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DISCIPLINA: Processo do Trabalho
	
SEMANA 1
Indicação da leitura básica: Constituição Federal. Consolidação das Leis do Trabalho. Manual Didático de Direito Processual do Trabalho, Autor Adalberto Martins. Editora Malheiros-edições posteriores a 2006.
Procedimentos de aprendizagem: Leia abaixo um resumo da matéria referente a esta semana. Procure aprofundar os conceitos aqui transmitidos nas obras indicadas (leitura básica e complementar). Caso tenha alguma dúvida, entre em contato pelo sistema eletrônico.
TEORIA GERAL DO PROCESSO DO TRABALHO 
ESQUEMA DE AULA 
Conceitos; 
Autonomia; 
Princípios gerais; 
Princípios singulares; 
Regras de Aplicação 
Fontes 
Introdução 
Quando duas ou mais pessoas têm interesse opostos (são opostos porque a satisfação do interesse de uma exclui a satisfação do interesse da outra) sobre o mesmo bem (ou seja, exigem a subordinação de um interesse alheio a um interesse próprio) e uma não se sujeita à pretensão da outra se estabelece uma lide, isto é, há um exercício de um direito (direito à pretensão da titularidade daquele bem), qualificado por uma pretensão resistida; sem resistência a uma pretensão não há lide.
Se as partes em litígio (sujeitos da lide) não se utilizam da autocomposição (não chegam espontaneamente a um acordo), recorrem ao Estado, através da ação, para que se lhes faça a heterocomposição (isto é, a aplicação coativa [cogente, obrigatória, compulsória] e jurisdicional [porque se trata da atividade do Estado de dizer o direito, distribuída em diversos órgãos sob o monopólio do Estado. Lembre das lições de Direito Constitucional acerca das atribuições do Poder Judiciário] da norma jurídica objetiva [de direito material], sobre o caso em concreto [sobre a discussão que se trouxe para o processo]).
O conflito de interesses nasce no campo pré-processual, isto é, fora do processo, no campo dos fatos, na esfera da atuação das pessoas em sociedade. Lide é, rigorosamente, apenas a parte do litígio (objeto ou ponto litigioso) que o sujeito titular do direito de ação, que se julgue prejudicado ou ameaçado de o ser, leva ao processo, por meio da ação, e para o qual requer a tutela jurisdicional do Estado.
CONCEITO DIDÁTICO DE PROCESSO
Como a lide se forma no momento em que uma pretensão de direito material a um bem juridicamente protegido colide com igual pretensão, sobre o mesmo bem, em sentido oposto, e que a parte litigiosa desse dissenso (ponto litigioso) é trazida frente ao Estado, por meio da ação, reclamando-se a tutela jurisdicional no processo.
Para MAURO CAPPELLETTI, processo é um fenômeno social de massa; para GUSTAV RADBRUCH, processo é um mal social (seria ideal que nunca nascesse, mas, uma vez nascido, convém que termine o quanto antes; exige um tratamento social: acessível a todos, de curta duração, por um baixo custo, com maior carga de certeza na entrega da prestação jurisdicional e justiça na decisão).
O processo constitui-se de ATOS SUCESSIVOS (um após o outro), ENCADEADOS (o posterior é conseqüência necessária do anterior, e, por sua, vez, pressuposto lógico do seguinte) e lógicos (coerentes entre si, uns complementando ou excluindo os outros), QUE RESULTAM DA ATIVIDADE (da atuação, voluntária ou compulsória, segundo o determine ou faculte a lei, e segundo o interesse das partes na sua prática) DOS SUJEITOS TITULARES DE INTERESSES EM CONFLITO (partes, testemunhas, advogados, juízes, auxiliares do juízo, perito, intérprete etc.), DO ÓRGÃO JURISDICIONAL E DOS AUXILIARES DESTE (o juiz é sujeito do processo, ou parte supra-processual; o Estado, personificado no juiz, tem interesse em entregar a prestação jurisdicional de forma célere, eficiente e definitiva), E QUE SE MOVEM (a lei pune a inércia das partes, dos auxiliares do juízo e do próprio juiz) SEGUNDO UMA ORDEM ESTABELECIDA (a lei fixa, previamente, prazos, tempo, modo e forma de se praticarem os atos do processo; há prazos peremptórios (não podem ser prorrogados. Ex.: prazo de recurso, prazo de agravo, prazo de embargos declaratórios, de embargos à execução etc.) e prazos dilatórios podem ser ampliados segundo as circunstâncias dos autos (prazo para impugnação a cálculos, prazo para juntada de róis, prazo para réplica, prazo para formulação de quesitos etc.) para o fim a que se destinam (obtenção de um ato jurisdicional justo, eqüitativo, célere e definitivo), isto é, um ato jurisdicional, compondo a lide (sentença, provimento jurisdicional que ponha fim ao litígio).
 O PROCESSO COMPÕE-SE DE UMA RELAÇÃO PROCESSUAL E DE UM PROCEDIMENTO. RELAÇÃO PROCESSUAL É UM NEXO ENTRE OS SUJEITOS, AÍ INCLUÍDO NECESSARIAMENTE O ESTADO. PROCEDIMENTO É A FORMA DE CADA ATO, O ENCADEAMENTO DE UM ATO COM OS OUTROS. MAIS DE UM PROCEDIMENTO PODE OCORRER NA FORMAÇÃO DE UM PROCESSO.
2- CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL
 Direito Processual do Trabalho é um sistema de princípios e leis que regulamentam o exercício da jurisdição quanto às lides de natureza trabalhista (EM RAZÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 45/04 – QUE ALTEROU O ARTIGO 114 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ENTEDEDE-SE POR NATUREZA TRABALHISTA AQUELA QUE DERIVA DA RELAÇÃO DE TRABALHO E OUTRAS QUESTÕES TAXATIVAS EXPRESSAS NO ARTIGO 114.
O direito material e o direito processual do trabalho se complementam para a conservação da ordem jurídica trabalhista e para a realização do direito objetivo e subjetivo, através do processo. Para CALMON DE PASSOS, o direito material é uma qualificação de formas de comportamento; o direito processual, a predeterminação de uma forma de comportamento.
3- AUTONOMIA
O Direito Processual do trabalho é autônomo em face dos os aspectos: 	legislativo (as leis materiais o declaram autônomo ou o disciplinam preservando essa autonomia); didático - seu ensino é individualizado das outras disciplinas jurídicas; científico - seu campo é vasto a ponto de exigir atenção particular, possui conceitos e princípios próprios e tem seu próprio método.
4- PRINCÍPIOS
 Princípios são regras fundamentais e gerais. Segundo MIGUEL REALE, — "princípios são verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter opcional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis".
4.1 - FUNÇÃO DOS PRINCÍPIOS
Princípios informativos dividem-se em: 	LÓGICOS - consistem na seleção dos meios mais eficazes e rápidos de procurar e descobrir a verdade. JURÍDICOS - igualdade no processo, justiça na decisão e imparcialidade do juiz. POLÍTICOS - máxima de garantia social com o mínimo sacrifício individual da liberdade. ECONÔMICOS - processo acessível a todos, com vista ao seu custo e à sua duração.
São funções dos Princípios:
Preceituação: têm caráter de preceitos jurídicos, pois sua aplicação é de competência da autoridade judicial.
Interpretação: orientam a interpretação de lei e resolvem situações de dúvida, ou não previstas, colaborando no entendimento de normas jurídicas com forma e conteúdo polêmicos.
Normatização: têm caráter normativo, quando inseridos expressamente em norma positiva, tornando-se, aí, de aplicação obrigatória, pois se aplicam as situações de fato e de direito.
Informação: têm função informadora na elaboração da norma.
Construção: têm função construtora, indicando e formulando uma filosofia dominante no ordenamento jurídico.
Unificação:- conferem unidade e solidez à disciplina.
Generalização: têm aplicação em todos os campos do direito (individual e coletivo); não têm forma técnica de exteriorização; sua aplicação se faz por uma norma legal, indiretamente.
Integração: têm função integrativa, suprindo, direta ou indiretamente, as omissões do legislador.
4.2 - PRINCIPIOS GERAIS
Nesta oportunidade apresentamos alguns dos princípios gerais :
Devido processo legal - Ou due process of law, trata-se de uma garantia constitucional, por meio da qual se assegura a qualquer acusado o direito de se defender, de ter o seu dia naCorte (his day in the Court). Em síntese, todo homem tem direito ao processo. a)	na CF/88, art. 5º, incisos XXXV, LIV, XXXVII, LIII, LX, LXXIV.b)	nas Lei 1.060/50 e 5.584/70.c)	no CPC, arts. 125, I (igualdade de tratamento das partes), 214 (citação inicial do réu como condição de validade do processo), 264 (proibição de alteração do pedido após a citação do réu, com exceções), 321 (proibição de alteração do pedido, na revelia), 326 (prazo ao autor, na hipótese de alegação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo de seu direito); 327 (oitiva do autor, se argüidas preliminares). d)	na CLT, art. 841 (notificação inicial ao reclamado), art. 847 (oportunidade de defesa) e art. 850 (razões finais), além de outros.
 Contraditório - É parte integrante do devido processo legal; assegura às partes igualdade de tratamento no processo, necessidade de citação inicial do réu como condição de validade do processo, proibição de alteração do pedido após a citação do réu (há exceções), direito de ser intimado da juntada de qualquer documento, oitiva de testemunhas, prazo de recurso etc.
Ampla defesa - É, também, corolário do devido processo legal; consiste no direito de merecer o mesmo tratamento no processo, com iguais prazos e de produzir todas as provas legais, com a mesma intensidade e amplitude.
Publicidade - Destina-se a dar completa transparência ao processo, às audiências e às sentenças. Excepcionam-se os processos que correm em segredo de justiça (por exigência do interesse público e os que dizem respeito a casamento, filiação, separação de cônjuges, conversão da separação em divórcio, alimentos e guardas de menores). 1)	Constituição, art. 5º, LX e art. 93, 1ª parte.2)	CPC, arts. 155 e 444.3) 	na CLT, arts. 770, 813 e 834.
Juiz natural - Também corolário do devido processo legal. Deve entender-se o direito de ser submetido a julgamento por um juiz investido de jurisdição pelo Estado e não por um juízo de exceção, constituído para aquele caso em concreto, na Constituição, art. 5º, XXXVII e LIII.
Gratuidade - O processo deve ser, sempre que possível, gratuito, ou, no mínimo, acessível a todos; impedir o acesso do menos favorecido ao Judiciário, em razão de custas exorbitantes, é denegar-lhe justiça. 1)	Na Constituição, art. 5º, LXXIV.2)	Leis nº. 1.060/50 e 5.584/70.3)CLT, art. 822.
Inafastabilidade do Judiciário - Detendo, o Estado, o monopólio da jurisdição, nenhuma lei pode excluir do Judiciário lesão ou ameaça de lesão. na Constituição, art. 5º, XXXV.
Livre convencimento - Significa que o juiz poderá apreciar livremente as provas, não ficando adstrito a nenhuma delas; deverá, contudo, fundamentar as razões de seu convencimento. 1) CPC, arts. 335, 340, 342, 355, 359, 382 e 386, 418, 427 e 436.2) 	 CLT, arts. 456, 818, 829, 830, 844.
Lealdade e boa-fé - Presume que as partes ajam com lealdade entre si e para com o Juiz, não demandando pretensões infundadas, não produzindo provas desnecessárias e não interpondo recursos despropositados. Boa-fé significa que todos os sujeitos processuais (inclusive o juiz e os auxiliares de justiça) devem agir lealmente para alcançar seus propósitos comuns: No CPC, arts. 14, I, II, III, IV; 15 a 18, 31 (lealdade das partes), 144 (auxiliares de justiça), 147 (peritos), 153 (intérpretes).
 Economia - Significa que os atos processuais devem ser praticados da forma menos onerosa possível e com o maior grau de eficácia.
Imparcialidade - Significa que só haverá lisura na entrega da prestação jurisdicional se estiver diante de um juiz descomprometido com a causa e com as partes, isto é, um juiz isento, insuspeito, imparcial. No CPC, arts. 125 a 137. Na CLT, art. 801.
 Preclusão - O processo é um andar para frente. Os atos processuais devem ser praticados no tempo, lugar, forma e modo definidos em lei. A parte que não praticar o ato processual que lhe incumbe incorre em preclusão, que pode ser lógica ou temporal; lógica é a preclusão em que incorre a parte quando pratica um ato e, num momento processual seguinte, manifesta a intenção de praticar outro com ele incompatível; temporal é a preclusão em que incorre a parte que deixa de praticar um ato no prazo definido em lei ou pelo juiz. no CPC, arts. 245, 300, 302, 357 c/c 359, 516. Na CLT, art. 795.
Eventualidade - Significa que os atos processuais devem ser praticados de forma concentrada, isto é, de uma só vez, de sorte que a economia processual não seja comprometida e o processo não se alongue além do necessário. no CPC, arts. 245, 300, 302, 357 c/c 359, 516. na CLT, art. 795.
Dispositivo - A jurisdição é inerte e demanda provocação da parte interessada; uma vez provocada, prevalece o impulso oficial. O processo começa com a ação, de iniciativa da parte O sistema brasileiro é o dispositivo (CPC, 333 e 355), com mitigação. no CPC, arts. 130 e 131 (livre convencimento racional), art. 262 (processo começa com a iniciativa das partes e desenvolve-se com impulso oficial), art. 335 (se não houver normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum e regras de experiência técnica), art. 342 (o juiz pode, de ofício, em qualquer momento do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, para interrogatório), art. 381 (o juiz pode ordenar, de ofício, a exibição de livros e documentos), art. 417 (pode ordenar inquirição de testemunhas referidas), art. 440 (pode inspecionar pessoas e coisas). O Direito do Trabalho e o Processual do Trabalho brasileiro são dispositivos, mas é intenso o caráter inquisitório de ambos. No direito do trabalho há duas exceções: Quanto ao ajuizamento da ação: dissídio coletivo instaurado de ofício; 	reclamação trabalhista instaurada de ofício, quando o empregador, na DRT, nega a relação de emprego (CLT, 39); Quanto ao procedimento: a) 	CLT, arts. 765; 856 e 878; b) Lei nº. 5584/70, art. 4º (impulso de ofício); c) 	chamamento ao processo CLT, art. 2º, § 2º)d) 	sucessão (CLT, 10 e 448); e) empreitada (CLT, 455)f) 	execução de ofício (CLT, 878).
Inquisitoriedade - Significa que a despeito de o processo ser marcado pela dispositividade, o juiz pode, em busca da verdade real, afastar-se dessa dispositividade, até a inquisitoriedade, determinando prova que nem mesmo tenham sido pretendidas pelas partes. 	no CPC, arts. 130 e 440. 	na CLT, arts. 39, § 1º, 765, 795, § 1º, 820, 827, 848 etc.
 Imediatidade ou imediação - Significa que o juiz mais habilitado a julgar a causa é aquele que tomou contato mais íntimo com as partes e as provas, isto é, aquele que presidiu a instrução. Daí o princípio da identidade física do juiz com o processo, de tal sorte que o juiz que iniciou o processo só não o sentenciará ser for transferido, promovido, aposentar-se ou morrer. Não se aplica à Justiça do Trabalho.
Conciliação - A conciliação é obrigatória no processo do trabalho (CLT, art. 764). Não havendo pelo menos duas propostas de conciliação, a sentença será nula. A Lei nº. 9.022, de 5/4/95 alterou os arts. 764 847 e 850 da CLT. Pelo art. 847 a 1ª proposta conciliatória deveria ser feita após a defesa do reclamado; pelo art. 850, assim que terminada a instrução. Com a Lei nº. 9.022/95 a 1ª proposta de conciliação deverá ser feita antes da defesa. CLT, arts. 764, §'s 1º, 2º e 3º, 847 e 850, Lei nº. 9.022/95.
Non reformatio in pejus - Significa que os Tribunais só podem apreciar a matéria que lhes foi devolvida no recurso; nunca poderão reformar a decisão para prejudicar o recorrente (non reformatio in pejus).
 Duplo grau de jurisdição - em tese, assegura-se a todo vencido o direito de ver reexaminada a sentença de mérito de 1ª instância, por um Tribunal, desde que satisfeitos certos requisitos de prazo, forma, depósito prévio, encargos de sucumbência. A Lei nº. 5584/70, ainda em vigor, estabeleceu que nenhuma sentença caberá de decisão cujo valor da causa seja inferior a dois salários mínimos.) 	No CPC, arts. 475 e 515.) 	Na CLT, arts. 893 e seguintes.
Eventualidade - Significa que toda a defesa da parte (processual e mérito) deve ser feitanum único momento. No CPC, arts. 297, 299, 300, 301, 302 e 303.
4.3 PRINCIPIOS SINGULARES 
Irrenunciabilidade - Visa tutelar o direito dos trabalhadores para que não sejam diminuídos ou suprimidos. Limita a autonomia da vontade. Fundamenta-se no princípio de que trabalho É UM DIREITO FUNDAMENTAL, não pode ser ressarcido. Privilegia o fato de que as normas trabalhistas são imperativas e, na sua maioria, de ordem pública. Os direitos trabalhistas compõem um estatuto mínimo abaixo do qual as partes não podem transigir; a irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas é regra; a renunciabilidade, exceção. 	Na CLT, arts. 9º e 444.
 Ultrapetição da sentença - Em alguns casos, e exatamente porque admite o jus postulandi, a sentença trabalhista pode conceder além do pedido. Caso típico é aquele em que o empregado reclama verbas rescisórias que decorrem de uma relação de emprego que não é reconhecida pelo empregador. Nesse caso, reconhecida por sentença a relação de emprego, o juiz pode condenar a empresa, de ofício, a anotar a CTPS do empregado; ainda que não tenha sido pedida a dobra das verbas salariais incontroversas, o juiz poderá determiná-la na sentença, ante o comando imperativo do art. 467 da CLT. Ver, também, os arts. 484 e 496 da CLT.
Jus postulandi - Significa que, na Justiça do Trabalho, as partes podem litigar pessoalmente, sem patrocínio de advogados. O art. 133 da CF/88 não revogou a CLT. O TST já se pronunciou sobre o assunto, firmando esse entendimento. na CLT, arts. 791, 839, a, 840 e 846.
Oralidade - prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade pressupõe outro princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto do juiz com as partes e com as provas. No direito comum, a aplicação desse princípio impõe a identidade física do juiz, isto é, determina que o juiz que haja presidido à instrução, isto é, assistido a produção das provas, em contato pessoal com as partes, testemunhas, peritos julgue a causa. As impressões colhidas pelo juiz no contato direto com as partes, provas e fatos são elementos decisivos no julgamento. Na CLT, art. 840, § 2º, 846, 848 e 850.
Pagamento imediato das parcelas salariais incontroversas - Impõe pesados encargos ao empregador que protela pagamento de verbas salariais incontroversas. O art. 467 da CLT manda pagar em dobro as verbas salariais incontroversas. Lembrem-se: não é qualquer verba que se pode dobrar; apenas as de natureza jurídica salarial e, mesmo assim, se incontroversas. Aviso prévio, férias, 13º salário, FGTS, vale-transporte, seguro-desemprego, horas extras não têm natureza salarial, e, portanto, não se dobram. na CLT, art. 467.
Irrecorribilidade das interlocutórias - visa impedir, tanto quanto possível, interrupções da marcha processual; motivadas por recursos opostos pelas partes das decisões do juiz. A matéria fica imune à preclusão, sendo apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da celeridade processual. Na CLT, arts. 799, § 2º e 893, § 1º.
Sentenças de alçada - O § 4º do art. 2º da Lei nº. 5584/70 estabelece que nenhum recurso cabe de sentença a cuja inicial se tenha dado valor de causa inferior a dois salários mínimos. O STF já disse que a Lei nº. 5584/70 é constitucional.
Concentração - Significa que toda a instrução deve resumir-se a um número mínimo de audiências; se possível, a uma. na CLT, art. 845 a 851.
Celeridade - Significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, juízes, auxiliares, perito, intérprete, testemunhas etc.) devem agir de modo a que se chegue rapidamente ao deslinde da controvérsia com o menor dispêndio de atos, energia e custo e com o maior grau de justiça e de segurança na entrega da prestação jurisdicional. na CLT, arts. 765 768 (nos casos de falência) e 843 a 852.
5- REGRAS DE APLICAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Toda norma processual tem por princípio a aplicação imediata; não se confunde com retroatividade.
Os atos processuais praticados sob a lei revogada mantêm plena eficácia depois de promulgada a lei nova, embora dite preceitos de conteúdo diferente. Tempus regit actum: a lei processual provê para o futuro, ou seja, para os atos processuais ainda não realizados ao tempo em que se iniciou a sua vigência.
Os atos anteriores não são atingidos pelo novo dispositivo legal em virtude da irretroatividade da norma processual, exceto nos casos de competência e jurisdição, que se aplicam imediatamente e regem o processo e o julgamento de fatos anteriores à sua promulgação.
Desdobrando-se o ato por partes, concluir-se-á segundo a lei sob a qual se iniciou, salvo se a nova lei o houver extinguido ou suprimido. Se o ato não praticado for seqüência de outro realizado segundo a lei anterior, esta o regerá.
A nova lei processual se aplica de imediato aos processos em curso ou pendentes quanto aos atos ainda não praticados.
Permanecem todos os efeitos de um ato praticado sob domínio da norma revogada.
Rege-se a prova pela lei em vigor ao tempo de sua produção.
Os recursos regem-se, quanto à admissibilidade, pela lei do tempo em que a decisão é proferida, e quanto ao processamento, pela lei nova.
Os prazos iniciados na vigência da lei anterior continuam a ser regulados por ela, e a correr até o seu término.
Toda lei processual é eminentemente territorial e de direito público interno; sua aplicação é circunscrita ao território do Estado que a promulga.
6- FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1)	Constituição;
2)	Leis (materiais e processuais);
3)	Disposições regulamentares do Poder Executivo;
4)	Disposições regulamentares dos órgãos corporativos;
5)	Usos e costumes processuais; 6)·.
OBS.: analogia e eqüidade não são fontes; são métodos integrativos de direito.com relação à Jurisprudência as Súmulas do TST na prática se colocam como verdadeira fonte do direito.
Questões de Fixação do Conteúdo da Aula:
Apresente e explique todos os princípios que foram objeto de estudo na presente aula, com a indicação de dispositivos legais e Súmulas do TST, se for o caso,
Apresente um costume processual aplicado corriqueiramente na hipótese de inconformismo do advogado em relação a decisões interlocutórias apontando a sua finalidade.
Quais as fontes do Direito processual do trabalho, explique cada uma.
Explique os três princípios inicialmente apresentados na aula.
Explique o principio da razoável duração do processo
SEMANA 2
Indicação da leitura básica: Constituição Federal. Consolidação das Leis do Trabalho. Manual Didático de Direito Processual do Trabalho, Autor Adalberto Martins. Editora Malheiros-edições posteriores a 2006.
Procedimentos de aprendizagem: Leia abaixo um resumo da matéria referente a esta semana. Procure aprofundar os conceitos aqui transmitidos nas obras indicadas (leitura básica e complementar). Caso tenha alguma dúvida, entre em contato pelo sistema eletrônico VIA E-MAIL .
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO, COMPETÊNCIA MATERIAL E TERRITORIAL.
ESQUEMA DE AULA 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
VARAS DO TRABALHO – A jurisdição da vara do trabalho abrange um ou mais municípios. Cada vara compõe-se de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto (em tese. Geralmente isso de fato não ocorre).Compete às Varas do trabalho conciliar e julgar, em linhas gerais, os dissídios individuais oriundos das relações de trabalho.Os juízes do trabalho ingressam na magistratura como juízes substitutos (art. 654 da CLT) após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo Tribunal |Regional do Trabalho da região respectiva.Art. 112 da CF – redação nova EC 45/2004 dispõe que a “lei criará varas da justiça do trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”.
Juízes de Direito: Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Vara do Trabalho, será atribuída competência àJuízes de Direito, com recurso ao TRT.
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO- estão divididos por regiões. A título de exemplo o Estado de São Paulo, possui dois TRTs ( única hipótese da Federação), o TRt da 2ª Região com sede na Capital e o TRT da 15ª Região com sede em Campinas. Existem vários TRTs com competência para mais de um Estado da Federação,
Os Magistrados dos tribunais serão juízes do trabalho escolhidos e nomeados pelo Presidente da República por promoção, alternadamente, por antigüidade e merecimento.
Composição: No mínimo de 7 juízes (quando possível na respectiva região) dentre brasileiros com mais de 30 (trinta) e menos de 65 (sessenta e cinco) anos.
Um quinto dentre os Advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 (dez) de exercício. (leitura dos artigos 94 e 115 da CF).
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – sede na Capital da República e jurisdição em todo o território nacional é a instância superior da Justiça do Trabalho.
Composição: 27 ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação por maioria absoluta do Senado Federal, sendo\;Um quinto dentre Advogados com mais de 10 anos de carreira profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de exercício.Os demais serão Juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho.
Funcionarão junto ao TST: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho; o Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO – secretaria, distribuidor e a contadoria.Secretaria – Diferentemente de como se utiliza na justiça comum, na Vara do trabalho usa-se a denominação de secretaria e não cartório. A Vara do Trabalho possui uma secretaria que, recebe petições, faz autuações e demais serviços determinados pelo Juiz (art. 711 da CLT)Diretor de Secretaria: dirige a secretaria preparando os despachos para o juiz, cumprindo as determinações deste. (art. 712 da CLT).Nos Tribunais Regionais também terão secretarias, dirigidas por um secretário. (art. 718 da CLT) O secretário, exercerá a mesma função que exerce o diretor da secretaria da Vara, além de mandar os processos a conclusão do juiz presidente e da organização e manutenção de um fichário de jurisprudência do tribunal para consulta dos interessados.Oficiais de Justiça: desempenha os atos determinados pelo Juiz da vara do Trabalho. Regra geral fazem as citações nas execuções, mas podem também notificar testemunhas, traze-las à Juízo, ou fazer as citações nos processos de conhecimento onde haja problema de endereço, e outros.O Oficial de justiça na Vara do Trabalho e na Justiça Federal é também avaliador. Distribuidor: Existindo mais de uma vara na localidade, haverá um distribuidor. Os distribuidores podem fornecer recibos ou certidões da distribuição. 
 MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: incumbência de defender a ordem pública, o regime democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos …” (art. 129 da CF).O MPT tem como “chefe” o Procurador Geral do Trabalho. É um dos ramos do Ministério Público da União.O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo Procurado Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira.A Procuradoria Geral do Trabalho atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais.Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de títulos e provas.Todas as Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria.
COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Conferiu o inciso I, do artigo 114 da Constituição Federal, que "as ações oriundas da relação de trabalho", e o inciso IX"outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho" são competência da Justiça do Trabalho.
Diferente da relação de emprego, como existente no texto anterior, atualmente, por força do dispositivo constitucional , consta a expressão relação de trabalho, o que é mais ampla e genérica, não se restringindo, apenas, aos julgamentos dos conflitos empregado/ empregador.
Relação de trabalho é conceito mais amplo que relação de emprego e abrange todas as relações jurídicas em que há prestação de trabalho por pessoa natural ou outra pessoa, tanto no âmbito de contrato de trabalho (artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho), como de prestação de serviços (arts. 593 e seguintes do Código Civil), e, também, outros tipos de contratos de trabalho como a empreitada, mandato, transporte e demais.
Um dos critérios determinantes para a delimitação da expressão relação de trabalho é a pessoalidade na prestação de serviços. Já a subordinação e a onerosidade que anteriormente eram necessárias, com a atual expressão "relação de trabalho", em sentido amplo, quer tenha sido formalizada ou não, autônomo ou não, serão de competência da Justiça do Trabalho para julgar tais conflitos.
