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Relatório1 - Grupo7 revisto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E TRANSPORTES
ENG9001 – Introdução à Engenharia de Produção
Primeiro Ciclo Produtivo de Canudocópteros – Grupo 7
Graziele Fonseca Moraes
Lucas Motta Kohlmann
Rafael Concy
Vinícius Afonso Adams
Porto Alegre, 10 de setembro de 2013.
Introdução
Este artigo relata detalhes da primeira etapa de produção de canudocópteros realizada pelo grupo. Canudocóptero é um objeto constituído de materiais relativamente simples que possui a capacidade de flutuar, girando em sentido horário (com um movimento semelhante ao das hélices de um helicóptero) quando solto a uma altura de 1,5m, conforme solicitado no teste prático de funcionamento. O grupo detém trinta minutos para realizar a produção máxima possível em cada etapa do projeto. O processo de montagem de canudocópteros não demanda muita complexidade; além disso, depende basicamente do uso de ferramentas manuais.
Os produtos finais são avaliados conforme as especificações e seu correto funcionamento. É feita também neste artigo uma análise da qualidade do produto e do processo, bem como da produtividade do grupo. Para que tal análise seja possível, o artigo é organizado de tal forma que primeiro definem-se os conceitos importantes de qualidade, produtividade, eficiência, etc. Em seguida é detalhado o desenvolvimento do projeto, desde o relato da primeira produção até a formulação dos novos planos para as etapas seguintes, sendo estas baseadas na avaliação dos desafios e possibilidades de melhorias identificadas no processo produtivo em pontos específicos e também como um todo. O artigo é concluído com uma breve avaliação da primeira produção, comentários sobre dificuldades e com as expectativas do grupo para a continuidade do projeto.
Além dos relatos e análises, das fundamentações e definição de conceitos, outro objetivo do artigo é descrever o planejamento do grupo para que a produção atinja a marca de trinta canudocópteros já na próxima produção. Esse número representa um ganho aproximado de 1000% em relação ao primeiro ciclo de produção.
Referencial Teórico
2.1. Produtividade
NOTA: manter o texto alinhado à esquerda; padronizar os recuos de parágrafo na primeira linha A produtividade é definida em função da eficiência do processo produtivo. Temos que “a produtividade é uma decorrência da eficiência. À medida que a produção é eficiente, ela alcança maiores níveis de produtividade. Produtividade é a relação ótima entre insumos e resultados, isto é, entre custos e benefícios, entre recursos aplicados e o volume produzido. Um operário é mais produtivo que outro quando consegue produz mais no mesmo período e utilizando os mesmos recursos de produção” (CHIAVENATO, 2005).
Tem-se então a possibilidade de definir eficiência segundo Chiavenato, I. como a utilização adequado dos recursos empresariais. Produzir com eficiência significa utilizar métodos e procedimentos adequados de trabalho, para que as tarefas da produção sejam executadas corretamente e da melhor maneira possível. Esse conceito difere-se do conceito de eficácia, pois este outro está ligado aos objetivos da empresa, residindo basicamente em fazer coisas que são importantes e relevantes para os resultados. 
Busca-se então, eficiência no processo produtivo e também eficácia nas operações propostas para a melhoria da produtividade. “Aumentar a produtividade significa aumentar a produção sem aumentar o volume de recursos, isto é, sem aumentar o número de máquinas ou operários. A produtividade pode ser elevada por meio da racionalização, de novas tecnologias, da mecanização, do treinamento do pessoal, da melhor organização do trabalho, etc” (CHIAVENATO, 2005). OK, mas afinal, como calcular a produtividade no caso de vocês?
2.2. Qualidade
A qualidade do produto ou serviço constitui o componente mais difícil de definir ou comprovar, principalmente se o produto ou serviço for abstrato. Quando o produto é concreto (produto fisicamente palpável e tangível), então a qualidade pode ser medida e avaliada com mais facilidade. Assim, torna-se importante distinguir entre qualidade intrínseca e qualidade extrínseca.
