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16 COMENTÁRIOS À NOVA LEI DE MANDADO DE INJUNÇÃO

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
COMENTÁRIOS À LEI Nº 13.300/2016 (LEI DO 
MANDADO DE INJUNÇÃO) 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1 NOÇÕES GERAIS .................................................................................................................................... 3 
2 LEGITIMIDADE ....................................................................................................................................... 8 
3 COMPETÊNCIA ..................................................................................................................................... 11 
4 PROCEDIMENTO ................................................................................................................................... 12 
5 EFICÁCIA OBJETIVA DA DECISÃO ........................................................................................................... 16 
5.1 CORRENTE NÃO-CONCRETISTA ...................................................................................................... 16 
5.2 CORRENTE CONCRETISTA .............................................................................................................. 17 
5.3 POSIÇÃO ADOTADA NO DIREITO BRASILEIRO ................................................................................. 18 
6 COISA JULGADA NO MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO ...................................................................... 20 
7 SUPERVENIÊNCIA DA NORMA REGULAMENTADORA ............................................................................. 20 
8 AÇÃO DE REVISÃO ................................................................................................................................ 21 
9 OBSERVAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................... 22 
10 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO ...................................................................................... 23 
11 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA .................................................................................................................. 23 
 
 
3 
ATUALIZADO EM 20/03/20181 
COMENTÁRIOS À LEI Nº 13.300/2016 (LEI DO MANDADO DE INJUNÇÃO) 
 
1 NOÇÕES GERAIS 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Constituição Federal previu uma série de direitos e garantias fundamentais. No entanto, para que 
alguns deles possam ser plenamente exercidos, é indispensável a edição de lei ou outro ato normativo 
regulamentador. Ex: os servidores públicos poderão exercer greve, mas para isso é necessária uma lei específica 
regulamentando o direito (art. 37, VII, da CF/88). 
 
A Constituição ficou preocupada, com razão, que o legislador infraconstitucional demorasse muitos anos 
para regulamentar esses direitos, impedindo, assim, que os seus titulares pudessem exercê-los. Diante disso, foi 
previsto no Texto Magno um instrumento para resolver este possível problema. Trata-se do mandado de 
injunção. 
 
Sempre que um direito (em sentido amplo) não puder ser exercido pelo titular em razão de ainda não 
ter sido editada norma regulamentadora, este interessado poderá ingressar com uma ação chamada de 
"mandado de injunção" pedindo que o Poder Judiciário reconheça que o Poder Público está em mora e, então, 
supra a falta dessa lei ou ato normativo e possibilite o pleno exercício do direito. 
 
PREVISÃO 
 
Veja como este instrumento foi previsto na CF/88 e na Lei nº 13.300/2016: 
 
Art. 5º (...) 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania; 
 
 
1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de 
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados. 
4 
Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, 
à soberania e à cidadania. 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo 
órgão legislador competente. 
 
CONCEITO 
 
Podemos assim conceituar o instituto: 
 
Mandado de injunção é... 
 
- uma ação (instrumento processual) 
- de cunho constitucional (remédio constitucional) 
- que pode ser proposta por qualquer interessado 
- com o objetivo de tornar viável o exercício de 
- direitos e liberdades constitucionais ou 
- de prerrogativas relacionadas com nacionalidade, soberania ou cidadania 
- e que não estão sendo possíveis de ser exercidos 
- em virtude da falta, total ou parcial, de norma regulamentando estes direitos. 
 
"O mandado de injunção (MI) é instrumento processual instituído especialmente para fiscalizar e corrigir, 
concretamente, as omissões do Poder Público em editar as normas necessárias para tornar efetivos direitos e 
liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania (art. 5º, LXXI, da 
Constituição)”.
2 
 
SÍNDROME DA INEFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
Se o legislador não edita as normas regulamentadoras necessárias ao exercício dos direitos 
constitucionais, há, neste caso, uma omissão inconstitucional, ou seja, um comportamento omissivo que ofende 
a própria Constituição. 
 
Essa omissão na edição do regulamento faz com que as normas constitucionais tornem-se inefetivas 
(ineficazes, na prática). Quando isso acontece, a doutrina afirma que há um fenômeno nocivo chamado de 
 
2
 BERNARDES, Juliano Taveira; FERREIRA, Olavo Augusto Vianna Alves. Direito Constitucional. Tomo II - Direito 
Constitucional Positivo. 5ª ed., Salvador: Juspodivm, 2016, p. 230. 
5 
"síndrome da inefetividade das normas constitucionais". Nesse sentido: LENZA, Pedro. Direito Constitucional 
esquematizado. 19ª ed., São Paulo: Saraiva, 2015, p. 1252. 
 