LEIA O ARTIGO 114 DA CF COM MUITA ATENÇÃO
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:  
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do  Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
A competência das VARAS DO TRABALHO é definida pelo local onde o empregado prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro (CLT, art. 651), como regra geral.
Se tratar de empregado agente ou viajante será competente a Vara do Trabalho ou Juiz da localidade onde o empregador tiver seu domicílio, salvo se o empregado estiver subordinado à agência ou filial, quando será competente a Vara em cuja jurisdiçãoestiver situada a mesma agência ou filial (CLT, art. 651, § 1º); 
Se o empregador prestar serviços fora do lugar da contratação o empregado pode reclamar no foro da celebração do contrato ou no da prestação do serviço (CLT, art. 651, § 2º).
 É competente a Justiça do Trabalho do Brasil para decidir dissídio trabalhista entre empregado brasileiro e agência ou filial de empresa, no estrangeiro, se não houver convenção internacional dispondo em contrário. ( CLT, art., 651 § 23º)
Qualquer que seja a regra em contrário, constante do direito estrangeiro, será competente a autoridade judiciária brasileira, em razão do lugar, quando:
o réu for domiciliado no Brasil.
aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
a empresa estrangeira não-domiciliada no Brasil aqui possuir agência ou filial (porque a obrigação deverá ser cumprida aqui).
a ação se originar de ato ou fato ocorrido ou praticado no Brasil.
LEIA COM ATENÇÃO O ARTIGO 651 DA CLT
Art. 651 - A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
 § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima
  § 2º - A competência das Vara do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
        § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Questões de fixação do conteúdo da aula:
Explique de forma fundamentada a Organização da Justiça do Trabalho, apresentando as hipóteses de competência originária e recursal da cada órgão jurisdicional.
Apresente todo o regramento da competência material, indicando exemplos fáticos para cada hipótese.
Apresente todo o regramento da competência territorial.
Apresente cinco exemplos de competência material
Apresente cinco exemplos de competência territorial
SEMANA 3
TEORIA GERAL DA AÇÃO
Esquema da Aula :
Considerações Iniciais
Pressupostos Processuais
Condições da Ação 
Ação Trabalhista 
Jus postulandi
O Estado não admite a justiça privada (tutela dos direitos subjetivos pelos próprios sujeitos interessados), chamando a si o monopólio da solução dos conflitos. A essa função estatal de dizer o direito chama-se jurisdição. O exercício da jurisdição é feito de modo regrado (não-discricionário) por meio do processo. A função jurisdicional é inerte (sem iniciativa própria) e só atua por meio de provocação, que se dá pela instauração do processo. Não há jurisdição sem processo nem processo sem ação. A lide provoca a ação; a ação provoca o processo; o processo provoca a jurisdição; e a jurisdição compõe ou elimina a lide".
Ação é direito abstrato de agir. Pretensão é o direito de exigir; ação é a pretensão e mais a atividade; direito subjetivo é o poder jurídico de ter a faculdade de agir. Exercer a pretensão é exigir a prestação; propor ação é pedir a tutela do Estado, deduzindo o que se pede.
O juiz, ao julgar a lide, enfrenta três ordens de matérias: matéria de processo, matéria de ação e matéria de mérito. Embora a ação seja um direito subjetivo público processual, um direito abstrato de provocar a jurisdição, há condições legalmente exigíveis para que ela nasça; há, também, requisitos para que o processo se desenvolva validamente de modo a permitir uma decisão sobre o mérito.
 Os requisitos necessários para o nascimento de uma ação são chamados condições da ação; os requisitos necessários ao desenvolvimento regular do processo, de modo a permitir uma decisão sobre o mérito, são chamados pressupostos processuais.
Ambos estão previstos no art. 267, IV (pressupostos processuais) e VI (condições da ação) do CPC, 
2- PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
A doutrina costuma dividir os pressupostos processuais em objetivos e subjetivos. Os objetivos são ainda divididos em intrínsecos (ou positivos) e extrínsecos (ou negativos).
7 - Os pressupostos processuais objetivos intrínsecos (positivos, porque permitem a instauração da instância, isto é, estão aptos a provocar a quebra da inércia da jurisdição) dizem respeito à subordinação do procedimento às normas legais.Ex.:	petição inicial apta;	e citação realizada conforme a lei.	
8 - Os pressupostos processuais objetivos extrínsecos (negativos, porque impedem o exame do mérito) dizem respeito aos fatos impeditivos do exame sobre o mérito.
Ex.:	perempção (CPC, art. 268, parágrafo único), compromisso arbitral (CPC, art. 1072).	coisa julgada (CPC, art. 301), litispendência (CPC, art. 301).	
9 - Os pressupostos processuais subjetivos dizem respeito aos sujeitos principais da relação processual (juiz e partes). São eles:
1º - quanto ao juiz:
a)	que se trate de órgão estatal investido de jurisdição;
b)	que o juiz tenha competência originária ou adquirida;
c)	que o juiz seja imparcial (desimpedido e insuspeito).
2º - quanto às partes:
a)	que tenham capacidade de ser parte (isto é, que sejam titulares de direitos e obrigações, possuindo capacidade jurídica. Ou seja: que tenham capacidade para figurar num dos pólos da relação processual). Têm capacidade de ser parte as pessoas naturais (inclusive o nascituro), as pessoas jurídicas e as pessoas formais (ex.: massa falida, herança jacente ou vacante e o espólio).
b)	que tenham capacidade processual (ou seja: que possuam capacidade de estar em juízo, isto é, que possam exercer direitos e deveres processuais e praticar de forma válida os atos processuais).
Ex.: o absolutamente incapaz é titular de direitos (tem capacidade de ser parte) mas não pode, por si, agir no processo (não tem capacidade de praticar atos processualmente válidos; ou seja: não tem capacidade processual), devendo atuar por meio dos representantes legais.
c)	que tenham capacidade de postular em juízo (ou seja: as partes devem participar da relação processual através de quem tenha direito de postular em juízo Advogados; jus postulandi na Justiça do Trabalho).
3- CONDIÇÃO DA AÇÃO
A ação é um direito abstrato de agir. Para o exame das condições da ação o juiz não precisa indagar se o direito material alegado existe ou não.	Condições da ação não são requisitos de existência de uma ação, mas de seu exercício legítimo, de modo a possibilitar uma decisão sobre o mérito. A falta de qualquer das condições da ação leva à extinção do processo, sem apreciação do mérito (CPC, art. 267, VI), por carência de ação (CPC, art. 301, X).
São condições da ação:
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - sua falta conduz à inépcia da petição inicial, podendo resultar no seu indeferimento liminar. Não importa saber se o autor é ou não titular da pretensão de direito material que afirma e invoca na ação; importa saber se esse direito, em abstrato, está ou não amparado pelo sistema jurídico, ou, se constante do ordenamento, está proibida a providência pretendida.
LEGITIMIDADE (OU LEGITIMAÇÃO) PARA A CAUSA (ou legitimatio ad causam) - Legitimação para a causa é a possibilidade jurídica de se afirmar titular da pretensão de direito material. Sendo a ação um direito abstrato de agir, e sendo a relação processual autônoma, distinta da relação de direito material, não é necessário que o titular da ação seja, verdadeiramente, o titular do direito material. A norma é de direito processual e apenas por coincidência poderá haver identidade entre o titular do direito material e o titular da ação, embora isso ocorra na maioria dos casos.
INTERESSE PROCESSUAL - O Estado está obrigado à prestaçãojurisdicional. Só deve prestá-la, contudo, se for necessária ou útil a sua intervenção.
4- RECLAMAÇÃO
Chama-se reclamação trabalhista a ação do empregado em face do empregador ou do trabalhador em face do tomador dos serviços (a ação nunca é movida contra o réu, mas contra o Estado, que detém o monopólio da jurisdição, em face do réu). É comum nas obras de doutrina ler-se dissídio individual no lugar de reclamação trabalhista ou de ação trabalhista. Etimologicamente, ação se identifica a dissídio. Na Justiça do Trabalho o autor (empregado) é chamado reclamante, o réu (empregador), reclamado e a ação trabalhista, reclamação trabalhista. Na prática, tanto faz nominar as partes autor ou reclamante e réu ou reclamado ou o litígio ação ou reclamação trabalhista. É pura questão de semântica. Autor ou reclamante identificam claramente o sujeito ativo da relação processual; reclamado ou réu, o sujeito passivo e ação trabalhista ou reclamação trabalhista a lide deduzida entre as partes; ambas são sujeitos processuais diretamente interessados na entrega da prestação jurisdicional (consubstanciada na sentença) que componha a lide.
Os dissídios trabalhistas são de três ordens:de conhecimento;de execução;cautelares.
Por dissídio de conhecimento deve entender-se toda controvérsia trazida ao processo que exija a atuação da função jurisdicional de investigação do fato, sujeita, ecessariamente, ao contraditório, a fim de que se possa fazer atuar a vontade concreta da lei (ou seja, a aplicação da norma positiva - de direito material - ao caso concreto, com vista à prestação da atividade jurisdicional que componha a lide). O dissídio de conhecimento classifica-se segundo os sujeitos e segundo a natureza da tutela jurisdicional pretendida. Subdivide-se em:
a)	individuais (o objeto da investigação cognitiva é um interesse individual de um ou mais de um empregado (litisconsórcio ativo) e de um ou mais de um empregadores (litisconsórcio passivo);
b)	coletivos (o objeto da cognição será o interesse de natureza jurídica ou econômica de um grupo, ideal e abstratamente considerado (categoria econômica e categoria profissional).
Segundo a natureza da tutela jurisdicional pretendida, classifica-se em:
a)	declaratórios (reclamam sentença de mérito que declare a existência ou a inexistência de uma relação jurídica ou de uma situação jurídica).
b)	constitutivos (reclamam sentença que crie, modifique ou extinga relação jurídica).
c)	condenatórios (reclamam sentença que imponha condenação na obrigação de dar, fazer ou de não-fazer).
Por dissídio de execução deve entender-se toda controvérsia trazida ao processo após a prolação da sentença de mérito, na fase de acertamento do título executivo judicial oriundo da sentença (cálculos ou artigos de liquidação, perícia, arbitramento etc.) ou na de expropriação forçada de bens integrantes do patrimônio do devedor (execução, avaliação, penhora, praças e leilões, arrematação, remição, adjudicação, embargos do devedor, agravo de petição etc.), bem assim às referentes à intervenção de terceiros (embargos do arrematante, embargos de terceiro etc.) não abrangidos pela sentença condenatória.
Note-se que após a reforma do CPC, muito se discute sobre a fim da execução de título judicial também na Justiça do Trabalho, por uma questão legal adotaremos a posição legalista da CLT, ou seja como existe definição expressa não há de se falar em aplicabilidade subsidiária das novas disposições do CPC 
Por dissídios cautelares deve entender-se toda controvérsia trazida ao processo cautelar, isto é, "àquela nova face da jurisdição e como um tertium genus, contendo, a um só tempo as funções do processo de conhecimento e de execução, e tendo por elemento específico a prevenção". No processo cautelar não há, propriamente, composição da lide, "mas outorga de uma situação provisória de segurança para os interesses dos litigantes". O processo cautelar visa salvaguardar a utilidade do processo ou a eficácia da decisão de mérito.
A jurisdição é inerte e só atua mediante provocação da parte. Diz o art. 2º do CPC:
"Art. 2º - Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais".
Não é possível iniciar uma ação sem a iniciativa da parte na Justiça do Trabalho, exceto nessas duas únicas hipóteses:
1ª	reclamação por anotação de CTPS, iniciada administrativamente na DRT (CLT, art. 39, caput).
2ª	dissídio coletivo instaurado pelo Ministério Público do Trabalho, havendo paralisação de atividades essenciais (Lei de Greve).
5- JUS POSTULANDI
Jus postulandi (direito de postular) é a faculdade outorgada pela lei (CLT, arts. 791 e 843, § 1º) à parte (reclamante ou reclamado) de exercer a sua capacidade postulatória. Ou seja: para propor ação na Justiça do Trabalho, ou para defender-se, a parte não precisa estar, necessariamente, assistida por advogado
Por conta disso, honorários de advogado só são cabíveis na Justiça do Trabalho se a parte estiver assistida por sindicato da categoria e se o autor (reclamante) receber, na data do ajuizamento da ação, menos de dois salários mínimos por mês, ou, se auferir mais do que isso, provar que não pode litigar sem prejuízo de seu sustento, ou de sua família. É esse o entendimento dominante no C. TST. O E. 219/TST 51,
Questões para fixação da aula:
Quais são os pressupostos processuais, apresente exemplos
Quais são as condições da Ação, apresente exemplos
Defina dissídio individual e coletivo. Bem como aponte a sua natureza.
SEMANA 4
Esquema da Aula
Partes e Procuradores
Substituição Processual
Audiência 
Defesa do Réu
PARTES E PROCURADORES
Parte é todo aquele que pede ou contra quem se pede no processo. Podem ser partes as pessoas físicas, ou naturais, as jurídicas e as formais (espólio, massa falida, herança jacente e herança vacante), o condomínio, as sociedades de benemerência e todos os que contratarem empregados sob subordinação e onerosidade, para trabalho de natureza não-eventual e intuitu personae.
Exceto se na condição de aprendiz, o menor de 16 anos não pode trabalhar (CF/88, art. 7º, XXXIII). O maior de 16 anos e menor de 18 é relativamente capaz e pode celebrar contrato de trabalho com assistência do pai, tutor, curador ou responsável legal, pode assinar recibos de pagamento de salário sem qualquer assistência, mas não pode firmar o recibo de rescisão final. O menor entre 14 e 18 anos é, pois, assistido na Justiça do Trabalho.
 O assistente do menor não o substitui e não pode, pois, fazer acordo em nome do assistido. Se não houver pai, mãe ou tutor cabe à Procuradoria do Trabalho oficiar como assistente do menor.
Os incapazes serão representados em juízo por seus representantes (CPC, art. 8º).
 O empregador pode ser representado por gerente ou qualquer outro preposto. Não há na lei exigência para que o preposto seja empregado. MAS A JURISPRUDÊNCIA SUMULADA DO TST EXIGE A CONDIÇÃO DE EMPREGADO.
O empregado pode ser representado pelo sindicato (CLT, art. 791, § 1º).
A massa falida é representada pelo síndico; o condomínio, pelo síndico ou preposto credenciado por ele; o espólio, por seu representante, independentemente de inventário.
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL
O sindicato pode atuar na Justiça do Trabalho na condição de assistente (representante) ou de substituto processual. Na condição de assistente ou representante será necessária à juntada de mandato. Mandato é um contrato. Pode ser gratuito ou oneroso. A representação do mandante não é da essência do mandato. Pode haver mandato sem representação. A procuração ad juditia (para o foro, para o advogado atuar no processo), é um instrumento de mandato, isto é, não é o mandato mesmo, mas uma exteriorização (materialização) do mandato. Como o mandato judicial é um contrato que implica, também, representação do mandante (outorgante) pelo mandatário (outorgado), diz-se que a procuração representa um mandato representativo. Não há mais necessidade de reconhecimento de firmana procuração (Lei nº. 8.952, de 13/12/94).
 substituto processual, para que seja aceito no processo, nessa condição (de substituto processual), tem de ser, tanto quanto o substituído, titular do mesmo direito material em discussão, e tem de provar, no processo, que está agindo em seu nome, mas no lugar do substituído, para evitar que a inércia do substituído prejudique o seu (do substituído) direito, que é o mesmo direito dele, substituto.
AUDIÊNCIA
A audiência é também ela, um ato processual. Na audiência produzem-se quase todas as provas (é claro que a inspeção, a vistoria, a perícia grafotécnica, de insalubridade ou periculosidade e a contábil, entre outras, realizam-se fora das audiências, mas repercutem nelas, e ali são apreciadas). 
É na audiência que o juiz entra em contato com as partes, advogados, testemunhas, peritos, tradutores, intérpretes. Nela se materializa o princípio da imediação ou imediatidade. 
 As audiências realizam-se, em princípio, na sede do órgão da Justiça do Trabalho; se houver necessidade ou conveniência, poderá ser fixado outro local, desde que previamente comunicado às partes, por edital (CLT, art. 814, § 1º). As audiências são unas e indivisíveis, mas fraciona-se se não for possível concluir num só momento a instrução e o julgamento.
Às audiências deverão comparecer as partes e suas testemunhas, independentemente de seus advogados (CLT, art. 843 e 845); não há tolerância legal para atrasos, a não ser o de 15 minutos para o juiz (CLT, art. 815, parágrafo único). O empregador poderá se fazer substituir por gerente ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento sobre os fatos (relevantes) da lide e obrigatoriamente por entendimento do TST deve ser empregado, em caso de doença ou de qualquer outro motivo relevante, devidamente comprovado, o empregado poderá se fazer representar por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato (a representação é apenas para impedir o arquivamento do processo e provocar o adiamento da sessão).
Para a audiência as partes são intimadas por registrado postal (SEED); não há previsão de citação por hora certa (CPC, art. 227) no processo do trabalho; se o reclamado, intimado, não for encontrado ou criar embaraços, será intimado por oficial de justiça ou por edital (mão no rito sumaríssimo). O juiz do trabalho poderá, contudo, tratando-se de comarcas contíguas (CPC, art. 230), fazê-la; por fim, como não há nulidade se o ato, praticado de outra forma, atingir sua finalidade, nada obsta a que o juiz, dentro do seu poder de diretor do processo, determine a citação por hora certa.
O não comparecimento injustificado do reclamante à audiência impõe o arquivamento do processo; o não comparecimento do reclamado implica revelia e confissão quanto à matéria de fato. Se houver motivo relevante, o juiz poderá suspender o julgamento, designando nova audiência, e deixando de aplicar qualquer penalidade. É o que consta do art. 844 da CLT: "Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato”. 	Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência".
Se o reclamante der causa a dois arquivamentos seguidos ficará proibido de demandar na Justiça do Trabalho por seis meses (CLT, art. 732). A esse hiato de suspensão chama-se perempção de instância.
 Se a ausência do reclamante se der após a audiência inaugural, haverá confissão ficta, e não mais arquivamento. A confissão ficta do empregado permite ao juiz presumir a veracidade das alegações da defesa, da mesma forma que a confissão ficta do empregador permite ao juiz presumir a veracidade das alegações da inicial. A presunção é juris tantum (admite prova em contrário).
O reclamante e seu advogado sentam-se à esquerda do juiz; o reclamado e seu advogado, à direita. Antes da contestação, o juiz proporá a conciliação é a primeira proposta obrigatória de conciliação; a 2ª, ocorrerá após as razões finais, depois de terminada a instrução (CLT, art. 850); não havendo acordo, será apresentada a defesa trabalhista é oral, feita em 20 minutos (CLT, art. 846), pelo que consta da CLT; inobstante, a praxe consagrou a defesa escrita iniciar-se-á a instrução, ouvindo-se o reclamante e o reclamado, de ofício ou a requerimento das partes, depois as testemunhas do autor e em seguida as do réu, o perito e os técnicos, se houver; dependendo da matéria alegada, e do ônus de cada parte na produção da prova, essa ordem poderá ser invertida pelo juiz, sem qualquer nulidade. Após o interrogatório, qualquer das partes poderá retirar-se, prosseguindo a instrução com seus representantes.
A falta de proposta de conciliação torna nula a sentença; parte da jurisprudência entende que apenas a falta da 2ª proposta de conciliação nulifica a sentença; a da 1ª, não,
HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO 
Se houver acordo, lavrar-se-á termo, assinado pelo Juiz e pelos litigantes (CLT, art. 847, § 1º); as partes podem conciliar-se a qualquer tempo, antes e depois do julgamento, tendo ou não interposto recurso. O juiz não está obrigado a homologar qualquer acordo. Se entender que o acordo é prejudicial a uma das partes pode deixar de homologá-lo.
DEFESA TRABALHISTA
Ninguém é obrigado a se defender. A defesa não é um ônus, mas uma oportunidade que se dá ao reclamado ou réu de contrapor-se às alegações do autor ou reclamante. Logo, revelia não é pena, mas uma forma de procedimento em que se presume que o réu ou reclamado abdicou da oportunidade de defesa que o Estado lhe outorgou. Diante da revelia, prossegue-se na marcha processual ignorando os atos processuais que deveriam ter sido praticados pelo revel e presumindo, por ficção jurídica, a veracidade das alegações da inicial.
A confissão ficta (ficta confessio) do empregado ou do patrão, conseqüência da revelia é simples meio de prova e não impede a colheita do depoimento pessoal ou a realização do interrogatório da parte presente nem elimina a possibilidade de oitiva de testemunhas de qualquer das partes, mesmo da ausente. Mesmo diante da revelia de uma das partes o juiz não pode deixar de considerar os demais elementos de prova constantes dos autos (cartões, recibos etc.). A confissão ficta gera presunção juris tantum (admite prova em contrário) das alegações da parte presente à audiência. Embora na prática trabalhista geralmente o Juiz não permite a juntada da defesa pelo advogado da empresa presente ou a oitiva de testemunhas, nessa hipótese deverá o advogado protestar e consignar o seu protesto em ata para posterior alegação de cerceamento de defesa.
Há casos na Justiça do Trabalho em que a simples revelia não atrai confissão ficta. Quando se pede, por exemplo, adicionais de insalubridade ou de periculosidade, a revelia e a confissão do reclamado são irrelevantes, porque o art. 195, § 2º da CLT determina que a apuração desses adicionais se faça, exclusivamente, por meio de prova pericial, a cargo de médico do trabalho ou de engenheiro do trabalho.
Revelia não é pena, pois a defesa não é obrigação, mas simples conseqüência da falta de impugnação das pretensões da inicial no momento próprio. O Estado não pode obrigar ninguém a se defender. Deve isso sim, assegurar em pé de igualdade a qualquer um a possibilidade de defesa, com os mesmos prazos e o acesso às mesmas provas. Nisso consiste o due process of law.
EXCEÇÕES
Ao defender-se, o réu pode apenas contestar, reconvir ou excepcionar. Por isso se diz, com correção, que o prazo de defesa é, em rigor, de resposta, pois nesta (na resposta), estão incluídas todas as modalidades de defesa (contestação, reconvenção, exceção).
Contestação é a defesa direta sobre o mérito; reconvenção é uma ação do réu em face do autor, dentro do mesmo processo e exceção é a defesa indireta, ou processual, isto é, todo tipo de defesa que, embora não contrariando diretamente o fato afirmadona exordial, opõe-lhe outro, ou outros, que possa(m) eliminar ou impedir o efeito normal e desejado daquele fato afirmado na inicial.
No direito processual do trabalho só se consideram exceções às alegações de suspeição ou impedimento e de incompetência (CLT, art. 799). Todas as demais serão preliminares, devem ser alegadas na resposta, examinadas com o mérito e decididas na sentença final (Ex.: coisa julgada (salvo se abranger todo o objeto da lide, litispendência, prescrição (exceto a actio nata), compensação e retenção (CLT, arts. 767 e 799, § 1º).
A exceção de suspeição ou de impedimento de juiz ou classista, se não for declarada de ofício, deve sê-lo pela parte. Recebida, será julgada pela própria Vara em 48 horas contadas da argüição. Rejeitada, reabre-se à ré o prazo de resposta. Da decisão da vara sobre o impedimento ou suspeição não cabe recurso; é meramente interlocutória.
Se a argüição de suspeição ou impedimento envolver juiz de direito investido da jurisdição trabalhista aplicam-se os arts. 312 e 313 do CPC, substituindo-se o juiz segundo a lei de organização judiciária local (CLT, art. 802, § 2º).
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
O juiz deve dar-se por impedido ou suspeito (CPC, arts. 134 e 135):
1º - Quando for parte;
2º - Quando interveio como mandatário da parte;
3º - Quando oficiou como perito;
4º - Quando oficiou como órgão do Ministério Público;
5º - Quando prestou depoimento como testemunha;
6º - Quando conheceu da lide em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
7º - Quando na lide estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo, ou afim, em linha reta, ou na linha colateral até segundo grau;
8º - Quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;
9º - Quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
10º - Por foro íntimo.
CONTESTAÇÃO
Resposta é termo amplo, que engloba a defesa (ataque direto sobre o mérito), a reconvenção e as exceções. Se o reclamante não comparecer à audiência, arquiva-se a reclamação, com ou sem condenação em custas; se o réu não o fizer, será condenado a revelia, disso advindo confissão quanto à matéria de fato.
 Presentes as partes, a audiência se inicia com a leitura da petição inicial; se a leitura for dispensada, serão concedidos 20 minutos para o réu aduzir sua defesa. Se houver mais de um reclamado, cada um deles terá 20 minutos para a defesa. Na prática, as defesas são escritas.
 Não são admitidas defesas por negação geral. O réu deve rebater um a um os argumentos da inicial. A inexistência de defesa pode levar ao decreto de revelia e, lógico, de confissão. leia o artigo 302 do CPC.
Após a resposta o reclamante só poderá desistir da ação com o consentimento do réu. Se da desistência não resultar prejuízo ao réu o juiz poderá rejeitar a recusa e homologar o pedido do reclamante.
 Produzida a defesa, e em não havendo acordo, passar-se-á à instrução do feito, ouvindo-se o reclamante, o reclamado, as testemunhas do reclamante e as testemunhas do reclamado, os peritos, intérpretes, tradutores etc., nessa ordem. Pode haver inversão do ônus da prova, segundo a teoria da partição do ônus da prova.
RECONVENÇÃO
Reconvenção é ação do réu contra o autor, no mesmo processo. É admissível no processo do trabalho, porque a CLT não a veda expressamente. O art. 767 da CLT considera a compensação e a retenção matérias de defesa. Se o crédito que o réu julga deter em face do autor for maior do que o que se pode pedir na contestação a título de compensação ou de retenção, o réu deve argüir a compensação e reconvir pelo que sobejar. É cabível no mesmo prazo da defesa (CPC, art. 299). Deve ser trazida, sempre, em audiência. Não há recurso separado da reconvenção, porque tanto ela quanto a ação serão julgadas na mesma sentença (CPC, art. 318). Como a reconvenção é uma ação autônoma, a desistência da ação, ou a extinção desta, não extingue a reconvenção nem impede o julgamento da reconvenção.
Questões de Fixação da Aula:
Apresente de forma lógica o transcurso da audiência trabalhista.
Quais as formas de defesa
Explique o que são preliminares e defesa de mérito na contestação 
Explique a substituição processual
Quais as conseqüências de ausência do autor e do réu à audiência .
Qual o posicionamento das partes da sala de audiência ( vide esquema apresentado)
SEMANA 5
Esquema da Aula
RITOS
I - RITO ORDINÁRIO
Estão submetidas a esse rito as ações cujo valor da causa exceda a 40 salário mínimos. A reclamação pode ser verbal ou escrita, admite-se a citação por edital e na fase instrutória pode cada parte apresentar até três testemunhas.
II - RITO SUMARÍSSIMO
O procedimento sumaríssimo foi estabelecido e incluído na CLT (arts. 852-A/852-I) pela Lei 9.957/00, sendo aplicável exclusivamente aos dissídios individuais com o objetivo de tornar o processo trabalhista mais célere. 
 
