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1 RESUMO ORTOPEDIA 1 BIMESTRE 1. TERMINOLOGIA ORTOPÉDICA Deformidades e desvios: - Dedos: I PD em valgo + metatarso em varo (joanete); - Pés: cavo, plano e equino. Pé torto congênito: equino-varo; - Coxa: fêmur em rotação interna (valgo), em rotação externa (varo) e voltado para a frente (anteversão). - Pseudoartrose: ocorre quando não há consolidação de uma fratura por movimento excessivo, ocorrendo formação de cartilagem em vez de calo ósseo; Hipertrófica: pata de elefante. Atrófica: em ponta de lápis. Geralmente por causa circulatória. - Desvio: falta de alinhamento do osso fraturado; - Osteomielite: infecção óssea; - Osteocondrite: destacamento de fragmentos da cartilagem articular do osso; - Osteocondrose: doença de causa desconhecida que afeta o centro de crescimento do osso durante a infância, causando crescimento anormal e deformidade óssea; - Artrodese: perda do movimento articular cirurgicamente; - Ancilose: perda do movimento articular espontaneamente. 2. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA E PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO DE FRATURAS Consolidação primária: também chamada de consolidação por primeira intenção. Ocorre sem a formação de calo ósseo, por meio da remodelação haversiana e da formação de brotos capilares, e, para isso, necessita de contato direto entre os fragmentos, de fendas estreitas e de grande estabilidade (não tolera movimento). *Como os brotos capilares são frágeis, a consolidação primária é mais demorada que a secundária. Compressão interfragmentária + redução anatômica (alinha a fratura em si). ESTABILIDADE ABSOLUTA. *Lembrar que nem toda cirurgia dá estabilidade absoluta! Indicada para fraturas articulares (articulação não permite desvio) e fraturas de antebraço (formação de um calo ósseo proeminente poderia danificar a pronosupinação e causar perda de mobilidade). Consolidação secundária: ocorre com formação de calo ósseo. Nesse tipo de consolidação, a mobilidade (fisiológica, sem excesso) é benéfica, pois estimula o periósteo. Mais forte que a primária e melhor na diáfise. Alinhamento (alinha a articulação proximal e a distal da fratura). ESTABILIDADE RELATIVA. Indicada para fraturas extra-articulares de ossos longos. 2 Tipos de fixação interna 1. Fixação biológica: deve ser feita uma estabilidade mecânica que não comprometa a biologia local e seja suficiente para permitir a mobilidade precoce. 2. Compressão interfragmentária: pode ser feita de forma estática (por parafusos ou placas com parafusos) ou dinâmica (por bandas de tensão (capazes de transformar forças deformantes – dos músculos, por exemplo – em forças de compressão). 3. Alinhamento por tutores: pode ser feito por tutores externos (fixadores, gesso, tração cutânea ou esquelética) ou internos (placas com parafusos – extramedulares – ou haste – intramedular -, que pode ser rígida ou flexível, fresada* ou não fresada e com ou sem bloqueio). *Hastes fresadas cortam a circulação endosteal, causando uma reação no periósteo de hipervascularização, tendo como consequência uma consolidação mais rápida. Classificação de fraturas AO - Primeiro número: osso fraturado. 1 – úmero, 2 – antebraço, 3 – fêmur, 4 – tíbia, 5 – coluna, 6 – pelve, 7 – mão, 8 – pé. - Segundo número: localização da fratura dentro do osso. 1 – epífise proximal, 2 – diáfise, 3 – epífise distal. *Regra do quadrado para diferencia epífise de diáfise. - Primeira letra: Em fraturas diafisárias. A – simples, B – três fragmentos, C – cominutiva (multifragmentar). Em fraturas epifisárias: A – extra-articular, B – articular parcial, C – articular total. - Terceiro número: A1 e B1 – espiral (baixa energia – geralmente torcional), A2 e B2 – oblíqua (média energia), A3 e B3 - transversa (alta energia). C1 – espiral (torcional), C2 – segmentar, C3 – irregular. Planejamento pré-operatório: momento da cirurgia, posição do paciente, incisão, técnica de redução, seleção de implante. Planejamento pós-operatório: imobilização pós-operatória, prevenção de infecção e TVPA, controle radiológico, fisioterapia, retirada do material (em MMSS geralmente não é feita, em MMII feita após 2 anos da cirurgia pois há risco de ocorrer nova fratura pelo material). Complicações: por má indicação cirúrgica, má escolha do implante ou técnica incorreta. 3. MÉTODOS DIAGNÓSTI COS EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Rx: 2 planos ortogonais ou mais (AP + perfil – todo o resto –, oblíqua – em pé, mão, coluna cervical –, axial – patela e calcâneo). *Existem ainda outras incidências específicas de cada osso, como transoral para ver C2 (processo odontoide) e outlet e inlet de pelve (inclinadas). Pode ser feito de forma dinâmica (geralmente em coluna). Permite a visualização da estrutura óssea, trabéculas, cistos, neoformações ósseas, fraturas, partes moles, gases e líquidos. Pode-se usar contraste em caso de necessidade, mas essa prática não é comum na ortopedia. 3 TC: indicada para visualização de estruturas ósseas, mas também podem ser visualizadas partes moles. Usada geralmente em caso de fraturas, tumores ósseos, metástase, reconstruções tridimensionais e hérnias de disco. US: não é muito utilizada dentro da ortopedia. Usada em casos de lesões musculares (de manguito rotador, por exemplo), tendinites (tendão de Aquiles), bursites, cistos, tumores de partes moles, exame de estabilidade do quadril em RN e às vezes em fraturas em crianças, quando o osso ainda não está bem formado. RM: indicada para músculos, tendões, ligamentos, cartilagens, tumores, hérnias e meniscos (para diagnóstico de lesão meniscal é essencial, já em outros ligamentos os testes dinâmicos são soberanos). Densitometria óssea: dosa a quantidade de massa óssea corporal. Indicada para controle de osteopenia e osteoporose. Cintilografia óssea: analisa a circulação do osso. Indicada para metástases, fraturas por stress e necrose óssea. Eletroneuromiografia: examina a parte nervosa. Indicada em caso de lesão nervosa ou radiculopatia. Ecodoppler: indicado em caso de TVP e lesão arterial. Exames laboratoriais: usados para patologias associadas (anemia, AR, infecção, inflamação, dosagem de metabólitos e enzimas, exame de líquido sinovial – em aso de artrite séptica). 4. FRATURAS EXPOSTAS Conceito: comunicação óssea ou de seu hematoma com o meio externo (não esquecer de comunicações fisiológicas: boca, vagina, ânus). Fratura e ferida num mesmo membro: exposta até que se prove o contrário! - Na fratura exposta, devemos evitar infecção, por isso o tratamento deve ser o mais rápido possível. - Diferenciar sempre o mecanismo de lesão (alta ou baixa energia). - O prognóstico se baseia no Rx, na extensão de tecidos desvitalizados e no tipo de contaminação bacteriana. Exposta até 6h: contaminada Exposta após 6h: infectada Classificação de Gustillo e Anderson Tipo Ferida Contaminação Lesão de partes moles I < 1cm Limpa Mínima II >1cm Moderada Moderada IIIA* >10 cm Contaminada Grave+ cobertura cutânea possível IIIB >10 com Contaminada Grave + perda de cobertura cutânea IIIC >10 cm Contaminada Lesão vascular que requer reparo 4 *Fraturas segmentares, por PAF de alta energia ou em ambiente rural já começam sendo IIIA, independentemente de suas características. Classificação de Tscherne – para fraturas fechadas Grau 0 Sem lesão de partes moles Grau 1 Entorse (trauma indireto, por uma contusão de dentro pra fora com laceração superficial) Grau 2 Trauma direto, contaminado profundamente (pensar em síndrome compartimental) Grau 3 Esmagamento (trauma direto com dano vascular e