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Direito Penal II Matéria oficial e atualizada

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CONTROLE SOCIAL 
Fonte : Miguel Reale Júnior) 
 
INSTRUMENTOS INFORMAIS DE CONTROLE SOCIAL : 
1) Família 
2) Escola 
3) Sindicato 
 
INSTRUMENTO FORMAL DE CONTROLE SOCIAL : Direito Penal 
A maioria das pessoas não delinque por conta dos instrumentos de controle social. 
Os instrumentos informais de controle social atuam na tarefa de socializar o indivíduo levando-o a adotar os valores socialmente reconhecidos e os respeitar. 
A integração ao meio social processa-se através de aprendizagem e de interiorização do outro. 
Os pais e a família constituem o principal agente de socialização. 
 
É a consciência individual que determina o ser social ? 
Ou é o inverso ? 
É o ser social que determina a consciência (tese marxista)? 
 
ORIGEM DAS PENAS 
Manoel Pedro Pimentel anota que a origem da pena é remotíssima, perdendo-se na noite dos tempos, sendo tão antiga quanto a humanidade. 
A primeira pena a ser aplicada na história da humanidade ocorreu ainda no paraíso, quando, após ser induzida pela serpente, Eva, além de comer o fruto proibido, fez 
também com que Adão o comesse, razão pela qual, além de serem aplicadas outras sanções, foram expulsos do jardim do Éden (Rogério Greco) 
 
O Direito Penal não constitui o único instrumento de combate ao crime. 
 
Segundo Giorgio Del Vecchio, “ (...) o mal no mundo tem raízes tão vastas e profundas, que o direito, como deve ser reconhecido pelos juristas, não pode constituir defesa 
suficiente contra o mesmo (...)” 
 
Franz von Liszt menciona a necessidade de se pensar o Direito Penal como CIÊNCIA INTEGRADA DO DIREITO PENAL, dividindo-a em : 
 
1) Dogmática jurídico-penal (direito penal positivo) 
2) Criminologia 
3) Política Criminal 
 
FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO pondera que “ (...) A lei, qualquer lei, como todo conjunto de normas, é a expressão de um dever-ser. Isso significa que, por meio das leis, 
procura-se estabelecer roteiros, caminhos e preceitos que permitam ao homem alterar, de certa forma, o mundo da realidade, sobre ele construindo uma ordem social mais 
valiosa. 
 
FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO (continuação) “ (...) Assim, a lei, por si só, nada pode modificar. Quem pode fazê -lo é o destinatário de seus mandamentos, ou seja, o homem 
que a torna eficaz no meio social. Por isso é que não estaríamos exagerando se diséssemos, para concluir, que, com a edição de leis de reforma, a reforma penal está apenas 
começando, pois a reforma efetiva 
 
FRANCISCO DE ASSIS TOLEDO (continuação) “ (...) pois a reforma efetiva, a verdadeira reforma do sistema criminal brasileiro, essa inapelavelmente, só poderá ser realizada 
por aqueles que se incumbem da administração da Justiça Criminal. Essa reforma está, pois, agora, nas mãos dos senhores” (Fra gmento de artigo de 
 
Francisco de Assis Toledo, ex-ministro do STJ, intitulado “Princípios Gerais do Novo Sistema Penal Brasileiro”, publicado em 1985, comentando a Lei 7.209/1984 que instituiu 
a Nova Parte Geral do Código Penal 
 
CONCEITO DE PENA 
É a retribuição imposta pelo Estado em razão da prática de um ilícito penal e consiste na privação ou restrição de bens jurídic os determinada pela lei, cuja finalidade é a 
readaptação do condenado ao convívio social e a prevenção em relação à prática de novas infrações penais (Victor Eduardo Rios Gonçalves) 
 
FINALIDADES DA PENA 
1) Teoria Absoluta ou da Retribuição : a finalidade da pena é punir o infrator pelo mal causado à vítima, aos seus familiares e à coletividade 
2) Teoria Relativa ou da Prevenção : a finalidade da pena é de intimidar e evitar que delitos sejam cometidos. 
3) Teoria mista ou conciliatória : a pena tem duas finalidades, ou seja, punir e prevenir. 
 
FINALIDADES DA PENA TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL : em razão da redação do caput, parte final, do artigo 59 do Código Penal conclui -se que este adotou a 
TEORIA MISTA OU UNIFICADORA DA PENA, tendo a pena as finalidades de retribuição e prevenção 
 
Art. 59, CP - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
 
FUNDAMENTOS DA PENA 
1) Preventivo : intimidação, prevenção geral e especial 
2) Retributivo : castigo ao transgressor 
3) Reparatório : consiste em compensar a vítima (prestação pecuniária em favor da vítima/modalidade de pena restritiva de direito – vide art. 43, I, CP, incluído pela 
Lei 9.714/1998) 
4) Readaptação : busca-se, também, com a pena, a reeducação e reabilitação do delinquente. 
 
SISTEMAS PENITENCIÁRIOS 
1) Sistema penitenciário pensilvânico ou da Filadélfia 
2) Sistema penitenciário auburniano 
3) Sistema penitenciário inglês 
4) Sistema penitenciário irlandês 
 
1) Sistema penitenciário pensilvânico ou da Filadélfia ou Belga 
Iniciado na Walnut Street Jail em 1790 
 
CARACTERÍSTICAS : 
.1. Isolamento constante (sistema celular – a célula é o túmulo do vivo) 
1.2. Sem trabalho 
1.3. Sem visitas 
1.4. Estímulo ao arrependimento pela leitura constante da Bíblia 
 
CRÍTICAS : muito severo e impedia a readaptação social do condenado 
 
2) Sistema penitenciário auburniano ( “silent system) 
As críticas aos sistema de pura prisão celular, fizeram com que se permitisse o trabalho dos presos. CARACTERÍSTICAS : 
- abolição do completo isolamento celular 
- permissão de trabalho dos presos, inicialmente nas próprias celas e, ao depois, em grupos. 
- imposição de trabalho obrigatório durante o dia, sob absoluto silêncio. 
CRÍTICA : imposição de silêncio 
 
3) Sistema penitenciário progressivo inglês ( “mark system” – sistema de vales) 
 
Surgiu na Inglaterra no século XIX projetado pelo capitão da Marinha Real Inglesa Alexander Maconochie que se impressionara c om as péssimas condições que viviam os 
presos degredados para a Austrália . 
 
