Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Atos Processuais Conceito de Ato Processual São atos processuais os atos que têm importância jurídica para a relação processual, isto é, aqueles atos que têm por efeito a constituição, a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a cessação da relação processual. Principal ato da parte é o que constitui a relação processual- petição inicial Principal ato do juiz no processo de conhecimento é a sentença. constituição: petição inicial, citação. conservação: o que repele o pedido de extinção do processo. desenvolvimento: intimações, designação de dia para audiência. modificação: habilitação de herdeiros pelo falecimento de uma das partes. extinção: sentença, a desistência da ação, a renúncia, a transação. Características próprias dos Atos Processuais Não se apresentam isoladamente: são sempre ligados e coordenados em uma série contínua, como os anéis de uma cadeia. Se ligam para um mesmo fim: preparar o ato final ( sentença. São interdependentes. Forma dos Atos Processuais Todo ato toma uma forma, pela qual ele se manifesta, se exterioriza. No processo vige o Principio do Formalismo. Alguns Princípios regulam a forma dos atos processuais: Princípio da Liberdade das Formas: os atos processuais podem ser realizados pela forma mais idônea para atingir seu fim. Art. 154 CPC Para os atos aos quais a lei não prescreve determinada forma, esta é livre, bastando que a forma seja idônea para realizar a finalidade do ato. Princípio da Instrumentalidade das Formas: final do artigo 154 CPC: “reputam-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial”. Art. 244 CPC: “será considerado válido o ato, se realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade”. Ex.: a citação (ato formal) irregularmente feita, porém o Réu compareceu na audiência e se defendeu. Principio da Documentação: em regra, o meio de expressão dos atos processuais é o escrito. Se o ato é de natureza a expressar-se oralmente, impõe-se sua documentação por escrito. Ex.: depoimentos, debates em audiência, se reduzem a termo escrito. Princípio da Publicidade: Art. 5º, LX CF Os atos processuais devem ser públicos, produzidos na presença das pessoas que quiserem assisti-los. A Publicidade é uma garantia de ordem pública e tem por finalidade garantir o controle da opinião pública nos serviços da justiça. Art. 444 CPC: As audiências são públicas; As sentenças são publicadas; Os autos podem ser consultados. Art. 155 CPC: Correm sem segredo de justiça. ( Regra do art. 156 CPC: obrigatoriedade do uso do vernáculo em todos os atos e termos do processo. Documento em língua estrangeira, acompanhado na versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado. Classificação dos Atos Processuais Quanto à origem dos atos – atos das partes / atos do juiz/ dos auxiliares da justiça. Dos Atos das Partes Dos Atos do Juiz ( art. 162 CPC De mero expediente: sem qualquer conteúdo decisório, tem por finalidade apenas impor a marcha normal do procedimento; por não ser uma decisão, não comporta interposição de recurso (art. 504 CPC). Também chamados de despachos – art. 162, § 3º. CPC Ex.: juntada, que mandar intimar perito, testemunhas, marcam data da audiência. não envolvem o direito, nem o interesse colocado em litígio pelas partes, Decisões interlocutórias: decidem de questões de natureza processual, sem encerramento do processo, são impugnáveis por via de agravo. Ex.: despacho que rejeita preliminar de ilegitimidade de parte, que repele alegação de litispendência ou coisa julgada, decisão que concede assistência gratuita. Sentenças: ato pelo qual o juiz extingue o processo, esgotando a sua atividade no feito. Podem ser: Meramente terminativas: quando encerram o processo sem julgamento do mérito (art. 267, CPC), fazem coisa julgada formal, possibilitam outra demanda. Definitivas: encerram o processo com julgamento do mérito (art. 269 CPC) Essas decisões, quando proferidas por órgãos colegiados, chamam-se acórdãos. As sentenças são impugnáveis por meio de recurso de apelação. Atos dos Auxiliares da Justiça - Arts. 166 a 171 CPC. Termos Processuais Em direito = + de um significado: 1.) “ato escrito”, dos mais simples ao mais complexos. Ex:. termo de juntada, termo de audiência. 