muscular extenso, síndrome compartimental) Tratamento: 1. Pré-hospitalar: curativos estéreis, imobilização e iníciode ATB se possível; 2. Hospitalar: ATLS (limpeza mecânica é extremamente importante), curativos estéreis e imobilização adequada, Rx e ATB + profilaxia antitetânica; Tipo I e II de Gustillo e Anderson: cefalosporina de 1ª geração. Tipo III de Gustillo e Anderson: cefalosporina de 1ª + aminoglicosídeo ou cefalosporina de 3ª. Tratamento cirúrgico: - O desbridamento é geralmente o método mais eficaz. - Avaliação do membro por 4Cs: cor, consistência, circulação (osso sem circulação é osso necrosado) e contratilidade. - Evitar uso de irritantes (PVPI e clorexidina) e garrotes (somente se sangramento intenso). Irrigar a ferida com pelo menos 10L de soro fisiológico ou ringer. - O fechamento primário depende de cada caso, mas geralmente a ferida cirúrgica é fechada e a da fratura fica aberta até uma reavaliação. - Enxerto ósseo pode ser usado se houver vascularização local adequada, boa estabilidade e risco mínimo de infecção. - Fixação depende de cada fratura. Geralmente usa-se fixador externo*, haste* com ou sem fresagem ou placa. *Preconiza-se uso inicial da haste em até IIIA; se usado fixador externo, transição para haste em 2 semanas. - Amputação: absoluta em caso de lesão nervosa, esmagamento com +6h de isquemia, lesão extensa muscular (sem condições de reconstrução) e lesão associada a risco de vida que inviabiliza cx externa. Relativa imediata em casos de politrauma, choque e idade avançada. Relativa tardia em caso de sepse incontrolável, 5 contraturas graves, áreas externas insensíveis, dor crônica e em casos em que a prótese é melhor que o membro. Esquema MESS (Mangled Extremity Severity Score): 4 categorias – tipo de trauma (baixa energia 1 ponto, média energia 2 pontos, alta energia 3 pontos ou esmagamento maciço 4 pontos), condição hemodinâmica (normotenso 0 pontos, hipotensão transitória 1 ponto e hipotensão prolongada 2 pontos), isquemia* (não tem 0 pontos, leve 1 ponto, moderada 2 pontos, avançada 3 pontos) e idade (<30, de 30 a 50 e >50). *Se a isquemia excede 6h, multiplica por 2. O limite de pontuação é 7; se maior que 7, amputação. - Em fratura exposta de pelve deve ser feita colostomia (ou em fratura de pelve com lesão de intestino grosso associada). Principal causa de morte é septicemia. 5. LESÕES TRAUMÁTICAS NA CRIANÇA Propriedades do esqueleto imaturo: alto potencial de remodelação (aceita fratura de flexoextensão, mas não lateral) e flexibilidade, consolidação rápida, periósteo espesso e presença de fise. - O maior número de fraturas em crianças ocorre em antebraço distal (25%). Tipos de fraturas: 1. Deformidade plástica: deformação do osso sem fratura por absorção de energia. Tratamento CONSERVADOR. 2. Fratura subperiosteal: na transição do osso metafisário para o diafisário. Dor à palpação, sem muitos sinais e sintomas. Clinicamente não dá pra diferenciar de outros tipos. Tratamento CONSERVADOR. 3. Fratura em galho verde: fratura apenas em uma das corticais (de tensão); a outra cortical amassa. Tratamento CONSERVADOR com REDUÇÃO no cc. 4. Fratura completa sem desvio: duas corticais fraturadas. Deve-se diferenciar da subperiosteal. Tratamento CONSERVADOR (gesso bem moldado em 3 pontos). 5. Fratura completa com desvio: tratamento CONSERVADOR com REDUÇÃO e IMOBILIZAÇÃO (manobra de Lambotte – aumenta-se o desvio para depois reduzir). 6. Deslocamento epifisário: fratura de Salter-Harris. Tipo I – descolamento fisário / tipo II – fragmento da metáfise (fratura triangular) / tipo III – articular epifisário / tipo IV – articular epifisário-metafisário / tipo V – compressão fisária. 15 a 30% são lesões fisárias e 10% levam a deformidade. Tratamento do descolamento com REDUÇÃO (fixação pode ser necessária – evitar implantes que transfixem a placa de crescimento, como pinos e parafusos). Observar crescimento fisário por pelo menos um ano. 6 7. Fratura supracondiliana de úmero: muito associada a lesão vascular e nervosa (fazer exames!). Cuidar com síndrome compartimental aguda (isquemia de Volkmann). Tratamento CONSERVADOR com gesso em casos de fraturas sem desvio; se há desvio, REDUÇÃO (pode ser fechada, aberta, com fixação percutânea), pois há maior risco de síndrome compartimental e de deformidade em varo – cotovelo em rifle. 8. Fratura de fêmur: até 8 anos – tratamento CONSERVADOR (geralmente deixa um pouco encurtado porque a fratura causa hipervascularização, tendo como consequência um crescimento maior no lado fraturado; após 8 anos – considerar CIRURGIA. 9. Fratura exposta: curativo estéril, lavagem exaustiva, desbridamento, estabilização e ATB. Tratamento CIRÚRGICO com fixador externo (rápida consolidação, geralmente 6 semanas). 10. Lesão por raio de bicicleta: lesão de partes moles com descolamento epifisário da fíbula. Tratamento CONSERVADOR com tala gessada por 2 semanas e curativos diários. 11. Pronação dolorosa: subluxação da cabeça do rádio. Geralmente em crianças de 1 a 4 anos (quando há maior elasticidade do ligamento anular). Ocorre quando há tração pela mão da criança, cotovelo estendido e antebraço pronado; diagnóstico pela história. Tratamento CONSERVADOR com REDUÇÃO (tração, supinação e flexão ou hiperpronação). 12. Síndrome compartimental: aumento da pressão dentro de um compartimento. 5 Ps: pain, pulseless, parestesia, paralisia e palidez. Tratamento CIRÚRGICO com fasciotomia. 13. Politraumatizado: causa mais comum de morte em crianças. ABCDE (lesão na coluna cervical até que se prove o contrário). 14. Espancamento: suspeita em casos de trauma em crianças menores de 2 anos sem história convincente. Conduta: comunicar SOS criança. MAIORIA DAS FRATURAS EM CRIANÇAS SÃO TRATADAS CONSERVADORAMENTE (COM GESSO)! 7 6. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NO TRAUMA - Objetivos: proteger contra hipotermia, imobilizar (prancha longa é a mais usada), transportar rapidamente ao hospital (o transporte nunca deve agravar lesões pré-existentes!), iniciar reposição volêmica se indicado, fazer abertura de VA e controle cervical, colher informações sobre o acidente. - Princípios da fixação primária: 1. fraturas expostas e controle de sangramentos; 2. fraturas pélvicas instáveis; 3. fraturas de fêmur em pacientes com trauma torácico; 4. fraturas instáveis da coluna vertebral. Atentar para sinais clínicos: dor, aumento de volume, deformidade, impotência funcional, crepitação óssea. Em caso de fratura, não movimentar a vítima antes de imobilizá-la corretamente. Se houver necessidade de RCP, proceder de modo a manter segmentos fraturados em alinhamento. Em caso de fratura exposta, controlar sangramento e proteger o ferimento com curativos estéreis e bandagens. Em caso de fratura de ossos longos, executar manobras de alinhamento e tração antes de imobilizar (deformidades situadas próximas à articulação que não se corrijam com a tração devem ser imobilizadas na posição em que se encontrarem). Deve-se examinar sensibilidade e pulsos periféricos antes e depois. Se luxação: dor, deformidade, impotência funcional, palidez, edema e encurtamento ou alongamento do membro. Não deve ser reduzida no local! A imobilização deve ser feita na posição da deformidade. Lembrar de verificar pulsos e ficar atento para sinais de choque. Principais: acrômio-clavicular (acrômio se desloca pra baixo e clavícula pra cima – “sinal da tecla”. Não tem como reduzir), cotovelo (geralmente por queda com apoio sobre a mão, causa uma deformidade visível. Exame neurovascular deve ser feito), punho (mais rara, causada por trauma com apoio sobre a mão e geralmente associada a fratura de rádio distal. Examinar sensibilidade e motricidade da mão), dedos (muitas vezes por esporte, causa encurtamento e impotência para fletir o dedo, além dos sintomas comuns), quadril (usar almofadase cobertores para apoiar o membro lesado na posição de deformidade, fixar com cintos e bandagens), tornozelo (causada por trauma indireto, apresenta deformidade característica com aumento de volume, dor intensa, impotência funcional e geralmente está associada a fratura). 