O procedimento sumaríssimo será aplicável às causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente no momento do ajuizamento da demanda, conforme estabelece o art. 852-A da CLT, incluído pela referida lei:
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
 
O parágrafo único do art. 852-A estabelece que estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que seja parte a Administração Pública Direta, autárquica e fundacional. Ao assim dispor, a lei do procedimento sumaríssimo segue o entendimento disposto no art. 3º, I e § 2º da Lei 9.099/95, que também estabelece o valor da causa e exclui expressamente as lides de interesse da Fazenda Pública.
 
Com isso, buscou o legislador alcançar celeridade e economia processual nas causas de pequeno valor econômico, tendo em vista a sua menor complexidade. 
O rito sumaríssimo pode ser utilizado nas ações plúrimas, desde que o valor total dos pedidos somados não exceda o valor de 40 salários mínimos. 
Em prosseguimento, estabelece o art. 852-B da CLT:
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: 
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado;  
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa (ônus do demandante). 
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. 
O pedido, portanto, deverá ser certo (pedido claro) e determinado (o pedido deve ser um bem jurídico perfeitamente caracterizado na qualidade e na quantidade), indicando o valor correspondente. Não se admite a citação por edital, sendo dever do demandante indicar corretamente o nome e o endereço do demandado, resguardando a segurança do processo e a garantia do direito de defesa do réu. 
O valor do pedido é determinado por uma breve memória de cálculo onde consta a discriminação das somas correspondentes aos créditos pretendidos pelo demandante, devendo seguir os critérios estabelecidos no Código de Processo Civil, em seus arts. 258, 259, I a V, e 260:
Art. 258. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.
Art. 259.O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação;
II - havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
III - sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;
IV - se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;
V - quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato; (...)
Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações. 
Adicione-se que o §2º do art. 852-B determina como dever das partes e dos advogados informar qualquer mudança de endereço durante o processo, determinando como eficazes as intimações enviadas para o endereço anteriormente informado, na ausência de comunicação. 
Conforme destacado, a apreciação da reclamação trabalhista deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias, a contar do seu ajuizamento, podendo constar em pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Vara do Trabalho. O prazo máximo de 15 dias a que alude a lei não é propriamente para a apreciação da reclamação ou prolação da sentença, mas para a designação da audiência inaugural. 
Obs.: pela CLT (parte final do caput do art. 841), o prazo mínimo para marcação da audiência é de cinco (5) dias. Enquanto isso, no procedimento sumaríssimo, a designação da audiência não pode ultrapassar quinze (15) dias. Para tanto, a Vara do Trabalho poderá adotar, se necessário, o sistema de pauta especial, de acordo com o movimento judiciário do órgão de 1º grau. 
 
No caso de descumprimento do art. 852-B, II, § 1º do mesmo artigo estabelece que ocorrerá o arquivamento da demanda trabalhista e a condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa, não sendo possível a emenda à inicial, tendo em vista a negação ao principal objetivo do procedimento estabelecido, qual seja a celeridade e economia processual. 
 
 
O art. 852-C cuida dos poderes e deveres do juiz quanto à concentração dos atos: 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. 
O art. supramencionado busca resguardar a celeridade e economia processual, ao estabelecer que as demandas que se submetem ao rito sumaríssimo deverão ser instruídas e julgadas em audiência única. 
 
Impende destacar que a CLT (art. 849) já estabelece que a audiência de instrução e julgamento, em regra, deve ser una. O § 7º do art. 852-H consolidado dispõe que: 
 
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente.
(...)
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. 
 
 
Em regra, o motivo relevante aparece, em ata de audiência, simplesmente registrado como “força maior” ou “por acúmulo de serviço”. Para maior transparência, é necessário que o juiz faça constar nos autos, de modo expresso, os motivos que teriam ensejado a configuração da força maior ou do acúmulo de serviço, com o registro, ainda que breve, dos fatos que justifiquem o prosseguimento da audiência e a solução do processo em prazo superior a trinta dias. 
 
A convocação facultativa do juiz substituto (art. 852-C) para funcionar simultaneamente com o juiz titular deve resultar de entendimento entre as duas autoridades judiciárias, sob a direção do segundo, nas Varas do Trabalho em que houver juiz substituto atuando de modo permanente na condição de auxiliar do titular, como naquelas localidades de maior movimento judiciário, onde essa prática se justifique. 
 
O art. 852-D cuida da iniciativa probatória do juiz da causa e assim dispõe: 
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. 
 
Enquanto isso, o art. 852-E estabelece o desenvolvimento da conciliação no procedimento sumaríssimo:
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. 
A tentativa de solução conciliatória, portanto, poderá ser feita em qualquer fase da audiência. Uma vez aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes sobre as vantagens do acordo, valendo-se para tanto de seus bons ofícios e persuasão no sentido de obter a solução amigável. A lei não exige, porém, que a proposta de conciliação seja obrigatoriamente renovada antes da sentença, como consta da segunda parte do art. 850, da CLT, sendo suficiente propor a conciliação no início da sessão, embora deva sempre tentar o acordo em qualquer fase da audiência.
 
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal. 
Na ata de audiência serão resumidamente registrados apenas os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal. Neste particular, deve o magistrado ter o cuidado de dosar o ideal de celeridade processual e as garantias do devido processo legal, do contraditório e do direito à ampla defesa. Em suma, o magistrado deve buscar a utilização do mínimo de meios processuais para alcançar o máximo de eficiência e justiça, de modo rápido, seguro e transparente.
 
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença. 
Todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo serão decididos de plano pelo juiz, devendo as demais questões ser apreciadas somente na sentença. O preceito atende ao propósito de celeridade processual, sem necessidade de suspender o processo a cada incidente, nem mesmo quando forem opostas exceções, as quais, em regra, provocam a suspensão do feito, no procedimento comum, e causam o retardamento na apreciação do mérito da causa. 
O art. 852-H trata da admissibilidade dos meios de prova e da oportunidade para produzi-las. Ensina-nos o dispositivo:
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz; 
 
De acordo com a Consolidação, todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. Também aqui prevalece o princípio da concentração dos atos processuais, em consonância com o objetivo de atender a celeridade processual. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, ressalvados os casos de absoluta impossibilidade, a critério do juiz diante do caso concreto. 
 
No procedimento sumaríssimo, o adiamento da audiência para que a parte se pronuncie sobre documentos somente deve ser deferido quando for absolutamente impossível a sua manifestação imediata (na mesma sessão) de acordo com o juízo da autoridade judicial.Obs.: a prova pericial somente será produzida quando houver necessidade, por força das circunstâncias fáticas ou por imposição legal. Neste caso, o juiz deve, desde logo, nomear o perito, fixar o prazo para a realização do exame técnico e entrega do laudo e, ainda, estabelecer o objeto da perícia. Podem as partes formular quesitos e indicar assistentes técnicos, para assegurar-lhes o direito de ampla defesa, no prazo assinado pelo juiz. 
 
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. 
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. 
 
De acordo com § 2º do art. 852-H, cada parte poderá apresentar até o máximo de 2 testemunhas, que comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. Enquanto no processo trabalhista ordinário, cada parte poderá apresentar até o máximo de 3 testemunhas, no procedimento sumaríssimo cada litigante não pode trazer mais do que 2 testemunhas ao feito, reduzindo o legislador o tempo de instrução e proporcionando a celeridade processual. 
 