2.) “limite de tempo”, “prazo”. Termo é a documentação de um ato, em que intervém o escrivão ou outro serventuário da justiça. O escrivão lavra um termo, ou toma por termo, a fim de documentar uma atividade, um ato processual. Além de escrita, é autêntica, ou seja, nela se reconhece o seu autor (que tem fé pública). Auto: termo que documenta atividades do juiz, peritos, arbitradores, avaliadores e partes, bem como de outros serventuários da justiça, quando essas atividades se realizam fora dos cartórios. Autos X Auto ( modalidade de termo. Autos: conjunto dos atos e termos do processo, podem ser originais ou suplementares (esses, formados por cópias). Tempo e Lugar dos Atos Processuais Dias úteis das 06:00 às 20:00 horas (não sábados, domingos e feriados) Feriado: art. 175 ( domingo e dias declarados por lei. Citação e penhora: fora do horário normal, se houver autorização judicial (art. 172, §2º) Lugar: na sede do juízo, no espaço reservado ao fórum. Por determinação do juiz podem ser praticados em local diverso, por motivo de ordem pública e pelo interesse da justiça. Prazos processuais O processo deve seguir até que seja proferida a sentença, da maneira mais célebre e econômica possível. Assim, aos sujeitos do processo é imposto o estabelecimento de prazos para o cumprimento dos atos processuais. A inobservância dos prazos acarreta: para a parte: a perda da faculdade processual concedida (preclusão). Ao juiz: a possibilidade de receber sanções administrativas. A lei traz (prevê) o prazo para o cumprimento dos atos. Em caso de omissão, cabe ao juiz fixá-lo (art. 177 CPC) No silêncio do juiz, vale o prazo de cinco dias (art. 185 CPC). Prazo é o espaço de tempo entre dois termos, inicial e final. A teoria dos prazos vincula-se a princípios informativos do processo. Paridade de Tratamento As partes devem ser colocadas em pé de igualdade, sendo que a cada uma delas devem ser concedidos prazos idênticos para a prática de idênticos atos processuais. Exceções: Art. 188 CPC, relevância, multiplicidade e complexidade de suas funções. Art. 182 CPC. condições do lugar, que impedem que a parte satisfaça razoavelmente seu dever processual. Brevidade O processo deve desenvolver-se e encerrar-se o mais breve possível, sem prejuízo do princípio da veracidade. Utilidade Os prazos devem ser suficientes para a prática dos atos processuais, compreender tempo bastante para que o ato seja praticado de forma conveniente ao processo. (arts. 189, 456 CPC). Continuidade O prazo é contínuo. Começado o prazo, esse segue até o seu final; não se interrompe nos feriados. - Art. 178 CPC Inalterabilidade: ao juiz não é licito alterar o prazo fixado por lei. Exceções: art. 183 CPC, quando a parte não praticar por justa causa comprovada, o juiz pode prorrogar. Art. 181: o juiz pode modificar prazo dilatório, a pedido das partes. Observação: Prazo peremptório não pode ser prorrogado, ainda que as partes estejam de acordo. (art. 182) Art. 186: a parte pode renunciar prazo estabelecido exclusivamente a seu favor. Art. 454: debates orais de 20 minutos + 10 minutos. Peremptoriedade: o prazo termina, fatalmente no dia do vencimento. (arts. 182 e 183 CPC). Preclusão: decorrido o prazo, está impossibilitada a pratica do ato, “perda de uma faculdade ou direito processual por se haver esgotado o prazo ou não ter sido exercido em momento oportuno”. (arts. 182 e 183 CPC) CLASSIFICAÇÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS Prazos Comuns e Particulares Comuns: estabelecidospara ambas as partes, para a prática de determinado ato. Ex: sentença parcialmente procedente. Particulares: aquele destinado à prática de ato a uma das partes. Ex. contestação, exceção. Prazos Legais e Judiciais Legais: são os definidos em lei, não tendo disponibilidade sobre estes, em princípio, nem o juiz nem as partes; Ex: art.177, 189, 190, 297, 508 CPC. Judiciais: são os fixados a critério do juiz, que deve utilizar como critério definidor a complexidade da causa.Ex: 182, 331,II. Convencionais: estabelecidos por convenção das partes, art.181 CPC. Prazos Dilatórios e Prazos Peremptórios A depender da disponibilidade ou não, pelas partes, quanto ao prazo Prazos dilatórios: são aqueles que podem ser alterados (reduzidos ou ampliados) pela vontade das partes ou pelo juiz. Ex: a lei autoriza o incremento do prazo para apresentação das alegações finais verbais. Prazos peremptórios: são aqueles inalteráveis pela vontade das partes ou por determinação judicial, e que, descumpridos, geram situação de desvalia para