7. TRAUMA RAQUIMEDULAR Todo paciente politraumatizado apresenta trauma raquimedular até que se prove o contrário! *pacientes inconscientes ou alcoolizados também. As fraturas de coluna torácica e lombar correspondem a 89% das fraturas de coluna, sendo que dois terços ocorrem na transição toracolombar (entre T11 e L2). 50% das fraturas exclusivamente torácicas ocorrem em T12 e 60% das exclusivamente lombares ocorrem em L1. Mecanismo: acidentes automobilísticos, quedas de altura, mergulhos em agua rasa, FAF, traumatismos diretos. 8 Classificação AO: A – compressão do corpo vertebral, B – lesão dos elementos anteriores e posteriores por distração, C – lesão dos elementos anteriores e posteriores com rotação. Anatomia: medula preenche 50% do canal em todos os níveis, exceto ao nível do atlas (35%), e tem aumento de volume nas regiões cervical e lombar por causa dos plexos. Déficit neurológico por lesão esquelética acima ou ao nível de T10: medular (afeta neurônio motor inferior – flacidez), entre T10 e L1: medular e radicular, abaixo de L1: radicular (afeta neurônio motor periférico – espasticidade). Fisiopatologia: as lesões neurológicas que acompanham as fraturas podem ser primárias ou secundárias e completas ou incompletas. PRIORIDADES PARA TRATAMENTO CIRURGICO: TCE, lesões oculares e faciais, lesões viscerais, compressão progressiva da medula espinhal ou lesões musculo-esqueleticas graves. Importante estabilizar até para facilitar o manuseio do paciente. PRINCIPIOS DE FIXAÇÃO PRIMÁRIA DE FRATURAS EM POLITRAUMA: 1) Fraturas expostas e controle de sangramentos 2) Fraturas pélvicas instáveis 3) Fraturas de fêmur em pacientes com trauma torácico 4) Fraturas instáveis de coluna vertebral Primárias: ocorrem no momento da lesão, por 4 mecanismos básicos: contusão, compressão, estiramento e laceração. Secundárias: resultam de processos reacionais, por isquemia ou edema. Completas: perda sensitiva e motora completa abaixo do nível da lesão. Incompletas: ainda há alguma função sensitiva ou motora preservada abaixo da lesão (melhor prognóstico do que a completa). CLINICA DO TRAUMA RAQUI: ESPASTICIDADE: sd do neurônio motor superior. FLACIDEZ: lesão do neurônio motor inferior. Síndromes medulares: 1. Síndrome medular central (A): lesão medular incompleta mais comum, geralmente por hiperextensão em idosos com osteoartrose. Destruição da área central da medula. Causa mais comum de quadriparesia com maior envolvimento de MMSS (geralmente os tratos sacrais e os MMII são poupados). O prognóstico é bom na maioria dos casos, possibilitando ao paciente controle vesical, deambulação e melhora nos movimentos dos MMSS. 2. Síndrome de Brown-Sequard (B): hemisecção de medula espinhal, podendo resultar de uma fratura laminar ou pedicular unilateral, lesão penetrante ou rotacional resultante de subluxação. Perda motora do lado da lesão e perda da discriminação de dor e temperatura do lado contrário à lesão. Prognóstico é relativamente bom, sendo possível significativa melhora neurológica. 3. Síndrome medular anterior (C): geralmente secundária a uma lesão por hiperflexão (fragmentos ósseos comprimem medula e circulação anterior). Perda motora completa e perda da discriminação de dor e temperatura abaixo do nível da lesão, com preservação de grande parte da sensibilidade. Prognóstico bom se houver uma recuperação evidente e progressiva nas primeiras 24 horas. 9 4. Síndrome medular posterior (D): Lesão rara, geralmente associada a trauma em extensão. Perda do sentido vibratório e propriocepção; demais funções motoras e sensitivas preservadas. 5. Síndrome medular mista: casos que não se enquadram em nenhuma das outras síndromes. Geralmente é uma combinação de várias. 6. Síndrome da cauda equina: lesão entre o cone medular e as raízes dos nervos lombossacrais no interior do canal espinhal, resultando em arreflexia de bexiga, intestino e MMII. Perda de sensibilidade perianal (anestesia em sela), dos reflexos bulbocavernoso e anal e ausência de toda a atividade reflexa de MMII. Geralmente é uma lesão neurológica incompleta. Classificação de Frankel: A: motricidade e sensibilidade ausentes. B: motor ausente, sensibilidade presente. C: motor presente, mas não útil (grau II ou III), sensibilidade presente. D: motor presente (grau IV), sensibilidade normal. E: motor e sensibilidade normais. Choques Espinhal/medular: disfunção do tecido nervoso da medula espinhal por interrupção FISIOLÓGICA, caracterizada por PERDA DOS REFLEXOS e FLACIDEZ (reflexo bulbocavernoso ausente). Recuperação em horas ou dias. SE REFERE A ALTERAÇÕES MOTORES, SENSITIVAS. Sai de maneira espontânea de 24/48h. Reflexo bulbocavernoso ausente. Neurogênico: hipotensão e bradicardia por interrupção TRAUMÁTICA da eferência simpática de T1-L2. REFLEXOS PRESENTES. Mais grave, sem recuperação. SE TRATA DE DISTURBIO HEMODINAMICO, ocorre por inibição do sistema nervoso simpático. Utiliza-se drogas vasoativas. Avaliação clínica: Desde que a coluna do paciente esteja devidamente protegida, o exame vertebral e exclusão de trauma de coluna podem ser postergados sem risco. - Pacientes conscientes com fraqueza, sinais de entorpecimento e paralisia dos braços, mãos ou pés, podem ter lesão medular. - Reflexos a serem testados: bulbocavernoso, superficial anal, cremastérico e Babinski. 10 - Diferenciar choque medular de neurogênico! Sinais de bom prognóstico: preservação de algum movimento voluntário, sensibilidade periférica ou contração voluntária do esfíncter anal indicam lesão medular incompleta. Preservação da sensibilidade perianal indica que as raízes sacrais estão poupadas e a melhora é possível. Sinais de mau prognóstico: presença de reflexos bulbocavernoso e superficial anal (indica que não é uma lesão fisiológica), presença do sinal de Babinski, priapismo. - Corticoterapia: iniciada em nó máximo 8 horas após o trauma. Se iniciada em até 3 horas, manter por 24 horas, se além disto, manter por 48 horas. Contraindicação: gestantes, crianças menos de 12 anos e FAF. Critérios de instabilidade – tratamento cirúrgico: lesão neurológica, compressão do canal > 50%, fraturas contíguas, redução da altura do corpo vertebral >50%, angulação torácica > 30 graus, angulação lombar > 25 graus, translação vertebral. 