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Resumo Direito e Processo Penal Militar - 03

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Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Crimes Militares / Crime Militar em Tempo de Guerra / Definição de Tempo de 
Guerra / Espécies de Crimes Militares em Tempo de Guerra / Causa de 
Aumento de Pena para os Crimes Militares em Tempo de Guerra / Teoria do 
Crime no Direito Penal Criminal / Crime Culposo / Punição na Tentativa / 
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz / Arrependimento Posterior 
2º Horário. 
 Ilicitude / Excludente de Ilicitude do Comandante / Consentimento do Ofendido 
/ Excesso nas Causas de Justificação / Elementos Não Constitutivos do Crime / 
Culpabilidade / Imputabilidade 
 
1º Horário 
 
1. Crimes Militares 
 
1.1. Crime Militar em Tempo de Guerra 
 
1.1.1. Definição de Tempo de Guerra 
O art. 15, CPM define o tempo de guerra como sendo aquele que se inicia com 
a declaração ou reconhecimento do estado de guerra, bem como com o decreto de 
mobilização, dentro do qual se encontra implícito o reconhecimento do estado de 
guerra. 
Tempo de guerra 
Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, 
começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o 
decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e 
termina quando ordenada a cessação das hostilidades. 
O referido dispositivo deve ser combinado com o art. 84, XIX, CRFB, que dispõe 
ser a agressão externa a única hipótese legitimante da declaração do estado de guerra, 
o que demonstra ser o estado de guerra brasileiro sempre defensivo. A competência 
é privativa do Presidente da República para declará-lo, necessitando de autorização ou 
referendo do Congresso Nacional. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso 
Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões 
legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a 
mobilização nacional; 
No entanto, o estado de guerra inicia-se com a agressão, independentemente 
da declaração pelo Presidente da República, o que já caracteriza tempo de guerra para 
fins de aplicação da lei penal militar. 
A parte final do art. 15, CPM dispõe que o tempo de guerra termina quando 
ordenada a cessação das hostilidades, ou seja, através de algum acordo assinado pelo 
Presidente da República neste sentido, autorizado ou referendado pelo Congresso, 
como prevê o art. 84, XX, CRFB. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; 
O crime militar em tempo de guerra tem como critério prevalente o ratione 
legis, por assim ser caracterizado por previsão legal no CPM, nos termos do art. 10. O 
critério ratione temporis também se aplica, tendo em vista que é necessário que se 
esteja em tempo de guerra. 
Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra: 
I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra; 
II - os crimes militares previstos para o tempo de paz; 
III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição 
na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente: 
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado; 
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a 
eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra 
a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo; 
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos 
neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em 
território estrangeiro, militarmente ocupado. 
 
 1.1.2. Espécies de Crimes Militares em Tempo de Guerra 
Estão previstas no art. 10, CPM. 
Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra: 
I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra; 
II - os crimes militares previstos para o tempo de paz; 
III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição 
na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente: 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado; 
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a 
eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra 
a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo; 
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos 
neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em 
território estrangeiro, militarmente ocupado. 
Os crimes militares em tempo de guerra do inciso I são os previstos no livro II 
da Parte Especial do CPM (art. 355 e seguintes), prevalecendo os critérios ratione legis 
e ratione temporis no caso. 
O inciso II trata dos crimes propriamente militares, sendo os previstos no CPM 
para tempos de paz, quando praticados em período de guerra. Exemplo: crime de 
deserção praticado em tempo de guerra. 
O inciso III dispõe acerca dos crimes impropriamente militares praticados em 
período de guerra, por ser crime praticado por qualquer agente. No caso da alínea “a”, 
é necessário, todavia, que o crime seja praticado no Brasil ou em território 
militarmente ocupado para que seja caracterizado como crime militar em tempo de 
guerra. Os critérios adotados são o ratione legis, ratione temporis e ratione loci. Já a 
alínea “b” agrega o critério ratione materiae, somado aos critérios ratione temporis e 
ratione loci sempre. 
No inciso IV têm-se crimes comuns e não militares originariamente, por não 
estarem previstos originariamente no CPM, desde que praticados em zonas de efetivas 
ações militares ou em território estrangeiro militarmente ocupado. Traz, pois, os 
critériosratione legis e temporis, bem como o ratione loci. 
O crime praticado na presença do inimigo enquadra-se no inciso IV, art. 10, 
CPM, através da combinação com o art. 25, CPM. 
Crime praticado em presença do inimigo 
Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em 
zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de 
hostilidade. 
Observa-se, por todo o exposto, que basta que o fato ocorra em zonas de 
efetivas operações militares ou na iminência/efetiva hostilidade para que o crime seja 
considerado como militar em tempo de guerra. 
 
