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2 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
Art. 5º LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania; 
 
1. Histórico no Brasil 
 
“A Constituição é caracteristicamente o estatuto do homem. É sua marca de fábrica. O inimigo mortal do homem é 
a miséria. O estado de direito, consectário da igualdade, não pode conviver com estado de miséria. Mais miserá-
vel do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria. 
 
Não lhe bastou, porém, defendê-lo contra os abusos originários do Estado e de outras procedências. Introduziu o 
homem no Estado, fazendo-o credor de direitos e serviços, cobráveis inclusive com o mandado de injunção...” 
Trecho Discurso Ulysses Guimarães – Promulgação da Constituição Federal de 1988, em 5 de outubro 
 
2. Conceito 
 
Alexandre de Moraes: O Mandado de Injunção consiste em uma ação constitucional de caráter civil, e de proce-
dimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, 
uma liberdade ou uma prerrogativa previsto na Constituição Federal. 
 
José Afonso da Silva: “meio de invocar a atividade jurisdicional para buscar a aplicação concreta da norma consti-
tucional atribuidora de direitos à falta de regulamentação que lhe dê eficácia e aplicabilidade genérica”. 
 
- Remédio Constitucional que visa defender “direitos fundamentais” dependentes de regulamentação. 
Segundo a doutrina majoritária, “direitos fundamentais” são os de primeira, segunda ou terceira dimensão. 
 
3. Natureza jurídica 
 
4. Base Legal: art. 5º, LXXI, Lei 13.300/16 
 
5. Modalidades 
 
a) Mandado de injunção individual – poderá ser impetrado por pessoa natural ou jurídica, nacional ou estrangeira, 
cujo direito esteja à míngua de uma norma que o regulamente. 
 
b) Mandado de injunção coletivo 
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: 
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, 
do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; 
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberda-
des e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; 
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há 
pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade 
ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalida-
des, dispensada, para tanto, autorização especial; 
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos 
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da 
Constituição Federal. 
 
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os 
pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou 
categoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
SÚMULAS STF 
 
Súmula 629 
A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO POR ENTIDADE DE CLASSE EM FAVOR DOS 
ASSOCIADOS INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES. 
 
Súmula 630 
A ENTIDADE DE CLASSE TEM LEGITIMAÇÃO PARA O MANDADO DE SEGURANÇA AINDA QUANDO A 
PRETENSÃO VEICULADA INTERESSE APENAS A UMA PARTE DA RESPECTIVA CATEGORIA. 
 
6. Pressupostos do remédio 
 
Impossibilidade de exercício do direito fundamental previsto na Constituição 
+ 
Inexistência da “Lei” (lei ordinária, complementar...) 
 
"Os agravantes objetivam a regulamentação da atividade de jogos de bingo, mas não indicam o dispositivo consti-
tucional que expressamente enuncie esse suposto direito. Para o cabimento do mandado de injunção, é impres-
cindível a existência de um direito previsto na Constituição que não esteja sendo exercido por ausência de norma 
regulamentadora. 
 
O mandado de injunção não é remédio destinado a fazer suprir lacuna ou ausência de regulamentação de direito 
previsto em norma infraconstitucional, e muito menos de legislação que se refere a eventuais prerrogativas a se-
rem estabelecidas discricionariamente pela União. 
 
No presente caso, não existe norma constitucional que confira o direito que, segundo os impetrantes, estaria à 
espera de regulamentação. Como ressaltou o PGR, a União não está obrigada a legislar sobre a matéria, porque 
não existe, na CF, qualquer preceito consubstanciador de determinação constitucional para se que legisle, especi-
ficamente, sobre exploração de jogos de bingo." (MI 766-AgR, Rel. Min.Joaquim Barbosa, julgamento em 21-10-
2009, Plenário, DJE de 13-11-2009.) No mesmo sentido: MI 4.345-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 23-5-
2013, Plenário, DJE de 1º-8-2013; MI 765-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 30-11-2011, Plená-
rio, DJE de 1º-2-2012. 
 
"Mandado de injunção. Alegada omissão legislativa quanto à elaboração da lei complementar a que se refere o § 
4º do art. 18 da CF, na redação dada pela EC 15/1996. Ilegitimidade ativa do Município impetrante. Inexistência de 
direito ou prerrogativa constitucional do Município cujo exercício esteja sendo obstaculizado pela ausência da lei 
complementar federal exigida pelo art. 18, § 4º, da Constituição. Mandado de injunção não conhecido." (MI 725, 
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-5-2007, Plenário, DJ de 21-9-2007.) 
 