11 - Prioridades para tratamento cirúrgico: TCE, lesões oculares e faciais, lesões viscerais, compressão progressiva da medula espinhal, lesões musculoesqueléticas graves. - O tratamento cirúrgico de urgência (<24h) deve ser indicado em casos de déficit neurológico progressivo, politraumatizado grave, necessidade de mobilização precoce e presença de lesões associadas. Nos demais casos, a cirurgia pode ser precoce (<72h) ou retardada (>72h). - O tratamento consiste na redução de fraturas-luxações, na descompressão medular e na fixação com material de síntese. Deve ser feita mobilização precoce e cuidar com complicações respiratórias! • TEMPO DA CIRURGIA • 24 h , urgência • Até 72 h , precoce • Após 72h , retardada • INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO DE URGÊNCIA • Déficit neurológico progressivo • Politraumatizado grave • Necessidade de mobilização precoce • Presença de lesões associadas TRATAMENTO CIRÚRGICO Redução de fraturas-luxações Descompressão Medular Fixação com material de síntese Mobilização precoce Cuidados de enfermagem Evita complicações respiratórias Reabilitação 8. FRATURAS DE ÚMERO PROXIMAL Anatomia: Úmero proximal – dois tubérculos: maior (inserção dos músculos redondo menor, supraespinhal e infraespinhal) e menor (inserção do subescapular). A fx de úmero proximal pode ser na tuberosidade maior, na tuberosidade menor, na diáfise e na cabeça (colos anatômico e cirúrgico) do úmero. O critério (classificação de Neer) para se considerar uma fx com mais de duas partes é a distância de mais de 1 cm entre os fragmentos ou deslocamento maior que 45 graus. Ainda pode-se encontrar uma fratura-luxação (fx + luxação de cabeça do úmero). *Quanto maior o número de partes fraturadas, maior a probabilidade de ocorrer necrose. 12 - No trauma, deve-se fazer um Rx em AP verdadeiro – escápula plana, perfil de escápula e axilar para investigar fx de úmero proximal. *Pode-se pedir uma TC em casos de dúvida (melhor para desvios, fraturas de cabeça de úmero e de glenoide e retração posterior do tubérculo maior). Tratamento (fraturas extra articulares): sempre observar a situação do paciente individualmente! Considerar sexo, idade, nível de atividade do paciente. Pesar sempre o risco X benefício. Ex: em um paciente obeso preconiza-se cirurgia, mesmo com um desvio aceitável. / Deve-se considerar tratamento conservador em fraturas de 3 partes em idosos. Conservador na maioria das vezes. Em fraturas com mínimo desvio (menor que 45 graus ou menor que 1 cm de distância), ou seja, que possuam um desvio compatível com a função. Geralmente apresenta bons resultados, mas podem ocorrer distúrbios vasculares ou incongruências. Uso de tipoia canadense ou GBP. - A principal complicação do tratamento conservador é a perda de mobilidade. Pacientes com fx de úmero proximal e esse tipo de tratamento devem ser encaminhados para a fisioterapia (exercícios imediatos de cotovelo e mão, 3 semanas pendulares, 6 semanas ADM completa). Radiografias de controle devem ser feitas em 1, 3, 6 e 12 semanas. Cirúrgico: feito por meio de fixação com fios percutâneos (de Kischner) – imobilização por 6 semanas com tipoia (para fraturas de colo cirúrgico em 2 partes, não impactadas, preserva partes moles), redução aberta e fixação interna (RAFI) por acesso deltopeitoral – feita com fios e amarrilhos (em fraturas de 3 ou 4 partes em pacientes jovens), placas anguladas ou bloqueadas (em fraturas cominutivas ou ossos osteoporóticos) ou hastes enders ou bloqueadas, indicada para fraturas de 2 partes*, 3 partes em jovens e idosos ativos e 4 partes, ou artroplastia – indicadas em fraturas de 4 partes ou fraturas-luxações em idosos, porém controversa sobre reabilitação da mobilidade. * Indicação de RAFI em fraturas de 2 partes: desvio do tubérculo maior > 5mm, tubérculo menor com fragmentos grandes desviados, grande desvio de colo cirúrgico ou colo anatômico em jovens (possibilidade de osteocondrose da cabeça). 9. FRATURAS DE COTOVELO E ANTEBRAÇO Anatomia: Cotovelo – extremidade inferior do úmero, extremidade superior do rádio e extremidade superior da ulna. Articulações ulnotroclear e radiocapitular. *Fx a nível de cotovelo podem interferir na relação entre rádio e ulna (flexão/extensão, pronação/supinação). Classificação AO – fratura de úmero distal: A1, A2 e A3 – extra-articulares, B1, B2 e B3 e C1, C2 e C3 – intra- articulares. *SABER! Difere um pouco das outras. Tratamento: Conservador: fraturas sem desvio (tala de gesso posterior) ou com desvio (redução + tala). Cirúrgico: fixação do fragmento distal após redução fechada ou RAFI. *Tratamento cirúrgico é preconizado pela possibilidade de ocorrer rigidez do ombro após tratamento conservador. 13 Fratura de epicôndilo medial: geralmente em meninos de 9 a 14 anos. Mecanismo de trauma direto, muitas vezes associado à luxação de cotovelo. Dor à palpação local com crepitação, de maior intensidade quando é feita a flexão de punho. Tratamento: Conservador em fraturas sem desvio ou com desvio mínimo (tala axilopalmar por 1 semana + gesso circular por 2 semanas). *Em fraturas desviadas, há uma controvérsia sobre qual tratamento deve ser realizado. *Sempre movimentos precoces para recuperar a mobilidade! *Atentar para lesões nervosas (principalmente de nervo ulnar). Fraturas do epicôndilo lateral: raras, ocorrem por avulsão. Tratamento: imobilização simples. Luxação do cotovelo: 2ª luxação mais frequente (1ª é ombro). Geralmente associada a esportes. Diagnóstico é clínico (dor e edema local) e radiológico. *Importante saber diferenciar de fraturas supracondilianas de úmero. Tratamento: - Maioria dos casos: redução incruenta com imobilização por 3 semanas (quanto mais precoce melhor recuperação da mobilidade); *As condições neurovasculares que definem a necessidade de redução aberta. - Cirúrgico: indicado para luxações irredutíveis, expostas ou com fratura de epicôndilo lateral associada. *Método de redução Parvin: pronação da mão, tração para baixo e elevação do cotovelo. Complicações da luxação: perda de mobilidade de 10 a 15% na extensão do antebraço. *Cuidar com lesões associadas (nervosas – de nervo ulnar ou mediano, queixa de parestesia – e arteriais – braquial, ausência de pulso e sinais de isquemia). Em casos mais graves, pode ocorrer encarceramento do nervo mediano. Fraturas da cabeça do rádio (Mason modificada por Johnston): dor em cotovelo, na cabeça do rádio (ah vá!). Sempre olhar se há perda da integridade entre rádio e capítulo. Tratamento: Tipo 1 (fratura sem desvio) e 2 (fratura com desvio): se desvio até 2 mm – conservador (imobilização gessada). Acima disso – cirurgia (redução com fios de Kirschner provisoriamente e fixação com parafusos + imobilização gessada por 15 dias). 14 Tipo 3 (cominutiva): ressecção (evitar lesão do n. interósseo, pode causar redução na extensão do cotovelo) ou artroplastia de cabeça do rádio. Imobilização por 20 dias. Tipo 4 (fratura e luxação): cuidar com lesão vascular. Redução e sutura do ligamento do lado ulnar. *Cuidar com necrose de cabeça do rádio! Fratura de olécrano: geralmente ocorre com desvio pela ação do tríceps. Classificação de Colton: Tipo I – sem desvio e estável. Tipo II – com desvio. IIA – fratura avulsão, IIB – transversa ou oblíqua, IIC – cominutiva, IID – fratura- luxação. Tratamento: CIRÚRGICO. Fixação com fios de Kirschner e cerclagem + imobilização gessada por 3 semanas ou fixação com placa e parafusos. Fraturas do antebraço: causadas por traumas de alta energia, trauma direto (golpe ou acidentes automobilísticos) ou indireto (queda de altura. - Em fraturas diafisária de antebraço não se pode aceitar desvio (exceção em crianças) devido à possibilidade de perda da pronosupinação do antebraço. Devem ser tratadas como fraturas articulares! Classificação AO (DIFERENTE DAS OUTRAS): primeiro número: 2 – antebraço. Primeira letra: A – traço único, B – em cunha, C – cominutiva. Segundo número: 1 – fratura de ulna com rádio intacto, 2 – fratura de rádio com ulna intacta, 3 – fratura de ambos. Tratamento: - Fratura de ambos: CIRÚRGICO (redução + fixação interna, externa ou compressão com placas). - Fratura-Luxação de Monteggia: fratura de diáfise de ulna + luxação de cabeça de rádio. Cuidar com lesão nervosa (radial ou interósseo posterior). Classificação de Bado: tipo I (luxação anterior de rádio – mais comum), tipo II (luxação posterior de rádio), tipo III (luxação lateral de rádio) e tipo IV (luxação de ambos). Tratamento CIRÚRGICO (redução + fixação). Exceção: crianças (FECHADO)! - Fratura-Luxação de Galeazzi: 3 vezes mais comum que a de Monteggia. Fratura de diáfise de rádio + luxação de cabeça da ulna. Pode ocorrer encurtamento do rádio. Dano vascular e nervoso raro. Tratamento CIRÚRGICO(RAFI). Complicações: infecção, lesão nervosa iatrogênica, falha da fixação, pseudoartrose, sinostose. Fratura de 1/3 distal de rádio: podem ser intra ou extra articulares. 