1.1.3. Causa de Aumento de Pena para os Crimes Militares em Tempo de 
Guerra 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
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A previsão do crime como militar em tempo de guerra acarreta em penas mais 
gravosas, conforme se observa no art. 20, CPM. 
Crimes praticados em tempo de guerra 
Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, 
aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço. 
A pena será aumentada em 1/3 no caso de crimes militares praticados em 
tempo de guerra, salvo nos casos do inciso I, art.10, CPM, a fim de se evitar o bis in 
idem, tendo em vista serem especialmente definidos como crimes militares em tempo 
de guerra e já possuírem pena mais grave definida. 
 
1.2. Teoria do Crime no Direito Penal Militar1 
 
1.2.1. Crime Culposo 
O CPM possui uma definição de crime culposo muito mais detalhada do que a 
trazida pelo CP comum, que apenas menciona as formas de manifestação da culpa. 
O art. 33, II, CPM faz a transposição do que é crime culposo na esfera castrense. 
Art. 33. Diz-se o crime: 
Culpabilidade 
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou 
diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das 
circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe 
levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. 
O crime é culposo pela falta de cuidado normal (ordinário) ou especial 
(imperícia), utilizando-se padrões de comparação distintos para cada agente. Exemplo: 
o cuidado exigido de um oficial é distinto do exigido de uma praça. 
O dispositivo trata da culpa inconsciente (não previsão do resultado que podia 
prever) e da culpa consciente (prevê o resultado, mas supõe levianamente que ele não 
ocorrerá) expressamente, o que não é feito pelo CP comum. 
A culpa, no CPM, também segue o Princípio da Excepcionalidade e, 
diferentemente, do CP comum, prevê o crime de dano culposo no seu art. 266. 
 
 
1
 Os conceitos fundamentais não serão abordados, tendo em vista serem devidamente esposados em 
direito penal comum. Procurar-se-á fazer um paralelo entre os institutos do direito penal comum com os 
do direito penal militar, dando-se ênfase aos pontos em que os ramos jurídicos divergem, que é o que 
costuma ser cobrado em provas de concurso. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
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Dano em material ou aparelhamento de guerra 
Art. 262. Praticar dano em material ou aparelhamento de guerra ou de utilidade 
militar, ainda que em construção ou fabricação, ou em efeitos recolhidos a 
depósito, pertencentes ou não às forças armadas: 
Pena - reclusão, até seis anos. 
 
Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar 
Art. 263. Causar a perda, destruição, inutilização, encalhe, colisão ou alagamento 
de navio de guerra ou de navio mercante em serviço militar, ou nele causar avaria: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
1º Se resulta lesão grave, a pena correspondente é aumentada da metade; se 
resulta a morte, é aplicada em dobro. 
2º Se, para a prática do dano previsto no artigo, usou o agente de violência contra 
a pessoa, ser-lhe-á aplicada igualmente a pena a ela correspondente. 
 
Dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em estabelecimentos 
militares 
Art. 264. Praticar dano: 
I - em aeronave, hangar, depósito, pista ou instalações de campo de aviação, 
engenho de guerra motomecanizado, viatura em comboio militar, arsenal, dique, 
doca, armazém, quartel, alojamento ou em qualquer outra instalação militar; 
II - em estabelecimento militar sob regime industrial, ou centro industrial a serviço 
de construção ou fabricação militar: 
Pena - reclusão, de dois a dez anos. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nos parágrafos do artigo anterior. 
 
Desaparecimento, consunção ou extravio 
Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível, armamento, 
munição, peças de equipamento de navio ou de aeronave ou de engenho de 
guerra motomecanizado: 
Pena - reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Modalidades culposas 
Art. 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e 265 é culposo, a pena é de detenção 
de seis meses a dois anos; ou, se o agente é oficial, suspensão do exercício do 
posto de um a três anos, ou reforma; se resulta lesão corporal ou morte, aplica-se 
também a pena cominada ao crime culposo contra a pessoa, podendo ainda, se o 
agente é oficial, ser imposta a pena de reforma. 
 
Questão – DPU – 2007 
O CPM, assim como o CP, não tipifica o crime de dano culposo. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
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R: Errada, pois o CPM prevê o delito de dano culposo. 
 
1.2.2. Punição na Tentativa 
A tentativa, no direito penal militar é tratada da mesma forma que no CP 
comum, residindo a diferença apenas na sua punição. 
Adotando-se a Teoria Objetiva Temperada, pune-se a tentativa com a pena do 
crime reduzida de 1/3 a 2/3 no CP comum. Esta teoria é igualmente adotada pelo CPM 
por trazer exceções legais. No entanto, também dispõe acerca de uma exceção 
subjetiva em seu art. 30, parágrafo único. 
Pena de tentativa 
Art. 30, Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente aocrime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional 
gravidade, aplicar a pena do crime consumado. 
Isto porque, diferentemente do CP comum, o juiz pode, considerando a 
excepcional gravidade do delito, aplicar a pena de crime consumado, afastando a 
tentativa de acordo com o seu convencimento. 
 
1.2.3. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 
Ambos os casos têm a mesma disciplina prevista no CP comum. 
 
1.2.4. Arrependimento Posterior 
No CPM, o arrependimento posterior não figura como causa obrigatória de 
redução de pena, diferentemente do previsto no art. 16, CP comum. 
Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado 
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Neste caso, em uma postura defensiva, poder-se-ia argumentar a aplicação 
subsidiária do CP. Porém, o STM não aceita a aplicação do arrependimento posterior 
na esfera militar, em razão da especialidade da lei penal castrense. 
Na seara militar, a reparação do dano ou a restituição da coisa funciona como 
atenuante, desde que seja feita até o julgamento, como prevê o art. 72, III, “b”, CPM. 
Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
 Direito e Processo Penal Militar 
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Circunstância atenuantes 
III - ter o agente: 
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, 
evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado 
o dano; 
De acordo com o art. 73, CPM, a atenuante tem um limite prefixado, variando 
de 1/5 a 1/3, respeitados os limites mínimo e máximo da pena cominada, em 
consonância com o disposto na súmula 231, STJ2. 
Quantum da agravação ou atenuação 
Art. 73. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem 
mencionar o quantum , deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados 
os limites da pena cominada ao crime. 
 
STJ, Súmula 231. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à 
redução da pena abaixo do mínimo legal. 
 
Questão – DPU – 2004 
O direito penal militar contempla o arrependimento posterior como causa 
obrigatória de redução de pena. 
R: Errado, pois o arrependimento posterior não se aplica na esfera penal militar e 
a reparação do dano ou restituição da coisa funciona como atenuante. 
 
