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parasitologia básica resumo

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Aula 1
A Parasitologia é ciência que estuda os parasitos, seus hospedeiros e as relações entre eles, além de estudar os métodos de diagnóstico e controle dessas parasitoses. 
Os parasitas são seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua sobrevivência.
A convivência do parasita com o hospedeiro nem sempre é nociva , pois o parasitismo ideal é aquele que não causa dano ao hospedeiro e por conseguinte não provoca a doença.
Parasitismo segundo Rey (2013) equivale a uma “relação ecológica” desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes em que se estabelece associação intima e duradoura e certo grau de dependência metabólica entre os parceiros.
Parasitas monóxenos ou monogenéticos: tanto nos casos de parasitismo temporário como de parasitismo permanente, o parasito apresenta um único hospedeiro para completar seu ciclo biológico. Contudo este hospedeiro deverá ser sempre da mesma espécie ou de espécies muito próximas.
Parasitas heteróxenos ou digenéticos: são aqueles parasitos que precisam de mais de um hospedeiro para completar seu ciclo biológico, sempre na mesma seqüência e nas mesmas fases.
Endoparasitos: são aqueles parasitos que seu habitat natural se encontra dentro do hospedeiro.
Ectoparasitos: são aqueles parasitos cuja habitat natural está localizado no lado externo do hospedeiro, pelos, couro cabeludo, carrapatos, piolhos, pulgas etc...
Hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual
Hospedeiro intermediário: é o que apresenta o parasito em fase larvária ou em fase assexuada.
Adaptações dos parasitas
Morfológicas 
Degenerativas: perdas ou atrofias de órgãos locomotores, aparelho digestivo etc.
Hipertrofia: encontradas prioritariamente nos órgãos de fixação, resistência ou proteção e reprodução.
Biológicas 
Capacidade reprodutiva: produção de grandes quantidades de ovos, cistos, ou outras formas infectantes.
Tipos de reprodução: reprodução mais fácil ou mais segura, hermafroditismo, partenogênese, esquizogonia etc.
Tropismos: para facilitar a propagação, reprodução ou sobrevivência.
De acordo com NEVES (1991) nem sempre a presença de um parasito em um hospedeiro indica que está havendo ação patogênica do mesmo.
Os parasitas podem apresenta :
Ação espoliativa: é quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro 
Ação toxica: acontece quando algumas espécies produzem enzimas ou metabólicos que podem lesar o hospedeiro.
Ação mecânica: algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile, ou absorção alimentar.
Ação traumática: é provocada geralmente pela migração de formas larvais de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também possam faze-los.
Ação irriativa: alguns parasitos tem a propriedade de sensibilizar o organismo humano, causando fenômenos alérgicos localizados ou gerais
Anóxia: qualquer parasito que consuma o oxigênio da hemoglobina, ou produz anemia, é capaz de provocar uma anóxia generalizada.
Relações harmônicas ou positivas não há prejuízo para nenhuma das partes associadas. São elas:
Comensalismo: indica a relação de duas espécies na qual uma compartilha nutrientes e a outra consegue.
Mutualismo: associação entre duas espécies onde ambas são beneficiadas
Simbiose: associação bilateral entre espécies diferentes onde ambas se beneficiam
Relações desarmônicas ou negativa há prejuízo para ao menos uma das partes. São elas:
Competição: pode ocorrer entre elementos da mesma espécie ou de espécies distintas
Canibalismo: é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie ou da mesma família
Parasitismo: é a associação entre seres vivos onde existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicados pela associação.
Predatismo: é quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie 
Aula 2
A maioria dos protozoários é de vida livre e aquática podendo ser encontrados na água doce, salobra ou água salgada.
A reprodução dos protozoários geralmente é assexual acontecendo por divisão múltipla onde o microrganismo apenas se divide em cópias dele mesmo
Cinetoplasto: acredita-se que seja uma mitocôndria modificada
Corpúsculos basal: local onde os cílios e os flagelos se inserem
Microtubulos: responsáveis pelos movimentos das células, como contração e distensão 
Flagelos, cílios e pseudopodes : responsável pela locomoção e nutrição celular
Citostoma: formação da membrana celular que permite a ingestão de partículas
O protozoário Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença de Chagas ou tripanossomíase.  O T. cruzi é um protozoário flagelado, apresentam como característica um flagelo e uma única mitocôndria
O T. cruzi pode apresentar, durante seu ciclo biológico, várias formas, como são apresentadas:
Amastigota: forma encontrada intracelular nos tecidos dos vertebrados; 
Tripomastigota: forma encontrada no sangue dos vertebrados;
 Epimastigota: forma encontrada no intestino dos invertebrados; 
Tripomastigota metacíclica: forma encontrada no intestino posterior dos invertebrados.
Forma em tripomastigotas:
O T.cruzi apresenta-se sob a forma de um tripomastigota extracelular e não mostra formas em divisão. Os tripomastigotas apresentam uma forma alongada com cinetoplasto posterior ao núcleo, flagelo forma uma extensa membrana ondulante e torna-se livre na porção anterior as células.
Forma em amastigotas:
As fases de divisão são encontradas principalmente nas células do sistema fagócitico mononuclear ou nas fibras musculares, os amastigotas tem a forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não se exterioriza.
Formas no inseto transmissor:
Forma trimastigota: iguais as encontradas nos vertebrados
Forma amastigota: iguais as encontradas nos vertebrados 
Forma epimastigota: forma alongada com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo 
Forma tripomastigota metaciclicos: tem núcleo alongado mediano ou mais próximo a extremidade posterior com o cinetoplasto próximo da extremidade posterior.
Modos de transmissão
Pelo vetor invertebrado
Transfusão sanguínea
Congênita 
Outras formas de transmissão: em laboratorios, fezes de triatomíneos, caldo de cultura.
Entende-se por patogenia os mecanismos pela qual o T.cruzi determina lesões 
A patogenia está ligada a: patogenia da cepa a idade da pessoa e a alimentação
Os casos agudos ou subagudos edematosos ou não, quando não terminam em morte apresentam cura clinica aparentemente espontânea porem o parasita permanece no organismo durante muito tempo e assim o xenodiagnóstico continua positivo muitos meses ou anos após o inicio da enfermidade
Fase crônica: se caracteriza pela baixa parasitemia, lesões cardíacas, esofagianas ou entéricas além dos transtornos do ritmo cardíaco
Ciclo Evolutivo
Quando o triatomíneo (barbeiro) pica a pele para sugar o sangue do indivíduo, ele simultaneamente defeca e urina, a pessoa que foi picada, coça o local e dessa forma facilita a entrada do protozoário pela pele que foi lesada.  Assim as forma tripomastigotas metacíclicos penetram ativamente em uma célula do Sistema Fagocítico Mononuclear (macrófagos) e se transformam em amastigotas; se multiplicam intensamente por divisão binária, rompem a célula e caem na corrente sanguínea, sob a forma tripomastigota, estas penetram em células vizinhas ou em outras distantes (musculares, nervosas), transformam-se em amastigota, se multiplicam, rompem a célula e caem na corrente sanguínea sob a forma tripomastigota e assim sucessivamente.
Tratamento da doença de chagas: tem sido de dificil eficácia, atualmente dois fármacos tem sido indicados: nifurtimox (lampit) e benzonidazol (rochagan), eles são indicados especialmente nos casos agudos que tenham ocorrido por transfusao natural, sanguínea e acidental e nos casos crônicos em crianças 
Aula 3
A leishmaniose é uma doença parasitaria que pode ser encontrada sob 3 formas principais leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutanea, leishmaniose visceral (calazar).
Ela é provocadapelos protozoários do gênero leishmania, que é transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotominios do gênero lutzomyia conhecido no brasil como mosquito palha, birigi e tatuquira.
Vetor: é transmitidas por insetos flebotominios 
Morfologia: são digenéticas ou heteróxenos e apresentam em seu ciclo de vida apenas duas formas evolutiva. São elas: 
Forma promastigota: flagelada e extracelular
Forma amastigota: intracelular e sem movimentos, encontrada nos tecidos do homem e dos animais sensíveis a inoculação do parasito
Reservatórios: os animais reservatórios são os marsupiais, roedores, tamanduás, cães, esquinos e os homens
O calazar é considerado atualmente uma doença emergente e reemergente, tanto em áreas rurais como urbanas
O habitat das formas amastigotas no homem são principalmente as células do sistema fagocitico monocular.
Nos reservatórios (cao e raposa) as formas amastigotas são encontradas no sistema fagocitico mononuclear visceral, cutâneo e com relativa frequência no sangue circulante.