15 Classificação: tipo I – extra-articular, sem desvio e estável, tipo II – extra-articular, com desvio e instável, tipo III – articular sem desvio, tipo IV – articular desviada (IVA – redutível, IVB – redutível mas instável, IVC – irredutível). Classificação AO: A (fratura extra-articular) - A1: ulna, rádio intacto, A2: rádio, simples, A3: rádio multifragmentado. B (fratura articular parcial) - B1: rádio, sagital, B2: radio, frontal, B3: rádio, frontal. C (fratura articular completa do rádio) - C1 articular simples, metafisária simples, C2 articular simples, metáfise multifragmentada, C3 Articular multifragmentada. *Fratura de Colles: fratura de 1/3 distal de rádio com desvio dorsal. Mais comum em mulheres idosas com osteoporose (geralmente causada por quedas de mesmo nível – trauma com a mão espalmada). “Deformidade em dorso de gato”. *Fratura de Smith: oposto da fratura de Colles (mecanismo é flexão). Fratura de 1/3 distal de rádio com desvio anterior. As duas podem fazer lesão nervosa ou vascular! Avaliar pulsos (radial e ulnar), nervos (mediano, radial e ulnar) e tendões. Tratamento: igual para as duas. Gesso em 3 pontos nas estáveis sem desvio. Redução + imobilização nas estáveis com desvio. Redução + fixação nas instáveis com desvio. Critérios de uma redução aceitável: inclinação volar menor que 10 graus, encurtamento radial menor que 2 mm, mudança no ângulo radial menor que 5 graus, e depressão articular menor que 2 mm em caso de fratura articular. Complicações: compressão do túnel do carpo, ruptura tardia do tendão extensor longo do polegar, pseudo- artrose, consolidação viciosa, distrofia simpático-reflexa de Sudeck. 10. FRATURAS DE QUADRIL Fraturas de colo do fêmur: pacientes acima de 65 anos (geralmente pacientes vítimas de fratura trocantérica são mais velhos que isso), mecanismo de baixa energia (queda de mesmo nível). Quadro clínico: dor na região do quadril acometido, irradiação para região medial de coxa e joelho, rotação externa (mais contida que na fratura trocantérica, por ser uma fratura intracapsular) e encurtamento. Diagnóstico: clínico/radiográfico: Rx de coxa AP, perfil e AP com rotação interna. Classificação – Garden: Estágio I: Fraturas incompletas ou impactadas em valgo (único estágio em que dá para pensar em tratamento conservador); Estágio II: Fraturas completas, sem desvio; Estágio III: Fraturas desviadas e com desalinhamento entre as trabéculas ósseas do acetábulo e cabeça femoral; Estágio IV: Fraturas desviadas, mas com alinhamento das trabéculas ósseas entre a cabeça femoral e o acetábulo. 16 Tratamento: cirúrgico na totalidade. Estágios I e II: osteossíntese (fixação – redução fechada com controle de intensificador de imagem, fixação com 2 parafusos paralelos, 3 parafusos formando um triângulo equilátero). Estágios III e IV: osteossíntese (fixação) ou artroplastia. *só é escolhida a osteossíntese se o paciente obtém uma redução satisfatória e possui condições clínicas de suportar uma nova operação se necessária (26 a 42% dos casos). *Fixações são mais indicadas em pacientes mais jovens. Pacientes com qualidade de vida comprometida geralmente tem a artroplastia – parcial ou total – como tratamento optado (presença de menor dor pós-operatória, menor índice de complicações, maior capacidade de deambulação e de vida independente, menor índice de necessidade de nova cirurgia). Critérios de redução: desvio < 2 mm, índice de Garden de 160 a 175, angulação posterior < 10 graus. *Fatores de risco de falha na osteossíntese: Rx com desvio medial <20 mm, varismo do colo pós redução, desvio medial pós redução, má redução. *Momento da cirurgia: Osteossíntese nas primeiras 24 horas – possibilidade de necrose da cabeça femoral; Artroplastia o mais breve possível após avaliação clínica e liberação cirúrgica; Dieta hipercalórica e hiperproteica; Prevenção de tromboembolismo – Enoxaparia 40mg, Heparina, AAS, bomba compressiva. Complicações: Osteossíntese: pseudoartrose, osteonecrose, desvios, migração do parafuso, infecção, nova operação (maior risco); Artroplastia: AVC e embolia pulmonar, luxação da prótese (maior risco – próteses parciais são mais estáveis que próteses totais), ossificação heterotópica indolor, nova operação. Fraturas transtrocanterianas: EXTRACAPSULAR! Ocorrem entre o grande e o pequeno trocânteres. ¼ das fraturas de quadril são transtrocanterianas. Incidem mais comumente no idoso mais velho e são fraturas instáveis que aumentam com a idade e a osteoporose. Quadro clínico: dor e rotação externa aumentada do membro. Rx em AP, após tração gentil com rotação interna. Classificação de Tronzo: Tipo I: fratura sem desvio; Tipo II: fratura de traço simples, com desvio; Tipo III: fratura com desvio, com cominuição posterior. A ponta do calcar está impactada dentro do canal medular do fragmento distal, e este está medializado; Tipo III variante: acontece no tipo III quando o trocanter maior está fraturado; Tipo IV: fratura com desvio, com cominuição posterior. O fragmento distal está lateralizado e o fragmento proximal está medializado, com a ponta do calcar fora do canal medular; Tipo V: fratura com traço invertido, de medial proximal para lateral distal. *I e II estáveis, III, IV e V instáveis. 17 Classificação AO: A1: estáveis, A2: instáveis com traço padrão, A3: instáveis com obliquidade reversa. Tratamento: cirúrgico. Podem ser usados dispositivos extramedulares ou intramedulares. O que define o material a ser usado é a experiência do cirurgião e o grau de estabilidade (+ estáveis: extramedular). *A fixação intramedular é vantajosa porque distribui melhor a carga e causa um estresse menor, permitindo maior mobilidade do paciente logo após a cirurgia. Estabilidade relativa! Nos tipos A1 e A2, placa DHS ou hastes cefalomedulares. Nas fraturas tipo A3, uso de hastes cefalomedulares pode ser vantajoso. Morbidade: Após um ano da ocorrência da fratura, 20% dos pacientes ainda não se reintegraram à sua vida familiar e social prévia. Mortalidade de 6 a 11% no primeiro mês, 14 a 36% no primeiro ano, 15% maior do que a de indivíduos da mesma idade que não sofreram a fratura. 11. FRATURAS DE FÊMUR E TÍBIA Fratura de diáfise do fêmur: trauma violento, geralmente associado a lesão de outros órgãos ou a outras fraturas. 15% das fraturas de diáfise do fêmur são expostas. Quadro clínico: história de trauma de alta energia, dor importante, deformidade na coxa, mobilidade no foco de fratura, encurtamento do membro e grande aumento de volume (por muito sangramento). Tratamento: tratamento conservador (tração e gesso tóracopédico) é pouco usado (em casos de infecção, queimadura ou altíssimo risco cirúrgico). CIRÚRGICO na grande maioria das vezes (geralmente inicia com fixador externo e depois troca por placas de compressão ou em ponte ou hastes intramedulares bloqueadas – PADRÃO OURO). Complicações: osteomielite, pseudoartrose, consolidação viciosa, embolia gordurosa, tromboembolismo. Fratura de diáfise da tíbia: a tíbia é o osso longo mais fraturado. Há risco de exposição (superfície anteromedial da perna é subcutânea). Se o trauma é de alta energia (geralmente por acidente de moto – transversa ou oblíqua, grande chance de ser exposta; se o trauma é de baixa energia (esportes – espiral), raramente exposta. Quadro clínico: dor intensa, deformidade, edema, limitação funcional. Tratamento: CONSERVADOR (gesso cruro-podálico por 90 dias) nas fraturas sem desvio ou estáveis.CIRÚRGICO nas expostas (fixadores externos – geralmente temporários, placas, hastes intramedulares bloqueadas – PADRÃO OURO). Complicações: pseudoartrose, osteomielite, consolidação viciosa. *Nessas duas fraturas, avaliar sempre parte neurovascular e partes moles associadas. Cuidar com síndrome compartimental! 