Excepcionalmente, o juiz deferirá a intimação de testemunha que deixar de comparecer à audiência (§ 3º, art. 852-H). Essa exceção aplica-se quando a parte comprovar que a testemunha foi convidada e não atendeu ao convite, variando a comprovação de acordo com o caso concreto, embora seja aconselhável que se realize por escrito com aviso de recebimento (AR). Se após a intimação a testemunha não comparecer, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. 
 
Importante destacar que se trata de uma faculdade, e não de uma obrigação conferida ao juiz, que deverá sopesar as circunstâncias da causa. Como a lei não cuida das espécies de intimação, admite-se a oitiva da testemunha por carta precatória, quando, por residir em outra jurisdição, não puder ser apresentada espontaneamente pela parte.
 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.  
§ 5º VETADO
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.   
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. 
 
O art. 852-I enumera os requisitos da sentença trabalhista no âmbito do rito sumaríssimo. Assim aduz o dispositivo:
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. 
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.  
§ 2º VETADO       
 § 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada. 
A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, ficando, porém, dispensado o relatório. Segundo o § 3º do art. 852-I, as partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que for proferida. Mais uma vez, o legislador privilegiou a apreciação das ações trabalhistas submetidas ao rito sumaríssimo em apenas uma audiência. 
 
Contudo, as partes serão intimadas da sentença através de nova intimação nos seguintes casos: revelia da parte reclamada (parte final do art. 852, da CLT); se a ata de audiência de julgamento não for juntada no prazo de 48 horas (art. 851, § 2º, da CLT); ou se a parte não estiver presente na data de encerramento da instrução, quando for designada a publicação da sentença.
 
Obs.: Quando houver seccionamento da audiência em mais de uma data é aconselhável que o relatório da sentença seja feito. 
 
Por fim, deve prevalecer o princípio segundo o qual é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida quando o autor tiver formulado pedido certo, consoante se infere do parágrafo único do art. 459, do CPC, aplicável na Justiça do Trabalho, visto que perfeitamente compatível com o espírito do processo trabalhista (art. 769, da CLT). O atual art. 852-B, I, acrescentado pela Lei nº. 9.957/2000, exige que no procedimento sumaríssimo “o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente”. Logo, nesse caso, o juiz deve proferir sentença líquida. 
 
 De pouco adiantaria instituir um procedimento sumaríssimo para ter validade apenas na primeira instância. Diante disso, ao inovar o ordenamento processual trabalhista criando a Lei 9.957/00, o legislador admitiu alguns recursos em sede de procedimento sumaríssimo. 
 
No tocante a esta matéria, o art. 895, §1º, da Consolidação, cuida da interposição de recurso ordinário no rito sumaríssimo e assim dispõe: 
 
 
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:
 
a) das decisões definitivas das Juntas e Juízos no prazo de oito dias;
 
b) das decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de oito dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
 
§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário:
I - VETADO
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; 
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; 
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. 
§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo.
 
 
Segundo a Lei nº. 9.957/00, portanto, uma vez recebido no Tribunal, o recurso será imediatamente distribuído, devendo o relator liberá-lo no prazo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor. 
 
O dispositivo determina ainda que o representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento deverá apresentar parecer oral, caso entenda necessário, com registro na certidão. 
 
Dispõe, ainda, o art. 895, §1º, IV, da CLT, que o acórdão (decisão do Tribunal) consistirá unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e sua parte dispositiva e das razões do voto vencedor. Diante disso, é possível concluir que o relatório é dispensável. Se a sentença recorrida for confirmada pelos próprios fundamentos, a simples certidão de julgamento, registrando e comprovando tal acontecimento, fará as vezes de acórdão. 
 
Destaque-se, ainda, que os tribunais regionais divididos em turmas poderão designar turma especialmente para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. Com essa medida o legislador resguarda mais uma vez a celeridade do rito sumaríssimo. 
 
Quanto ao cabimento do recurso de revista no procedimento sumaríssimo, é certo que o referido recurso somente será admitido quando a decisão recorrida for contrária à súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição Federal, conforme estabelece o art. 896, § 6º consolidado:
 
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos TribunaisRegionais do Trabalho, quando: 
(...)
 
§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República. 
 
 
Com isso, afirma-se que no rito sumaríssimo o recurso de revista por violação de lei ou por divergência jurisdicional não é cabível, como ocorre no processo trabalhista ordinário, expressamente previsto no art. 896, da CLT:
 
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: 
      a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte; 
        b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; 
        c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.
 
 
Sobre embargos de declaração em sede de procedimento sumaríssimo, é possível afirmar que estes serão cabíveis em caso de sentença ou acórdão, no prazo de 5 dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente, de acordo com o estabelecido no art. 897-A da CLT:   
 
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso.  
Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
 
A apresentação dos embargos deverá ser registrada em certidão, sendo admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Importante observar que os embargos de declaração continuam cabíveis nos casos de omissão, contradição ou obscuridade na decisão, todavia, a circunstância de obscuridade não pressupõe efeito modificativo.
 
Em suma, no procedimento sumaríssimo os embargos declaratórios cabem nas situações usuais de omissão, contradição e obscuridade no julgamento da causa. Inicialmente, poderia se pensar que a nova lei não teria cuidado da ocorrência de obscuridade do julgado. Se de fato a lei fosse omissa, deveria ser feita a aplicação analógica do CPC, visto que não se pode admitir uma decisão obscura, sob pena de acarretar problemas interpretativos.  
 
No procedimento sumaríssimo, os embargos de declaração também são cabíveis nas situações em que houver equívoco na apreciação dos pressupostos recursais do próprio apelo que estiver em julgamento, sem que seja necessária a interposição de novo recurso em instância superior. Dessa maneira busca-se alcançar a celeridade processual, solucionando os casos que dependem de resultado célere e eficaz. 
 
Comprovado, portanto, que houve manifesto equívoco no exame dos pressupostos recursais relativos ao próprio apelo posto em julgamento, poderá a parte valer-se dos embargos declaratórios com o intuito de corrigir o erro. Os embargos, contudo, não serão cabíveis quando o equívoco não for manifesto, constituindo ônus do recorrente  comprovar esta evidência. 
 
Destaque-se, ainda, que os embargos de declaração não serão cabíveis quando não se tratar de pressuposto extrínseco do recurso em exame, mas de pressuposto da ação, medida ou recurso principal, nos termos da Súmula nº. 353, do TST, que assim dispõe: 
 
Súmula nº. 353. Embargos. Agravo. Cabimento.  
Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de decisão de Turma proferida em agravo, salvo: a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no julgamento do agravo; d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
 
 
Por sua vez, os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, conforme aduz o art. 833, da CLT. 
 
Art. 833. Existindo na decisão evidentes erros ou enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser corrigidos ex officio, ou a requerimento dos interessados ou da Procuradoria da Justiça do Trabalho.
 
 
Em prosseguimento, o agravo de instrumento está expresso no art. 897, b, da CLT, e sua função dentro do processo do trabalho consiste em destrancar outro recurso cujo seguimento fora denegado pela instância inferior. Todavia, as alegações realizadas no bojo dos embargos de declaração podem referir-se aos pressupostos do próprio agravo ou do recurso de revista. Nesse caso específico, é possível afirmar que a Lei nº. 9.957/00, ao alterar a CLT, admitiu o efeito modificativo da decisão, não apenas nos casos de omissão e contradição do julgado, mas também quando houver manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Vejamos a redação do art. 897, b, da CLT: 
 
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:  
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; 
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.
 
 
Obs.: os embargos, no entanto, não são cabíveis em sede de despacho, não se podendo falar em preclusão nos casos em que a parte deixa de opor embargos de declaração, com o fito de alcançar efeito modificativo de despacho denegatório de seguimento a recurso. 
 
Por fim, embora o procedimento sumaríssimo tenha surgido com a finalidade de diminuir a demanda processual na Justiça Laboral, seu objetivo ainda não foi plenamente alcançado, tendo em vista, em especial, a atual inviabilidade prática de aplicação de seus prazos ao caso concreto, embora tenha se revelado instrumento extremamente útil à persecução de seus objetivos. 
 
Continuam coexistindo os ritos ordinário e sumário, sendo este último aplicável, conforme já explicitado em artigos anteriores, quando o valor da causa não exceder os dois salários mínimos.  
 
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO:
Quais os requisitos do pedido no rito sumaríssimo?
Qual a limitação de testemunhas no rito ordinário e sumaríssimo
Qual a hipótese de recurso de revista no rito sumaríssimo?
Como ocorre a citação do réu na hipótese de notificação infrutífera?
Quais as diferenças entre o rito sumário ( também denominado de alçada) e o rito sumaríssimo pesquise na doutrina indicada
SEMANA 6
Esquema da Aula
SISTEMA RECURSAL TRABALHISTA
Teoria Geral
Pressupostos Gerais
TEORIA GERAL 
Diversos princípios norteiam o regime recursal no processo do trabalho. Entre eles, podemos destacar o princípio da unirrecorribilidade/singularidade/unidade recursal que determina a possibilidade de interposição de apenas um recurso contra a mesma decisão. Isto é, não é possível utilizar simultaneamente diversos recursos contra a mesma decisão, mas apenas sucessivamente. 
 
Contudo, esse princípio não é aplicável nos casos de sucumbência recíproca, especificamente quando o reclamante interpõe contra a decisãorecurso ordinário e o reclamado interpõe embargos de declaração com pedido de efeito modificativo. Nesse caso, se os embargos modificativos forem procedentes modificando o julgado, ao reclamante é facultado interpor novo recurso ordinário ou apenas aditar o recurso ordinário já interposto, compondo uma exceção ao princípio em tela, tendo em vista a apresentação de dois recursos (recursos ordinários) contra uma mesma decisão. 
 
Outro princípio que podemos elencar é o princípio da fungibilidade que permite ao juiz receber um recurso equivocadamente interposto como se o correto fosse, atentando para o princípio da finalidade e da simplicidade que orientam o processo do trabalho. A doutrina estabelece três condições para que esse princípio seja plenamente aplicável: 
 
a) deve inexistir erro grosseiro; 
b) deve haver dúvida aceitável quanto ao recurso cabível no caso concreto; 
c) o recurso equivocadamente interposto deve respeitar o prazo recursal do recurso cabível. 
 
O Tribunal Superior do Trabalho admite o princípio da fungibilidade, conforme já estabeleceu na Orientação Jurisprudencial 69 da SDI-II e na Súmula 421, que assim aduzem:
 
Súmula nº. 421. Embargos declaratórios contra decisão monocrática do relator calcada no art. 557 do CPC. Cabimento. 
I - Tendo a decisão monocrática de provimento ou denegação de recurso, previs-ta no art. 557 do CPC, conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide, com-porta ser esclarecida pela via dos embargos de declaração, em decisão aclarató-ria, também monocrática, quando se pretende tão-somente suprir omissão e não, modificação do julgado. 
II - Postulando o embargante efeito modificativo, os embargos declaratórios deverão ser submetidos ao pronunciamento do Colegiado, convertidos em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual. 
 
 
 
OJ nº. 69. Fungibilidade recursal. Indeferimento liminar de ação rescisória ou mandado de segurança. Recurso para o TST. Recebimento como agravo regimental e devolução dos autos ao TRT.  
Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.    
 
Outro princípio salutar no processo do trabalho é duplo grau de jurisdição. A Constituição Federal não determina o duplo grau de jurisdição obrigatório, mas garante aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral o contraditório e a ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes, conforme estabelece o art. 5º, LV:
 
Art. 5º. (...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
 
Vale dizer, embora o sistema não estabeleça a obrigatoriedade, é assegurado às partes a utilização de todos os recursos previstos na legislação vigente. Impende destacar que das decisões proferidas nos dissídios de alçada ou procedimento sumário (que não ultrapassam o valor de 2 salários mínimos) não é cabível recurso, ressalvados os casos em que verse sobre matéria constitucional.
 
Em prosseguimento, o princípio da voluntariedade determina que o recurso é voluntário. Diante disso, é possível afirmar que a autoridade judiciária não poderá conhecer de ofício matérias não alegadas em sede recursal, ressalvadas as de ordem pública. Sobre o tema, destacam-se os seguintes dispositivos do Código de Processo Civil:
 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:
(...)
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
VI - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e VI; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
 
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
(...)
 
§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.
 
No entanto, alguns doutrinadores defendem que o reexame necessário (remessa de ofício), constitui exceção à regra da voluntariedade recursal, por conta do art. 475 do CPC.  Segundo eles, o art. 475 estabelece o duplo grau de jurisdição obrigatório nos casos de sentença proferida em face de pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, DF, Municípios, autarquias e fundações públicas), bem como a sentença que julgar procedentes, no todo em parte, os embargos à execução de divida ativa da fazenda pública.
 
Determina ainda que não haja reexame necessário quando a condenação ou o direito controvertido for de valor certo não excedente a 60 salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de divida ativa do mesmo valor.
 
O art. 475 também não será aplicável quando a sentença tiver como fundamento jurisprudência ou Súmula do Supremo Tribunal Federal ou de tribunal superior competente. 
 
Contudo, a corrente doutrinária majoritária defende que o reexame necessário não constitui exceção ao princípio da voluntariedade, vez que não se trata de recurso propriamente dito por lhe faltar o voluntarismo, ou seja, por ser a decisão necessariamente reexaminada sem que qualquer das partes requeira. 
 
 
Assim dispõe o art. 475 do Código de Processo Civil: 
 
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). 
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. 
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. 
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. 
 
Nessa esteira, o TST editou a Súmula 303 que assim dispõe:
 
Súmula nº. 303. Fazenda pública. Duplo grau de jurisdição. 
I - Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vi-gência da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo: 
a) quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta) salários mínimos; 
b) quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Supe-rior do Trabalho. (ex-Súmula nº 303 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
II - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujei-ta ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses das alíneas "a" e "b" do inciso anterior. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em 03.06.1996)
III - Em mandado de segurança, somente cabe remessa "ex officio" se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feitoco-mo impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipó-tese de matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, res-pectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996)
 
Outro princípio de grande relevância dentro do processo do trabalho é o da proibição da reformatio in pejus, que proíbe o Tribunal de proferir decisão menos favorável ao recorrente do que a decisão anteriormente proferida e recorrida. 
 
A sentença recorrida pode sofrer impugnação total ou parcial, conforme estabelece o art. 505 do CPC. Uma vez apresentado o recurso, este devolverá ao Tribunal o conhecimento da matéria impugnada, conforme estabelece o art. 515 também do CPC (tantum devolutum quantum appellatum). Vejamos a redação dos dispositivos mencionados:
 
Art. 505. A sentença pode ser impugnada no todo ou em parte.
 
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. 
§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação.
 
Se a sentença, portanto, for objeto de recurso por qualquer das partes, o julgamento do Tribunal não pode agravar a parcela da decisão que não foi objeto de recurso. 
 
Logo, a parte da sentença que não foi objeto de recurso transita em julgado, sendo irreformável pelo Tribunal, não podendo ser atingida pelo julgamento da parcela impugnada, sob pena de ofensa ao princípio da non reformatio in pejus. Protege-se assim tanto o recorrente como o recorrido. 
 
Por outro lado, o art. 512 do CPC, aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, esclarece que o julgamento proferido pelo Tribunal substituirá a sentença ou decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso. 
Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso.
 
 
Obs.: através da Súmula 45, o STJ estabelece que no caso de reexame necessário é vedado ao Tribunal agravar a condenação imposta à fazenda pública.
 
Súmula 45. STJ. No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública.  
 
 
 
O princípio da variabilidade previsto no Código de Processo Civil de 1939 facultava à parte variar o recurso dentro do prazo legal, ou seja, a parte poderia modificar o recurso já interposto, desde que dentro do prazo recursal legal. Contudo, esse dispositivo não foi recepcionado pelo CPC de 1973, o que divide a doutrina trabalhista em dois grupos: um que aceita a existência tácita do princípio e sua aplicação no processo do trabalho, tendo em vista que a interposição de outro recurso dentro do prazo legal pressupõe a desistência tácita do primeiro interposto, resguardando, assim, a simplicidade no processo do trabalho.
 
Uma segunda corrente não aceita a interposição de novo recurso, pois com a interposição do primeiro estaria consumada a preclusão consumativa, isto é, estaria precluso o prazo para recorrer.     
 
 
Os recursos trabalhistas possuem algumas peculiaridades em relação aos recursos dos demais ramos processuais. Vejamos:
 
a)Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: o art. 893, § 1º , da CLT determina que: 
 
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
(...)
§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
 
Em outras palavras, determina o dispositivo que as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato, sendo possível a sua apreciação apenas em recurso da decisão definitiva. 
 
Sobre o tema, o TST estabeleceu e revisou a matéria através da Súmula 214, que determina: 
 
Súmula nº. 214. Decisão interlocutória. Irrecorribilidade. 
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.  
 
 
b)Inexigibilidade de fundamentação: também chamado de princípio da discursividade, a inexigibilidade de fundamentação toma como base o art. 899 da CLT que estabelece que os recursos deverão ser interpostos por meio de simples petição:
 
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
 
A afirmação feita acima permite a interpretação de que os recursos podem ser interpostos sem qualquer fundamentação ou razões recursais. No entanto, a fundamentação é necessária, pois assim assegura-se a ampla defesa e o contraditório, além de permitir que o Tribunal conheça o motivo que gerou o inconformismo da parte com a decisão proferida.  
 
No âmbito trabalhista, a maioria dos recursos exige fundamentação, como, por exemplo, o recurso de revista e o agravo de petição. 
 
O TST estabeleceu em sua Súmula 422 a obrigatoriedade de fundamentação dos recursos. 
 
Súmula nº. 422. Recurso. Apelo que não ataca os fundamentos da decisão recorrida. Não conhecimento. Art. 514, II, do CPC. 
Não se conhece de recurso para o TST, pela ausência do requisito de admissibilidade inscrito no art. 514, II, do CPC, quando as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que fora proposta. 
 
c)Efeito devolutivo dos recursos: o art. 899 da CLT também estabelece que os recursos trabalhistas serão dotados, via de regra, de efeito meramente devolutivo, sendo possível a execução provisória até a penhora:
 
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. 
 
 
Obs.: as Leis 7.701/88 (art. 9º) e 10.192/01 (art.14) admitem que o presidente do TST conceda efeito suspensivo ao recurso ordinário interposto em face de sentença normativa prolatada pelo TRT, pelo prazo improrrogável de 120 dias, contados da publicação, salvo se o recurso for julgado antes do término do prazo.  
 
d)Uniformidade dos prazos recursais: o art. 6º da Lei 5.584/70 determina que o prazo para arrazoar e contra arrazoar qualquer recurso trabalhista é de oito dias. Contudo, alguns recursos podem ter prazos diferenciados, como os embargos de declaração que serão interpostos no prazo de cinco dias, conforme determina o art. 897-A, CLT:
 
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
 
 
Já para interpor e contestar recurso extraordinário o prazo legal é de 15 dias.
 
O prazo para interpor agravo regimental varia de acordo com o regimento interno de cada Tribunal, sendo possível afirmarque os Tribunais Regionais do Trabalho fixaram, em regra, o prazo de cinco dias para a interposição do agravo regimental, enquanto que o TST fixou o prazo de 8 dias para a interposição do recurso. 
 
Importante destacar que o art. 191 do CPC que estabelece o prazo recursal em dobro nos casos em que os litisconsortes possuem advogados distintos não é aplicável em âmbito laboral, conforme estabelece a OJ 310 da SDI-I do TST, por obstar o alcance da celeridade no processo do trabalho: 
 
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
 
Orientação Jurisprudencial nº. 310. Litisconsortes. Procuradores distintos. Prazo em dobro. Art. 191 do CPC. Inaplicável ao processo do trabalho.  
A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em decorrência da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.    
 
 
As pessoas jurídicas de direito público possuem prazo em dobro para recorrer. Todavia, esse privilégio não é aplicável às empresas públicas e sociedades de economia mista, tendo em vista que possuem personalidade jurídica de direito privado. O Ministério Público do Trabalho também possui prazo em dobro para recorrer, conforme determina o art. 188 do CPC que possui aplicação subsidiária no processo do trabalho por autorização do art. 769 da CLT.
 
e)Instância única nos dissídios de alçada: conforme já supramencionado, não será cabível recurso contra decisões proferidas nos dissídios de alçada ou procedimento sumário (aquelas que não ultrapassem o valor de dois salários mínimos), ressalvados os recursos que versem sobre matéria constitucional, conforme determina o art. 2º, § 4º da Lei 5.584/70.  
 
 Os efeitos do recurso são classificados em: efeito devolutivo, suspensivo, translativo, substitutivo, extensivo ou regressivo. 
 
