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Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 1 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Assuntos tratados: 1º Horário. Persecução Penal / Ação Penal/ Competência / Conexão e Continência / Desaforamento / Questões Prejudiciais / Medidas Cautelares no Processo Penal Militar / Busca Domiciliar / Medidas Pessoais / Prisão Cautelar / Prisão em Flagrante / Prisão Preventiva 2º Horário. Menagem / Liberdade Provisória / Procedimentos / Citação e Intimação / Revelia 1º Horário 1. Persecução Penal 1.1. Ação Penal 1.1.1. Competência 1.1.1.1. Conexão e Continência As regras procedimentais de conexão e continência são as mesmas do processo penal comum, sendo o feito reunido perante o mesmo juízo para que se evitem decisões contraditórias e haja celeridade processual. Todavia, há situações em que os processos não serão reunidos, mesmo quando conexos ou havendo continência. Haverá separação dos julgamentos, que pode ser: a) obrigatória (art. 105, CPPM): há duas situações que provocam a separação obrigatória dos processos e do julgamento. Separação de julgamento Art 105. Separar-se-ão somente os julgamentos: a) se, de vários acusados, algum estiver foragido e não puder ser julgado à revelia; b) se os defensores de dois ou mais acusados não acordarem na suspeição de juiz de Conselho de Justiça, superveniente para compô-lo, por ocasião do julgamento. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br A primeira é quando houver ausência de um dos réus, que não pode ser julgado à revelia, como acontece, por exemplo, no caso de deserção da praça. Relembrando-se que o art. 366, CPP não se aplica na seara penal militar. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008) A segunda hipótese é aquele em que os defensores discordem da suspeição de juiz supervenientemente convocado de Conselho de Justiça (julga oficiais). Importante frisar que não há violação ao Princípio do Juiz Natural no caso, visto que os juízes convocados já constam de lista previamente elaborada. b) facultativa (art. 106, CPPM): são as mesmas hipóteses encontradas na lei penal processual comum. Separação de processos Art 106. O juiz poderá separar os processos: a) quando as infrações houverem sido praticadas em situações de tempo e lugar diferentes; b) quando for excessivo o número de acusados, para não lhes prolongar a prisão; c) quando ocorrer qualquer outro motivo que ele próprio repute relevante. A alínea “c”, art. 106, CPPM dá liberdade ao juiz de, por sua conveniência, fazer a separação dos processos. Neste caso, haverá recurso de ofício, que nada mais é que uma remessa necessária ao STM, feita pelo juiz, por determinação do art. 106, parágrafo 1º, CPPM. Recurso de ofício Art. 106, 1º Da decisão de auditor ou de Conselho de Justiça em qualquer desses casos, haverá recurso de ofício para o Superior Tribunal Militar. O recurso de ofício subirá em traslado sem efeito suspensivo, com as cópias das peças, prosseguindo-se a ação penal em todos os seus termos. Art. 106, 2º O recurso a que se refere o parágrafo anterior subirá em traslado com as cópias autênticas das peças necessárias, e não terá efeito suspensivo, prosseguindo-se a ação penal em todos os seus termos. Caso o STM não aprove a separação, os processos deverão correr em conexão. Questão – DPU – 2004 A conexão de crimes determina a unidade de julgamento; o juiz, porém, poderá separar os processos quando ocorrer motivo que entenda relevante, cabendo recurso de ofício para o Superior Tribunal Militar (STM), sem efeito suspensivo. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 3 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br R: Certo. Apesar de a lei não mencionar, no caso de doença superveniente, verificada a incapacidade mental do réu, o processo será suspenso com relação a ele e continuará correndo com relação aos demais, assim como ocorre no processo penal comum. 1.1.1.2. Desaforamento O art. 109, CPPM trata do tema. Caso de desaforamento Art. 109. O desaforamento do processo poderá ocorrer: a) no interesse da ordem pública, da Justiça ou da disciplina militar; b) em benefício da segurança pessoal do acusado; c) pela impossibilidade de se constituir o Conselho de Justiça ou quando a dificuldade de constituí-lo ou mantê-lo retarde demasiadamente o curso do processo. Há três motivos para que seja feito o desaforamento, enumerados nas alíneas do art. 109, CPPM. O interesse da disciplina militar merece ser destacado, por ser hipótese diferenciada da Justiça Comum. A alínea “c” trata dos casos em que haja impossibilidade de constituição do Conselho de