Observação1: Em alguns crimes patrimoniais, se o acusado é primário (requisito 
subjetivo) e restitui a coisa ou repara o dano voluntariamente (requisito objetivo) 
antes do início da ação penal (recebimento da denúncia), terá direito à redução de 1/5 
a 1/3. Isto é possível no caso dos delitos dos arts. 240, parágrafo 2º; 250; 253; 254, 
parágrafo único e 260, parágrafo único, todos do CPM. Importante destacar que estes 
delitos são patrimoniais sem violência ou grave ameaça. 
Furto atenuado 
Art. 240, § 1º Se o agente é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz 
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois 
terços, ou considerar a infração como disciplinar. Entende-se pequeno o valor que 
não exceda a um décimo da quantia mensal do mais alto salário mínimo do país. 
 
2
 Em provas de DPU de direito penal comum deve-se sustentar a não aplicação da súmula 231, STJ, 
possibilitando-se a fixação de pena em patamar inferior ao fixado legalmente. Este enunciado sumular 
existe em razão do CP comum, que não previu a obrigatoriedade de fixação da pena em patamar que 
respeite o limite mínimo fixado pelo tipo penal, ao serem consideradas as atenuantes. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
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§ 2º A atenuação do parágrafo anterior é igualmente aplicável no caso em que o 
criminoso, sendo primário, restitui a coisa ao seu dono ou repara o dano causado, 
antes de instaurada a ação penal. 
 
Art. 250. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§ 1º e 2º do 
art. 240. 
 
Art. 253. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§ 1º e 2º do 
art. 240. 
 
Receptação 
Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa 
proveniente de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou 
oculte: 
Pena - reclusão, até cinco anos. 
Parágrafo único. São aplicáveis os §§ 1º e 2º do art. 240. 
 
Dano atenuado 
Art. 260. Nos casos do artigo anterior, se o criminoso é primário e a coisa é de 
valor não excedente a um décimo do salário mínimo, o juiz pode atenuar a pena, 
ou considerar a infração como disciplinar. 
Parágrafo único. O benefício previsto no artigo é igualmente aplicável, se, dentro 
das condições nele estabelecidas, o criminoso repara o dano causado antes de 
instaurada a ação penal. 
Observação2: No delito de peculato há a modalidade culposa (art. 303, 
parágrafo 3º, CPM), assim como no CP comum (art. 312, parágrafo 2º, CP), sendo este 
tema muito reincidente em provas. 
Extinção ou minoração da pena 
CPM, Art. 303, § 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se 
precede a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz 
de metade a pena imposta. 
 
Peculato culposo 
CP, Art. 312, § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena 
imposta. 
No peculato culposo, a reparação do dano é causa de redução de pena pela 
metade se ocorrer após o trânsito em julgado. No entanto, se anterior a este 
 Direito e Processo Penal Militar 
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momento, extingue a punibilidade tratando-se de situaçãoexcepcionalíssima não 
aplicável ao peculato doloso, ante a ausência de previsão expressa. 
O art. 123, VI, CPM prevê os casos de extinção da punibilidade, sendo 
importante que se perceba a não inclusão dentre eles do caso de perdão judicial. 
Art. 123. Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição; 
V - pela reabilitação; 
VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º). 
 