A evolução da doença dependerá da virulência da cepa, do numero de formas infectantes inoculadas e da resistência do hospedeiro.
Patogenia e sintomatologia:
O parasito atinge com grande facilidade as vísceras com maior riquezas de células de SFM como o fígado, baço, medula óssea e linfonodos.
A medula óssea sofre atrofia dos elementos hemoformadores 
Forma inaparente: paciente com sorologia positiva 
Forma clássica: com febre, anorexia, astenia, perda de peso
Forma oligossintomatica: a febre é baixa ou ausente hepatomegalia, esplenomegalia ausente ou discreta
Forma refrataria: é uma forma evolutiva do calazar clássico 
Forma grave: óbito devido a hemorragia e infecções associadas
Ciclo biológico leishmaniose: quando um inseto vetor femea, pertencente ao gênero lutzomya (flebotomo) pica um mamífero paralisado ingere juntamente com o sangue as formas amastigotas que chegando ao intestino do flebotomo se transformarão em promastigota e se mutiplicarao intensamente , 4 a 5 dias após o repasto. Dai alcançarão o proventriculo , continuando a mutiplicaçao por divisão binaria simples. 
 Tratamento: pentamidina, antotericina B, etc 
Malária: pode ser transmitida acidentalmente como o resultado de uma transfusão sanguínea , compartilhamento de seringas contaminadas e acidentes de laboratórios.
Os plasmodios são coccidios ou esporozoários parasitas das células sanguíneas 
Necessita de dois hospedeiros: o mosquito do gênero anófheles fêmea e os seres humanos ou outros animais
As quatro espécies que infectam os seres humanos são:
Plasmodium ovale: febre terçã benigna, limitada a africa
Plasmodium vivax: febre terçã benigma, ciclo febril se repete a cada 48 horas, é a mais comum no brasil
Plasmodium falciparum: febre terçã benigma, febre com intervalos de 36 a 48 horas
Plasmodium malarie: febre quartã, febre a cada 72 horas, pouco frequente no brasil
Ciclo biológico do plasmódio:
O ciclo do Plasmodium inicia-se quando o mosquito Anopheles inocula os esporozoítos diretamente na circulação. Eles vão para o fígado e se transformam em criptozoítos. No fim do crescimento, o núcleo do criptozoíto começa a se dividir várias vezes, de forma assexuada. Esse processo resulta em uma forma multinucleada, o esquizonte. Rompe-se o esquizonte e são liberados os merozoítos. Essa etapa completada é denominada esquizogonia pré-eritrocítica e dura entre seis e 16 dias após a inoculação.
Aula 4
Toxoplasmose:
 A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial. Ocorre em animais de estimação e produção incluindo suínos, caprinos, aves, animais silvestres, cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (bovinos, suínos, cabras etc.). Acarreta abortos e nascimento de fetos malformados.
O Toxoplasma gondii é um esporozoário que infecta grande número de vertebrados de sangue quente, inclusive o homem. O parasito invade as células do hospedeiro onde se multiplica.
MORFOLOGIA E HABITAT
Podem ser encontrados em vários tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal, entre outros).
 
As principais formas que o parasito apresenta durante o ciclo evolutivo são: taquizoítos, bradizoítos e oocistos (contendo os esporozoítos). 
Trofozoíta e Taquizoíta:
Forma de meia-lua, um dos polos apresenta-se mais grosso e o outro mais afilado. São formados pela multiplicação por endodiogenia dos esporozoítas
Oocistos: 
São encontrados nos tecidos, sendo esféricos no cérebro e na retina, Contêm vários bradizoítas originados da multiplicação dos taquizoitas que penetram nos tecidos.
CICLO BIOLÓGICO
O ciclo biológico do T. gondii desenvolve-se em duas fases distintas: 
1. Fase assexuada: : nos tecidos de vários hospedeiros (inclusive gatos e outros felídeos);
2. Fase sexuada: nas células do epitélio intestinal de gatos jovens (e outros felídeos) não imunes.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
O T. gondii, apesar de infectar frequentemente o homem, é um protozoário parasita de natureza benigna, pois raramente determina distúrbios no seu hospedeiro
Toxoplasmose congênita
(manifestações mais graves da doença) 
Se a infecção ocorre nos primeiros meses de gravidez, o feto pode morrer e ser expulso, prematuramente ou a termo. 
Se ocorre mais tarde, a criança pode nascer com vida, com todos os estigmas da toxoplasmose congênita 
-Fase aguda: generalizada, independente da idade ou mecanismo de transmissão. Envolve todas as vísceras, incluindo o Sistema Nervoso Central.
- Fase subaguda: ocorre devido à persistência e proliferação do toxoplasma no SN inclusive nos olhos.
- Fase crônica: depende da persistência dos cistos de toxoplasma no Sistema Nervoso Central, nos olhos e no miocárdio. Frequentemente é assintomática. 
GIARDÍASE
Infecção intestinal causada por um protozoário (ser unicelular) flagelado limitada ao intestino delgado e ao trato biliar. Este parasita apresenta-se sob as formas de trofozoítos que são as formas ativas vivendo e se reproduzindo no hospedeiro
MORFOLOGIA
A Giardia lamblia apresenta duas formas: 
a.	Trofozoíto: Corpo em forma de pera; arredondado anteriormente, delgado posteriormente, com simetria bilateral . Mede 10 a 20 micra de comprimento por 5 a 15 micra de largura.
b.	cisto: Oval ou elipsoide, medindo cerca de 12 micra de comprimento por 8 de largura. Possui membrana fina resistente (contendo quitina em sua composição), destacada do citoplasma
CICLO BIOLÓGICO
Os cistos são as formas infectantes. A transmissão se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados, contato direto pessoa a pessoa (principalmente em creches, asilos, orfanatos e clínicas psiquiátricas); artrópodes (pois os cistos podem permanecer vivos durante 24 horas no intestino de moscas e sete dias na barata, O parasito pode ser encontrado em todo o intestino delgado e excepcionalmente no intestino grosso. Os cistos são eliminados nas fezes em grandes quantidades
TRICOMONÍASE
A Tricomoníase, tricomoniose ou tricomonose é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo parasita protozoário unicelular Trichomonas vaginalis
MORFOLOGIA
Os espécimes vivos são elipsoides ou ovais e algumas vezes esféricos. Com ralação a forma, os tricomonanídeos só apresentam a forma de trofozoíto, não existindo, portanto, a forma cística.
Na forma de trofozoíto observa-se
Flagelos:
a 6 flagelos, que além de servirem para locomoção, são importantes para captura de alimento
Periplasto: membrana delicada que recobre o parasito; 
 Complexo cinético do flagelo: grânulo basal ou blefaroplasto (situado no citoplasma, do qual se origina o flagelo); 
Citoplasma: rico em glicogênio, pode ter pequenos vacúolos, sendo capaz, em algumas espécies, de fagocitar bactérias e eritrócitos; 
Axóstilo: em forma de fita, constituído pela justaposição de macrotúbulos e que se origina no blefaroplasto (grânulo basal); 
Costa: estrutura em forma de bastonete, provavelmente de natureza esquelética; 
Citóstoma: abertura situada na origem do flagelo;Núcleo: relativamente grande.
NUTRIÇÃO
T. vaginalis adquire nutrientes através do transporte da membrana celular e fagocitose.
HABITAT
T. vaginalis não são organismos de vida livre. Eles precisam de um hospedeiro humano ou animal. T. vaginalis tem uma distribuição mundial
PATOGENIA E PREVENÇÃO
A tricomoníase costuma atingir mulheres entre 16 e 35 anos de idade e se manifesta, no sexo feminino, por: corrimento esbranquiçado espumoso, edema, prurido, queimação, escoriações, ulcerações e sangramento após relações sexuais. Já nos homens, a parasitíase geralmente é assintomática ou subclínica, o que justifica o fato da parasitíase ser mais diagnosticada em mulheres. O uso de preservativos, o cuidado com os fômites (instrumentos ginecológicos, toalhas, roupas íntimas) e o tratamento do doente e de todos os seus parceiros são as formas de prevenção da tricomoníase. 
Aula 5
A Amebíase é uma doença de distribuição geográfica mundial, com predominância nas regiões tropicais e subdesenvolvidas onde as condições de higiene e socioeconômicas são precárias.
Entamoeba histolytica/díspar, Esse parasito pode atuar como comensal ou provocar invasão de tecido originando formas intestinais (intestino grosso) e extraintestinais. Enquanto que, a Criptosporidíase é uma doença causada pelos parasitas unicelulares coccídios Cryptosporidium parvum e C. hominis. São ingeridos com comidas ou água contaminadas.
