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Aula17_bens_publicos

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FALHAS DE MERCADO
Em determinadas circunstâncias, a alocação de recursos feita pelo mercado não é eficiente. A teoria convencional considera as seguintes falhas de mercado:
 Bens públicos e recursos comuns;
Externalidades;
 Concorrência imperfeita (monopólio, oligopólio e concorrência monopolística);
 Mercados incompletos;
 Assimetria de informação;
Desemprego e inflação.
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EXTERNALIDADES
Surgem quando a ação de um agente tem impacto no bem-estar de um terceiro que não participa dessa ação e que não paga nem recebe nenhuma compensação por esse impacto.
Externalidade negativa (custo externo): 
Impacto prejudicial sobre o terceiro. 
Ex. dioxina, substância cancerígena, liberada na produção de papel; fumaça dos carros que polui o ar; latido de cachorros que perturbam a vizinhança.
Externalidade positiva (beneficio externo): 
Impacto benéfico sobre o terceiro. 
Ex. restauração de prédios antigos que preserva o patrimônio histórico; pesquisas de novas tecnologias na medicina que podem levar à cura de doenças.
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O equilíbrio de mercado não é eficiente quando há externalidades, pois a quantidade de equilíbrio não maximiza o benefício total para a sociedade como um todo.
EXTERNALIDADES
Nesse caso, o governo reage para tentar proteger o interesse de terceiros que são prejudicados e para tentar corrigir essa falha de mercado por meio de:
 Regulamentação; 
 Impostos e subsídios;
 Licenças de poluição.
Compradores e vendedores não levam em conta custos e benefícios externos quando decidem demandar e ofertar.
	Ofertantes: só levam em conta o custo interno
	Demandantes: só levam em conta o benefício privado
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Por que as externalidades fazem o mercado alocar recursos de maneira ineficiente, isto é, alocar recursos de maneira que o benefício social gerado não seja máximo?
Externalidades negativas: mercado de alumínio.
Preço do
alumínio
Quantidade
de alumínio
Demanda
(valor privado)
Ótimo social
Equilíbrio
Custo social
(custo interno + custo externo
Oferta
(custo privado)
Custo da
poluição
Qótima
Qmercado
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 Abaixo do ótimo, o valor do alumínio para os consumidores é maior do que o custo social. Então, vale a pena aumentar a produção de alumínio.
 Acima do ótimo, o valor do alumínio para os consumidores é menor do que o custo social. Então, vale a pena reduzir a produção de alumínio.
 A quantidade ótima é dada pela intersecção das curvas de demanda (valor para os consumidores) e de custo social (custo para a sociedade). 
 Como a quantidade de mercado é maior do que a quantidade ótima, o mercado aloca recursos de maneira ineficiente. Essa ineficiência acontece porque o equilíbrio de mercado reflete apenas os custos privados de produção.
 Entre o ótimo e o equilíbrio: o valor atribuído ao alumínio pelos consumidores é menor do que o custo social de produção de alumínio. Portanto, reduzir a produção aumenta o bem-estar econômico total.
Por que as externalidades fazem o mercado alocar recursos de maneira ineficiente, isto é, alocar recursos de maneira que o benefício social gerado não seja máximo?
Externalidades negativas: mercado de alumínio.
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 O governo poderia cobrar um imposto sobre a produção de alumínio. 
 O imposto aumentaria o custo de produção do alumínio e deslocaria a curva de oferta de alumínio para a esquerda.
 Se o valor do imposto refletisse exatamente o custo social da produção de alumínio (da poluição gerada pela produção de alumínio), a nova curva de oferta refletiria a curva de custo social. 
 No novo equilíbrio, os produtores produziriam a quantidade socialmente ótima de alumínio. 
 Esse tipo de medida é chamado de internalização de custos externos.
Como fazer os produtores produzirem abaixo da quantidade de mercado? 
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Por que as externalidades fazem o mercado alocar recursos de maneira ineficiente, isto é, alocar recursos de maneira que o benefício social gerado não seja máximo?
Externalidades positivas: educação.
Preço da
educação
Quantidade
de educação
Demanda
(valor privado)
Ótimo social
Equilíbrio
Oferta
(custo privado)
Qótima
Qmercado
Valor social
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Como fazer os produtores produzirem acima da quantidade de mercado? 
 O governo poderia conceder subsídios aos ofertantes de educação. 
 Ex. concessão de bolsas de estudo para alunos carentes.
 Nesse caso, o governo pode internalizar o benefício externo.
Externalidades negativas fazem com que os mercados produzam uma quantidade maior do que a socialmente desejável. Para solucionar esse problema, o governo pode internalizar a externalidade tributanto bens que trazem externalidades negativas.
Em suma,
Externalidades positivas fazem com que os mercados produzam uma quantidade menor do que a socialmente desejável. Para solucionar esse problema, o governo pode internalizar a externalidade subsidiando bens que trazem externalidades positivas.
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Externalidades: soluções privadas
 Códigos morais e sanções sociais.
Ex. Jogar lixo na rua gera externalidade negativa. Uma sanção social faz com que as pessoas não joguem lixo na rua.
 Filantropia.
Ex. Doar dinheiro para uma universidade gera externalidade positiva. A ação filantrópica faz com que as pessoas doem dinheiro para as universidades.
 Teorema de Coase: se os agentes privados puderem negociar sem custo a alocação de recursos, eles podem resolver por si sós o problema das externalidades e alocar recursos com maior eficiência (mais próximo do ótimo social). 
Ex. cachorro que late e vizinha que não dorme. 
A vizinha paga ao vizinho para se livrar do cachorro. Ou o dono do cachorro paga à vizinha para que não reclame do latido. 