O constituinte previu dois instrumentos para resolver a síndrome da falta de efetividade das normas 
constitucionais: o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão. 
 
Neste artigo, conforme já adiantei, irei tratar unicamente sobre o mandado de injunção. 
 
ORIGEM DO INSTITUTO 
 
Alguns autores afirmam que a inspiração do mandado de injunção seria o writ of injunction existente no 
direito norte-americano. Outros mencionam, ainda, alguns institutos do direito lusitano. No entanto, a doutrina 
majoritária afirma que o mandado de injunção não encontra similitude no direito estrangeiro, sendo 
considerado um instrumento tipicamente brasileiro, com contornos próprios. Nesse sentido: MORAES, 
Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2016, p. 295. 
 
LEI Nº 13.300/2016 
 
O mandado de injunção, como visto acima, está previsto no art. 5º, LXXI, da CF/88. 
 
Durante muitos anos, não houve lei regulamentando o instituto. 
 
O STF, no entanto, afirmou que, mesmo sem lei, já era possível impetrar mandado de injunção porque o 
art. 5º, LXXI, da CF/88 sempre foi autoaplicável. Nesse sentido: STF. Plenário. MI 107 QO, Rel. Min. Moreira 
Alves, julgado em 23/11/1989. 
 
Antes da edição da Lei do MI, aplicava-se, por analogia, as regras procedimentais do mandado de 
segurança. 
 
Com muitos anos de atraso, finalmente foi editada a Lei nº 13.300/2016, quedisciplina o processo e o 
julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. 
 
ESPÉCIES 
 
Existem duas espécies de mandado de injunção: 
 
6 
a) INDIVIDUAL: proposto por qualquer pessoa física ou jurídica, em nome próprio, defendendo 
interesse próprio, isto é, pedindo que o Poder Judiciário torna viável o exercício de um direito, 
liberdade ou prerrogativa seu e que está impossibilitado pela falta de norma regulamentadora. 
 
b) COLETIVO: proposto por legitimados restritos previstos na Lei, em nome próprio, mas defendendo 
interesses alheios. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de 
injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de 
pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria (art. 12, parágrafo único, da LMI). O 
mandado de injunção coletivo não foi previsto expressamente pelo texto da CF/88, mas mesmo 
assim sempre foi admitido pelo STF e atualmente encontra-se disciplinado pela Lei nº 13.300/2016. 
 
ESPÉCIES DE AUSÊNCIA DE NORMA REGULAMENTADORA 
 
Conforme vimos, o mandado de injunção é concedido quando a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
 
Essa falta da norma regulamentadora pode ser: 
 
a) TOTAL: quando não houver norma alguma tratando sobre a matéria; 
 
b) PARCIAL: quando existir norma regulamentando, mas esta regulamentação for insuficiente e, em 
virtude disso, não tornar viável o exercício pleno do direito, liberdade ou prerrogativa prevista na 
Constituição. 
 
A possibilidade de MI em caso de omissão parcial foi uma importante previsão do parágrafo único do 
art. 2º da Lei nº 13.300/2016 e que será bastante explorada nas provas de concurso. 
 
NATUREZA DA NORMA REGULAMENTADORA 
 
O mandado de injunção só cabe quando houver falta de norma regulamentadora, ou seja, de um ato 
normativo de caráter geral e abstrato. 
 
O ato normativo que está faltando pode ser de duas espécies: 
 
a) ADMINISTRATIVO: quando o responsável pela sua edição é um órgão, entidade ou autoridade 
administrativo. Ex: um decreto, uma resolução administrativa etc. 
7 
 
OBS: se o que estiver faltando for um ato administrativo material, não será caso de mandado de injunção. 
 
b) LEGISLATIVO: quando o direito constitucional está inviabilizado pela falta de uma lei. 
 
DIFERENÇAS ENTRE MANDADO DE INJUNÇÃO E AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR 
OMISSÃO 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO 
Natureza e finalidade 
Trata-se de processo no qual é discutido um direito 
subjetivo. A finalidade é viabilizar o exercício de um 
direito. Há, portanto, controle concreto de 
constitucionalidade. 
Natureza e finalidade 
A finalidade é declarar que há uma omissão, já que 
não existe determinada medida necessária para 
tornar efetiva uma norma constitucional. 
Estamos diante, portanto, de processo objetivo, em 
que há controle abstrato de constitucionalidade. 
Cabimento 
Cabível quando faltar norma regulamentadora de 
direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e 
à cidadania. 
 