Justiça, ante a ausência de oficiais em determinada localidade para a composição, cabendo o desaforamento. O mesmo na dificuldade de mantê-lo. A competência para decidir sobre o desaforamento é do STM, estando os legitimados para o pedido arrolados nas alíneas do parágrafo 1º, art. 109, CPPM (onde se lê “ministros”, leia-se “comandantes”). Competência do Superior Tribunal Militar Art. 109, 1º O pedido de desaforamento poderá ser feito ao Superior Tribunal Militar: Autoridades que podem pedir a) pelos Ministros da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica; b) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, ou autoridades que lhe forem superiores, conforme a respectiva jurisdição; c) pelos Conselhos de Justiça ou pelo auditor; d) mediante representação do Ministério Público ou do acusado. Observa-se que o próprio Conselho de Justiça ou o juiz auditor podem requerer o desaforamento, além dos comandantes, dos comandantes regionais, do MP e do réu.Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 4 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Em qualquer hipótese, o pedido de desaforamento deve ser fundamentado nas hipóteses legais previstas. Justificação do pedido e audiência do procurador-geral Art. 109, 2º Em qualquer dos casos, o pedido deverá ser justificado e sobre ele ouvido o procurador-geral, se não provier de representação deste. Nos casos em que o MP ou o réu fizer o requerimento do desaforamento, o juiz, antes de ouvir o Procurador-Geral, poderá ouvir os comandantes. Audiência a autoridades Art. 109, 3º Nos casos das alíneas c e d, o Superior Tribunal Militar, antes da audiência ao procurador-geral ou a pedido deste, poderá ouvir autoridades a que se refere a alínea b . Deferido o desaforamento, o STM decidirá para qual auditoria deverá ser remetido o processo. Auditoria onde correrá o processo Art. 109, 4º Se deferir o pedido, o Superior Tribunal Militar designará a Auditoria onde deva ter curso o processo. É possível que se renove o pedido de desaforamento se denegado pelo STM, desde que fundamentado em motivo superveniente diverso (art. 110, CPPM). Renovação do pedido Art. 110. O pedido de desaforamento, embora denegado, poderá ser renovado se o justificar motivo superveniente. Questão – DPU – 2004 Quando a manutenção da disciplina militar assim o exigir, o comandante da Região Militar será parte legítima para pedir ao STM o desaforamento de processo em curso na 1ª instância da justiça militar. R: Certo. 1.1.2. Questões Prejudiciais A regra é a independência das esferas jurídicas, mas há situações em que há questões prejudiciais que, se obrigatórias, determinam a suspensão do processo penal militar. A questão é tratada a partir do art. 122, CPPM e o art. 123, CPPM traz uma questão prejudicial obrigatória e heterogênea, caso em que o juiz deverá realizar os Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 5 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br atos independentes da referida questão, suspendendo o processo até que advenha a decisão do juízo cível. Decisão prejudicial Art. 122. Sempre que o julgamento da questão de mérito depender de decisão anterior de questão de direito material, a segunda será prejudicial da primeira. Estado civil da pessoa Art. 123. Se a questão prejudicial versar sobre estado civil de pessoa envolvida no processo, o juiz: a) decidirá se a arguição é séria e se está fundada em lei; Alegação irrelevante b) se entender que a alegação é irrelevante ou que não tem fundamento legal, prosseguirá no feito; Alegação séria e fundada c) se reputar a alegação séria e fundada, colherá as provas inadiáveis e, em seguida, suspenderá o processo, até que, no juízo cível, seja a questão prejudicial dirimida por sentença transitada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição de testemunhas e de outras provas que independam da solução no outro juízo. Exemplo: O sujeito se apresenta para o alistamento e torna-se insubmisso após ser selecionado e não comparecer, alegando que não tinha idade suficiente para servir, por ter apresentado documento falso no alistamento. Trata-se de questão prejudicial obrigatória, porque se o sujeito não tem idade para prestar o serviço militar, não pode ser insubmisso, dependendo, a decisão na esfera militar, daquela que será tomada na seara cível, por envolver estado de pessoas. Questão – DPU – 2010 Considere que, em processo no qual se apura delito de insubmissão, o réu tenha alegado não possuir idade para o serviço militar, pois o seu registro de nascimento é ideologicamente falso. Nessa situação, a questão prejudicial arguida deverá ser decidida no próprio