Sistema de vales : a duração da pena não era determinada exclusivamente pela sentença condenatória, mas dependia do aproveitamento do preso demonstrado no trabalho 
e pela boa conduta. 
 
O preso recebia marcas ou vales (daí o nome mark system) quando seu comportamento era positivo , e perdia ganhos quando se comportava de modo censurável. 
 
Adotava-se o critério de dividir o tempo de cumprimento da pena em 03 períodos : 
 
1.° PERÍODO : período de prova, com isolamento celular completo de tipo pensilvânico 
2.° PERÍODO : iniciava-se com permissão de trabalho em comum ao preso, observada a regra auburniana de rigoroso silêncio, mantido o isolamento noturno 
3.° PERÍODO : pela correção demonstrada o prisioneiro obtinha o ticket of leave, com o benefício da liberdade condicional 
 
4) Sistema penitenciário irlandês (sistema progressivo irlandês) 
Walter Crofton, diretor das prisões da Irlanda aperfeiçoou o sistema de vales, concedendo aos condenados, antes do livramento condicional, um período de trabalho externo 
no campo. 
 
Havia 04 etapas ou períodos : 
1) o penal, na cela 
2) o da reforma pelo isolamento noturno 
3) o intermediário com trabalho em comum 
4) o da liberdade provisória que se tornava definitivo pelo bom comportamento 
 
TEORIAS EXTREMADAS DA PENA 
1) Abolicionismo penal : oriundo dos estudos de Louk Hulsman (Holanda), Thomas Mathiesen e Nils Christie (Noruega) e Sebastian Scheerer (Alemanha) 
2) Direito penal máximo : sistema adotado nos EUA com a denominação de 
 
“Tolerância Zero”. Qualquer tipo de infração deve ser punida severamente para servir de exemplo. Uma vadiagem, por exemplo, deveria ser punida como crime para que não 
se transforme em furto e futuramente em roubo e latrocínio. 
 
DIREITO PENAL DO INIMIGO ( Günther Jakobs) 
É um modelo do direito penal cuja finalidade é detectar e separar, dentre os cidadãos, aqueles que devem ser considerados os inimigos (terroristas, autores de crimes sexuais 
violentos,criminosos organizados). Estes não mereceriam do Estado as mesmas garantias fundamentais. 
 
TEORIAS EXTREMADAS DA PENAL 
1) Abolicionismo penal : 
- postula a descriminalização 
- postula a despenalização 
 
2) Direito penal máximo : modelo de direito penal severo caracterizado pela incerteza e imprevisibilidade de suas condenações e penas, voltado à garantia de que nenhum 
culpado permaneça impune, ainda que à custa do sacrifício de algum inocente. 
 
GARANTISMO PENAL Busca o equilíbrio entre os modelos abolicionista e o direito penal máximo. 
Trata-se de um modelo normativo de direito baseado no Estado Democrático de Direito, e dimensionado na estrita legalidade, voltado a minimizar a violência e maximizar a 
liberdade, impondo limites à função punitiva do Estado (Guilherme Nucci) 
 
O jusfilósofo italiano Luigi Ferrajoli esclarece os 10 axiomas do modelo garantista do direito penal, a saber: 
1) Não há pena sem crime 
2) Não há crime sem lei 
3) Não há lei penal sem necessidade 
4) Não há necessidade da lei penal sem lesão 
5) Não há lesão sem conduta 
6) Não há conduta sem dolo ou culpa 
7) Não há culpa sem o devido processo legal 
8) Não há processo sem acusação 
9) Não há acusação sem prova que a fundamente 
10) Não há prova sem ampla defesa 
 
POSTULADOS DO DIREITO PENAL MÍNIMO (Hassemer e Muñoz) 
1) Promover uma busca de alternativas à prisão que afeta, principalmente, as classes sociais mais pobres 
2) Realizar uma investigação que possa clarear o âmbito obscuro da criminalidade dos poderosos 
3) Estabelecer uma política de descriminalização da criminalidade menor ou de bagatela 
4) Relativizar o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública 
 
GUILHERME NUCCI ressalta que qualquer dos modelos adotados pelo Poder Legislativo (Direito Penal Máximo, Direito Penal Mínimo ) passa, necessariamente, pelas mão do 
Poder Executivo, que precisa liberar verbas para implementação de inúmeros programas de prevenção, punição e recuperação de criminosos. Exemplo disso é representado 
pelo fato de que várias cidades não possuem Casa de Albergado, obrigando os juízes a adotarem a Prisão Albergue Dom iciliar (PAD) sem qualquer fiscalização eficaz. 
GUILHERME NUCCI também sublinha que é preferível fazer cumprir e implementar as leis penais já existentes do que criar novas leis penais 
Finalmente Guilherme Nucci aponta a conveniência da adoção do Direito Penal Mínimo 
 
JUSTIÇA RETRIBUTIVA X JUSTIÇA RESTAURATIVA 
 
A Justiça Retributiva sempre pautou os horizontes do direito penal. 
Todavia, a denominada Justiça Restaurativa instaura-se aos poucos no sistema jurídico-penal brasileiro : 
 
1) Lei 9.099/1995 com a adoção dos 04 institutos processuais despenalizadores : 
1.1. Acordo civil; 1.2. Transação penal; 3) Suspensão condicional do processo; 4) Representação 
1.2. Lei 9.714/1998 que alterou e introduziu penas alternativas no CP 
 