No processo laboral, em regra, os recursos são dotados apenas de efeito devolutivo, que consiste na possibilidade de reexame da decisão pela autoridade superior (Tribunal, por exemplo). Com isso, torna-se possível a execução provisória, conforme determina o art. 899, caput, da CLT:
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. 
Quanto ao efeito suspensivo, é possível afirmar que os processos trabalhistas em geral não o possuem, tendo em vista que seu objetivo consiste em impedir a execução provisória da sentença recorrida. 
 
O efeito translativo consiste na possibilidade de se conhecer de ofício e a qualquer tempo as questões de ordem pública, sem que sobre elas se opere preclusão e sendo permitido ao juiz ou ao Tribunal decidir as questões relacionadas, ainda que não constem das razões recursais ou das contra razões recursais. Esse efeito está expresso nos arts. 515 e 516 do Código de Processo Civil que assim estabelecem:
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. 
§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação. 
Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença, ainda não decididas. 
Ressalte-se que em relação ao art. 515, § 3º, do CPC, existe uma divergência doutrinária quanto ao alcance da expressão “se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento”, tendo em vista que uma parte da doutrina entende que o julgamento da lide nesses casos só poderá ocorrer se a questão versar exclusivamente sobre questões de direito, enquanto que uma segunda corrente doutrinária defende que o dispositivo expressa duas possibilidades, quais sejam: 
 
a)      a autoridade judicial poderá julgar a lide desde logo se a causa versar sobre questão exclusivamente de direito ou 
b)      se a causa estiver em condições de imediato julgamento, ainda que não consista em questão exclusivamente de direito.
 
Não é possível definir qual a corrente majoritária, embora a segunda corrente (mais ampla) venha prevalecendo nos julgados mais recentes. 
 
Nessa esteira, impende destacar a Súmula 393 do TST que assim dispõe: 
 
Súmula nº. 393. Recurso ordinário. Efeito devolutivo em profundidade. Art. 515, § 1º, do CPC. 
O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 515 do CPC, transfere automaticamente ao Tribunal a apreciação de fundamento da defesa não examinado pela sentença, ainda que não renovado em contra-razões. Não se aplica, todavia, ao caso de pedido não apreciado na sentença.
 
O efeito substitutivo do recurso está expresso no art. 512 do CPC e determina que o julgamento proferido pelo Tribunal substitua a sentença ou decisão recorrida naquilo que tiver sido objeto de apelo, ou seja, ocorre uma substituição da decisão inicialmente proferida:
Art. 512. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso.
Contudo, se o Tribunal não julgar o mérito do recurso, não ocorrerá o efeito substitutivo, tendo em vista que a decisão inicialmente proferida não foi substituída. 
 
Em prosseguimento, o efeito extensivo ocorre nas causas em que há litisconsórcio unitário, caso em que a decisão deve ser uniforme para todos os litisconsortes. Nessa esteira, o art. 509 do CPC estabelece que o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, ressalvados os casos em que os interesses das partes são distintos ou opostos: 
Art. 509. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Por fim, o efeito regressivo consiste na possibilidade de retratação ou reconsideração pela mesma autoridade prolatora da decisão, vale dizer, é o fato da autoridade que proferiu a decisão, reexaminá-la e confirmar ou não seu posicionamento. No âmbito processual trabalhista, esse efeito ocorre nos recursos de agravo de instrumento e agravo regimental, sendo permitido que a autoridade julgadora reconsidere a decisão objeto do agravo, em razão dos princípios da celeridade e economia processual.  
·         Requisitos de admissibilidade recursal
Para ser conhecido, o recurso deve preencher alguns requisitos mínimos, compondo o juízo de admissibilidade. A análise do juízo de admissibilidade consiste em verificar a presença dos pressupostos recursais, também conhecidos como requisitos de admissibilidade recursal. 
Em regra, com a interposição do recurso ocorre a análise de dois juízos de admissibilidade: juízo a quo (aquele que prolatou a sentença recorrida) e o juízo ad quem (aquele competente para julgar o recurso interposto). 
Uma vez presentes todos os pressupostos recursais, o recurso será conhecido. Contudo, na ausência de apenas um requisito de admissibilidade o resultado é o não conhecimento do recurso interposto. 
Obs.: o despacho proferido pelo juízo de admissibilidade a quo não vincula o juízo ad quem, não havendo como se falar em coisa julgada ou preclusão. Ou seja, um juízo ad quem pode conhecer de recurso não conhecido pelo juízo a quo, assim como o inverso é permitido.
Igualmente, o despacho de admissibilidade proferido pelo juízo a quo não tem o condãode delimitar o campo de conhecimento do recurso pelo juízo ad quem, razão pela qual a autoridade julgadora do recurso poderá conhecer do apelo por fundamento diverso daquele admitido pela instância inferior.  
Nessa esteira, é possível destacar a Súmula 285 do TST, que assim estabelece: 
Súmula nº. 285. Recurso de revista. Admissibilidade parcial pelo juiz presidente do Tribunal Regional do Trabalho. Efeito.  
O fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento.
Interessante observar que os embargos de declaração possuem apenas um juízo de admissibilidade, tendo em vista que o recurso é julgado pela mesma autoridade judicial que proferiu a decisão objeto do apelo. 
Em prosseguimento, a Lei 7.701/88 alterou o art. 896, §5º, da CLT, que passou a estabelecer:
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
(...)
§ 5º - Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo.
Dessa maneira, houve uma ampliação dos poderes do Ministro Relator do Tribunal Superior do Trabalho, sendo a ele permitido negar seguimento a recurso de revista, embargos ou agravo de instrumento, caso a decisão recorrida esteja em consonância com a Súmula de jurisprudência do próprio Tribunal Superior do Trabalho. 
O art. 557 do CPC também sofreu modificações, alargando a competência do segundo juízo de admissibilidade (juízo ad quem), passando o juiz relator a ter poderes para negar seguimento aos recursos em várias hipóteses, conforme aduz o artigo:
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 
§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. 
§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. 
§ 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor.
Obs.: o Tribunal Superior do Trabalho firmou entendimento no sentido de que é plenamente aplicável o art. 557 do CPC ao processo do trabalho, regulamentando a matéria através da Instrução Normativa 17/2000. 
Ressalvados os recursos que possuem regulamentação própria, constantes no art. 896, § 5º da CLT, o relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo Tribunal Regional do Trabalho, Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho. 
Art. 896. (...)
§ 5º - Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo.
O Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, firmou entendimento em sua Súmula 253, estabelecendo que os poderes conferidos ao relator pelo art. 557 do CPC alcançam o reexame necessário:
Súmula 253. STJ. O art. 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança o reexame necessário. 
 
Ainda em relação ao art. 557 do CPC, é necessário salientar a Súmula 421 e a OJ 73 da SDI-II/TST, ambas do TST:
Súmula nº. 421. Embargos declaratórios contra decisão monocrática do relator calcada no art. 557 do CPC. Cabimento. 
I - Tendo a decisão monocrática de provimento ou denegação de recurso, prevista no art. 557 do CPC, conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide, comporta ser esclarecida pela via dos embargos de declaração, em decisão aclaratória, também monocrática, quando se pretende tão-somente suprir omissão e não, modificação do julgado. 
II - Postulando o embargante efeito modificativo, os embargos declaratórios deverão ser submetidos ao pronunciamento do Colegiado, convertidos em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual. 
 
OJ nº. 73. Art. 557 do CPC. Constitucionalidade.  
Não há como se cogitar da inconstitucionalidade do art. 557 do CPC, meramente pelo fato de a decisão ser exarada pelo Relator, sem a participação do Colegiado, porquanto o princípio da publicidade insculpido no inciso IX do art. 93 da CF/1988 não está jungido ao julgamento pelo Colegiado e sim o acesso ao processo pelas partes, seus advogados ou terceiros interessados, direito preservado pela Lei nº. 9.756/1998, ficando, outrossim, assegurado o acesso ao Colegiado através de agravo.     
 
Pressupostos recursais objetivos e subjetivos 
 
Os pressupostos recursais ou requisitos de admissibilidade recursal dividem-se em extrínsecos (objetivos) e intrínsecos (subjetivos). Vejamos a classificação:
 
 
Pressupostos recursais objetivos 
 
Os pressupostos objetivos podem ser classificados em: possibilidade de recorribilidade do ato, adequação, tempestividade, preparo e regularidade de representação. 
 
A admissibilidade do recurso depende do fato de ser ou não o ato recorrível. Se a decisão proferida não for impugnável via recurso, o recurso interposto não será conhecido em razão do pressuposto em tela. 
 
A adequação determina que a parte utilize o recurso estabelecido em lei como correto para determinada situação. Contudo, essa determinação não contraria o princípio da fungibilidade (possibilidade da autoridade judiciária receber como correto recurso equivocadamente interposto), que será aplicável desde que sejam atendidos seus requisitos: a impossibilidade do engano consistir em erro grosseiro, existência de fundada dúvida sobre qual recurso cabível e a interposição do recurso errado dentro do prazo estabelecido ao recurso correto. Se esses requisitos não forem atendidos não é possível a aplicação do princípio da conversibilidade. 
 
O recurso deve ser tempestivo, vale dizer, o recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em lei para sua impetração, sob pena de não conhecimento do apelo por intempestividade. 
 
Obs.: quando houver a interposição de recurso antes do início do prazo recursal, diz-se que também houve intempestividade, sendo caso de recurso extemporâneo. 
 
A lei 11.419/06, que trata da informatização do processo judicial, estabelece que serão considerados realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema eletrônico do Judiciário, devendo ser fornecido protocolo eletrônico do ato. Quanto ao prazo recursal eletrônico, são considerados tempestivos os recursos interpostos por meio eletrônico até as 24 horas do último dia do prazo.   
 
Quanto ao preparo, o processo do trabalho exige que o recorrente recolha as custas e realize o depósito recursal, sob pena de não conhecimento. 
 
As custas sempre serão pagas pelo vencido após o trânsito emjulgado da decisão. Em caso de recurso, as custas devem ser pagas, devendo ser comprovado seu recolhimento dentro do prazo recursal, sob pena de não conhecimento do apelo por deserção. Assim determina o art. 789, §1º da CLT:
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão calculadas: 
(...)
§ 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.
 
O reclamante empregado que ajuizar demanda trabalhista somente será responsável pelo pagamento das custas judiciais se o processo for extinto sem resolução de mérito ou se o pedido for julgado totalmente improcedente, na hipótese de não ser o obreiro beneficiário da justiça gratuita. 
 
Se, eventualmente, for firmado acordo judicial e de outra forma não tiver sido convencionado, o pagamento das custas será feito pelos litigantes em partes iguais (art. 789, §3º). 
 
Por sua vez, o art. 789 da CLT estabelece que o valor das custas incidirá à base de 2%, com valor mínimo de R$ 10,64, devendo ser calculadas em conformidade com o art. supramencionado, que assim dispõe:
Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e serão calculadas: 
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; 
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; 
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da causa; 
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. 
§ 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal. 
§ 2o Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das custas processuais. 
§ 3o Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes. 
§ 4o Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal.
Conforme acima exposto no art. 789, §4º, nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas, devendo ser calculadas sobre o valor na decisão arbitrado ou pelo presidente do tribunal.  
 
Por sua vez, o art. 790-A da CLT determina que são isentos de custas a União, os Estados, o DF, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem atividade econômica, possuindo a mesma prerrogativa o Ministério Público do Trabalho.  
 
Contudo, a referida isenção não se aplica às entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas acima referidas da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora. Assim aduz o referido dispositivo:
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita: 
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; 
II – o Ministério Público do Trabalho. 
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora. 
As empresas públicas e sociedades de economia mista também não estão isentas de custas, tendo em vista que estão submetidas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, conforme estabelece o art. 173, §1º da Constituição. 
 
Obs.: O Tribunal Superior do Trabalho estabeleceu na Instrução Normativa 27/2005 que as ações ajuizadas perante a Justiça do Trabalho, sejam derivadas da relação de emprego ou da relação de trabalho em sentido amplo, obedecerão quanto às custas, os dispositivos legais previstos na CLT. Estabelece ainda a Instrução Normativa 27/2005 que, salvo nas lides decorrentes da relação de emprego, é aplicável o princípio da sucumbência recíproca, relativamente às custas. 
 
Portanto, às lides que envolvam relação de trabalho distintas da relação de emprego, aplica-se o art. 21 do CPC que assim estabelece: 
Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários.
Por fim, o art. 789-A da CLT dispõe que no processo de execução são devidas custas, que sempre serão de responsabilidade do executado e pagas ao final, em conformidade com a tabela exposta no decorrer dos incisos do artigo:
Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela: 
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos); 
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos); 
V – embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos); 
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco centavos); 
 
O depósito recursal tem por objetivo garantir o juízo para o pagamento de futura execução a ser movida pelo reclamante. Diante disso, ainda que parcialmente vencida a empresa, por exemplo, é necessário que ela efetue o depósito recursal, garantindo dessa maneira o juízo. O empregado, contudo, é dispensado do depósito recursal.  
 
Com isso, é possível afirmar que o recolhimento do depósito recursal somente será obrigatório em relação ao empregador que, vencido em sede de reclamação trabalhista, opte por recorrer da decisão proferida. Por meio da já referida Instrução Normativa 27/2005, que dispõe sobre normas procedimentais aplicáveis ao processo do trabalho em decorrência da ampliação da competência da Justiça do Trabalho, determina o TST que o depósito recursal estabelecido no art. 899 da CLT é sempre exigível como requisito extrínseco do recurso, quando houver condenação em dinheiro. 
 
Nas ações que envolvam relação de trabalho distinta da relação de emprego, portanto, em caso de eventual condenação em dinheiro, será necessário que o recorrente (empregador) realize o depósito recursal, sob pena de não conhecimento do recurso. 
 
Nessa esteira, o art. 899, §1º da CLT determina que: 
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.  
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz. 
Uma vez transitada em julgado a decisão recorrida, o juiz ordenará o levantamentoimediato do depósito em favor da parte vencedora.
 
O TST através da Instruções Normativas expede normas sobre a forma e valor de recolhimento do depósito recursal no âmbito da justiça laboral, interpretando o art. 8º da Lei 8.542/92. 
 
O depósito recursal deve ser efetuado na conta vinculada do FGTS do empregado, conforme determina o art. 899, § 4º da CLT: 
Art. 899. (...)  
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.  
(...)
§ 4º - O depósito de que trata o § 1º far-se-á na conta vinculada do empregado a que se refere o art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, aplicando-se-lhe os preceitos dessa Lei observado, quanto ao respectivo levantamento, o disposto no § 1º.  
De acordo com a Súmula 161 do TST, se não há sentença condenatória determinando que a empresa pague quantia certa, não haverá depósito recursal: 
 
Súmula nº. 161. Depósito. Condenação a pagamento em pecúnia.
Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT. 
 
Em prosseguimento, a redação dos dispositivos mencionados na Súmula: 
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.  
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz.  
§ 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito corresponderá ao que for arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez) vezes o salário-mínimo da região.  
 
Impende destacar que o depósito recursal também será devido na hipótese de interposição de recurso adesivo.  
Obs.: as pessoas jurídicas de direito público e o Ministério Público não são obrigados a efetuar depósito recursal. Contudo, as empresas públicas e sociedades de economia mista são obrigadas a recolher o respectivo depósito.      
De acordo com a Lei, a comprovação do depósito recursal deve ser feita dentro do prazo para a interposição do recurso, sob pena deste ser considerado deserto, conforme estabelece o art. 7º, Lei 5.584/70:
 
Art. 7º. A comprovação do depósito da condenação (CLT, art. 899, §§ 1º a 5º) terá que ser feita dentro do prazo para a interposição do recurso, sob pena de ser este considerado deserto.
 
Nessa esteira, a Súmula 245 do TST determina que:
 
Súmula nº. 245. Depósito recursal. Prazo. 
O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.
 
A Súmula 128, III, do TST, estabelece que em caso de condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal realizado por uma delas aproveita as demais, desde que a empresa que o realizou não pleiteie exclusão da lide:
 
Súmula nº. 128. Depósito recursal. 
(...)
III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.
 
 
O dissídio coletivo não exige depósito recursal, tendo em vista que a natureza jurídica da sentença no dissídio coletivo pode ser constitutiva ou declaratória, mas não pode ser condenatória. 
 
Como já estabelecido na Súmula 86 do TST, a massa falida não está sujeita ao pagamento de custas nem ao depósito recursal, o que é obrigatório para as empresas em fase de liquidação extrajudicial, de acordo com a mesma Súmula:
 
Súmula nº. 86. Deserção. Massa falida. Empresa em liquidação extrajudicial. 
Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. 
 
No que se refere à ação rescisória, a Súmula 99 do TST determina como obrigação do empregador vencido, em caso de recurso, efetuar o depósito recursal, sob pena de não ter seu recurso conhecido por motivo de deserção:
 
Súmula nº. 99. Ação rescisória. Deserção. Prazo. 
Havendo recurso ordinário em sede de rescisória, o depósito recursal só é exigível quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia, devendo este ser efetuado no prazo recursal, no limite e nos termos da legislação vigente, sob pena de deserção.  
 
Obs.: mesmo sendo beneficiária da justiça gratuita a reclamada não fica isenta da obrigação de efetuar o depósito recursal, em caso de recurso, visto que a finalidade jurídica do depósito é a garantia do juízo. 
 
Importante salientar que em relação às custas e ao depósito recursal, o Tribunal Superior do Trabalho editou as Súmulas 86 (supracitada) e 128 e a Orientação Jurisprudencial 140, SDI-I/TST: 
 
Súmula nº. 128. Depósito recursal. 
I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº. 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº. 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) 
II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº. 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) 
III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº. 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
 
 
OJ nº. 140. Depósito recursal e custas. Diferença ínfima. Deserção. Ocorrência. 
Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do depósito recursal, ainda que a diferença em relação ao “quantum” devido seja ínfima, referente a centavos.
 
Outro pressuposto recursal objetivo consiste na regularidade da representação, o qual estabelece que o recurso deva ser subscrito pela própria parte (em razão do jus postulandi) ou por advogado com procuração nos autos ou detentor de mandato tácito (aquele que mesmo sem procuração realizou diversos atos processuais, representando a parte judicialmente), sob pena de não conhecimento do recurso por conta da irregularidade de representação. 
 
Sobre o tema, destaca-se a Orientação Jurisprudencial nº. 120 da SDI-I/TST, que determina:
 
OJ nº. 120. Recurso. Assinatura da petição ou das razoes recursais. Validade.
O recurso sem assinatura será tido por inexistente. Será considerado válido o apelo assinado, ao menos, na petição de apresentação ou nas razões recursais.
 
 
Pressupostos recursais subjetivos 
 
Os requisitos subjetivos dos recursos são: legitimidade das partes, capacidade e interesse. 
 
A legitimidade para interpor recursos está determinada no art. 499 do CPC que assim aduz:
Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público.
§ 1o Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial.
§ 2o O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que é parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei.
Diante disso, o recurso não será conhecido se interpostopor parte ilegítima, tendo em vista a ausência de pressuposto recursal subjetivo. Estabelece a Lei Complementar 75/93, art. 83, VI, que o Ministério Público do Trabalho possui legitimidade para interpor recurso tanto nos processos em que figura como parte, como naqueles em que figura apenas como fiscal da lei. 
 
Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho:
(...)
 
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
 
 
Sobre legitimidade, é importante destacar a Orientação Jurisprudencial nº. 338 da SDI-I/TST, que determina: 
 
OJ nº. 338. Ministério público do trabalho. Legitimidade para recorrer. Sociedade de economia mista e empresa pública. Contrato nulo.  
Há interesse do Ministério Público do Trabalho para recorrer contra decisão que declara a existência de vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública, após a CF/1988, sem a prévia aprovação em concurso público.
 
 
Quanto à capacidade, é necessário que a parte interessada demonstre que é plenamente capaz de praticar o ato processual. 
 
Quanto ao interesse, a parte recorrente deve demonstrar que seu recurso é útil e necessário, sob pena de não conhecimento. Dessa maneira, a parte que recorre de uma decisão que lhe foi plenamente favorável não possui interesse no recurso, pois em nada lhe será útil.    
 
 Questões de fixação :
Quais os pressupostos necessários para a interposição de recurso?
O que significa preparo para fins recursais?
As entidades públicas e a massa falida estão sujeitas a preparo e depósito recursal?
Quais são os requisitos da admissibilidade recursal?
Analise cada uma das súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST sobre a teoria geral dos recursos
SEMANA 7
Esquema da Aula
MODALIDADES RECURSAIS TRABALHISTAS
Recurso Ordinário 
O recurso ordinário é o recurso contra sentença definitiva da instância a quo para a instância ad quem e tem previsão legal no art. 895 da CLT, que assim dispõe:Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:a) das decisões definitivas das Juntas e Juízos, no prazo de 10 (dez) dias; b) das decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 10 (dez) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
 
O recurso ordinário, portanto, pode ser interposto contra sentenças definitivas ou terminativas proferidas pela Vara Trabalhista ou pelo juiz de direito que atue no exercício da função trabalhista. Também será cabível contra as decisões definitivas proferidas pelos TRT’s em processo de sua competência originária, como mandado de segurança e ação rescisória, independentemente de ser proferida em dissídios individuais ou coletivos.   
 