Uma outra doença parasitária emergente é a Isosporose, cujo agente etiológico é a Isospora belli, um coccídio que infecta humanos e alguns primatas.
AMEBÍASE
A amebíase é uma infecção parasitária que acomete o homem, podendo ficar restrita ao intestino, tendo como principal sintoma a diarreia, ou não, causando febre e sintomas diferentes dependendo do órgão “invadido”.
A amebíase é mais comum em regiões onde as condições de saneamento básico são precárias, uma vez que a forma de contaminação se dá via ingestão de seus cistos. Estes, liberados nas fezes da pessoa adoecida, podem se espalhar na água e vegetais que, sem a devida higienização antes de ser ingeridos, podem causar a doença.
EPIDEMIOLOGIA
A amebíase é uma doença de distribuição geográfica mundial, com predominância nas regiões tropicais e subdesenvolvidas onde as condições de higiene e socioeconômicas são precárias
MORFOLOGIA
Forma Trofozoíto
Tem uma aparência ameboide e tem geralmente 15-30 micrômetros de diâmetro, embora cepas mais invasivas tendem a ser maiores. O endoplasma granular pode conter eritrócitos ingeridos. A cromatina nuclear é distribuída uniformemente ao longo da periferia do núcleo.
Formas pré-císticas
Antes de se encistar, a forma trofozoíto perde sua mobilidade, expulsa material fagocitado e toma a forma oval ou esférica
Forma metacisto
É uma forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde sofre divisões, dando origem aos trofozoítos.
Formas císticas
As formas pré-císticas transformam-se em císticas pelo desaparecimento dos vacúolos digestivos e produção do vacúolo de glicogênio seguido dos corpos cromatóides e finalmente forma-se a parede cística delicada de duplo contorno. 
CICLO BIOLÓGICO
O ciclo biológico é moxênico e muito simples. No ciclo encontramos uma série de estágios: trofozoíto, precisto, cisto e metacisto. 
O ciclo se inicia pela ingestão de cistos maduros, junto de alimentos e água contaminados. O cisto resiste ao pH ácido e passa pelo ambiente gástrico e vai para o intestino delgado onde desencista, liberando o metacisto, que se divide em quatro e depois oito trofozoítos, chamados trofozoítos metacísticos. Estes trofozoítos invadem o intestino grosso, se alimentando de detritos e bactérias ali presentes, causando sintomas brandos ou mais intensos, como diarreia sanguinolenta ou com muco e calafrios. 
Ciclo patogênico ou invasivo 
Os trofozoítos invadem a parede do intestino, alimentando-se de células da mucosa e de hemácias. Em casos de infecção crônica podem invadir outros órgãos através da circulação sanguínea, especialmente ao fígado
PREVENÇÃO
Medidas relacionadas a saneamento básico, como implantação de sistemas de tratamento de água e esgoto, e controle de indivíduos que manipulam alimentos, devem ser levadas em consideração para se reduzir ou, em longo prazo, erradicar a amebíase.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico laboratorial é feito pela visualização de cistos no exame de fezes, ainda na forma não invasiva, recomenda-se coletar pelo menos 3 amostras de fezes para o diagnóstico desse parasita ou pela presença de trofozoítos com hemácias fagocitadas, presentes com maior frequência em fezes diarreicas frescas, na fase invasiva/patogênica. 
TRATAMENTO
São numerosos os medicamentos atualmente disponíveis para o tratamento da amebíase. De conformidade com a sede do seu efeito terapêutico máximo e com o modo de ação sobre a E. histolytica, eles podem ser resumidos conforme os mecanismos de ação: 
1. Amebicidas de ação direta, não absorvíveis e eficazes na luz intestinal: derivados da hidroxiquinoleína, derivados arsenicais, haloacetaminas.
2. Amebicidas de ação indireta, eficazes na luz e na parede do intestino: antibióticos.
3. Amebicidas de ação tissular, eficazes não só na parede do intestino como também no fígado: emetina, desidroemetina, tetra-amino-quiloneínas (cloroquina).
4. Amebicidas eficazes em todas as localizações: derivados imidazólicos
CRIPTOSPORODIOSE
A criptosporodiose é uma doença intestinal, caracterizada por um quadro severo de diarreia liquida acompanhada de cólicas abdominais, anorexia, vômito, desidratação, náusea e febre. A infecção por Cryptosporidium parvum, pode acometer o trato respiratório, apresentando como sinais clínicos: tosse e febre, acompanhada de severa diarreia líquida. 
MODO DE TRANSMISSÃO
O modo de transmissão é fecal-oral, importante mecanismo de transmissão de uma pessoa a outra, de um animal a uma pessoa e de contaminação através da água. O Cryptosporidium parvum não é transmitido através do sangue.
MORFOLOGIA 
Oocisto: medem + 6 micra de diâmetro. 
Esporozoita: 4 no interior de cada esporo 
Gametócitos: masculino e feminino.
CICLO BIOLÓGICO
A transmissão de um hospedeiro a outro se faz principalmente por via fecal-oral. A forma infectante é o oocisto, contendo esporocistos altamente resistentes a desinfetantes, porém susceptíveis a dessecação e radiação ultravioleta. Os oocistos esporulados, contendo 4 esporozoítos, são eliminados nas fezes frescas (e possivelmente por outras vias, como através das secreções respiratórias). pós ingestão (ou possível inalação), os esporozoítos são liberados e parasitam as células epiteliais do trato gastrointestinal (ou outros, como o trato respiratório). Dentro das células, eles sofrem reprodução assexuada (esquizogonia ou merogonia) e a seguir reprodução sexuada (gametogonia). Após fertilização dos macrogametócitos (célula feminina) pelos microgametócitos (célula masculina), é formado o zigoto, que sofre esporulação dentro do hospedeiro para formar o oocisto, que é liberado. 
EPIDEMIOLOGIA
A doença foi descrita pela primeira vez em 1976, em indivíduos expostos a animais domésticos, mas a criptosporidiose só adquiriu verdadeira importância após o reconhecimento da AIDS em 1982.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico se faz por identificação de oocistos nas fezes ou através da biópsia do intestino para verificar as fases do ciclo vital do parasita, embora não exista uma técnica diagnóstica universalmente aceita. 
TRATAMENTO
Não existem drogas eficientes disponíveis para o tratamento da criptosporidiose. O paciente deve ser devidamente hidratado garantindo-se o balanceamento eletrolítico causado pela perda de líquidos, resultado da diarreia.
PREVENÇÃO
As medidas preventivas devem ocorrer através de programas de educação de higiene pessoal; eliminação sanitária de fezes e cuidado na manipulação de animais; lavagem cuidadosa das mãos de pessoas que entraram em contato com animais que apresentam diarreia; filtrar ou ferver a água potável e lembrar que os desinfetantes químicosnão são eficazes contra os oocistos. 
ISOSPOROSE
No gênero Isospora, clinicamente a espécie mais importante para o ser humano é a Isospora belli. A I. belli é um protozoário coccídio, cuja taxonomia está relacionada com Cryptosporidium spp. e Cyclospora cayetanensis, que são protozoários do filo Apicomplexa e classe Sporozoasida. O ser humano é a única fonte reconhecida de I. belli e, a infecção é denominada de isosporose ou isosporíase. O homem pode adquirir a doença por meio da ingestão dos oocistos esporulados (maduros), procedentes da contaminação fecal da água e alimentos.
MORFOLOGIA 
Oocistos 
Medem 20 a 30 micra de comprimento por 10 a 20 de largura. Uma de suas extremidades é mais delgada, com aparência de pescoço. Contém uma massa central granulosa de citoplasma que representa realmente o parasito (esporoblasto). 
Esporozoítas:
São longos e delgados e dispõem-se um ao lado do outro.
CICLO BIOLÓGICO
I. belli é um parasito monoxeno e todo o ciclo evolutivo ocorre nas células epiteliais do intestino delgado. Os esporozoítos livres invadem as células epiteliais, onde se desenvolvem através das fases assexuada e sexuada. Os estágios de desenvolvimento assexual (merogonia) e sexual (gametogonia) levam a formação do oocisto não esporulado (esporogonia). Após chegar a luz intestinal, o oocisto não esporulado (imaturo) é eliminado com as fezes. O oocisto imaturo contém um esporoblasto no seu interior, que é uma massa central representando o parasito. A maturação do oocisto depende das condições do meio ambiente (umidade, temperatura e oxigênio) e pode ocorrer em menos de 24 horas ou até em três dias, dando origem ao oocisto maduro de I.belli contendo dois esporocistos e quatro esporozoítos em cada esporocisto. Os oocistos são muito resistentes ao meio ambiente, podendo permanecer viáveis durante meses em locais frescos e úmidos. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
A infecção por I. belli tem sido associada a inúmeras alterações na função e estrutura intestinal. As principais alterações observadas através da microscopia são caracterizadas pela atrofia das vilosidades intestinais, hipertrofias das criptas e infiltração celular da lâmina própria, podendo existir número elevado de eosinófilos juntamente com células plasmáticas, linfócitos e leucócitos polimorfonucleares.
