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Resumo Direito e Processo Penal Militar - 08

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Direito e Processo Penal Militar 
Data: 08/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 
www.enfasepraetorium.com.br 
 
 
Assuntos tratados: 
1º Horário. 
 Persecução Penal / Ação Penal/ Competência / Conexão e Continência / 
Desaforamento / Questões Prejudiciais / Medidas Cautelares no Processo Penal 
Militar / Busca Domiciliar / Medidas Pessoais / Prisão Cautelar / Prisão em 
Flagrante / Prisão Preventiva 
2º Horário. 
 Menagem / Liberdade Provisória / Procedimentos / Citação e Intimação / 
Revelia 
 
1º Horário 
 
1. Persecução Penal 
 
1.1. Ação Penal 
 
1.1.1. Competência 
 
1.1.1.1. Conexão e Continência 
As regras procedimentais de conexão e continência são as mesmas do processo 
penal comum, sendo o feito reunido perante o mesmo juízo para que se evitem 
decisões contraditórias e haja celeridade processual. 
Todavia, há situações em que os processos não serão reunidos, mesmo quando 
conexos ou havendo continência. Haverá separação dos julgamentos, que pode ser: 
a) obrigatória (art. 105, CPPM): há duas situações que provocam a separação 
obrigatória dos processos e do julgamento. 
Separação de julgamento 
Art 105. Separar-se-ão somente os julgamentos: 
a) se, de vários acusados, algum estiver foragido e não puder ser julgado à revelia; 
b) se os defensores de dois ou mais acusados não acordarem na suspeição de juiz 
de Conselho de Justiça, superveniente para compô-lo, por ocasião do julgamento. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 08/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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A primeira é quando houver ausência de um dos réus, que não pode ser julgado 
à revelia, como acontece, por exemplo, no caso de deserção da praça. Relembrando-se 
que o art. 366, CPP não se aplica na seara penal militar. 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo 
o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se 
for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008) 
A segunda hipótese é aquele em que os defensores discordem da suspeição de 
juiz supervenientemente convocado de Conselho de Justiça (julga oficiais). Importante 
frisar que não há violação ao Princípio do Juiz Natural no caso, visto que os juízes 
convocados já constam de lista previamente elaborada. 
b) facultativa (art. 106, CPPM): são as mesmas hipóteses encontradas na lei 
penal processual comum. 
Separação de processos 
Art 106. O juiz poderá separar os processos: 
a) quando as infrações houverem sido praticadas em situações de tempo e lugar 
diferentes; 
b) quando for excessivo o número de acusados, para não lhes prolongar a prisão; 
c) quando ocorrer qualquer outro motivo que ele próprio repute relevante. 
A alínea “c”, art. 106, CPPM dá liberdade ao juiz de, por sua conveniência, fazer 
a separação dos processos. Neste caso, haverá recurso de ofício, que nada mais é que 
uma remessa necessária ao STM, feita pelo juiz, por determinação do art. 106, 
parágrafo 1º, CPPM. 
Recurso de ofício 
Art. 106, 1º Da decisão de auditor ou de Conselho de Justiça em qualquer desses 
casos, haverá recurso de ofício para o Superior Tribunal Militar. 
O recurso de ofício subirá em traslado sem efeito suspensivo, com as cópias das 
peças, prosseguindo-se a ação penal em todos os seus termos. 
Art. 106, 2º O recurso a que se refere o parágrafo anterior subirá em traslado com 
as cópias autênticas das peças necessárias, e não terá efeito suspensivo, 
prosseguindo-se a ação penal em todos os seus termos. 
Caso o STM não aprove a separação, os processos deverão correr em conexão. 
Questão – DPU – 2004 
A conexão de crimes determina a unidade de julgamento; o juiz, porém, poderá 
separar os processos quando ocorrer motivo que entenda relevante, cabendo 
recurso de ofício para o Superior Tribunal Militar (STM), sem efeito suspensivo. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 08/12/2011 
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R: Certo. 
Apesar de a lei não mencionar, no caso de doença superveniente, verificada a 
incapacidade mental do réu, o processo será suspenso com relação a ele e continuará 
correndo com relação aos demais, assim como ocorre no processo penal comum. 
 