Cabimento 
Cabível quando faltar norma regulamentadora 
relacionada com qualquer norma constitucional de 
eficácia limitada. 
Legitimados ativos 
MI individual: pessoas naturais ou jurídicas que se 
afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas. 
MI coletivo: estão previstos no art. 12 da Lei nº 
13.300/2016. 
Legitimados ativos 
Os legitimados da ADI por omissão estão descritos no 
art. 103 da CF/88. 
Competência 
A competência para julgar a ação dependerá da 
autoridade que figura no polo passivo e que possui 
atribuição para editar a norma. 
 
Competência 
Se relacionada com norma da CF/88: STF. 
Se relacionada com norma da CE: TJ. 
Efeitos da decisão 
Reconhecido o estado de mora legislativa, será 
deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado 
Efeitos da decisão 
Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o 
Judiciário dará ciência ao Poder competente para que 
este adote as providências necessárias. 
8 
promova a edição da norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o 
exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as 
condições em que poderá o interessado promover 
ação própria visando a exercê-los, caso não seja 
suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
 
OBS: será dispensada a determinação a que se refere 
o inciso I quando comprovado que o impetrado 
deixou de atender, em mandado de injunção anterior, 
ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
Se for órgão administrativo, este terá um prazo de 30 
dias para adotar a medida necessária. 
Se for o Poder Legislativo, não há prazo. 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO ESTADUAL 
 
É possível que exista mandado de injunção no âmbito estadual, desde que isso seja previsto na 
respectiva Constituição Estadual (art. 125, § 1º, da CF/88). Vale ressaltar que o MI estadual também deverá 
observar as normas procedimentais da Lei nº 13.300/2016. 
 
2 LEGITIMIDADE 
 
Assim como ocorre no mandado de segurança, a nomenclatura no mandado de injunção é impetrante 
(requerente) e impetrado (requerido). 
 
LEGITIMIDADE ATIVA DO MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL 
 
São legitimados para impetrar mandado de injunção individual: 
 
1) As pessoas naturais; ou 
 
2) As pessoas jurídicas 
 
...que se afirmam titulares dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
 
9 
Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se 
afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o 
Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. 
 
O art. 3º da Lei do MI, ao reconhecer legitimidade ativa às pessoas "que se afirmam titulares", adota a 
"teoria da asserção". Para essa teoria, a legitimidade ad causam deve ser analisada à luz das afirmações feitas 
pelo autor na petição inicial, devendo o julgador considerar a relação jurídica deduzida em juízo in status 
assertionis, isto é, à vista do que se afirmou. Em outras palavras, se o autor afirma que é titular daquele direito, 
para fins de legitimidade deve-se tomar essa afirmação como sendo verdadeira. Ao final do processo, pode-se 
até reconhecer que ele não é realmente titular, mas aí já será uma decisão de mérito. Para fins de 
reconhecimento de legitimidade e processamento da ação, basta que o autor se afirme titular. 
 
LEGITIMIDADE ATIVA DO MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO 
 
Os legitimados ativos do mandado de injunção coletivo estão previstos no art. 12 da LMI e variam de 
acordo com a tutela requerida. Vejamos: 
 
LEGITIMADO SITUAÇÃO 
I – MINISTÉRIO PÚBLICO 
Quando a tutela requerida for especialmente 
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático ou dos interesses sociais ou individuais 
indisponíveis. 
II – PARTIDO POLÍTICO (com representação no 
Congresso Nacional) 
Para assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas de seus integrantes ou relacionados 
com a finalidade partidária. 
III – ORGANIZAÇÃO SINDICAL, ENTIDADE DE CLASSE 
OU ASSOCIAÇÃO (legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 ano) 
Para assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de 
seus membros ou associados, na forma de seus 
estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial. 
IV – DEFENSORIA PÚBLICA 
Quando a tutela requerida for especialmente 
relevante para a promoção dos direitos humanos e a 
defesa dos direitos individuais e coletivos dos 
necessitados,na forma do inciso LXXIV do art. 5º da 
CF/88. 
 
10 
OBS: repare que o rol dos legitimados ativos do mandado de injunção coletivo é maior do que os legitimados 
que podem propor mandado de segurança coletivo (art. 21 da Lei nº 12.016/2009), sendo de se destacar a 
legitimidade do MP e da Defensoria Pública. 
 
OBS: os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os 
pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe 
ou categoria (art. 12, parágrafo único). 
 
