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unesp Faculdade de Engenharia - Câmpus de Ilha Solteira Departamento de Matemática UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "Júlio de Mesquita Filho" Cálculo Diferencial e Integral II: 2 O Semestre de 2013 - Mecânica Roteiro 7: Volumes de Sólidos de Revolução Objetivo: Utilizar a integral definida para a determinação de volumes de sólidos de revolução. 1. Volumes de sólidos de Revolução. Vimos um método para a determinação da área de uma região plana. Esse método será estendido para a determinação do volume de um sólido de revolução. Seja R uma região do plano e uma reta r nesse plano. Definição: Um sólido é dito sólido de revolução, quando é obtido fazendo a rotação de uma região plana R em torno de uma reta r no plano. Tal reta é chamada eixo de revolução ou eixo de rotação. Exemplos: 1. A esfera: Se a região R é uma semicircunferência limitada pelo seu diâmetro e a reta r é o próprio diâmetro, a rotação dessa região em torno de r gera a esfera. Fig. 1: A esfera de revolução Fig. 2: O cone de revolução 2. O cone circular reto: A região R é um triângulo retângulo e a reta r é um de seus catetos, obtém-se o cone circular reto. 3. Cilindro: A região R é um retângulo e a reta r é um dos lados desse retângulo. Figura 3: O cilindro de revolução 2 2. Métodos para a Determinação de Volumes de sólidos de Revolução: Métodos do disco Circular e do Anel circular. Inicialmente é necessário que se defina o que se entende por volume de um sólido de revolução. Caso 1: O eixo de revolução é uma fronteira da região que sofre a rotação. Por exemplo, no caso da esfera. Seja f uma função contínua em [a, b] e admitamos que f(x) 0, para todo x [a, b]. Sejam R a região R limitada pela curva y = f(x), o eixo x e as retas x = a, x = b e S é o sólido de revolução obtido pela rotação de R em torno do eixo x. Deseja-se determinar uma definição adequada para o número V que dá a medida do volume de S. Considere uma partição de [a, b], definida por: a = xo < x1 < x2 < ... < xn = b. Tem-se, então n subintervalos [xi-1, xi], i = 1, ..., n, sendo o comprimento de cada subintervalo dado por ix = xi – xi-1. Escolha um ponto qualquer i em cada subintervalo, tal que xi-1 ≤ i ≤ xi, e traça-se os retângulos de base ix e altura f(i). Efetuando a rotação desse retângulo em torno do eixo x, obtém-se um disco circular na forma de um cilindro circular reto, cujo raio de base é dado por f(i) unidades e cuja altura é dada por ix. Como o volume de um cilindro é dado por r 2 h, tem-se que o volume desse anel, denotado por iV, é dado por: iV = (f(i)) 2ix. Figura 4: O volume de sólidos de revolução. Como existem n retângulos, são obtidos n discos circulares e a soma dos volumes desses n discos é dada pela soma de Riemann: x)(fV i 2n 1i n 1i ii . a b f(x) xi-1 xi f(i) i f(i) xi 3 Quanto menor for a norma da partição, maior será a aproximação do número V que será designado para a medida do volume do sólido S. Tem-se, então, a seguinte definição. Definição: Seja f uma função contínua em [a, b] e admitamos que f(x) 0, para todo x [a, b]. Se S for o sólido de revolução obtido pela rotação, em torno do eixo x, da região limitada pela curva y = f(x), o eixo x e as retas x = a e x = b e se V for o número de unidades cúbicas no volume de S, então: V = x f lim i 2 i n 1i 0 P = b a 2 dxf(x) . Observação: Na determinação do volume do sólido de revolução, os elementos retangulares de área considerados são perpendiculares ao eixo de revolução. Exemplo: A região limitada pela curva y = x 2 , o eixo x e as retas x = 1 e x = 2 sofre uma rotação em torno do eixo x. O volume do sólido de revolução gerado é dado por 5 31 . Problema 1: Calcular o volume do sólido de revolução nos seguintes casos: (a) Pela rotação da região limitada pela curva 2x 4 1 y , o eixo x e as retas x = 1 e x= 4, em torno do eixo dos x; (b) Pela rotação em torno do eixo x, da região entre o gráfico de y = senx, o eixo x, de 2 a 2 3 . Observação: Definição análoga para o volume de um sólido de revolução é obtida quando o eixo de revolução for o eixo y ou uma reta qualquer paralela aos eixos x ou y. (a) Eixo de revolução paralelo ao eixo x (b) O eixo de revolução é o eixo y. Figura 5: O volume de sólidos de revolução. Na figura 5: (a), se L é o eixo de revolução, tem-se que: g(y) yi-1 yi g(i) i a b f(x) xi-1 xi f(i) i 4 iV = (f(i) - L) 2ix e xL)(fV i 2n 1i n 1i ii . Então: V = x Lf lim i 2 i n 1i 0 P = b a 2 dxL-f(x) . Na figura 5: (b), tem-se que: iV = (g(i)) 2iy e y)(gV i 2n 1i n 1i ii . Então: V = y g lim i 2 i n 1i 0 P = b a 2 dyg(y) . Problema 2: Calcular o volume do sólido de revolução nos seguintes casos: (a) Pela rotação da região limitada pela parábola y = x3, pelo eixo dos y e pela reta y = 8, em torno do eixo y; (b) Pela rotação em torno da reta y = 4 da região limitada por x 1 y , y = 4 e x = 