1.1.1.2. Desaforamento 
O art. 109, CPPM trata do tema. 
Caso de desaforamento 
Art. 109. O desaforamento do processo poderá ocorrer: 
a) no interesse da ordem pública, da Justiça ou da disciplina militar; 
b) em benefício da segurança pessoal do acusado; 
c) pela impossibilidade de se constituir o Conselho de Justiça ou quando a 
dificuldade de constituí-lo ou mantê-lo retarde demasiadamente o curso do 
processo. 
Há três motivos para que seja feito o desaforamento, enumerados nas alíneas 
do art. 109, CPPM. 
O interesse da disciplina militar merece ser destacado, por ser hipótese 
diferenciada da Justiça Comum. 
A alínea “c” trata dos casos em que haja impossibilidade de constituição do 
Conselho de Justiça, ante a ausência de oficiais em determinada localidade para a 
composição, cabendo o desaforamento. O mesmo na dificuldade de mantê-lo. 
A competência para decidir sobre o desaforamento é do STM, estando os 
legitimados para o pedido arrolados nas alíneas do parágrafo 1º, art. 109, CPPM (onde 
se lê “ministros”, leia-se “comandantes”). 
Competência do Superior Tribunal Militar 
Art. 109, 1º O pedido de desaforamento poderá ser feito ao Superior Tribunal 
Militar: 
Autoridades que podem pedir 
a) pelos Ministros da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica; 
b) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, ou 
autoridades que lhe forem superiores, conforme a respectiva jurisdição; 
c) pelos Conselhos de Justiça ou pelo auditor; 
d) mediante representação do Ministério Público ou do acusado. 
Observa-se que o próprio Conselho de Justiça ou o juiz auditor podem requerer 
o desaforamento, além dos comandantes, dos comandantes regionais, do MP e do réu.Direito e Processo Penal Militar 
Data: 08/12/2011 
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Em qualquer hipótese, o pedido de desaforamento deve ser fundamentado nas 
hipóteses legais previstas. 
Justificação do pedido e audiência do procurador-geral 
Art. 109, 2º Em qualquer dos casos, o pedido deverá ser justificado e sobre ele 
ouvido o procurador-geral, se não provier de representação deste. 
Nos casos em que o MP ou o réu fizer o requerimento do desaforamento, o 
juiz, antes de ouvir o Procurador-Geral, poderá ouvir os comandantes. 
Audiência a autoridades 
Art. 109, 3º Nos casos das alíneas c e d, o Superior Tribunal Militar, antes da 
audiência ao procurador-geral ou a pedido deste, poderá ouvir autoridades a que 
se refere a alínea b . 
Deferido o desaforamento, o STM decidirá para qual auditoria deverá ser 
remetido o processo. 
Auditoria onde correrá o processo 
Art. 109, 4º Se deferir o pedido, o Superior Tribunal Militar designará a Auditoria 
onde deva ter curso o processo. 
É possível que se renove o pedido de desaforamento se denegado pelo STM, 
desde que fundamentado em motivo superveniente diverso (art. 110, CPPM). 
Renovação do pedido 
Art. 110. O pedido de desaforamento, embora denegado, poderá ser renovado se 
o justificar motivo superveniente. 
 
Questão – DPU – 2004 
Quando a manutenção da disciplina militar assim o exigir, o comandante da 
Região Militar será parte legítima para pedir ao STM o desaforamento de 
processo em curso na 1ª instância da justiça militar. 
R: Certo. 
 
1.1.2. Questões Prejudiciais 
A regra é a independência das esferas jurídicas, mas há situações em que há 
questões prejudiciais que, se obrigatórias, determinam a suspensão do processo penal 
militar. 
A questão é tratada a partir do art. 122, CPPM e o art. 123, CPPM traz uma 
questão prejudicial obrigatória e heterogênea, caso em que o juiz deverá realizar os 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 08/12/2011 
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atos independentes da referida questão, suspendendo o processo até que advenha a 
decisão do juízo cível. 
Decisão prejudicial 
Art. 122. Sempre que o julgamento da questão de mérito depender de decisão 
anterior de questão de direito material, a segunda será prejudicial da primeira. 
 
