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Resenha Crítica monocultura do eucalipto

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Perícia/Auditoria e Análise Ambiental – 1º Semestre- Fevereiro/ 2014
Resenha do Texto e Vídeo
Cruzando o Deserto Verde
 Cláudio D´Assunção Ferreira 
Bacharel/Licenciatura em Geografia com ênfase em análise ambiental pelo Unibh.
O texto a cruzando o deserto verde concomitantemente com o filme apresentado em sala de aula, mostra a realidade “oculta” do desenvolvimento sustentável com relação à monocultura de eucalipto sob a tutela da empresa de celulose Aracruz no Estado Espírito Santo. A autora disserta sobre alguns subtópicos relevantes das questões ambientais, onde destaca sob a ótica da população local o os primeiros impactos decorrentes da cultura do eucalipto na região, através do documentário podemos evidenciar claramente que a chegada do “progresso” ou do “estranho” houve grande segregação social, pois as famílias de indígenas, quilombolas perderam a sua identidade local e cultural e ainda perderam suas terras com a chegada da indústria, sendo assim, foram “forçados” a se retirar do local para realização da expansão desordenada da monocultura de eucalipto. Os moradores locais apresentam baixa renda, baixa educação, leigos no assunto e sem muita perspectiva de vida profissional, a maioria vivia da pesca e agricultura de subsistência, as mesmas foram vítimas do capitalismo avassalador, a chegada do “estranho” proporcionou o desenvolvimento sustentável através processo de monocultura do eucalipto somente para um pequeno grupo, ou seja, o grupo de empresários que veio explorar a região de forma desordenada os recursos naturais, é visível a desconsideração ou a falta de compromisso do Estado que deveria ser intermediador entre empresas privadas e públicas junto ao povo. Ainda não sabe quem está omitindo as informações sobre conflito, se tudo isto é fruto de descaso pelas autoridades ou conivência com interesses levar algum tipo de vantagem política, deixando a população à deriva e prejudicada.
A denominação “Deserto Verde” surge na década de 60 nesta região, devido aos impactos socioambientais, inclusive sobre o modo de vida de milhares de indivíduos do Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia. Provocado pelo processo de implantação da empresa Aracruz Celulose, que não teve momento algum, preocupação com a cultura local, seja dos quilombolas, tribos indígenas, produtores rurais e, principalmente, dos pescadores. Afetando diretamente o modo de vida, alterando a qualidade das águas e desmatando, de forma criminal, a Mata Atlântica. Neste contexto todo, há o envolvimento indireto, senão, direto, do governo. Seja na omissão da situação real de exploração geral, seja na participação ativa de políticas públicas a favor do empreendimento. Uma situação secular, que se arrasta há muitos anos pelo Brasil.
A implantação e operação do empreendimento, na época, foram consideradas totalmente abaixo de um padrão mínimo de qualidade e segurança, ocorrendo denúncias rotineiras de exploração humana e degradação ambiental. Momento algum se pôde observar uma preocupação, por parte do empreendedor, de adoção mecanismos eficientes que garantissem a execução e o controle das ações adequadas de condução ambiental, mantendo um elevado padrão de qualidade ambiental na sua implantação e operação, sem observância a legislação vigente que garantiriam a participação coordenada de todos os atores envolvidos. Não foi criado um canal de diálogo e comunicação eficaz entre o empreendedor e a sociedade, com especial atenção a população diretamente afetada pelo empreendimento, esclarecendo e informando aos públicos de interesse sobre o empreendimento, suas funções, fases de implantação e operação. Muito menos se desenvolveu estratégias e ações que construíssem e assegurassem um relacionamento sadio e dialógico entre o empreendedor e as partes interessadas, baseados na confiança e na transparência de informações. Não foram implementadas atividades necessárias à implementação do empreendimento e nem adotados procedimentos de indenização primando à transparência e dialogo com a população atingida na busca por resoluções práticas às partes interessadas. Momento algum a empresa estabeleceu critérios e requisitos, na forma de diretrizes, para nortear as ações técnicas em relação às questões socioambientais ao longo da execução das atividades. 
A empresa não se demonstrou preocupada em mitigar ou compensar os impactos socioeconômicos advindos da instalação a aproveitamento da mão de obra local. Muito menos, de fornecer os instrumentos necessários para evitar a deterioração socioeconômica. Era necessário promover a reestruturação socioeconômica das áreas sob influência do empreendimento cuja viabilidade se analisa, na medida em que tais localidades tivessem suas dinâmicas alteradas em função do afluxo do “estranho” nestas áreas atingidas direta e indiretamente. Definir e avaliar, também, os niveis de impactos gerados na Área de Influência Direta do empreendimento, sobre a infraestrutura urbana em equipamentos e serviços sociais, na ocupação e adensamento desordenado de áreas urbanas, e nos incômodos causados a população. Infelizmente, o que se pode observar é o interesse imediatista dos governos sobre um modelo econômico, concentração de terras e de renda, provocando a exclusão social e pobreza da população. Pois, é sabido que as monoculturas, em geral, não geram muitos empregos, devido até pelo grau de mecanização das atividades. E, mais, os funcionários destes setores possuem condições precárias de trabalho, falta de infraestrutura básica. Mostrando que a implantação de monoculturas, sem manejo sustentável, provoca instabilidade e aumento de conflitos agrários graves e, até mesmo, violência no campo.
Podemos concluir que o caso da Aracruz Celulose não é isolado, ainda há grandes monoculturas espalhadas pelo território brasileiro. Portanto, é importante a adoção de uma política pública e agrária mais afinada às questões socioambientais. Destacando-se a necessidade de uma reforma agrária e a organização, apoio, aos trabalhadores rurais. Em particular, este documentário pretende sensibilizar a sociedade, mostrando o sentimento dessas pessoas, e atentar para os problemas ocasionados pelas monoculturas. Os plantios dessa espécie exigem intensas aplicações de agrotóxicos, que contaminam o meio ambiente e colocam em risco a saúde humana.

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