A eosinofilia tissular pode acompanhar o quadro diarreico, mas a eosinofilia no sangue não é um aspecto específico. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O diagnóstico laboratorial é feito através da demonstração dos oocistos, geralmente não segmentados, nas fezes do paciente. Em geral os oocistos são expulsos nas fezes durante poucos dias, ainda que, em casos raros, possam ser encontrados durante 5 a 6 meses. 
Aula 6
HELMINTOS
Os helmintos podem-se classificar em três grandes grupos: nematódeos, ou vermes cilíndricos; cestoides, ou vermes chatos; e trematódeos providos de ventosas. Os helmintos podem multiplicar-se dentro ou fora do corpo do hospedeiro.
A esquistossomose ou bilharzíase é a doença crônica causada pelos parasitos multicelulares platelmintos do gênero Schistosoma. É a mais grave forma de parasitose por organismo multicelular, matando centenas de milhares de pessoas por ano. 
A Helmintologia é o ramo da zoologia que estuda os vermes em geral. Os helmintos são responsáveis pelas helmintoses, e dividem-se em três filos: Platyhelminthes, Aschelminthes e Acanthocephala, incluindo espécies de vida livre e espécies parasitas. 
As helmintoses ou verminoses intestinais são de ocorrência muito comuns nos homens. As helmintoses são responsáveis por: desnutrição, avitaminoses, distúrbios gástricos e intestinais, estados convulsivos, prejuízos ao desenvolvimento físico e mental das crianças e outros.
Platyhelminthes
Os platelmintos têm simetria bilateral, corpo achatado dorsoventralmente e um tegumento formado por um sincício anucleado, limitado externamente por dupla membrana.
Classe Trematoda
São ecto ou endoparasitas. Apresentam o corpo não segmentado e recoberto por uma cutícula; com uma ou mais ventosas; presença de tubo digestivo, ânus geralmente ausente; hermafroditas ou não; evolução simples ou com hospedeiro intermediário. Normalmente são achatados dorsoventralmente, as vezes recurvados, com face ventral côncava, de contorno oval ou alongado; podendo também parecerem volumosos, com extremidade posterior alongada e a anterior afilada. 
Classe Cestoda
São endoparasitas desprovidos de epiderme, de cavidade geral e de sistema digestivo, os órgãos de fixação estão localizados na extremidade anterior. O corpo é, em geral, alongado e construído por segmentos; algumas vezes lembram trematódeos.
Aschelminthes
Os asquelmintos são animais de simetria bilateral (bilatérios), triploblásticos porém pseudocelomados, isto é, a cavidade do corpo não é "totalmente" revestida por folhetos mesodérmicos. Essa cavidade é limitada, por um lado, por músculos (de origem mesodérmica), mas, por outro lado, ela é limitada pela parede do tubo digestivo (de origem endodérmica).
Classe Nematoda
Os nematódeos são todos cilíndricos e alongados. Corpo não segmentado e revestido de cutícula resistente e quitinosa. Sistema digestivo completo, possuindo boca e ânus. O sistema nervoso é formado de um anel anterior, que circunda a faringe, e cordões nervosos longitudinais relacionados com aquele anel.
ESQUISTOSSOMOSE
Schistosoma mansoni
Schistosoma é um platelminto da classe Trematoda, esses parasitos são responsáveis pela esquistossomose, uma parasitose grave que causa milhares de mortes por ano. A esquistossomose é conhecida popularmente por “xistose”, “barriga-d’água” entre outras. 
Existem várias espécies de Schistosoma:
S. haematobium – esquistossomose vesical
S. japonucum – causador da esquistossomose japônica
S. mekongi - muito semelhante ao S. Japonicum, encontrado no vale do rio Mekong, no Camboja.
S. intercalatum –esquistossomose intestinal
S. mansoni – esquistossomose intestinal
MORFOLOGIA
Ao longo do seu ciclo de vida, assume as seguintes formas adulto (macho e fêmea), ovo, miracídio, esporocisto e cercaria:
Forma adulta: 
É a principal e existem dois sexos, ambos fusiformes. O macho é espalmado e mais grosso e têm uma calha longitudinal (canal ginecóforo) no corpo, onde se encaixa e se aloja permanentemente a fêmea, cilíndrica e mais fina mas um pouco mais longa. O macho tem cerca de 1 cm e a fêmea 1,5 cm.
 Ovos: são bem característicos, medem cerca de 150 μ de comprimento por 60 μ de largura, possuem um formato oval com presença de 1 espículo voltado para trás, na sua parte mais longa. Dentro do ovo encontra-se o miracídeo que possui tegumento ciliado, glândulas (adesiva e de penetração) e 4 solenócitos ( células excretoras). 
Miracídios: são formas unicelulares ciliadas que nascem dos ovos expelidos nas fezes ou urina humana, que vivem nos lagos ou rios em forma livre e são infecciosas para o caramujo (vetor).
Esporocistos: são as formas unicelulares no caramujo, que se dividem assexualmente. Os esporocistos contêm + 200 células germinativas que originarão os esporocistos secundários que por sua vez originarão as cercarias. 
Cercarias: são as formas larvares multicelulares com caudas bífidas, com meio milímetro de comprimento, que abandonam o caramujo e penetram a pele dos seres humanos.
HABITAT
Os vermes adultos vivem no sistema porta, quando os esquistossômulos atingem o fígado e começam a apresentar um ganho de biomassa exponencial. Com a maturação sexual , em torno de 25 dias, migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, principalmente na altura da parede intestinal do plexo hemorroidário, onde se acasalam e, em tomo do 35º dia, as fêmeas iniciam a postura dos ovos
CICLO BIOLÓGICO
Os casais de S. mansoni se acasalam nas veias do sistema porta e, na ocasião de postura, dirigem-se ao plexo hemorroidário migrando contra a corrente circulatória. As fêmeas colocam seus ovos um a um, ao nível da submucosa. A idade do parasito interfere na postura. Vivem 5 a 8 anos, podendo chegar a 30anos, e cada fêmea ovipõe cerca de 400 ovos/dia, na parede de capilares e vênulas, e cerca de 50% desses ganham o meio externo. Os ovos colocados nos tecidos levam cerca de uma semana para se tornarem maduros (miracídio formado). Eles migram da submucosa para a luz do intestino, e vão para o exterior junto com as fezes. Alguns ovos podem ficar na mucosa intestinal ou seguir a corrente sanguínea para outros locais, especialmente para o fígado. Vários fatores favorecem a passagem dos ovos da submucosa para a luz, como: 
reação inflamatória,
pressão dos ovos que são postos atrás,
enzimas proteolíticas,
adegalçamento da parede do vaso e 
a perfuração da parede debilitada desses vasos.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A penetração da cercaria provoca reação alérgica conhecida como "dermatite cercariana". Enquanto que a passagem dos esquistossômulos pelos pulmões podem causar bronquite e pneumonia. Já os vermes adultos podem
causar a obstrução dos vasos levando a
flebite. O ovo é, no entanto o agente
nocivo mais importantes, dando
origem a granulomas que ocorrem 
principalmente no intestino e fígado. 
PREVENÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE 
Para evitar que lagos e represas se contaminem é importante não haver despejo de esgoto não tratado. É preciso também conscientizar a população que não se deve evacuar em áreas próximas a águas onde as pessoas se banham ou bebem. Locais de água doce parada apresentam maior risco. Lagos e represas onde vivem caramujos são os locais mais perigosos. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Exames de fezes: métodos qualitativos e quantitativos 
• Método qualitativo: sedimentação espontânea 
• Quantitativo: Kato-Katz
Aula 7
Cestoides
Cestoidea é o nome dado a uma classe de parasitas platelmintos , comumente chamado de tênias , do filo Platyhelminthes. Várias espécies parasitam seres humanos depois de ser consumido; carne mal cozida (Taenia spp.), peixe (Diphyllobothrium spp.), ou em alimentos preparados em más condições de higiene (Hymenolepis spp. ou Echinococcus spp.). 