Estado civil da pessoa 
Art. 123. Se a questão prejudicial versar sobre estado civil de pessoa envolvida no 
processo, o juiz: 
a) decidirá se a arguição é séria e se está fundada em lei; 
Alegação irrelevante 
b) se entender que a alegação é irrelevante ou que não tem fundamento legal, 
prosseguirá no feito; 
Alegação séria e fundada 
c) se reputar a alegação séria e fundada, colherá as provas inadiáveis e, em 
seguida, suspenderá o processo, até que, no juízo cível, seja a questão prejudicial 
dirimida por sentença transitada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da 
inquirição de testemunhas e de outras provas que independam da solução no 
outro juízo. 
Exemplo: O sujeito se apresenta para o alistamento e torna-se insubmisso após 
ser selecionado e não comparecer, alegando que não tinha idade suficiente para servir, 
por ter apresentado documento falso no alistamento. Trata-se de questão prejudicial 
obrigatória, porque se o sujeito não tem idade para prestar o serviço militar, não pode 
ser insubmisso, dependendo, a decisão na esfera militar, daquela que será tomada na 
seara cível, por envolver estado de pessoas. 
Questão – DPU – 2010 
Considere que, em processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha 
alegado não possuir idade para o serviço militar, pois o seu registro de 
nascimento é ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida 
deverá ser decidida no próprio processo porquanto está ligada ao mérito da 
causa. 
R: Errado, pois questão prejudicial obrigatória heterogênea determina a 
suspensão do processo, a fim de que se aguarde a decisão do juízo cível. 
O art. 124, CPPM traz, em sentido diverso, as questões prejudiciais facultativas, 
em que fica a cargo do juiz auditor decidir acerca da suspensão do processo. 
Suspensão do processo. Condições 
Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução, pelo juízo cível, 
de questão prejudicial que se não relacione com o estado civil das pessoas, desde 
que: 
 Direito e Processo Penal Militar 
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a) tenha sido proposta ação civil para dirimi-la; 
b) seja ela de difícil solução; 
c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei civil limite. 
Prazo da suspensão 
Parágrafo único. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser 
razoàvelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o 
prazo sem que o juiz do cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará 
prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver de fato e de 
direito toda a matéria da acusação ou da defesa. 
Nestes casos, será marcado prazo para a suspensão perdurar, após o qual o 
julgamento prosseguirá, decidindo-se a questão prejudicial nos próprios autos do 
processo penal militar. 
 
1.1.3. Medidas Cautelares no Processo Penal Militar 
 
1.1.3.1. Busca Domiciliar 
Ordem da busca 
Art 176. A busca domiciliar poderá ordenada pelo juiz, de ofício ou a requerimento 
das partes, ou determinada pela autoridade policial militar. 
Parágrafo único. O representante do Ministério Público, quando assessor no 
inquérito, ou deste tomar conhecimento, poderá solicitar do seu encarregado, a 
realização da busca. 
A busca e apreensão pode ser determinada pelo juiz ou a requerimento das 
partes, do MP ou da autoridade policial. 
A última parte do art. 176, CPPM dispõe que a autoridade policial pode 
determinar a busca e apreensão, não tendo sido recepcionada pela CRFB/88, à luz do 
art. 5º, XI, por ser matéria de reserva de jurisdição. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
Entretanto, se houver situação de flagrante, é possível que a autoridade policial 
militar determine o ingresso na casa do indivíduo, sem que haja autorização judicial 
para tal. 
 Direito e Processo Penal Militar 
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O art. 177, CPPM deve ser lido de forma que a busca e apreensão sempre 
deverá ser precedida de mandado de busca domiciliar, salvo nas hipóteses permitidas 
pelo art. 5º, XI, CRFB. 
Precedência de mandado 
Art. 177. Deverá ser precedida de mandado a busca domiciliar que não for 
realizada pela própria autoridade judiciária ou pela autoridade que presidir o 
inquérito. 
 
1.1.3.2. Medidas Pessoais 
 
1.1.3.2.1. Prisão Cautelar 
Assim como na esfera comum, há duas modalidades de prisão na órbita penal 
militar, quais sejam, a cautelar e a pena. 
A prisão cautelar pelo art. 5º, LXI, CRFB prevê a possibilidade de infração militar 
administrativa ensejar prisão administrativa, bem como de prisão cautelar em fase de 
inquérito. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
A maioria da doutrina entende que a prisão administrativa aplica-se 
exclusivamente aos militares, como apontado na aula anterior. 
A prisão temporária (Lei 7.960/89) não se aplica à esfera castrense, tendo em 
vista haver a previsão de prisão determinada por autoridade militar na fase do 
inquérito, como previsto no art. 18, CPPM. 
Detenção de indiciado 
Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, 
durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à 
autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais 
vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante 
solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. 
Prisão preventiva e menagem. Solicitação 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 08/12/2011 
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Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito solicitará, 
dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decretação da 
prisão preventiva ou de menagem, do indiciado. 
 