12. FRATURAS E LESÕES NO JOELHO E LESÕES COMUNS NO ESPORTE Fratura de fêmur distal: pode ser articular. Hemartrose associada. Cuidar com lesão de artéria poplítea. Fratura de tíbia proximal: pode ter lesão de meniscos e ligamentos associada. Hemartrose associada. Cuidar com síndrome compartimental e lesão de artéria poplítea. Fratura de patela: perda da extensão ativa do joelho. 18 Tratamento: CONSERVADOR quando o aparelho extensor está intacto, sem GAP e sem desvio. CIRÚRGICO (RAFI – banda de tensão em fraturas transversas ou parafusos) em fraturas desviadas ou com GAP. *Patela bipartida: não é fratura. Ocorre por uma modificação no centro de ossificação congênita, geralmente é bilateral. Ruptura do tendão quadricipital: por trauma direto ou contração abrupta do quadríceps. Patela desce. Quadro clínico: dor, GAP ao nível da lesão, incapacidade de extender o joelho. Tratamento: se a ruptura for completa, o tratamento deve ser CIRÚRGICO. Ruptura do tendão patelar: por contração do quadríceps ou trauma direto. Patela sobe. Quadro clínico e tratamento são os mesmos da ruptura de tendão quadricipital. Lesão do cruzado anterior: por trauma rotacional ou valgo extremo. Quadro clínico: sensação de estalido, derrame articular ou hemartrose, instabilidade. Testes dinâmicos: Lachmann, gaveta anterior, Pivot Shift. Tratamento CONSERVADOR em indivíduos não atletas, aassintomáticos, sem lesões associadas ou instabilidade; tratamento CIRÚRGICO por reconstrução ligamentar. Lesão do cruzado posterior: por trauma direto ou hiperextensão do joelho. Menos comum que lesão do LCA. Quadro clínico: dor anterior no joelho, instabilidade com degraus ou irregularidades no chão. Testes dinâmicos: gaveta posterior, Tibia Sag. Tratamento é controverso. Lesão dos ligamentos colaterais: lesão em valgo: LCM, lesão em varo: LCL. Testes dinâmicos: stress em varo e em valgo. Em lesões parciais, tratamento CONSERVADOR; em lesões completas: reparo CIRÚRGICO ou reconstrução. Luxação de patela: por trauma direto ou indireto. Patela se desloca lateralmente (lesão do LPFM). Tratamento pode ser CONSERVADOR ou CIRÚRGICO. Luxação recorrente: teste de apreenssão. Tratamento pode ser CONSERVADOR (fortalecimento do vasto medial e dos estabilizadores da patela) ou CIRÚRGICO (em partes moles ou óssea). Luxação do joelho: lesão rara que necessita de REDUÇÃO o mais rápido possível. Pode ocorrer lesão arterial, nervosa ou síndrome compartimental associada. Classificada em anterior, posterior, medial, lateral e rotatória. Tratamento pode ser feito por meio da reconstrução ligamentar. Classificação de Kennedy: - KD I: luxação anterior com LCP intacto ou posterior com LCA intacto - KD II: LCA e LCP lesados. - KD III: LCA/LCP e um ligamento colateral. - KD IV: LCA/LCP, colateral lateral e medial. Lesões meniscais: mais em menisco medial do que lateral. Mecanismo geralmente indireto. Quadro clínico: bloqueio articular, dor, sensibilidade na interlinha articular e derrame articular leve. Hemartrose em caso de lesão periférica. Classificada em longitudinal, oblíqua, degenerativa, radial e horizontal. Testes dinâmicos: McMurray e Apley. Tratamento pode ser CONSERVADOR ou CIRÚRGICO (artroscopia, meniscectomia parcial ou sutura). *Como os meniscos tem função amortecedora, a meniscectomia causa um aumento da pressão de contato em 350% e diminui em 20% a absorção do choque. 19 *Sutura: indicada em jovens ativos, quando há estabilidade ligamentar, a lesão completa > 10 mm, não há degeneração ou deformação da alça. *Lesões decorrentes de trauma no painel: fratura de fêmur distal ou tíbia proximal, patela, colo ou cabeça do fêmur, parede posterior do acetábulo, luxação posterior de joelho ou quadril, lesão de LCP, paralisia do nervo isquiático. *Lesões torcionais no joelho: lesões meniscais, ligamentares e luxação de patela. Entorse de tornozelo: lesão mais comum em esportes. Atinge o complexo ligamentar lateral (talofibular anterior – mais comum, calcâneo fibular e talofibular posterior). Testes dinâmicos: “sinal do sulco”, gaveta anterior e stress em varo. Tratamento CONSERVADOR na maioria das vezes (exceção: dor residual, entorses recorrentes, instabilidade crônica). Artroscopia avalia estabilidade da sindesmose e trata lesões associadas. Lesões musculares: estiramento (deformação da fibra por alongamento anormal sem ruptura), distensão (ruptura da fibra formando fibrose) e contusão (trauma direto). *Músculo não regenera. Tendinites: aguda ou crônica (mais de 3 meses de evolução), a mais comum é a tendinite patelar (joelho do saltador), tendinite do trato íleo-tibial (tendinite do corredor e tendinite do montanhista). Na tendinite crônica ocorre aumento da espessura do tendão e degeneração. A maioria das tendinites exigem tratamento clínico com anti-inflamatório, analgésico e reabilitação. A cirurgia (revascularização) é indicada para pacientes com alterações degenerativas de tendão e tratamento ineficaz por 6 meses. Se houver ruptura tendinosa, o tratamento é cirúrgico. 13. IMOBILIZAÇÃO EM MEMBROS Função: proteção evitando lesões adicionais de partes moles, alívio da dor, evitar manipulação desnecessária, facilidade de transporte. Avaliar antes e após alinhamento: pulsos distais, cor da pele, temperatura e estado neurológico. IMOBILIZAR SEMPRE QUE POSSÍVEL UMA ARTICULAÇÃO ACIMA E UMA ABAIXO DA ÁREA LESADA. Imobilizações: Não gessadas: em contusões de baixa energia, lesões ligamentares e entorses. Gessadas: em fraturas, luxações e contusões de alta energia. Aparelho gessados: quadril e fêmur – tóracopédico – tórax ao pé; Joelho – inguinopédico, inguinomaleolar (flexão em 30 graus – posição de tensão que impede que ocorra perda de mobilidade do joelho); Tíbia – bota gessada, inguinopédico; Tornozelo e pé – bota gessada com ou sem salto. Confecção: atadura enrolada na mesma direção que o algodão, reforço nas extremidades, nunca comprimir com pontas dos dedos (manipular com palma da mão). Instabilidade pélvica: horizontal (livro aberto), vertical. 