite um entendimento mais amplo dos mesmos. Exemplo 8.2 Vamos supor que o circuito é um apenas um RL paralelo, ou seja, faremos C=0. Então, ( ) + = + = ++ = L R s RI RsL RLI RsLRLCs RLIsV dcdcdc 2 Nessa situação, podemos facilmente encontrar a transformada inversa de v(t). Isso porque V(s) possui uma forma conhecida. De fato, como sabemos que { } ( )aseL at +=− 1 , podemos afirmar que ( ) ( ) ( ) ( )tueRILRsLRILRs RILtv t L R dcdcdc − −− = + = + = . 1 . 11 Esse é o mesmo resultado que encontraríamos se resolvêssemos a equação diferencial. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 35 Tópico 09 –Transformada Inversa de Laplace Vimos no tópico passado como a transformada de Laplace pode ser utilizada na análise de circuitos elétricos. Aplicando a transformada à equação diferencial do circuito, obtemos a transformada da resposta desejada. O último passo consiste, então, em calcular a transformada inversa da resposta em s encontrada, determinando o sinal no tempo. 9.1. Expansão em Frações Parciais A Transformada de Laplace Inversa é também um funcional, dado por: ( ){ } ( ) ( )tfdsesFjsFL j j ts == ∫ ∞+ ∞− − σ σpi2 11 Embora, a princípio, seja necessário calcular a integral da transformada inversa para se determinar o sinal no tempo, na análise de circuitos elétricos isto não será necessário. Como veremos, a resposta em s pode ser desmembrada em um somatório de termos elementares, para os quais poderemos determinar a transformada inversa apenas por observação. As transformadas que encontraremos em circuitos sempre serão funções racionais: ( ) ( )( ) 0111 01 1 1 ... ... bsbsbsb asasasa sD sN sF m m m m n n n n ++++ ++++ == − − − − , que poderão ser desmembradas em frações parciais, ou seja, na forma ( ) ( )( ) ( )( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 1 1 1 11 11 .... ... ... ps K ps K ps K pspsps zszszs KsF n n n n mm nn + ++ + + + = +++ +++ = − − − − . Como sabemos que { } ( )aseL at +=− 1 , de modo que podemos afirmar que ( ) ( ){ } ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )tueKeKeKps K L ps K L ps K L ps K ps K ps K LsFLtf tptp m tp m m m m m m m m m mm 11 11 1 11 1 111 1 1 1 111 ...... .... −− − −− − −−− − −−− +++= + ++ + + + = + ++ + + + == − A expansão em frações parciais será o procedimento que utilizaremos para determinar a transformada inversa dos sinais desejados do circuito. Como veremos nos exemplos a seguir, devemos apenas tomar um cuidado extra com raízes complexas conjugadas e com raízes com multiplicidade maior do que 1. Encontraremos uma forma de determinarmos as constantes K presentes na expressão do sinal. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 36 Exemplo 9.1 Queremos determinar a transformada inversa de ( ) ( )( )( )( )68 12596 ++ ++ = sss ss sF . Solução Repare que o denominador possui 3 raízes reais e distintas { }0,6,8 −−=p . Então, a expansão de F(s) em frações parciais deve ser da forma ( ) ( )( )( )( ) ( ) ( ) s K s K s K sss ss sF 321 6868 12596 + + + + = ++ ++ = Para determinar as constantes K, utilizaremos um artifício2 segundo o qual: ( ) ( ) 81 8 −=+= ssFsK , ( ) ( ) 62 6 −=+= ssFsK e ( ) ( ) 03 0 =+= ssFsK Assim, ( )( ) ( ) 722*8 4*3*96 6 12596 8 1 −= −− − = + ++ = −=s ss ssK ( )( ) ( ) 482*6 6*1*96 8 12596 6 2 = − − = + ++ = −=s ss ssK ( )( ) ( )( ) 1206*8 12*5*96 68 12596 0 3 ==++ ++ = =s ss ssK Logo, podemos afirmar que ( ) ( )( )( )( ) ( ) ( ) ssssss ss sF 120 6 48 8 72 68 12596 + + + + −= ++ ++ = de modo que ( ) ( ) ( )tueetf tt 1204872 68 ++−= −− Exemplo 9.2 Queremos determinar a transformada inversa de ( ) ( )( )( )2566 3100 2 +++ + = sss s sF . Solução Repare que agora o denominador possui 3 raízes, sendo uma real e duas complexas conjugadas: { }43,43,6 jjp +−−−−= . Analogamente, a expansão de F(s) em frações parciais deve ser da forma ( ) ( )()( ) ( ) ( ) ( )434362566 3100 321 2 js K js K s K sss s sF ++ + −+ + + = +++ + = Utilizaremos o mesmo procedimento, com o cuidado que as constantes K agora são números complexos: ( ) ( ) 61 6 −=+= ssFsK , ( ) ( ) 432 43 jssFjsK +−=−+= e ( ) ( ) 433 43 jssFjsK −−=++= 2 O que estamos fazendo é o cálculo de resíduos, conforme visto no Cálculo de Variáveis Complexas. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 37 Assim, ( ) ( ) 1225 3*100 256 3100 6 21 −= − = ++ + = −=s ss sK ( ) ( )( ) ( ) 868*43 4*100 436 3100 43 2 jjj j jss sK js −= − = +++ + = +−= ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) 868*43 4*100 436 3100 43 3 jjj j jss sK js += −− − = −++ + = −−= Repare que K2 e K3 são complexos conjugados. Isto sempre acontecerá, de modo que precisamos calcular apenas uma das constantes. Temos, então, que ( ) ( )( )( ) ( ) ( ) ( )43 86 43 86 6 12 2566 3100 2 js j js j ssss s sF ++ + + −+ − + + − = +++ + = Vamos observar os dois últimos termos. Temos que o13,531086 −=−= jK e o13,531086* =+= jK . Podemos dizer que ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )tuwteKwtKe eeKeeKeeKKeeeKKe jws K jws KL tt jwtjjwtjttjwtjwttjwtjw θθ σσ σσ θθσσσσ +=+= +=+=+= ++ + −+ −− −−−−−−−+− − cos2cos2* ** * 1 Então, pelo mesmo raciocínio, ( ){ } ( ) ( )( ) ( )tuteeteesFL tttt oo 13,534cos201213,534cos*10*212 36361 −+−=−+−= −−−−− Exemplo 9.3 Queremos determinar a transformada inversa de ( ) ( )( )35 25100 + + = ss s sF . Solução Repare que agora o denominador possui 2 raízes reais, sendo que uma ( 5−=s ) possui multiplicidade 3: { }0,5,5,5 −−−=p . Na expansão de F(s) em frações parciais devemos levar em conta a multiplicidade da raiz: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )5555 5100 4 2 3 3 21 3 + + + + + += + + = s K s K s K s K ss s sF Para determinar 1K utilizaremos o procedimento conhecido: ( ) ( ) ( )( ) 20125 25*100 5 25100 0 301 ==+ + == = = s s s s sFsK Para determinar as outras constantes, temos que saber como lidar com raízes de multiplicidade maior que 1. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 38 Para o cálculo de 2K fazemos: ( ) ( ) ( )( ) 4005 20*100251005 5 5 3 2 −= − = + =+= −= −= s s s s sFsK Para o cálculo de 3K , além de multiplicar por ( )35+s é necessário também derivar o resultado. Assim, ( ) ( )( ) ( ) ( ) 100 25 25*10025100*100251005 !1 1 5 2 55 3 3 −= − = +− = + =+= −= −=−= sss s ss s s ds d sFs ds dK E, finalmente para o cálculo de 4K temos que multiplicar por ( )35+s e derivar 2 vezes o resultado. Assim, ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) 205 5*225*100 2 1225*100 2 1 25100*100 2 125100 2 15 !2 1 4 5 4 5 2 5 2 2 5 3 2 2 4 −= − −− −= − −= +− = + =+= −= −= −=−= s sss s s s ss ds d s s ds d sFs ds dK Temos, então, que ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )5 20 5 100 5 40020 5 5100 233 + − + − + −= + + = ssssss s sF Lembrando que { } ( )2 1 as teL at + = − e que { } ( )32 2 as etL at + = − , temos que ( ){ } ( ) ( ) ( )tueteettueteetsFL tttttt 555255521 201002002020100 2 40020 −−−−−−− −−−= −−−= Exemplo 9.4 Queremos determinar a transformada inversa de ( ) ( )22 256 768 ++ = ss sF . Solução Repare que agora o denominador possui 2 raízes complexas conjugadas, sendo que cada uma possui multiplicidade 2: { }43,43 jjp +−−−= . O procedimento é análogo ao do exemplo anterior, com a diferença que agora as constantes são complexas: ( ) ( ) ( )( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )43434343 4343 768 4343 768 256 768 * 2 2 * 12 2 1 22222 js K js K js K js K jsjsjsjsss sF ++ + ++ + −+ + −+ = ++−+ = ++−+ = ++ = Então, ( ) ( ) ( ) ( ) 128 768 43 76843 2 43 20 2 1 −== ++ =−+= +−= = jjs sFjsK js s CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 39 ( ) ( )[ ] ( ) ( ) 343 2*7684376843!11 4334320 2 2 jjsjsds d sFjs ds dK jsjss −= ++ − = ++ =−+= +−=+−== As outras constantes são os complexos conjugados: 12*1 −=K e 3*2 jK = . Temos, então, que ( ) ( ) ( ) ( ) ( )43 3 43 12 43 3 43 12 22 js j jsjs j js sF ++ + ++ − −+ − + −+ −= Lembre-se que vimos que ( ) ( ) ( ) ( )tuwteKjws K jws KL t θ σσ σ += ++ + −+ −− cos2 * 1 Logo, ( ){ } ( ) ( )( ) ( )tuttettesFL tt o904cos64cos24 331 −+−= −−− É interessante conferir, sempre que possível, a expansão em frações parciais. No exemplo 9.1 encontramos ( ) ( )( )( )( ) ( ) ( ) ssssss ss sF 120 6 48 8 72 68 12596 + + + + −= ++ ++ = . Da expressão de F(s) temos que 5−=s anula a função. Esse mesmo resultado tem que ser verdadeiro na expansão em frações parciais. Assim, ( ) ( ) ( ) 02448245 120 1 48 3 72 5 120 65 48 85 725 =−+−= − ++−= − + +− + +− −=−F (OK) CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 40 Tópico 10 –Teorema do Valor Final e Teorema do Valor Inicial 10.1. Pólos e Zeros Vimos que no domínio da frequência sempre encontraremos funções racionais da forma ( ) ( )( ) ( )( )( ) ( )11 11 ... ... pspsps zszszs KsF mm nn +++ +++ = − − Os valores de s que zeram o denominador são dados por { }mppp ,...,, 21 e são chamados de pólos de F(s). Repare que nesses pontos do plano complexo o módulo da função F(s) tende para infinito. Por outro lado, os valores de s que zeram o numerador, dados por { }nzzz ,...,, 21 , são chamados de zeros de F(s). Nesses pontos do plano complexo, a F(s) assume o valor 0. Por exemplo, a função ( ) ( )( )( )2566 3100 2 +++ + = sss s sF . do Exemplo 9.2 possui 3 pólos, { }jjp 43,43,6 +−−−−= , e 1 zeros, { }3−=z . Vimos que ( ) ( )( ) ( )tuteetf tt o13,534cos2012 36 −+−= −− Repare que os pólos de F(s) estão relacionados aos valores de amortecimento e de frequência de oscilação que aparecem no domínio do tempo. Já os zeros influenciam nas constantes de multiplicação desses termos exponenciais/senoidais. 10.2. Teoremas do Valor Final e do Valor Inicial O Teorema do Valor Inicial diz que o valor de f(t) no instante inicial pode ser determinado através da transformada F(s) se fizermos: ( ) ( )ssFtf st ∞→→ = + limlim 0 Repare que estamos considerando o instante 0+, indicando que não há impulso em f(t). Já o Teorema do Valor Final diz que o valor de f(t) quando o tempo tende a um valor infinito pode ser determinado através da transformada F(s) se fizermos: ( ) ( )ssFtf st 0 limlim →∞→ = Neste teorema estamos considerando que F(s) não possui pólos com parte real positiva. Por quê? CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 41 Exemplo 10.1 Queremos determinar v2(t) parao circuito abaixo. A chave é aberta em t = 0. São dados: R=1600Ω, L=200mH, C=0,2µF e ig(t)=6u(t) mA. + v2 - + v1 - ig 6mA C 0.2uF L 200mH R 1.6k Solução Vamos trabalhar inicialmente com o problema literal. O circuito em t=0 está descarregado. A corrente sobre o indutor será dada por: ( ) ∫∫ =+= dtvLidtvLi 2222 101 (1) A tensão sobre o capacitor é ( ) ∫∫ =+= dtiCvdtiCv 1111 101 Como 21 iii g −= , temos que ( ) dtdtv LC dti C dtdtv LC dti C dtii C dti C v ggg ∫ ∫∫∫ ∫∫∫∫ −= −=−== 22211 1111111 (2) Pela LKT: 221 vRiv += Substituindo (1) e (2) acima, temos que 222 111 vdtv L Rdtdtv LC dti C g +=− ∫∫ ∫∫ Diferenciando duas vezes os dois lados da equação, chegamos a dt di C v LCdt dv L R dt vd dt vd dt dv L R v LCdt di C gg 1111 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 =++∴+=− Aplicando a Transformada de Laplace nessa EDO do circuito, temos que ( ) ( ) ( ) ( )ssI C sV LC ssV L R sVs g 11 222 2 =++ Assim, podemos afirmar que ( ) ( ) ++ = LC s L R sC ssI sV g 12 2 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 42 Agora vamos substituir os parâmetros do circuito: ( ) ( ) ++ = −−− − − 633 3 26 3 2 10*2,010*002 1 10*002 10*6,110*2,0 10*6 ss s s sV ou ( ) 62 3 2 10*258000 10*30 ++ = ss sV Precisamos achar as raízes do denominador: 30004000 2 10*25*480008000 62 jp ±−=−±−= O passo seguinte é expandir V2(s) em frações parciais: ( ) ( ) ( )300040003000400010*258000 10*30 *11 62 3 2 js K js K ss sV ++ + −+ = ++ = Determinamos ( ) 56000 10*30 30004000 10*30 3 30004000 3 1 jjjsK js −== ++ = +−= e 5*1 jK = Então, como vimos no Exemplo 9.2, podemos determinar v2(t) por: ( ) ( ){ } ( )( ) ( )tutesVLtv t o903000cos10 4000212 −== −− . Pela equação de v2(t) acima podemos observar que ( ) 02 =∞→tv . Isto é confirmado pelo Teorema do Valor Final: ( ) ( ) ( ) 0 10*258000 10*30limlimlim 62 3 0202 = ++ == →→∞→ ss s ssVtv sst . Fisicamente isto também é esperado, uma vez que a queda de tensão sobre o indutor é nula quando a corrente atinge um valor constante = ∞→ 02 tdt di . Também pela equação de v2(t), podemos afirmar que ( ) 002 ==ttv . CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 43 De fato, pelo Teorema do Valor Inicial: ( ) ( ) ( ) 0 10*258000 10*30limlimlim 62 3 220 = ++ == ∞→∞→→ ss s ssVtv sst . Fisicamente isto também é esperado. Assim que a chave é fechada, a tensão v1(t) sobre o capacitor é nula. A corrente i2(t) sobre o indutor também é nula. Logo, pela LKT na malha da esquerda, a queda de tensão v2(t) sobre o indutor também é nula no instante inicial. A seguir temos as formas de onda para os sinais que estamos considerando, obtidas por uma simulação numérica. Abaixo estão as quedas de tensão sobre o capacitor e o indutor. 