Prévia do material em texto
Mendes, J. M. J. A evolução da microbiologia ambiental. Marabá – PA, 2016. INTRODUÇÃO Em todas as questões humanas há um único fator dominante – o tempo. Para compreender o estado atual da ciência, precisamos saber como ela chegou a ser assim: nós não podemos evitar os acontecimentos históricos, para poder avançar rumo ao futuro devemos compreender o passado. Apesar de toda a ciência que se tem desenvolvido neste século, deve-se ter olhar para a antiguidade, pois foi ela que nos deu a base para todo o conhecimento que existe hoje, e a principal área que integra mais as técnicas do passado é a agricultura, e a ciência do aspecto ambiental. Sendo isso causada pelos seres que originaram a vida em nosso planeta, os microrganismos. HISTORIA DA MICROLOGIA No início do desenvolvimento da humanidade já si tinha conhecimento sobre a microbiologia ambiental, mesmo que de jeito tão primitivo. Os primeiros que se tem conhecimento são os egípcios quando perceberam que os locais mais propícios a agricultura seriam aqueles onde o Rio Nilo, após sua seca, estaria com uma cor mais verdeada, hoje sabemos que estes são os locais onde a taxa de algas (protozoários) era maior. Sendo que a idade destes seres não está condicionada a esta data. Embora os microrganismos sejam antigos, cerca de 3,5 bilhões de anos, a microbiologia é uma ciência jovem. Parece inacreditável que os pesquisadores tenham observado os microrganismos pela primeira vez somente há 300 anos e que estes tenham sido tão pouco compreendidos durante muitos anos após sua descoberta. Existe um período de quase 200 anos a partir das primeiras observações até o reconhecimento de sua importância. Algumas descobertas importantes na ciência são feitas por amadores, em vez de profissionais. Uma das maiores figuras na história da microbiologia possuía seu próprio armazém, era zelador da prefeitura e servia como provador oficial de vinhos para cidade de Delft, na Holanda, que através de seu hobby de colecionar lentes de vidro e inspecionando fibras e tecelagens de roupas, notou algumas imagens que apresentava aspectos incompreensíveis até então, ele a primeira pessoa a estudar organismos vivos extremamente pequenos, mas sua curiosidade insaciável sobre o mundo natural, e a descrição detalhada que fez sobre o que viu tornou-o um dos fundadores da microbiologia, Antonie Van Leeuwenhoek. Se tornando hábil construtor de lentes, foi, no final do século XVII, o primeiro a registrar descrições adequadas de suas observações, excelentes pela qualidade excepcional de suas lentes. Leeuwenhoek comunicou suas descobertas sobre os "animálculos" numa série de cartas enviadas à Royal Society de Londres, em meados de 1670. Sendo que a microbiologia ambiental se tornou uma ciência central dentre outras especialidades, como a microbiologia do ar, do solo e da água, bem como o estudo de seus papeis que lhes deram a características de bioindicadores da qualidade ambiental, de alimentos, medicamentos e ambientes hospitalares, passando ao estudo de bactérias que ocasionam corrosão até o estudo destes microrganismos na biotecnologia, como modelo para modificação genética. No século XVII, ainda exercia grande influência sobre os cientistas o conceito de geração espontânea de vida, ideia defendida inicialmente pelos gregos, segundo a qual os seres vivos podem surgir da matéria inanimada. No final do século, uma série de observações e experiências desferiu um golpe mortal sobre a teoria da geração espontânea. Coube a Louis Pasteur demonstrar que os microrganismos só podem se originar de outros seres vivos, e o principal efeito foi na microbiologia, já que existia a microbiota natural de um corpo, indivíduos presentes no ar atmosférico, entre outros. Outra grande figura da microbiologia no século XIX foi o alemão Robert Koch, que em 1876 isolou a bactéria causadora do carbúnculo. As bases da microbiologia foram solidamente fundadas entre 1880 e 1990. Discípulos de Pasteur e Koch, entre outros, descobriram inúmeras bactérias com ações que diferiam entre si e elaboraram um conjunto de técnicas e procedimentos laboratoriais para revelar a ubiquidade, diversidade e o poder dos micróbios. Em meio a muitas tentativas cientificas de se obter novos conhecimentos sobre microrganismos, algumas podem ser mencionadas por terem contribuídas mais intensamente ao reconhecimento da microbiologia como ciência. A primeira delas surgiu na segunda metade do século XIX, quando os cientistas provaram que os microrganismos originaram-se de reações físico-química, para logo após de pais iguais a eles próprios e não de causas sobrenaturais ou de plantas e animais em putrefação. MICRORGANIMOS DO SOLO A microbiologia do solo iniciou-se no final do século XIX com o microbiologista russo Sergei Winogradsky (1856-1953). Ele descobriu que certas bactérias do solo podiam absorver o nitrogênio atmosférico e converte-lo em nutrientes para as plantas. Também descobriu que outras espécies de bactérias podiam transformar a amônia, que era liberada de plantas e animais em decomposição, em nitratos – uma fonte primaria de nitrogênios para as plantas. Winogradsky fez uma observação fundamental sobre a função dos microrganismos na transformação química envolvendo enxofre, ferro e seus derivados. E também as classificou em autóctones que utilizam a matéria orgânica do solo de forma lenta e constante e zimógenes que dependem da adição de substratos específicos porque não utilizam a matéria orgânica do solo e que têm alta atividade e rápido crescimento em substratos simples. O microbiologista alemão Martinus W. Beijerinck (1851-1931) introduziu as técnicas de enriquecimento de culturas – um procedimento que melhorou a possibilidade de isolar tipos especiais de microrganismos, tais como os do solo e da água. Por exemplo, suponha que você queira isolar um microrganismo do solo que tenha habilidade de decompor celulose, que é a substancia mais rica em carbonos, em plantas. Beijerick também descobriu as bactérias que crescem nas raízes de leguminosas, tais como alfafa, alho e soja. Que causam um espessamento do tecido da raiz, formando um nódulo. As bactérias absorvem nitrogênio atmosférico fornecendo-o como alimento para as plantas. Atualmente os agricultores, antes de plantarem, inoculam nas sementes de leguminosas culturas especiais dessas bactérias para aumentar a produção. CONCLUSÃO A vida humana está intimamente relacionada com os microrganismos, abundantes no solo, no mar e no ar. A microbiologia ambiental é a interface entre as ciências ambientais e a ecologia microbiana. Estuda os microrganismos e suas funções na condução de processos nos sistemas naturais e prioriza os efeitos provocados pela presença e atividade desses no meio ambiente. Com os avanços da biologia molecular aumentou-se a habilidade de detectar e identificar microrganismos e suas atividades no ambiente. Deste modo, criou-se diversas maneiras de manejo destes seres serem aproveitados para a agricultura, reflorestamento e equilíbrio do meio ambiente. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BIOMANIA. Microbiologia. Disponível em <http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=1741>. Acesso em 09 mai. 2016. MADIGAN, Michael T.; MARTNKO, John M.; PARKER, Jack. Microbiologia de Brock. 12 ed. Editora: Artmed. São Paulo. 2010. SALAMONI, Sabrina Pinto. Ecologia e microbiologia do solo. Universidade do oeste de Santa Catarina. PELCZAR, Michael Joseph; CHAN, E.C.S; KRIEG, Noel R. Microbiologia: conceitos e aplicações. 2.ed, vol. 1. São Paulo: Makron Books.