1.1.3.2.2. Prisão em Flagrante 
Pode ser realizada por qualquer militar no momento da captura. Exemplo: Um 
soldado pode prender um tenente em flagrante. 
Entretanto, a condução e a lavratura do flagrante devem ser realizadas por 
militar obedecendo-se a hierarquia, segundo o previsto no art. 223, CPPM, apesar de 
este tratar da prisão de militar mediante mandado ou por ordem de autoridade 
militar. 
Prisão de militar 
Art. 223. A prisão de militar deverá ser feita por outro militar de posto ou 
graduação superior; ou, se igual, mais antigo. 
O art. 243, CPPM é um dos mais polêmicos sobre o tema. 
Pessoas que efetuam prisão em flagrante 
Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for 
insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito. 
No caso de insubmissão, deve-se fazer remissão ao art. 464, parágrafo 3º, 
CPPM, enquanto que no de deserção, deve-se remeter aos arts. 452 e 453, CPPM. Nos 
outros casos de flagrante, deve-se fazer remissão ao art. 244, CPPM. 
Art. 464, § 3º O insubmisso que não for julgado no prazo de sessenta dias, a 
contar do dia de sua apresentação voluntária ou captura, sem que para isso tenha 
dado causa, será posto em liberdade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.236, de 
20.9.1991) 
Quando o insubmisso for capturado, ficará em menagem por, no máximo, 60 
dias. Ultrapassado este prazo, deverá ser posto em liberdade. O art. 463, parágrafo 1º, 
CPPM fixa que não haverá IPM, mas uma instrução provisória de insubmissão (IPI), que 
faz às vezes daquele e autoriza a captura. 
Arquivamento do termo 
Art. 463, § 1º O termo, juntamente com os demais documentos relativos à 
insubmissão, tem o caráter de instrução provisória, destina-se a fornecer os 
elementos necessários à propositura da ação penal e é o instrumento legal 
autorizador da captura do insubmisso, para efeito da incorporação. (Redação 
dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991) 
 Direito e Processo Penal Militar 
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A autorização da prisão neste caso é independente de o crime ser considerado 
permanente ou instantâneo de efeitos permanentes. 
Quando o insubmisso é capturado deverá ser feito exame de saúde, a fim de 
que se verifique se o sujeito é capaz para ser incorporado e, se não for, não 
responderá pela insubmissão. 
No caso da deserção, tem-se a instrução provisória de deserção (IPD), que 
autoriza a prisão do desertor, assim como o IPI do insubmisso. 
Efeitos do termo de deserção 
Art. 452. O termo de deserção tem o caráter de instrução provisória e destina-se a 
fornecer os elementos necessários à propositura da ação penal, sujeitando, desde 
logo, o desertor à prisão. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991) 
Art. 453. O desertor que não for julgado dentro de sessenta dias, a contar do dia 
de sua apresentação voluntária ou captura, será posto em liberdade, salvo se tiver 
dado causa ao retardamento do processo. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 
20.9.1991) 
O desertor que não for julgado dentro de 60 dias será posto em liberdade, 
devendo-se atentar para a súmula 10, STM. 
STM, Súmula nº 10. Não se concede liberdadeprovisória a preso por deserção 
antes de decorrido o prazo previsto no art. 453 do CPPM. 
Desta forma, o desertor ficará preso obrigatoriamente por 60 dias, prazo em 
que o processo deve ser finalizado. No entanto, em sede de provas de DPU, deve-se 
alegar que a manutenção da custódia cautelar só é possível se presentes os requisitos 
que autorizam a preventiva, apesar de o STF não ter mitigado muito o entendimento. 
Nos demais crimes, em caso de flagrante, deve-se observar o art. 244, CPPM. 
Sujeição a flagrante delito 
Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquele que: 
a) está cometendo o crime; 
b) acaba de cometê-lo; 
c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar ser ele o 
seu autor; 
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis que 
façam presumir a sua participação no fato delituoso. 
Infração permanente 
Parágrafo único. Nas infrações permanentes, considera-se o agente em flagrante 
delito enquanto não cessar a permanência. 
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Ainda com relação ao flagrante, o art. 251, CPPM trata da comunicação do 
flagrante, devendo a remessa do auto de prisão em flagrante (APF) ser imediata1. 
Remessa do auto de flagrante ao juiz 
Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz 
competente, se não tiver sido lavrado por autoridade judiciária; e, no máximo, 
dentro em cinco dias, se depender de diligência prevista no art. 246. 
Passagem do preso à disposição do juiz 
Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o preso passará 
imediatamente à disposição da autoridade judiciária competente para conhecer 
do processo. 
Note-se que, havendo exame de corpo de delito, o flagrante será encaminhado 
em 5 dias. 
Recolhimento a prisão. Diligências 
Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas contra a pessoa 
conduzida, a autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se, 
imediatamente, se for o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apreensão 
dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência necessária ao seu 
esclarecimento. 
Já a nota de culpa deve ser entregue ao preso em 24 horas, pelo art. 247, 
CPPM. 
Nota de culpa 
Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao preso nota 
de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e 
os das testemunhas. 
Recibo da nota de culpa 
1º Da nota de culpa o preso passará recibo que será assinado por duas 
testemunhas, quando ele não souber, não puder ou não quiser assinar. 
Relaxamento da prisão 
2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar ou 
judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não 
participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de infração 
penal comum, remeterá o preso à autoridade civil competente. 
Após receber o APF, o art. 253, CPPM estabelece as situações que devem ser 
verificadas pelo juiz auditor, que autorizam a liberdade provisória. O STM e a doutrina 
entendem que, além das situações do art. 253, CPPM, se não estiverem presentes os 
pressupostos da prisão preventiva, o juiz tem que conceder a liberdade provisória. 
 
