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biotecnologia e bioetica por Jose Geraldo

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BBIIOOTTEECCNNOOLLOOGGIIAA EE BBIIOOÉÉTTIICCAA** 
 José Geraldo de Freitas Drumond∗∗∗∗∗∗∗∗ 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O homem é um ser intrinsecamente tecnológico, pois desde a 
Antiguidade utilizou procedimentos tecnológicos para melhor se adaptar ao seu 
habitat, quer pela descoberta e desenvolvimento do vestuário para a proteção 
de seu corpo, quer pela elaboração de novos alimentos como queijo, iogurte e 
cerveja que, na realidade produtos biotecnológicos, mesmo que a sua essência 
(as transformações químicas produzidas pelos microrganismos) só fosse 
conhecida posteriormente. 
A palavra tecnologia originou-se entre os antigos gregos. Aristóteles 
na sua “Ética a Nicômaco”, usa o vocábulo Tykne ou techne em contraposição à 
Ananke. Esta significava a realidade na qual o homem não poderia intervir, 
como a seqüência das estações do ano (o verão após a primavera, depois o 
outono e o inverno), o nascer do sol no leste e o seu ocaso no oeste, enfim, os 
fatos já pré-determinadas, daí a palavra latina fatum ou necessitas absoluta. 
A tykne ou techne representaria a realidade sobre a qual o homem 
pode intervir. Esta realidade não estaria pré-determinada, mas apareceria por 
obra do acaso e, sendo assim, pode ser mudada, de acordo com as 
necessidades e conveniência dos humanos. 
As intervenções produzidas pelo homem na natureza foram se 
incorporando à sua cultura e, ao longo desta caminhada da humanidade até os 
dias atuais o homem vem fazendo ciência ao aplicar os seus conhecimentos 
para atender às suas necessidades. 
 
*Palestra proferida no Seminário de Ética na Pesquisa/FAPEMIG, Belo Horizonte, 1 e 2 de abril de 2005. 
**Professor Titular da Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES (MG) e Presidente da 
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais-FAPEMIG. 
 2
 
Para alguns, entretanto, o marco inaugural da ciência se deu no ano 
de 1609, quando Galileu Galilei observou a lua por meio de um tosco 
telescópio. Embora a ciência sempre estivesse com o homem, este foi um 
momento extraordinariamente novo e revolucionário, em que o homem, através 
de Galileu ousou enxergar o impossível. 
Galileu era um homem prático, um astuto comerciante atento à 
política de seu tempo e que tinha um dom especial para atrair mercadores para 
a comercialização de seus inventos, ao mesmo tempo em que convencia os 
dignatários da Igreja da importância de suas descobertas, o que durou algum 
tempo. 
Dando um grande salto na história e acelerando a máquina do tempo, 
chegamos ao século XX, considerado o século da tecnologia, pois foi neste 
tempo em que o homem e a humanidade experimentaram um caudal de 
conhecimentos jamais observado em toda a sua história. 
Em determinadas áreas da ciência, como a biotecnologia, por exemplo, 
a matriz do conhecimento passou a ser reformulada completamente a cada 
período de cinco anos e tanto neste como em outros ramos da ciência, a ficção 
finalmente se confundiu com a realidade. 
O marco considerado decisivo para o nascimento da biotecnologia 
moderna foi a descoberta da estrutura duplamente helicoidal do DNA – Ácido 
Desoxirribonucléico – realizado por James Watson e Francis Crick, em 1953, a 
partir dos estudos de difração de raios X desenvolvidos por Wilkins e Franklin. 
Este fato acelerou de modo irreversível o desenvolvimento da 
genômica – área especializada na decifração do código genético dos seres 
vivos – e incluindo definitivamente a descoberta entre as maiores de todos os 
tempos desde que o monge austríaco Gregor Mendel, em 1865, fez as suas 
descobertas sobre os princípios da genética, em ervilhas cultivadas no quintal 
de seu mosteiro. 
O primeiro teste em campo de uma planta geneticamente modificada 
aconteceu em 1987, com uma espécie de tomate resistente a vírus, seguido de 
uma incontrolável disseminação de experimentos na agronomia, até chegar ao 
 3
 