processo porquanto está ligada ao mérito da causa. R: Errado, pois questão prejudicial obrigatória heterogênea determina a suspensão do processo, a fim de que se aguarde a decisão do juízo cível. O art. 124, CPPM traz, em sentido diverso, as questões prejudiciais facultativas, em que fica a cargo do juiz auditor decidir acerca da suspensão do processo. Suspensão do processo. Condições Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução, pelo juízo cível, de questão prejudicial que se não relacione com o estado civil das pessoas, desde que: Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 6 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br a) tenha sido proposta ação civil para dirimi-la; b) seja ela de difícil solução; c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei civil limite. Prazo da suspensão Parágrafo único. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoàvelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo sem que o juiz do cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver de fato e de direito toda a matéria da acusação ou da defesa. Nestes casos, será marcado prazo para a suspensão perdurar, após o qual o julgamento prosseguirá, decidindo-se a questão prejudicial nos próprios autos do processo penal militar. 1.1.3. Medidas Cautelares no Processo Penal Militar 1.1.3.1. Busca Domiciliar Ordem da busca Art 176. A busca domiciliar poderá ordenada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes, ou determinada pela autoridade policial militar. Parágrafo único. O representante do Ministério Público, quando assessor no inquérito, ou deste tomar conhecimento, poderá solicitar do seu encarregado, a realização da busca. A busca e apreensão pode ser determinada pelo juiz ou a requerimento das partes, do MP ou da autoridade policial. A última parte do art. 176, CPPM dispõe que a autoridade policial pode determinar a busca e apreensão, não tendo sido recepcionada pela CRFB/88, à luz do art. 5º, XI, por ser matéria de reserva de jurisdição. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à propriedade, nos termos seguintes: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Entretanto, se houver situação de flagrante, é possível que a autoridade policial militar determine o ingresso na casa do indivíduo, sem que haja autorização judicial para tal. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 7 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br O art. 177, CPPM deve ser lido de forma que a busca e apreensão sempre deverá ser precedida de mandado de busca domiciliar, salvo nas hipóteses permitidas pelo art. 5º, XI, CRFB. Precedência de mandado Art. 177. Deverá ser precedida de mandado a busca domiciliar que não for realizada pela própria autoridade judiciária ou pela autoridade que presidir o inquérito. 1.1.3.2. Medidas Pessoais 1.1.3.2.1. Prisão Cautelar Assim como na esfera comum, há duas modalidades de prisão na órbita penal militar, quais sejam, a cautelar e a pena. A prisão cautelar pelo art. 5º, LXI, CRFB prevê a possibilidade de infração militar administrativa ensejar prisão administrativa, bem como de prisão cautelar em fase de inquérito. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; A maioria da doutrina entende que a prisão administrativa aplica-se exclusivamente aos militares, como apontado na aula anterior. A prisão temporária (Lei 7.960/89) não se aplica à esfera castrense, tendo em vista haver a previsão de prisão determinada por autoridade militar na fase do inquérito, como previsto no art. 18, CPPM. Detenção de indiciado Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. Prisão preventiva e menagem. Solicitação Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 8 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito solicitará, dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decretação da prisão preventiva ou de menagem, do indiciado. 1.1.3.2.2. Prisão em Flagrante Pode ser realizada por qualquer militar no momento da captura. Exemplo: Um soldado pode prender um tenente em flagrante. Entretanto, a condução e a lavratura do flagrante devem ser realizadas por militar obedecendo-se a hierarquia, segundo o previsto no art. 223, CPPM, apesar de este tratar da prisão de militar mediante mandado ou por ordem de autoridade militar. Prisão de militar Art. 223. A prisão de militar deverá ser feita por outro militar de posto ou graduação superior; ou, se igual, mais antigo. O art. 243, CPPM é um dos mais polêmicos sobre o tema. Pessoas que efetuam prisão em flagrante Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito. No caso de insubmissão, deve-se fazer remissão