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AÇÕES CONSTITUCIONAIS MANDADO DE INJUNÇÃO

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AÇÕES CONSTITUCIONAIS MANDADO DE INJUNÇÃO 
ALEX SANDRO VASCONCELOS DE ARAÚJO
NATAL
OUTUBRO -2013
ALEX SANDRO VASCONCELOS DE ARAÚJO
	
AÇÕES CONSTITUCIONAIS MANDADO DE INJUNÇÃO 
 Trabalho apresentado como obtenção parcial da avaliação N2 da disciplina de Direito Processual Constitucional I, ministrada pelo Professor Nilo Ferreira Pinto Junior do curso de Direito, da Faculdade Maurício de Nassau.
 
Faculdade Maurício de Nassau
Natal - 24-10-2013
1-INTRODUÇÃO
Neste trabalho acadêmico, discorrerei sobre o mandado de injunção, previsto no artigo 5º, inciso LXXI da Constituição do Brasil de 1988, é um dos remédios-garantias constitucionais, sendo, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação constitucional usada em um caso concreto, individualmente ou coletivamente, com a finalidade de o Poder Judiciário dar ciência ao Poder Legislativo sobre a ausência de norma regulamentadora que torne viável o exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.
Desta feita, descreverei de forma sucinta alguns tópicos explanados pelo professor Nilo Ferreira Pinto Junior, tema de primordial importância para disciplina de Direito Processual Constitucional, onde foram abordadas inicialmente as considerações preliminares e introdutórias dessa cadeira, tendo como análise a ausência de norma regulamentadora que torne viável o exercício dos direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.
Contudo, vale ressaltar que o mandado de injunção tem caráter declaratório e mandamental. Declaratório porque reconhece a omissão e mandamental porque o julgador manda a quem tem competência legislar sobre o assunto, regulamentando-o. Quanto ao mandado de injunção coletivo, é cabível no que for cabível o mandado de segurança, no qual as entidades impetrantes visam a garantir os direitos omissos de seus associados.
Entretanto, é importante salientar que este remédio constitucional tutela o direito de seus cidadãos no que se refere a falta de norma regulamentadora para crimes e ilícitos cometidos nas esferas municipal, estadual e federal. Propiciando, a comunicação através do poder judiciário ao poder legislativo.
2-ORIGEM DO MANDADO DE INJUNÇÃO 
Portanto, com o objetivo de garantir os direitos e garantias constitucionais, a injunção se originou no Direito inglês, tendo passado, em seguida, ao Direito norte-americano, sendo que a etimologia advém de "injunction", que significa uma ordem proibindo a parte de agir de um determinado modo, ou requerendo uma ação específica de outra parte. A injunção permite ao tribunal coatar lesões a uma pessoa ou grupo de pessoas, até que o problema possa de outra forma ser resolvido, ou ainda a injunção pode evitar lesões definitivamente.
A inexecução no cumprimento de uma ordem de injunção acarreta revelia. Uma vez distribuída, a injunção pode ser anulada ou cassada.
É certo que a injunção mais se assemelha ao nosso mandado de segurança, tendo suas características gerais. Contudo, o Poder Judiciário, por meio da injunção, deverá julgar por meio da equidade.
Buscando a origem histórica dos julgamentos por equidade, encontramos o estudo do Professor Afonso Arinos de Mello Franco, parecendo haver uma vinculação jurídico-política a inspirar o constituinte de 1988.
2.1 CONCEITO
 