ano de 2003 com o planeta ostentando a cifra de 167,2 milhões de acres de 
plantas geneticamente modificadas, em 18 países. 
A partir de então os avanços da biotecnologia tem sido tão 
espetaculares quanto os desafios colocados pelo próprio ser humano para 
mitigar as suas necessidades básicas de nutrição, saúde e paz. 
Atualmente, a saúde constitui 85% de todos os investimentos em 
biotecnologia: hoje existem mais de 370 drogas e vacinas de origem 
biotecnológica em estudo clínico para sua aplicação em humanos, com a 
finalidade de vencer os desafios representados pelo câncer, doença de 
Alzheimer, diabetes, cardiopatias, esclerose múltipla e AIDS, dentre outros. 
Outros exemplos das benéficas aplicações dos resultados da pesquisa 
biotecnológica atual, são o desenvolvimento de kits diagnósticos para a 
detecção de vírus e agentes patogênicos diversos, em sangue e derivados, 
garantindo-se a segurança do tratamento hemoterápico. 
A economia, também, tem colhido muitos frutos da aplicação do 
conhecimento em biotecnologia: no agronegócio, o desenvolvimento de plantas 
resistentes a pragas e com maior valor nutricional, levou à conseqüente 
redução do emprego de pesticidas químicos; enquanto a melhoria genética dos 
rebanhos, por meio da inseminação artificial, levou a mudanças no teor nutritivo 
das carnes e do leite, escoimando as gorduras nocivas à saúde humana. 
Outros exemplos podem ser citados como a utilização de 
microrganismos para limpeza de resíduos, a descobertas de processos 
industriais menos poluentes nas áreas têxtil, da química industrial, de papel, 
alimentos, etc. 
Hoje, somente nos Estados Unidos da América, o número de empresas 
de biotecnologia é superior a 1.500, um terço das quais com ações negociadas 
nas bolsas de valores, com transações financeiras estimadas em mais de 300 
bilhões de dólares. Avalia-se que este setor de indústria e negócios possa 
movimentar algo em torno de 30 bilhões de dólares anuais, somente nos 
Estados Unidos. 
Esta realidade não tem mais do que meio século de desenvolvimento, 
mas a sua capacidade de transformação da natureza e intervenção no homem 
vem causando, a um só tempo, perplexidades científicas e éticas. 
 4
 
É perplexidade científica, porque o século pretérito iniciou-se com uma 
expectativa de renovação da base do conhecimento humano a cada cinqüenta 
anos e, nestes alvores do milênio terceiro esta expectativa se encontra em 
torno de uma década. 
Daí porque o século XX ficou conhecido como o século da tecnologia, 
pois imprimiu uma velocidade tão grande na aplicação do conhecimento 
humano que foi capaz de revolucionar os hábitos das pessoas em praticamente 
todos os quadrantes do planeta. Nunca o homem foi tão longe em conquistas, 
tanto no macro quanto no microcosmo, quer na produção de novas formas de 
vida quanto na capacidade de sua destruição. 
Os exemplos são inúmeros, mas três podem ser tomados como ícones 
desta era de realizações científicas: os projetos Manhattan, Apolo e Genoma. 
O projeto Manhattan foi desenvolvido nos Estados Unidos, com a 
participação de cientistas americanos, alemães e italianos, resultando na 
descoberta da fissão do átomo. No entanto, as suas terríveis conseqüências 
foram materializadas na construção dos artefatos atômicos que destruíram 
Nagasaki e Hiroshima, no Japão, de cujas conseqüências os japoneses ainda 
padecem até os dias atuais. 
Já o projeto Apolo fez desenvolver a tecnologia dos foguetes de 
propulsão, que culminou com o envio da primeira nave tripulada à lua e a 
primeira incursão do homem no espaço infinito do universo inexplorado. 
Por fim, o projeto Genoma Humano, nascido em outubro de 1990,através de um consórcio de 16 centros oficiais, compreendendo universidades 
e institutos científicos dos Estados Unidos, Reino Unido, Japão, França e 
China. Custeado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos e 
programado para ser concluído em 2005, tinha por objetivo decifrar o código 
genético do homem a um custo aproximado de três bilhões de dólares. O PGH, 
devido à concorrência estabelecida entre os institutos de pesquisa públicos e 
privados (“Celera Genomics”) dos Estados Unidos, teve a sua finalização 
antecipada para o ano 2000, obtendo-se a decifração de exatos 26.383 genes 
codificadores de proteínas, estando em análise outros 12.731 genes 
hipotéticos, para um possível total de identificação de 39.114 dos cerca de 100 
(cem) mil anteriormente previstos, confirmando-se que a maior parte das 
seqüências do código genético não tem qualquer significação aparente. 
 5
 
