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Unidade 3.3 Intemperismo

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Unidade 3: Rochas 
3.1 – Minerais e Rochas 
3.2 – Perturbações e 
Descontinuidades das Rochas 
3.3 – Intemperismo 
 Em muitos locais da superfície da Terra encontram-se massas 
rochosas, que afloraram à superfície, devido à ação de diferentes 
factores, como o clima, a erosão e os movimentos orogénicos e 
tectónicos. 
 Os maciços rochosos que afloram à superfície - afloramentos - 
ficam sujeitos a condições de pressão, temperatura e ambiente 
químico muito diferentes daqueles em que foram gerados. 
 Exemplo, o afloramento de um maciço granítico: 
 - o granito, rocha que se forma em profundidade, quando atinge a 
superfície apresenta um conjunto de fraturas (diaclases) que, na 
sua maior parte, surgem durante a consolidação e arrefecimento 
do magma, podendo, também, resultar da ação de tensões 
internas da crosta. 
3.3.1 Intemperismo - Introdução 
 O granito aflora à superfície, devido à remoção, pela erosão, das 
rochas suprajacentes, o que provoca um alívio de 
carga (descompressão), que permite a abertura das fraturas 
existentes e inclusivamente, o aparecimento de novas, formando-
se uma rede de diaclases (fig. 1). Estas, vão permitir a infiltração e 
circulação de águas das chuvas, que por sua vez, iniciam o ataque 
químico e mecânico do maciço rochoso, o que leva a uma gradual 
desagregação. 
 Esta desagregação, provocada por alterações físicas e químicas das 
rochas, toma a designação de meteorização. 
3.3.1 Introdução 
3.3.1 Introdução 
 O granito é alterado, e vai perdendo a coesão, levando à sua 
desagregação. Cria-se portanto uma paisagem granítica-caos de 
blocos, e como produto final uma areia grosseira (areia granítica 
ou saibro) rica em quartzo, materiais argilosos e algum feldspato. 
3.3.1 Introdução 
 Entretanto, verifica-se um arredondamento das arestas dos blocos 
fragmentados, entre os quais se acumula areia, resultando uma 
paisagem granítica-caos de blocos. 
3.3.1 Introdução 
 O intemperismo pode ser definido como o conjunto de processos 
que ocasiona a desintegração e a decomposição das rochas e dos 
minerais, por ação de agentes atmosféricos e biológicos. 
 
 A maior importância do intemperismo está na destruição das 
rochas, com consequente produção de outros materiais, que irão 
formar os solos, os sedimentos e as rochas sedimentares. 
 
 O intemperismo difere da erosão por ser um fenômeno de 
alteração das rochas, executado por agentes essencialmente 
imóveis, enquanto a erosão é a remoção e transporte dos 
materiais por meio de agentes móveis (água, vento, ...). 
3.3.2 Conceito 
Agente causador: 
físico – temperatura. 
químico – água. 
 biológico – seres vivos. 
3.3.2 Conceito 
 Os agentes do intemperismo trabalham simultaneamente, e a 
ação maior ou menor de um ou de outro depende de diversos 
fatores: 
 O clima influi de diversas maneiras, a presença da água devido ao 
ciclo das chuvas favorece as reações químicas. E a variação das 
temperaturas o aparecimento de trincas. Em regiões áridas, há 
uma predominância da ação dos agentes físicos em relação aos 
químicos, acontecendo o inverso nas regiões úmidas. 
 O tipo de rocha influi na ação de intemperismo, segundo as 
diferentes resistências oferecidas ao ataque físico e químico. 
 A vegetação pode fixar o solo com suas raízes e retardar sua 
remoção, ou penetrar na fenda e aumentar o processo. 
 
 
 
 
3.3.3 Fatores que influem no intemperismo 
 A topografia influi 
principalmente nas 
regiões de aclives 
acentuados. O solo que 
encobre as rochas é 
carreado durante as 
enxurradas, 
favorecendo o ataque 
às rochas. 
3.3.3 Fatores que influem no intemperismo 
 O intemperismo físico pode ser definido como o conjunto dos 
processos que levam à desagreagação da rocha in situ e 
desorganização da estrutura dos constituintes minerais (sem 
alterações químicas). Os principais processos de intemperismo 
físico são: 
3.3.4 Intemperismo Físico 
a) Expansão e contração térmica: 
Áreas com grandes amplitudes de 
variação térmica (dia/noite) 
causam expansão/contração dos 
cristais que aumentam de volume, 
originando tensões internas 
facilitando a desagregação e 
redução em pequenos 
fragmentos. 
b) Congelamento da água / degelo: A água percola as fissuras 
entre os grãos e cristais das rochas (água aumento do volume) 
 