“Aposentadoria especial. Servidor público portador de necessidades especiais: art. 40, § 4º, I, da CR. Aplicação 
das regras da LC 142/2013, que dispõem sobre aposentadoria de pessoa com deficiência segurada do Regime 
Geral de Previdência Social (RGPS).” (MI 1.885-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 22-5-2014, Plená-
rio, DJE de 13-6-2014.) 
 
DECISÃO RECENTE – INF. 789, STF 
O Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, denegou a ordem em mandado de injunção coletivo impe-
trado contra alegada omissão quanto à regulamentação do art. 40, § 4º, da CF, para fins de aposentadoria espe-
cial de ocupantes do cargo de oficial de justiça avaliador federal. 
 
O sindicato impetrante requeria, ainda, a aplicação analógica da disciplina prevista na LC 51/1985, no que regu-
lamenta a aposentadoria especial para servidor público policial — v. Informativos 594 e 764. A Corte afirmou que 
a eventual exposição a situações de risco — a que poderiam estar sujeitos os servidores ora substituídos — não 
garantiria direito subjetivo constitucional à aposentadoria especial. A percepção de gratificações ou adicionais de 
periculosidade, assim como o fato de poderem obter autorização para porte de arma de fogo de uso permitido (Lei 
10.826/2003, art. 10, § 1º, I, c/c o art. 18, § 2º, I, da IN 23/2005-DG-DPF, e art. 68 da Lei 8.112/1990) não seriam 
suficientes para reconhecer o direito à aposentadoria especial, em razão da autonomia entre o vínculo funcional e 
o previdenciário. 
 
http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=605584&pgI=1&pgF=100000
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=4190583
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1671402
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=487886&codigoClasse=373&numero=725&siglaRecurso=&classe=MI
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6154767
 
 
 
 
 
 
 
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4 
Os incisos do § 4º do art. 40 da CF utilizariam expressões abertas: “portadores de deficiência”, “atividades de ris-
co” e “condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física”. 
 
Dessa forma, a Constituição teria reservado a concretização desses conceitos aleis complementares, com relativa 
liberdade de conformação, por parte do legislador, para traçar os contornos dessas definições. 
 
A lei poderia prever critérios para identificação da periculosidade em maior ou menor grau, nos limites da discrici-
onariedade legislativa, mas o estado de omissão inconstitucional restringir-se-ia à indefinição das atividades ine-
rentemente perigosas. 
 
Quanto às atribuições dos oficiais de justiça, previstas no art. 143 do CPC, eles poderiam estar sujeitos a situa-
ções de risco, notadamente quando no exercício de suas funções em áreas dominadas pela criminalidade, ou em 
locais marcados por conflitos fundiários. 
 
No entanto, esse risco seria contingente, e não inerente ao serviço, ou seja, o perigo na atividade seria eventual. 
MI 833/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 11.6.2015. (MI-833) 
 
7. Polo passivo 
 
Art. 4°. A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além do ór-
gão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado. 
 
8. Participação do MP 
 
Art. 7°. Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que opinará em 10 
(dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão. 
 
9. Tutela de Urgência? 
 
10.Competência 
 
A competência para julgamento do MI será fixada de acordo com a autoridade/órgão omisso. 
Ex: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da Re-
pública, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Ca-
sas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribu-
nal Federal; 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou 
autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal 
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
 
E no plano dos Estados? Tribunal de Justiça 
G - Governador 
P - Prefeito de capital 
S - Secretário de Estado 
Mesa de Assembleia Legislativa 
 
Súmula 512 
Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11. Principais diferenças entre MI e ADO 
 
 NATUREZA JURÍDICA 
 FINALIDADE 
 LEGITIMIDADE ATIVA 
 
12. Jurisprudência do STF. Decisão final prevista na lei 13.300/16 
 
Art. 8°. Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas recla-
mados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, 
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o 
impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
 
13. Caso Concreto (XXII EXAME DE ORDEM) 
 
Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram o Sindicato ao qual são filiados, 
inconformados por não receberem adicional noturno do Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em 
razão da inexistência de lei estadual que regulamente as normas constitucionais que asseguram o seu pagamen-
to. 
 
O Sindicato resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o adequado remédio judicial, a 
fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados, da supramencionada prerrogativa constitucional, sa-
bendo que há a previsão do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno, no Art. 73 da Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
 
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo Sindicato, utilizando o instrumento 
constitucional adequado, elabore a medida judicial cabível. (Valor: 5,00) 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pre-
tensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
EXM°. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA 
(pular aproximadamente 5 linhas em todas as petições iniciais) 
Sindicato ..., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., com sede..., por seu advogado 
infra-assinado, conforme procuração anexa ...., com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, 
do CPC, com fundamento no art. 5º, LXXI da CRFB/88 e na Lei 13.300/16, vem impetrar MANDADO DE INJUN-
ÇÃO COLETIVO em face de ato omissivo do Governador do Estado Beta, que poderá ser encontrado na sede 
funcional...e do Estado Beta. 
 