No que pertine às inúmeras inovações tecnológicas na área médica, 
com repercussões imediatas sobre a vida e a saúde do cidadão, são citados a 
produção de antibióticos mais potentes, a transplantologia, a reprodução 
assistida, a terapia genética, o uso de novos materiais e medicamentos nas 
áreas de estética e sexologia, além do desenvolvimento de incríveis máquinas 
de diagnóstico que esquadrinham toda a intimidade biológica do corpo humano, 
chegando a propiciar a idéia de que talvez a última fronteira a ser desvendada 
será a alma humana. 
Os transplantes de órgãos constituem, nos dias de agora, 
procedimentos tão corriqueiros que já não despertam sequer a curiosidade da 
mídia. 
A biotecnologia médica vem alimentando as três grandes utopias 
humanas, quais sejam, a utopia da eternidade (pelo aumento da longevidade), 
a utopia da beleza (pelas mudanças cosmetológicas) e a utopia do prazer (pelo 
aparecimento de novas drogas que suprimem a dor e promovem o prazer físico 
e psíquico). 
Para Lucian Sfez, Professor da Universidade de Paris I e autor do 
célebre livro “A saúde perfeita, critica de uma nova utopia”, a nova obsessão 
humana é a utopia da saúde e do corpo perfeitos. 
É perplexidade ética, porque não obstante tamanho progresso, o 
mundo se encontra na fronteira de graves responsabilidades morais, 
determinadas pelo processo de intervenção cada vez mais agressivo na 
biosfera, acelerando o seu processo de deterioração e no próprio homem, ao 
interferir na sua identidade genética. 
A última batalha pela dignidade humana será travada não mais nas 
trincheiras de uma guerra convencional ou em torno de uma mesa de 
negociação entre lideres mundiais, mas sim nos laboratórios de genética 
molecular, onde se manipulam o DNA humano, eis uma afirmação grave do 
Professor Genival Veloso de França, um dos maiores pensadores médicos 
patrícios. 
Edgar Morin, sociólogo francês, diante do quadro paradoxal que vive a 
humanidade, assim se expressa: “A humanidade corre o risco de naufragar no 
momento em que dá a luz ao seu futuro”. 
 6
 
Daí porque organismos internacionais vêm se posicionando sobre esta 
realidade, como fez a UNESCO, ao promulgar a Declaração dos Direitos do 
Genoma, que representa uma conquista comparável à Declaração 
Internacional dos Direitos Humanos, de dezembro de 1948. 
As preocupações provocadas pelas inovações tecnológicas se 
referem ao fato de que elas podem não só beneficiar a humanidade, mas 
também serem utilizadas contra ela. 
Uma reação a estas perplexidades surgiu na década de 70, nos 
Estados Unidos, através da Bioética, uma nova proposta ética, com o escopo 
de balizar o progresso humano tendo como norte a preservação da dignidade 
do homem. Graças ao oncologista Van Rensselaer Potter, a bioética se tornou 
um divisor de águas na caminhada da humanidade rumo a um futuro 
imprevisível, porém mais solidário. No seu livro “Bioethics: a bridge to the 
future”, Potter perscrutava os avanços da ciência, principalmente através da 
biotecnologia aplicada ao homem propugnando por uma discussão ampla para 
a definição de balisas morais suficientes para impedir o abuso da tecnologia 
contra a humanidade. 
O Relatório Belmont foi um outro marco na defesa da dignidade do 
homem, enquanto alvo dos abusos das pesquisas científicas nos Estados 
Unidos, estabelecendo os princípios da beneficência, autonomia e justiça, a 
favor do homem, que logo se viram ampliados Childress e Beauchamps para 
quatro, constituindo-se a tétrade da Bioética principialista: a beneficência, a 
não-maleficência, a autonomia e a justiça. 
 
