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TERÇA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2012 Ciências Contábeis: Situação Preocupante dos Cursos e de Seus Concluintes Amplo mercado de trabalho e oferta limitada de profissionais. Para complicar esse quadro, há baixo preparo dos recém-formados na área. A situação preocupante das ciências contábeis pode ser avaliada pelos resultados do exame de suficiência em contabilidade e do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Desde o início de 2011, a aprovação no exame de suficiência é exigida para obter o registro profissional e atuar legalmente na área. Promovida pelo Conselho Federal de Contabilidade, a última edição da prova, realizada em março, teve índice de aprovação de 47,2% para bacharel em ciências contábeis e 35,4% para técnico em contabilidade. De acordo com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), Luiz Fernando Nóbrega, o índice aceitável de aprovação seria de 70%. Prazos. "É um reflexo da qualidade do ensino e do empenho do aluno", diz. Para ele, o fato de a obrigatoriedade do exame ter menos de dois anos de implementação, leva muitos estudantes a só se preocupar a se empenhar com seriedade já no meio do curso, quando é tarde demais. Na opinião do coordenador do curso de graduação em ciências contábeis da FEA- USP, Márcio Luiz Borinelli, ainda é cedo para tirar conclusões, já que o exame é recente. "No entanto, certamente temos, na média geral, uma deficiência na formação desse profissional", diz. O último dado do Enade divulgado pelo Ministério da Educação sobre a formação em ciências contábeis diz respeito ao exame de 2009. Do total de 6.804 graduações oferecidas no País, apenas nove apresentaram conceito 5, nota máxima na avaliação. Os cursos que ganharam notas 1 ou 2, consideradas insatisfatórias, representam 31% do total. Nóbrega acredita que parte do problema está na guerra de preços entre as faculdades. "O importante não é só o preço do curso, mas a qualidade. Nós que somos da área contábil sabemos que há um limite para baixar o custo. Chega-se a um ponto que cai a qualidade. Duvide de um preço muito baixo, talvez a qualidade não seja satisfatória", afirma. Fonte: Estadão. Qual é o Problema? fonte www.kanitz.com.br Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano. Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas. O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação. O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?". Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida. Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular. Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível. "Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?". Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular. Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final. Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais. Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas. Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados. Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada. Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas. Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Editora Abril, Revista Veja, edição 1898, ano 38, nº 13, 30 de março de 2005, página 18 16 fevereiro 2013 Contabilidade: 3 mil mestres e 250 doutores As imagens abaixo estão disponíveis no site da AnpCont: Em uma rápida análise no site da UnB, da USP e da FURB encontrei atualizações que acrescentam 78 mestres (45 do Programa Multi UnB/UFPB/UFRN, 33 da USP e 12 da FURB) e 53 doutores (13 do Multi, 37 da USP, 3 da FURB sendo que o doutorado é em contabilidade e administração). Isso totaliza aproximadamente 2.693 mestres e 251 doutores formados no Brasil. Claro, foi uma atualização superficial... mas, independente disso, ... em um país com cerca de três mil cursos de contabilidade (ou mais?) e mais ou menos a mesma quantidade de mestres, o que podemos concluir? Acho oportuno destacar trechos da dissertação do Glauber de Castro Barbosa: “Os achados do trabalho são relevantes por indicar a ocorrência de disfunções no ensino superior das universidades federais, especialmente na sobrecarga de funções para os professores mais tituladose na supervalorização da pesquisa em detrimento do ensino, quando o ideal seria que este e aquela fossem indissociáveis. Professores e alunos devem estar imersos em um ambiente de constante troca, na condução de um processo de ensino aprendizagem em que o professor facilite e estimule o aluno a buscar o conhecimento e não simplesmente faça a transmissão desse conhecimento. Os resultados levam a crer que não basta ser um excelente pesquisador para ser um bom docente. As conclusões dessa pesquisa ressaltam a importância da accountability, na forma de indicadores de desempenho, no acompanhamento da gestão de uma universidade e do rendimento acadêmico de seus estudantes, uma vez que neste estudo foi demonstrado que em certos casos há associação entre esses dois grupos. Além disso, sinalizam ao Governo Federal situações que podem ser alcançadas e sanadas por novas políticas públicas aplicadas ao ensino superior.” Em tempo: as conclusões se referem aos cursos brasileiros avaliados pelo ENADE. 