1
 No CPP comum, a remessa deve ser no prazo de 24 horas, apesar de a comunicação dever ser 
imediata. 
 Direito e Processo Penal Militar 
Data: 08/12/2011 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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Concessão de liberdade provisória 
Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente 
praticou o fato nas condições dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e 
dos arts. 39 e 42, do Código Penal Militar, poderá conceder ao indiciado liberdade 
provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob 
pena de revogar a concessão. 
Cabe ressaltar que não existe fiança no direito processual penal militar em 
nenhuma hipótese. 
 
1.1.3.2.3. Prisão Preventiva 
É tratada no art. 254 e seguintes, CPPM. 
Competência e requisitos para a decretação 
Art. 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo Conselho de 
Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante 
representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar, em 
qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes: 
a) prova do fato delituoso; 
b) indícios suficientes de autoria. 
No Superior Tribunal Militar 
Parágrafo único. Durante a instrução de processo originário do Superior Tribunal 
Militar, a decretação compete ao relator. 
Poderá ser decretada pelo juiz ou pelo Conselho de Justiça na fase do inquérito, 
caso em que não pode ser decretada de ofício, ou na fase processual. 
Observa-se que, para a decretação da prisão preventiva, é necessário que haja 
fumus comissi delicti, ou seja, prova da existência do crime e indícios de autoria. 
Ademais, deve haver periculum libertatis, que é a demonstração da necessidade da 
custódia cautelar, existente nos casos previstos pelo art. 255, CPPM. 
Casos de decretação 
Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, deverá 
fundar-se em um dos seguintes casos: 
a) garantia da ordem pública; 
b) conveniência da instrução criminal; 
c) periculosidade do indiciado ou acusado; 
d) segurança da aplicação da lei penal militar; 
e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina 
militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado 
ou acusado. 
Desta forma, a necessidade da custódia cautelar se dá: 
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Data: 08/12/2011 
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a) para garantia da ordem pública; ou 
b) por conveniência da instrução; ou 
c) para garantia da segurança da aplicação da lei penal; ou 
d) pela periculosidade do indiciado ou acusado: para alguns doutrinadores 
confunde-secom a garantia da ordem pública. 
e) por exigência da disciplina e da hierarquia: aqui, o fato relaciona-se à ordem 
interna militar. 
 
2º Horário 
 
Observação: A Lei 12.403/11 promoveu uma reforma no CPP, alterando alguns 
critérios radicalmente para a prisão preventiva, além de criar algumas medidas 
cautelares no processo penal comum. A princípio, os critérios desta reforma não se 
aplicam à esfera militar, nem as medidas cautelares que sejam contrárias à índole do 
processo penal militar. 
O art. 257, CPPM estabelece que a prisão preventiva não deverá ser aplicada 
caso não esteja presente o periculum libertatis, reforçando o antagonismo com relação 
à decretação da preventiva e a concessão da liberdade. 
Desnecessidade da prisão 
Art. 257. O juiz deixará de decretar a prisão preventiva, quando, por qualquer 
circunstância evidente dos autos, ou pela profissão, condições de vida ou interesse 
do indiciado ou acusado, presumir que este não fuja, nem exerça influência em 
testemunha ou perito, nem impeça ou perturbe, de qualquer modo, a ação da 
justiça. 
Na sequência, o art. 258, CPPM dispõe que havendo erro de direito, coação 
moral irresistível, estrita obediência hierárquica, excesso exculpante e excludentes de 
ilicitude a prisão preventiva jamais será decretada. Igualmente, não sendo cominada 
pena privativa de liberdade, não é possível a decretação da preventiva. 
Proibição 
Art. 258. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar, 
pelas provas constantes dos autos, ter o agente praticado o fato nas condições 
dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código 
Penal Militar. 
 