 
 
 
 
CIÊNCIA E ÉTICA 
 
 7
 
A ciência avançou tão celeremente que, paradoxalmente, a confiança 
em seu poder e na sua eficácia vem sendo substituída, nos dias atuais, por 
sentimentos de medo e desconfiança. 
A humanidade do pós-guerra sabe, desde Nüremberg, que a ciência 
não é ingênua, sequer neutra, pois representa um poder e este poder poderá 
ser utilizado para finalidades deletérias ao homem e à biosfera. 
Os primeiros a se conscientizarem do lado perverso do uso da ciência 
foram os físicos. Bronowiski, em sua obra “A ciência e os valores humanos”, 
admite que os físicos somente tiveram a consciência da humanidade após ter 
visitado Nagasaki, três meses decorridos da explosão da bomba atômica, 
quando se aperceberam do poder de destruição do artefato nuclear. Para 
Bronowiski foi como se a física despertasse de um sono de 2.500 anos, 
durante os quais se desenvolveu desvinculando-se, progressiva e 
sistematicamente, das concepções éticas sobre os fenômenos naturais, desde 
que o primeiro físico pôde formular a explicação do mundo, substituindo 
crenças e mitos por uma percepção fática da realidade, às custas de um 
instrumento que, para ele, seria neutro: a lógica do pensamento. 
Foi dessa forma que a ciência logrou evoluir: a cada avanço no 
conhecimento da realidade correspondia um recuo no conjunto mítico e de 
valores utilizados para explicar o mundo. Ou seja: a ciência evoluiu às custas 
da compreensão dos fenômenos naturais, através da construção de modelos 
racionais para explicação dos fatos. 
No que se refere à ética, a ciência exibe três distintas fases de 
comportamento evolutivo. A primeira, de caráter apenas elucidativo, se 
caracteriza pela superação de uma concepção teológica do mundo. A segunda 
 8
 
se alcança pela demonstração do poder transformador da técnica, que 
prescinde de princípios éticos. Finalmente, a terceira fase se materializa 
quando o poder transformador da técnica provoca situações catastróficas 
(bomba atômica, os vírus do ebola, antraz, da “vaca louca”, HIV, etc) que 
impõe ao cientista a busca de um comportamento ético, em geral de natureza 
normativa, no emprego da ciência. 
Em 1921, Einstein aconselhou a um dos seus discípulos para não se 
preocupar com uma possível aplicação de sua teoria da relatividade na 
construção de armas. No entanto, quando explodiram as bombas atômicas, 
Einstein declarou que a humanidade ainda não estava preparada para aquela 
invenção. 
O próprio Einstein participou das pesquisas que culminariam na 
construção do artefato nuclear sob a justificativa que esta seria uma estratégia 
para enfrentar o fascismo. Os físicos se julgavam protegidos moralmente, e 
alegavam que as suas descobertas só seriam utilizadas com a aprovação do 
conjunto da sociedade, e que caberiam aos políticos a responsabilidade de sua 
aplicação. Esta era, como se revelou mais tarde, uma convicção, pois achavam 
que essa atitude poderia fazê-los abdicar de uma postura ética. 
Foi, então, que a física concluiu o seu ciclo evolutivo de três tempos, 
iniciado com a abolição de uma ética explicativa e culminado com a exigência 
de uma ética reguladora.Neste limiar do século XXI estamos presenciando o fechamento do 
ciclo evolutivo da biotecnologia em relação à ética, ao se prenunciar o advento 
da clonagem humana e a ruptura das barreiras genéticas que até aqui 
separavam as espécies animais e vegetais. 
 9
 
Há quem julgue que o momento final desse ciclo da ciência ainda está 
por vir, quando ocorrer a união da microeletrônica com a engenharia genética, 
ensejando o surgimento de espécies mutantes de indivíduos, que certamente 
provocarão o maior desequilíbrio já observado na natureza. 
Na primeira edição de seu “Admirável Mundo Novo”, ocorrida em 1932, 
Huxley anteviu um futuro dominado pela técnica e pelo saber científico, que 
originaria uma sociedade totalitária, no remotíssimo ano de 2.532. Quando do 
lançamento da sua segunda edição, em 1946, o mundo já assistira a Segunda 
Grande Guerra, ao êxito das ciências da matéria (com destaque para a física e 
a química) e a fissão nuclear que, a um só tempo, proporcionou grandes 
benefícios e infelicidade à humanidade. 
Para Huxley, genuíno profeta da clonagem humana, a libertação da 
energia nuclear - que assinalou a grande revolução da história da ciência - não 
seria a final, nem a mais profunda. São suas palavras: “A liberação da energia 
atômica assinala uma grande revolução na história humana e, a não ser que 
nos façamos saltar em pedaços e coloquemos assim, fim à história, esta não é 
a revolução final e a mais profunda. A revolução verdadeiramente 
revolucionária realizar-se-à não no mundo exterior, mas na alma e na carne 
dos humanos”. 
Foi essa revolução “verdadeiramente revolucionária” teve início na 
década de 70 e invadiu, inexoravelmente, os insondáveis mistérios da biologia: 
a inseminação artificial nos animais, a fecundação “in vitro” nos humanos, a 
engenharia genética nos vegetais, animais e humanos e, finalmente, a era da 
medicina regenerativa, baseada na clonagem terapêutica, para citar os mais 
espetaculares feitos da tecnologia biológica atual. 
 10
 