ao art. 464, parágrafo 3º, CPPM, enquanto que no de deserção, deve-se remeter aos arts. 452 e 453, CPPM. Nos outros casos de flagrante, deve-se fazer remissão ao art. 244, CPPM. Art. 464, § 3º O insubmisso que não for julgado no prazo de sessenta dias, a contar do dia de sua apresentação voluntária ou captura, sem que para isso tenha dado causa, será posto em liberdade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991) Quando o insubmisso for capturado, ficará em menagem por, no máximo, 60 dias. Ultrapassado este prazo, deverá ser posto em liberdade. O art. 463, parágrafo 1º, CPPM fixa que não haverá IPM, mas uma instrução provisória de insubmissão (IPI), que faz às vezes daquele e autoriza a captura. Arquivamento do termo Art. 463, § 1º O termo, juntamente com os demais documentos relativos à insubmissão, tem o caráter de instrução provisória, destina-se a fornecer os elementos necessários à propositura da ação penal e é o instrumento legal autorizador da captura do insubmisso, para efeito da incorporação. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991) Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 9 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br A autorização da prisão neste caso é independente de o crime ser considerado permanente ou instantâneo de efeitos permanentes. Quando o insubmisso é capturado deverá ser feito exame de saúde, a fim de que se verifique se o sujeito é capaz para ser incorporado e, se não for, não responderá pela insubmissão. No caso da deserção, tem-se a instrução provisória de deserção (IPD), que autoriza a prisão do desertor, assim como o IPI do insubmisso. Efeitos do termo de deserção Art. 452. O termo de deserção tem o caráter de instrução provisória e destina-se a fornecer os elementos necessários à propositura da ação penal, sujeitando, desde logo, o desertor à prisão. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991) Art. 453. O desertor que não for julgado dentro de sessenta dias, a contar do dia de sua apresentação voluntária ou captura, será posto em liberdade, salvo se tiver dado causa ao retardamento do processo. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991) O desertor que não for julgado dentro de 60 dias será posto em liberdade, devendo-se atentar para a súmula 10, STM. STM, Súmula nº 10. Não se concede liberdadeprovisória a preso por deserção antes de decorrido o prazo previsto no art. 453 do CPPM. Desta forma, o desertor ficará preso obrigatoriamente por 60 dias, prazo em que o processo deve ser finalizado. No entanto, em sede de provas de DPU, deve-se alegar que a manutenção da custódia cautelar só é possível se presentes os requisitos que autorizam a preventiva, apesar de o STF não ter mitigado muito o entendimento. Nos demais crimes, em caso de flagrante, deve-se observar o art. 244, CPPM. Sujeição a flagrante delito Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquele que: a) está cometendo o crime; b) acaba de cometê-lo; c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar ser ele o seu autor; d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam presumir a sua participação no fato delituoso. Infração permanente Parágrafo único. Nas infrações permanentes, considera-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 10 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Ainda com relação ao flagrante, o art. 251, CPPM trata da comunicação do flagrante, devendo a remessa do auto de prisão em flagrante (APF) ser imediata1. Remessa do auto de flagrante ao juiz Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz competente, se não tiver sido lavrado por autoridade judiciária; e, no máximo, dentro em cinco dias, se depender de diligência prevista no art. 246. Passagem do preso à disposição do juiz Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o preso passará imediatamente à disposição da autoridade judiciária competente para conhecer do processo. Note-se que, havendo exame de corpo de delito, o flagrante será encaminhado em 5 dias. Recolhimento a prisão. Diligências Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas contra a pessoa conduzida, a autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se, imediatamente, se for o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apreensão dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência necessária ao seu esclarecimento. Já a nota de culpa deve ser entregue ao preso em 24 horas, pelo art. 247, CPPM. Nota de culpa Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao preso nota de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. Recibo da nota de culpa 1º Da nota de culpa o preso passará recibo que será assinado por duas testemunhas, quando ele não souber, não puder ou não quiser assinar. Relaxamento da prisão 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar ou judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de infração penal comum, remeterá o preso à autoridade civil competente. Após receber o APF, o art. 253, CPPM estabelece as situações que devem ser verificadas pelo juiz auditor, que autorizam a liberdade provisória. O STM e a doutrina entendem que, além das situações do art. 253, CPPM, se não estiverem presentes os pressupostos da prisão preventiva, o juiz tem que conceder a liberdade provisória. 