“Qualidade intrínseca é a qualidade inerente ao produto/serviço, isto é, aquela que existe objetiva e concretamente e que pode ser avaliada e mensurada mediante padrões e especificações. Qualidade intrínseca é determinada pelo produtor do produto/serviço” (CHIAVENATO, 2005). A seguir, a tabela de especificações do canudocóptero:
	Envergadura (mm)
	180 (+/- 1)
	Comprimento das asas (até a linha de dobra)
	70 (+/- 1)
	Largura da ponta da asa
	10 (+/- 1)
	Largura maior da parte dobrada da asa
	 30 (+/- 1)
	Projeção superior do palito
	20 (+/- 1)
	Haste inferior (palito + canudo)
	100 (+/- 1)
	Ângulo de dobra das asas
	45 graus +/- 3 graus
Tabela 1 – Especificações do Produto
“Qualidade extrínseca é a qualidade que a pessoa subjetivamente percebe ou imagina. Ela é constituída pelos aspectos extrínsecos que cada pessoa acha que o produto/serviço tem. A qualidade extrínseca é imaginada pelo consumidor ou usuário do produto/serviço” (CHIAVENATO, 2005).
Hoje em dia, consideramos que “qualidade e produtividade, embora essenciais, deixaram de ser suficientes para criar vantagem competitiva na indústria brasileira. Agora, o gestor de produção e de operações ideal deve inserir esta função na estratégia da empresa e transformá-la em um diferencial” (PAIVA, DE CARVALHO JÚNIOR & FENSTERSEIFER, 2009). Por isso se mostra tão importante também a evolução da qualidade extrínseca do produto, além do simples enquadramento nas especificações. Ok, mas afinal, como medir a qualidade no caso de vocês?
2.3. Produção Enxuta
A origem da produção enxuta está ligada ao Sistema de Produção Toyota. Sendo “um sistema que visa à eliminação total de perdas” (SHINGO, 1996). Por isso, a gestão da produção enxuta é a base de sustentação para técnicas e ferramentas para acelerar os processos, NOTA: não seria o contrário? reduzir perdas e melhorar a qualidade.
Desenvolvimento
Nessa seção é descrito o processo produtivo, os seus resultados e as propostas de melhoria para a próxima etapa.
3.1. Processo Produtivo
Com base no primeiro processo produtivo, necessita-se como matéria prima para montar um canudocóptero: 1(uma) folha de ofício com dimensões mínimas de 18cm x 18cm, 2(dois) canudos com 16 cm e 1(um) canudo com 8 cm (os canudos são obtidos pelo corte de canudos com 25 cm), 1(uma) pedaço fita durex, 1(um) palito (6,5cm), 1(um) clips. As ferramentas utilizadas para efetuar a montagem do produto foram: 1(uma) tesoura, 1(uma) régua, 1(um) compasso, 1(um) jogo de esquadros.
A figura 3.1 mostra um diagrama do primeiro processo produtivo realizado. 
Figura 3.1 - Processo Produtivo/Fluxograma
O grupo desenvolveu o diagrama como ferramenta para uma avaliação mais completa de todo o processo, incluindo no diagrama as etapas preliminares (em azul), das quais dependem as etapas principais do processo de montagem (blocos amarelos). O processo se inicia com a formulação do molde, a partir das especificações do projeto. O molde é desenhado em uma folha de ofício A4 com a ajuda dos esquadros, salientando suas linhas de borda e tracejadas, as quais determinam as linhas de dobra. Assim que finalizada a etapa do desenho, ocorre o corte da asa. Os canudos de 16 cm são fixados na asa com o durex, sendo utilizados dois pedaços de fita durex (tamanho aproximado de 2,5 cm) por canudo. Para que a fixação dos canudos leve menos tempo, previamente se efetua o corte dos canudos e de durex que ficam disponíveis àquele que fixar os canudos na asa.
Após fixar os canudos na asa, faz-se um furo no ponto de intersecção dos canudos, ou seja, no ponto central da asa. A finalidade desse furo é para a colocação de um palito, que já marcado em seu comprimento –2 cm e 4 cm- é fixado junto a um canudo de 8cm. Canudo que também é previamente cortado, em 8cm. A funcionalidade do clipsé estabilizar o canudo (8 cm) ao palito, em sua segunda marca, visto que a primeira marca do palito está localizada no mesmo plano da asa. O resultado da montagem correta de um canudocóptero pode ser visualizada nas imagens 2 e 3 do anexo.