JUSTIÇA RESTAURATIVA : CONCEITO E FUNDAMENTO TEÓRICO (FONTE TJ/SP) 
A justiça restaurativa emerge a partir de um conjunto de iniciativas surgidas na década de 70 do século XX buscando modificar o modo de lidar com atos caracterizados como 
crime, sobremaneira, em três grandes esferas: 
1) No fundamento do sistema criminal a partir de uma revisão histórico-crítica do modo como são compreendidos os conflitos entre pessoas e grupos sociais e o papel 
assumido pelo Estado diante deles; 
2) No modo de resolução desses conflitos e os direitos das diferentes pessoas envolvidas, tanto direta como indiretamente, inclusive o próprio Estado; 
3) Na compreensão dos objetivos pretendidos com essa resolução, considerando o impacto esses atos produzem nos “ofensores”, “ vítimas”, na comunidade em que se 
inserem e na sociedade como um todo, representada pelo Estado. 
 
Diante da controvérsia na literatura especializada quanto aos fundamentos da justiça restaurativa, atualmente, tende -se a considerá-la um conceito aberto que se constrói 
em torno de valores, processos e/ou seus resultados/objetivos. 
 
De maneira singela, a Justiça Restaurativa pode ser definida como um processo de resolução de conflito participativo por meio do qual pessoas afetadas direta e 
indiretamente pelo conflito (intersubjetivo, disciplinar, correspondente a um ato infracional ou a um crime) se reúnem voluntariamente e de modo previamente ordenado, 
para juntas (geralmente com a ajuda de um facilitador) estabelecerem pelo diálogo um plano de ação que atenda as necessidades e garanta o direito de todos afetados, com 
esclarecimento e atribuição de responsabilidades. 
 
JUSTIÇA RESTAURATIVA: referências normativas (FONTE TJ/SP) 
 
Entre os referenciais normativos em âmbito internacional da Justiça Restaurativa cite -se a Resolução do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Resolução 12/2002), 
que conceitua e aborda os princípios básicos para utilização de programas de Justiça Restaurativa em matéria criminal. 
 
Para além da esfera criminal, especialmente na área da justiça juvenil, cite -se as Regras de Beijing (Regras mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da 
Infância e Juventude) e as Diretrizes de Riad (Diretrizes das Nações Unidas para a prevenção da deliquência), que possibilita m que os princípios restaurativos estejam em 
sintonia com ações voltadas à prevenção, garantidoras de direitos. 
 
Na legislação brasileira apesar de inexistirem dispositivos expressos prevendo a aplicação de práticas integralmente restaura tivas, o Código de Processo Penal, a Lei nº 
9.099/95 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (sobretudo o instituto da remissão), prevêem a utilização de métodos de composição de conflitos de acordo com os 
princípios restaurativos, sem afronta ao direito processuais. 
 
PRINCÍPIOS DA PENA: 
1) Princípio da personalidade ou da responsabilidade pessoal (a pena é personalíssima, não podendo passar da pessoa do delinquente (CF/88, art. 5.° , XLV) 
2) Princípio da Legalidade : a pena não pode ser aplicada sem prévia cominação legal (“nulla poena sine praevia lege” -CF/88, art. 5.°, XXXIX) 
3) Princípio da inderrogabilidade (a pena não pode deixar de ser aplicada uma vez constatada a prática da infração penal 
4) Princípio da proporcionalidade (a pena deve ser proporcional ao crime, guardando proporção entre a infração pra ticada e a sanção imposta (CF/88, art. 5.°, XLVI) 
5) Princípio da individualização da pena (para cada delinquente o Estado-juiz deve estabelecer a pena exata e merecida, evitando-se a pena-padrão - (CF/88, art. 5.°, 
XLVI) 
6) Princípio da humanidade (são vedadas penas corporais (CF/88, art. 5.°, XLVII), devendo-se respeitar a integridade física e moral do condenado (CF/88, art. 5.°, XLIX) 
 
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE: 
1) Reclusão 
2) Detenção 
3) Prisão simples (destinada às contravenções penais – Decreto-lei 3.688/1941) : comporta os regimes aberto e semi-aberto; não comporta o regime fechado 
 
 
Não há diferença ontológica entre pena de reclusão e de detenção, motivo pelo qual preconiza -se pela extinção dessa diferenciação. 
É que as diferenças entre as penas de reclusão e de detenção são mínimas e na prática, quase sempre irrelevantes. 
Na sistemática da Parte Geral do Código Penal anterior (de 1940) poder-se-ia justificar a dicotomia (pena de reclusão e de detenção), pois : 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÓDIGO PENAL DE 1940 
 
Na sistemática da Parte Geral do Código Penal anterior (de 1940) poder-se-ia justificar a dicotomia (pena de reclusão e de detenção), pois : 
 
 
 
 
 
 
BINÔMIO RECLUSÃO/DETENÇÃO: 
A determinação do CP/1940 de separação dos presos apenados com detenção dos presos apenados com reclusão NUNCA FOI OBEDECIDA e as diferenças práticas entre 
reclusão e detenção desapareceriam com o tempo. 
 
REGIME PROGRESSIVO DE CUMPRIMENTO DA PENA 
A individualização daexecução da pena é consequência do princípio constitucional da individualização da pena. 
 
03 ETAPAS DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA 
1) Individualização Legislativa 
2) Individualização Judiciária 
3) Individualização Executória 
 
LEP (Lei 7.210/1984) - Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo 
juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, com provado pelo diretor do estabelecimento, 
respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
LEP (Lei 7.210/1984, Art. 112. 
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. (Red ação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas 
vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
REGIME PROGRESSIVO DE CUMPRIMENTO DA PENA E MÉRITO DO CONDENADO 
O mérito do condenado é um juízo de valor incidente sobre a sua conduta carcerária passada e futura (diagnóstico e prognóstic o). 
A ausência de registro de faltas graves no seu prontuário demonstra disciplina e aptidão para enfrentar registro mais brando de cumprimento de pena. 
 