08/06/2011-08h18 Empresas deixam de fazer pesquisa por falta de doutores SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO A pesquisa aplicada feita pelas empresas no Brasil, voltada para inovação tecnológica, ainda esbarra em obstáculos estruturais, como falta de mão de obra qualificada. Mas, diferentemente do que se costumava dizer, o problema não é a pequena proporção de doutores em exatas em relação a humanas. Essa distribuição no Brasil --53% de doutores em ciências e em engenharias e 47% em outras áreas-- é semelhante à de países como os EUA. Para os especialistas, o Brasil tem de aumentar a quantidade total de doutores formados em todas as áreas. "O número de doutores formados no Brasil é expressivo [cerca de 10 mil por ano]. Mas a quantidade de doutores por mil habitantes continua pequena", diz o economista Sérgio Queiroz, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O Brasil tem menos de dois doutores por mil habitantes, contra 15 na Alemanha e 23 na Suíça, por exemplo. Queiroz faz parte do conjunto de especialistas do livro "Inovações tecnológicas no Brasil" (Ed. Cultura Acadêmica, 2011), da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa). ESCASSEZ DE CÉREBROS "Há uma deficiência estrutural de pessoal formado para pesquisa e para engenharia", analisa o diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), Carlos Henrique de Brito Cruz. A escassez de mão de obra para a ciência no setor produtivo do Brasil pode levar empresas multinacionais a montar centros de pesquisa em países concorrentes, como China e Índia. Essa foi uma constatação de Queiroz, da Unicamp, a partir de um estudo coordenado por ele, com 55 filiais de empresas internacionais. O objetivo foi avaliar o que determina que as filiais no Brasil tenham atividades de pesquisa e desenvolvimento. A falta de mão de obra qualificada apareceu em primeiro lugar na lista de dificuldades citadas pelas empresas, seguida pelo alto custo para se fazer pesquisa no Brasil. AMBIENTE HOSTIL Para Cruz, da Fapesp, o setor privado também enfrenta um ambiente "historicamente hostil" para pesquisa, com juros altos e instabilidade. Exemplo disso, diz Fernando Galembeck, da Unicamp, é o que aconteceu com o setor de microeletrônica. Em meados de 1980, o país tinha uma indústria próspera de informática. "Hoje, a produção de materiais e dispositivos para essa indústria tornou-se irrelevante." Para ele, o país tem pesquisas inovadoras no setor privado, como na área agrícola. A indústria de papel ganhou destaque devido a inovações na produção de eucalipto. Mas os problemas estruturais persistem. "O Estado onera a pesquisa privada e produz ações conflitantes." Segunda-feira, 1 de abril de 2013 Os Cinco Pecados da “Essência e Forma” em Trabalhos Acadêmicos Por Prof. Dr. César Tibúrcio (UNB) Muitos professores gostam de dizer que num trabalho acadêmico o importante é o conteúdo. E que um trabalho “bonitinho” não ganha pontos. Usando um conceito muito contábil, o que importa é a essência, não a forma. Tenho sérias discordâncias sobre este ponto. Como avaliador e orientador sei que a forma também é relevante. Pode não contar pontos, mas se não prestar a atenção o aluno irá perder pontos. Listei os cinco principais pecados cometidos por um aluno na forma do trabalho. 1 – Letra - A letra escolhida poderá provocar reações diferentes no avaliador. A regra geral é use uma fonte simples. O uso de fontes complicadas torna o texto mais lento de ser lido. Para um trabalho acadêmico, uma letra “Times New Roman” é uma opção razoável. Mas tipos como “Mistral” são cansativas. Veja o exemplo a seguir: O uso de fonte complicada pode gerar irritação do leitor. Outra observação: a letra geométrica, como a horrenda e muito usada Arial, é cansativa. 2 – Enrolation (Tamanho da letra e do parágrafo) – um dos artifícios mais usados por alunos que fizeram um trabalho pequeno é aumentar o tamanho da letra. Com isto, ocupa-se mais espaço da folha e o trabalho “rende mais”. Parece que o aluno pensa que o professor é bobo e não irá perceber isto. Tradicionalmente o tamanho é o 12, mas em muitos trabalhos de congresso e monografias existem exigências específicas. Observe a regra para não correr o risco de perder pontuação. Outra maneira de tentar enganar o pouco do texto é mudando a formatação do parágrafo. Isto inclui aumentar o espaço entre os parágrafos, aumentar as margens, aumentar o espaçamento da primeira linha entre outras possibilidades. 