A análise da evolução destes resultados do progresso científico nos 
leva a admitir que a prática regular da clonagem humana será uma mera 
questão de tempo, principalmente porque os experimentos em biotecnologia e 
as suas aplicações em vegetais, animais e, mais recentemente, no homem têm 
obedecido a duas lógicas: o utilitarismo científico e os imperativos do mercado. 
Ao se curvar a essas demandas, a clonagem humana será o 
desdobramento lógico do próprio desenvolvimento da biotecnologia, que 
nasceu do fascínio dos cientistas pela partenogênese, no século 19. 
Nesse ritmo de conquistas tecnológicas pode-se antever que a 
biotecnologia conseguirá convencer à sociedade, não apenas da aceitação, 
mas, também, da necessidade da clonagem humana, mesmo porque como 
ciência os seus dois primeiros tempos de evolução já foram ultrapassados: 
destruíram-se os conceitos tradicionais de vida, morte, nascimento, 
corporeidade e reprodução, contestando uma humanidade que tinha por 
sagrada a vida e fazendo surgir uma nova humanidade que certamente não 
tem mais na inviolabilidade da vida um valor fundamental e inquestionável. 
O surgimento de Dolly foi legitimado pelo casamento do utilitarismo 
científico com as exigências do mercado. À “PPL Therapeutics” caberia, então, 
gerir um formidável filão financeiro, cujo carro chefe seria a produção de 
substâncias contra as mais diferentes doenças humanas. 
Até o nascimento de Dolly, a discussão esteve centrada na 
transformação de partes do corpo humano em mercadorias, como bem 
denunciaram Giovanni Berlinguer e Volnei Garrafa na obra “O mercado 
humano”. O direito à vida começava, então, a ser minado pelo direito de 
propriedade sobre células, tecidos e órgãos, como ficou bem ilustrado no 
 11
 
célebre caso John Moore que, em 1990, perdeu na justiça americana o direito 
de reaver as próprias células modificadas. 
A partir de Dolly, o que parecia um absurdo para a velha humanidade 
provocou um verdadeiro choque de perplexidade. 
Eis algumas das razões que o utilitarismo científico defende para 
justificar a clonagem embrionária humana: 
• O conhecimento do desenvolvimento de embriões múltiplos através 
da clonagem pode determinar as causas de abortos espontâneos; 
• O desenvolvimento de contraceptivos, pelo estudo do 
comportamento dos embriões na sua implantação uterina; 
• A melhoria do conhecimento em cancerologia, pela analogia da 
velocidade de multiplicação das células cancerosas e das células embrionárias 
(blastômeros); 
• A melhoria do conhecimento do comportamento das “stem cells” ou 
células-tronco e sua possível aplicação nos mecanismos de defesa e 
reconstrução de células e tecidos permanentes; 
• A “varredura” genética de embriões de pais com história de doença 
ligada à hereditariedade; 
• A utilização de embriões clonados como banco de órgãos para 
transplante. 
 
 12
 
Todas as evidências até agora registradas, no que se refere à 
clonagem, nos fazem acreditar que o homem já estava sendo incluído nessas 
experiências. 
Daí perguntarmos se, de fato, estamos vivenciando o momento limite 
da humanidade, para além do qual, segundo Jean Dausset, célebre 
pesquisador francês e criador do “Movimento Universal pela Responsabilidade 
Científica”, o avanço científico poderá se voltar contra a dignidade do homem? 
Não estaria a humanidade caminhando para uma grande e temerosa 
aventura pela aplicação desvirtuada das descobertas genéticas? 
É Giovanni Berlinguer, um dos notáveis bioeticistas vivos até o 
momento, quem afirma: “A velocidade com que se passa da pesquisa pura 
para a aplicada é hoje tão alta que a presença, por breve que seja o tempo, de 
erros e fraudes, pode provocar catástrofes”. 
O noticiário internacional do ano 2000 divulgou que centenas de 
experiências com terapia gênica foram realizadas nos EUA, cujos resultados 
fracassaram e, em alguns casos, até com a morte de pacientes. Informou-se, 
também, que estes resultados foram mantidos em segredo para não causar 
prejuízo no financiamento das pesquisas. 
No campo da clonagem, desde que Ian Wilmut, no ano de 1997, logrou 
a clonagem de uma ovelha a partir de uma célula adulta, deu-se a bandeirada 
da largada de uma inexorável corrida de equipes científicas em direção à vitória 
final em torno da clonagem humana. 
 
