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O QUE É IDEOLOGIA: Marilena Chauí, resumo do capítulo “Partindo de Alguns Exemplos”. O presente escrito tem por objetivo o resumo do capítulo “Partindo de Alguns Exemplos” da obra O que é Ideologia, da brasileira Marilena Chauí. Para tanto, utilizou-se da terceira reimpressão (2003) da segunda edição (2001) da obra, a qual contém 118 páginas distribuídas em 5 capítulos. Nesta edição da obra a autora inicia com uma breve apresentação contida no capítulo “Começando Nossa Conversa” sobre a proposta do discurso, a qual visa transparecer o que é a ideologia e desfazer quaisquer confusões com ideário. A autora inicia o capítulo “Partindo de Alguns Exemplos” citando a Grécia antiga, onde nascera uma das principais preocupações do pensamento ocidental, abordando questões relacionadas ao movimento e descrevendo o entendimento gregoriano em quatro pontos: 1)toda mudança qualitativa de um corpo qualquer; 2)toda mudança quantitativa de um corpo qualquer; 3)toda mudança de lugar ou locomoção de um corpo qualquer; 4)toda geração e corrupção dos corpos, isto é, o nascimento e perecimento das coisas e dos homens. Sendo assim, o movimento na concepção gregoriana, toda e qualquer alteração de uma realidade, seja ela qual for. Em continuidade à questão do movimento a autora expõe a Teoria Aristotélica das Quatro Causas, partida essa da afirmação de Aristóteles (filósofo que vê a ideologia como um movimento caracterizado por toda e qualquer alteração da realidade), que só há conhecimento da realidade quando há conhecimento da causa. Nessa teoria da causalidade as quatro causas são responsáveis por todos os aspectos de um ser, explicam tudo o que existe, o modo como existe e se altera, e o fim ou o motivo para o qual existe. São elas: a material, formal, motriz ou eficiente e final. Estas causas, segundo a teoria, não possuem o mesmo valor e são assim, concebidas como hierarquizadas, indo da causa menos valiosa ou menos importante à causa mais valiosa ou mais importante. A causa considerada mais importante por Aristóteles é a Final, pois entende-se pela finalidade de qualquer coisa, ao que foi destinada ela. Logo após é a causa Formal, que baseia-se na natureza da coisa, a causa Material, que é a propriedade tátil ou de constituição, e a causa considerada inferior entre as causas é a Motriz. A ultima causa era assemelhada ao trabalho escravo, que tem por objetivo apenas servir ao seu senhor, enquanto a causa mais nobre, a causa Final, era relacionada aos senhores, que tinham suas vontades saciadas pelo trabalho dos outros. Após esse episódio a autora mostra como nos séculos XVII e XVII Galileu, Bacon, Descartes e outros reduziram essas causas a apenas duas, dando à palavra “causa” o sentido que tem hoje, e a teoria da causalidade passou então a definir-se apenas duas causas: “causa e efeito”. Em uma breve abordagem sobre o real, a autora identifica-o como decorrente de nossas experiências diretas e imediatas, que nos leva a imaginar que o real é feito de coisas, humanas ou naturais, que podem ser os objetos físicos, psíquicos e culturais a partir do momento em que as notamos e vivenciamos. Como exemplo a autora utiliza uma montanha, a qual tem seu valor e importância instáveis, variando de acordo com os interesses e crenças do sujeito. Logo após a autora encerra o capítulo afirmando que a história é o real, e o real é o movimento incessante pelo qual os homens instauram um modo de sociabilidade e procuram fixa-lo em instituições determinadas, produzem ideias ou representações com intuito de compreensão e explicação sua própria vida individual, social e entre outros. Em suma, uma série de representações construídas pelo próprio homem tenderão a esconder o real. Por fim, esse ocultamento da realidade social é o que se chama ideologia. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA CHAUÍ, Marilena de Souza. O que é ideologia. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 2003.
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