3 – Alinhamento – Em geral um processador de texto, como Word ou Google Docs, possui quatro padrões de formação do alinhamento: à esquerda, centralizado, à direita e justificado. Na dúvida, não arrisque: use sempre o alinhamento justificado no trabalho científico. 4 – Tabelas e Gráficos – Um trabalho pode ser prejudicado pela escolha inadequada de um gráfico ou apresentação ruim de uma tabela. Este ponto merece, na verdade, uma postagem específica, que faremos no futuro. Mas observe o gráfico a seguir: Ele foi construído a partir de uma questão com respostas “sim” e “não” e o valor total. Não sabendo usar a planilha eletrônica, a pessoa juntou as respostas com o total, não colocou a referência de cada cor, não colocou o título na figura, entre outros pecados. Era muito melhor colocar uma tabela do que um gráfico com esta qualidade de formatação. 5 – Belo Antônio – O Belo Antônio é um filme italiano com o galã Marcello Mastroianni. Apesar de bonito, Antônio era impotente. Temos o oposto ao trabalho desleixado: um trabalho muito caprichado, mas com conteúdo ruim. A forma tenta disfarçar o problema da essência. Isto funciona quando o professor não lê o trabalho. Mas para o professor que busca qualidade no texto, a frustração pode não compensar. Os Setes Pecados dos Trabalhos de Graduação Por Prof. Dr. César Tibúrcio (UNB) Ao longo da minha carreira de docente venho solicitando aos alunos de graduação que façam artigos técnicos. Isto representa um grande trabalho de leitura e uma angustia na correção dos textos. A partir da minha experiência elaborei uma lista dos sete pecados mais comuns num trabalho de um aluno de graduação. 1 – Plágio Este é um problema sério. Em muitos casos os alunos pensam que o professor não irá ler o trabalho. Ou que ele não irá desconfiar que "tomou emprestado" um texto de outro autor e não citou a fonte. Como meu aluno é muito alertado sobre a gravidade do problema, é lamentável ter que descobrir a ingenuidade em achar que pode passar despercebido. Uma vez que tenho uma grande experiência na leiturade trabalhos, é muito fácil de pegar o aluno desonesto. Infelizmente eu tenho percebido que sou uma exceção. Em alguns locais, como no segundo grau, o plágio é até incentivado. Em outras situações, como meus colegas não fazem uma leitura atenta – ou não fazem uma leitura – o plagiador é premiado. 2 – Falta de Foco Muitos trabalhos são amplos demais. Tentam abarcar um grande número de questões, sem tratar de maneira adequada de nenhuma delas. Um dos temas que trato na minha disciplina é sobre a história da contabilidade no Brasil. Com base neste tema, o aluno não delimita o assunto, tratando de um período específico, por exemplo. O resultado é desastroso. 3 – Juízo de Valor Aqui o aluno confunde defender um argumento com tomar partido sobre um assunto. Um tema como "Contabilidade Fiscal" geralmente é acompanhado por uma crítica a estrutura tributária brasileira. E o texto passa a ser uma defesa da pobre empresa, que paga muito imposto, ou uma crítica do excesso de burocracia. 4 – Referencial O acesso à internet possibilitou que os alunos tenham acesso a muitas informações. Mas isto não significa qualidade. Em lugar de escolher um bom artigo publicado num periódico científico, o aluno usa textos escritos em sítios jurídicos ou de administração. Nada contra, mas não são científicos. É bem verdade que um aluno de graduação possui pouco discernimento para separar o trigo do joio, mas eu tento comentar sobre o assunto em sala de aula. Parece que a atração por textos fáceis é maior que a linguagem excessivamente técnica de um artigo. 5 – Atração pela pesquisa bibliográfica Trabalhos bibliográficos são extremamente difíceis de serem feitos. E a chance da qualidade não ser adequada é muito grande. Talvez em decorrência do tipo de trabalho que os alunos fizeram no ensino médio, a pesquisa bibliográfica acaba sendo um atrativo. Na quase totalidade são textos ruins. 6 – Estrutura ruim A estrutura de um trabalho acadêmico geralmente é composta por uma introdução, uma revisão bibliográfica, o proceder metodológico, a análise e as conclusões. Simples assim. Mas dois fatos acontecem aqui: (1) esta estrutura não é muito adequada para certos tipos de trabalhos (pesquisa bibliográfica, por exemplo); e (2) muitas vezes o aluno anota a sequência errada e recebo trabalho onde a metodologia está no final ou algo do gênero. 