* #OLHAOSUPERGANCHO #IMPORTANTE: 
O STF admitiu a possibilidade de habeas corpus coletivo. O habeas corpus se presta a salvaguardar a liberdade. 
Assim, se o bem jurídico ofendido é o direito de ir e vir, quer pessoal, quer de um grupo determinado de 
pessoas, o instrumento processual para resgatá-lo é o habeas corpus, individual ou coletivo. A ideia de admitir a 
existência de habeas corpus coletivo está de acordo com a tradição jurídica nacional de conferir a maior 
amplitude possível ao remédio heroico (doutrina brasileira do habeas corpus). Apesar de não haver uma 
previsão expressa no ordenamento jurídico, existem dois dispositivos legais que, indiretamente, revelam a 
possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art. 654, § 2º e do art. 580, ambos do CPP. O art. 654, § 2º 
estabelece que compete aos juízes e tribunais expedir ordem de habeas corpus de ofício. O art. 580 do CPP, por 
sua vez, permite que a ordem concedida em determinado habeas corpus seja estendida para todos que se 
encontram na mesma situação. Assim, conclui-se que os juízes ou Tribunais podem estender para todos que se 
encontrem na mesma situação a ordem de habeas corpus concedida individualmente em favor de uma pessoa. 
Existem mais de 100 milhões de processos no Poder Judiciário, a cargo de pouco mais de 16 mil juízes, exigindo 
do STF que prestigie remédios processuais de natureza coletiva com o objetivo de emprestar a máxima eficácia 
ao mandamento constitucional da razoável duração do processo e ao princípio universal da efetividade da 
prestação jurisdicional. Diante da inexistência de regramento legal, o STF entendeu que se deve aplicar, por 
analogia, o art. 12 da Lei nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados para propor mandado de injunção 
coletivo. Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo: 1) o Ministério Público; 2) o 
partido político com representação no Congresso Nacional; 3) a organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano; 4) a Defensoria Pública. STF. 
2ª Turma. HC 143641/SP. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/2/2018 (Info 891). 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA (TANTO DO INDIVIDUAL, COMO DO COLETIVO): 
 
O mandado de injunção deverá ser impetrado contra: 
 
1) O Poder; 
 
11 
2) O órgão; ou 
 
3) A autoridade. 
 
...que tenha atribuição para editar a norma regulamentadora. 
 
O mais comum é que o direito, liberdade ou prerrogativa esteja sendo inviabilizado pela falta de uma lei. 
Nestes casos, a omissão seria, em regra, do Poder Legislativo. 
 
É importante ressaltar, no entanto, que se esta lei é de iniciativa reservada do chefe do Poder Executivo, 
do Supremo Tribunal Federal, do Procurador Geral da República etc., a omissão, em princípio, não será do Poder 
Legislativo, já que os parlamentares não poderão iniciar o projeto de lei tratando sobre o tema. Em tais 
exemplos, se ainda não houver projeto de lei tramitando no Congresso Nacional, o mandado de injunção deverá 
ser impetrado contra o Presidente da República, contra o Presidente do STF ou contra o PGR para que eles 
apresentem a proposição ao parlamento. 
 
Se já houver projeto de lei tramitando, mas este ainda não ter sido votado, temos aí uma mora do Poder 
Legislativo em deliberar o assunto. Trata-se da chamada inertia deliberandi. Logo, o mandado de injunção será 
contra o Congresso Nacional. 
 
Algumas outras vezes, a norma faltante é um ato normativo infralegal (exs: um decreto, uma resolução, 
uma instrução normativa). Em tais hipóteses, o mandado de injunção deverá ser impetrado contra o órgão ou 
autoridade que tenha a atribuição para editar o mencionado ato. Ex: mandado de injunção contra o CONTRAN 
pela não-edição de uma determinada resolução de trânsito. 
 
 
3 COMPETÊNCIA 
 
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
 
As regras de competência para impetrar o mandado de injunção são disciplinadas na própria 
Constituição Federal e variam de acordo com o órgão ou a autoridade responsável pela edição da norma 
regulamentadora. Confira: 
 
COMPETÊNCIA 
QUANDO A ATRIBUIÇÃO PARA ELABORAR A NORMA 
FOR DO(A)(S) 
12 
STF 
(art. 102, I, "q") 
• Presidente da República 
• Congresso Nacional 
• Câmara dos Deputados 
• Senado Federal 
• Mesas da Câmara ou do Senado 
• Tribunal de Contas da União 
• Tribunais Superiores 
• Supremo Tribunal Federal. 
STJ 
(art. 105, I, "h") 
órgão, entidade ou autoridade federal, excetuados os 
casos de competência do STF e dos órgãos da Justiça 
Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da 
Justiça Federal. 
Juízes e Tribunais da Justiça Militar, Justiça Eleitoral, 
Justiça do Trabalho 
órgão, entidade ou autoridade federal nos assuntos 
de sua competência. 
Juízes Federais e TRFs 
órgão, entidade ou autoridade federal, se não for 
assunto das demais "Justiças" e desde que não seja 
autoridade sujeita à competência do STJ. 
Ex: compete à Justiça Federal julgar MI em que se 
alega omissão do Conselho Nacional de Trânsito 
(CONTRAN) na edição de norma de trânsito que seria 
de sua atribuição (STJ MI 193/DF). 
Juízes estaduais e TJs 
órgão, entidade ou autoridade estadual, na forma 
como disciplinada pelas Constituições estaduais. 
 