 
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1.1.3.2.4. Menagem 
Trata-se de medida cautelar que evita o encarceramento provisório do 
acusado, substituindo a prisão cautelar. 
A menagem, de acordo com o art. 264, CPPM, pode ser: 
a) menagem “liberdade”: equivale a uma liberdade provisória com 
compromisso e pode ser concedida ao militar e ao civil. Para o militar o CPPM chama 
esta menagem de “em residência” e, para o civil, chama de “em cidade”. 
A menagem “em residência” será concedida no local em que o militar residia ou 
na sede do juízo. Já a menagem “em cidade” é concedida na localidade da sede do 
juízo. 
b) menagem “prisão”: é uma restrição da liberdade, que pode ser “em 
quartel/navio” ou “em lugar sujeito à administração militar”, aplicável exclusivamente 
ao militar. 
Lugar da menagem 
Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no lugar em que residia quando 
ocorreu o crime ou seja sede do juízo que o estiver apurando, ou, atendido o seu 
posto ou graduação, em quartel, navio, acampamento, ou em estabelecimento ou 
sede de órgão militar. A menagem a civil será no lugar da sede do juízo, ou em 
lugar sujeito à administração militar, se assim o entender necessário a autoridade 
que a conceder. 
Observa-se que a parte relacionada à menagem “prisão em lugar sujeito à 
administração militar” não possui aplicabilidade com relação ao civil. 
O art. 263, CPPM estabelece os requisitos para a aplicação da menagem, que só 
pode ser concedida por medida judicial em hipóteses em que a pena máxima do delito 
seja igual ou superior a 4 anos (critério objetivo). 
Competência e requisitos para a concessão 
Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo máximo da 
pena privativa da liberdade não exceda a quatro anos, tendo-se, porém, em 
atenção a natureza do crime e os antecedentes do acusado. 
Além do critério objetivo, deve-se considerar a natureza do crime e os 
antecedentes do acusado (critério subjetivo). 
Com relação à natureza do crime, não cabe menagem na deserção para o STM. 
Já o insubmisso terá o quartel por menagem, independente de decisão judicial, pelo 
art. 266, CPPM. 
Menagem do insubmisso 
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Data: 08/12/2011 
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Art. 266. O insubmisso terá o quartel por menagem, independentemente de 
decisão judicial, podendo, entretanto, ser cassada pela autoridade militar, por 
conveniência de disciplina. 
De acordo com o art. 269, CPPM, o reincidente não terá direito à concessão de 
menagem. 
Reincidência 
Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem. 
Importante destacar que a menagem pode ser denegada em prol do interesse 
da justiça, da disciplina e da ordem pública. 
O MPM deve ser ouvido antes de o juiz proferir a decisão sobre a concessão ou 
denegação da menagem, oferecendo parecer em 3 dias (art. 264, CPPM). 
Audiência do Ministério Público 
Art. 264, 1º O Ministério Público será ouvido, prèviamente, sobre a concessão da 
menagem, devendo emitir parecer dentro do prazo de três dias. 
 
Questão – DPU – 2010 
Em caso de concessão de menagem a militar da reserva ou reformado, o 
cumprimento deverá ocorrer no interior do estabelecimento castrense 
coincidente com a sede do juízo de apuração do crime, devendo o militar ficar 
subordinado às normas de caráter geral d caserna e sendo vedado seu 
afastamento dos limites do estabelecimento militar. 
R: Errado, pois o militar da reserva é civil e não se aplica a ele menagem em 
quartel. 
Ainda com relação ao art. 264, CPPM, seu parágrafo 2º fixa a necessidade de se 
pedir informação à autoridade responsável pelo comando para a concessão de 
menagem. 
Pedido de informação 
Art. 264, 2º Para a menagem em lugar sujeito à administração militar, será pedida 
informação, a respeito da sua conveniência, à autoridade responsável pelo 
respectivo comando ou direção. 
Um tema de grande importância é a cassação da menagem, que ocorre pelo 
descumprimento por se retirar o sujeito do local ou por não comparecer ao ato 
judicial, em regra (art. 265, CPPM). 
Cassação da menagem 
Art. 265. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para o qual foi 
ela concedida, ou faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial para que 
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tenha sido intimado ou a que deva comparecer independentemente de intimação 
especial. 
Todavia, a menagem ao insubmisso pode ser cassada pela autoridade militar 
por conveniência da disciplina, em um caso excepcional. 
A cassação da menagem irá provocar a prisão, a bem da disciplina, pela 
autoridade militar, comunicando-se ao juiz para que decrete a prisão preventiva. 
A cassação da menagem não deve ser confundida com sua cessação (art. 267, 
CPPM), que é a perda de efeitos com a sentença condenatória, na qual a prisão será 
decretada (preventiva) ou se permitirá que o réu recorra em liberdade. 
Cessação da menagem 
Art. 267. A menagem cessa com a sentença condenatória, ainda que não tenha 
passado em julgado. 
Parágrafo único. Salvo o caso do artigo anterior, o juiz poderá ordenar a cessação 
da menagem, em qualquer tempo, com a liberação das obrigações dela 
decorrentes, desde que não a julgue mais necessária ao interesse da Justiça. 
À exceção do insubmisso, que fica em menagem por 60 dias obrigatoriamente, 
é possível que se ordene a cessação da menagem a qualquer tempo, desde que não 
seja mais interessante à justiça, ou seja, os pressupostos que ensejaram a sua 
decretação cessaram. 
Por fim, deve-se observar que a menagem em liberdade não é computada para 
efeito de detração, como prevê o art. 268, CPPM. Por conseguinte, a menagem pena é 
computada para os fins dispostos, principalmente com relação ao crime de 
insubmissão que possui pena de impedimento. 
Contagem para a pena 
Art. 268. A menagem concedida em residência ou cidade não será levada em 
conta no cumprimento da pena. 
 
