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TEMA V- AUDITORIA A AREA DO IVA

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Auditoria Tributária 
Tema V: Auditoria à Área do IVA 
 
Sumário 
 Natureza e Ambito de Aplicação 
 Incidência Subjectiva 
 Aspectos Contabilisticos 
 Esquema de Apuramento 
 Principais Riscos 
 Objectivos de Auditoria 
 Incedência 
 Isenções 
 
1. Natureza e Ambito Legal (Art. 1º, Lei 32/2007, e 31 de Dezembro) 
Conforme o artigo 1º da Lei 32/2007 (CIVA), estão sujeitas a Imposto sobre o Valor Acrescentado, IVA: 
a. As transmissões de bens e as prestações de serviços efectuadas a título oneroso no 
território nacional, nos termos do artigo 6 do CIVA, por sujeitos passivos agindo nessa 
qualidade; e 
b. As importações de bens. 
 
2. Incidência do IVA (Art. 2º CIVA) 
Sao sujeitos passivos do IVA, pessoas singulares ou colectivas residentes ou nao mas que exerçam 
actividades que preencham os requisitos de incidência real (...). 
 
3. Aspectos Contabilisticos (Decreto 70/2009) 
4.4.3 Impost o sobre ovalor acrescentado 
4.4.3.1 IVA suportado 
4.4.3.1.1 Inventários 
4.4.3.1.2 Activos tangíveis e intangíveis 
4.4.3.1.3 Outros bens e serviços 
4.4.3.2 IVA dedutível 
4.4.3.2.1 Inventários 
4.4.3.2.2 Activos tangíveis e intangíveis 
4.4.3.2.3 Outros bens e serviços 
 
4. Esquema de Apuramento do IVA 
O apuramento do IVA a pagar ou recuperar e o seguinte: 
 
Imposto liquidado pelo s. passivo 
-
Imposto suportado pelo s. passivo e dedutível
+ ou -
Regularizações de imposto=
Imposto apurado
Imposto a pagar
Crédito a reportar 
(Período seguinte)
Reembolso
>0
<0
---
 
5. Principais Riscos na Auditoria do IVA 
São principais riscos desta área os seguintes: 
 Atraso na entrega das declarações; 
 Envio das declarações sem o respectivo cheque; 
 Dedução indevida do IVA; 
 Documentos equivalentes passados de forma não legal; 
 Descontos e abatimentos sem documento de prova; 
 Actividades mistas; 
 Bens do imobilizado; 
 Incorrecto preenchimento das declarações periódicas; 
 Devoluções aos fornecedores sem a correspondente regularização de existências e de IVA; 
 Descontos fora da factura; 
 Devoluções sem suporte de documento legal (art.º 35.º); 
 Dedução indevida de imposto com base em documentos de facturas fictícias; 
 Emissão de facturas falsas para permitir a dedução indevida do IVA. 
 
6. Objectivos da Auditoria do IVA 
A auditoria pode incluir uma revisão completa das demonstrações financeiras da empresa, a fim de 
identificar os fluxos de compras e vendas, com o objectivo de: 
 Verifique se as deduções são feitas em compras de bens ou serviços tributáveis. 
 Verificar se as taxas aplicadas estão correctas. 
 Verifique os registos contabilisticos. 
 Confira a apresentação de anexos transaccionais. 
 Verificar o uso adequado de liquidações de compras de bens e serviços 
 Verifique se as contas cumprem todos os requisitos do CIVA 
 Verificar se o IVA está correctamente calculado e registado nas contas da empresa; 
 Verificar se o IVA esta correctamente relatado nas declarações apresentadas pela empresa. 
 
7. Testes Substantivos a Aplicar nesta Área 
Os testes a aplicar para apurar a prova de auditoria são: 
 Verificação da conformidade das declarações periódicas do IVA com os valores 
evidenciados na contabilidade; 
 Análise, por amostragem, das deduções de compras (v.g., mercadorias, matérias-primas, 
fornecimentos e serviços de terceiros); 
 Verificação, por amostragem, da legalidade da documentação emitida por terceiros; 
 Constatação da existência de um ficheiro do imobilizado. Se for uma auditoria continuada 
ou recorrente, deve-se confrontar, poramostra, o ficheiro com a respectiva 
documentação e verificar, nomeadamente, a contabilização, o valor dos bens, a 
dedutibilidade ou não do IVA e a sua existência física. Se se tratar de uma primeira 
auditoria, deve-se alargar alguns desses testes a exercícios anteriores; 
 Análise dos procedimentos de facturação das vendas, designadamente no que se refere à 
contabilização, ao registo dos stocks e respectivo sistema de inventário (permanente e 
intermitente) e à liquidação do IVA e respectivas taxas; 
 Verificação de quaisquer outras regras contabilístico-fiscais especiais susceptiveis de 
tratamento diferenciado do IVA. 
 