3.2. Resultados e Análises do Processo
Após finalizar e testar os canudocópteros, foi realizado uma análise criteriosa dos componentes do produto em relação aos seus tamanhos e posições fixadas. Chegando ao seguinte resultado satisfatório:
	CANUDOCÓPTERO 1
	VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AO TAMANHO ORIGINAL (mm)
	CANUDO (EIXO VERTICAL)
	+1
	ESPAÇAMENTO CANUDO-PAPEL (\)
	+3/-3
	ESPAÇAMENTO CANUDO-PAPEL (/)
	+1/0 (CANUDO EXCEDEU EM 1mm)
	CANUDOCÓPTERO 2
	
	CANUDO
	O
	CANUDO (EIXO VERTICAL) (\)
	O/-3
	ESPAÇAMENTO CANUDO-PAPEL (/)
	-1/+1
	CANUDOCÓPTERO 3
	
	CANUDO
	0
	CANUDO (EIXO VERTICAL) (\)
	+3/-1
	ESPAÇAMENTO CANUDO-PAPEL (/)
	+2/-2
Tabela 3.2.1 - Análise de Espaçamento
Para uma medida comparativa de produção, o grupo anotou o resultado de seus concorrentes, a fim de que haja um controle da produtividade do nosso grupo em relação aos demais.
	GRUPOS
	PRODUZIDOS
	POUSO APROVADO
	EFICIÊNCIA (%)
	1
	1
	1
	100%
	2
	1
	1
	100%
	3
	2
	1
	50%
	4
	6
	5
	83%
	5
	5
	4
	80%
	6
	5
	5
	100%
	7*
	3
	3
	100%
	8
	0
	0
	0%
Tabela 3.2.2 – Quadro Comparativo
*Grupo 7, refere-se ao grupo idealizador deste relatório.
Para a produção desses três produtos (imagem 1 do anexo), o total de recursos utilizado foi: 15 (quinze) folhas de ofício A4 (?), 20 canudos (26 cm), 3 (três) palitos (6,5cm) e 3 (três) clips. 
NOTA: como calcular a produtividade? Qual a produtividade alcançada no primeiro ciclo?
Houve algumas falhas no projeto que diminuíram a produtividade. A principal falha foi a falta de planejamento quanto a quantidade que seria produzida; e falhas durante a produção, como o erro da metragem e corte da asa. Erros que acarretaram em grande desperdício de matéria prima. Em números:
12 (doze) folhas de ofício A4
14 (catorze) canudos (26 cm)
Analisando as dificuldades no primeiro ciclo produtivo, o grupo indicou as principais dificuldades que afetaram negativamente a produtividade e limitaram a qualidade do produto. No início do processo, a falta de um modelo em 3D (três dimensões) fez com que a forma do produto final não estivesse inicialmente clara aos participantes, tornando-se clara apenas ao término da execução do primeiro produto. Foram desprendidos pouco mais de a produção do molde das asas, e o corte de alguns canudos. Basicamente, a falta de do controle do tempo, e de um planejamento não possibilitou a determinação de um ritmo de trabalho adequado para uma produção satisfatória. Outra possibilidade de melhoria levantada pelo grupo foi a falta de comunicação entre a equipe durante a etapa de produção, o que gerou retrabalhos e desperdício de recursos.
3.3. Diagrama do Segundo Ciclo
Partindo da análise do primeiro ciclo produtivo, o grupo elaborou uma proposta de diagrama para a produção na próxima etapa. Para isso, foram considerados todos os pontos de dificuldade observados e as etapas que mais requereram tempo para sua conclusão. 
Figura 3.3.1– Diagrama do segundo ciclo NOTA: as figuras não devem extrapolar as margens
	Foram discutidas novas idéias para os principais pontos em relação ao tempo gasto na tarefa. As atividades foram então reorganizadas, e observa-se a exclusão de algumas tarefas preliminares bem como a união de tarefas em um mesmo bloco (exemplo do item 4.1), considerando que a tarefa é realizada ao mesmo tempo pelo mesmo membro da equipe. Em vermelho, estão anotados os valores para a expectativa de tempo gasto em cada tarefa, se realizada de forma correta.
Desenvolveram-se também ideias de novas ferramentas para a melhoria do processo de fabricação do molde, da marcação dos palitos e do corte de canudos. Um lote inteiro de moldes será cortado com o auxílio de outro pré-fabricado com as medidas especificadas. Já os palitos serão posicionados em uma caixa e marcados com o auxílio de uma espécie de tampa com as medidas especificadas. Para o corte dos canudos, será construído um novo instrumento que permite o corte rápido de todos os canudos após o simples posicionamento dos canudos no interior do instrumento. 