1.1.3.2.5. Liberdade Provisória 
O art. 270, caput, CPPM fixa que caso de o réu livrar-se solto, significando 
liberdade obrigatória, enquanto o parágrafo único dispõe acerca da liberdade 
facultativa/permitida. 
Casos de liberdade provisória 
Art. 270. O indiciado ou acusado livrar-se-á solto no caso de infração a que não for 
cominada pena privativa de liberdade. 
Parágrafo único. Poderá livrar-se solto: 
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a) no caso de infração culposa, salvo se compreendida entre as previstas no Livro I, 
Título I, da Parte Especial, do Código Penal Militar; 
b) no caso de infração punida com pena de detenção não superior a dois anos, 
salvo as previstas nos arts. 157, 160, 161, 162, 163, 164, 166, 173, 176, 177, 178, 
187, 192, 235, 299 e 302, do Código Penal Militar. 
Nos crimes culposos em geral não cabe prisão preventiva, autorizando a 
liberdade provisória, o que se aplica para o civil, pois vedada a prisão preventiva deste 
e possível a substituição por pena restritiva de direitos ao cumprir pena na Justiça 
Comum pela LEP. Entretanto, com relação ao militar nos crimes culposos contra a 
segurança externa do país (art. 144, parágrafo 3º e 145, parágrafo 2º, ambos do CPM), 
não se concede liberdade provisória. 
Art. 144. Revelar notícia, informação ou documento, cujo sigilo seja de interesse 
da segurança externa do Brasil: 
Pena - reclusão, de três a oito anos. 
Modalidade culposa 
3º Se a revelação é culposa: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até quatro anos, 
nos casos dos §§ 1° e 2. 
 
Turbação de objeto ou documento 
Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que 
temporàriamente, objeto ou documento concernente à segurança externa do 
Brasil: 
Pena - reclusão, de três a oito anos. 
Modalidade culposa 
2º Contribuir culposamente para o fato: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Questão – TJ/TO – 2007 
A superveniência de exigência da manutenção das normas ou princípios de 
hierarquia e disciplinas militares pode determinar a suspensão da liberdade 
provisória, por despacho da autoridade que a concedeu, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público. 
R: Certo, conforme art. 271, CPPM. 
 
Suspensão 
Art. 271. A superveniência de qualquer dos motivos referidos no art. 255 poderá 
determinar a suspensão da liberdade provisória, por despacho da autoridade que 
a concedeu, de ofício ou a requerimento do Ministério Público. 
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1.1.4. Procedimentos 
 