O prazo para interposição será de oito dias da intimação da sentença, As pessoas jurídicas de direito público têm prazo em dobro para recorrer, mas não para apresentar contra razões. 
 
Com isso, indeferida a petição inicial e, consequentemente, extinto o processo sem resolução de mérito por faltar alguma das condições da ação ou dos pressupostos de constituição e desenvolvimento do processo, somente resta ao prejudicado a possibilidade de interpor recurso ordinário, por conta da sentença terminativa proferida. 
O mesmo efeito ocorre quando a demanda trabalhista é arquivada em razão da ausência do reclamante à audiência. Se a peça vestibular for indeferida, é facultado ao juiz, no prazo máximo de 48 horas, reformar sua decisão, aplicando-se subsidiariamente o art. 296 do Código de Processo Civil no processo trabalhista:Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão. Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente. Obs.: se o magistrado não reconsiderar sua decisão, os autos do processo serão imediatamente remetidos ao Tribunal para julgamento do recurso, sem necessidade de intimação do reclamado para que apresente eventuais contra razões, conforme estabelece o parágrafo único do supramencionado art. 296 do CPC. 
 
Além das sentenças, algumas decisões interlocutórias de natureza terminativa do feito podem ser questionadas mediante recurso ordinário, conforme estabelece o art. 799, §2º da CLT: Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. § 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. 
Um exemplo da admissibilidade de recurso ordinário em face de decisão interlocutória ocorre quando o juiz declara a incompetência absoluta da Justiça Laboral e determina a imediata remessa dos autos à justiça comum.  
 
Outra situação se configura quando o magistrado acolhe a exceção de incompetência territorial e determina a remessa imediata dos autos à Vara Trabalhista submetida à jurisdição de outro Tribunal Regional do Trabalho, conforme bem esclarece a Súmula 214 do TST:
 
Sumula nº. 214. Decisão interlocutória. Irrecorribilidade.Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
 
Súmula nº. 158. Ação rescisória.  Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível re-curso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista
   
Por sua vez, a Súmula 201 também do TST determina que da decisão de TRT em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 dias para o TST, e igual prazo é concedido para os demais interessados apresentarem contra razões: 
Súmula nº. 201. Recurso ordinário em mandado de segurança. 
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade. 
  
 Por sua vez, o Pleno do TST estabeleceu a Orientação Jurisprudencial n°. 5 que estabelece não ser cabível recurso ordinário contra decisão em agravo regimental interposto em reclamação correicional ou em pedido de providência:   
 
OJ nº. 5. Recurso ordinário. Cabimento. Não cabe recurso ordinário contra decisão em agravo regimental interposto em reclamação correicional ou em pedido de providência. Enquanto isso, a Lei 7.7010/88 estabelece em seu art.7º que será cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas pelo Grupo Normativo dos Tribunais Regionais do Trabalho. Vejamos o dispositivo:
 
Art. 7º - Das decisões proferidas pelo Grupo Normativo dos Tribunais Regionais do Trabalho, caberá recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho.
 
As decisões proferidas em sede de procedimento sumário (dissídios de alçada que não ultrapassam o valor de dois salários mínimos) não admitem qualquer recurso, excetuados os recursos embasados em matéria constitucional. Dessa forma, o recurso cabível é o recurso extraordinário, e não o recurso ordinário.  
 
O recurso ordinário interpostoem face de sentenças proferidas em sede de procedimento sumaríssimo submete-se às regras estabelecidas no art. 895, §§ 1º e 2º, da CLT, que assim dispõe: Art. 895. (...)§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: I – VETADO  II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. § 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. 
O recurso ordinário não possui efeito suspensivo, sendo dotado apenas de efeito devolutivo. Diante disso, a Súmula 414 do TST permite a utilização excepcional de ação cautelar para obtenção de efeito suspensivo, como na hipótese de sentença que determina a imediata reintegração de empregado. Assim aduz a referida Súmula:
 
Súmula nº. 414. Mandado de segurança. Antecipação de tutela (ou liminar) concedida antes ou na sentença. 
I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. 
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio.
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar).
 
 
Uma vez interposto o recurso ordinário, o juiz da causa deverá verificar a presença ou não dos pressupostos recursais, como o preparo. Em seguida, uma vez conhecido o recurso, o magistrado concederá o prazo de oito dias para que o recorrido apresente contra razões, se assim desejar. 
 
Com a apresentação das contra razões ou findo o prazo para sua apresentação sem manifestação do recorrido, cabe ao juiz reformar ou não a decisão que admitiu o recurso, tendo em vista que as contra razões podem apresentar elementos que levem a posterior rejeição do recurso.
 
Obs.: a Lei 11.276/06 adicionou o § 2º ao art. 518 do CPC, permitindo ao juiz que reexamine os pressupostos de admissibilidade do recurso após a apresentação das contra razões do recurso de apelação. Esse dispositivo tem aplicação subsidiária no processo do trabalho, o que permite que após a apresentação da resposta pelo recorrido o magistrado reexamine os pressupostos de admissibilidade recursal do recurso ordinário. Assim dispõe o referido dispositivo:Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder. ...) § 2o Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, em cinco dias, o reexame dos pressupostos de admissibilidade do recurso.Se a decisão que admitiu o recurso for mantida, o juiz deverá remeter os autos do processo ao Tribunal competente para que o apelo interposto seja julgado. No Tribunal, o juiz relator poderá não conhecer do recurso ordinário interposto (vez que exerce o 2º grau de admissibilidade recursal), caso entenda que não está presente algum dos requisitos de admissibilidade recursal. 
 
Em prosseguimento, é importante destacar que a Lei 11.276/06 alterou a redação do parágrafo primeiro do art. 518 do CPC, criando a chamada súmula impeditiva de recurso, dispondo da seguinte maneira: Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder. § 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. 
A aplicação subsidiária deste artigo no processo do trabalho tem sido alvo de muitas discussões doutrinárias, tendo em vista que parte da doutrina entende cabível o dispositivo, aceitando que o juiz do trabalho não receba o recurso ordinário quando a sentença recorrida foi proferida em conformidade com Súmula do TST ou do STF, surgindo o que funciona na prática como um requisito específico de admissibilidade do recurso ordinário.   
 
Os que defendem a aplicação do dispositivo tomam como base o art. 896, §5º da CLT, que permite ao relator negar seguimento aos recursos de revista, embargos e agravo de instrumento, quando a decisão recorrida estiver em consonância com Súmula do TST. 
 
Outra corrente doutrinária, todavia, entende completamente inaplicável o dispositivo no processo do trabalho, vez que sua aplicação inibe a atuação do magistrado, impedindo a formação de seu livre convencimento. Além disso, sua aplicação dificulta a modificação e atualização das súmulas do TST, bem como confere à súmula impeditiva poder maior do que o poder da lei. 
 
Por fim, é necessário esclarecer que toda a sentença laboral deve estar em conformidade com Súmula do TST ou do STF. Se algum capítulo da sentença resolver matéria não sumulada, não há como impedir o seguimento do recurso ordinário, devendo ser aplicado o critério da parcialidade consagrado na Súmula 285 do TST. 
 
2- RECURSO DE REVISTA
 recurso de revista está previsto no art. 896 da Consolidação e sua interposição está condicionada ao atendimento de certos requisitos específicos, uma vez que seu objetivo principal é a unificação da jurisprudência trabalhista, através da correta interpretação das Leis pelos Tribunais Trabalhistas. 
 
O recurso de revista deve ser interposto no prazo de oito dias (seguindo a regra dos prazos recursais), devendo ser julgado por uma das Turmas do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
As hipóteses de cabimento do recurso de revista estão expressas no art. 896 da CLT que assim dispõe:
 
Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória, em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.
 
O recurso de revista, portanto, poderá ser interposto para impugnar acórdão prolatado pelo Tribunal Regional do Trabalho em dissídios individuais, em grau de recurso ordinário. Uma vez proferida a sentença pela Vara Trabalhista, o processo chegará ao Tribunal Regional do Trabalho através da interposição de recurso ordinário. A partir das decisões proferidas nos dissídios individuais pelo TRT, em grau de recurso ordinário, é que será utilizado o recurso de revista.  
 
Diante disso, é possível afirmar que em sede de dissídios coletivos não há possibilidade de utilização do recurso de revista, haja vista que são processos de competência originária dos tribunais, seja TRT ou TST.  
 
O recurso de revista deverá respeitar os requisitos gerais de admissibilidade recursal, sob pena de não conhecimento.Nessa esteira estabelece o art. 896, §5º da CLT, segunda parte, que:
 
Art. 896. (...)
 
§ 5º Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo.
 
Da mesma maneira estabelece a primeira parte do artigo que: 
 
 Art. 896. (...)
 
§ 5º Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator, indicando o, negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento. Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo.
 
Ou seja, se a decisão recorrida estiver de acordo com Súmula de jurisprudência uniforme do TST, o ministro relator do processo poderá, desde que indique a referida Súmula, negar seguimento ao recurso de revista, sendo cabível agravo regimental em face da decisão proferida de forma monocraticamente. 
 
Todavia, além de estar submetido aos requisitos básicos de admissibilidade recursal, o recurso de revista somente poderá ser interposto se presente alguma das hipóteses elencadas no art. 896 da CLT, podendo cumular mais de um fundamento. 
 
O recurso de revista, portanto, deverá estar motivado em alguma das hipóteses elencadas nas alíneas do referido dispositivo, tendo em vista que o recurso não poderá questionar matéria fática ou probatória, conforme estabelece a Súmula 126 do TST:
 
Súmula nº. 126. Recurso. Cabimento.  
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.
 
 
Passemos então à analise dos fundamentos em que se pode basear o recurso de revista, em consonância com as alíneas a, b e c do art. 896 consolidado:
 
a) Divergência jurisprudencial na interpretação de lei federal: o recorrente deve se valer de acórdão de outro TRT para fundamentar seu recurso de revista ou acórdão da Seção de Dissídios Individuais do TST ou mesmo demonstrar que o acórdão impugnado contraria Súmula do TST ou orientação jurisprudencial da Seção de Dissídios Individuais, conforme determina a OJ 219 da SDI-I/TST:
 
 
Ou seja, deverá o impugnante demonstrar a divergência jurisprudencial entre os tribunais na interpretação de lei federal. 
 
b) Divergência jurisprudencial na interpretação de lei estadual, convenção coletiva, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento de empresa: o impugnante deverá fundamentar seu recurso de revista em acórdão de outro TRT ou da Seção de Dissídios Individuais do TST, ou ainda provar que o acórdão recorrido contraria Súmula do TST ou Orientação Jurisprudencial da Seção de Dissídios Individuais do TST.
 
Em outros termos, o impugnante deverá demonstrar a divergência jurisprudencial entre tribunais na interpretação de lei estadual, convenção coletiva, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento de empresa, valendo-se para tanto das decisões acima mencionadas.  
 
Obs.: Impende destacar que para caracterizar a divergência jurisprudencial o impugnante não pode utilizar como paradigma acórdão do mesmo Tribunal recorrido, visto que nessa hipótese, conforme estabelece o art. 896, §3º, consolidado, os Tribunais Regionais do Trabalho deverão promover a uniformização de sua jurisprudência internamente, aplicando-se, subsidiariamente, os arts. 476 a 479 do CPC:
 
Art. 896. (...)
§ 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência, nos termos do Livro I, Título IX, Capítulo I do CPC, não servindo a súmula respectiva para ensejar a admissibilidade do Recurso de Revista quando contrariar Súmula da Jurisprudência Uniforme do Tribunal Superior do Trabalho.
 
Art. 476. Compete a qualquer juiz, ao dar o voto na turma, câmara, ou grupo de câmaras, solicitar o pronunciamento prévio do tribunal acerca da interpretação do direito quando:
I - verificar que, a seu respeito, ocorre divergência;
II - no julgamento recorrido a interpretação for diversa da que Ihe haja dado outra turma, câmara, grupo de câmaras ou câmaras cíveis reunidas.
Parágrafo único. A parte poderá, ao arrazoar o recurso ou em petição avulsa, requerer, fundamentadamente, que o julgamento obedeça ao disposto neste artigo.
Art. 477. Reconhecida a divergência, será lavrado o acórdão, indo os autos ao presidente do tribunal para designar a sessão de julgamento. A secretaria distribuirá a todos os juízes cópia do acórdão.
Art. 478. O tribunal, reconhecendo a divergência, dará a interpretação a ser observada, cabendo a cada juiz emitir o seu voto em exposição fundamentada.
Parágrafo único. Em qualquer caso, será ouvido o chefe do Ministério Público que funciona perante o tribunal.
Art. 479. O julgamento, tomado pelo voto da maioria absoluta dos membros que integram o tribunal, será objeto de súmula e constituirá precedente na uniformização da jurisprudência.
Parágrafo único. Os regimentos internos disporão sobre a publicação no órgão oficial das súmulas de jurisprudência predominante.
 
 
c)Violação de literal dispositivo de lei federal ou da Constituição: o impugnante deverá demonstrar que o acórdão do TRT recorrido viola literal disposição de lei federal ou da Constituição.
 
 
Ainda sobre a admissibilidade do recurso de revista, é necessário que a decisão recorrida tenha se pronunciado explicitamente sobre a matéria recursal (violação à lei federal ou à Constituição), tendo em vista ser o prequestionamento pressuposto de admissibilidade recursal. Se a decisão recorrida nada versar sobre a alegada violação à lei federal ou à Constituição, é cabível ao impugnante interpor embargos de declaração para que o TRT se pronuncie explicitamente sobre a matéria, cumprindo o requisito do prequestionamento.     
 
Obs.: cabe relembrar a Súmula 98 do Superior Tribunal de Justiça (objeto de estudo ao falarmos dos embargos de declaração) que estabelece regra geral para o prequestionamento na corte. Assim estabelece a referida Súmula:
 
Súmula nº. 98. STJ. Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não tem caráter protelatório. 
 
 
Quanto à necessidade de prequestionamento como pressuposto específico do recurso de revista, o Tribunal Superior do Trabalho já se pronunciou através de Súmulas e Orientações Jurisprudenciais a seguir transcritas:
 
Súmula nº. 184. Embargos declaratórios. Omissão em recurso de revista. Preclusão.
Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.
 
Súmula nº. 297. Prequestionamento. Oportunidade. Configuração. 
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. 
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. 
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.
 
 
OJ nº. 62. SDI-I/TST. Prequestionamento. Pressuposto de recorribilidade em apelo de natureza extraordinária. 
Necessidade, ainda que a matéria seja de incompetência absoluta.  
 
 
OJ nº. 118. SDI-I/TST. Prequestionamento. Tese explícita. Inteligência da Súmula 297. 
Havendo tese explícita sobre a matéria, na decisão recorrida, desnecessário contenha nela referência expressa do dispositivo legal para ter-se como prequestionado este.
 
 
OJ nº. 151. SDI-I/TST. Prequestionamento. Decisão regional que adota a sentença. Ausência de prequestionamento.Decisão regional que simplesmente adota os fundamentos da decisão de primeiro grau não preenche a exigência do prequestionamento, tal como previsto na Súmula nº 297.
 
 
 
O Tribunal Superior do Trabalho editou diversas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais, objetivando esclarecer os operadores do Direito acerca das hipóteses de cabimento do recurso de revista e estabelecendo pressupostos específicos de admissibilidade recursal. Vejamos as principais:
 
Súmula nº. 23. Recurso.
Não se conhece de recurso de revista ou de embargos, se a decisão recorrida re-solver determinado item do pedido por diversos fundamentos e a jurisprudência transcrita não abranger a todos.
 
Obs.: através do entendimento estabelecido na Súmula nº. 23 é possível afirmar que o TST buscou esclarecer que se a decisão sobre um pedido se basear em mais de um fundamento, o recorrente não poderá apontar apenas a divergência quanto a um deles, mas transcrever a jurisprudência controvertida em relação a todos eles. 
 
Súmula nº. 25. Custas. 
A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das quais ficara isenta a parte então vencida.
 
Súmula nº. 126. Recurso. Cabimento. 
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.
 
Súmula nº. 218. Recurso de revista. Acórdão proferido em agravo de instrumento. 
É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prolatado em agravo de instrumento.
 
Súmula nº. 221. Recursos de revista ou de embargos. Violação de lei. Indicação de preceito. Interpretação razoável. 
I - A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. (ex-OJ nº 94 da SBDI-1 - inserida em 30.05.1997) 
II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista ou de embargos com base, respectivamente, na alínea "c" do art. 896 e na alínea "b" do art. 894 da CLT. A violação há de estar ligada à literalidade do preceito. (ex-Súmula nº 221 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
 
Súmula nº. 266. Recurso de revista. Admissibilidade. Execução de sentença. 
A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal.
 
Súmula nº. 285. Recurso de revista. Admissibilidade parcial pelo juiz-presidente do TRT. Efeito. 
O fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento.
 
Súmula nº. 296. Recurso. Divergência jurisprudencial. Especificidade. 
I - A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram. (ex-Súmula nº 296 - Res. 6/1989, DJ 19.04.1989) 
II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso. (ex-OJ nº 37 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)
 
Súmula nº. 333. Recursos de revista. Conhecimento. 
Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
 
Súmula nº. 337. Comprovação de divergência jurisprudencial. Recursos de revista e de embargos. 
I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: 
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e 
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Súmula nº 337 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)
 
 
OJ nº. 111. SDI-I/TST. Recurso de revista. Divergência jurisprudencial. Aresto oriundo do mesmo Tribunal Regional. Lei Nº. 9.756/1998. Inservível ao conhecimento. 
Não é servível ao conhecimento de recurso de revista aresto oriundo de mesmo Tribunal Regional do Trabalho, salvo se o recurso houver sido interposto anteriormente à vigência da Lei nº 9.756/1998.
 
 
OJ nº. 115. SDI-I/TST. Recurso de revista ou de embargos. Nulidade por negativa de prestação jurisdicional. 
O conhecimento do recurso de revista ou de embargos, quanto à preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, supõe indicação de violação do art. 832 da CLT, do art. 458 do CPC ou do art. 93, IX, da CF/1988.
 
 
OJ nº. 147. SDI-I/TST. Lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar. Conhecimento indevido do recurso de revista por divergência jurisprudencial. 
I - É inadmissível o recurso de revista fundado tão somente em divergência jurisprudencial, se a parte não comprovar que a lei estadual, a norma coletiva ou o regulamento da empresa extrapolam o âmbito do TRT prolator da decisão re-corrida. (ex-OJ nº 309 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003) 
II - É imprescindível a argüição de afronta ao art. 896 da CLT para o conhecimento de embargos interpostos em face de acórdão de Turma que conhece indevidamente de recurso de revista, por divergência jurisprudencial, quanto a tema regulado por lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar de âmbito restrito ao Regional prolator da decisão.
 
 
OJ nº. 219. SDI-I/TST. Recurso de revista ou de embargos fundamentado em orientação jurisprudencial do TST. 
É válida, para efeito de conhecimento do recurso de revista ou de embargos, a invocação de Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razões recursais, conste o seu número ou conteúdo.
 
 
OJ nº. 257. SDI-I/TST. Recurso. Fundamentação. Violação legal. Vocábulo violação. Desnecessidade. 
A invocação expressa, quer na revista, quer nos embargos, dos preceitos legais ou constitucionais tidos como violados não significa exigir da parte a utilização das expressões "contrariar", "ferir", "violar", etc.
 
 
OJ nº. 334. SDI-I/TST. Remessa “ex officio”. Recurso de revista. Inexistência de recurso ordinário voluntário de ente público. Incabível.
Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta. 
·         ERR 522601/1998, Tribunal Pleno 
·         Em 28.10.03, o Tribunal Pleno decidiu, por maioria, ser incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário.
 
 
O recurso de revista é admitido no procedimento sumaríssimo. Contudo, sua admissibilidade está restringida às hipóteses de contrariedade à Súmula do Tribunal Superior do Trabalho e/ou violação direta da Constituição Federal, conforme determina o art. 896, §6º da CLT:
 
§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República. 
 
Inspirado na possibilidade atribuída ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos de realizaruma seleção dos recursos que serão por ele julgados, o art. 896-A da CLT criou o chamado requisito da transcendência do recurso de revista, que assim estabelece:
 
Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
 
Dessa maneira, buscou-se diminuir a quantidade de recursos de revista interpostos através da criação de mais um pressuposto específico de admissibilidade. 
 