COMPETÊNCIAS RECURSAIS ENVOLVENDO MI EXPRESSAMENTE PREVISTAS NA CF/88 
 
1) Compete ao STF julgar, em recurso ordinário, o mandado de injunção decidido em única instância 
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão (art. 102, II, "a", da CF/88). 
 
2) Compete ao TSE julgar o recurso interposto pelo autor contra a decisão do TRE que denegar 
mandado de injunção (art. 121, § 4º, V). 
 
4 PROCEDIMENTO 
 
REGRAMENTO 
 
13 
O procedimento do mandado de injunção é disciplinado pela Lei nº 13.300/2016. Caso ela não preveja 
solução para alguma situação, o intérprete deverá aplicar, subsidiariamente, as regras contidas na Lei do 
Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009) e no novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015). 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
A petição inicial do mandado de injunção deverá preencher os requisitos previstos nos arts. 319 e 320 
do CPC/2015. 
 
Se a inicial não cumprir os requisitos legais ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar 
o julgamento de mérito, o juiz ou Relator deverá determinar que o impetrante, no prazo de 15 (quinze) dias, 
emende-a ou complete-a, devendo o magistrado indicar com precisão o que deve ser corrigido ou completado 
(art. 321 do CPC/2015). Se o autor não cumprir a diligência, a petição inicial será indeferida. 
 
PETIÇÃO INICIAL DEVE INDICAR O IMPETRADO E A PESSOA JURÍDICA 
 
Na petição inicial, o autor deverá indicar não apenas o órgão impetrado, mas também a pessoa jurídica 
que ele integra ou está vinculado (art. 4º da LMI). 
 
Ex: se o mandado de injunção é proposto em razão da demora do Presidente da República em 
encaminhar projeto de lei ao Congresso Nacional, a ação deverá indicar o Presidente (órgão impetrado) e 
também a União (pessoa jurídica que ele integra). 
 
Trata-se de regra semelhante à existente para o MS (art. 6º da Lei nº 12.016/2009). 
 
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
 
A petição inicial do mandado de injunção deverá ser desde logo indeferida quando a impetração for: 
 
1) Manifestamente incabível; ou 
 
2) Manifestamente improcedente. 
 
Manifestamente incabível:ocorre quando faltar algum pressuposto processual. Aplica-se aqui as 
hipóteses previstas no art. 330 do CPC/2015. Ex: parte manifestamente ilegítima. 
 
14 
Manifestamente improcedente: ocorre quando o mérito do pedido for claramente improcedente. Ex: se 
a lei requerida já foi editada. Aplica-se aqui também as causas de improcedência liminar previstas no art. 332 do 
CPC/2015. 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
 
Antes de indeferir a petição inicial, o magistrado deve aplicar o disposto no art. 321 do CPC/2015, dando 
oportunidade à parte para sanar o vício. Nesse sentido: Enunciado 392 do FPPC. 
 
RECURSO CONTRA O INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
 
A) Se o indeferimento da petição inicial for feito pelo JUIZ (em 1ª instância): será realizado por meio de 
sentença, que desafia apelação, admitindo-se até que o magistrado faça juízo de retratação, se 
assim entender (art. 331 do CPC/2015). 
 
B) Se o indeferimento ocorrer por decisão monocrática do RELATOR (em processos de competência 
originária do Tribunal): o recurso cabível é o agravo interno. 
 
Muito cuidado neste ponto. O agravo interno de que trata esta situação é o previsto no art. 6º, 
parágrafo único, da Lei nº 13.300/2016, não se aplicando, portanto, o art. 1.021 do CPC/2015. Isso é importante 
porque o agravo interno previsto no CPC/2015 tem prazo de 15 dias, mas a Lei do MI, que é especial, fixa o 
prazo reduzido de 5 dias. 
 
Agravo interno do CPC/2015: 15 dias. 
 
Agravo interno da Lei do MI: 5 dias. 
 
15 
Art. 6º (...) Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco) 
dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração. 
 