20 Cuidados com o gesso: não molhar, não retirar algodão, não coçar com instrumentos, pisar somente após 48H. Em caso de dor e inchaço nos dedos, retornar ao hospital. Confecção: malha sem dobras. Algodão distribuído uniformemente de distal para proximal. Atadura gessada deve ficar imersa até terminarem as bolhas de ar. 21 PROVAS DE ORTOPEDIA PROVAS ANTIGAS 1. Classificar de acordo com a gravidade ( I ) Fratura por mecanismo indireto, de dentro para fora, com... ( IIIB ) Fratura com perda de pele, músculos e tendões ( II ) Fratura com ferida de 7 cm de extensão ( I ) Fratura com ferida de 1 cm de extensão ( IIIC ) Fratura com perda de pele, músculos, tendões e lesões associadas 2. Qual o objetivo principal do tratamento das fraturas expostas? Evitar a infecção, feito com a lavagem adequada da ferida 3. Associar o tipo de fratura exposta de GUSTILO com a antibióticoterapia A – Fratura exposta tipo I - Cefalosporina (1ª geração) B – Fratura exposta tipo II - Cefalosporina (1ª geração) C – Fratura exposta tipo IIIA - Cefalosporina (1ª geração + Aminoglicosídeo) D – Fratura exposta tipo IIIB - Cefalosporina (1ª geração + Aminoglicosídeo) E – Fratura exposta tipo IIIC - Cefalosporina (1ª geração + Aminoglicosídeo) 4. Associar a deformidade com a localização anatômicaA – Equinismo - Tíbio-talar B – Aduto (adução fixa) - Articulação médio-társica C – Supinado (supinação fixa) - Subtalar 5. Qual a associação de deformidade que forma o varo? Supinação e adução 6. Colocar em ordem de 1 a 3 as etapas do tratamento conservador do pé torto congênito, pela técnica de KITE ( 3 ) Corrigir equinismo ( 1 ) Corrigir adução ( 2 ) Corrigir supinação 7. Se até os 6 meses não se consegue corrigir o pé torto congênito, o que se deve fazer? Liberação póstero-interna 8. O que se faz nas fraturas fechadas diafisárias do fêmur no adulto? Haste intramedular bloqueada 9. Quais são os critérios para indicar o tratamento conservador nas fraturas diafisárias fechadas de tíbia nos adultos? ***ver em resumos*** 10. Como se trata a fratura diafisárias fechada do fêmur nas várias idades? A – Até 1 ano de idade - Gesso toracopédico 90/90/90 22 B – De 1 até 3 anos de idade - Tração ao zênite C – De 3 a 7 anos de idade - Tração longitudinal de partes moles D – De 7 a 12 anos de idade - Tração esquelética E – Acima de 12 anos - Redução + fixação interna (haste flexível) 11. Qual o primeiro sintoma e a conduta a ser tomada na síndrome compartimental? Dor e cirurgia descompressiva de urgência. Fasciotomia. 12. Alguma questão sobre torcicolo congênito Deformidades do torcicolo congênito: inclinação para o mesmo lado da lesão e rotação para o lado oposto 13. Associe as colunas: A) TMC - Manipulações B) Síndrome de KILIPPEL-FEIL - Fusão congênita de vértebras cervicais C) Deformidade de SPRENGEL - Escápula alada D) Cervicobraquialgia - Fisioterapia + anti-inflamatório / relaxante muscular E) Distensão muscular do trapézio - Analgésico + relaxante muscular 14. Associe as colunas A) Presença de osso omovertebral - SPRENGEL B) Fusão de vértebras cervicais - KILIPPEL-FEIL C) Ausência de alterações cervicais ósseas - TMC 15. Marque CF para posição do membro em fratura de Colo de Fêmur para fratura Trocantérica Flexão do quadril → CF, T Encurtamento da coxa → CF, T Atitude em RE 90º do quadril → T Atitude em RE 45° do quadril → CF 16. Quais os critérios de instabilidade das fraturas de fêmur proximal? Sinais radiológicos de baixa densidade óssea (índice de SINGH menor que 3); grau elevado de fragmentação óssea; desvio dos fragmentos ósseos; traço invertido 17. Sobre lesão vascular da cabeça do fêmur e fraturas no colo do fêmur (necrose): ( F ) A frequência é igual nos tipos I, II, III e IV de GRADEN ( V ) A frequência é menor nos tipos I e II de GARDEN ( F ) A frequência é menor nos tipos III e IV de GARDEN ( V ) A frequência é maior no tipo IV do que no tipo III de GARDEN ( F ) A classificação de PAUWELS é mais adequada para avaliar a frequência de necrose da cabeça de fêmur 18. Com a classificação de GARDEN, associe o tratamento mais adequado: A) Fratura tipo I - Fixação com parafuso canulado B) Fratura tipo II - Fixação com parafuso canulado C) Fratura tipo III - Prótese total de quadril D) Fratura tipo IV - Prótese parcial de quadril 19. Associe: A) Fratura trocantérica do fêmur - redução + fixação interna B) Fratura de colo tipo IV de GARDEN - Risco elevado de necrose da cabeça do fêmur 23 C) Fratura do colo tipo I de GARDEN - Risco baixo de necrose 20. Marque V ou F: ( V ) A fratura trocantérica estável do fêmur pode ser fixada com DHS ( F ) A fratura trocantérica instável pode ser fixada com DHS ( V ) A fratura trocantérica instável do fêmur pode ser fixada com haste centro-medular bloqueada ( F ) A fratura trocantérica do fêmur pode ser tratada com prótese total de quadril ( F ) A fratura trocantérica do fêmur pode ser trata com prótese parcial 21. Associe: A) Sinal de Ortolani positivo - Diagnóstico clínico de displasia do quadril B) Sinal de Barlow positivo - Teste do pistão C) Ângulo acetabular menor que 40° - ?? D) Pregas cutâneas da coxa assimétricas - Suspeita de displasia do quadril E) Predominância no sexo masculino - Displasia de desenvolvimento do quadril 22. Qual o tratamento ideal na displasia do quadril em RN? Correias de Pavlik 23. Quando aparece o núcleo cefálico em uma criança normal? Aos 3 meses de idade 24. Quais as linhas que formam os quadrantes de OMBREDANNE? Linhas de Hilgenreiner e de Perkins 25. Na displasia de quadril A) De 0 a 6 meses - Correias de PAVLIK B) De 6 a 18 meses - Redução incruenta + gesso C) Acima de 18 meses - Cirurgia 26. Associe: A) SD. De KLIPPEL-FIEL - Associação com lesões cardíacas, agenesia ovariana, fissura palatina B) SPRENGEL - Diagnóstico diferencial com paralisia obstétrica ou lesão do plexo braquial C) Displasia de quadril - Ortolani positivo D) Pé equino-varo acima de 12 anos de idade - Tríplice artrose do pé E) Fratura dos ossos longos no politrauma - Fixação externa 27. Associe: A) Hematoma fraturário(?) - Substrato inicial do calo ósseo B) Composição do osso - Orgânica e mineral C) Tipos de ossificação - Encondral e membranosa D) Fratura exposta - Risco de infecção E) Fratura do colo de fêmur - Risco de necrose óssea 28. O que é KITE e o que é PONSETI? ??? 29. Associe: 24 A) Solução de continuidade da pele - Ferida B) Perda da relação óssea numa articulação - Luxação C) Produzida por agente traumático rombo - Contusão D) Distensão da cápsula articular mais ligamentos - Entorse E) Ruptura de algumas fibras musculares - Distensão 30. Como se forma calo ósseo? *** Ver nos resumos *** 31. Diga 3 funções dos ossos: Estabilizar o aparelho locomotor; participar da formação do sangue; ser um banco de cálcio 32. O que é pseudoatrose? É o resultado de uma fratura sem consolidação ***Ver em resumos*** 33. O que é artrodese? É a perda do movimento de uma articulação devido à cirurgia 34. Assinale V ou F, sobre a classificação AO/ASIF para fraturas de diáfise de fêmur e tíbia: ( F ) A complexidade das fraturas aumenta de C para A ( V ) A complexidade das fraturas aumenta de A1 para C3 ( V ) A complexidade das fraturas diminui de B3 para A1 PROVA QUE APARECEU DE ALGUM LUGAR 1. ( V ) A lesão esportiva mais comum é o entorse do tornozelo que envolve mais comumente os ligamentos talofibular e calcaneofibular 2. ( F ) O teste da gaveta anterior do tornozelo serve para testar o ligamento calcaneofibular 3. ( V ) A persistência da dor e edema em tornozelo após trauma ou lesão no esporte, com ausência de sinais radiográficos, pode significar fratura de estresse ou fratura oculta 4. ( F ) Pela classificação de AO as fraturas tipo C são fraturas infrasindesmais 5. ( V ) As fraturas de calcâneo podem ocorrer por forças de tração ou carga axial. Em 75% dos casos o mecanismo é de carga axial excêntrica do tálus 6. ( V ) A incidência radiográfica lateral permite avaliar o acometimento articular e a diminuição da altura do osso, onde são analisados os ângulos de Böhler 7. ( V ) As lesões das articulações tarsometatarsais (Lisfranc) são compostas dos cinco ossos metatarsais, os três cuneiformes e o cuboide 8. ( V ) A investigação por imagem das lesões da articulação de Lisfranc inclui radiografias nas incidências AP, oblíqua e lateral 9. ( F ) As fraturas diafisárias dos metatarsos são incomuns, decorrendo geralmente de traumas diretos ao nível do pé 10. ( V ) A grande maioria das fraturas diafisárias ou do colo dos ossos metatarsais é tratada conservadoramente 11. Em relação às funções do menisco