I – SÍNTESE DOS FATOS 
Os associados do impetrante, servidores públicos do Estado Beta, que laboram no período da noite, desejam ter o 
exercício de seu direito ao adicional noturno, previsto no art. 7º, inciso IX, e no art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88, 
assegurado. 
 
Importante ressaltar que os referidos trabalhadores, portanto, não podem exercer o direito constitucional ao referi-
do adicional noturno em razão da falta da lei que a regulamente, o que enseja a propositura do mandado de injun-
ção ora apresentado. 
 
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
Na forma do art. 5º, LXXI, da CRFB/88, o mandado de injunção é o remédio constitucional responsável pela defe-
sa em juízo de direito fundamental previsto na Constituição ainda pendente de regulamentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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De acordo com o art. 2º da Lei 13.300/16: “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial 
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo ór-
gão legislador competente.”. 
 
O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos servidores públicos que exercem atividade laboral 
noturna, sendo garantido em razão da previsão constitucional contida no art. 7º, inciso IX e no art. 39, § 3º, ambos 
da CRFB/88. Trata-se, portanto, de um direito fundamental ainda pendente de regulamentação. 
 
Ademais, compete ao Tribunal de Justiça do Estado Beta processar e julgar originariamente o mandado de injun-
ção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Governador do Estado, podendo a compe-
tência da ação pode ser definida pelas Constituições dos Estados, de acordo com o 
art. 125, § 1º, da CRFB/88, observando-se o princípio da simetria entre os entes federativos. 
 
III- OMISSÃO INCONSTITUCIONAL 
 
Até 2007 o STF adotava a posição não concretista geral e de acordo com esse entendimento, em nome da har-
monia e separação entre os poderes (art. 2º, da CRFB/88), o Poder Judiciário não poderia suprir a omissão da 
norma faltante, tampouco fixar prazo para o legislador elaborar a lei, restando a sentença produzindo efeito ape-
nas para declarar a mora legislativa. 
 
Desde 2007, entretanto, o Tribunal vem mudando de entendimento e tem adotado posições concretistas, aplican-
do por analogia leis já existentes para suprir a omissão normativa, ora atribuindo efeitos subjetivos erga omnes, 
ora inter partes. 
 
No que tange especialmente à ausência da Lei Complementar anunciada pelo art. 40, § 4º, III, a Corte tem aplica-
do a Lei 8213/91, no que couber, até que sejasuprida a referida omissão inconstitucional. 
 
Apesar de todo o avanço jurisprudencial, a Lei 13.300/16, no art. 8º, adotou uma posição mais conservadora (con-
cretista intermediária) sobre a decisão do Mandado de Injunção. Senão vejamos: 
 
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; 
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas recla-
mados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, 
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o 
impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Ante todo o exposto, requer-se: 
a) a notificação da autoridade omissa no endereço fornecido na inicial, para que, querendo, preste as informações 
que entender pertinentes do caso; 
b) a ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica; 
c) a intimação do Representante do Ministério Público; 
d) a condenação do Impetrado em custas processuais; 
e) que seja reconhecida a omissão e o estado de mora legislativa, a fim de que seja concedida a ordem de injun-
ção coletiva; 
f) que seja determinado prazo razoável para que o Governador promova a edição da norma regulamentadora; 
g) que seja suprida a omissão normativa, garantindo-se a efetividade do direito à percepção do adicional noturno 
no percentual de 20% conforme disposições contidas no art. 73 da CLT; 
h) a juntada de documentos. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
Termos em que, 
pede deferimento 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
14. CASO HIPOTÉTICO 
 
 Poliana Sá é deficiente auditiva em razão da perda total da audição causada por má-formação, causa genética, 
nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. 
 Contornando as dificuldades e utilizando-se dos meios tecnológicos disponíveis na medicina, Poliana sempre 
teve uma vida normal, sendo realizada profissionalmente, tendo trabalhado durante trinta e dois anos como servi-
dora pública da AGU (Advocacia Geral da União). 
 Em consulta a um advogado constitucionalista, Poliana descobriu que poderia requerer aposentadoria especial, 
com base no art. 40, § 4º, I, da Constituição Federal de 1988. Após tentativa administrativa, o seu pedido foi ne-
gado pelo Poder Público sob a alegação da falta de lei complementar regulamentando a aposentadoria especial. 
 
Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Poliana, redija a petição inicial da 
ação cabível para a defesa dos interesses de sua cliente, atentando, necessariamente, para os seguintes aspec-
tos: 
a) competência do órgão julgador; 
b) legitimidade ativa e passiva; 
c) argumentos de mérito; 
d) requisitos formais da peça judicial proposta.

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