Os cestoides possuem o corpo alongado e achatado, constituído por um grande número de segmentos, chamados proglotes. Chegam a alcançar mais de dez metros de comprimento e a ter mais de setecentas proglotes, onde podem ser encontrados milhares de ovos. Há dois tipos de tênia que parasitam o homem: a Taenia saginata, transmitida através de carne de boi e a Taenia solium, menor que a outra e transmitida pela carne de porco. 
A T. solium além de causar a teníase pode também levar a cisticercose. A cisticercose humana é doença gravíssima, pois os cisticercos se localizam no sistema nervoso central (neurocisticercose), nos olhos, músculos e nas vísceras. Nestes locais, podem permanecer até 30 anos. 
A Classe Cestoidea compreende animais que têm tipicamente o corpo achatado e em forma de fita, segmentado e provido anteriormente de um órgão de fixação (escolex) dotado de estruturas adesivas. 
Os cestoides mais frequentemente encontrados parasitando o homem são ciclofilídeos, cosmopolitas, como a Taenia solium, a Taenia saginata, o Echinococcus granulosus e a Hymenolepis nana, raramente outros
Morfologia: 
Escolex: Também designado por cabeça, é uma região do corpo de um cestoide pela qual este se fixa à parede do tubo digestivo de um hospedeiro através de ventosas ou ganchos; varia quanto ao aspecto, e apresenta grande mobilidade.
Colo: localizado abaixo do escolex, não segmentado e com células em constante reprodução para a formação dos proglotes. 
Estróbio: corresponde toda a parte restante e, nos organismos maiores, corresponde à quase totalidade do volume do animal, formado por proglotes (ou anéis). 
TENIASE E CISTICERCOSE
As várias espécies de tênias causam problemas à saúde humana e são responsáveis por perdas econômicas na atividade agropecuária. Na família Taeniidae, dois cestoideos importantes que têm o homem como hospedeiro definitivo e obrigatório são: a Taenia saginata e a Taenia solium. 
São popularmente conhecidas como “solitárias” porque geralmente observa-se apenas um parasito em cada hospedeiro, podendo ser encontrado, no entanto, em imunossuprimidos, pessoas albergando mais de um parasito em seu intestino
O colo é responsável pelo crescimento do corpo e, portanto é uma região rica em células com grande atividade reprodutiva
As proglotes maduras possuem esses órgãos desenvolvidos e prontos para a fecundação que se dá entre a mesma ou entre proglotes diferentes
Na Taenia saginata suas ramificações uterinas são numerosas e tem terminações dicotômicas, enquanto na Taenia solium são poucas as ramificações e tem aspecto dendrítico. A absorção dos alimentos é feita por difusão através do tegumento em estruturas denominadas microtríquias. As formas larvárias dessas tênias são conhecidas popularmente como canjiquinha ou pedra.
Diferencia-se a forma larvária de T. saginata da de T. solium por esta última possuir no escolex, à semelhança do verme adulto, uma coroa de ganchos (acúleos), não presente na larva de T. saginata.
O habitat tanto da T. solium quanto da T. saginata é o intestino delgado dos humanos infectados. O cisticerco é encontrado geralmente no tecido muscular de porcos, mas pode ser encontrado no tecido subcutâneo, nos olhos e cérebro do animal e ocasionalmente nos humanos
CICLO BIOLÓGICO
As proglotes gravídicas cheias de ovos (30 a 80 mil por proglote) são eliminadas para o meio externo onde vão se romper, ou podem romper-se ao atravessarem o esfíncter anal e os ovos serem eliminados com as fezes. Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para Taenia solium e bovino para Taenia saginata) ingere os ovos que, no estômago sofrem a ação de enzimas que vão atuar sobre o embrióforo. Chegando ao intestino delgado e em presença do suco gástrico alcalino, perde a casca, liberando a oncosfera. Esse embrião, com ajuda de seus 3 pares de acúleos, atravessa a parede intestinal caindo na corrente circulatória, indo encistar-se de preferência nos músculos de maior movimentação e com maior oxigenação de seus hospedeiros intermediários (mastigadores, língua, coração e diafragma). Perdem os acúleos e começam a crescer até atingirem cerca de 10 a 12 mm de diâmetro, permanecendo viáveis por vários meses. 
O homem adquire a teníase ao ingerir a carne bovina ou suína crua ou mal cozida contendo esses cistos
Teníase
A teníase ocorre devido a ingestão de carne suína ou bovina, que não teve os devidos cuidados de preparo
Cisticercose
Os portadores de teníase eliminam ovos através das fezes no ambiente, assim, por acidente, os humanos podem ingerir estes ovos e adquirir a parasitose.
Auto-infecção externa: A contaminação é dada pela ingestão dos ovos do próprio portador de Taenia solium, em condições de falta de higiene e nos casos de coprofagia em crianças e indivíduos com doenças mentais.
 Auto-infecção interna: Pode ocorrer quando o portador de tênia vomita, nos movimentos retroperistálticos do intestino os ovos podem atingir o estômago e iniciar o ciclo de cisticercose.
Heteroinfecção: Outro indivíduo pode contaminar a água e os alimentos com ovos de tênia. Desta forma o homem ao ingerir estes itens poderá contaminar-se
Os ovos de T. saginata não são infectantes para o homem
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A patogenia e a sintomatologia das teníases são pouco significativas. Como vivem muito tempo parasitando o homem, competem com ele pelos suplementos nutricionais e devido às substâncias excretadas, podem causar fenômenos tóxicos alérgicos. No entanto, podem ser assintomáticas.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
• Tamização do material fecal para separar proglotes caso existentes. 
•Demonstração de ovos nas fezes, sem distinção da espécie. Qualquer método de concentração por sedimentação. 
•Método de Graham para pesquisa de ovos e proglotes eventualmente retidos na região perianal. 
• Método imunológico para pesquisa de coproantígeno. Não diferencia as espécies. 
• Método imunológico para pesquisa de anticorpos no soro, específico para Taenia solium.
CISTICERCOSE HUMANAA Cisticercose já era conhecida antes da Era Crista. A zoonose é, atualmente, endêmica em locais subdesenvolvidos e em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, podendo causar significativa perda econômica devido à condenação de porcos infectados.
A NEUROCISTICERCOSE é a forma mais grave da doença, que apresenta letalidade ainda elevada e acredita-se que o número de casos assintomáticos, não submetidos a critérios diagnósticos específicos, também seja elevado. 
INFECTIVIDADE 
O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da T. solium, e se infecta ao ingerir a larva (C. cellulosae) encistada desse cestoide, presente na carne de porco crua ou mal cozida
AÇÃO PATOGÊNICA 
A patologia e a clínica dependem tanto da localização, número, tamanho e fase de desenvolvimento dos cisticercos, como da reação dos tecidos parasitados
Aula 8
Nematelmintos
Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são helmintos caracterizados por possuírem, na idade adulta, corpo cilíndrico e delgado, com músculos de orientação longitudinal e esôfago trirradiado.
Ascaris lumbricoides *
Os Ascaris lumbricoides são também popularmente conhecidos como lombrigas ou bichas. Esses parasitos são um dos mais cosmopolitas de todos os helmintos. 
MORFOLOGIA*
Para facilitar os estudos, estudaremos a morfologia do macho, da fêmea e do ovo separadamente. Os ascaris são vermes longos, cilíndricos e com extremidades afiladas, sobretudo na região anterior.
MACHO: o tamanho varia entre 20 a 30 cm de comprimento; cm aspecto leitoso e boca ou vestíbulo bucal colocada na extremidade anterior apresentando três fortes lábios. 
FÊMEA: são maiores e mais grossas que os machos. Contudo, a cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes aos machos. Grande parte da cavidade pseudocelômica é ocupada pelos órgãos genitais, que são duplos e de tipo tubular. 
OVOS: têm cor castanha, são grandes, ovais. Os ovos fertilizados medem ente 45 e 60mm e os não fertilizados medem em média 90 X 40mm. 
HABITAT
O habitat do ascaris é o intestino do homem, cerca de 90% localizam-se ao longo das alças jejunais, encontram-se os restantes no íleo. Podem ficar presos à mucosa, com auxílio de seus fortes lábios, ou migrarem pela luz intestinal. Poucos são vistos no duodeno ou estômago. Mas, nas infecções intensas, todo o intestino delgado encontra-se povoado.