0.000ms 0.250ms 0.500ms 0.750ms 1.000ms 1.250ms 1.500ms 1.750ms 2.000ms 10.00 V 8.000 V 6.000 V 4.000 V 2.000 V 0.000 V -2.000 V A: v2 B: v1 Figura 10.1 – Quedas de tensão v2(t) sobre o indutor e v1(t) sobre o capacitor . Repare que v2(t) obedece à equação que determinamos na análise do circuito. Abaixo temos a corrente i2(t) sobre o indutor, que representa a integral da queda de tensão sobre o indutor. 0.000ms 0.250ms 0.500ms 0.750ms 1.000ms 1.250ms 1.500ms 1.750ms 2.000ms 8.000mA 7.000mA 6.000mA 5.000mA 4.000mA 3.000mA 2.000mA 1.000mA 0.000mA A: l[i] Figura 10.2 – Corrente i2(t) sobre o indutor. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 44 Pela LKC, a corrente sobre o capacitor tem que ser dado por ( ) ( ) ( )tititi g 21 −= . De fato, 0.000ms 0.250ms 0.500ms 0.750ms 1.000ms 1.250ms 1.500ms 1.750ms 2.000ms 7.000mA 6.000mA 5.000mA 4.000mA 3.000mA 2.000mA 1.000mA 0.000mA -1.000mA A: c[i] Figura 10.3 – Corrente i1(t) sobre o capacitor. Através desse exemplo, estamos consolidando o aprendizado sobre o uso da Transformada de Laplace para a análise de circuitos elétricos lineares, determinado a solução completa para as equações de correntes e tensões. Nesse problema, o capacitor e indutor estão com condições iniciais nulas. Circuitos com condições iniciais não-nulas serão considerados posteriormente. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 45 Tópico 11 – Elementos de Circuitos no Domínio da Frequência Sabemos que a relação entre tensão e corrente em um resistor é dada pela Lei de Ohm: ( ) ( )tRitv = Se aplicarmos a Transformada de Laplace aos dois lados da equação, teremos: ( ){ } ( ){ } ( ){ }tiRLtRiLtvL == Ou seja, ( ) ( )sIRsV .= Vamos supor agora um indutor descarregado. Sabemos que: ( ) ( ) dt tdiLtv = Aplicando novamente a Transformada de Laplace aos dois lados da equação temos: ( ) ( )ssILsV .= ou, ( ) ( )sIsLsV .= Seja agora um capacitor descarregado. Sabemos que: ( ) ( ) ( ) ( )dtti C tv dt tdvCti ∫=∴= 1 Aplicando a Transformada de Laplace aos dois lados da equação temos: ( ) ( ) s sI C sV .1= ou, ( ) ( )sI sC sV 1= Se repararmos bem, a relação entre a transformada da tensão e a transformada da corrente para os três componentes é regida por uma equação da forma: ( ) ( ) ( )sIsZsV .= Isso nos leva a concluir que, analogamente ao que foi feito para circuitos fasoriais, poderemos trabalhar com um circuito equivalente no domínio s, uma vez que substituamos cada elemento por sua impedância Z(s) equivalente. Resistor Indutor Capacitor RIV = IsLV .= I sC V 1= RZ = ( ) sLsZ = ( ) sC sZ 1= Além disso, assim como aconteceu nos circuitos fasoriais, poderemos aplicar diretamente a Lei de Ohm e as Leis de Kirchhoff no novo circuito equivalente determinado para o domínio da frequência em s. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 46 Exemplo 11.1 Queremos determinar V2(s) para o circuito RLC do Exemplo 10.1, mostrado abaixo. A chave é aberta em t = 0. + v2 - + v1 - ig 6mA C 0.2uF L 200mH R 1.6k Solução Repare que o capacitor e o indutor estão descarregados no momento em que a chave é aberta. Nosso passo inicial é substituir cada elemento por sua impedância equivalente. Por divisor de corrente, podemos dizer que a corrente que passa pelo indutor é dada por: ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) LCsLRs LCsI LCsRCs sI sLR sC sCsI sZsZsZ sZ sIsI ggg LRC C gL 1 1 1 1 1 1 22 ++ = ++ = ++ = ++ = Logo, a queda de tensão sobre o indutor será dada por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) LCsL Rs C ssI LCsL Rs LCsIsLsIsZsV g gLL 11 1 * 222 ++ = ++ == que representa absolutamente o mesmo resultado encontrado no Exemplo 10.1: ( ) ( ) ++ = LC s L R sC ssI sV g 12 2 . A seguir veremos um exemplo onde utilizaremos esses mesmos conceitos, mas agora trabalhando com uma excitação senoidal.1/sC + V2 - Ig sL R CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 47 Exemplo 11.2 Queremos determinar a corrente i(t) passando pelo circuito RL série abaixo, para uma excitação senoidal ( ) ( )wtVtv m cos= . ( ) ( )wtVtv m cos= Solução No Tópico 01 analisamos o circuito resolvendo a EDO. Agora, vamos analisar o circuito pela Transformada de Laplace. Inicialmente, determinamos o circuito equivalente em s. Pela simples aplicação da Lei de Ohm temos que ( ) ( )( ) ( )( ) ( ) ( ) + = + = + = L R sL sV RsL sV sZsZ sV sI LR . Nesse caso ( ) ( )wtVtv m cos= , de modo que ( ) 22 ws sVsV m + = . Substituindo, ( ) ( )22 22 ws L R s L sV L R sL ws sV sI mm + + = + + = . As raízes do denominador são { }jwjwLRp +−−= ,, . Expandindo em frações parciais, teremos: ( ) ( ) ( ) ( )jws K jws K L R s K ws L R s L sV sI m + + − + + = + + = * 221 22 Assim, precisamos determinar as constantes. ( ) ( ) 222 2 2221 LwR RV w L RL V L R ws L sV sI L R sK m m L R s m L R s + −= + − − = + = += −= −= i(t) + - L R V(s) I(s) + - sL R CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 48 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )RjwL V L RjwjwL Vjw L R sjws L sV sIjwsK mm jws m jws + = + = ++ =−= = = 22 2 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) R wL RLw V R wL RLw RLwV RLw RjwLV mmm − + = − + + = + +− = −− 1 2 1222 1 222 2 1222 222 tan 2 tan 22 Podemos reescrever a constante K1 de uma forma diferente, o que será interessante mais tarde: ( ) ( ) ( ) + −= ++ −= − R wL LwR V LwR R LwR V K mm 1 2 12222 12222 1222 1 tancos , onde utilizamos identidade trigonométrica de acordo com a figura abaixo: ( ) 21222cos LwR R + =θ , ( ) 21222sen LwR wL + =θ e R wL == θ θθ sen cos tan de modo que R wL1tan −=θ . Logo, ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )jws R wL RLw V jws R wL RLw V L R s LwR V sI mmm + + + − − + + + + − = −− 1 2 1222 1 2 12222 1222 tan 2 tan 2 cosθ Assim, ( ) ( ) ( ) ( )tuwt LwR V e LwR V ti mL Rtm − + + + −= − θθ coscos)( 222222 , com R wL1tan −=θ . Obviamente que essa expressão é exatamente a mesma que encontramos anteriormente. wL R (w2L2+R2)1/2 θ CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 49 Tópico 12 – Elementos de Circuitos com Condição Inicial No último tópico vimos como determinar a impedância Z(s) para o resistor, o indutor descarregado e o capacitor descarregado. Agora, vamos considerar capacitores e indutores com condição inicial não-nula. Capacitor Carregado Aplicando a Transformada de Laplace na equação do capacitor temos: ( ){ } ( ) ( ) ( ) ( )[ ]−−=∴ = 0vssVCsI dt tdvCLtiL ( ) ( ) ( )−−= 0.. vCsVsCsI (1) ou, ( ) ( ) ( ) s v sI sC sV − += 01 (2) Na equação (2) percebemos que uma condição inicial não-nula provoca no domínio de s o aparecimento de uma tensão ( ) s v −0 , que pode ser modelada como uma fonte de tensão em série com a