OBS: aqui também são dias úteis. Isso porque a LMI não traz regra diferente, devendo-se, portanto, aplicar o 
art. 219 do CPC/2015. 
 
CÓPIAS DA PETIÇÃO INICIAL E DOS DOCUMENTOS 
 
O autor deverá apresentar a petição inicial e os documentos que a instruem acompanhados de tantas 
vias (cópias) quantos forem os impetrados (art. 4º, § 1º da LMI). 
 
Se a petição for transmitida por meio eletrônico (processo eletrônico), não serão necessárias as cópias. 
 
DOCUMENTO EM REPARTIÇÃO PÚBLICA OU NA POSSE DE AUTORIDADE OU DE TERCEIRO 
 
O autor, na petição inicial, poderá alegar que não conseguiu juntar determinado documento que seria 
necessário para que ele provasse suas alegações em virtude de ele se encontrar nos arquivos de um órgão 
público ou em poder de autoridade ou de terceiro e de não ter conseguido obter uma certidão ou cópia. Em tal 
situação, o autor deverá requerer que o juízo requisite do órgão, da autoridade ou do terceiro que apresente 
este documento. Veja: 
 
Art. 4º (...) 
§ 2º Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se em repartição ou estabelecimento 
público, em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, ou em 
cópia autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias, 
devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição. 
 
§ 3º Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será feita no próprio instrumento da 
notificação. 
 
PROVIDÊNCIAS A SEREM TOMADAS APÓS O RECEBIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL (ART. 5º) 
 
Recebida a petição inicial, o juiz ou Relator dará um despacho ordenando: 
 
16 
I - a notificação do impetrado (ex: Presidente da República) sobre o conteúdo da petição inicial, 
devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 
10 (dez) dias, preste informações; 
 
II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada 
(ex: AGU), devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito. 
 
MANIFESTAÇÃO DO MP (ART. 7º) 
 
Após terminar o prazo para o impetrado prestar as suas informações, tendo ele apresentado ou não, 
será ouvido o Ministério Público, que deverá oferecer parecer no prazo de 10 dias. 
 
SENTENÇA OU ACÓRDÃO 
 
Esgotado o prazo para manifestação do MP, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão 
(sentença ou acórdão). 
 
LIMINAR 
 
A Lei nº 13.300/2016 não prevê a possibilidade de concessão de medida liminar. 
 
Antes da regulamentação, o STF já possuía precedentes afirmando não ser cabível liminar. 
 
5 EFICÁCIA OBJETIVA DA DECISÃO 
 
Um dos pontos mais polêmicos a respeito do mandado de injunção diz respeito aos efeitos da decisão 
que julga esta ação. Sobre o tema, existem as seguintes correntes: 
 
5.1 CORRENTE NÃO-CONCRETISTA 
 
Segundo esta posição, o Poder Judiciário, ao julgar procedente o mandado de injunção, deverá apenas 
comunicar o Poder, órgão, entidade ou autoridade que está sendo omisso. 
 
17 
Para os defensores desta posição, o Poder Judiciário, por conta do princípio da separação dos Poderes, 
não pode criar a norma que está faltando nem determinar a aplicação, por analogia, de outra que já exista e que 
regulamente situações parecidas. 
 
É uma posição considerada mais conservadora e foi adotada pelo STF (MI 107/DF) até por volta do ano 
de 2007. 
 
5.2 CORRENTE CONCRETISTA 
 
Para esta corrente, o Poder Judiciário, ao julgar procedente o mandado de injunção e reconhecer que 
existe a omissão do Poder Público, deverá editar a norma que está faltando ou determinar que seja aplicada, ao 
caso concreto, uma já existente para outras situações análogas. 
 
É assim chamada porque o Poder Judiciário irá "concretizar" uma norma que será utilizada a fim de 
viabilizar o direito, liberdade ou prerrogativa que estava inviabilizada pela falta de regulamentação. 
 
I – Quanto à necessidade ou não de concessão de prazo para o impetrado, a posição concretista pode 
ser dividida em: 
 
a) Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar uma solução para viabilizar o direito 
do autor e isso deverá ocorrer imediatamente (diretamente), não sendo necessária nenhuma outra 
providência, a não ser a publicação do dispositivo da decisão. 
 
b) Corrente concretista intermediária: ao julgar procedente o mandado de injunção, o Judiciário, 
antes de viabilizar o direito, deverá dar uma oportunidade ao órgão omisso para que este possa 
elaborar a norma regulamentadora. Assim, a decisão judicial fixa um prazo para que o Poder, 
órgão, entidade ou autoridade edite a norma que está faltando. 
 