1 No CPP comum, a remessa deve ser no prazo de 24 horas, apesar de a comunicação dever ser imediata. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 11 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Concessão de liberdade provisória Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato nas condições dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código Penal Militar, poderá conceder ao indiciado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogar a concessão. Cabe ressaltar que não existe fiança no direito processual penal militar em nenhuma hipótese. 1.1.3.2.3. Prisão Preventiva É tratada no art. 254 e seguintes, CPPM. Competência e requisitos para a decretação Art. 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes: a) prova do fato delituoso; b) indícios suficientes de autoria. No Superior Tribunal Militar Parágrafo único. Durante a instrução de processo originário do Superior Tribunal Militar, a decretação compete ao relator. Poderá ser decretada pelo juiz ou pelo Conselho de Justiça na fase do inquérito, caso em que não pode ser decretada de ofício, ou na fase processual. Observa-se que, para a decretação da prisão preventiva, é necessário que haja fumus comissi delicti, ou seja, prova da existência do crime e indícios de autoria. Ademais, deve haver periculum libertatis, que é a demonstração da necessidade da custódia cautelar, existente nos casos previstos pelo art. 255, CPPM. Casos de decretação Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, deverá fundar-se em um dos seguintes casos: a) garantia da ordem pública; b) conveniência da instrução criminal; c) periculosidade do indiciado ou acusado; d) segurança da aplicação da lei penal militar; e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado. Desta forma, a necessidade da custódia cautelar se dá: Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 12 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br a) para garantia da ordem pública; ou b) por conveniência da instrução; ou c) para garantia da segurança da aplicação da lei penal; ou d) pela periculosidade do indiciado ou acusado: para alguns doutrinadores confunde-secom a garantia da ordem pública. e) por exigência da disciplina e da hierarquia: aqui, o fato relaciona-se à ordem interna militar. 2º Horário Observação: A Lei 12.403/11 promoveu uma reforma no CPP, alterando alguns critérios radicalmente para a prisão preventiva, além de criar algumas medidas cautelares no processo penal comum. A princípio, os critérios desta reforma não se aplicam à esfera militar, nem as medidas cautelares que sejam contrárias à índole do processo penal militar. O art. 257, CPPM estabelece que a prisão preventiva não deverá ser aplicada caso não esteja presente o periculum libertatis, reforçando o antagonismo com relação à decretação da preventiva e a concessão da liberdade. Desnecessidade da prisão Art. 257. O juiz deixará de decretar a prisão preventiva, quando, por qualquer circunstância evidente dos autos, ou pela profissão, condições de vida ou interesse do indiciado ou acusado, presumir que este não fuja, nem exerça influência em testemunha ou perito, nem impeça ou perturbe, de qualquer modo, a ação da justiça. Na sequência, o art. 258, CPPM dispõe que havendo erro de direito, coação moral irresistível, estrita obediência hierárquica, excesso exculpante e excludentes de ilicitude a prisão preventiva jamais será decretada. Igualmente, não sendo cominada pena privativa de liberdade, não é possível a decretação da preventiva. Proibição Art. 258. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar, pelas provas constantes dos autos, ter o agente praticado o fato nas condições dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código Penal Militar. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 13 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 1.1.3.2.4. Menagem Trata-se de medida cautelar que evita o encarceramento provisório do acusado, substituindo a prisão cautelar. A menagem, de acordo com o art. 264, CPPM, pode ser: a) menagem “liberdade”: equivale a uma liberdade provisória com compromisso e pode ser concedida ao militar e ao civil. Para o militar o CPPM chama esta menagem de “em residência” e, para o civil, chama de “em cidade”. A menagem “em residência” será concedida no local em que o militar residia ou na sede do juízo. Já a menagem “em cidade” é concedida na localidade da sede do juízo. b) menagem “prisão”: é uma restrição da liberdade, que pode ser “em quartel/navio” ou “em lugar sujeito à administração militar”, aplicável exclusivamente ao militar. Lugar da menagem Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no lugar em que residia quando ocorreu o crime ou seja sede do juízo que o estiver apurando, ou, atendido o seu posto ou graduação, em quartel, navio, acampamento, ou em estabelecimento ou sede de órgão militar. A menagem a civil será no lugar da sede do juízo, ou em lugar sujeito à administração militar, se assim o entender necessário a autoridade que a conceder. Observa-se que a parte relacionada à menagem “prisão em lugar sujeito à administração militar” não possui aplicabilidade com relação ao civil. O art. 263, CPPM estabelece os requisitos para a aplicação da menagem, que só pode ser concedida por medida judicial em hipóteses em que a pena máxima do delito seja igual ou superior a 4 anos (critério objetivo). Competência e requisitos para a concessão Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo máximo da pena privativa da liberdade não exceda a quatro anos, tendo-se, porém, em atenção a natureza do crime e os antecedentes do acusado. Além do critério objetivo, deve-se considerar a natureza do crime e os antecedentes do acusado (critério subjetivo). Com relação à natureza do crime, não cabe menagem na deserção para o STM. Já o insubmisso terá o quartel por menagem, independente de decisão judicial, pelo art. 266, CPPM. Menagem do insubmisso Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 14 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Art. 266. O insubmisso terá o quartel por menagem, independentemente de decisão judicial, podendo, entretanto, ser cassada pela autoridade militar, por conveniência de disciplina. De acordo com o art. 269, CPPM, o reincidente não terá direito à concessão de menagem. Reincidência Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem. Importante destacar que a menagem pode ser denegada em prol do interesse da justiça, da disciplina e da ordem pública. O MPM deve ser ouvido antes de o juiz proferir a decisão sobre a concessão ou denegação da menagem, oferecendo parecer em 3 dias (art. 264, CPPM). Audiência do Ministério Público Art. 264, 1º O Ministério Público será ouvido, prèviamente, sobre a concessão da menagem, devendo emitir parecer dentro do prazo de três dias. Questão – DPU – 2010 Em caso de concessão de menagem a militar da reserva ou reformado, o cumprimento deverá ocorrer no interior do estabelecimento castrense coincidente com a sede do juízo de apuração do crime, devendo o militar ficar subordinado às normas de caráter geral d caserna e sendo vedado seu afastamento dos limites do estabelecimento militar. R: Errado, pois o militar da reserva é civil e não se aplica a ele menagem em quartel. Ainda com relação ao art. 264, CPPM, seu parágrafo 2º fixa a necessidade de se pedir informação à autoridade responsável pelo comando para a concessão de menagem. Pedido de informação Art. 264, 2º Para a menagem em lugar sujeito à administração militar, será pedida informação, a respeito da sua conveniência, à autoridade responsável pelo respectivo comando ou direção. Um tema de grande importância é a cassação da menagem, que ocorre pelo descumprimento por se retirar o sujeito do local ou por não comparecer ao ato judicial, em regra (art. 265, CPPM). Cassação da menagem Art. 265. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para o qual foi ela concedida, ou faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial para que Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 15 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br tenha sido intimado ou a que deva comparecer independentemente de intimação especial. Todavia, a menagem ao insubmisso pode ser cassada pela autoridade militar por conveniência da disciplina, em um caso excepcional. A cassação da menagem irá provocar a prisão, a bem da disciplina, pela autoridade militar, comunicando-se ao juiz para que decrete a prisão preventiva. A cassação da menagem não deve ser confundida com sua cessação (art. 267, CPPM), que é a perda de efeitos com a sentença condenatória, na