impedância sC 1 , conforme a figura abaixo. Obviamente que quando a condição inicial é nula, essa fonte de tensão representa um curto, e o capacitor se reduz apenas à impedância determinada anteriormente. ou 1/sC Cv(0-) 1/sC v(0-)/s + - A equação (1) nos indica uma outra forma equivalente para o capacitor em s, mostrado à direita na figura acima. Indutor Carregado Utilizaremos o mesmo raciocínio e aplicaremos a Transformada de Laplace na equação do indutor: ( ){ } ( ) ( ) ( ) ( )[ ]−−=∴ = 0issILsV dt tdiLLtvL CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 50 ou ( ) ( ) ( )−−= 0.iLssLIsV (3) Reescrevendo, ( ) ( ) ( ) s i sL sV sI − += 0 (4) Na equação (3) percebemos que uma condição inicial não-nula provoca o aparecimento de uma tensão ( )−− 0Li , que pode ser modelada como uma fonte de tensão em série com a impedância sL conforme a figura abaixo. Quando a condição inicial é nula, essa fonte de tensão vira um curto e o modelo se reduz àquele determinado no tópico passado. i(0-)/s sL Li(0-)sL ou +- Além disso, pela equação (4) também podemos determinar uma forma equivalente para o indutor em s, mostrado à direita na figura acima. Exemplo 12.1 Queremos determinar a transformada da queda de tensão vo(t) sobre o capacitor para o circuito RLC abaixo. A chave é mudada da posição a para a posição b no instante t =0. + vo(t) - a b+ - Vdc C L R Solução Precisamos determinar a condição inicial dos elementos antes de a chave ser mudada para a posição b. Quando o circuito atinge o regime estacionário com a chave em a, o capacitor está carregado com o valor Vdc da fonte, tendo cessado o fluxo de corrente no circuito ( ( ) 00 =−i ). Assim, já podemos determinar o circuito equivalente em s após a chave ser mudada para a posição b ( −> 0t ). CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 51 1/sC Vdc/s + Vo(s) - + - sL R Devemos tomar o cuidado de observar que queremos a queda de tensão sobre o capacitor real, que em s representa a soma das quedas de tensão sobre o capacitor descarregado mais a fonte s Vdc . Pela LKT, Vo(s) equivale à soma das quedas de tensão sobre o indutor e sobre o resistor: RL dc c VV s VVV +=+−=0 Por divisor de tensão é fácil determinar a queda de tensão sobre o resistor mais o indutor: ( ) ( ) ( ) ++ + = ++ + = ++ + = LCL R ss L R sV C sRLs RsLV sC RsL RsL s V sV dc dc dc o 111 22 Podemos confirmar esse resultado calculando s VVV dcc +−=0 ou seja, ( ) ( ) ++ + = ++ + = ++ −=+ ++ −= LCL R ss L R sV sC RsL RsL s V sC RsL sC s V s V sC RsL sC s V sV dc dc dcdcdc o 11 1 1 1 1 1 2 conforme determinamos anteriormente. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 52 Tópico 13 – Métodos de Análise de Circuitos em s Ao longo do curso, vimos que as Leis de Kirchhoff são válidas também para os circuitos fasoriais, no domínio da variável jw. Mostramos que os métodos de análise de circuitos resistivos também são válidos para circuitos fasoriais, a partir da derivação do conceito de impedância Z(jw). E no domínio da variável s da Transformadade Laplace? Vimos que a variável da transformada de Laplace é complexa, dada por jws += σ . A parte real σ está associada ao aparecimento no tempo de termos amortecidos da forma teσ , onde normalmente 0≤σ . Já a parte imaginária jw, que aparece sempre em pólos complexos conjugados, está associada a oscilações da forma ( )wtcos . Sabemos que na análise fasorial está sendo observado apenas o comportamento do circuito no estado estacionário (t>>0), que é quando os termos amortecidos ( )0<σ já tenderam a zero, e são relevantes apenas os termos não amortecidos, ou seja, termos em que 0|1 ≥= te tσ , associados a 0=σ . Podemos, então, perceber que a análise fasorial pode ser vista como um caso particular da análise pela transformada de Laplace, mas onde estamos preocupados apenas com o estado estacionário, o que significa dizer que queremos 0=σ . Assim, o circuito fasorial pode ser obtido a partir do circuito em s fazendo com que s→jw nas impedâncias. Resistor Indutor Capacitor Laplace transiente + estado estacionário s=σ+jw ( ) RsZ = ( ) sLsZ = ( ) sC sZ 1= Fasores estado estacionário s→jw ( ) RjwZ = ( ) jwLjwZ = ( ) jwjwZ 1 = Se o circuito fasorial pode ser obtido diretamente do circuito equivalente em s por uma simples adequação de impedâncias, podemos desconfiar que os métodos de análise de circuitos resistivos também poderão ser utilizados para a análise de circuitos na variável s. De fato, isto é verdade, embora não o iremos demonstrar, uma vez que o raciocínio é análogo ao utilizado para demonstração com circuitos fasoriais. 13.1. Método das Malhas Vejamos o exemplo a seguir. Exemplo 13.1 No circuito abaixo, queremos determinar a expressão para v(t). O circuito está descarregado em t=0, quando as chaves são mudadas de posição. 1F 1H 3 15 + -15V5A + v(t) - CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 53 Solução O primeiro passo é determinar o circuito equivalente em s, mostrado abaixo. Repare que não podemos utilizar diretamente o Método das Malhas por causa da fonte de corrente. Vamos convertê-la em uma fonte de tensão. 2 55 * 1 sss ZIV === e s Z 1= Agora, sim, podemos aplicar as LKT: Malha 1: ( ) 22121112 53310315 sIIssIIsIsIs =− ++∴=−−−− 221 2 5313 s II s ss =− ++ (1) Malha 2: ( ) ( ) s II s III 153153015153 21212 −=++−∴=−−−− s II 15183 21 −=+− (2) O sistema linear associado é ( ) − = − − ++ s s I I s ss 15 5 183 313 2 2 1 2 Precisamos de det A = ( ) ( ) ( ) s ss s ss s ss 18451891318 183 313 22 2 ++ =− ++ = − − ++ Assim, podemos resolver o sistema e determinar as correntes de malha: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )252 25 2529 245 184518 4590 184518 1815 35 22 2 2 2 2 2 1 ++ − = ++ − = ++ − = ++ − − = sss s s ss s s s ss ss s ss s s I 1/s 1s 3 15 + -15/s5/s + V(s) - I2I1 + - 5/s^2 1/s 1s 3 15 + -15/s CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 54 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )2529 315 184518 151315 184518 153 513 2 2 2 22 2 2 2 2 2 ++ +− = ++ +++− = ++ − − ++ = sss ss s ss ss ss s ss s ss ss I Repare que a transformada da tensão v(t) pode ser determinada por: ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )252 305 2523 352153 2523 35 252 2533 2 2 2 2 2 2 221 ++ + = ++ ++− = ++ +− − ++ − =−= sss s sss sss sss ss sss sIIV Para expandir em frações parciais, teremos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )25,015,2 65,2 252 305 321 2 2 2 2 + + + += ++ + = ++ + = s K s K s K sss s sss sV onde, ( ) ( ) 1515,2 65,2 0 2 2 1 = ++ + = =s ss