MÉRITO DO CONDENADO 
A ausência de registro de faltas graves no seu prontuário demonstra : 
1) Disciplina 
2) Aptidão para enfrentar registro mais brando de cumprimento de pena. 
3) Senso crítico sobre si mesmo 
4) Perspectiva quanto ao futuro do condenado 
5) Ausência de periculosidade 
 
O mérito do condenado quanto ao cumprimento da pena não se vincula ao crime praticado ou ao montante da pena aplicada 
LEI No 10.792 de 01/12/2003 
1) Alterou a Lei 7.210/1985 (LEP) – Art. 1.° 
2) Alterou o CPP (interrogatório do réu) – Art. 2.° 
3) Introduziu regras de maior segurança no sistema penitenciário – art. 3.° 
 
O objetivo principal da reforma introduzida pela Lei 10.792/2003 foi o aprimoramento da legislação para o combate ao crime organizado no interior dos presídios conforme 
se vê da leitura dos artigo 3.° e ss. da referida lei. 
 
LEI No 10.792 de 01/12/2003 
Art. 3o Os estabelecimentos penitenciários disporão de aparelho detector de metais, aos quais devem se submeter todos que queiram ter acesso ao referido estabelecimento, 
ainda que exerçam qualquer cargo ou função pública. 
 
LEI No 10.792 de 01/12/2003 
Art. 4o Os estabelecimentos penitenciários, especialmente os destinados ao regime disciplinar diferenciado, disporão, dentre outros equipamentos de segurança, de 
bloqueadores de telecomunicação para telefones celulares, rádio-transmissores e outros meios, definidos no art. 60, § 1o , da Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997. 
 
LEI Nº 9.472, DE 16 DE JULHO DE 1997 – Lei Geral de Telecomunicação 
Art. 60. Serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita a oferta de telecomunicação. 
§ 1° Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, 
sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza. 
 
LEI No 10.792 de 01/12/2003 
Art. 5o Nos termos do disposto no inciso I do art. 24 da Constituição da República, observados os arts. 44 a 60 da Lei no 7.210, de 11 de junho de 1984, os Estados e o 
Distrito Federal poderão regulamentar o regime disciplinar diferenciado, em especial para: 
I - estabelecer o sistema de rodízio entre os agentes penitenciários que entrem em contato direto com os presos provisórios e condenados; 
 II - assegurar o sigilo sobre a identidade e demais dados pessoais dos agentes penitenciários lotados nos estabelecimentos penais de segurança máxima; 
III - restringir o acesso dos presos provisórios e condenados aos meios de comunicação de informação; 
IV - disciplinar o cadastramento e agendamento prévio das entrevistas dos presos provisórios ou condenados com seus advogados, regularmente constituídos nos autos da 
ação penal ou processo de execução criminal, conforme o caso; 
 V - elaborar programa de atendimento diferenciado aos presos provisórios e condenados, visando a sua reintegração ao regime comum e recompensando-lhes o bom 
comportamento durante o período de sanção disciplinar." (NR) 
 
LEI No 10.792 de 01/12/2003 
 
Art. 6o No caso de motim, o Diretor do Estabelecimento Prisional poderá determinar a transferência do preso, comunicando -a ao juiz competente no prazo de até vinte e 
quatro horas. Art. 7o A União definirá os padrões mínimos do presídio destinado ao cumprimento de regime disciplinar. 
 
Art. 8o A União priorizará, quando da construção de presídios federais, os estabelecimentos que se destinem a abrigar presos provisórios ou condenados sujeitos a regime 
disciplinar diferenciado. 
 
SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL 
1) Penitenciária Federal de Catanduvas no Paraná (inaugurada em 23/06/2006) 
2) Penitenciária Federal de Campo Grande – Mato Grosso do Sul (inaugurada em 21/12/2006) 
3) Penitenciária Federal de Porto Velho – Rondônia (inaugurada em 19/06/2009) 
4) Penitenciária Federal de Mossoró – Rio Grande do Norte (inaugurada em 03/07/2009) 
5) Penitenciária Federal de Brasília – DF (em planejamento) 
 
 
REGIME PROGRESSIVO DE CUMPRIMENTO DA PENA 
LEP (Lei 7.210/1984) - Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo 
juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, 
respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
Apesar do disposto na nova redação do art. 112 da LEP o Juiz não está impedido de determinar a realização de exame criminológico para colher elementos de convicção para 
decidir sobre a progressão ou regressão de regime. 
 
Vide a Súmula n.439 do STJ : “Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do 
 caso, desde que em decisão motivada”. 
 
PROGRESSÃO NOS CRIMES HEDIONDOS (art. 2.°, § 2.°, da Lei 8.072/1990) 
1) Cumprimento de 2/5 da pena se o apenado for primário 
2) Cumprimento de 3/5 da pena se o condenado for reincidente 
 
CRITÉRIOS PARA REGRESSÃO A REGIME MAIS RIGOROSO 
1) ADAPTAÇÃO DO REGIME : superveniência de nova condenação (vide art.111 LEP) 
2) REGRESSÃO POR FALTA 
 
CRITÉRIOS PARA REGRESSÃO A REGIME MAIS RIGOROSO 
1) ADAPTAÇÃO DO REGIME : superveniência de nova condenação (vide art.111 LEP) 
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo 
resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á 
a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime. 
 
CRITÉRIOS PARA REGRESSÃO A REGIME MAIS RIGOROSO 
1) ADAPTAÇÃO DO REGIME : superveniência de nova condenação (vide art.111 LEP) 
Art. 118 da LEP - A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o 
condenado: 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regim e (artigo 111). 
 
