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Prof. Ms. Bruno Eduardo Silva Ferreira A Psicologia Jurídica e o trabalho com infância e juventude No Brasil, em 1990 foi instituído o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069), que altera a forma como a justiça lida com esta população: As crianças e adolescentes passam a ser tratados como sujeitos de direito – pessoas em desenvolvimento; Desta forma, mais do que punir atos infracionais, aplicam-se medidas socioeducativas visando a ressocialização. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2 A psicologia jurídica, que até então atuava basicamente atendendo às demandas do magistrado, passa a trabalhar as demandas sociais, diferentes das demandas jurídicas. Vale observar: O próprio termo “menor” carrega forte preconceito; Pessoas que cometem atos infracionais costumam ter esta ação vinculada à sua identidade: delinquente, p. ex. Via de regra, punia-se o menor, e não sua conduta. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 3 No Direito da Criança e do Adolescente e no modelo da Proteção Integral proposto pelo ECA, se destaca: O direito à família natural; O direito à família saudável, livre de drogas e outras dependências; O direito à escola e ao processo de aprendizado formal exitoso. O direito à saúde, que a OMS refere não apenas como bem-estar físico, mas também emocional e social. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 4 O processo de adoção segue um dos caminhos abaixo: O PROCESSO DE ADOÇÃO FAMÍLIA DE ORIGEM (impossibilidade material e afetiva) REESTRUTURAÇÃO FAMILIAR FAMÍLIA SUBSTITUTIVA INSTITUIÇÃO ESPECIALIZADA 5 Cadastro; O adotante se inscreve no Cadastro Nacional de Adoção; Avaliações; Avaliação psicológica – motivos da adoção; Avaliação do estágio de convivência – trabalho preventivo, visando detectar problemas futuros. Estágio de convivência. Período probatório de cerca de 1 ano, no qual se avalia a adaptação à nova condição. Adoção “à brasileira”; PROCEDIMENTOS DA ADOÇÃO 6 Aspectos importantes: O adotando deve ter no máximo 18 anos; A adoção confere ao adotado a condição de filho, incluindo os mesmos direitos e deveres; Maiores de 21 anos podem adotar, mas a diferença de idade não pode ser inferior a 16 anos; É necessário consentimento quando o adotando for maior de 12 anos; A adoção depende do consentimento dos pais ou representante legal, exceto em casos de perda do pátrio poder ou de pais desconhecidos. PROCEDIMENTOS DA ADOÇÃO 7 Medidas socioeducativas: Aplicação: de acordo com as características da infração, circunstâncias sociofamiliares e disponibilidade de programas; Aspectos coercitivos e educativos (gradação de acordo com a gravidade do delito cometido e/ou sua reiteração); Objetivo: garantir o acesso do adolescente às oportunidades de superar sua condição de exclusão. Formação de valores positivos e de participação na vida social. ADOLESCÊNCIA E ATO INFRACIONAL 8 Advertência; Reparação dos danos; Prestação de serviços à comunidade, com apoio e acompanhamento da entidade que o recebe; Liberdade assistida – acompanhamento personalizado da equipe de orientadores sociais, ligada à programas de proteção e/ou formativos. Semiliberdade – afasta o adolescente do convívio familiar e da comunidade de origem , mas não restringe o direito de ir e vir. É um processo de transição entre a internação e o retorno à comunidade. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 9 Internação – (para atos infracionais graves) - Limitação do direito de ir e vir. Avaliação em períodos máximos de 6 meses. Tempo máximo de internação 3 anos. Permissão para atividades externas a critério da equipe multidisciplinar e do Juiz. Deve ser um estabelecimento apenas para adolescentes. A atuação da psicologia busca minimizar os impactos negativos destas medidas a longo prazo, o que resultaria em um maior ajustamento social destas pessoas e em uma efetiva ressocialização. MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 10
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