qual a prisão será decretada (preventiva) ou se permitirá que o réu recorra em liberdade. Cessação da menagem Art. 267. A menagem cessa com a sentença condenatória, ainda que não tenha passado em julgado. Parágrafo único. Salvo o caso do artigo anterior, o juiz poderá ordenar a cessação da menagem, em qualquer tempo, com a liberação das obrigações dela decorrentes, desde que não a julgue mais necessária ao interesse da Justiça. À exceção do insubmisso, que fica em menagem por 60 dias obrigatoriamente, é possível que se ordene a cessação da menagem a qualquer tempo, desde que não seja mais interessante à justiça, ou seja, os pressupostos que ensejaram a sua decretação cessaram. Por fim, deve-se observar que a menagem em liberdade não é computada para efeito de detração, como prevê o art. 268, CPPM. Por conseguinte, a menagem pena é computada para os fins dispostos, principalmente com relação ao crime de insubmissão que possui pena de impedimento. Contagem para a pena Art. 268. A menagem concedida em residência ou cidade não será levada em conta no cumprimento da pena. 1.1.3.2.5. Liberdade Provisória O art. 270, caput, CPPM fixa que caso de o réu livrar-se solto, significando liberdade obrigatória, enquanto o parágrafo único dispõe acerca da liberdade facultativa/permitida. Casos de liberdade provisória Art. 270. O indiciado ou acusado livrar-se-á solto no caso de infração a que não for cominada pena privativa de liberdade. Parágrafo único. Poderá livrar-se solto: Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 16 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br a) no caso de infração culposa, salvo se compreendida entre as previstas no Livro I, Título I, da Parte Especial, do Código Penal Militar; b) no caso de infração punida com pena de detenção não superior a dois anos, salvo as previstas nos arts. 157, 160, 161, 162, 163, 164, 166, 173, 176, 177, 178, 187, 192, 235, 299 e 302, do Código Penal Militar. Nos crimes culposos em geral não cabe prisão preventiva, autorizando a liberdade provisória, o que se aplica para o civil, pois vedada a prisão preventiva deste e possível a substituição por pena restritiva de direitos ao cumprir pena na Justiça Comum pela LEP. Entretanto, com relação ao militar nos crimes culposos contra a segurança externa do país (art. 144, parágrafo 3º e 145, parágrafo 2º, ambos do CPM), não se concede liberdade provisória. Art. 144. Revelar notícia, informação ou documento, cujo sigilo seja de interesse da segurança externa do Brasil: Pena - reclusão, de três a oito anos. Modalidade culposa 3º Se a revelação é culposa: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até quatro anos, nos casos dos §§ 1° e 2. Turbação de objeto ou documento Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que temporàriamente, objeto ou documento concernente à segurança externa do Brasil: Pena - reclusão, de três a oito anos. Modalidade culposa 2º Contribuir culposamente para o fato: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Questão – TJ/TO – 2007 A superveniência de exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplinas militares pode determinar a suspensão da liberdade provisória, por despacho da autoridade que a concedeu, de ofício ou a requerimento do Ministério Público. R: Certo, conforme art. 271, CPPM. Suspensão Art. 271. A superveniência de qualquer dos motivos referidos no art. 255 poderá determinar a suspensão da liberdade provisória, por despacho da autoridade que a concedeu, de ofício ou a requerimento do Ministério Público. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 17 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br 1.1.4. Procedimentos 1.1.4.1. Citação e Intimação A regra geral encontra-se disposta no art. 293, CPPM. Citação inicial do acusado Art. 293. A citação feita no início do processo é pessoal, bastando, para os demais termos, a intimação ou notificação do seu defensor, salvo se o acusado estiver preso, caso em que será, da mesma forma, intimado ou notificado. Citação é o ato pelo qual se dá conhecimento a uma pessoa de que existe uma ação contra ela e de que a denúncia foi recebida, sendo, em regra, pessoal. Já as notificações e intimações serão todas feitas na pessoa do defensor constituído, salvo no caso de acusado preso, que será sempre notificado/intimado pessoalmente. Mister destacar que, diferentemente da esfera comum, é cabível a intimação/notificação por meio de carta em consonância com o art. 288, parágrafo 1º, CPPM. Residente fora da sede do juízo Art. 288, 1º A intimação ou notificação a pessoa que residir fora da sede do juízo poderá ser feita por carta ou