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Resumo das aulas de Sociologia - Sociologia Clássica A) Auguste Comte (1798-1857) 1) Método: Positivismo sociológico: “saber para prever a fim de prover”. 2) Objeto: Sociedade: organismo vivo, unido pela linguagem, pela religião e pelo patriotismo. O indivíduo é pura abstração. 3) Evolucionismo social: evolução do saber: sociedades teológicas, metafísicas e científicas. B) Émile Durkheim (1858-1917) 1) Método: indutivo. Objetividade possível. 2) Objeto: Sociologia é a ciência dos fatos sociais, de sua gênese e de seu funcionamento. Fatos sociais: ‘toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma sociedade e apresenta existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter’. Integralização dos fatos sociais: educação: formação da consciência coletiva. Tipos de fatos sociais: normais ou patológicos. 3) Constituição das sociedades: solidariedade: laços que unem os membros entre si e ao próprio grupo social e, portanto, são responsáveis pela coesão social. Tipos de sociedades em função da solidariedade: Mecânica: ‘as ideias e tendências comuns a todos os membros da sociedade ultrapassam em número e em intensidade aquelas que pertencem a cada um deles pessoalmente’. Solidariedade por identidade. Homogeneidade. Regras sociais punitivas. Orgânica: à medida em que se acentua a diferenciação do trabalho, também aumenta o espaço individual dos sujeitos dentro do grupo. Os membros dessa sociedade passam a ser solidários por terem uma esfera própria de ação que redunda na interdependência entre cada um e todos os membros do grupo. Solidariedade pela complementariedade. Heterogeneidade. Regras sociais restituitivas. C) Karl Marx (1818-1883) 1) Introdução: Revolução Industrial. Hegel. 2) Objeto: Premissa existência humana produção da sobrevivência. O ser humano, dotado de razão, organiza-se socialmente para a produção. Os animais também produzem (e alguns até coletivamente), mas é produção inconsciente, imediatista e não-cumulativa. O ato de produzir do homem gera outras necessidades, necessidades sociais. A produção social e racional do homem determina o objeto do consumo, o modo de consumo e cria o próprio consumidor. “A fome é a fome, mas a fome que se satisfaz com carne cozida, comida com garfo e faca, não é a mesma fome que come a carne crua, servindo-se das mãos, das unhas e dos dentes”. A história do homem é a história da produção e da reprodução da vida por meio do trabalho, enfim, é a história dos modos de produção da sobrevivência humana. Modos de produção: forças produtivas (exprime o grau de domínio do homem sobre a natureza) + relações sociais de produção (exprime o modo como os homens se organizam para produzir e consumir). 2) Método: materialismo histórico: o ponto de partida são os indivíduos reais, a sua ação e as suas condições materiais de existência, quer se trate das que encontrou já elaboradas quando do seu aparecimento, quer das que ele próprio criou. A base de todas as relações sociais é o conjunto dos modos de produção da subsistência, dos meios materiais de produção da vida. Por isso, a análise social deve ser realizada a partir de uma perspectiva dialética que analise os modos de produção na história para explicitar as relações sociais a partir de sua causa determinante e estabelecer as leis da mudança que regem os fenômenos sociais, enfim, para expor o movimento do real em seu conjunto. A aquisição de novas forças produtivas mudança das relações sociais de produção mudança dos modos de produção mudanças sociais. Estrutura e Superestrutura Pensamento e consciência são, em última instância, decorrências da relação homem/natureza. A razão é, diante da sobrevivência, instrumento de ação e transformação do real a partir das necessidades humanas. A razão, livre da sobrevivência, ao revelar o modo de produção e a sociedade sobre ele construída traz à consciência o real e a possibilidade do ideal: liberdade plena de todos os seres humanos. 3) Modos de produção na história: comunismo primitivo, propriedade privada e luta de classes. 