7 – Forma Apesar da "essência sob a forma", qualquer professor sincero irá reconhecer que a forma também influencia na percepção da qualidade do trabalho. Isto inclui formatos das tabelas, gráficos legíveis, texto justificado à direita, letra que não seja "Arial", formatação idêntica ao longo de todo o trabalho, entre outros aspectos. Mas apesar dos problemas, muitas vezes encontro trabalhos excelentes. Alguns deles, eu compartilho as conclusões com os leitores do blog. Estas exceções induzem a solicitar, a cada semestre, um trabalho acadêmico para meus alunos. Fonte: Contabilidade Financeira Sexta-feira, 17 de dezembro de 2010 Como achar um tema para uma pesquisa? Por César Tibúrcio (UNB) Na minha faculdade gosto de orientar alunos que não possuem tema para fazer seu trabalho final de curso (no caso de aluno de graduação) ou que gostem das grandes áreas que eu costumo pesquisar (para alunos da pós-graduação). As pessoas parecem que já sabem da minha capacidade razoável de descobrir temas para uma pesquisa. Qual o segredo? A palavra-chave é leitura. Através da leitura, de trabalhos científicos a textos de blogs na internet, nós encontramos perguntas interessantes que merecem serem respondidas através de uma pesquisa mais profunda. Mas o termo é muito amplo e irei detalhar mais nesta postagem. 1. Leia as Considerações Finais - A primeira forma de encontrar um tema para uma pesquisa na contabilidade é ler os artigos recentes que foram publicados em bons periódicos ou nos melhores portais de pesquisa. Se você gostou da pesquisa que leu, estude com atenção a parte final do texto. Nela, alguns autores fazem sugestão para pesquisas futuras, abordando aspectos que não foi possível discutir na pesquisa publicada. Geralmente são sutilezas da pesquisa, mas que podem comprovar as conclusões dos autores ou podem refutá-las. Entretanto, muitas vezes, ou os autores não trazem estas sugestões de pesquisas futuras ou as sugestões estão fora do alcance, seja pela dificuldade de executá-las. 2. Leia com atenção o desenho da pesquisa – Verifique o que os autores fizeram e certifique se não é possível alterar algo no método. Por exemplo, os autores compararam o desempenho das vendas com o comportamento do lucro. Ao analisar a pesquisa, você notou que os autores usaram o conceito de receita bruta. Mas você sabe que talvez este não seja a melhor variável de receita que se deve usar (e não é). Você pode refazer a pesquisa, com a receita líquida. Outra forma é verificar se as conclusões dos autores são válidas para outro período de tempo ou para setores específicos. 3. Leia os artigos de áreas correlatas – Ao ler um artigo sobre a maneira como as pessoas reagem a uma notícia do jornal, você pode imaginar uma pesquisa similar, com as mesmas técnicas, para verificar a reação das pessoas as informações contábeis. Esta adaptação pode ser feita, em alguns casos, facilmente. Com uma grande vantagem que você será o desbravador na área de contabilidade sobre aquele assunto. 4. Leia artigos que foram escritos em outros países – A leitura de um texto sobre a cobertura da imprensa e o retorno no mercado acionário, realizada nos Estados Unidos, pode inspirar você a replicar a pesquisa no Brasil. 5. Leia os artigos que ainda estão em produção – Em geral as universidades valorizam mais os artigos que já foram publicados em periódicos. Entretanto, alguns destes artigos levam anos antes que chegarem as páginas de um periódico de renome. No exterior e em outras áreas, os cientistas geralmente publicam seus artigos ainda em fase de elaboração; são os rascunhos, que irão receber as contribuições de outras pessoas. A leitura destes artigos em fase de produção permite que a escolha da sua pesquisa esteja mais coerente com os assuntos que estão sendo investigados agora pelos cientistas. 6. Leia os jornais. Temas atuais estão surgindo a todo o momento. As notícias sobre os problemas do Panamericano serão objeto de interesse dos pesquisadores. A questão da auditoria, sua confiabilidade, a manipulação das informações contábeis e a reação dos reguladores são temas óbvios que podem ser explorados a partir deste fato. 7. Leia a distribuição dos trabalhos nos principais congressos da área. Você irá observar que algumas áreas possuem mais trabalhos. Deve existir razão para isto: provavelmente são os temas do momento na área contábil. Mas atenção: áreas que não possuem trabalhos podem sinalizar que poucas pessoas estão fazendo pesquisas, sendo uma grande oportunidade para destacar seu tema: afinal, a concorrência é menor. 