telegrama, com assinatura da autoridade judiciária. As formas de citação estão previstas no art. 277, CPPM. Formas de citação Art. 277. A citação far-se-á por oficial de justiça: I — mediante mandado, quando o acusado estiver servindo ou residindo na sede do juízo em que se promove a ação penal; II — mediante precatória, quando o acusado estiver servindo ou residindo fora dessa sede, mas no País; III — mediante requisição, nos casos dos arts. 280 e 282; IV — pelo correio, mediante expedição de carta; V — por edital: a) quando o acusado se ocultar ou opuser obstáculo para não ser citado; b) quando estiver asilado em lugar que goze de extraterritorialidade de país estrangeiro; c) quando não for encontrado; d) quando estiver em lugar incerto ou não sabido; e) quando incerta a pessoa que tiver de ser citada. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 18 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Parágrafo único. Nos casos das letras a, c e d , o oficial de justiça, depois de procurar o acusado por duas vezes, em dias diferentes, certificará, cada vez, a impossibilidade da citação pessoal e o motivo. No caso da letra b , o oficial de justiça certificará qual o lugar em que o acusado está asilado. A citação dar-se-á por requisição nos casos do art. 280 e do art. 282, ambos do CPPM, quando da citação a militar e a preso. Citação a militar Art. 280. A citação a militar em situação de atividade ou a assemelhado far-se-á mediante requisição à autoridade sob cujo comando ou chefia estiver, a fim de que o citando se apresente para ouvir a leitura do mandado e receber a contrafé. Citação a preso Art. 282. A citação de acusado preso por ordem de outro juízo ou por motivo de outro processo, far-se-á nos termos do art. 279, requisitando-se, por ofício, a apresentação do citando ao oficial de justiça, no recinto da prisão, para o cumprimento do mandado. Destaque-se para o servidor civil ser citado na repartição militar, deve-se observar o art. 281, CPPM, caso contrário, não há necessidade de se pedir licença ao diretor ou chefe do servidor para que se realize. Citação a funcionário Art. 281. A citação a funcionário que servir em repartição militar deverá, para se realizar dentro desta, ser precedida de licença do seu diretor ou chefe, a quem se dirigirá o oficial de justiça, antes de cumprir o mandado, na forma do art. 279. A citação por carta é uma diferença com relação ao processo penal comum, que não permite a hipótese. Na seara castrense será possível se o réu residir em outra comarca. É possível a citação por edital se o citando se ocultar, caso em que o prazo será de 5 dias (art. 287, CPPM), não existindo citação por hora certa no direito penal militar. O mesmo no caso de o réu ser asilado, não cabendo citação por carta rogatória. Prazo do edital Art. 287. O prazo do edital será conforme o art. 277, nº V: a) de cinco dias, nos casos das alíneas a e b ; b) de quinze dias, no caso da alínea c ; c) de vinte dias, no caso da alínea d ; d) de vinte a noventa dias, no caso da alínea e . Parágrafo único. No caso da alínea a , deste artigo, bastará publicar o edital uma só vez. Direito e Processo Penal Militar Data: 08/12/2011 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 19 Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888 www.enfasepraetorium.com.br Uma hipótese interessante de citação por edital é quando a pessoa for incerta, caso em que o prazo será de 90 dias. 1.1.4.2. Revelia Revelia do acusado Art. 292. O processo seguirá à revelia do acusado que, citado, intimado ou notificado para qualquer ato do processo, deixar de comparecer sem motivo justificado. Se o acusado for intimado, citado ou notificado e não comparecer ao processo, será revel. Repare-se que não há suspensão do processo pela ausência do réu, ocorrendo a revelia, inclusive, em citação ficta, não se aplicando o art. 366, CPP, por se tratar de analogia in malam partem. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008) Cumpre destacar que é cabível a revelia do preso na seara castrense pelo art. 411, CPPM. Revelia do acusado preso Art. 411. Se o acusado preso recusar-se a comparecer à instrução criminal, sem motivo justificado, ser-lhe-á designado o advogado de ofício para defendê-lo, ou outro advogado se este estiver impedido, e, independentemente da qualificação e interrogatório, o processo prosseguirá à sua revelia. Qualificação e interrogatório posteriores Parágrafo único. Comparecendo mais tarde, será qualificado e interrogado mas sem direito a opor qualquer das exceções previstas no art. 407 e seu parágrafo único.
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