Caso esta determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder Judiciário poderá 
viabilizar o direito, liberdade ou prerrogativa. 
 
II – Quanto às pessoas atingidas pela decisão, a corrente concretista pode ser dividida em: 
 
a) Corrente concretista individual: a solução "criada" pelo Poder Judiciário para sanar a omissão 
estatal valerá apenas para o autor do MI. 
 
18 
Ex: na corrente concretista intermediária individual, quando expirar o prazo, caso o impetrado não edite 
a norma faltante, a decisão judicial garantirá o direito, liberdade ou prerrogativa apenas ao impetrante. 
 
b) Corrente concretista geral: a decisão que o Poder Judiciário der no mandado de injunção terá 
efeitos erga omnes e valerá para todas as demais pessoas que estiverem na mesma situação. Em 
outras palavras, o Judiciário irá "criar" uma saída que viabilize o direito, liberdade ou prerrogativa e 
esta solução valerá para todos. 
 
Ex: na correnteconcretista intermediária geral, quando expirar o prazo assinalado pelo órgão judiciário, 
se não houver o suprimento da mora, a decisão judicial irá garantir o direito, liberdade ou prerrogativa com 
eficácia ultra partes ou erga omnes. 
 
5.3 POSIÇÃO ADOTADA NO DIREITO BRASILEIRO 
 
QUAL É A POSIÇÃO ADOTADA PELO STF? 
 
A Corte inicialmente consagrou a corrente não-concretista. No entanto, em 2007 houve 
um overruling (superação do entendimento jurisprudencial anterior) e o STF adotou a corrente concretista 
direta geral (STF. Plenário. MI 708, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/10/2007). 
 
A LEI Nº 13.300/2016 TRATOU SOBRE O TEMA? 
 
SIM. Aumentando a polêmica em torno do assunto, a Lei nº 13.300/2016 determina, como regra, a 
aplicação da corrente concretista individual intermediária. Acompanhe: 
 
PRIMEIRA PROVIDÊNCIA É FIXAR PRAZO PARA SANAR A OMISSÃO: 
 
Se o juiz ou Tribunal reconhecer o estado de mora legislativa, será deferida a injunção (= ordem, 
imposição) para que o impetrado edite a norma regulamentadora dentro de um prazo razoável estipulado pelo 
julgador. 
 
SEGUNDA ETAPA, CASO O IMPETRADO NÃO SUPRA A OMISSÃO: 
 
Se esgotar o prazo fixado e o impetrado não suprir a mora legislativa, o juiz ou Tribunal deverá: 
 
19 
1) Estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados; ou 
 
2) Se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-
los. 
 
EXCEÇÃO EM QUE A PRIMEIRA PROVIDÊNCIA PODERÁ SER DISPENSADA: 
 
O juiz ou Tribunal não precisará adotar a primeira providência (fixar prazo) e já poderá passar direto 
para a segunda etapa, estabelecendo as condições, caso fique comprovado que já houve outro(s) mandado(s) 
de injunção contra o impetrado e que ele deixou de suprir a omissão no prazo que foi assinalado nas ações 
anteriores. 
 
Em outras palavras, se já foram concedidos outros mandados de injunção tratando sobre o mesmo tema 
e o impetrado não editou a norma no prazo fixado, não há razão lógica para estipular novo prazo, devendo o 
juiz ou Tribunal, desde logo, estabelecer as condições para o exercício do direito ou para que o interessado 
possa promover a ação própria. 
 
EM SUMA: 
 
Desse modo, em regra, a Lei nº 13.300/2016 determina a adoção da corrente concretista intermediária 
(art. 8º, I). Caso o prazo para a edição da norma já tenha sido dado em outros mandados de injunção 
anteriormente propostos por outros autores, o Poder Judiciário poderá veicular uma decisão concretista direta 
(art. 8º, parágrafo único). 
 
Veja o texto do art. 8º, que é o ponto mais importante da Lei nº 13.300/2016: 
 
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; 
 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas 
reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a 
exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o 
impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
20 
 
E QUANTO À EFICÁCIA SUBJETIVA, A LEI Nº 13.300/2016 ADOTOU A CORRENTE INDIVIDUAL OU 
GERAL? 
 
Em regra, a corrente individual. 
 
1) No mandado de injunção individual, em regra, a decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes 
(art. 9º). 
 
2) No mandado de injunção coletivo, em regra, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas 
integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante (art. 
13). 
 
EXCEPCIONALMENTE, SERÁ POSSÍVEL CONFERIR EFICÁCIA ULTRA PARTES OU ERGA OMNES 
 
A Lei nº 13.300/2016 afirma que poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, 
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da 
impetração (art. 9º, § 1º). 
 