1.2.5. Ilicitude 
As causas de exclusão da ilicitude no CPM são as mesmas previstas no CP, como 
se infere do rol exemplificativo do art. 42, CPM, mas o estado de necessidade tem 
tratamento distinto e há previsão de uma causa especial no parágrafo único. 
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento do dever legal; 
IV - em exercício regular de direito. 
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, 
aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, 
compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras 
urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a 
desordem, a rendição, a revolta ou o saque. 
Com relação ao estado de necessidade, o CPM adota a Teoria Diferenciadora 
(alemã), enquanto o CP comum adota a Teoria Unitária em seu art. 24, fixando que 
todo estado de necessidade que se preencha os requisitos do artigo mencionado é 
justificante e afasta a ilicitude, pois o legislador não pré-estabeleceu valores para os 
bens jurídicos em colisão (considera-se apenas a razoabilidade). 
Estado de necessidade 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar 
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo 
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 22/11/2011 
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Para o direito penal militar, tem-se o estado de necessidade justificante e o 
estado de necessidade exculpante pela adoção da Teoria Diferenciadora, que pré-
estabelece valores. 
No estado de necessidade justificante, o bem jurídico salvo é 
consideravelmente superior ao sacrificado pela sua natureza e pela sua importância, 
excluindo-se a ilicitude do comportamento, como se percebe da leitura do art. 43, 
CPM. 
Estado de necessidade, como excludente do crime 
Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 
preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem 
podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e 
importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era 
legalmente obrigado a arrostar o perigo. 
Já o estado de necessidade exculpante ocorre quando o bem jurídico salvo é 
de valor igual ou inferior ao sacrificado e está previsto no art. 39, CPM, sendo situação 
de inexigibilidade de conduta diversa, que afasta a culpabilidade. 
Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade 
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de 
pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra 
perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica 
direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era 
razoavelmente exigível conduta diversa. 
No caso do estado de necessidade exculpante, é cabível agir em favor de 
terceiro, desde que exista uma estreita relação de parentesco ou de afeição, não 
sendo possível que se exija conduta diversa do agente. 
Dentro da Teoria Diferenciadora, a posição dominante segue o previsto no art. 
39, CPM – o estado de necessidade é exculpante se o bem jurídico salvo tiver valor 
igual ou inferior ao sacrificado –, mas a doutrina minoritária entende que se o bem 
jurídico salvo for de valor igual ao sacrificado será estado de necessidade justificante. 
 
2º Horário 
 
Questão – DPU – 2004 
No direto castrense, o estado de necessidade pode constituir causa de exclusão 
da culpabilidade do delito. 
R: Certa. 
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1.2.5.1. Excludente de Ilicitude do Comandante 
O art. 42, parágrafo único, CPM traz situação de causa de justificação específica 
do comandante. 
Art. 42, Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de 
navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, 
compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras 
urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a 
desordem, a rendição, a revolta ou o saque. 
O comandante, no caso, tem que ser de qualquer embarcação sob comando 
militar, aeronave ou praça de guerra. Necessário, ainda, que haja situação de perigo 
(requisito do estado de necessidade) ou de grave calamidade, para que o comandante 
possa compelir seus subalternos a realizar serviços/manobras urgentes mediante 
violência, com a finalidade de salvar a unidade/ vidas ou evitar as situações previstas e 
não configurar crime. 
Esta hipótese não se confunde com o estado de necessidade nem com o estrito 
cumprimento do dever legal, sendo um misto de ambos, em que o comandante tem 
que agir ou caracterizará o crime do art. 199, CPM. 
Omissão de providências para evitar danos 
Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu alcance para 
evitar perda, destruição ou inutilização de instalações militares, navio, aeronave 
ou engenho de guerra motomecanizado em perigo: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
O art. 200, CPM dispõe acerca de crime que resulta da omissão de providências 
adequadas pelo comandante para salvar seus comandados, caso em que se aplica 
igualmente o disposto no art. 42, parágrafo único, CPM. 
Omissão de providências para salvar comandados 
Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, 
colisão, ou outro perigo semelhante, de tomar todas as providências adequadas 
para salvar os seus comandados e minorar as conseqüências do sinistro, não 
sendo o último a sair de bordo ou a deixar a aeronave ou o quartel ou sede militar 
sob seu comando: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
Outro artigo afeto ao tema é o 198, CPM.Omissão de eficiência da força 
Art. 198. Deixar o comandante de manter a força sob seu comando em estado de 
eficiência: 
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Pena - suspensão do exercício do posto, de três meses a um ano. 
O uso da violência, nestes casos, pode até gerar a morte dos subalternos, sem 
que configure crime caso preenchidos os demais requisitos. 
 