Crítica: análise de custo/benefício complicada na realidade. Há custos de transação, isto é, custos em que incorrem os agentes na negociação e implementação do acordo.
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Externalidades: soluções públicas
O que governo pode fazer para internalizar custos externos?
1. REGULAMENTAÇÃO: 
O governo pode solucionar uma externalidade tornando obrigatórios ou proibidos determinados tipos de comportamento. 
Ex. é crime jogar produtos químicos tóxicos nos reservatórios de água.
2. IMPOSTOS E SUBSÍDIOS DE PIGOU (estabelecem o preço): 
O governo pode solucionar uma externalidade cobrando impostos ou subsídios sobre a ação geradora da externalidade. 
Ex. imposto sobre o alumínio e subsídio à educação.
3. LICENÇAS DE POLUIÇÃO (estabelecem a quantidade): 
Venda do direito de poluir entre empresas. 
Empresas que podem reduzir a poluição mais facilmente vendem licenças a empresas que só conseguem reduzir a poluição a um alto custo. Se houver um mercado livre de licenças, a alocação final de recursos será eficiente do ponto de vista social. 
Ex. mercado de crédito de carbono.
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 Externalidade é o efeito da ação de um agente sobre terceiros.
Externalidades: resumo
 Pode ser negativa (impõe custos a terceiros) ou positiva (impõe benefícios a terceiros).
 Quando ocorre a externalidade, o mercado falha na alocação de recursos.
	Externalidade negativa: quantidade de mercado acima da quantidade ótima socialmente.
	Externalidade positiva: quantidade de mercado abaixo da quantidade ótima socialmente.
 Soluções privadas (códigos morais, sanções sociais, filantropia, teorema de Coase)
 Soluções públicas (regulamentação, impostos e subsídios, licenças de poluição)
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Bens públicos e recursos comuns
O mercado só é capaz de alocar bens privados de maneira eficiente. Quando se trata de bens públicos e de recursos comuns, o mercado falha.
Por quê? Porque são bens que têm características especiais que não permitem ao mercado definir o preço e a quantidade que equilibram a oferta e a demanda.
Características que definem bens privados, bens públicos e recursos comuns:
Exclusão: as pessoas podem ser impedidas de utilizar o bem. 
Ex. carro.
Ex. não exclusão: iluminação pública.
Rivalidade: a utilização do bem por uma pessoa impedeque outras o utilizem.
Ex. carro.
Ex. não rival: iluminação pública.
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Bens privados, bens públicos e recursos comuns
Bens privados: 
São bens excludentes e rivais. 
Ex. carro. 
É excludente porque é possível impedir que uma pessoa tenha um carro (basta que não tenha dinheiro para comprá-lo). 
É rival porque se uma pessoa compra um carro outra pessoa não poderá usar esse mesmo carro. 
Na economia predominam os bens privados.
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Bens privados, bens públicos e recursos comuns
Bens públicos: 
Não são excludentes nem rivais. 
Ex. iluminação pública, show de fogos de artifício, defesa nacional, pesquisa. 
Não é excludente porque é impossível impedir que alguém não se beneficie dela. 
Não é rival porque quando alguém recebe o benefício da iluminação pública, isso não reduz o benefício para outras pessoas.
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Bens públicos
Considere uma empresa que faça shows de fogos de artifício.
Porque como o show de fogos de artifício é um bem não excludente e não rival, a empresa teria dificuldade de vender ingressos para o show. As pessoas logo perceberiam que poderiam assistir ao show sem pagar ingresso (efeito carona: geração de benefício para quem não paga por ele.
O efeito carona impede o funcionamento do mercado. Ex. iluminação pública, show de fogos). 
O mercado privado produziria um resultado eficiente para essa empresa? 
Não. Por quê? 
Qual é a solução para este problema? Se concluir que o benefício social é maior do que o custo social, o governo deve patrocinar o show usando recursos fiscais. Todos pagam e todos têm acesso ao benefício.
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Bens privados, bens públicos e recursos comuns
Recursos comuns: 
São rivais, mas não são excludentes. 
Ex. água e ar puros, peixes no mar, estradas congestionadas. 
Não é excludente porque é impossível impedir que alguém pesque peixes no mar. 
É rival porque quando alguém pesca um peixe, há menos peixes disponíveis para outras pessoas pescarem.
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Quando alguém usa um recurso comum, outras pessoas deixam de desfrutar dos benefícios desses recursos. 
Por causa dessa externalidade negativa, os recursos comuns tendem a ser usados em excesso. 
Como água e ar puros são recursos comuns, a poluição é excessiva. 
Como a estrada é um recurso comum (não excludente, mas rival, na medida em que a utilização por mais pessoas diminui o espaço para outros usuários), há excesso de carros e, conseqüentemente, congestionamentos. 
Como peixes são recursos comuns, há excesso de pesca. Aí, o governo entra com regulamentação e impostos no caso do ar e da água e dos peixes.
O governo pode resolver o problema reduzindo o uso dos recursos comuns por meio de regulamentos e impostos.
Recursos comuns
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Bens públicos e recursos comuns
- Se alguém oferta um bem público, como iluminação pública, outras pessoas se beneficiam, mas não podem ser cobradas por esse benefício.
- Se alguém usa um recurso comum, como os peixes do mar, outras pessoas são prejudicadas e não são compensadas por essa perda.
- Por causa desses efeitos, decisões privadas de produção e consumo podem levar a uma alocação ineficiente de recursos e, nesse caso, a intervenção do governo pode potencialmente aumentar o bem-estar econômico.

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