Obs.: impende destacar os conceitos de transcendência estabelecidos no projeto de lei 3.267/00, que foi substituído pela MP 2.226/01: 
 
a) Transcendência jurídica: desrespeito evidente aos direitos humanos fundamentais ou aos interesses coletivos indisponíveis, com comprometimento da segurança e estabilidade das relações jurídicas;
b) Transcendência social: a existência de situação extraordinária de discriminação, de comprometimento do mercado de trabalho ou de perturbação notável à harmonia entre capital e trabalho; 
c) Transcendência econômica: a ressonância de vulto da causa em relação à entidade de direito público ou economia mista, ou a grave repercussão da questão na política econômica nacional, no segmento produtivo ou no desenvolvimento regular da atividade empresarial.     
d) Transcendência política: desrespeito notório ao princípio federativo ou à harmonia dos poderes constituídos;
 
 
Por outro lado, discute-se a constitucionalidade da MP 2.226/01, tendo em vista a dúvida sobre a existência de relevância e urgência para tratar da matéria por meio de medida provisória, em especial de matéria processual. A Emenda Constitucional 45/04 acrescentou o § 3º ao art. 102 da Constituição, permitindo que o Supremo Tribunal Federal selecione previamente os recursos extraordinários que serão examinados:
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. 
 
 
O TST, contudo, ainda não possui a mesma autorização constitucional, não sendo correto que uma medida provisória lhe atribua tamanha autorização, tendo em vista os possíveis gravames que podem advir aos jurisdicionados através da aplicação dessa atribuição. De acordo com a maior parte da doutrina, medida provisória não está autorizada a acrescentar o requisito da transcendência para a admissibilidade do recurso de revista no processo do trabalho, sendo necessária uma emenda constitucional para tanto. 
 
Saliente-se que a maior parte da doutrina segue o entendimento de que diversos prejuízos podem advir da exigência do requisito da transcendência. Em virtude disso, graves violações à Lei federal ou à Constituição sequer seriam analisadas em razão da falta do requisito de admissibilidade, o que permitiria que numerosos recursos contra ilegalidades tivessem suas decisões confirmadas por faltar o requisito da transcendência.   Com isso, a principal função do recurso de revista, qual seja a unificação da jurisprudência estaria gravemente comprometida.      
 
A Medida Provisória 2.226/01, que acrescentou o art. 896-A à CLT, criando o requisito da transcendência, determinou que o TST regulamentasse em seu regimento interno o processamento da transcendência do recurso de revista, devendo ser assegurada a apreciação da transcendência em sessão pública, com direito a sustentação oral e fundamentação da decisão. Contudo, o TST ainda não realizou a referida regulamentação. 
 
Por fim, impende destacar que o Tribunal Superior do Trabalho estabeleceu a Instrução Normativa 23/03, objetivando fixar padrões que devem ser observados nas petições dos recursos de revista
3-  RECURSO EXTRAORDINÁRIO
 O recurso extraordinário tem seu fundamento constitucional expresso no art. 102, III, da Constituição Federal que assim dispõe: 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
 
Obs.: ao utilizar a expressão “causas decididas em última instância” a Constituição refere-se às decisões proferidas pelo TST, desde que já não existam mais recursos cabíveis. 
 
O prazo para interpor e contra arrazoar o recurso extraordinário é de 15 dias.  
 
A Consolidação das Leis do Trabalho também faz menção ao recurso extraordinário, mas apenas esclarece que existe a possibilidade de interposição do recurso, conforme estabelece em seu art. 893, §2º: 
 
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
(...)
§ 2º - A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não prejudicará a execução do julgado.  
 
Na seara laboral, o recurso extraordinário somente poderá ser interposto contra a última decisão proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho (o que ocorre, em regra, em sede de embargos), sendo pressuposto necessário a existência de violação ou ofensa direta à Constituição Federal. Por outro lado, é possível afirmar que se a ofensa à Constituição for apenas reflexa, o recurso extraordinário não será admitido, tendo em vista a limitação das hipóteses de cabimento do recurso. 
 
Neste sentido já se pronunciou o Supremo Tribunal Federal, conforme se observa em sua Súmula 505, que esclarece não haver qualquer inconstitucionalidade na limitação: 
 
STF. Súmula nº. 505. Salvo quando contrariarem a Constituição, não cabe recurso para o STF de quaisquer decisões da Justiça do Trabalho, inclusive dos presidentes de seus tribunais.  
 
Nunca é demais lembrar que os dissídios de alçada (rito sumário utilizado para compor as causas que não ultrapassem o valor de dois salários mínimos) possuem decisões que não podem ser impugnadas por recursos, ressalvados os casos em que se pretende discutir matéria constitucional, de acordo com o art. 2º, §4º, da Lei 5.584/70: 
 
Art. 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido.
(...)
§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
 
Diante disso, a doutrina majoritária afirma que quando houver violação direta à Constituição a ser discutida em sede de dissídio de alçada, o recurso cabível é o recurso extraordinário, posição também adotada pela Corte Maior.   
 
Contudo, um dissídio de alçada não será julgado pelo STF facilmente, tendo em vista a atual redação do art. 102, §3º, da Constituição, que determina ser necessário que o recorrente demonstre a repercussão geral do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapasse os interesses subjetivos da causa: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
(...) 
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
Nessa esteira, os arts. 543-A e 543-B do Código de Processo Civil regulamentaram o art. 102, §3º, da Constituição, dispondo que o STF, em decisãoirrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapasse os interesses subjetivos da causa. Assim dispõem os referidos dispositivos: 
 
Art. 543-A.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. 
§ 1o  Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.  
§ 2o  O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. 
§ 3o  Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. 
§ 4o  Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário. 
§ 5o  Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 
§ 6o  O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 
§ 7o  A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão. 
Art. 543-B.  Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. 
§ 1o  Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. 
§ 2o  Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão automaticamente não admitidos. 
§ 3o  Julgado o mérito  do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. 
§ 4o  Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada. 
§ 5o  O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da repercussão geral.
 
Diante do exposto, é possível afirmar que surgiu um novo requisito de admissibilidade do recurso extraordinário, visto que o recorrente deverá demonstrar preliminarmente a existência de repercussão geral em relação à questão constitucional alegada, sob pena de não conhecimento do apelo extraordinário, constituindo decisão irrecorrível. 
 
Em prosseguimento, entre as hipóteses de interposição do recurso extraordinário não é possível elencar o simples reexame de prova, tendo em vista a vedação expressa na Súmula 279 do STF: 
 
STF. Súmula nº. 279. Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. 
 
O recurso extraordinário se submete aos dois juízos de admissibilidade, devendo o primeiro ser exercido pelo presidente do TST ou pelo juiz da Vara do Trabalho, quando for o caso de recurso extraordinário em sede de dissídio de alçada, e o segundo pelo STF. 
 
Saliente-se que no recurso extraordinário não há vinculação entre os dois juízos de admissibilidade, a exemplo do que ocorre no recurso de revista. Sobre a questão, necessário se faz destacar as Súmulas 292 e 528, ambas do STF:
 
STF. Súmula nº. 292. Interposto o recurso extraordinário por mais de um dos fundamentos indicados no art. 101, III, da Constituição, a admissão apenas por um deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer dos outros. 
 
STF. Súmula nº. 528. Se a decisão contiver partes autônomas, a admissão parcial, pelo presidente do Tribunal “a quo”, de recurso extraordinário que, sobre qualquer delas se manifestar, não limitará a apreciação de todas pelo Supremo Tribunal Federal, independentemente de interposição de agravo de instrumento.    
 
 
 
O art. 791 da CLT que resguarda o jus postulandi na Justiça do Trabalho não é aceito em sede de recurso extraordinário, devendo o recurso ser subscrito por advogado.  
 
O recurso extraordinário se submete aos requisitos gerais dos recursos e a alguns requisitos específicos, como a necessidade de que a causa tenha sido decidida em última ou única instância e que a questão objeto de recurso tenha sido prequestionada de forma expressa, sob pena de não conhecimento do apelo. 
 
O recurso extraordinário é dotado apenas de efeito devolutivo, sendo possível à parte pleitear o efeito suspensivo através da via cautelar. Nessa esteira, convem destacar as seguintes Súmulas do STF: 
 
STF. Súmula nº. 634. Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem.  
 
 
STF. Súmula nº. 635. Cabe ao presidente do Tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade. 
 
 
Obs.: o Supremo Tribunal já firmou entendimento no sentido de que sua Súmula 228 tornou-se inaplicável após a vigência do Código de Processo Civil de 1973, devendo a sentença pendente de recurso extraordinário ser executada apenas provisoriamente. 
 
STF. Súmula nº. 228. Não é provisória a execução na pendência de recurso extraordinário, ou de agravo destinado a fazê-lo admitir. 
 
Contudo, o posicionamento ainda não é unânime, tendo em vista que parte da doutrina se manifesta em sentido contrário, a despeito de assim entenderem a Lei 8.038/90 e o regimento interno do TST, que estabelece que em caso de execução da sentença ainda pendente de recurso extraordinário deverão ser observados os arts. 893, § 2º e 899 da CLT:
 
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
(...)
§ 2º - A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não prejudicará a execução do julgado.
 
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.  
 
 
 
Por fim, tendo em vista sua utilidade em todos os ramos processuais, impende destacar algumas Súmulas do Supremo Tribunal Federal que cuidam do recurso extraordinário. Vejamos:
 
 
STF. Súmula nº. 283. É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisao recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.  
 
STF. Súmula nº. 284. É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia. 
 
STF. Súmula nº. 286. Não se conhece do recurso extraordinário fundado em divergência jurisprudencial, quando a orientação do plenário do Supremo Tribunal Federal já se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida. 
 
STF. Súmula nº. 289. O provimento do agravo por uma das turmas do Supremo Tribunal Federal ainda que sem ressalva, não prejudica a questão do cabimento do recurso extraordinário. 
 
STF. Súmula nº. 389. Salvo limite legal, a fixação de honorários de advogado, em complemento da condenação, depende das circunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário. 
 
STF. Súmula nº. 400. Decisão que deu razoável interpretação à lei, ainda que não seja a melhor, não autoriza recurso extraordinário pela letra “a”do art. 101, III, da Constituição Federal. 
 
STF. Súmula nº. 454. Simplesinterpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. 
 
 QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
Quais os pressupostos de cabimento do Recurso Ordinário?
Quais as hipóteses de cabimento do Recurso Ordinário?
Quais os pressupostos de cabimento do Recurso de Revista?
Quais as hipóteses de cabimento do Recurso de Revista?
Quais os pressupostos de cabimento do Recurso Extraordinário?
Quais as hipóteses de cabimento do Recurso Extraordinário?
 
SEMANA 8
Esquema da Aula
MODALIDADES RECURSAIS CONTINUAÇÃO:
AGRAVO DE PETIÇÃO 
 
O agravo de petição tem previsão legal no art. 897, a, da CLT, que assim dispõe:
 
Art. 897. Cabe agravo, no prazo de oito dias:
 
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
 
Ou seja, o agravo de petição é cabível, em regra, para impugnar as decisões terminativas ou definitivas prolatadas no processo de execução trabalhista, como a decisão que julga eventuais embargos à execução ou embargos de terceiros ou a que extingue a execução. 
 
Obs.: parcela da doutrina aceita a interposição do agravo de petição em face de decisões interlocutórias, desde que sejam terminativas em relação ao mérito da pretensão, como nos casos de decisão que torna a penhora sem efeito. 
 
O agravo de petição (razões e contra razões) deve ser interposto no prazo de oito dias, sendo julgado pelo tribunal presidido pela autoridade recorrida, ressalvados os casos em que se tratar de decisão de juiz da Vara do Trabalho ou de juiz de direito investido de jurisdição trabalhista, tendo em vista que nesses casos a competência para o julgamento do agravo de petição passará a ser de uma das turmas do Tribunal Regional do Trabalho a que estiver subordinado o prolator da decisão recorrida, conforme estabelece o art. 897, § 3º da CLT:
 
§ 3º Na hipótese da alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida, salvo se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no artigo 679, a quem este remeterá as peças necessárias para o exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido determinada a extração de carta de sentença.   
 
 
O agravo de petição possui como requisito específico de admissibilidade a delimitação justificada das matérias e valores impugnados. Esse pressuposto específico está contido no art. 897, §1º da CLT:
 
§ 1º O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença.
 
O Tribunal Superior do Trabalho estabelece em sua Súmula 416 que a matéria que não tenha sido objeto de agravo de petição pode continuar a ser executada:
 
Súmula 416. Mandado de segurança. Execução. Lei nº. 8.432/92. art. 897, §1º, da CLT. Cabimento. 
Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo.  
 
 
Diante disso, é possível afirmar que não se admite o agravo de petição genérico, devendo ser indicado pelo agravante as matérias e valores impugnados, acompanhados da devida fundamentação, sob pena de não conhecimento do recurso.  
 
Por conta da ausência de efeito suspensivo, as parcelas não impugnadas através de agravo de petição poderão ser executadas definitivamente, sendo possível desde logo a extração da carta de sentença pelo exequente para a execução definitiva da parte não impugnada, remetendo o juiz ao Tribunal Regional do Trabalho respectivo os autos originais contendo o agravo de petição (art. 897, §3º, parte final). 
 
Obs.: O §3º do art. 897 da CLT também admite a remessa das peças necessárias ao exame da matéria controvertida, em autos apartados, ao tribunal, permanecendo os autos principais no juízo responsável pela execução, o qual realizará os atos executórios. 
 
A maior parte da doutrina entende ser desnecessário o depósito judicial para se interpor agravo de petição, sendo suficiente que o juízo esteja previamente garantido com a penhora ou nomeação de bens, conforme determina a Súmula 128 do TST:
 
Súmula 128. Depósito recursal.
I- É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. 
II- Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/88. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo.
III- Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.    
 
 
 
Interposto o agravo de petição, o executado deverá pagar, ao final do processo, custas no valor de R$ 44,26, conforme prevê o art. 789-A da CLT:
 
Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela:
(...)
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos); 
 
 
Por fim, impende destacar o §8º do art. 897 da CLT que estabelece:
 
§ 8º Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em apartado, conforme dispõe o § 3º, parte final, e remetidas à instância superior para apreciação, após contraminuta.
 
  
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
 
O agravo de instrumento está previsto no art. 897, b, da CLT, que assim dispõe:
 
Art. 897. Cabe agravo, no prazo de oito dias:
 
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.
 
O agravo de instrumento é o recurso cabível para impugnar os despachos que negarem seguimento a recurso. Destaque-se que o preparo é desnecessário para sua interposição. 
 
É competente para julgar o agravo de instrumento o tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi obstada, conforme prevê o art. 897, §4º da CLT: 
 
§ 4º Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada.
 
Obs.: não se pode confundir a função do agravo de instrumento na justiça comum com a sua função na justiça do trabalho, visto que nesta só se utiliza o agravo de instrumento para destrancar recurso ao qual foi denegado seguimento pelo primeiro juízo de admissibilidade, enquanto que naquela é utilizado para recorrer de decisões interlocutórias. 
 
Nessa esteira, sempre que o primeiro juízo de admissibilidade negar seguimento a recurso ordinário, recurso de revista, agravo de petição, adesivo, recurso extraordinário e ao próprio agravo de instrumento, será cabível o agravo de instrumento, com o intuito destrancar o recurso e fazer com que seja analisado em instância superior. 
 
Por outro lado, o agravo de instrumento pode ser interposto perante o juízo que não conheceu o apelo, tendo em vista que admite o chamado juízo de retratação ou reconsideração. Dessa forma, o juiz reconsiderará a decisão agravada, conhecendo o recurso e ordenando sua remessa a instância superior para julgamento.
 
Se a decisão objeto do agravo de instrumento for mantida, o agravado será intimado para que, no prazo de oito dias, ofereça resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo sua petição com as peças que entender necessárias ao seu julgamento. Assim aduz o art. 897, §6º da CLT:
 
§ 6º O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recursoprincipal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos.
  
 
O art. 897, §2º, da CLT determina que o agravo de instrumento interposto contra despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença, tendo em vista a ausência de efeito suspensivo. Vejamos o dispositivo:
 
§ 2º O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença. 
 
 
Todavia, demonstrado o fumus boni juris e o periculum in mora, nada impede que o agravante ajuíze ação cautelar perante a autoridade judiciária competente para julgar o recurso, objetivando alcançar o efeito suspensivo da decisão, suspendendo, assim a execução. 
 
Obs.: o apelo cabível para impugnar as decisões que denegarem seguimento ao recurso de embargos no TST não é o agravo de instrumento, mas o agravo regimental. 
 
 
Com o advento da Lei 9.756/98 que alterou os parágrafos 5º, 6º e 7º da Consolidação, as partes passaram a ser obrigadas a promover, sob pena de não conhecimento do recurso, a formação do instrumento do agravo, instruindo o recurso com peças necessárias e facultativas, de modo a permitir o imediato julgamento do recurso denegado, em caso de provimento do agravo. Assim dispõem os parágrafos 5º e 7º: 
 
§ 5º Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição:
I – obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, da comprovação do depósito recursal e do recolhimento das custas;
II – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.
 
 
§ 7º Provido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso. 
 
 
 
 
 
Com a edição da Instrução Normativa 16/2000, o TST interpretou a Lei 9.756/98. De acordo com a referida Instrução em seu item II, §§ 1º e 2º, era possível que o agravo de instrumento fosse processado nos autos principais nas seguintes situações: improcedência total dos pedidos, recurso de ambas as partes e denegação de um ou de ambos ou em caso de postulação do agravante no prazo recursal. Todavia, os referidos dispositivos da Instrução foram revogados, passando o agravo de instrumento a ser processado em autos apartados e não nos autos principais do processo. 
 
Ressalte-se que a possibilidade de julgamento imediato do recurso principal em face do provimento do agravo de instrumento deve atender de forma harmônica aos princípios da celeridade processual, da ampla defesa e do contraditório. Uma forma de garanti-los é a designação de audiência própria para o julgamento do recurso trancado, com o intuito de que as partes formulem suas alegações. 
 
 
AGRAVO REGIMENTAL 
 
O agravo regimental tem natureza recursal e está previsto nos regimentos internos dos Tribunais, embora a Consolidação mencione o recurso em seu art. 709, §1º. Vejamos a redação do dispositivo:
 
Art. 709. Compete ao Corregedor, eleito dentre os Ministros togados do Tribunal Superior do Trabalho:
 
I – exercer funções de inspeção e correição permanente com relação aos Tribunais Regionais e seus Presidentes;
II – decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem processual praticados pelos Tribunais Regionais e seus Presidentes, quando inexistir recurso específico;
 
§ 1º Das decisões proferidas pelo Corregedor, nos casos do artigo, caberá o agravo regimental, para o Tribunal Pleno.
 
 
Nessa esteira, a Lei 5.584/70, que cuida do procedimento sumário, também menciona o agravo regimental em seu art. 9, parágrafo único, que assim dispõe:
Art. 9º - No Tribunal Superior do Trabalho, quando o pedido do recorrente contrariar súmula de jurisprudência uniforme deste Tribunal já compendiada, poderá o Relator negar prosseguimento ao recurso, indicando a correspondente súmula. 
Parágrafo único. A parte prejudicada poderá interpor agravo desde que à espécie não se aplique o prejulgado ou a súmula citada pelo Relator. 
 
A Lei 7.701/88 também prevê hipóteses de cabimento para o agravo regimental, estabelecendo a possibilidade de interposição do agravo contra a decisão que indeferir recurso em ações coletivas e nos embargos de divergência em ações individuais. Assim aduz o dispositivo:
 
Art. 3º Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar:
III – em última instância:
a) os recursos ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual de sua competência originária;
b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais; 
c) os agravos regimentais de despachos denegatórios dos Presidentes das Turmas, em matéria de embargos, na forma estabelecida no Regimento Interno;
d) os Embargos de Declaração opostos aos seus acórdãos;
e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos feitos pendentes de julgamento; e
f) os Agravos de Instrumento interpostos contra despacho denegatório de recurso ordinário em processo de sua competência.
 
 
O agravo regimental, portanto, será utilizado, em regra, para provocar o reexame de decisões monocráticas proferidas pelo Tribunal, como as que concedem ou negam medidas liminares, ou de decisões proferidas pelo presidente do Tribunal em matérias administrativas. Também será cabível para impugnar decisão monocrática proferida pelo juiz relator que negue seguimento a recurso, dentro dos limites do segundo juízo de admissibilidade. 
 
O agravo regimental também é cabível para impugnar decisão monocrática do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho que nega seguimento ao recurso de embargos no Tribunal Superior do Trabalho.  
 
O prazo para interposição do agravo regimental é fixado pelos próprios Tribunais em seus regimentos internos ao regular o agravo de instrumento. Os Tribunais Regionais do Trabalho fixam o prazo, em regra, em cinco dias. Enquanto isso, o Tribunal Superior do Trabalho fixa o prazo de oito dias para interposição do agravo em seu regimento interno. Não haverá custas ou depósito recursal, sendo recebido apenas em seu efeito devolutivo. 
 