temos: A) AmortecedoraB) Propriocepção C) Estabilidade articular D) Lubrificação e nutrição articular E) Todas estão corretas 12. Em relação aos efeitos da meniscectomias temos: 25 A) Aumento da pressão de contato em 350% B) Diminui em 20% a absorção de choque C) Se associado à lesão do LCA, ocorre aumento significativo da instabilidade D) A, B e C estão corretas E) NDA 13. Quanto ao Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é correto: A) Seu principal mecanismo de lesão é a rotação do tronco por sobre o membro inferior apoiado B) A concomitância de lesão meniscal associada é frequente C) Alterações degenerativas ocorrem secundariamente à instabilidade crônica D) A presença de instabilidade clínica é indicativo de tratamento cirúrgico E) Todas estão corretas PROVA 2015 1. O que é fratura em galho verde? AAA 2. Criança de 3 anos tem aumento da rotação externa do membro inferior D, deformidade em varo ao nível da coxa, sem presença de solução de continuidade. Raio-x mostrava fratura diafisária do fêmur com traço em espiral longo e alinhamento em varo. Conduta? Internação; instalação de tração cutânea e posterior anestesia e confecção de gesso toraco-pédico 3. Em relação à classificação das fraturas diafisárias do fêmur em adultos, o que é correto? A) Fratura simples, completa desviada com traço transverso sem cominuição, pode ser classificada como 31A3 B) Fratura simples em espiral sem cominuição pode ser classificada como 33A1 C) Uma fratura segmentar é classificada como 32C2 D) Uma fratura simples oblíqua curta, sem cominuição é classificada como 32B2 E) Existem duas corretas 4. Paciente vítima de trauma fechado ao nível da perna D. Apresenta dor de forte intensidade aumentando de volume no 1/3 proximal da perna D. Pulsos presentes, palpáveis e simétricos. Raio-x com fratura completa sem desvio do 3º proximal da tíbia D. Conduta inicial for imobilização com tala gessada e internamento. Após duas horas houve piora do quadro doloroso e dificuldade de mobilizar os artelhos e palidez. O quadro clínico sugere qual complicação e qual a melhor conduta? A) Lesão da artéria tibial; exploração e reparo vascular B) Lesão venosa tibial; exploração e reparo vascular C) Trombose de artéria tibial; exploração e desobstrução cirúrgica D) Síndrome compartimental; fasciotomia e fixação cirúrgica da fratura E) Síndrome compartimental, fasciotomia e aparelho gessado 5. São técnicas recomendadas para imobilizações gessadas de membros, exceto: A) Imobilizar sempre que possível uma articulação acima e uma abaixo da área lesada B) Avaliar pulsos distais, cor da pele, status neurológicos, previamente à confecção do gesso C) O joelho deve ser imobilizado em extensão completa, ao tratarmos lesões ligamentares periféricas parciais D) Ao tratarmos conservadoramente uma fratura de tíbia temos como opção a bota gessada e o gesso ínguino-pédico, dependendo do tipo de lesão 26 E) Ao tratarmos conservadoramente (???) 6. Trauma fechado ao nível do antebraço, tem deformidade sem presença de solução de continuidade. Raio-x com fratura diafisária transversa com encurtamento e desvio de rádio e ulna. Qual a conduta? Redução aberta e fixação de rádio e ulna com placas e parafuso (não faz gesso porque não aceita desvio) 7. Em relação à fratura-luxação de Monteggia é incorreto afirmar A) É caracterizada por uma fratura de diáfise da ulna com luxação radiulnar distal B) A lesão nervosa associada mais frequente é a do nervo radial C) Em adultos o tratamento cirúrgico com redução e fixação é necessário D) Em crianças geralmente o tratamento é incruento E) Em casos de lesão nervosa associada, a perda da extensão do punho é comum 8. Sobre consolidação de fraturas é correto afirmar: O sistema de banda de tensão no olécrano e patela é de estabilidade absoluta 9. Como se caracterizam as deformidades em varo, valgo, recurvatum e antecurvatum? Na deformidade em varo o vértice da angulação se localiza medialmente; na deformidade em valgo, o vértice da angulação se localiza lateralmente; no recurvatum, o vértice da angulação se localiza posteriormente; no antecurvatum, o vértice da angulação se localiza anteriormente 10. Sobre exames complementares, qual a alternativa incorreta? A TAC tem maior acurácia que a RNM na avaliação de lesões ligamentares 11. Na Síndrome compartimental, qual o principal sintoma? DOR 12. Qual o termo ortopédico que significa perda de congruência óssea? Luxação 13. Qual a conduta em um paciente que sofreu trauma direto no joelho D em degrau? Redução aberta e fixação com banda de tensão 14. Trauma fechado em joelho D. Raio-x com fratura articular desviada do fêmur distal com extensão diafisária. Qual o melhor tratamento? Redução anatômica da fratura articular com estabilidade absoluta desta e alinhamento da fratura diafisária com estabilidade relativa 15. Paciente sofreu acidente com colisão frontal. Houve trauma direto a nível do painel. Dentre as seguintes, qual não é uma possível lesão? A) Fratura de patela B) Fratura do fêmur distal ou tibial proximal C) Luxação anterior do joelho D) Lesão do LCP E) Fratura de colo de fêmur 16. O uso de fixador externo no tratamento inicial de uma fratura fechada diafisária de fêmur em adulto promove: Estabilidade relativa favorecendo o controle de danos locais e sistêmicos do paciente 27 17. Os testes de Lachmann e McMurray são, respectivamente, aplicados na suspeita de: Lesão do ligamento cruzado anterior e lesão meniscal 18. Sobre fraturas em crianças, é correto afirmar A) Devem ser sempre tratadas conservadoramente, o tratamento cirúrgico de fraturas em crianças é resultado de imperícia B) As reduções devem ser realizadas mediante bloqueio anestésico periférico, permitindo uma analgesia prolongada e duradoura C) A redução anatômica e fixação absoluta com placa e parafusos é comumente empregada em fraturas diafisárias em crianças abaixo de 8 anos de idade D) Redução incruenta e imobilização gessada é um método amplamente empregado para as fraturas diafisárias na infância E) Todas estão corretas 19. Em relação ao ângulo de carregamento do cotovelo é correto afirmar A) As mulheres apresentam ângulo menor que os homens B) O ângulo de carregamento maior que 15° em mulheres é considerado patológico C) Um ângulo de carregamento de 0° em homem é considerado normal D) Um ângulo de 0° em mulher é considerado patológico em valgo E) NDA 20. Sobre a classificação de GARDEN das fraturas de colo de fêmur, é incorreto afirmar: A) Fraturas completas, sem desvio, são classificadas como II B) Fraturas GARDEN I são incompletas ou impactadas em valgo C) Nas fraturas GARDEN III, existe um paralelismo entre as trabéculas do colo e do acetábulo D) Fraturas de GARDEN IV apresentam maior risco de necrose E) Nas fraturas I e II o melhor tratamento é artroplastia total 21. Quanto ao entorce em inversão de tornozelo, é correto afirmar: A) Os ligamentos mais comumente envolvidos são o ligamento deltoide e talofibular anterior B) O teste da gaveta anterior é aplicado para avaliação do ligamento talofibular distal anterior C) Teste de estresse em varo é aplicado para avaliar o ligamento calcaneofibular D) O “sinal do sulco” é patognomônico da instabilidade anterolateral E) Duas alternativas estão corretas 22. O teste de Phalen é utilizado na avaliação de qual patologia? A) Síndrome do impacto do ombro B) Síndrome do nervo interósseo posterior C) Síndrome do canal de Guyon D) Síndrome do desfiladeirotorácico E) Síndrome do túnel do carpo 23. Os músculos que compõem o Manguito Rotador são: SIRS – Supraenpinhal; Infraespinhal; Redondo Menor; Subescapular