4) O modo de produção capitalista: Produção visa o mercado e não o consumo imediato. Mercadoria: valor de uso e valor de troca. Força de trabalho também é mercadoria. Valor: subsistência x capital. Mais-valia: TTN – TTE Alienação: o trabalhador é alienado em relação às mercadorias, em relação ao seu trabalho e em relação a si mesmo. Fetichismo da mercadoria. D) Max Weber (1864-1920) 1) Método: Escolha do objeto (influência de valores) formulação de hipóteses ou modelos explicativos ideais (tipos ideais) teste empírico das hipóteses Previsões. 2) Objeto: A sociologia deveria se concentrar na ação social e não nas estruturas sociais. As motivações e as ideias humanas são as forças por detrás de toda mudança social. Os indivíduos tem a habilidade de agir livremente e moldar o futuro. As estruturas sociais não existem externa ou independentemente dos indivíduos, mas são formadas por uma complexa interação de ações de sujeitos na convivência social. A sociologia deve compreender os significados por detrás destas ações se quer compreender as sociedades. Ação: toda conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação. Ação Social: quando tal orientação tem em vista a ação (passada, presente ou futura) de outro ou de outros. Tipos ideais de ação social: ação racional com relação a fins, ação racional com relação a valores, ação tradicional e ação afetiva. 3) Relação social: conduta de vários indivíduos reciprocamente orientada e que possua chance de que seu sentido seja partilhado por vários indivíduos. Quando ao agir cada um de dois ou mais indivíduos orienta sua conduta levando em consideração a probabilidade de que o outro agirá socialmente de um modo que corresponde às expectativas do primeiro agente. Se existe uma regularidade, ou seja, se as pessoas passam a repetir as condutas atribuindo-lhes o mesmo sentido, esta regularidade interessa à sociologia. Quando estes padrões adquirem legitimidade, ou seja, tornam-se válidos para um ou mais agentes, aumentam as chances de que as ações orientem-se por estes padrões. A validade destes padrões deriva: Da probabilidade de que dentro de um determinado círculo uma conduta contrária encontre reprovação geral e sensível na prática trata-se das convenções sociais. Da probabilidade de que a conduta contrária sofra algum tipo de coação física ou psíquica exercida por um quadro de indivíduos instituídos pelo grupo para obrigar a todos ao cumprimento deste padrão e para castigar a sua transgressão trata-se do direito. As instituições e estruturas sociais (Estado, Igreja, etc.) são desenvolvimentos e entrelaçamentos de ações e relações sociais de indivíduos. 4) Por que os indivíduos se submetem a padrões de conduta? Poder: probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade. Dominação: aceitação da vontade alheia, ou seja quando a influência sobre os atos dos outros é recebida como se fosse vontade própria. Tipos ideais de dominação: legal, tradicional e carismática. 5) Por que o Capitalismo se desenvolveu no Ocidente? Ou Crítica a Marx. Importância das ideias e valores: espírito do capitalismo uma atitude nova em relação ao acúmulo de riquezas e impactos da tecnologia moderna na geração sem precedentes na história deste acúmulo. Outros fatores tem relevância na constituição da sociedade moderna que não apenas o econômico. Fundamentos: a) protestantismo (vocação, dever, predestinação, sinais de sucesso, ascetismo): acúmulo de riquezas sem necessidade de opulência propicia o reinvestimento; b) impacto da ciência (em especial no campo técnico ou da tecnologia) e da burocracia (promove a organização eficaz de uma grande contingente de pessoas) modernas sobre os mecanismos econômicos capitalistas. Burocracia: domínio dos funcionários: Hierarquia definidade autoridade; Regras escritas regem a conduta dos funcionários em todos os níveis da organização; Funcionários tem tempo de trabalho e salários delimitados; Separação entre vida pessoal e vida profissional; Nenhum membro da organização possui os recursos materiais utilizados no trabalho. Tendência à racionalização das ações nas sociedades modernas: Organização da vida social de acordo com o princípio da eficiência e com base no conhecimento técnico. Weber temia que esta tendência fosse esmagar o espírito humano ao tentar regular todas as esferas da vida social.
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