 
 13
 
OS QUESTIONAMENTOS ÉTICOS DAS PESQUISAS 
INOVADORAS 
 
“Os direitos nascem quando o aumento do poder do homem sobre o homem – 
que acompanha, inevitavelmente, o processo tecnológico (a capacidade do 
homem de dominar a natureza e os outros homens) – ou cria novas ameaças à 
liberdade do indivíduo, ou permite novas remédios para suas indigências”. 
Norberto Bobbio (“A era dos direitos”) 
 
Quando a humanidade descobriu os horrores perpetrados pela ciência 
biomédica a serviço da ideologia nazista, durante a Segunda Grande Guerra, 
houve imediata reação, como a constituição do Tribunal de Nuremberg, para 
julgar os criminosos de guerra e a Declaração de Nüremberg, aprovada no ano 
de 1946, cujas linhas mestras são: 1) é absolutamente necessário o 
consentimento voluntário do paciente na experimentação; 2) o experimento 
deve buscar resultados saudáveis à sociedade; 3) o experimento deve ser 
conduzido de tal forma que evite todo sofrimento ou injúria física e mental; 4) o 
grau de risco a ser corrido pelo paciente não deve exceder a importância do 
problema a ser resolvido pelo experimento; 5) o experimento só pode ser 
realizado por pessoal tecnicamente qualificado e 6) deverá haver suspensão da 
experiência a qualquer momento que possa colocar em risco sério a saúde do 
paciente.A Declaração de Helsinki, já na sua quinta versão, de outubro de 2000, 
desde que foi editada pela primeira vez em 1964, pela Assembléia Geral da 
Associação Média Mundial, é o documento internacional mais importante para 
 14
 
a regulação da pesquisa em seres humanos, desde o Código de Nüremberg 
(1947). 
 A sua atual reforma é a mais extensa e a mais profunda de todas as 
anteriores, tendo com pontos principais: 
! Aumento das exigências para pesquisas feitas sem o consentimento 
informado, que devem constituir-se exceção. 
! Deve-se esperar que as populações sobre as quais se desenvolve a 
pesquisa, se beneficiem dela; 
! Devem ser declarados os conflitos de interesse. 
! É reforçado o direito de cada participante numa pesquisa, ainda que 
seja integrante de um grupo de controle, em obter o melhor tratamento provado 
disponível (com o que o uso do placebo fica reservado para o caso em que não 
haja qualquer outro tratamento disponível para a situação que se vai 
investigar). 
! Os participantes da pesquisa devem ter acesso ao melhor tratamento 
disponível, identificado pela pesquisa ao seu término. 
! A nova Declaração de Helsinki inclui não só a investigação do 
material humano propriamente dito, como também material de informação, 
identificáveis como tais. 
 
 
CCOONNCCLLUUSSÃÃOO 
 
 15
 
Mais que antes, a aplicação de novas tecnologias à medicina e à saúde 
humana tem que levar em conta os princípios fundamentais da pessoa 
humana, a saber: 
! Princípio da dignidade e inviolabilidade. 
! Princípio da não comercialização do corpo humano. 
! Princípio da não discriminação. 
! Princípio da confidencialidade. 
! Princípio da autonomia, através do consentimento livre e 
informado. 
Os questionamentos que devem ser feitos por ocasião da utilização do 
homem ou material humano, como sujeitos da pesquisa são: 
1) O novo método ou procedimento é seguro? 
2) O novo método ou procedimento é eficaz? 
3) Qual é o benefício real do novo método ou procedimento em 
relação ao pré-existente? 
4) Qual é a relação custo/benefício do novo método ou 
procedimento? 
5) Que repercussão social terá o novo método ou procedimento? 
 