Trata-se, o mandado de injunção, de uma ação constitucional que autoriza o juiz a romper com a tradicional aplicação rígida de lei ao caso concreto para, de acordo com o pedido e o ordenamento jurídico, construir uma solução satisfatória, de modo a concretizar o direito constitucional do impetrante.
No ensinar de José Afonso da Silva, o mandado de injunção "Constitui um remédio ou ação constitucional posto à disposição de quem se considere titular de qualquer daqueles direitos, liberdades ou prerrogativas inviáveis por falta de norma regulamentadora exigida ou suposta pela Constituição."
2.2 NATUREZA JURÍDICA E FINALIDADE
Tem como natureza jurídica ser uma ação constitucional de caráter civil e de rito sumário. O pressuposto para a ação é não haver regulamentação sobre o direito constitucionalmente garantido. Cabe exclusivamente contra o poder público, pois tem que haver omissão deste em relação a legislar sobre esse direito.
Não cabe: quando o direito não for garantido pela Constituição; contra lei infraconstitucional; quando a omissão for suprida por projeto de lei ainda não aprovado pelo Congresso Nacional; ou quando houver norma regulamentadora, ainda que omissa (há correntes contrárias quanto a esse último item).
A declaração de existência da omissão caracteriza a mora a favor do impetrante, sendo ordenado ao Legislativo que a conserte, sem procedimentos ou prazo para regularização. Compete julgar o mandado de injunção àqueles compreendidos nos artigos 102, 105, 121 e 125 da Constituição Federal.
Não é admitido liminar nessa ação porque se têm que esperar a resposta do órgão julgador em dizer se existe a omissão ou não quanto à norma. Os procedimentos para a ação são os mesmos cabíveis no mandado de segurança, no que for legal.
O mandado de injunção é declaratório e mandamental. Declaratório porque reconhece a omissão e mandamental porque o julgador manda a quem tem competência legislar sobre o assunto, regulamentando-o.
Quanto ao mandado de injunção coletivo, é cabível no que for cabível o mandado de segurança, no qual as entidades impetrantes visam a garantir os direitos omissos de seus associados.
3-COMPETÊNCIA 
A competência para processamento e julgamento do mandado de injunção irá ser definida conforme a autoridade responsável pela edição da norma faltosa.
Desta forma, será originariamente competente o Supremo Tribunal Federal para o julgamento do mandado de injunção, quando a edição de norma regulamentadora for de competência do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma das Casas Legislativas Federais, do Tribunal de Contas da União, de qualquer dos Tribunais Superiores, inclusive, o Supremo Tribunal Federal;
Em se tratando de recurso Ordinário, também será competente o Supremo Tribunal Federal para o julgamento do mandado de injunção, quando decidido em única instancia pelo Superior Tribunal de Justiça ou ainda, em grau de recurso Extraordinário, quando a decisão proferida em sede de mandado de segurança contrariar a Constituição Federal.
Será originariamente competente o Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do mandado de injunção, quando a edição da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuado os casos de competência do Supremo Tribunal Federal, da Justiça do Trabalho, da Justiça Militar, da Justiça Federal e da Justiça Eleitoral.
As Justiças Estaduais também têm competência para julgar o mandado de injunção na forma prevista nas Constituições Estaduais.
Em Minas Gerais, por exemplo, compete ao Tribunal de Justiça, o julgamento do mandado de injunção, nos casos em que a edição da norma regulamentadora for de atribuição de órgãos estaduais ou de entidades da Administração Direta ou Indireta.
Aos juízes de Direito a competência para julgar o mandado de injunção existe quando a edição da norma regulamentadora for atribuição de Vereadores, de sua Mesa Diretora, do Prefeito ou de autarquia ou fundação criada pelo município.
4-FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAL E LEGAL 
O mandado de injunção é fundamentado no artigo 5º, inciso LXXI da Constituição Federal de 1988 e na Lei 8.038/90, no seu artigo 24. Conceitua-se por ser um remédio constitucional à disposição de qualquer pessoa (física ou jurídica) que se sinta prejudicada pela falta de norma regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exercício de seus direitos, liberdades e garantiasconstitucionais. Ou seja, é para suprir a falta de uma lei.No entanto vale ressaltar que o mandado de injunção não é gratuito e, para sua impetração, é necessária a assistência de advogado.
Contudo, embora não haja previsão expressa na Constituição, há pacífica orientação do STF a respeito do cabimento do mandado de injunção coletivo, admitindo-se a impetração pelas entidades sindicais ou de classe, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela CF e que estejam inviabilizados pela ausência de regulamentação, nos mesmos termos previstos para o mandado de segurança coletivo (MI 20/DF, rel. Min. Celso de Mello, 19.05.1994).
5- HIPÓTESES DE NÃO CABIMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO
Nesta senda, segundo a jurisprudência do Superior Tribunal Federal, não cabe hipóteses de MI:
a) se já existe norma regulamentadora do direito previsto na Constituição, ainda que defeituosa (mandado de injunção é remédio para reparar a falta de norma regulamentadora de direito previsto na Constituição; se já existe a norma regulamentadora, ainda que flagrantemente inconstitucional, não será mais cabível mandado de injunção; nesse caso, a validade da norma poderá ser discutida em outras ações, mas não na via do mandado de injunção);