CICLO EVOLUTIVO 
O ciclo evolutivo da ascaridiose é do tipo monoxênico; onde a fêmea dever ser fecundada repetidas vezes pelo macho. Onde a fêmea após ser fecundada, produz cerca de 200.000 ovos por dia. São então expulsos para o meio externo com as fezes, geralmente ainda não larvados, etapa que se dá no solo. O ovo fecundado eliminado pelas fezes exige certas condições do meio externo para seu completo desenvolvimento: temperatura em torno de 25 a 35o C, certo grau de umidade e de oxigênio.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
As infecções podem ser assintomáticas, entre 3-4 vermes (infecções baixas) que ocorre na maioria dos casos. Ou podem apresentar sintomas que variam desde leve desconforto abdominal até ao óbito por obstrução intestinal ou das vias respiratórias. Nas infecções mais graves as alterações devem-se à ação espoliadora, principalmente em organismos subnutridos, ação tóxica e mecânica.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O diagnóstico laboratorial se dá pela demonstração de ovos característicos nas fezes. 
Os melhores métodos são: 
 sedimentação espontânea ou 
 por centrifugação.
Enterobius vermicularis 
Conhecido como oxiúros, possui distribuição geográfica mundial, observando-se, no entanto, maior incidência em regiões de clima temperado. Determina a enterobiose ou oxiuríose, parasitose muito frequente em nossa população infantil. 
MORFOLOGIA
O ‘oxiúros’ apresenta nítido dimorfismo sexual, porém algumas características são comuns aos dois sexos: os filiformes de cor branca, possuindo na extremidade anterior lateral à boca, duas expansões vesiculosas, muito típicas, chamadas “asas cefálica”. Apresentam boca pequena, seguida de um esôfago típico. 
FÊMEA: As fêmeas medem cerca de 10 mm de comprimento, apresentam cauda pontiaguda e longa. Os órgãos reprodutores apresentam dois úteros, onde cada ramo uterino se continua com o oviduto e ovário.
MACHO: Os machos medem cerca de 5 mm de comprimento, com cauda fortemente recurvada em sentido ventral, com espículo presente, apresentando um único testículo.
OVOS: Os ovos apresentam um aspecto peculiar, que é a forma de um D, com um lado achatado e outro convexo. Já estão larvados no momento em que saem da fêmea.
HABITAT
Tanto os machos quanto as fêmeas vivem no ceco e apêndice. As fêmeas, após serem fecundadas, repletas de ovos (entre 5 a 16 mil), são encontradas na região perianal, principalmente a noite. Contudo, em mulheres, o parasito, ocasionalmente, pode ser encontrado na vagina, no útero e na bexiga.
CICLO EVOLUTIVO 
O ciclo evolutivo do E. vermicularis é como o da ascaridiose, ou seja, monoxênico. Após a cópula, os machos são eliminados junto com as fezes e morrem. As fêmeas repletas de ovos podem acumular-se no orifício vulvar ou serem eliminados com as fezes. Não há necessidade de hospedeiro intermediário, o que facilita reinfecções. Os ovos eliminados já embrionados e tornam-se infectantes em poucas horas. Ao serem ingeridos pelo homem, chegam ao intestino delgado onde eclodem pondo em liberdade a larva.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Em infecções baixas pode ser assintomática. Ou os vermes fixados à mucosa intestinal podem determinar irritação local, com inflamação catarral, podendo o doente apresentar sintomatologia gastrointestinal. O sintoma mais importante é o prurido anal, que pode tornar-se intolerável. Pode ainda ocasionar perda de sono, nervosismo e convulsões. Existem casos em mulheres em que os parasitas, subindo pela vagina, determinam inflamações sérias no útero e até nos ovários (vulvovaginite e salpingite). 
TRANSMISSÃO
A transmissão pode ocorrer por diversos mecanismos, entre eles:
 heteroinfecção
 indireta
 autoinfecção externa ou direta
 autoinfecção interna 
 retroinfecção
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O melhor método é o de Grahan (fita gomada).
Strongyloides stercoralis
A doença denominada estrongiloidíase ou estrongiloidose é causada pelo parasito Strongyloides stercoralis. O homem é infectado por S. stercoralis, que possui em seu ciclo evolutivo machos e fêmeas capazes de viver no solo. 
MORFOLOGIA
Esses helmintos apresentam várias fases evolutivas, que podem ser vistas durante seu ciclo: fêmea partenogenética parasita, larva rabditóide, larva filarióide, macho e fêmea de vida livre. 
FÊMEA PARTENOGENÉTICA: mede cerca de 2 mm de comprimento, boca com 3 pequenos lábios, esôfago longo e cilíndrico.
LARVA RABDITÓIDE: mede 0,2 a 0,3 mm de comprimento. Diferencia-se da larva rabditóide do ancilostomídeo por apresentar vestíbulo bucal curto e primórdio genital grande e nítido. 
LARVA FILARIÓIDE: mede 0,5 mm de comprimento, portanto mais longa que a rabditóide. Possui um vestíbulo bucal curto e esôfago cilíndrico longo, até quase a metade do corpo. A cauda termina em duas pontas minúsculas, formando-se nesse ponto um entalhe. 
CICLO EVOLUTIVO 
A fêmea parasita é preferencialmente encontrada no duodeno e na porção superior do jejuno. Há casos descritos de terem sido encontradas, no entanto, desde a porção pilórica do estômago até o intestino grosso. Vivem no interior das criptas das mucosas, onde depositam seus ovos, já embrionados, e as larvas (rabditóides) saem do ovo logo após a postura. 
Ciclo direto: as larvas rabditóides saem junto com as fezes e são lançadas no meio externo. Entrando em contato com terreno arenoso, umidade elevada e temperatura entre 25-30oC, alimentam-se ativamente e evoluem para larvas filarióides infectantes que não mais se alimentam e tem a capacidade de atravessar a pele e penetrar no organismo humano. 
Ciclo indireto ou de vida livre: as larvas rabditóides que alcançam o meio externo evoluem para machos efêmeas de vida livre. O macho fecunda a fêmea que inicia a oviposição. Os ovos eclodem pondo em liberdade as larvas rabditóides que evoluem para larva filarióide infectante. Essas larvas infectantes não possuem bainha e tem vitalidade pequena (cerca de 4 semanas). Penetram na pele ativamente, ganham a circulação sanguínea e vão ao coração direito. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
As alterações podem ser: 
Cutâneas: nas áreas de penetração das larvas, com formação de edema, eritema, prurido e pápulas hemorrágicas, que desaparecem dentro de 1 a 2 semanas. 
Pulmonares: podem ocorrer hemorragias petequiais e alterações inflamatórias semelhantes à pneumonia. 
Intestinais: enterite, por ação mecânica e irritativa da fêmea partenogenética e das larvas. A mucosa apresenta inflamação catarral com pontos ulcerados que podem complicar-se por invasão bacteriana. Observa-se sensação de peso no epigástrio, estofamento abdominal, náuseas e vômitos. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 Exame parasitológico de fezes pelos métodos de Baerman ou de Rugai, 
 para demonstração de larvas; métodos de sedimentação; coprocultura. 
 Pesquisa de larvas no escarro ou no lavado broncoalveolar e no conteúdo duodenal. 
 Podendo ser utilizados os métodos sorológicos como: ELISA e Western Blot, pois são mais confiáveis.
Aula 9
Ancilostomideos
A família Ancylostomatidae é uma das mais importantes entre os Nematoda cujos estágios parasitários ocorrem em mamíferos, inclusive em humanos, causando ancislostomíase ou ancilostomose. 
O Ancylostoma duodenale possui cápsula bucal provida de dentes (de cada lado 2 dentes bem desenvolvidos e 1 rudimentar), enquanto que o Necator americanus possui placas cortantes. A extremidade posterior da fêmea é afilada enquanto que a do macho apresenta uma expansão (bolsa copuladora).
CICLO BIOLÓGICO 
Os ancilostomatídeos, como muitos outros nematódeos parasitos, apresentam um ciclo biológico direto, não necessitando de hospedeiros intermediários. Durante o desenvolvimento, apresentam duas fases bem definidas: a primeira, que se desenvolve no meio exterior, é de vida livre, e a segunda, que se desenvolve no hospedeiro definitivo, é obrigatoriamente de vida parasitária. Vivem no intestino delgado do homem, principalmente no duodeno, fixados à mucosa por seus dentes ou placas cortantes, e deslocam-se continuamente. Dilaceram o epitélio e sugam sangue constantemente. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A ancilostomose é determinada por etiologia primária ou secundária. A causa primária está relacionada com a migração das larvas e a implantação dos parasitos adultos no intestino delgado hospedeiro. 
As perturbações causadas podem ser: 
Cutâneas: no local da penetração das larvas pode ocorrer processo irritativo com prurido intenso, sensação de queimadura, seguido por edema e eritema. 