CRITÉRIOS PARA REGRESSÃO A REGIME MAIS RIGOROSO 
2) REGRESSÃO POR FALTA : 
Art. 118 da LEP - A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o 
condenado: 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
 
CRITÉRIOS PARA REGRESSÃO A REGIME MAIS RIGOROSO2) REGRESSÃO POR FALTA : praticar fato definido como crime doloso ou falta grave 
“No caso de cometimento de crime doloso, é preciso , num primeiro momento, sustar os benefícios do regime em que se encontra (se está no aberto, será transferido, 
cautelarmente, para o fechado), aguardando-se a condenação com trânsito em julgado. Caso seja absolvido, restabelece-se o regime sustado; se for condenado, regride-se a 
regime mais severo”(Guilherme Nucci) 
 
PROGRESSÃO POR SALTO É admissível a possibilidade de transferência do preso do regime mais gravoso (fechado) para um mais brando (aberto) com supressão do estágio 
no regime semi-aberto por falta de vaga em colônia agrícola ou industrial 
 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD) 
Art. 52 LEP - A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisó rio, ou 
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; 
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. 
 
Art. 52. § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e 
a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a 
qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
 
 
REGRESSÃO DE REGIME 
 
Lei 7.210/1984 - Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando 
o condenado: 
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). 
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a 
multa cumulativamente imposta. 
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. 
 
FALTA GRAVE – PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 
II - fugir; 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; 
IV - provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; 
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros preso s ou com o ambiente externo. (Incluído pela 
Lei nº 11.466, de 2007) 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. 
 
Art. 39. Constituem deveres do condenado: 
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; 
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; 
 
FALTA GRAVE – PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: 
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; 
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; 
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 
 
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I - advertência verbal; 
II - repreensão; 
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); 
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. 
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz 
competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) § 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado 
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) § 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em 
regime disciplinar será precedida de manifestação do 
 
Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pela 
Lei nº 10.792, de 2003) Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução 
 
FALTAS MÉDIAS E LEVES: serão punidas com advertência verbal ou repreensão 
 
FALTAS GRAVES: serão punidas com suspensão ou restrição de direitos (art.41, par. Único), isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que 
possuam alojamento coletivo, observado o disposto no art. 88 da LEP, ou inclusão em RDD. 
 
SAÍDA TEMPORÁRIA E FALTA GRAVE 
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos 
seguintes casos: 
I - visita à família; 
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; 
 
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos 
seguintes casos: 
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de 
monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 
 
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido p or falta grave, desatender as condições 
impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. 
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da pu nição disciplinar ou da demonstração do 
merecimento do condenado. 
 
REMIÇÃO E FALTA GRAVE 
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação 
dada pela Lei nº 12.433, de 2011). 
 
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da 
infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
 
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu 
tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. 
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
REMIÇÃO E FALTA GRAVE E PERDA DOS DIAS REMIDOS 
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do temporemido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da 
infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
 
SÚMULA VINCULANTE STF N.09 : o disposto no artigo 127 da Lei n. 7.210/84 foi recebido pela ordem constitucional vigente e não se lhe aplica o limite temporal previsto no 
caput do artigo 58” 
 
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pela 
Lei nº 10.792, de 2003) 
 
NECESSIDADE DE DEFESA TÉCNICA OU DA AUTODEFESA PARA A APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
 
1.° CORRENTE (prevalente, inclusive com decisão emanada pelo STF) : é fundamental assegurar ao condenado a participação de defensor técnico 
2.° CORRENTE (defendida por Guilherme Nucci) : basta garantir ao condenado a oportunidade de se manifestar, dando a sua versão dos fatos, bem como indicando provas e 
fontes para buscá-las 
 
AUDIÊNCIA JUDICIAL DE JUSTIFICAÇÃO E REGRESSÃO DE REGIME 
“Tomando conhecimento formal da falta grave, o juiz da execução deverá designar audiência de justificação, na qual facultará ao executado manifestar-se a respeito do que 
lhe é imputado, e acolherá a seguir as manifestações do MP e da defesa, antes de proferir decisão que irá reconhecer, ou não, a prática de falta gra ve e, sendo o caso, impor 
as consequências cabíveis e adequadas (...)” - RENATO MARCÃO (obra citada na bibliografia, p.83) 
 
As faltas graves deverão ser comunicadas pelo Diretor do estabelecimento penitenciário ao Juiz da Execução Penal para produzir os reflexos na individualização executória da 
pena, podendo implicar na regressão de regime, perda de dias remidos, impedimento de saída temporária, dentre outros (cf. art. 48, parágrafo único, da LEP) 
 
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado. 
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I (REGRESSÃO DE REGIME), 125 (REVOGAÇ ÃO DA SAÍDA 
TEMPORÁRIA, 127 (REVOGAÇÃO DE ATÉ 1/3 DO TEMPO REMIDO), 181, §§ 1º, letra d (CONVERSÃO DA PENA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA PENA PRIVATIVA DE 
LIBERDADE), e 2º desta Lei. 
 
REGRESSÃO CAUTELAR 
Embora a lei silencie a respeito entende-se ,com Guilherme Nucci, ser perfeitamente possível que o juiz determine a regressão cautelar, com base no poder geral de cautela 
do juiz, suspendendo o regime semiaberto ou aberto, até que o condenado seja ouvido e forneça suas explicações para o descumprimento das condições do regime. 
 