4. (c) A região R é delimitada pela parábola 1y 2 1 x 2 e pelas retas x = -1, y = -2 e y = 2 e gira em torno da reta x = -1. Caso 2: O eixo de revolução não coincide com a fronteira da região que sofre a rotação. Sejam f e g funções contínuas em [a, b] e tal que f(x) g(x) 0, x [a, b]. Sejam R a região limitada pelas curvas y = f(x) e y = g(x) e as retas x = a e x = b e S é o sólido de revolução obtido pela rotação de R em torno do eixo x. Tome uma partição do intervalo [a, b], dada por: a = xo < x1 < x2 < ... < xn = b, sendo o i-ésimo intervalo dado por [xi-1, xi] e de comprimento ix = xi – xi-1. Escolha um ponto qualquer i no i-ésimo subintervalo, tal que xi-1 ≤ i ≤ xi. Quando o i-ésimo retângulo sofre uma rotação em torno do eixo x, obtemos um anel circular (ou arruela). A medida da área desse anel é: iV = [(f(i)) 2 - g(i)) 2 ]ix. 5 Figura 6: O volume de sólidos de revolução. A soma das medidas dos volumes dos n anéis é dada por: x)(g)(fV i n 1i n 1i 2 i 2 ii . Definição: Sejam f e g funções contínuas em [a, b] e tal que f(x) g(x) 0, x [a, b]. Então, se V unidades cúbicas é o volume do sólido de revolução obtido pela rotação em torno do eixo x, da região limitada pela curvas y = f(x) e y = g(x) e as retas x = a e x = b, V = x)(g)(f i n 1i 2 i 2 i 0 lim = b a 22 dxg(x)f(x) . Observações: (1) Definição análoga é obtida quando o eixo de revolução for o eixo y ou uma reta qualquer paralela aos eixos x ou y; (2) Na determinação do volume do sólido de revolução, os elementos retangulares de área considerados são perpendiculares ao eixo de revolução e os elementos de volume tomados são discos ou áreas circulares. Exemplo: O volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região limitada pela parábola y = x 2+ 1 e a reta y = x + 3 é V = 5 117 . Problema 3: Calcular o volume do sólido de revolução nos seguintes casos: (a) Pela rotação em torno do eixo x, da região limitada pela parábola 2x13 4 1 y e pela reta 5x 2 1 y ; (b) Pela rotação em torno da reta x = - 4 da região limitada pelas duas parábolas x = y – y2 e x = y 2 – 3; 3. Métodos para a Determinação de Volumes de sólidos de Revolução: Método do Invólucro Cilíndrico f(i ) g(i) a b xi-1 i f(i) g(i) xi 6 Na seção anterior, foi determinado o volume de um sólido de revolução, considerando- se elementos retangulares de área, perpendiculares ao eixo de revolução e os elementos de volume eram discos ou áreas circulares. Se o elemento retangular de área for paralelo ao eixo de revolução, então quando esse elemento de área girar em torno do eixo de revolução, obtém-se o que se denomina invólucro cilíndrico. Definição: Um invólucro cilíndrico é um sólido compreendido entre dois cilindros com mesmo centro e eixo. Figura 7: O invólucro cilíndrico Então, o volume desse sólido é dado por h r h r ΔV 21 2 2i . Seja R a região limitada pela curva y = f(x) o eixo x e as retas x = a e x = b, sendo f contínua em [a,b], a 0 e f(x) 0, x [a,b]. Se a região R sofre uma rotação em torno do eixo y, obtém-se o sólido de revolução S. Figura 8: O invólucro cilíndrico como sólido de revolução. Consideremos o problema de determinar o volume V do sólido obtido pela rotação desta região em torno do eixo y. Seja uma partição do intervalo [a, b] dada por: r2 r1 h a b R f(x) No Invólucro cilíndrico tem-se que: r1: raio interno; r2: raio externo; h: altura; Vi: volume do invólucro cilíndrico. 7 a = xo < x1 < x2 < ... < xn = b. Seja mi o ponto médio do subintervalo [xi-1, xi]. Então, 2 xx m i1ii . Considere o retângulo de altura f(mi) e comprimento ix. Fazendo a rotação desse retângulo em torno do eixo y, obtemos um invólucro cilíndrico. Figura 9: O invólucro cilíndrico gerado por um elemento retangular. Seja iV a medida do volume deste invólucro cilíndrico, então: (a) r1 = xi-1, r2 = xi e h = f(mi); (b) )f(m x )f(m x VΔ i 2 1-ii 2 ii . Então, )f(mx- x VΔ i21-i2ii = )f(mx xx- x i1-ii1-ii = x)f(mm 2 iii . Assim, tem-se a seguinte soma de Riemann: n 1i iV = n 1i iii x)f(mm 2 . Definição: Seja f função contínua em [a, b] e tal que f(x) 0, x [a, b] e a 0. Se R é a região limitada pelas curvas y = f(x), o eixo x e as retas x = a e x = b e se S é o sólido obtido pela rotação de R em torno do eixo y, e se V unidades cúbicas for o volume de S, então: V = n 1i iii 0 x)f(mm 2lim = b a f(x)dxx2 . a b R f(x) xi-1 xi m i f(mi) 8 Exemplo: A região limitada pela curva y = x 2 , o eixo x e a reta x = 2 sofre uma rotação em torno do eixo dos y. Encontre o volume do sólido gerado. Tome os elementos de área paralelos ao eixo de revolução. Problema 4: Calcular o volume do sólido de revolução nos seguintes casos: (a) A região limitada pela curva y = x2, e as retas y = 1 e x = 2 sofre uma rotação em torno da reta y = -3; (b) Pela rotação em torno da reta y = -1, da região limitada pela curva y = x2, a reta x = 1 e x = 3.
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