8. Leia a chamada de trabalhos. Existem congressos e periódicos que fazem chamadas específicas para determinados assuntos. Em geral estas chamadas são feitas com meses de antecedência, que permite, se você trabalhar muito, concluir uma pesquisa de qualidade. Assim, no passado, um periódico nacional fez uma chamada para trabalhos na área de saúde. Um bom trabalho de custo em hospital poderia ser interessante para os editores 9. Leia os títulos dos novos periódicos. A existência de um periódico sobre “finanças islâmicas” (que existe) pode indicar a existência de um campo específico de pesquisa: que tal estudar a questão contábil nos países islâmicos? Mas atenção: esta sugestão não é válida para o Brasil,já que nossos periódicos ainda são genéricos demais. 10. Leia tudo, inclusive blogs. Se você chegou ao final desta postagem, imagino que as dicas apresentadas aqui permitiram você pensar em um ou dois temas para sua pesquisa. Isto já é um bom começo. Fonte: Blog Contabilidade Financeira Seg, 13 de Fevereiro de 2012 Pesquisa em Contabilidade nas Economias Emergentes - “Contabilidade na América Latina” Editores Convidados: Dr Cláudio Wanderley (Universidade Federal de Pernambuco, Brasil) Professor Dr Fábio Frezatti (Universidade de São Paulo, Brasil) A pesquisa em contabilidade nas economias emergentes tornou-se muito importante devido o papel crescente que as economias emergentes têm agora na economia global. Embora a pesquisa esteja crescendo, com uma ampla extensão geográfica entre as economias em desenvolvimento e emergente com etapas de desenvolvimento diferentes, ela não é extensiva em qualquer país, com exceção da China. Apesar de sua importância econômica e política, pouca pesquisa tem sido realizada sobre as práticas contábeis nos países da América Latina. Portanto, há pouco conhecimento sistemático das questões contábeis dentro do contexto das economias latino-americanas. Dada a importância econômica e política dos países latino-americanos e a pesquisa limitada realizada sobre contabilidade nesses países, acreditamos que pesquisas sobre “A contabilidade na América Latina” seja oportuna. A pesquisa em contabilidade nas economias emergentes tem apresentado a contabilidade como um sistema com baixa qualidade de informações quando comparada às práticas contábeis nos países desenvolvidos. Além disso, a informação contábil nas economias emergentes está mais preparada para atender as necessidades tributárias e de regulamentação do que informar os investidores e administradores. Contudo, observa-se cada vez mais que as práticas contábeis nas economias em desenvolvimento e emergentes passam por mudanças enormes devido à divulgação das normas internacionais, concorrência internacional maior e a busca pelo crescimento econômico e pela estabilidade financeira. Consequentemente, incentiva-se pesquisas que busquem fomentar a discussão sobre os desenvolvimentos contábeis na América Latina causados por aquelas pressões internas e externas. Estamos especialmente interessados em explorar como os atributos da cultura local dos países latino-americanos são reproduzidos nas formas distintas de contabilidade e de responsabilização. Encorajamos também os trabalhos que discutam os desenvolvimentos da contabilidade na América Latina através da avaliação dos sistemas contábeis em relação às metas mais amplas de desenvolvimento e como tais sistemas são moldados, entre outras coisas, pela cultura, etnia, corrupção, coerção e apadrinhamento político. Convidamos para apresentação de trabalhos históricos, teóricos, empíricos, práticos e de revisão, sejam quantitativos ou qualitativos, de acadêmicos de todas as disciplinas, sobre as questões seguintes que afetam a contabilidade e a responsabilização nas economias latino-americanas. As questões de importância incluem, mas não se limitam a: Desenvolvimento histórico da contabilidade, incluindo o desenvolvimento da profissão; Educação, treinamento e o papel dos órgãos profissionais de contabilidade; Demonstrações financeiras e normas de contabilidade; Auditoria; Governança corporativa; Gestão de questões contábeis; O impacto dos programas de ajuste estrutural e das órgãos financeiros internacionais sobre as práticas contábeis; Contabilidade, regulamentação e privatização; Questões contábeis e de responsabilização no setor público, ONGs, corporações multinacionais; Práticas contábeis nos negócios familiares; O impacto da cultura, etnia e história na contabilidade; O papel da contabilidade no desenvolvimento sócio-econômico e na redução da pobreza. Plágio - O mal dos tempos modernos Nos últimos anos, temos visto o aumento exponencial de facilidade de obtenção de informações, sejam elas úteis ou inúteis. Isto se deve ao fenômeno da internet e, em uma versão mais pontual, aos mecanismos de busca (google, principalmente). Para tudo o que quisermos procurar, há sempre alguém que já escreveu algo a respeito e o google o localiza para nós. Porém, e para tudo há um porém, isto tem trazido à tona um enorme problema, principalmente na comunidade acadêmica. O problema do PLÁGIO. Afinal, o que é plágio? Segundo o Dicionário Aulete, plágio é "apresentação de imitação ou cópia de obra intelectual ou artística alheia como sendo de própria autoria." Já o dicionário Houaiss vai na mesma linha, conceituando como sendo "apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzido por outrem". Bem, acho que ficou meio claro o conceito, não? Por fim, legalmente falando, o plágio é a violação de um direito autoral. Para isto, precisamos de uma outra definição, a de direito autoral. Para isto, vamos usar a Constituição Federal, que diz no seu artigo 5º inciso XVII: aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras etc. Ou seja, direito autoral refere-se ao direito de publicação e reprodução de uma obra, direito este que só é do autor e de ninguém mais. Para disciplinar o direito autoral, há uma lei, a Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, que diz, no seu artigo 5º o seguinte sobre o que contempla o direito autoral: Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - publicação - o oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conhecimento do público, com o consentimento do autor, ou de qualquer outro titular de direito de autor, por qualquer forma ou processo; (...) IV - distribuição - a colocação à disposição do público do original ou cópia de obras literárias, artísticas ou científicas, interpretações ou execuções fixadas e fonogramas, mediante a venda, locação ou qualquer outra forma de transferência de propriedade ou posse; V - comunicação ao público - ato mediante o qual a obra é colocada ao alcance do público, por qualquer meio ou procedimento e que não consista na distribuição de exemplares; VI - reprodução - a cópia de um ou vários exemplares de uma obra literária, artística ou científica ou de um fonograma, de qualquer forma tangível, incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporário por meios eletrônicos ou qualquer outro meio de fixação que venha a ser desenvolvido; Isto significa basicamente o seguinte: publicação e reprodução de uma obra, SEM O CONSENTIMENTO DO AUTOR, é crime, isto é plágio. Copiar e colar da internet é plágio, é roubo de conhecimento científico. Entretanto, a mesma lei, desta vez no artigo 46, diz que não se constitui ofensa aos direitos autorais: III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra; Portanto pessoal, CITAÇÃO não é plágio. Copiar e colar é PLÁGIO. Mas, qual o limite para o plágio? A Lei não especifica limite, logo, cópia de um único parágrafo sem citação da fonte em um texto de 200 páginas, É PLÁGIO. Mas, qual o problema em fazer plágio? Além do problema moral do plágio, onde quem copia rouba a idéia alheia, ou, no meu entender, copia porque não temcapacidade de produzir algo próprio, então tem que roubar de terceiros, há o problema legal do plágio. A mesma lei que já estamos citando, nos artigos 102 a 110 diz sobre as penalidades. Como a lei é ampla (engloba também direitos de software, música, palestras etc), vamos nos ater às penas para trabalhos acadêmicos: Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível. Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a destruição de todos os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de máquinas, equipamentos e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o fim ilícito, sua destruição. O que este artigo 102 e o 106 significam? Significam que a obra é apreendida, sua divulgação suspensa e a matriz (trabalho científico) DESTRUÍDO, ou seja, a obra deixa de existir, o trabalho acadêmico tem que ser retirado da biblioteca e não pode mais ser divulgado para terceiros, é como se o trabalho não mais existisse, portanto, plágio de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), Dissertações de Mestrado e/ou Teses de Doutorado consideradas plágio devem ser inutilizadas e destruídas. Assim sendo: será que o aluno é automaticamente reprovado ou não? Se não o forem, a Instituição também incorre em crime pela não destruição do trabalho plagiado, ou seja, REPROVA-SE. Além de tudo isto, uma ação civil de danos morais também pode ser estendida ao plagiador, por prejuízos que o autor pode vir a receber. Portanto, para finalizar, PLÁGIO é coisa de aluno que não tem capacidade de produzir trabalhos. No que se referir a mim, vou continuar a ser um "chato" que não aceita ter trabalhos copiados sem autorização ou citação.
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