FALTAS LEVES, MÉDIAS E GRAVES 
I – FALTAS LEVES E MÉDIAS - item 79 da Exposição de Motivos à LEP : 79. O Projeto confia a enumeração das faltas leves e médias, bem como as respectivas sanções, ao 
poder discricionário do legislador local. As peculiaridades de cada região, o tipo de criminalidade, mutante quanto aos meios e modos de execução, a natureza do bem 
jurídico ofendido e outros aspectos sugerem tratamentos disciplinares que se harmonizem com as características do ambiente 
 
II – FALTAS GRAVES (LEP, arts. 50/51) 
 
I – FALTAS LEVES : “São exemplos de falta disciplinar de natureza leve, relacionados no Regimento Interno Padrão dos estabelecimentos prisionais do Estado de São Paulo : 
transitar indevidamente pela unidade prisional; comunicar-se com visitantes sem a devida autorização; comunicar-se com sentenciados em regime de isolamento celular ou 
entregar-lhes quaisquer objetos sem autorização; adentrar cela alheia sem autorização; 
 
I – FALTAS LEVES : “ (...) improvisar varais e cortinas na cela ou alojamento, comprometendo a vigilância, salvo situações excepcionais autorizadas pelo diretor da unidade 
prisional; ter a posse de papéis, documentos, objetos ou valores não cedidos e não autorizados pela unidade prisional; estar indevidamente trajado; usar material de serviço 
para finalidade diversa da que foi prevista; remeter correspondência sem registro regular pelo setor competente; mostrar displicência no cumprimento do sinal convencional 
de recolhimento ou formação” 
(RENATO MARCÃO, obra citada, p.69) 
 
I – FALTAS MÉDIAS : “No mesmo regimento padrão encontram-se como falta disciplinar de natureza média, entre outras, as seguintes condutas : atuar de maneira 
inconveniente, faltando com os deveres de urbanidade perante autoridades, funcionários e sentenciados; portar material cuja posse seja proibida por portaria interna da 
direção da unidade; desviar ou ocultar objetos cuja guarda lhe tenha sido confiada; simular doença para eximir-se de dever legal ou regulamentar; 
 
I – FALTAS MÉDIAS : “ (...) induzir ou instigar alguém a praticar falta disciplinar grave, média ou leve; divulgar notícia que possa perturbar a ordem ou a disciplina; dificultar a 
vigilância em qualquer dependência da unidade prisional; praticar autolesão, como ato de rebeldia” 
 
I – FALTAS GRAVES (ITEM 80 DA EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS À LEP : “Com relação às faltas graves, porém, o Projeto adota solução diversa. Além das repercussões que causa na 
vida do estabelecimento e no quadro da execução, a falta grave justifica a regressão, consistente, como já se viu, na transferência do condenado para regime mais rigoroso. A 
falta grave, para tal efeito, é equiparada à prática de fato definido como crime (art.117, I) e a sua existência obriga a autoridade administrativa a representar ao juiz da 
execução (art. 47, parágrafo único) para decidir sobre a regressão. 
 
SÚMULA 441 DO STJ : a falta grave não interrompe o prazo para obtenção do livramento condicional 
 
RESOLUÇÃO Nº 113, DE 20 DE ABRIL DE 2010 Dispõe sobre o procedimento relativo à execução de pena privativa de liberdade e de medida de segurança, e dá outras 
providências 
 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DIRETRIZES DA EXECUÇÃO PENAL (http://portal.mj.gov.br) 
I - Resolução CNPCP nº 14, de 11 de novembro de 1994 - Trata das regras mínimas para tratamento dos presos no Brasil 
II - Resolução CNPCP nº 01, de 20 de março de 1995 - Aplicação das Regras Mínimas para o Tratamento do Preso no Brasil. 
III - Resolução CNPCP nº 05, de 19 de julho de 1999 - Diretrizes Básicas da Política Criminal e Penitenciária. 
IV - Resolução nº 07, de 25 de março de 2003 - Diretrizes Básicas para as Ações de Saúde nos Sistemas Penitenciários 
 V - Resolução CNPCP nº 16, de 17 de dezembro de 2003 - Diretrizes Básicas de Política Criminal quanto à prevenção do delito, administração da justiça criminal e execução 
das penas e das medidas de segurança. 
VI - Resolução CNPCP nº 03, de 23 de setembro de 2005 - Diretrizes Básicas para construção, ampliação e reforma de estabelecimentos pe nais, conforme constam dos 
Anexos de I a X desta Resolução, revogado o disposto na Resolução nº. 16, de 12 de dezembro de 1994. 
 VII - Resolução CNPCP nº 12, de 07 de dezembro de 2006 Alteração na redação da Resolução n.º 03/2005, que trata das Diretrizes Básicas para Construção, Ampliação e 
Reforma de Estabelecimentos Penais. 
VIII - Resolução CNPCP nº 02, de 08 de maio de 2008 HYPERLINK 
"http://portal.mj.gov.br/services/DocumentManagement/FileDownload.EZTSvc.asp?DocumentID={2C98BDC6 -C585-4AF6-A9D4-
9CA2A8D8B4A6}&ServiceInstUID={4AB01622-7C49-420B-9F76-15A4137F1CCD}" - Diretrizes básicas para a condução de presos durante o atendimento à saúde e condições 
mínimas de segurança para sua realização. 
IX - Resolução CNPCP nº 03, de 11 de março de 2009 - Diretrizes Nacionais para a Oferta de Educação nos estabelecimentos penais. 
X - Resolução CNPCP nº 06, de 25 de novembro de 2009 - Diretrizes para o controle penal qualitativo das penas e medidas alternativas à prisão (especialmente as restritivas 
de direito). 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS 
(de acordo com o provimento que constitui o pedido) 
1) Processo de Conhecimento 
2) Processo de Execução 
3) Processo Cautelar1) Processo de Conhecimento : 
1.1. Processo meramente declaratório 
1.2. Processo constitutivo 
1.3. Processo condenatório 
 
COISA JULGADA 
“A sentença não mais susceptível de recursos transita em julgado, tornando-se imutável dentro do processo. Configura-se a coisa julgada formal, pela qual a sentença, como 
ato daquele processo, não poderá ser reexaminada” (Antonio Carlos de Araújo Cintra) 
 
A coisa julgada formal representa a preclusão máxima, ou seja, a extinção do direito ao processo (àquele processo, o qual se extingue) 
“ A coisa julgada formal é pressuposto da coisa julgada material”. 
 