b) diante da falta de norma regulamentadora de direito prevista em normas infraconstitucionais (MS é remédio para reparar falta de norma regulamentadora de direito previsto na Constituição Federal, e não para os casos de falta de norma regulamentadora que esteja obstando o exercício de direito previsto em normas infraconstitucionais, tais como as leis, tratados internacionais ou decretos publicados no exercício do poder regulamentar do Chefe do Executivo);
c) diante da falta de regulamentação dos efeitos de Medida Provisória não convertida em lei pelo Congresso Nacional (pelo mesmo motivo explicitado no item anterior). A hipótese está prevista pelo art. 62, parágrafos 3 e 11– CF.
6-LEGITIMAÇÃO ATIVA E PASSIVA
Qualquer pessoa física ou jurídica que se veja impossibilitada de exercer um determinado direito constitucional por falta de norma regulamentadora. No mandado de injunção coletivo, a legitimação pertence ao partido político com representação no Congresso Nacional e à organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
No pólo passivo do mandado de injunção, devem figurar os órgãos ou autoridades públicas que têm a obrigação de legislar, mas estejam omissos quanto à elaboração da norma regulamentadora. Se a omissão for legislativa federal, o MI deverá ser impetrado em face do Congresso Nacional, salvo se a iniciativa para a lei for privativa de outro órgão ou autoridade, hipótese em que o mandado de injunção deverá ser ajuizado em face do detentor da iniciativa privativa (ex: Presidente da República, nas situações do art. 61, par. 1 – CF, por exemplo).
O STF firmou o entendimento de que os particulares não se revestem de legitimidade passiva ad causam para o processo do MI, pois somente ao Poder Público é imputável o dever constitucional de produção legislativa. Dessa forma, só podem ser sujeitos passivos do MI entes públicos, não admitindo o STF a formação de litisconsórcio passivo, necessário ou facultativo, entre autoridades públicas e pessoas privadas.
Eficácia da decisão em MI: mudança de orientação do STF. Teoria não concretista e teorias concretistas do MI.
9- CONCLUSÃO 
Conseguiu-se, através desta pesquisa analisar e compreender de forma lato sensu, que se trata de um remédio constitucional colocado à disposição de qualquer pessoa que se sinta prejudicada pela falta de norma regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exercício dos direitos, liberdades e garantias constitucionais prescritas no transcrito inciso já citado alhures onde trata-se do mandado de injunção. A preocupação, portanto, é conferir efetiva aplicabilidade e eficácia ao texto constitucional, para que este não se torne “letra morta”, em razão da omissão do legislador ordinário na sua regulamentação. Visa combater, portanto, a chamada violação negativa da Constituição.
10-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.infoescola.com/direito/mandado-de-injuncao/
http://www.stf.jus.br/portal/glossario/verVerbete.asp?letra=M&id=188
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/294197/mandado-de-injuncao
http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/br/go/goias/acesso/injuncao.html
http://www.conjur.com.br/2013-jun-21/toda-prova-mandado-injuncao- jurisprudencia-stf-stj
11-ANEXOS
PEÇA MANDADO DE INJUNÇÃO:
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) DESEMBARGADOR (A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 21ª REGIÃO.
Aroldo Vasconcelos de Araújo, empregado da empresa Sun set, estabelecida à Rua Mendes Sá, Nº 200, Lagoa Nova, Natal – RN, CEP 11.333-073 (DOC. 2), brasileiro, casado, portadora da cédula de identidade RG n.º 1.111.111 ITEP/RN, inscrita no CPF/MF sob o n.º 000.000.000-59, residente e domiciliado na Rua Laranja, n.º 1, Lagoa seca, Natal - RN, CEP 22.222-222, vem, respeitosamente perante a justiça do trabalho, por seu representante legal in fine assinado (doc. 1 ), com fundamento na Constituição da República , (art. 5º, LXXI) e (art. 7º, XIX), impetrar o presente MANDADO DE INJUNÇÃO, com base nas razões de fato adiante expostas: 
I - DOS FATOS:
01. O reclamante é casado com Ana Bela Vasconcelos de Araújo, do lar, brasileira, casada, portadora da cédula de identidade RG nº 1.266.309 ITEP/RN, inscrita no CPF/MF sob o nº 111.333.444.88, a serviço de Aroldo Vasconcelos de Araújo, auxiliar de serviços gerais na empresa e qualificação citada acima (docs. 1 e 2). Certidão de casamento 111.222, xerox da Carteira de Trabalho, docs. n° 23232544. Sua mulher deu à luz uma criança no dia 20/10/2013 do corrente certidão de nascimento, doc. n°200.222 e acha-se em gozo de licença à gestante. Para dar assistência à mulher e ao filho solicitou ao empregador licença-paternidade, direito que lhe assegura o art.7°, XIX, da Constituição Federal, pedido que lhe foi negado. 
II - DO DIREITO:
02. A Constituição da República, de 1988, expressa o direito à mencionada licença assegurado na Carta Magna, depende, todavia de lei regulamentadora, ainda não editada.
Em situação tal, só resta ao Requerente, valer-se do Mandado de Injunção, como lhe assegura o artigo 5º, LXXI, da Lei Magna, verbis :
"ART.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;"
03. Assim, Pelo exposto, pede que, recebida e protocolada esta reclamação (em duas vias), se notifique o reclamado para comparecer à audiência de julgamento que for designada, na forma do art.841 da Consolidação das Leis do Trabalho. Espera que a Junta, em sua alta sabedoria, supra a omissão e lhe assegure o gozo da pleiteada licença. 
Termos em que,
Pede deferimento.
Natal, 24 de Outubro de 2013.
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ALEX SANDRO VASCONCELOS DE ARAÚJO

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