8. Erros Mais Frequentes em Sede do IVA 
Silva (1997), elenca algumas das situações irregulares em sede do IVA: 
 Utilização de taxas incorrectas; 
 Atraso na entrega das declarações; 
 Envio das declarações sem o respectivo cheque; 
 Dedução indevida do IVA; 
 Documentos equivalentes passados de forma não legal - Descontos a abatimentos - 
inexistência de prova; 
 Incorrecto preenchimento das declarações. 
 Devoluções aos fornecedores sem a correspondente regularização de existências e de IVA; 
 Descontos fora da factura; 
 Devoluções sem suporte de documento legal; 
 Dedução indevida de imposto com base em documentos de facturas fictícias; 
 Emissão de facturas falsas para permitir a dedução indevida do imposto. 
 
9. Casos Praticos 
9.1 Casos Praticos 
ABC tem Contabilidade organizada e comercializa mercadorias em regime normal do IVA. Durante o 
mês de Fevereiro de N, realizou as seguintes transacções: 
a. Adquiriu mercadorias no valor de 800.000,00 +17% IVA. 
b. Vendeu mercadorias no valor de 1.500.000,00+17% IVA. 
c. Devolveu ao fornecedor “F3” mercadorias avaliadas por60.000,00+17% (NC 114). 
d. O cliente “C1” devolveu mercadorias no valor de 100.000,00+17% IVA, por 
apresentarem defeitos (NC 020). 
 
Pedidos: 
a) Determine o IVA a pagar/reembolsar/crédito do periodo. 
b) Preencha a declaração periódica referente ao mes de Fevereiro de N. 
 
Resolução do Caso Prático 9.1 
a) IVA a liquidar: 
IVA liquidado (1,500,000*17%) 255,000.00 
 (-) IVA dedutível (800,000*17% ) - 136,000.00 
 (-) IVA regularizações em vendas (100,000*17%) - 17,000.00 
 (+) IVA regularizações em compras (60,000*17%) 10,200.00 
 IVA a liquidar/Recuperar 112,200.00 
b) Declaração periódica do apuramento do imposto até ao último dia do mês seguinte àquele a que 
respeitem as operações nela abrangidas (Art. 25, CIVA). 
 
Caso Prático 9.2 
O auditor, ao realizar a inspecção na área do IVAda empresa “XYZ, Ldª”, com referência ao mês de 
Junho de N, constatou o seguinte: 
 Vendas não declaradas........................... 565.000,00 
 Compras sobreavaliadas em 30%........... 380.000,00 
 IVA de Maio/N a pagar............................ 60.000,00 
 Outras vendas não documentadas..........210.200,001 
 
Pedidos: 
a) Apure o IVA, a entregar no imediato à DAF. 
b) Comentários relevantes a incluir no seu relatório de inspecção. 
 
Resolução do Caso Prático 9.2 
a) Cálculo do IVA a entregar 
Descrição Base Tributária IVA a entregar 
 Vendas não declaradas 565,000.00 96,050.00 
 Compras subreavaliadas 380,000.00 19,380.00 
 IVA de Maio a entregar 60,000.00 60,000.00 
 Vendas não documentadas 210,200.00 35,734.00 
 Total 1,215,200.00 211,164.00 
b) No caso em apreço, cabe a Administração Tributária notificar ao sujeito passivo para pagar 
imediatamente o IVA devido, sem prejuizo das penalidades cabíveis nos termos do CJVA e RCIVA. 
 
É importante ainda referir que no acto da Inspecção Tributária,se não for possível reunir documentos 
de prova para corrigir as omissões, erros, inexactidões, etc. do IVA liquidado, a AT utiliza os 
denominados métodos indirectos de liquidação (art. 34 do Dec. nº 7/2008- Regulamento do CIVA).1 Resulta de pedidos de circularização a terceiros (v.g, clientes, fornecedores e outros) 
 
Referências Bibliográficas 
Decreto 70/2009, de 22 de Dezembro 
Decreto-Lei 32/2007 de 31 de Dezembro 
SILVA, José Manuel - “Auditoria Fiscal (I) - Auditoria Financeira e auditoria Fiscal”, in revista 
“Fiscália” n.º 3/4 de Maio/Agosto/92.

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