COISA JULGADA FORMAL: torna imutável dentro do processo o ato processual sentença 
 
COISA JULGADA MATERIAL: torna imutáveis os efeitos produzidos pela sentença e lançados fora do processo 
 
COISA JULGADA MATERIAL: torna imutáveis os efeitos produzidos pela sentença e lançados fora do processo 
Em virtude da coisa julgada material, nem o juiz pode voltar a julgar, nem as partes a litigar, nem o legislador a regular di ferentemente a relação jurídica 
 
A COISA JULGADA FORMAL e a COISA JULGADA MATERIAL:= são qualidades da sentença e de seus efeitos 
A eficácia natural da sentença vale erga omnes, enquanto a autoridade da coisa julgada somente existe entre as partes. 
 
LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA 
Estabelecer os limites objetivos da coisa julgada significa responder à pergunta : quais partes da sentença ficam cobertas pela autoridade da coisa julgada ? RESPOSTA : 
apenas o dispositivo da sentença faz coisa julgada material (art.469 do CPC) : Art. 469. Não fazem coisa julgada: 
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; III - a 
apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. 
 
LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA 
Fixar os limites subjetivos da coisa julgada significa responder à pergunta : quem é atingido pela autoridade da coisa julgada material ? 
 
RESPOSTA : A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando nem prejudicando terceiros 
 
(art. 472 do CPC):julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pes soa, se houverem sido citados 
no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros. 
 
FASES DO PROCESSO PENAL 
1) Fase Postulatória 
2) Fase Instrutória 
3) Fase Decisória 
4) Fase de Execução 
 
PROCESSO DE EXECUÇÃO PENAL Trata-se de fase do processo penal em que se faz valer o comando contido na sentença penal condenatória, impondo-se, efetivamente, a 
pena privativa de liberdade (PPL), a pena restritiva de direitos (PRD) ou a pena de multa. 
 
Não há necessidade de nova citação, salvo, quanto à execução da pena de multa, pois o sentenciado já foi citado da denúncia e intimado da sentença. 
 
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA 
Há necessidade da citação. 
 
1) Em primeiro plano, aguarda-se o pagamento espontâneo por parte do condenado (art.50, caput, primeira parte, do CP) : a multa deve ser paga dentro de 10 dias 
depois de transitada em julgado a sentença 
2) Não havendo o pagamento, será o condenado intimado pelo próprio juízo da condenação, por economia processual, a fazê -lo, evitando-se a instauração da 
execução, caso seja a pena pecuniária a única aplicada. 
 3) Há controvérsia, atualmente, sobre qual é o órgão legitimado a promover a execução da pena de multa (Ministério Público ou Procuradoria Fiscal) e em qual juízo (Vara 
das Execuções Penais ou Vara das Execuções Fiscais) 
 
Posição dominante da jurisprudência : a pena de multa não paga deve ser cobrada no juízo cível, como se fosse dívida fiscal do Estado, pelo que a certidão da condenação é 
remetida para a Procuradoria Fiscal competente. 
 
NATUREZA JURÍDICA DA EXECUÇÃO PENAL 
O processo de execução penal é primordialmente um processo de natureza jurisdicional, cuja finalidade é tornar efetiva a pretensão punitiva do Estado, envol vendo, ainda, 
atividade administrativa. 
A execução penal é atividade complexa, que se desenvolve, entrosadamente, nos planos jurisdicional e administrativo (Ada Pellegrini Grinover) 
 
NATUREZA JURÍDICA DA EXECUÇÃO PENAL E SENTENÇAS DETERMINATIVAS OU INSTÁVEIS 
As sentenças determinativas ou instáveis decidem relações jurídicas continuativas, em que não há exceção à autoridade da coisa julgada, mas acolhimento do princípio rebus 
sic stantibus. O juiz no novo julgado não altera o julgado anterior, mas, exatamente para atender a ele, adapta -o ao estado de fato superveniente. fáticas 
 
A sentença condenatória penal contém implícita a cláusula rebus sic stantibus como sentença determinativa que é : o juiz fica, assim, autorizado, pela natureza mesma da 
sentença, a agir por equidade, operando a modificação objetiva da sentença sempre que haja mutação nas circunstâncias fáticas 
 
A sentença determinativa transita em julgado, sendo, porém, suscetível de um processo de integração em obediência à cláusula que contém; é, pois, passível de revisão nos 
casos expressamente autorizados por lei, atendendo-se exatamente ao comando emergente da própria sentença. 
 
É assim que se explica, processualmente, o fenômeno das modificações da sentença condenatório penal trânsita em julgado (livr amento condicional, suspensão condicional 
da pena, extinção da punibilidade durante a execução 
 
DIREITO PENAL MÍNIMO 
1) Lei 9.099/1995 (JECRIM) 
2) Lei 9.714/1998 alterou dispositivos do Código Penal, notadamente quanto às penas restritivas de direitos 
 
Penas restritivas de direitos 
 
Art. 43 do CP (prestação pecuniária; perda de bens e valores; prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; interdição temporária de direitos; limitação de fim 
de semana) 
 
CONFLITO POLÍTICO-CRIMINAL ENTRE AS LEIS N. 9.099/1995 E N. 9.714/1998 
 I – A Lei 9.099/1995 e a Lei 9.714/1998 adotam a mesma política criminal descarceirizadora e despenalizadora, afastando a pena privativa de liberdade. 
II – Todavia, a Lei 9.099/1995 e a Lei 9.714/1998 não atuam na mesma faixa, quer de infrações, quer de sanções penais 
III – A Lei 9.099/1995 limita-se às infrações penais de menor potencial ofens ivo (ressalvada a hipótese do artigo 89 – suspensão condicional do processo que se aplica a todos 
os ritos procedimentais) 
IV - A Lei 9.714/1998 destina-se à criminalidade média e até grave, na medida em que o art. 44, inciso I, estipula que 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o 
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena a plicada, se o crime for culposo; (o limite de 4 anos refere-se à pena em 
concreto fixada na sentença penal condenatória) 
 