1.2.6. Consentimento do Ofendido 
No direito penal comum, o consentimento do ofendido pode ser causa de 
exclusão da tipicidade ou da ilicitude, mas no CPM, não encontra aplicação, tendo em 
vista não serem os bens jurídicos disponíveis na esfera militar. 
Necessário frisar que a ação penal na seara militar é sempre pública e, em 
regra, incondicionada. 
 
1.2.7. Excesso nas Causas de Justificação 
Assim como no direito penal comum, no direito penal militar há a punição pelo 
excesso, que ocorre quando o sujeito avalia mal a circunstância e usa força 
desnecessária (excesso intensivo) em sua reação defensiva para afastar o perigo ou vai 
além do limite da causa (excesso extensivo). 
O art. 45, CPM trata do excesso culposo, caso em que o agente responderá 
pelo delito na modalidade culposa, se esta for prevista. 
Excesso culposo 
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede 
culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a 
título de culpa. 
No entanto, o art. 45, parágrafo único, CPM traz expressamente o caso do 
excesso exculpante ou escusável, que ocorre em função de uma perturbação 
psicológica experimentada pelo sujeito no momento da agressão quando de 
perturbação do ânimo ou de surpresa, excluindo a culpabilidade. 
Excesso escusável 
Art. 45, Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável 
surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação. 
Desta forma, a emoção não exclui a imputabilidade penal, nem no direito penal 
comum, nem no direito penal castrense, mas se trata de inexigibilidade de conduta 
diversa, hipótese de não punibilidade do delito. No entanto, o CP comum não traz 
previsão expressa de excesso exculpante como o direito penal militar, sendo causa 
supralegal de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa. 
Questão – MPE/ES – Promotor de Justiça – 2010 
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O excesso culposo nas discriminantes legais tem idêntico disciplinamento no 
direito penal militar e no direito penal comum, sendo o excesso intensivo em 
qualquer caso excludente de culpabilidade do agente. 
R: Errada, pois o excesso intensivo é aquele em que a força empregada é 
excessiva e, via de regra, coincide com o excesso exculpante. No entanto, nem 
todo excesso intensivo é exculpante. 
O excesso doloso está tratado no art. 46, CPM, sendo possível a atenuação da 
pena pelo juiz nestes casos. 
Excesso doloso 
Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso 
doloso. 
Isto posto, deve-se distinguir: 
a) excesso doloso em sentido estrito: ocorre quando o sujeito tem consciência 
do excesso e quer exceder a causa de justificação, caso em que não será aplicada a 
atenuação da pena. 
b) excesso doloso por erro de direito: o erro de direito é espécie de erro de 
proibição e recai sobre interpretação da lei na esfera penal militar (art. 35, CPM). O 
agente acredita que a causa de justificação o autoriza a ir até o final, não visualizando 
o limite. O art. 46, CPM é aplicado, desta forma, a este caso do art. 35, CPM, que 
retrata hipótese de excesso extensivo. 
Erro de direito 
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o 
agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe 
lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis. 
 
1.2.8. Elementos Não Constitutivos do Crime 
O art. 47, CPM enumera os casos que deixam de ser tidos como elementos do 
crime no direito penal militar. 
Elementos não constitutivos do crime 
Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime: 
I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente; 
II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de 
quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa 
a agressão. 
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Alguns crimes atentam contra a hierarquia e o dever militar, mas se o agente 
desconhece a qualidade da vítima como sendo seu superior ou inferior, não responde 
pelo crime propriamente militar. 
Exemplo: se um subordinado agride um superior, responde pelo art. 157, CPM 
apenas se conhecia a qualidade da vítima, ou responderá pelo delito do art. 209, CPM. 
Violência contra superior 
Art. 157. Praticar violência contra superior: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
 
Lesão leve 
Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
O inciso II, art. 47, CPM só tem aplicação no caso de excesso de legítima defesa, 
não respondendo o agente pela elementar do crime praticado contra o 
superior/inferior, mas apenas pelo excesso. 
 