a parte omissa. Ex: prazo para apresentar resposta (contestação, reconvenção e exceções) ou recurso. A lei não distingue a natureza dos prazos, se dilatórios ou peremptórios; para tanto, deve-se observar as conseqüências jurídicas advindas de seu decurso in albis. Acarretando situação de desvalia para o omisso, será peremptório; do contrário, dilatório. Prazos Próprios e Impróprios Prazos próprios: são os que dizem respeito às praticas de atos processuais pelas partes. A sua desobediência acarreta o que a doutrina denomina “situação de desvalia processual”, uma vez que não houve o desencargo de ônus pela parte. Exemplo: sem contestação, podem ocorrer os efeitos da revelia. Prazos impróprios: são os prazos do juiz, do escrivão e dos seus serventuários. O descumprimento não gera qualquer desvalia em matéria processual, nem mesmo a preclusão, todavia, sujeita os desidiosos, salvo justo motivo, às sanções administrativas aplicáveis à espécie. Ex: art.189, 456 e 190. Sanções possíveis – art.133 e 144. Contagem dos Prazos Os prazos podem ser em horas, dias, meses, anos. O prazo de mês se dá no dia correspondente do mês seguinte. O prazo de ano acontece no dia e mês correspondentes do ano seguinte. Regra geral: art. 184 CPC - exclui-se o dia do início (dies a quo) e inclui-se o dia do vencimento do prazo (dies ad quem). Com efeito, consoante as disposições do artigo 184, § 2.º, a contagem só começa correr no primeiro dia útil após a intimação. O ato processual que determina o início da contagem do prazo é a intimação, exceto para fins de formação da relação jurídica, em que o prazo começa a partir da juntada aos autos do mandado de citação devidamente cumprido, para que se exerça o direito de defesa (art.241 e 297). Muitas das intimações ocorrem na pessoa do advogado, que possui poderes da cláusula ad judicia, dentre os quais, ser intimado. Há casos, porém, em que a intimação ocorre pessoalmente à parte. Verificação dos Prazos Processuais Ao juiz cabe verificar se os serventuários e os advogados não excedem os prazos previstos em lei. Art.193, 194, 195, 196, 197 CPC. Por outro lado, o juiz também não deve exceder os prazos que lhe são marcados por lei, podendo qualquer das partes valer-se da representação contra ele. Art.198 CPC. A Suspensão e Interrupção dos Prazos Processuais Suspensão: quebra de continuidade em relação à sua contagem, por determinado período de tempo ou enquanto pendente a causa que objetivou a suspensão. Assim, cessado o fato que originou sua suspensão, o prazo voltará a correr, todavia, somente pelo período faltante. Exemplo: prazo de 10 dias suspenso no sexto dia em virtude de acordo entre as partes. Ao final do prazo de suspensão, voltará a correr do sexto dia, faltando apenas 4 dias para que o prazo se expire. Interrupção: a quebra de continuidade de sua contagem que, via de regra, não fica suspensa por determinado lapso, voltando a correr imediatamente. Todavia, devolve-se o prazo por inteiro, ou seja, volta a correr todo o prazo legal ou judicialmente previsto desde seu início. Ex: embargos de declaração. Preclusão Preclusão é o fenômeno endoprocessual que determina a perda, pela parte, da faculdade processual de praticar determinado ato. Finalidade: trazer segurança às relações jurídicas que se sucedem nos feitos Espécies de preclusão Temos 3 espécies de preclusão: Preclusão temporal: é a preclusão impeditiva decorrente da perda de uma faculdade processual em virtude do seu não exercício no prazo fixado por lei. Como exemplo, cita-se a não-interposição de recurso. Preclusão lógica: é a incompatibilidade de um ato processual anteriormente praticado, com outro que se pretende realizar. Aqui não temos o problema do fator tempo, mas sim uma questão de lógica no ordenamento dos atos processuais e na vontade da parte em litígio. Preclusão consumativa: é aquela em que a faculdade processual já foi exercida validamente, com a escolha de uma das hipóteses legalmente oferecidas para a prática do ato, tendo caráter de fato extintivo. Assim, como exemplo, a parte que já apelou não poderá oferecer embargos de declaração se não o fez antes de oferecida a apelação. Para o juiz = quando já praticou ato que não pode mais rever, a exemplo da preclusão decorrente do fato de ter proferido sentença, esgotando sua atividade jurisdicional in concreto. É denominada preclusão pro judicato. �PAGE � �PAGE �4�
Compartilhar