Exemplo : infrações cominadas com penas abstratas de até 8 ou 10 anos podem, eventualmente, beneficiar-se com penas alternativas se a pena em concreto foi inferior a 4 
anos e o delito não for praticado com violência (ex : furto qualificado) 
 
A nova previsão de penas restritivas de direitos advindas pela nova redação do artigo 44 do CP dada pelo Lei 9.714/1998, abrange mais de 90% das in frações penais 
tipificadas no Código Penal, estando excluídos dessa política, basicamente, os crimes contra a vida, os crimes contra o patrimônio praticados com violência (roubo, extorsão), 
estupro 
 
Lesão corporal leve dolosa, ameaça e constrangimento ilegal são delitos cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, razão pela qual, tendo em vista o disposto no 
art. 44, inc. I, do CP, não será admitida a substituição por pena restritiva de direitos . Entretanto, tais delitos inserem-se na competência dos JECRIMS (Lei 9.099/1995) por 
serem infrações penais de menorpotencial ofensivo, aplicando-se-lhes a política criminal consensual 
 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS E “SURSIS” 
RENÉ ARIEL DOTTI propõe a eliminação do instituto da suspensão condicional da pena (“sursis”), que já cumpriu a sua missão histórica e perdeu substância com a introdução 
das penas restritivas de direitos (DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal : Parte Geral. RT.2010, p.107) 
 
POSIÇÃO DA CULPABILIDADE NA TEORIA GERAL DO CRIME 
1) TEORIA TRIPARTITE : crime é fato típico, antijurídico e culpável. São adeptos dessa teoria no Brasil : Guilherme de Souza Nucci, Francisco de Assis Toledo, Luiz Regis 
Prado, Cezar Roberto Biteoncourt, 
2) TEORIA BIPARTITE : crime é fato típico e antijurídico. A culpabilidade é pressuposto da pena. É a posição de Rene Ariel Dotti, Damásio, F. Capez e Mirabete 
 
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE NA TEORIA GERAL DO CRIME 
1) Imputabilidade 
2) Potencial consciência da ilicitude 
3) Exigibilidade de conduta diversa 
 
Guilherme de Souza Nucci defende a tese de que existe diferença entre a culpabilidade em sentido estrito e culpabilidade em sentido lato. Vejamos. 
 
CULPABILIDADE EM SENTIDO ESTRITO: diz respeito à culpabilidade na teoria geral do crime 
CULPABILIDADE EM SENTIDO LATO: diz respeito à culpabilidade na teoria geral da pena (art. 59 do CP) 
 
Os componentes da culpabilidade na teoria geral do crime (Imputabilidade, Potencial consciência da ilicitude e Exigibilidade de conduta diversa) são analisados pelo juiz para 
aferir se o réu merece ser condenado. E não devem voltar a ser analisados por ocasião da aplicação da pena (art.59 do CP) 
 
Culpabilidade é reprovabilidade. A culpabilidade é um juízo valorativo, um juízo de censura que se faz ao autor de um fato criminoso. 
 
O juízo de censura está na cabeça de quem julga, mas tem por objeto o agente do crime e sua ação criminosa. 
 
CONCURSO MATERIAL OU REAL 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam -se cumulativamente as penas privativas de 
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
 
Requisitos do Concurso material ou real (art. 69 do CP) 
1) Mais de uma ação ou omissão 
2) Prática de 2 ou mais crimes : 
 
 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL - DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou 
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantage m em relação a qualquer delas; III - 
quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 
 
EXEMPLO DE CONCURSO MATERIAL HOMOGÊNEO 
Agente que pratica 2 roubos ou dois estupros. Para o reconhecimento dessa modalidade de concurso material, em que as infraçõe s sejam da mesma espécie, é preciso que 
sejam diversas as circunstâncias de tempo, local ou modo de execução, caso contrário a hipótese seria de crime continuado. Haverá, portanto, concurso material se os 2 
roubos foram cometidos em datas distantes um do outro, ou em cidades diferentes, ou foram cometidos com modus operandi distintos. 
 
Agente que numa mesma situação entra numa residência habitada, subtrai pertences dos moradores, quebra as louças da dona da casa e, ainda, estupra a filha dos 
proprietários, responderá cumulativamente, por 03 crimes em concurso material, a saber: 
1) Roubo 
2) Dano 
3) Estupro 
 
CONSEQUÊNCIA DO CONCURSO MATERIAL DE CRIMES 
Soma das penas. Aplicação cumulativa das penas privativas de liberdade. Art. 69, CP, segunda parte : no caso de aplicação cum ulativa de penas de reclusão e de detenção, 
executa-se primeiro aquela. 
 
CONCURSO MATERIAL E PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (Art. 69, § 1.°, do Código Penal) 
Art. 69, § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a 
substituição de que trata o art. 44 deste Código . Este dispositivo foi revogado tacitamente pela Lei 9.714/1998 que criou algumas novas modalidades de penas restritivas de 
direitos que podem ser cumpirdas simultaneamente com a pena de prisão (ex : perda de bens) 
 
Art. 69, § 2º : § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as 
demais 
 
SOMA DAS PENAS PREVISTAS EM DISPOSITIVOS DA PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL (Exceções ao princípio da consunção) 
1) Crime de injúria real (art. 140, § 2º, CP) - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - 
detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
2) Crime de constrangimento ilegal (art. 146, § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. 
3) Crime de resistência (art. 329, § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
4) Crime de dano qualificado pelo emprego de violência (art. 163, § único, II, CP : Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
5) Atentado contra a liberdade de trabalho (art. 197, CP : Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência 
6) Crime de Coação no curso do processo (art. 344 - Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
7) Crime de Exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 - Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência 
8) Crime de Evasão mediante violência contra pessoa (art. 352 - Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência) 
9) Crime de Arrebatamento de preso – art. 353 - Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência. 
10) Crime de Motim de presos – art. 354 - Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

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