Essa possibilidade se aplica tanto para o MI individual como para o coletivo (art. 13). 
 
6 COISA JULGADA NO MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO 
 
A Lei nº 13.300/2016 traz uma regra específica sobre a coisa julgada no mandado de injunção coletivo: 
 
Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes 
da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos 
§§ 1º e 2º do art. 9º. 
 
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os 
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no 
prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva. 
 
7 SUPERVENIÊNCIA DA NORMA REGULAMENTADORA 
 
21 
Suponha que determinado autor ajuizou mandado de injunção questionando a ausência de norma que 
seria necessária para o exercício de seu direito. Durante a tramitação, antes de ser prolatada a decisão, o 
Poder Público supre a omissão e edita a norma faltante. O que acontece neste caso? 
 
O mandado de injunção fica prejudicado e o processo deverá ser extinto sem resolução de mérito (art. 
11, parágrafo único, da LMI). 
 
Imagine agora que determinado autor ingressou com mandado de injunção que foi julgado 
procedente e o Poder Judiciário, após conferir prazo ao impetrado, diante de sua omissão, "criou" uma norma 
para assegurar o direito ao requerente. Anos mais tarde, é finalmente editada a lei que regulamenta esse 
direito. A situação deste autor continuará sendo regida pela norma "criada" pela decisão judicial ou pela nova 
lei que foi publicada? 
 
Pela nova lei. A partir do momento em que entra em vigor, a norma regulamentadora que estava 
faltando passa a reger todas as situações que ela disciplinar, mesmo que já tenha havido decisão transitada em 
julgado em mandado de injunção "criando" outra solução para o caso concreto. 
 
E os efeitos jurídicos produzidos antes da vigência da norma serão afetados pela lei editada? 
 
Como regra, não. Em regra, a lei editada não modifica os efeitos que a decisão do MI já produziu. A 
norma produz efeitos apenas a partir de sua vigência. 
 
Há, no entanto, uma exceção: a norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex tunc caso 
ela seja mais favorável ao beneficiário (autor do MI que foi julgado procedente no passado). 
 
Veja o que previu a Lei nº 13.300/2016: 
 
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por 
decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. 
 
8 AÇÃO DE REVISÃO 
 
A Lei nº 13.300/2016 prevê a possibilidade de ser proposta ação de revisão da decisão concessiva do 
mandado de injunção. Confira: 
 
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, 
quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito. 
22 
 
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta Lei. 
 
NÃO CONFUNDIR COM AÇÃO RESCISÓRIA 
 
Não se trata de ação rescisória. O objetivo aqui não é desconstituir a coisa julgada que foi formada, mas 
sim o de rediscutir a aplicabilidade da decisão oferecida pelo Poder Judiciário diante da modificação das 
circunstâncias de fato e de direito. 
 
MUDANÇA NOS ELEMENTOS FÁTICOS OU JURÍDICOS 
 
A revisão da decisão está condicionada à comprovação de que houve uma mudança relevante nas 
circunstâncias de fato ou de direito que motivaram a solução dada pelo Poder Judiciário. 
 
EFEITOS JURÍDICOS PERMANECEM INTACTOS 
 
Caso a ação derevisão seja julgada procedente, os efeitos jurídicos já produzidos pela decisão no MI 
permanecem hígidos. 
 
COMPETÊNCIA 
 
Será competente para a ação de revisão o juízo que proferiu a decisão no mandado de injunção. 
 
9 OBSERVAÇÕES FINAIS 
 
MI JULGADO IMPROCEDENTE POR FALTA DE PROVAS PODERÁ SER REPROPOSTO 
 
O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração, desde 
que fundada em outros elementos probatórios (art. 9º, § 3º). 
 
Em geral, são propostos vários mandados de injunção individuais tratando sobre o mesmo tema (ex: 
diversos servidores públicos que dependem de uma lei para viabilizar um direito constitucional). Após ser 
julgado procedente o primeiro MI, aplicando-se uma norma para o caso concreto, é possível que o Tribunal 
"aproveite" essa decisão para os demais processos? 
 
23 
SIM. Transitada em julgado a decisão que julgou procedente o mandado de injunção, seus efeitos 
poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator (art. 9º, § 2º, da LMI). 
 
10 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO 
 
DIPLOMA DISPOSITIVOS 
Constituição Federal Art. 5º, LXXI 
Lei 13.300/2016 Integralidade 
 
11 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 
 
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http://www.dizerodireito.com.br/2016/06/primeiros-comentarios-lei-133002016-lei.html.

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