sK ( ) ( ) 6 125 2 2 1 2 1 6 4 1 2 5 2 65,2 2 1 2 2 −= +−− + = + + = −=s ss sK , e ( )( ) ( ) 3 25 2 122 64 2 5 5,0 65,2 2 2 3 = +−− + = + + = −=s ss sK Logo, ( ) [ ] ( )tueetv tt 25,0 325612515 −− +−= 13.2. Teorema da Superposição Vejamos o exemplo a seguir. Exemplo 13.2 Vamos resolver o mesmo problema do exemplo anterior, mas utilizando agora o Teorema da Superposição. Solução 1o) Contribuição da fonte de corrente Para calcular a contribuição da fonte de corrente, precisamos anular a fonte de tensão, o que representa curto-circuitá-la. No circuito resultante, a corrente sobre o resistor de 3Ω pode ser determinada por um simples divisor de corrente. Com essa corrente, faremos V(s)=3I(s). CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 55 O circuito resultante é Inicialmente, precisamos determinar o paralelo 15Ω//3Ω: 2 5 315 3*15 = + . Assim, por divisor de corrente, a corrente passando pelo indutor é: ( ) ( )252 10 522 25 2 51 1 5 15//31 1 5 22 ++ = ++ = ++ = ++ = ssssss s s s s s s s s I L Por um novo divisor de corrente, a corrente passando pelo resistor de 3Ω é: ( ) ( )252 6 50 18 15 * 252 10 315 15 * 223 ++ = ++ = + = ssssss II L . Finalmente, a contribuição da fonte de corrente para a queda de tensão é ( )252 253 23 ++ == sss IVI 2o) Contribuição da fonte de tensão. Para determinarmos a contribuição da fonte de tensão, precisamos anular a fonte de corrente, o que significa substituí-la por um circuito aberto. O circuito resultante será Precisamos determinar a impedância equivalente para a parte indicada no circuito: 13 33 31 3*1 3//1 2 2 2 2 ++ + = + + + = += ss s s s s s s s Z 1/s 1s 5/s 3 15 + V(s) - 1/s 1s + -15/s 3 15 + V(s) - CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 56 Assim, a contribuição da fonte de tensão para a queda de tensão pode ser determinada por um simples divisor de tensão: ( ) ( ) ( ) ( )252 15 184518 1315 131533 3315 15 13 33 13 33 15 2 2 2 2 22 2 2 2 2 2 ++ + = ++ + = ++++ + = + ++ + ++ + = sss s ss s ssss s s ss s ss s s VV 3o) Somatório das Contribuições Por fim, basta somarmos as contribuições de cada fonte ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )252 65 252 15 252 25 2 2 2 2 2 ++ + = ++ + + ++ =+= sss s sss s sss VVsV VI Obviamente, é exatamente o mesmo resultado que encontramos no Exemplo 13.1. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 57 Tópico 14 – Método dos Nós e Transformada de Laplace Exemplo 14.1 No circuito abaixo, o circuito estádescarregado quando as fontes são ligadas, em t=0. Determine a tensão v(t). Solução O primeiro passo é montar o circuito equivalente no domínio de s. Para o Método dos Nós, vamos definir como referencial o nó inferior, e vamos designar V(s) o potencial no nó superior. Assim, temos 0321 =−++=∑ IIIII onde, s sVsVI 2 20 2 20 1 − = − = , s V sL VI 8,02 == e 2005,0 13 sV s VI == Então, 05 20 8,0 2 20 =−++ − =∑ s sV s V s sVI 015 20 1610 2 205 20 8,0 2 2 =− ++ = +− ++= ss ssV ss s ss sV Assim, ( ) 1610 300 20 1610 15 22 ++ = ++ = ss s ss ssV + - 20u(t) 5u(t)1,25H 2 50mF + v(t) - V(s) + - 20/s 5/s1,25s 2 20/s CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 58 Os pólos de V(s) são { }2,8 2 610 2 6410010 −−= ±− = −±− =p De modo que, ( ) 821610 300 21 2 + + + = ++ = s K s K ss sV onde ( ) ( ) 50 6 300 8 3002 2 21 == + =+= −= −= s s s sVsK ( ) ( ) 50 6 300 2 3008 8 82 −= − = + =+= −= −= s s s sVsK Por fim, ( ) [ ] ( )tueetv tt 82 5050 −− −= V No exemplo a seguir, vamos comparar a análise via Transformada de Laplace com a análise por meio dos fasores. Exemplo 14.2 - Exercício 9.49 do LT No circuito abaixo, as fontes são ligadas em t=0. Determine a tensão v(t) sobre o resistor. São dados: ( ) ( )o13,535000cos101 += ttvg e ( ) ( )ttvg 5000sen82 = Solução O primeiro passo é montar o circuito equivalente no domínio de s. Vamos trabalhar inicialmente com o problema literal. Para o método dos nós, vamos definir como referencial o nó inferior, e vamos designar V o potencial no nó superior. 1/sC V + - Vg2 + - Vg1 sL R vg2(t) vg1(t) + - + - 50uF0.4mH 6 + v(t) - CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 59 Assim, temos 0321 =++=∑ IIII onde, ( ) sL sVV I g11 − = , ( )( ) ( )( )sVVsC sC sVV I g g 2 2 2 1 += −− = e R VI =3 Logo, ( ) ( )( )∑ =+++−= 021 R V sVVsC sL sVV I g g ( ) ( ) ( ) ( ) 0111 2 2 1 2 2 1 = − − ++ = −− ++= sL sLCVssV sL RsLRLCs R VssCV sL sV R sC sL V ggg g Então, ( ) ( ) ( ) ( ) ++ − = ++ − = LCRC ss sVs LC sV RsLRLCs sLCVssV RV g g gg 112 2 21 2 2 2 1 Temos que ( ) ( )ttvg 5000sen82 = , de modo que 22222 5000 40000 5000 50008 + = + = ss Vg Além disso, ( ) ( ) )5000sen(8)5000cos(613,535000cos101 ttttvg −=+= o . (lembre-se que ( ) ( ) ( ) ( ) ( )bsinasinbaba −=+ coscoscos ) Assim, 2222221 5000 400006 5000 50008 5000 6 + − = + − + = s s ss sVg Substituindo na equação da transformada, ( ) ( ) ( ) +++ −+− = ++ + − + − = ++ − = 7 4 222 12824 7 4 2 22 4 2 22 4 7 2 2 21 10.5 3 105000 10.210.310.4 10.5 3 10 5000 10.4 5000 10.4610.5 11 sss ss ss s s s s LCRC ss sVs LC sV V g g Após algumas contas, podemos expandir em frações parciais: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )6871,8 j 1666,7 3656,46 6871,8 j- 1666,7 3656,46 5000 6 5000 6 ++ −− + + +− + − + + = s j s j jsjssV ( ) ( ) ( ) ( )6871,8 j 1666,7 96,14342,7 6871,8 j- 1666,7 96,14342,7 5000 6 5000 6 ++ − + + + − + + = ssjsjs oo CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 60 de modo que ( ) ( ) ( ) ( )tutettv t +−= − o96,1438,6871cos84,145000cos12 3 5000 (1) Para t>>0, ou seja, no regime estacionário, a expressão para v(t) se reduz a ( ) ( )ttvss 5000cos12= V, (2) que é o mesmo resultado encontra na análise por fasores. Repare que a análise realizada com a transformada de Laplace em (1) é mais geral que a análise com fasores (2). Isso porque a transformada de Laplace permite que visualizemos também, além do regime em estado estacionário previsto por fasores, o comportamento do circuito no regime transitório. É importante perceber que a análise mais geral vem ao custo de um maior esforço analítico, uma vez que a análise com fasores representa uma solução numérica simples. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 61 Tópico 15 – Função de Transferência No Tópico 08, determinamos a queda de tensão no circuito RLC paralelo descarregado, aplicando a Transformada de Laplace na equação diferencial do circuito: ( ) ( ) ( ) ( ){ }tuILdttv Ldt tdvC R tvL dc t = ++ ∫ 0 1 de modo que, ( ) ( ) ( ) ( ) s I sI s sV L sCsVsV R dc ==++ 11 Colocando V(s) em evidência, ( ) ( ) ( ) ( )sI sRL RRLCssL sVsI sL sC R sV = ++ ∴= ++ 211 , pudemos determinar a transformada V(s) ( ) ( ) RsLRLCs RLI sI RsLRLCs sRL sV dc ++ = ++ = 22 (1) Poderíamos ter chegado ao mesmo resultado trabalhando com as impedâncias em s: ( ) ( ) ( ) ( )sI sC sLRsIsZsV T == 1//// Como o paralelo das impedâncias é dado por: ( ) RsLRLCs RLs sCsLR RLs sCsLR RLs sCsLR RLs sC sLRsZT ++ = + + + = + == 21 1 1//1//// temos que a transformada V(s) é dada por ( ) ( ) ( ) ( ) RsLRLCs RLI sI RsLRLCs sRL sIsZsV dcT ++ = ++ == 22 que é exatamente o mesmo resultado. Já no Exemplo 10.1, aplicamos a transformada de Laplace na equação diferencial que rege a queda de tensão sobre o indutor no circuito descarregado abaixo: + v2 - + v1 - ig 6mA C 0.2uF L 200mH R 1.6k ( ) ( ) ( ) ( ) dt tdi C tv LCdt tdv L R dt tvd 11 2 2 2 2 2 =++ Idc LC R CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 62 de modo que ( ) ( ) ( ) ( )ssI C sV LC ssV L R sVs 11 222 2 =++ e encontramos a transformada V2(s): ( ) ( )sI LC s L R sC s sV ++ = 12 2 (2) Obviamente que poderíamos determinar o mesmo resultado por um divisor de corrente para o circuito equivalente em s: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) CLsRCs sL sIsL CLsRCs sIsL sLR sC sCsIsLsIsV L 222 11 1 1 1 . ++ = ++ = ++ == que é igual a ( ) ( )sI LC s L R sC s sV ++ = 12 2 Vamos chamar de X(s) a transformada da excitação, que pode ser uma fonte de tensão ou de corrente. E vamos designar Y(s) a transformada do sinal que queremos medir, seja uma queda de tensão sobre um elemento, ou seja, a corrente passando por ele.Se observarmos também os outros exemplos que temos feito utilizando a Transformada de Laplace, perceberemos que a transformada Y(s) do sinal desejado sempre é dada na forma ( ) ( ) ( )sXsHsY = Ou seja, no domínio da Transformada de Laplace, a transformada do sinal desejado sempre será dada pelo produto entre a transformada da excitação e uma função H(s), chamada função de transferência, que é determinada pelo circuito. Por exemplo, para a transformada (1) no circuito do primeiro exemplo, temos que ( ) RsLRLCs sRL sH ++ = 2 e para a transformada (2) no circuito do segundo exemplo temos que ( ) ++ = LC s L R sC s sH 12 Repare que a função de transferência é independente do valor da excitação. Assim, uma vez que já tenhamos determinado a função de transferência, podemos achar a transformada do sinal desejado para qualquer excitação, bastando apenas realizar o produto entre a transformada da excitação e a função de transferência. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 63 Vamos voltar ao circuito do Exemplo 10.1. Vimos que a transformada da queda de tensão sobre o indutor é dada por ( ) ( ) ( )sI LC s L R s C s sIHsV LL ++ == 12 Já a transformada da queda de tensão sobre o resistor é dada por ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) CLsRCs R sIR CLsRCs sIR sLR sC sCsIRsIsV RR 22 11 1 1 1 . ++ = ++ = ++ == ou seja, ( ) ( ) ( ) ( )sI LC s L R s LC R sIsHsV RR ++ == 12 O que podemos observar se compararmos as duas funções de transferência? ( ) LC s L R s s CsH L 1 1 2 ++ = e ( ) LC s L R s LC R sH R 12 ++ = Repare que as duas funções de transferência são diferentes. De fato, embora seja independente do valor da excitação, a função de transferência será específica para cada ponto de saída a ser observado. E ainda que nesses exemplos só tenha havido apenas uma excitação, ela será também específica para ponto de entrada considerado. Todavia, repare que os pólos são os mesmos para as duas funções de transferência. Isso porque os pólos representam uma característica natural do circuito, determinados pelos valores e pelas interligações dos elementos, e são independentes da excitação e do sinal a ser observado. Nos exemplos acima, supusemos que os circuitos estavam descarregados. Perceba que se permitirmos condição inicial não-nula, a transformada da saída deverá ser função dessa condição inicial, e não poderá mais ser dada simplesmente pelo produto H(s)X(s). VL - VR CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 64 É importante ressaltar que o conceito de função de transferência não consegue tratar condições iniciais não-nulas, requerendo, então, a hipótese de condições iniciais nulas. Voltemos ao circuito RLC paralelo, agora com condição inicial. ( ) ( ) ( ) ( ){ }tuILdttv L L dt tdvCL R tvL dc t = + + ∫ 0 1 tal que, ( ) ( ) ( )( ) ( ) s I s sV L vssVCsV R dc 1101 =+−+ − colocando V(s) em evidência teremos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )−− += ++ ∴=− ++ 0011 2 CvsI sRL RRLCssL sVsICv sL sC R sV o que resulta em ( ) ( ) ( )− ++ + ++ = 022 vRsLRLCs sRLC sI RsLRLCs sRL sV Repare que a condição inicial nos impede de escrever V(s) na forma ( ) ( ) ( )sXsHsY = . Por isso que o emprego da função de transferência requer condições iniciais nulas. Vamos supor, agora, que a nossa excitação seja um impulso ( ) ( )ttx δ= . Então, a transformada da excitação será dada por ( ) ( ){ } 1== tLsX δ , e a transformada do sinal medido será ( ) ( ) ( ) ( ) ( )sHsHsXsHsY === 1. que representa a própria função de transferência. Logo, podemos concluir que a função de transferência é a transformada da resposta ao impulso do sinal medido. Vamos relacionar as observações feitas até aqui sobre a função de transferência H(s): 1a – Permite calcular a transformada do sinal desejado por uma simples multiplicação com a transformada da excitação. 2a – É independente da forma da excitação. 3a – Seus zeros são determinados pela definição de quem é a excitação e de quem é o sinal a ser medido. 4a – Seus pólos são característicos ao circuito. 5a – Requer condições iniciais nulas. 6a – Representa a transformada da resposta ao impulso. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 65 Tópico 16 – Função de Transferência – 2a Parte Vamos continuar analisando as propriedades da função de transferência através do exemplo a seguir. Exemplo 16.1 Para o circuito acima, queremos analisar o comportamento da queda de tensão sobre o indutor e sobre o resistor. Em especial, estamos interessados na excitação senoidal e no degrau. Solução O circuito equivalente em s é: A impedância equivalente para o paralelo do capacitor e com o resistor é 10 20 220 40 220 220 // + = + = + = ss s sZ A queda de tensão sobre o resistor pode ser determinada por divisor de tensão: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )sV ssss sV s s ssV Zs Z sVsVR 1610 16 205,1225,1 20 10 2025,1 10 20 25,1 22// // ++ = ++ = + + + = + = Identificamos a função de transferência da tensão de excitação para o resistor: ( ) 1610 16 2 ++ = ss sH R E a queda de tensão sobre o indutor? Pelo mesmo raciocínio acima, ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )sV ss ss ss ss sV s s s sV Zs s sVsVL 1610 10 205,1225,1 1025,1 10 2025,1 25,1 25,1 25,1 22 // ++ + = ++ + = + + = + = + vR(t) - vL(t) + - + VR(s) - VL(s) + - v(t) + - 1,25H 50mF 2 V(s) 20/s+ - 1,25s 2 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 66 de modo que a função de transferência da tensão de excitação para o indutor é: ( ) ( ) 1610 10 2 ++ + = ss ss sH L Vamos supor inicialmente que a excitação seja um degrau unitário. A transformada da queda de tensão sobre o resistor será: ( ) ( ) ( ) ( )1610 161 1610 16 22 ++ = ++ == ssssss sVsHsV RR Expandindo em frações parciais teremos: ( ) ( ) 821610 16 321 2 + + + += ++ = s K s K s K sss sVR onde, ( ) 1 1610 16 0 201 =++ == = = s sR ss ssVK ( ) ( ) ( ) 3 4 6*2 16 8 162 2 22 −= − = + =+= −= −= s sR ss sVsK ( ) ( ) ( ) 3 1 6*8 16 2 168 8 83 = −− = + =+= −= −= s sR ss sVsK Por fim, ( ) ( ) ( ) ( )tuetuetutv ttR 82 3 1 3 41 −− +−= V Já a queda de tensão sobre o indutor será ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )1610 101 1610 10 22 ++ + = ++ + == sss ss sss ss sVsHsV LL Expandindo em frações parciais teremos: ( ) ( )( ) 821610 10 321 2 + + + += ++ + = s K s K s K sss ss sVL onde, ( ) ( ) 0 1610 10 0 201 =++ + == = = s sL ss ss ssVK ( ) ( ) ( )( ) 3 4 6*2 8*2 8 102 2 22 = − − = + + =+= −= −= s sL ss ss sVsK( ) ( ) ( )( ) 3 1 6*8 2*8 2 108 8 83 −= −− − = + + =+= −= −= s sL ss ss sVsK CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 67 de modo que, ( ) ( ) ( )tuetuetv ttL 82 3 1 3 4 −− −= V Conferindo a LKT na primeira malha: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0 3 1 3 4 3 1 3 41 8282 = −− +−−=−− −−−− tuetuetuetuetututvtvtu ttttLR OK! Repare que a transformada da queda de tensão sobre o resistor é dada por: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) s sK ss sK sss sV UHR + ++ = ++ = 16101610 16 22 indicando que os pólos da saída são dados pelos pólos da função de transferência mais os pólos da excitação. De fato, no tempo teremos ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 4444 34444 21321 sHdepólos atransitóriresposta tt sUdepólos iaestacionárresposta R tuetuetutv 82 3 1 3 41 −− +−= que representa o somatório das contribuições dos pólos de H(s) mais os pólos de U(s). Os pólos de H(s) representam termos da resposta transitória, enquanto que os pólos de U(s) definem a resposta em estado estacionário. Vamos supor, agora, que a excitação seja ( ) ( )ttv 4sen= V. Como já conhecemos as funções de transferência, podemos determinar as quedas de tensão diretamente: ( ) ( ) ( ) ( )( )161016 64 16 4 1610 16 222 +++ = +++ == ssssss sVsHsV RR Expandindo em frações parciais teremos: ( ) ( )( ) 8244161016 64 32*11 22 + + + + + + − = +++ = s K s K js K js K sss sVR onde, ( ) ( ) ( )( ) ( ) 5 1 164016*8 64 16104 644 4 241 −= ++− = +++ =−= = = jjssjssVjsK jsjs R ( ) ( ) ( )( ) ( ) 15 8 164*6 64 168 642 2 222 =+ = ++ =+= −= −= s sR ss sVsK ( ) ( ) ( )( ) ( ) 15 2 1664*6 64 162 648 8 283 −=+− = ++ =+= −= −= s sR ss sVsK Assim, ( ) ( ) ( ) ( ) ( )tuetuetuttv ttR 82 15 2 15 84cos 5 12 −− −+ −= V ou, ( ) ( ) ( ) ( ) ( )tuetuetuttv ttR 82 15 2 15 8904sen 5 2 −− −+−= o CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 68 E a queda de tensão sobre o indutor? ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )( )161016 104 16 4 1610 10 2222 +++ + = +++ + == sss ss sss ss sVsHsV LL Expandindo em frações parciais teremos: ( ) ( )( )( ) 8244161016 104 32*11 22 + + + + + + − = +++ + = s K s K js K js K sss ss sVL onde, ( ) ( ) ( )( )( ) ( ) ( ) o20,685385,0 2 1 5 1 164016*8 104*4*4 16104 1044 4 241 −=−= ++− + = +++ + =−= = = j jj jj ssjs ss sVjsK js jsL ( ) ( ) ( )( )( ) ( ) 15 8 164*6 8*8 168 1042 2 222 −=+ − = ++ + =+= −= −= s sL ss ss sVsK ( ) ( ) ( )( )( ) ( ) 15 2 1664*6 2*32 162 1048 8 283 =+− − = ++ + =+= −= −= s sL ss ss sVsK Logo, ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )tuetuetuttv ttL 82 15 2 15 820,684cos5385,02 −− +−−= o V ou, ( ) ( ) ( ) ( ) ( )tuetuetuttv ttL 82 15 2 15 880,214sen077,1 −− +−+= o V Assim como na excitação degrau unitário, a expressão para a queda de tensão no resistor apresenta um termo estacionário, regido pelos pólos da excitação, e um termo transitório, regido pelos pólos da função de transferência: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 4444 34444 21444 3444 21 o sHdepólos atransitóriresposta tt sUdepólos iaestacionárresposta R tuetuetuttv 82 15 2 15 8904sen 5 2 −− −+−= Vamos analisar a função de transferência HR(s) para s=4j, ou seja, na frequência da excitação (lembre-se que ( ) ( )ttu 4sen= V): ( ) ( ) o904,0 5 2 40 16 164016 16 164*104 164 2 −=−==++− = ++ == jjjjj jsH R Repare, agora, que a resposta em estado estacionário representa a senóide de entrada com sua amplitude multiplicada pela amplitude da função de transferência e com um deslocamento de fase de valor igual à fase da função de transferência: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )jHRssR jjHtuttv 44sen4*1904sen5 2 φ+=−= o Será que isso vale para a queda de tensão sobre o indutor? CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 69 Vimos que ( ) ( ) ( )tuttv ssL o80,214sen077,1 += Ora, ( ) ( )( ) o80,21077,1 164*104 10444 2 =++ + == jj jjjsH L indicando que o mesmo raciocínio se aplica. Podemos, então, generalizar e afirmar que a resposta em estado estacionário para uma excitação senoidal ( ) ( )wtAtu sen= sempre será dada por: ( ) ( ) ( )( )jwHss wtjwHAty φ+= sen Repare que esse resultado que acabamos de derivar é nada mais do que o princípio da análise de circuito com excitação senoidais por meios de fasores. Uma outra pergunta interessante é: por que a resposta ao degrau da queda de tensão sobre o indutor ( ) ( ) ( ) ( ) 444 3444 21 sHdepólos atransitóriresposta tt L tuetuetv 82 3 1 3 4 −− −= apresenta resposta estacionária nula? A resposta é simples: perceba que o degrau representa uma excitação de frequência nula, w=0. Contudo, a função de transferência para a queda de tensão sobre o indutor ( ) ( ) 1610 10 2 ++ + = ss ss sH L apresenta um zero em s=0 ( ( ) 00 =LH ) de modo que, pelo que acabamos de argumentar acima, a resposta ao degrau em estado estacionário para a queda de tensão sobre o indutor será nula. Fisicamente sabemos que um indutor apresenta queda de tensão nula para um regime de corrente constante. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 70 Tópico 17 – A Integral de Convolução na Análise de Circuitos A integral de convolução entre duas funções x(t) e h(t) é um funcional definido por: ( ) ( ) ( ) ( )∫ ∞ ∞− −=∗ τττ dthxthtx , tendo como propriedade que ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )∫∫ ∞ ∞− ∞ ∞− −=−=∗=∗ ττττττ dtxhdthxtxththtx . Como na análise de circuitos estamos preocupados apenas com sinais que se iniciem a partir de t=0, consideraremos a integral de convolução ( ) ( ) ( ) ( )∫ ∞ −=∗ 0 τττ dthxthtx . A Transformada de Laplace apresenta uma propriedade relativa à integral de convolução: ( ) ( ){ } ( ){ } ( ){ }thLtxLthtxL =∗ . Quer dizer que a transformada de uma convolução no tempo é equivalente ao produto das transformadas no domínio da Transformada de Laplace. Na análise de um dado circuito, seja x(t) a excitação do circuito e y(t) o sinal desejado. Sabemos que ( ) ( ) ( )sXsHsY = , onde H(s) é a função de transferência. Como o produto em s está associado a uma convolução no tempo, temos que ( ) ( ) ( ) ( ) ( )∫ ∞ −=∗= 0 τττ dtxhtxthty , onde ( ) ( ){ }sHLth 1−= . Concluímos, então, que a resposta do circuito a uma excitação pode ser determinada pela convolução entre a excitação e a resposta do circuito ao impulso. Exemplo 17.1 Queremos determinar a queda de tensão vR(t) sobre o resistor no circuito RL série para uma excitação do tipo degrau unitário, v(t)=u(t). Solução Por divisor de tensão, podemos facilmente determinar que ( ) ( ) ( ) ( ) ( )LRssLRss L R sL Rs L R RsL R sVsV sH R + − += + = + = + = 111 321 . Logo, ( ) ( ) ( )tuetutv tLRR −−= 1 . (1) CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 71 E se tentarmos determinar vR(t) trabalhando apenas o domínio do tempo? Se conhecermos antecipadamente a resposta do circuitoao impulso, ( ) ( ){ } ( )tue L R sHLth tL R − − == 1 , então poderemos determinar que a resposta do circuito ao degrau será ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )∫∫∫ ∞ −− ∞ −− ∞ −= −=−=∗= 000 ττττττττ ττ dtue L Rdutue L Rdxthtxthtv tL RtL R R . Fazendo a mudança de variável τλ −= t , temos que ( ) ( )( ) ( )tueede L Rdue L R tv tL R t L R t L R t L R R −==−=−= −−− −∞ − ∫∫ 1 00 λλλ λλλ . Em resumo, se conhecermos a resposta do circuito ao impulso, poderemos analisar o circuito sem passar pelo domínio da transformada de Laplace, ao preço, contudo, de termos que calcular a integral de convolução. A integral de convolução possui uma interpretação gráfica interessante. Repare que fazer a mudança de variável, de x(t) para x(t-τ), representa refletir o gráfico e deslocá-lo para a direita por uma quantidade t. No nosso Exemplo 17.1, com x(t)=u(t), teríamos Seguindo esse raciocínio, determinar o valor da integral de convolução para um instante to compreende: 1o) Refletir em relação ao eixo τ=0 e deslocar de to para a direita o gráfico da excitação. 1 0 τ t 1 0 τ to R/L CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 72 2o) Calcular para cada valor de τ o produto entre as duas curvas. Produto entre u(t-ττττ) e h(ττττ) 3o) Calcular a área da figura resultante, o que representa a integral na variável τ. Assim, para determinar o gráfico completo de vR(t), para todos os valores de t, é preciso variar o deslocamento provocado por t de 0 a ∞, o que significa deslocar sucessivamente o gráfico de u(t-τ) para a direita repetindo o procedimento acima. Quando agregarmos os valores calculados para cada valor de t, teremos a curva vR(t). vR(t) = convolução entre u(t) e h(t) Repare que para t=0, a interseção entre as áreas é nula, de modo que ( ) 00 ==tR tv . Já para ∞→t , a interseção é o próprio gráfico de h(t), de modo que ( ) ( ) 1 000 =−=== ∞ − ∞ − ∞ ∞→ ∫∫ tL RtL R tR edte L Rdtthtv Esses resultados estão de acordo com a expressão (1) que encontramos para vR(t). Por essa análise gráfica, podemos observar que o grau de amortecimento da resposta ao impulso (ou a velocidade com que ela decresce) determina o tempo de acomodação da resposta (ou a duração do regime transitório). Neste sentido, vamos analisar um caso extremo, que é o de um sistema instantâneo, ou sem-memória. Por exemplo, qual é a resposta de queda de tensão sobre um resistor para um impulso de corrente? É simples: ( ) ( ) ( )sIRsV sH 43421 = , logo ( ) { } ( )tRRLth δ== −1 1 0 t 1 0 τ to R/L CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 73 que é um impulso com energia R. Observe que sua resposta ao impulso possui um “decaimento” muito rápido (na verdade instantâneo para 0>t ), o que se reflete no fato de a resposta ( ( ) ( )tRutv = )se acomodar também instantaneamente. Todo circuito puramente resistivo é um circuito instantâneo. Na verdade, quanto mais “breve” for a resposta ao impulso de um circuito, com mais rapidez a resposta atingirá o regime estacionário. Isso acontece porque o regime transitório, na verdade, é induzido pela memória introduzida por capacitores e indutores, que representa as “lembranças” que a resposta carrega da condição inicial em que o circuito se encontrava. Contudo, à medida que o tempo passa, o peso (ou a “lembrança”) da condição inicial vai se reduzindo, e o circuito tende ao regime estacionário. E a dimensão do intervalo de tempo pelo qual o circuito ainda é capaz de “lembrar” da condição inicial, que significa a duração do regime transitório, pode ser estimada pela resposta ao impulso do circuito. Exemplo 17.2 Vamos analisar a queda de tensão no circuito LC paralelo. Solução A queda de tensão sobre o paralelo é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )sI LCs s C sI LCs sL sI sC sL sC sL sI sC sLsV sH 4434421 1 1 11 1 1// 22 + = + = + = = , e a resposta ao impulso é ( ) ( )tut LCCLCs s C Lth = + = 1 cos 1 1 1 2 1 . Repare que a resposta ao impulso de um circuito LC não tende a zero, mas representa uma oscilação permanente. Se o circuito puramente resistivo representa um caso extremo, onde a resposta ao impulso com decaimento instantâneo indica que o circuito não possui memória, o circuito LC representa o outro caso extremo, onde a resposta ao impulso com duração infinita indica que o circuito possui uma memória perfeita, “nunca esquecendo” da condição inicial induzida pelo impulso de excitação. Em um momento posterior, veremos que essa característica do circuito LC pode representar um problema. De fato, dependendo da excitação, o circuito pode começar a querer armazenar todo o histórico da excitação, levando a algo como uma sobrecarga, gerando problemas de instabilidade. I(s) LC + V(s) -