3.3.4 Intemperismo Físico 
c) Cristalização de sais: certas águas circulantes que contêm, em 
solução, sais dissolvidos podem infiltrar-se nas rochas. Com a 
evaporação, os sais se precipitam, cristalizando-se e exercendo 
certa pressão. Que pode desagregar as rochas. 
d) Ação física dos vegetais: muitas rochas podem desintegrar-se 
pelo crescimento de raízes ao longo de suas fraturas. 
e) Ação do homem: 
 
3.3.4 Intemperismo Físico 
 O intemperismo químico é caracterizado pela reação química 
entre a rocha e soluções aquosas diversas. Tal processo é mais 
rápido se a rocha for previamente preparada pelo intemperismo 
físico, que a reduz a fragmentos menores, facilitando e 
aumentando o contato com os agentes aquosos ativos na 
degradação da rocha. 
3.3.5 Intemperismo Químico 
 Uma grande parte dos minerais gerados em profundidade torna-se 
instável nas condições superficiais, pelo que, vão experimentar 
uma alteração na sua estrutura interna (com remoção ou 
introdução de elementos), originando-se desta forma outros 
minerais mais estáveis. 
 
3.3.5 Intemperismo Químico 
 A susceptibilidade dos minerais à alteração química é inversa da 
ordem de cristalização desses minerais, no magma. Entre os 
minerais mais vulneráveis situa-se a olivina, seguido-se a 
plagioclase cálcica, as piroxenas, as anfíbolas. Os feldspatos 
potássicos e a moscovite já apresentam um maior grau de 
resistência, sendo no entanto, o quartzo o mais estável. 
 
3.3.5 Intemperismo Químico 
Olivina Quartzo 
 Os principais processos de intemperismo químico são: 
a) Hidrólise: é responsável pela quebra da estrutura química do 
mineral. Os minerais são dotados de finíssimos capilares, a água 
penetra nesses capilares e seus íons acabam por se combinarem 
com os compostos, ocorrendo a formação de novas substâncias. 
Dissociação da água em H+ e OH-, que atacam os minerais, 
ocorre a transformação para argilo-minerais. 
3.3.5 Intemperismo Químico 
b) Hidratação: a molécula de água entra na estrutura do mineral, 
modificando e formando outro mineral. Como consequência, os 
minerais têm seus volumes aumentados, o que lhes diminui a 
coesão. 
3.3.5 Intemperismo Químico 
c) Oxidação: os minerais se decompõem pela ação oxidante do O₂ e 
do CO₂, resultando em hidratos, óxidos e carbonatos. 
 Muitos minerais contêm ferro na sua constituição que reage com o 
oxigênio (Solos avermelhados). O ferro é facilmente oxidado 
passando de ferroso a férrico. 
 
3.3.5 Intemperismo Químico 
 Carbonatação: 
 O dióxido de carbono (CO₂) – anidrido carbônico existente no ar, 
forma-se durante as combustões, é expelido pelos animais e 
plantas e pode ter outras origens. A sua percentagem no ar é 
pequena (menos de 0,3%). Mas mesmo em baixa concentração, o 
CO₂ reage com a cal (hidróxido de cálcio) que se forma quando da 
hidratação dos cimentos, segundo o esquema: 
Dióxidode Carbono + Cal = Carbonato de Cálcio + Água; Ou seja: 
 CO2+Ca(OH)2---»CaCO3+H2O 
3.3.5 Intemperismo Químico 
d) Carbonatação: é a decomposição por CO₂, este contido na água 
forma uma pequena quantidade de ácido carbono. Um calcário é 
mais facilmente lixiviado se o CO₂ estiver presente na água. O 
bicarbonato de cálcio é solúvel e é transportado em solução. 
3.3.5 Intemperismo Químico 
O dióxido de carbono (CO₂) – anidrido carbônico existente no ar, forma-sedurante as 
combustões, é expelido pelos animais e plantas e pode ter outras origens. A sua percentagem 
no ar é pequena (menos de 0,3%). Mas mesmo em baixa concentração, o CO₂ reage com a cal 
(hidróxido de cálcio) que se forma quando da hidratação dos cimentos. 
 O solo é um produto do intemperismo biológico, constituído de 
resíduos minerais e humos 
 Plantas, animais, bactérias, fungos, liquens e musgos 
 Pode-ser tanto físico-biológico ou químico-biológico 
 
3.3.6 Intemperismo Biológico 
3.3.7 Referências Bibliográficas 
 
 
• Braja M. Das. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 
 
• Caputo, P. H. Mecânica dos Solos e suas aplicações. Editora LTC Volume 1

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