1.1.4.1. Citação e Intimação 
A regra geral encontra-se disposta no art. 293, CPPM. 
Citação inicial do acusado 
Art. 293. A citação feita no início do processo é pessoal, bastando, para os demais 
termos, a intimação ou notificação do seu defensor, salvo se o acusado estiver 
preso, caso em que será, da mesma forma, intimado ou notificado. 
Citação é o ato pelo qual se dá conhecimento a uma pessoa de que existe uma 
ação contra ela e de que a denúncia foi recebida, sendo, em regra, pessoal. 
Já as notificações e intimações serão todas feitas na pessoa do defensor 
constituído, salvo no caso de acusado preso, que será sempre notificado/intimado 
pessoalmente. 
Mister destacar que, diferentemente da esfera comum, é cabível a 
intimação/notificação por meio de carta em consonância com o art. 288, parágrafo 1º, 
CPPM. 
Residente fora da sede do juízo 
Art. 288, 1º A intimação ou notificação a pessoa que residir fora da sede do juízo 
poderá ser feita por carta ou telegrama, com assinatura da autoridade judiciária. 
As formas de citação estão previstas no art. 277, CPPM. 
Formas de citação 
Art. 277. A citação far-se-á por oficial de justiça: 
I — mediante mandado, quando o acusado estiver servindo ou residindo na sede 
do juízo em que se promove a ação penal; 
II — mediante precatória, quando o acusado estiver servindo ou residindo fora 
dessa sede, mas no País; 
III — mediante requisição, nos casos dos arts. 280 e 282; 
IV — pelo correio, mediante expedição de carta; 
V — por edital: 
a) quando o acusado se ocultar ou opuser obstáculo para não ser citado; 
b) quando estiver asilado em lugar que goze de extraterritorialidade de país 
estrangeiro; 
c) quando não for encontrado; 
d) quando estiver em lugar incerto ou não sabido; 
e) quando incerta a pessoa que tiver de ser citada. 
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Data: 08/12/2011 
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Parágrafo único. Nos casos das letras a, c e d , o oficial de justiça, depois de 
procurar o acusado por duas vezes, em dias diferentes, certificará, cada vez, a 
impossibilidade da citação pessoal e o motivo. No caso da letra b , o oficial de 
justiça certificará qual o lugar em que o acusado está asilado. 
A citação dar-se-á por requisição nos casos do art. 280 e do art. 282, ambos do 
CPPM, quando da citação a militar e a preso. 
Citação a militar 
Art. 280. A citação a militar em situação de atividade ou a assemelhado far-se-á 
mediante requisição à autoridade sob cujo comando ou chefia estiver, a fim de 
que o citando se apresente para ouvir a leitura do mandado e receber a contrafé. 
 
Citação a preso 
Art. 282. A citação de acusado preso por ordem de outro juízo ou por motivo de 
outro processo, far-se-á nos termos do art. 279, requisitando-se, por ofício, a 
apresentação do citando ao oficial de justiça, no recinto da prisão, para o 
cumprimento do mandado. 
Destaque-se para o servidor civil ser citado na repartição militar, deve-se 
observar o art. 281, CPPM, caso contrário, não há necessidade de se pedir licença ao 
diretor ou chefe do servidor para que se realize. 
Citação a funcionário 
Art. 281. A citação a funcionário que servir em repartição militar deverá, para se 
realizar dentro desta, ser precedida de licença do seu diretor ou chefe, a quem se 
dirigirá o oficial de justiça, antes de cumprir o mandado, na forma do art. 279. 
A citação por carta é uma diferença com relação ao processo penal comum, 
que não permite a hipótese. Na seara castrense será possível se o réu residir em outra 
comarca. 
É possível a citação por edital se o citando se ocultar, caso em que o prazo será 
de 5 dias (art. 287, CPPM), não existindo citação por hora certa no direito penal militar. 
O mesmo no caso de o réu ser asilado, não cabendo citação por carta rogatória. 
Prazo do edital 
Art. 287. O prazo do edital será conforme o art. 277, nº V: 
a) de cinco dias, nos casos das alíneas a e b ; 
b) de quinze dias, no caso da alínea c ; 
c) de vinte dias, no caso da alínea d ; 
d) de vinte a noventa dias, no caso da alínea e . 
Parágrafo único. No caso da alínea a , deste artigo, bastará publicar o edital uma 
só vez. 
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Uma hipótese interessante de citação por edital é quando a pessoa for incerta, 
caso em que o prazo será de 90 dias. 
 
1.1.4.2. Revelia 
Revelia do acusado 
Art. 292. O processo seguirá à revelia do acusado que, citado, intimado ou 
notificado para qualquer ato do processo, deixar de comparecer sem motivo 
justificado. 
Se o acusado for intimado, citado ou notificado e não comparecer ao processo, 
será revel. 
Repare-se que não há suspensão do processo pela ausência do réu, ocorrendo 
a revelia, inclusive, em citação ficta, não se aplicando o art. 366, CPP, por se tratar de 
analogia in malam partem. 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo 
o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se 
for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008) 
Cumpre destacar que é cabível a revelia do preso na seara castrense pelo art. 
411, CPPM. 
Revelia do acusado preso 
Art. 411. Se o acusado preso recusar-se a comparecer à instrução criminal, sem 
motivo justificado, ser-lhe-á designado o advogado de ofício para defendê-lo, ou 
outro advogado se este estiver impedido, e, independentemente da qualificação e 
interrogatório, o processo prosseguirá à sua revelia. 
Qualificação e interrogatório posteriores 
Parágrafo único. Comparecendo mais tarde, será qualificado e interrogado mas 
sem direito a opor qualquer das exceções previstas no art. 407 e seu parágrafo 
único.

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