1.2.9. Culpabilidade 
No direito penal comum, há duas correntes na teoria finalista, sendo que a 
primeira sustenta a concepção bipartite, enquanto a majoritária sustenta a concepção 
tripartite: crime como fato típico, ilícito e culpável. 
Dentro da Teoria Finalista, a culpabilidade tem três elementos, abaixo 
apontados. 
 
1.2.9.1. Imputabilidade 
Há três situações que excluem a imputabilidade, quais sejam: 
a) alienação mental: neste caso, não há qualquer diferença com o preceituado 
para o direito penal comum. 
b) menoridade: os arts. 50 a 52, CPM, naquilo que forem contrários à CRFB/88, 
não foram recepcionados. 
Menores 
CPM, Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável,salvo se, já tendo 
completado dezesseis anos, revela suficiente desenvolvimento psíquico para 
entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acôrdo com êste 
entendimento. Neste caso, a pena aplicável é diminuída de um têrço até a 
metade. 
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A primeira parte do art. 50, CPM foi recepcionada, o que não ocorre com a sua 
segunda parte, visto que o menor de 18 anos é inimputável inclusive na esfera penal 
militar e deve ser aplicado o ECA ao delito por ele praticado, conforme prevê o art. 
228, CRFB. 
CRFB, Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos 
às normas da legislação especial. 
 
Equiparação a maiores 
CPM, Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não tenham 
atingido essa idade: 
a) os militares; 
b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, dispensados 
temporàriamente desta, deixam de se apresentar, decorrido o prazo de 
licenciamento; 
c) os alunos de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direção e 
disciplina militares, que já tenham completado dezessete anos. 
 Como se percebe, o art. 51, CPM não foi recepcionado pela CRFB/88. 
CPM, Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito e 
maiores de dezesseis inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas, curativas 
ou disciplinares determinadas em legislação especial. 
O art. 52, CPM deve ser lido da mesma forma que o art. 27, CP, devendo-se 
submeter os menores de 18 anos às disposições do ECA. 
Menores de dezoito anos 
CP, Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, 
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Concluindo-se, em hipótese alguma, menores de 18 anos serão processados e 
julgados pela Justiça Penal Militar. 
c) embriaguez involuntária completa: está prevista no art. 49, CPM e trata-se 
da embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, em que o sujeito não tinha 
como saber da condição intoxicante da substância e fica embriagado. 
Embriaguez 
Art. 49. Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez completa 
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da 
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente por 
embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo 
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da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter criminoso do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 Força maior, no direito penal, é ação humana e se a embriaguez advier desta 
causa e for completa, praticando o sujeito delito, não haverá culpabilidade por o 
agente ser inimputável. 
Importante destacar o reflexo da embriaguez voluntária ou culposa na esfera 
castrense. No caso da embriaguez voluntária, o agente quer se embriagar, enquanto 
na culposa, não quer, mas se embriaga por falta de cuidado. 
A embriaguez voluntária pode ser preordenada, que é aquela em que o agente 
se embriaga para praticar algum crime, havendo dolo na embriaguez e no crime, o que 
gera uma agravante no direito penal comum. 
O CPM, no entanto, prevê uma agravante da embriaguez voluntária ou 
culposa genericamente no art. 70, II, “c”, não se referindo exclusivamente aos casos 
de embriaguez preordenada. 
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes 
ou qualificativas do crime: 
II - ter o agente cometido o crime: 
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano 
ou força maior; 
 Todavia, deve-se atentar ao disposto no art. 70, parágrafo único, CPM, que fixa 
que o civil só tem agravada a pena se a embriaguez for preordenada, sendo certo que 
todas as hipóteses de embriaguez agravam a pena para o militar. 
Art. 70, Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso de 
embriaguez preordenada, l , m e o , só agravam o crime quando praticado por 
militar.

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