Pulmonares: podem provocar quadro semelhante à pneumonia. 
Intestinais: os adultos fixando-se na mucosa intestinal por meio de seus dentes ou placas cortantes dilaceram o epitélio e sugam o sangue do hospedeiro, podendo produzir hemorragias e áreas de ulceração. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Pesquisa de ovos nas fezes: O método de Willis (flutuação) é o mais indicado.
LARVA MIGRANS VISCERAL HUMANA
Toxocara canis é a espécie responsável por causar no homem a “Síndrome da larva migrans visceral humana”.
MORFOLOGIA 
O Toxocara canis pertence à família Ascaridae e vive no intestino delgado do cão e também do gato, onde leva vida muito semelhante à dos Ascaris lumbricoides, porém são menores que estes, medindo o macho 4-10 cm e a fêmea 6-18 cm de comprimento.
CICLO EVOLUTIVO 
As fêmeas põem 2 milhões de ovos por dia, no período mais fértil de sua existência (7-28 semanas) decaindo a produção até o fim da vida (cerca de 8 meses). Apenas os ovos embrionados são infectantes. Cães adultos machos e fêmeas se infectam ingerindo ovos infectantes (larva L3 dentro do ovo) que eclodem no intestino delgado. O resto do ciclo é semelhante ao do Ascaris lumbricoides. O tempo mínimo para completar esse ciclo é de 1 mês, ao fim do qual começa a aparecer ovos nas fezes.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
A gravidade do caso é intimamente dependente do número de ovos ingeridos, viabilidade dos mesmos e órgãos atingidos. Os órgãos mais afetados são: fígado, pulmões, cérebro olho e gânglios. Os casos mais graves ocorrem quando as larvas localizam-se no tecido nervoso e nos olhos. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Métodos imunológicos como ELISA, Western blot, Imuno-histoquímica em biópsia. 
LARVA MIGRANS CUTÂNEA 
Também denominada dermatite serpiginosa ou dermatite pruriginosa. Causada por larvas infectantes (terceiro estágio) de Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninun, parasitas do intestino delgado de cães e gatos. 
CICLO EVOLUTIVO 
Os ovos expulsos nas fezes dos animais contaminados produzem larvas rabditóides que, depois de duas mudas, dão larvas filarióides infectantes. Ao entrar em contato com a pele humana, perfuram o extrato epitelial e, não podendo atravessar as camadas subjacentes, vagueiam no tecido subcutâneo. Como permanecem vivas por muito tempo, sua atividade fica reduzida a caminhar ao acaso, abrindo um túnel no qual ocupam sempre a extremidade anterior.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
O momento de penetração das larvas infectantes pode passar despercebido. Em pessoas sensibilizadas, entretanto, surgem pontos eritematosos ou pápulas, acompanhados de prurido. Desses pontos partem os túneis que desenham um trajeto irregular e caprichoso, avançando 2 a 5 cm/dia.
DIAGNÓSTICO e TRATAMENRO 
Diagnóstico: Tem de ser clínico, pelo aspecto das lesões e sua evolução.
Trichuris trichiura 
Parasito do intestino grosso do homem, também conhecido por Trichocephalus trichiura, tem o corpo em forma de chicote, com a cabeça na extremidade afilada. O ovo tem aspecto típico de barril, arrolhado nas duas extremidades por massa mucóide transparente. Duas membranas envolvem a massa de células germinativas.
CICLO EVOLUTIVO 
Vivem habitualmente no ceco do homem, fixados à mucosa pela porção anterior afilada, e sobrevivem de 6 a 8 anos. O T. trichiura é considerado por muitos autores um parasito tissular, pois toda a região esofagiana do parasito penetra na camada epitelial da mucosa intestinal do hospedeiro, onde se alimenta principalmente de restos de eritrócitos lisados pela ação de enzimas proteolíticas secretadas pelas glândulas esofagianas do parasito. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Baixo parasitismo normalmente é assintomático. As infecções maciças podem provocar diarréia, enterorragia, anemia, irritabilidade, e o helminto podem fixar-se até o reto, causando prolapso retal, principalmente em crianças.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Pesquisa de ovos nas fezes por qualquer método de concentração por sedimentação, método de Willis (flutuação).
FILÁRIAS 
Apenas 3 espécies de filária tem importância médica nas Américas: Wuchereria bancrofti, agente que causa a filaríase linfática, Onchocerca volvulus, que se localiza no tecido subcutâneo e a Mansonella ozzardi, que mesmo não sendo patogênica é importante o seu conhecimento, porque suas larvas (microfilárias), circulam no sangue, como as da Wuchereria bancrofti . 
FILARÍASE LINFÁTICA 
Machos e fêmeas podem ser encontrados nos vasos e gânglios linfáticos. São muito longos e delgados, revestidos de cutícula lisa. A fêmea mede de 8 a 10 cm enquanto que o macho mede apenas cerca de 4 cm, possuindo a extremidade posterior fortemente enrolada ventralmente. Na região caudal apresentam vários núcleos (células germinativas) dispostos em fila simples que não atingem a extremidade posterior. 
CICLO EVOLUTIVO 
As larvas localizadas no interior dos vasos e troncos linfáticos, acumulam-se na rede vascular sanguínea dos pulmões, não aparecendo durante o dia na circulação periférica. Ao anoitecer dirigem-se para o sangue periférico, e um maior número das mesmas é encontrado nas primeiras horas da madrugada, decrescendo à partir daí (periodicidade). Essa microfilárias são ingeridas pelo mosquito Culexquinquefasciatus, mosquito doméstico conhecido como pernilongo, muriçoca ou carapanã, ao exercer o hematofagismo em pessoa parasitada. 
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
As perturbações do sistema linfático são causadas pelos vermes adultos e adolescentes. Pode ser assintomática. Quando sintomática, as alterações têm um decurso longo e podem variar desde uma pequena estase linfática até à elefantíase bancroftiana.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Pesquisa e quantificação de microfilárias: pesquisa das microfilárias no sangue periférico, após concentração por centrifugação (método de Knott) ou por filtração em membrana de policarbonato). Faz-se então a gota espessa ou esfregaço delgado e cora-se pelo Giemsa. O sangue deve ser colhido entre 22 e 04 horas da madrugada.
Para colher o sangue de dia faz-se a indução da microfilaremia diurna pela administração de dietilcarbamazina por via oral em baixa dose, colhendo-se o sangue 45 minutos após. 
Biópsia de linfonodo 
Ultrassonografia 
Testes imunológicos: ELISA e Imunofluorescência indireta
ONCOCERCOSE
A Onchocerca volvulus é um filarídeo originário da África. . A fêmea mede cerca de 40 cm e é muito maior que o macho (4 cm). Vivem em torno de 10 anos. As microfilárias não possuem bainha e vivem cerca de 2 anos.
CICLO EVOLUTIVO 
Muito semelhante à da Wuchereria bancrofti porém o mosquito hospedeiro intermediário pertence ao gênero Simulium. Após penetração das larvas pela pele, evoluem para a forma adulta e são encontrados no tecido celular subcutâneo, formando novelos bastante emaranhados. As fêmeas eliminam larvas muito ativas (microfilárias) que se dispersam, sendo capazes de fazer longas migrações. Têm sido encontrados no globo ocular, gânglios linfáticos, baço, mesentério, rins e em sedimento urinário.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA 
Os helmintos são envolvidos por cápsula fibrosa formando os oncocercomas, que são tumores benignos, mas centros produtores de microfilárias. Pode ocorrer também dermatite oncocercosa, devido à presença das microfilárias nas camadas da pele, predominantemente nas porções mais superficiais do derma
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Punção dos nódulos suspeitos e demonstração das microfilárias no líquido aspirado. 
Biópsia ou escarificação da pele nas proximidades dos nódulos. 
Exame oftalmoscópico.
Aula 10
Hemípteros: triatomíneos e percevejos
Os hemípteros pertencem a ordem Hemíptera onde estão classificados os insetos normalmente grandes e providos de aparelho bucal do tipo picador-sugador. 
O primeiro par de asas têm a parte anterior dura e coriácea, e a parte posterior é mole e membranosa. As asas posteriores são sempre membranosas. 
TRIATOMÍNEOS
Segundo Rey (2008), os triatomíneos são insetos que variam entre 9,5 a 39,5mm de comprimento e apresentam uma cabeça aproximadamente cilíndrica. Com tubérculos anteníferos situados na metade da porção anteocular da cabeça. 