Todas essas novas ferramentas serão testadas já no segundo ciclo de produção e permitem que a produção torne-se enxuta, na medida em que a quantidade de desperdícios diminui consideravelmente. A manutenção da qualidade é respeitada com a fabricação cuidadosa e especificada dos novos instrumentos de trabalho utilizados e do controle de qualidade que se dará por amostragem (foi definido o número de dois canudocópteros por lote).
Planejamento para o segundo Ciclo do Processo Produtivo
Analisando os valores de tempo esperados para as tarefas, o planejamento desenvolvido para a etapa seguinte prevê uma produção em lotes de 8 (oito) unidades, como mostrado a seguir:
Figura 3.4 – Planejamento para o segundo ciclo
Setor A: corta os canudos no novo instrumento específico e fixa os canudos nos moldes com os durex já cortados. A função curinga serve para permitir a análise do andamento de todo o processo, permitindo ao setor auxiliar algum outro setor que estiver atrasado, sendo que a cada lote concluído, a função curinga é assumida pelo setor seguinte. 
Setor B: corta os moldes com o auxílio do molde pré-fabricado e em seguida fixa os canudos nos moldes como o setor A.
Setor C: corta o máximo de durex e coloca o palito, já fixado pelo clips com o canudo do eixo vertical, na asa do canudocóptero.
Setor D: marca os palitos no instrumento fabricado para a tarefa e começa a conectar os palitos marcados aos canudos de 8 cm cortados com os clips.
Para o correto funcionamento do processo, é importante que os materiais sejam distribuídos corretamente no local de trabalho evitando confusões e comprometendo a produtividade. Outro aspecto que foi decidido é de que todos os integrantes serão treinados em todos os setores, para que a produtividade e a qualidade sejam mantidas em situações adversas.
Utilizando a qualidade extrínseca como conceito propulsor, a produção em lotes permite cada lote alcançar diversos nichos de consumo. As características dos possíveis lotes produzidos encontram-se abaixo:
Ecológico
O canudocóptero ecológico será fabricado com o intuito de compartilharmos, criarmos e executarmos modelos de produtos que atendam ao novo âmbito que se vive no mundo: mundo verde. O canudocóptero entra nesse nicho com algumas mudanças em sua imagem e produção. O papel utilizado é reciclável, o que facilita, inclusive, a distinção do produto perante a concorrência. 
Logotipo
O canudocóptero com logotipo é uma maneira de proporcionar a propaganda de marcas no produto. O logotipo é implantado no centro superior, sendo esse o grande diferencial quanto aos primeiros moldes do primeiro ciclo de produção. Para promover os cursos de engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS, usamos neste lote o logo da Escola de Engenharia.
Figura 3.4.2.1 – Logo da Escola de Engenharia
Colorido
O diferencial do canudocóptero colorido é a sua coloração distinta da cor branca padrão dos canudocópteros.
Conclusão
O primeiro ciclo produtivo relatado expôs inúmeras dificuldades e oportunidades de melhoria para o grupo. A importância do treinamento, do planejamento da produção e da preocupação com a produtividade e a qualidade do produto final torna-se clara a partir da análise posterior de todo o primeiro ciclo. Com a fixação dos conceitos pela equipe, e o entendimento do processo como um todo tende a produzir melhores resultados.
As expectativas do grupo para a próxima etapa são boas no sentido de que os valores calculados e a estratégia montada se mostram promissores no contexto. No próximo ciclo, espera-se avaliar e definir as novas ferramentas e instrumentos de fabricação propostos (quais?), além de concluir as melhorias no processoe nas ferramentas (quais?), observando novas oportunidades para que a qualidade e a produtividade sejam continuamente incrementadas. A redução no desperdício dos recursos é um objetivo claro que deve ser alcançado. Seria importante indicar nas conclusões qual a qualidade e produtividade obtidas e quais as metas para o próximo ciclo.
Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, I. Administração da produção: uma abordagem introdutória. São Paulo: Campus, 2005.
PAIVA, E. L.; CARVALHO JUNIOR, J. M.; FENSTERSEIFER, J. E. Estratégia de produção e de operações. Porto Alegre: Bookman, 2004.
Shingo, S. (1996). O Sistema Toyota de Produção - Do ponto de vista da engenharia de produção. Porto Alegre, Ed. Bookman.
NOTA: é importante consultar, também, artigos em periódicos.
Anexos
Imagem 1 – Produção total do primeiro ciclo
Imagem 2 – Vista superior do canudocóptero					Imagem 3 – Vista inferior do canudocóptero
NOTA: cuidado com figuras “flutuando sobre o texto”.

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