Infelizmente, nem sempre têm sido estes exatamente os critérios 
adotados nas pesquisas inovadoras ao redor do mundo. Basta verificar o que 
está acontecendo com as experiências genéticas, assim como a avaliação dos 
resultados da reprodução assistida. 
 16
 
No mês de maio de 2002, Ian Wilmut, o co-criador de Dolly, a ovelha, 
primeiro mamífero a ser clonado a partir de uma célula adulta, publicou 
trabalho em que constata que todos os animais clonados no mundo 
apresentam deficiências genéticas e físicas. Wilmut conclui, pela sua pesquisa 
que o ser humano clonado também estaria correndo imenso risco de defeitos 
genéticos. 
Wilmut baseia o seu estudo em Dolly, que nasceu com cromossomos 
exibindo telômeros mais curtos (extremidades do DNA que protegem a porção 
final dos cromossomos). Em ovelhas normais e no homem, os telômeros 
encurtam com a idade cronológica, ou seja, à medida que se encurtam, as 
células tendem ao envelhecimento e à morte. Dolly, por exemplo, parece estar 
acometida por artrite, em uma idade bem mais jovem do que o normal, para as 
ovelhas. 
Os principais defeitos geralmente encontrados em animais clonados, 
segundo o trabalho de Wilmut, seriam o gigantismo em ovelhas e gado 
clonados, a placenta aumentada em quatro vezes o tamanho normal em 
camundongos e defeitos cardíacos em porcos. 
Outras alterações encontradas foram o aumento grotesco do corpo de 
camundongos submetidos à dieta normal, enquanto vacas, ovelhas e porcos 
clonados mostraram-se com dificuldades de desenvolvimento, problemas 
pulmonares e deficientes sistemas imunológicos. 
Algumas anormalidades dizem respeito á morte súbita ou repentina de 
animais clonados. No início de 2002, a empresa norte-americana Advanced 
Cell Technology anunciou ter clonado três embriões humanos, mas admitiu que 
nenhum deles ultrapassou o estágio de seis células. 
 17
 
Um estudo publicado recentemente pelo “The New England Journal of 
Medicine” revela que crianças concebidas em laboratório, pelas técnicas 
modernas de reprodução assistida, têm mais que o dobro de possibilidades de 
nascer com alguma complicação de saúde do que os bebês concebidos 
naturalmente. 
Este trabalho foi realizado por pesquisadores ingleses e australianos 
acompanhando cerca de 1000 bebês, nascidos entre os anos de 1993 e 1997, 
e demonstrou que, ao longo do primeiro ano de vida, quase 10% deles 
apresentaram baixo peso, problemas cardíacos, distúrbios neuromusculares e 
até paralisia cerebral. 
Antes de representar uma condenação aos métodos da reprodução 
assistida, a pesquisa serviu de alerta para que o médico esclareça aos casais 
que querem utilizá-la os riscos a ela inerentes. 
O mais terrível para a humanidade – que teve na ciência a 
desmistificação dos fenômenos naturais – é exatamente a perda dos valores 
espirituais, provocada pelo poder fascinantemente corrosivo que a tecnologia 
exerce sobre o pensamento humano, principalmente devido à luta desigual 
entre a velocidade das descobertas e a capacidade de reflexão moral sobre 
elas. 
Mesmo que a clonagem humana venha a representar, como querem 
alguns, uma grande fonte de progresso para o homem, nunca se poderá deixar 
de admitir as suas possibilidades de produzir danos irremediáveis à natureza 
humana, como a obtenção de clones para rastreamento de caracteres 
supérfluos, o seu uso político na purificação étnica (o ressurgimento da 
ideologia eugênica) ou a transformação do ser humano em simples mercadoria. 
 18
 
Se o progresso da ciência é, de fato, bem mais veloz do que as 
reflexões sobre as suas repercussões na biosfera e na vida humana, este fato 
torna mais angustiante e premente a discussão a cerca dos limites da sua 
intervenção sobre a vida humana. 
 
 
 
 
 
 
 
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“Não conseguimos encontrar respostas para todos 
os nossos problemas. As que encontramos apenas 
nos levaram a formular novas questões. Sentimo-
nos hoje tão confusos como antes. Acreditamos, 
 23
 
entretanto, que estamos confusos num nível mais 
alto e sobre coisas mais importantes”. 
 (Cartaz afixado na entrada do Departamento de Matemática de uma Universidade 
Escandinava)

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