Triatoma infestans
É o principal vetor de T. cruzi, na América do Sul. A fêmea é um pouco maior que o macho, a cor gral é negra com manchas amarelas no conexivo, no cório e nas pernas, Enquanto que a cabeça é toda negra. É extremamente adaptado a esse ambiente, podendo até mesmos, expulsar outras espécies quando invade as casa em novas áreas. Pode também se instalar nos peridomicílios como em currais, galinheiros, pombais etc.
Triatoma brasiliensis
A espécie Triatoma brasiliensis apresenta seu habitat natural nas zonas semiáridas e de clima quente, domínio das caatingas. À principal espécie vetor do T. cruzi no Nordeste sendo encontrada no meio silvestre, peridomiciliar e domiciliar. Essa espécie apresenta-se com grande variedade cromática, variando de marrom-escuro a negro. Sua cabeça é rugosa e ligeiramente granulosa, negra com manchas marrom-claro ou amarelas no pescoço. 
PERCEVEJOS 
Os percevejos encontram-se classificados na família Cimicidae. Até os anos 1940 esses pequenos animais eram muito comuns em diversas partes do mundo. Os percevejos são insetos pequenos, de corpo achatado dorsalmente e de forma oval, cujas asas se atrofiaram a ponto de estarem representadas por duas escamas curtas, dorsais, correspondentes ao primeiro par de outros hemípteros.
Dípteros: mosquitos, flebotomíneos e moscas
Os insetos que, na forma adulta, possuem um par de asas funcionais e um par de asas vertigiais, pertencem a Ordem Díptera. 
Morfologia
CABEÇA: normalmente subesférica, com dois pares de olhos compostos e três ocelos (podendo estar ausentes). As antenas podem ser multissegmentadas ou apresentar apenas três segmentos.
TÓRAX: O tórax é formado basicamente pelo mesotórax. Dorsalmente, se observa o mesonoto. E, as asas têm origem no mesotórax e apresentam várias nervuras e células importantes na classificação. 
ABDOME: O abdome dos dípteros é composto de 10 a 11 segmentos, contudo, apenas quatro ou cinco são visíveis. Os últimos segmentos abdominais estão modificados, composto de genitália masculina ou feminina. 
Mosquitos
Os mosquitos são de grande interesse para a parasitologia, uma vez que são os encontrados em maior número e os mais importantes insetos hematófagos entre todos os Artrópode, contudo, apenas as fêmeas são hematófagas. São popularmente conhecidos como mosquitos, pernilongos, muriçocas, etc.
Os principais gêneros transmissores de parasitoses são:
a) Anopheles: transmissor da malária no Brasil. Conhecido como mosquito prego. Tem como criadouro as águas limpas.
b) Culex: transmissor das filarioses. Faz a postura de ovos em águas sujas.
c) Aedes: transmissor da dengue e da febre amarela (são viroses e não parasitoses). O Aedes faz postura em águas limpas.
Flebotomíneos
Flebotomíneos são dípteros cujas fêmeas necessitam de sangue para o desenvolvimento de ovos e, por isso são importantes na transmissão de agentes causadores de doenças tais como bartoneloses, arboviroses e leishmanioses à espécie humana e a diversos outros vertebrados. 
São gêneros de interesse médico:
a) Lutzomyia, que compreende a maioria das espécies e quase todas aquelas cujas fêmeas picam o homem. Neste gênero encontram-se todos os vetores de leishmanioses das Américas.
b) Phlebotomus, ao qual pertencem todas as espécies transmissoras das leishmanioses da África, da Europa e da Ásia.
Com relação a morfologia, os flebotomíneos apresentam a cabeça pequena, de forma alongada e flexionadas fortemente para baixo. O aparelho bucal é do tipo picador sugador.
Moscas
As moscas são Dípteros de antenas curtas que formam a subordem Cyclorrapha (=Muscomorpha) têm papel importante na produção ou na transmissão de doenças. 
Transmissão mecânica: pode carregar nas patas milhões de microrganismos que, dependendo da quantidade, causam doenças. 
Dermatobia hominis e o berne: A Dermatobia ocorre em vários animais, principalmente bovinos, cães e homem. 
Patologia: Ao penetrar na pele, as larvas de D. hominis despertam sensação de picada ou prurido, mas podem passar despercebidas. Inicia-se no local, uma reação inflamatória, ficando a pele avermelhada e elevada como um furúnculo. Cada lesão corresponde a uma larva, podendo o paciente estar infestado por uma única ou por muitas larvas.
Tratamento: extração da larva. Contudo, existem casos que exigem intervenção cirúrgica. 
Miíases
A miíase consiste em larvas de moscas domésticas. As larvas invadem os tecidos sadios ou necrosados ou as cavidades corporais, e produzem diferentes síndromes, dependendo da espécie de mosca. 
Sifonápteros: pulgas
As pulga pertencem a ordem Siphonaptera, que se refere a duas características bastante proeminentes do grupo de insetos desta ordem: ausência de asas e aparelho bucal do tipo picador-sugador.
Três tipos de pulgas são encontrados nas casas:
a) Pulgas ditas do homem (Pulex irritans);
b) Pulas de cães e gatos (do gênero Ctenocephalides);
c) Pulgas de ratos e camundongos (do gênero Xenopsylla, Nosopsyllus e Leptopsylla).
Ciclo biológico: Após alguns dias da saída do inseto adulto de seu estado pupal, a fêmea já pode ser fecundada. Após a cópula,a oviposição fica na dependência da ingestão de sangue pelo inseto. As larvas lembram as moscas. A primeira muda tem lugar entre o terceiro a sétimo dias, e a segunda, decorridos outros três ou quatro dias. A fase pupal desenvolve-se aí durante 7 a 10 dias, mas pode prolongar-se muito nos lugares com inverno rigoroso. 
Tunga penetrans (“bicho-do-pé”)
É a menor das pulgas conhecidas, 1 mm de comprimento na fase adulta. A T. penetrans é também conhecida como “pulga da areia” e a fêmea é o “bicho-do-pé” ou “bicho-do-porco”
Pulex irritans (“pulga do homem”)
A “pulga do homem” é cosmopolita, vive no domicílio humano, alimentando-se do sangue de seus moradores. De modo geral, Pulex irritans vive fora do corpo de seus hospedeiros, procurando-os somente para os repastos sanguíneos.
Xenopsylla cheopis 
É a pulga mais encontrada nos ratos domésticos, em quase todo Brasil. A importância da identificação da X. cheopis é devido desta ser a principal responsável pela transmissão da Yersina pestis, agente etiológico da peste entre os ratos e entre os humanos; uma doença muito perigosa.
Anopluros: piolhos
Anoplura é a ordem onde encontramos os insetos popularmente conhecidos como piolhos sugadores. Além do prurido intenso, esses insetos podem veicular a Rickettsia prowazeki (tifo exantemático), a Borrelia recurrentis (febre recorrente) e a Rochlimaea quintana (febre das trincheiras). As três espécies que parasitam exclusivamente o homem são:
a) Pediculus capitis: encontrado na cabeça das pessoas. Seus ovos ficam cimentados na base dos cabelos, são as lêndeas;
b) Pediculus humanus: habita as partes cobertas do corpo e cola seus ovos às fibras das roupas;
c) Pthirus pubis: ou piolho-do-púbis, que é a espécie menor, com morfologia característica e com localização preferencial na região pubiana e perineal.
Acarinos: carrapatos e ácaros
Os ácaros e carrapatos são artrópodes da subclasse Acari. Algumas espécies causam a sarna e várias dermatoses do mesmo tipo.
Carrapatos
Como os carrapatos se fixam e fazem hematofagia de modo indolor, sua presença nem sempre é facilmente detectada pelo hospedeiro. As secreções dos carrapatos produzem reações locais, febre ou paralisia. Nas zonas temperadas, são agentes transmissores da doença de Lyme.
Ácaros (Escabiose)
A escabiose, causada pelo Sarcoptes scabiei, o ácaro da sarna humana, é prevalente mundialmente e infesta 300 a 500 milhões de pessoas todos os anos. Ela é uma das mais frequentes causas de dermatite de pruriginosa e de consultas ao dermatologista. 
O ato de coçar mata o ácaro, mas os sintomas persistem como resultado da infestação em outros locais. As lesões são mais comumente localizadas nos pulsos, nos cotovelos, no escroto e nas pregas cutâneas, e ao longo das linhas da cintura e das roupas. A transmissão da escabiose resulta do contato íntimo interpessoal, e é facilitada por condições sanitárias deficientes, aglomerações e promiscuidade sexual. 
O diagnóstico de escabiose deve ser considerado em indivíduos com prurido e exantema na distribuição característica.