O prazo para interposição do recurso é contado em dobro quando a parte for pessoa jurídica de direito público ou o Ministério Público do Trabalho. 
 
O agravo regimental será interposto perante o órgão judicial que prolatou a decisão a ser impugnada, sendo possível o juízo de retratação. Contudo, se não houver retratação pelo juízo prolator da decisão, o relator incluirá o processo na pauta de julgamento pelo órgão colegiado competente perante o regimento interno, não sendo cabível a apresentação de contra razões ou de sustentação oral. 
 
Impende destacar que o processamento do agravo regimental segue o previsto no regimento interno de cada Tribunal. 
 
Sobre agravo regimental é possível destacar as seguintes Súmulas e Orientações Jurisprudenciais: 
 
Súmula nº. 192. Ação rescisória. Competência e possibilidade jurídica do pedido. 
(...)
V - A decisão proferida pela SBDI, em sede de agravo regimental, calcada na Súmula nº 333, substitui acórdão de Turma do TST, porque emite juízo de mérito, comportando, em tese, o corte rescisório. 
 
Súmula nº. 411. Ação rescisória. Sentença de mérito. Decisão de tribunal regional do trabalho em agravo regimental confirmando decisão monocrática do relator que, aplicando a Súmula nº. 83 do TST, indeferiu a petição inicial da ação rescisória. Cabimento. 
Se a decisão recorrida, em agravo regimental, aprecia a matéria na fundamentação, sob o enfoque das Súmulas nºs. 83 do TST e 343 do STF constitui sentença de mérito, ainda que hajaresultado no indeferimento da petição inicial e na extinção do processo sem julgamento do mérito. Sujeita-se, assim, à reforma pelo TST, a decisão do Tribunal que, invocando controvérsia na interpretação da lei, indefere a petição inicial de ação rescisória. 
 
 
OJ/Tribunal Pleno nº. 5. Recurso ordinário. Cabimento. 
Não cabe recurso ordinário contra decisão em agravo regimental interposto em reclamação correicional ou em pedido de providência.
 
 
OJ/SDI1 nº. 132. Agravo regimental. Pecas essenciais nos autos principais.   
Inexistindo lei que exija a tramitação do agravo regimental em autos apartados, tampouco previsão no Regimento Interno do Regional, não pode o agravante ver-se apenado por não haver colacionado cópia de peças dos autos principais, quando o agravo regimental deveria fazer parte dele.
 
 
OJ/SDI2- nº. 69. Fungibilidade recursal. Indeferimento liminar de ação rescisória ou mandado de segurança. Recurso para o TST. Recebimento como agravo regimental e devolução dos autos ao TRT.  
Orientação Jurisprudencial da SBDI-2 E-19. Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.
 
OJ/SDI2- nº. 100. Recurso ordinário para o TST. Decisão de TRT proferida em agravo regimental contra liminar em ação cautelar ou em mandado de segurança. Incabível.  
Não cabe recurso ordinário para o TST de decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho em agravo regimental interposto contra despacho que concede ou não liminar em ação cautelar ou em mandado de segurança, uma vez que o processo ainda pende de decisão definitiva do Tribunal "a quo".
 
Questões de Fixação:
Quais os pressupostos de cabimento de cada um dos recursos apresentados? Indique:
Fundamento Legal
Efeitos
Especificidades 
SEMANA 9
MODALIDADES RECURSAIS Continuação
EMBARGOS NO TST
Antes do advento da Lei 11.496/07, a Lei 7.701/88 previa três espécies de embargos, quais sejam embargos de divergência, de nulidade e infringentes. Sob a égide da nova Lei são previstos apenas dois tipos de embargos: embargos de divergência e embargos infringentes. 
 
A Lei 11.496/07 estabeleceu nova redação ao art. 894 da CLT que assim dispõe:
 
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
I – de decisão não unânime de julgamento que:
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e
II – das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal.
 
 
Contudo, a Lei 11.496/07 também modificou a redação da alínea b do inciso III do art. 3º da Lei 7.701/88, que passou a estabelecer a competência da Seção de Dissídios Individuais para julgar em última instância os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais. 
 
A nova Lei, portanto, eliminou os embargos de nulidade previstos pela Lei 7.701/88, que eram utilizados sempre que a decisão do TST violasse preceito de lei federal ou a Constituição, mas continuam a existir os embargos de divergência e infringentes que passaram a ser expressamente previstos na CLT.  
 
Sobre os embargos, podemos destacar as seguintes Súmulas e Orientações Jurisprudenciais:
 
Súmula nº. 192. Ação rescisória. Competência e possibilidade jurídica do pedido. 
I - Se não houver o conhecimento de recurso de revista ou de embargos, a competência para julgar ação que vise a rescindir a decisão de mérito é do Tribunal Regional do Trabalho, ressalvado o disposto no item II. 
II - Acórdão rescindendo do Tribunal Superior do Trabalho que não conhece de recurso de embargos ou de revista, analisando argüição de violação de dispositivo de lei material ou decidindo em consonância com súmula de direito material ou com iterativa, notória e atual jurisprudência de direito material da Seção de Dissídios Individuais (Súmula nº 333), examina o mérito da causa, cabendo ação rescisória da competência do Tribunal Superior do Trabalho.  
III - Em face do disposto no art. 512 do CPC, é juridicamente impossível o pedido explícito de desconstituição de sentença quando substituída por acórdão do Tribunal Regional ou superveniente sentença homologatória de acordo que puser fim ao litígio. 
IV - É manifesta a impossibilidade jurídica do pedido de rescisão de julgado proferido em agravo de instrumento que, limitando-se a aferir o eventual desacerto do juízo negativo de admissibilidade do recurso de revista, não substitui o acórdão regional, na forma do art. 512 do CPC.  
V - A decisão proferida pela SBDI, em sede de agravo regimental, calcada na Súmula nº 333, substitui acórdão de Turma do TST, porque emite juízo de mérito, comportando, em tese, o corte rescisório.
 
Súmula nº. 221. Recursos de revista ou de embargos. Violação de lei. Indicação de preceito. Interpretação razoável.  
I - A admissibilidade do recurso de revista e de embargos por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado.
II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista ou de embargos com base, respectivamente, na alínea "c" do art. 896 e na alínea "b" do art. 894 da CLT. A violação há de estar ligada à literalidade do preceito. 
 
 
Súmula nº. 337. Comprovação de divergência jurisprudencial. Recursos de revista e de embargos.  
I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: 
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e 
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. (ex-Súmula nº 337 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. (ex-OJ nº 317 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)
 
 
Súmula nº. 353. Embargos. Agravo. Cabimento. 
Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de decisão de Turma proferida em agravo, salvo: a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no julgamento do agravo; d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; e) para impugnar a imposição de multas previstas no art. 538, parágrafo único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC.
 
 
 
OJ/SDI1 nº. 95. Embargos para SDI. Divergência oriunda da mesma turma do TST. Inservível. 
ERR 125320/1994, SDI-Plena 
Em 19.05.1997, a SDI-Plena, por maioria, decidiu que acórdãos oriundos da mesma Turma, embora divergentes, não fundamentam divergência jurisprudencial de que trata a alínea "b", do artigo 894 da Consolidação das Leis do Trabalho para embargos à Seção Especializada em Dissídios Individuais, SubseçãoI.
 
 
OJ/SDI1 nº. 115. Recurso de revista ou de embargos. Nulidade por negativa de prestação jurisdicional.  
O conhecimento do recurso de revista ou de embargos, quanto à preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, supõe indicação de violação do art. 832 da CLT, do art. 458 do CPC ou do art. 93, IX, da CF/1988.
 
 
OJ/SDI1 nº. 147. Lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar. Conhecimento indevido do recurso de revista por divergência jurisprudencial.   
I - É inadmissível o recurso de revista fundado tão somente em divergência jurisprudencial, se a parte não comprovar que a lei estadual, a norma coletiva ou o regulamento da empresa extrapolam o âmbito do TRT prolator da decisão re-corrida. 
II - É imprescindível a argüição de afronta ao art. 896 da CLT para o conhecimento de embargos interpostos em face de acórdão de Turma que conhece indevidamente de recurso de revista, por divergência jurisprudencial, quanto a tema regulado por lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar de âmbito restrito ao Regional prolator da decisão.
 
 
OJ/SDI1 nº. 219. Recurso de revista ou de embargos fundamentado em orientação jurisprudencial do TST. 
É válida, para efeito de conhecimento do recurso de revista ou de embargos, a invocação de Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, desde que, das razões recursais, conste o seu número ou conteúdo.
 
 
OJ/SDI1 nº. 257. Recurso. Fundamentação. Violação legal. Vocábulo violação. Desnecessidade. 
A invocação expressa, quer na revista, quer nos embargos, dos preceitos legais ou constitucionais tidos como violados não significa exigir da parte a utilização das expressões "contrariar", "ferir", "violar", etc.
 
 
OJ/SDI1 nº. 293. Embargos à SDI contra decisão de turma do TST em agravo do art. 557,§1º do CPC. Cabimento.  
São cabíveis Embargos para a SDI contra decisão de Turma proferida em Agravo interposto de decisão monocrática do relator, baseada no art. 557, § 1º, do CPC.
 
 
OJ/SDI1 nº. 294. Embargos à SDI contra decisão em recurso de revista não conhecido quanto aos pressupostos intrínsecos. Necessária a indicação expressa de ofensa ao art. 896 da CLT.  
Para a admissibilidade e conhecimento de embargos, interpostos contra decisão mediante a qual não foi conhecido o recurso de revista pela análise dos pressupostos intrínsecos, necessário que a parte embargante aponte expressamente a violação ao art. 896 da CLT.
 
 
OJ/SDI1 nº. 295. Embargos. Revista não conhecida por má aplicação de Súmula ou de orientação jurisprudencial. Exame do mérito pela SDI. 
A SDI, ao conhecer dos Embargos por violação do art. 896 - por má aplicação de súmula ou de orientação jurisprudencial pela Turma -, julgará desde logo o mérito, caso conclua que a revista merecia conhecimento e que a matéria de fundo se encontra pacificada neste Tribunal.
 
 
OJ/SDI1 nº. 336. Embargos. Recurso não conhecido com base em orientação jurisprudencial. Desnecessário o exame das violações legais e constitucionais alegadas na revista. 
Estando a decisão recorrida em conformidade com orientação jurisprudencial, desnecessário o exame das divergências e das violações legais e constitucionais alegadas, salvo nas hipóteses em que a orientação jurisprudencial não fizer qualquer citação do dispositivo constitucional
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração têm previsão no art. 897-A da Consolidação, que assim dispõe:
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
Os embargos de declaração serão cabíveis quando se buscar suprir omissão, obscuridade ou contradição do julgado, através de seu esclarecimento ou complementação. Também serão cabíveis quando se buscar obter efeito modificativo da decisão, nos casos de omissão, contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos de admissibilidade recursal (pressupostos extrínsecos). Nessa esteira, impende destacar a Súmula 278 do Tribunal Superior do Trabalho:  
 
Súmula nº. 278. Embargos de declaração. Omissão no julgado.
A natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado.
 
 
Os embargos de declaração também serão válidos para efeito de prequestionamento de determinada matéria não apreciada na decisão proferida, com o objetivo de possibilitar eventual interposição de recurso de natureza extraordinária, como o recurso de revista ou o recurso extraordinário. Sobre essa função dos embargos de declaração a jurisprudência já está pacificada, conforme estabelece as Súmulas 297 do TST.  
 
Súmula nº. 297. Prequestionamento. Oportunidade. Configuração 
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. 
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.
 
Ainda sobre a matéria, é possível destacar a Súmula 98 do Superior Tribunal de Justiça, que determina que os embargos de declaração opostos com notório propósito de prequestionamento não podem ser qualificados como protelatórios:
 
Súmula nº. 98. STJ. Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não tem caráter protelatório.
 
 
O Código de Processo Civil cuida dos embargos de declaração em seus arts. 535 e seguintes, que possuem aplicação subsidiária no processo do trabalho e assim dispõem:
Art. 535. Cabem embargos de declaração quando: 
I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição; 
II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. 
Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo. 
Art. 537.  O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subseqüente, proferindo voto. 
Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. 
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo. 
 
Ainda que tenha sido alvo de diversas discussões doutrinárias, ainda prevalece que os embargos de declaração têm natureza jurídica de recurso.
 
Como já esclarecido em artigos anteriores, os embargos de declaração estão submetidos tão somente a um único juízo de admissibilidade, tendo em vista que os embargos serão julgados pela mesma autoridade que proferiu a decisão embargada. Por conta disso, é correto afirmar que os embargos de declaração devem ser opostos, e não interpostos como os demais recursos.  
 
Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de cinco dias (art. 536, CPC), contados da intimação da sentença ou do acórdão, sem necessidade de preparo para sua oposição. Não é necessária a apresentação de contra razões pelo embargado, ressalvados os casos em que houver pedido de efeito modificativo do julgado pelo recorrente, casos emque é obrigatória a oitiva do embargado, sob pena de nulidade, conforme estabelece a Orientação Jurisprudencial 142 da SDI-I/TST:
 
OJ nº. 142. Embargos declaratórios. Efeito modificativo. Vista à parte contrária. 
A SDI-plena decidiu, por maioria, que é passível de nulidade decisão que acolhe embargos declaratórios com efeito modificativo, sem oportunidade para a parte contrária se manifestar.   
 
 
O juiz julgará os embargos de declaração no prazo de cinco dias. Em caso de julgamento por Tribunal, os embargos devem ser apresentados em mesa pelo relator em sessão subsequente, devendo proferir voto.  
 
Em âmbito trabalhista, os embargos de declaração são opostos, em regra, em face das sentenças proferidas por juízes trabalhistas ou por juiz de direito investido da jurisdição trabalhista e dos acórdãos proferidos pelos Tribunais, sendo admitida ainda pelo Tribunal Superior do Trabalho a sua oposição em face de decisão monocrática prolatada pelo juiz relator calcada no art. 557 do CPC, conforme determina a Súmula 421 do TST, que assim dispõe:
 
Súmula nº. 421. Embargos declaratórios contra decisão monocrática do relator calcada no art. 557 do CPC. Cabimento.
I- Tendo a decisão monocrática de provimento ou denegação de recurso, prevista no art. 557 do CPC, conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide, comporta ser esclarecida pela via dos embargos de declaração, em decisão aclaratória, também monocrática, quando se pretende tão somente suprir omissão e não modificação do julgado.   
II- Postulando o embargante efeito modificativo, os embargos declaratórios deverão ser submetidos ao pronunciamento do Colegiado, convertidos em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual.
 
O art. 536 do CPC (acima transcrito) determina a análise de um pressuposto específico dos embargos de declaração que se resume à obrigatoriedade da indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso a ser esclarecido, sob pena de não conhecimento do recurso.
     
A oposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para interposição de outros recursos por qualquer das partes, conforme determina expressamente o art. 538, caput, do CPC:
Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. 
Por conta disso, as partes de má fé se valem da apresentação de embargos de declaração com intuito meramente protelatório, objetivando ganhar tempo para interposição do recurso cabível em face da sentença ou do acórdão proferido ou apenas atrapalhar a interposição de qualquer recurso pela parte contrária.
 
Diante disso, determina o parágrafo único do art. 538 do CPC que o juiz ou o Tribunal condenará o embargante a pagar ao embargado multa não superior a 1% (valor elevado até 10% se os embargos forem reiterados) sobre o valor da causa quando os embargos forem manifestamente protelatórios:   
Art. 538. (...)
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo.  
 
Obs.: havendo omissão em recurso de revista ou nos embargos, devem ser opostos embargos de declaração para sanar a omissão existente, sob pena de preclusão, conforme estabelece a Súmula 184 do TST:
 
Súmula nº. 184. Embargos declaratórios. Omissão em recurso de revista. Preclusão.  
Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.
 
 
PEDIDO DE REVISÃO
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, § 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional. 
§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
 
pedido de revisão a ser interposto perante o Tribunal Regional do Trabalho competente, no prazo de 48 horas, devendo ser encaminhado ao presidente do respectivo Tribunal.  
De acordo com o §2º, o pedido de revisão não possui efeito suspensivo e deve ser instruído com cópias da petição inicial e da ata de audiência, devendo ser julgado no prazo de 48 horas, a partir de seu recebimento pelo presidente do Tribunal. 
Referente ao tema, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Súmula 356, em que o Tribunal reconhece a constitucionalidade do procedimento sumário e determina ser possível a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo. Vejamos a redação da Súmula: 
Súmula nº. 356. Alçada recursal. Vinculação ao salário mínimo. 
 
O art. 840, §1º, da CLT, não estabeleceu como requisito da petição inicial a fixação do valor da causa, determinando apenas que a reclamação escrita deverá conter: 
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
 
Parágrafo único. Não havendo impugnação, presume-se aceito o valor atribuído à causa na petição inicial.
  
A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data de seu ajuizamento, desde que não impugnado, sendo inalterável no curso do processo.  
§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional,  
De acordo com esse posicionamento, as demandas com valor até 2 salários mínimos também serão submetidas ao procedimento sumaríssimo,  
         RECLAMAÇÃO CORREICIONAL
A reclamação correicional, também conhecida como correição parcial, consiste em um procedimento administrativo regulado pelos Regimentos Internos dos Tribunais do Trabalho. 
A Consolidação das Leis Trabalhistas cita a correição parcial em seu art. 709, II, que assim determina:
Art. 709 - Compete ao Corregedor, eleito dentre os Ministros togados do Tribunal Superior do Trabalho: 
II - Decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem processual praticados pelos Tribunais Regionais e seus presidentes, quando inexistir recurso específico;
A correição parcial não possui natureza jurídica de recurso (embora alguns doutrinadores a classifiquem como recurso  
sucedâneo recursal, visto que se trata de instrumento idôneo para impugnar decisão ou ato judicial, mas que não possui natureza recursal ou de ação autônoma de impugnação.
Impende destacar que a correição parcial deve preencher alguns requisitos para sua admissibilidade, como a necessidade de que o ato seja atentatório à boa ordem processual, a inexistência de recurso cabível contra o ato viciado, devendo, ainda, ser demonstrado o prejuízo processual à parte recorrente. 
Para melhor ilustrar, pode ser classificado como ato atentatório à boa ordem processual o fato de o juiz ter em sua mesa há vários meses processo concluso para sentença e não julga por mera displicência. 
Questões de fixação:
Analise cada uma das modalidades recursais apresentadas nesta aula indicando:
Cabimento
Pressupostos intrínsecos e extrínsecos
SEMANA 10
Esquema da Aula
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
MÉTODOS DE LIQUIDAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO.
          A liquidação da sentença sempre constituiu, um procedimento prévio (ou preparatório) da execução trabalhista, pois a liquidez do título é imprescindível, isto é, encerra condição sine qua non de procedibilidade da execução.
            Com efeito, proferida sentença ilíquida, cabe ao juiz da execução ordenar previamente sua liquidação, nos claros e incisivos termos do art. 879, caput, da CLT, que poderá ser feita de três maneiras distintas: cálculo, arbitramento ou artigos.
            A ordem que estatuiu não é aleatória.Os artigos e o arbitramento só têm lugar quando o cálculo se mostrar inviável, isto é, quando os autos não fornecerem os elementos para operar os números (contas aritméticas) e, com isso, obter a determinação do valor necessária para liquidar o título judicial exeqüendo.
            Ou seja: não provado o fato do qual se possa extrair os dados para feitura das contas, proceder-se-á aos artigos; se esse fato não existir ou for insuscetível de prova, dá-se, então, ensejo ao arbitramento para fixar, por estimativa, o valor da obrigação.O método de liquidação foi instituído para servir e viabilizar a liquidação.
            O legislador trabalhista não disciplinou nenhum desses métodos. Por conseguinte, o CPC foi seu paradigma e a única fonte subsidiária, dada à omissão da lei de executivo fiscal (lei 6.830/80), que não trata da matéria justamente porque só pode ter como objeto um título líquido, a teor do art. 2º,      § 3º
            Sendo contemporâneo do CPC de 39, o legislador trabalhista o teve como fonte de inspiração, mas promoveu uma disciplina precária, escassa, que exigia, como ainda exige, embora com menos intensidade, a utilização supletiva de regras estranhas à consolidação para completar o procedimento que deixou inacabado.
            Isso aumenta o desafio de quem se aventura a tentar compreender os meandros do regime da liquidação da sentença no processo trabalhista e sua execução, à luz dos dispositivos constantes do texto da CLT e da legislação que a supre.     
            Esse constitui, portanto, o escopo deste modesto trabalho.
Liquidação por cálculos
Neste método, mais comum e utilizado nas liquidações trabalhistas, os elementos suficientes para apuração do título exeqüendo, já estão presentes nos autos.
Far-se-á liquidação por cálculo quando o montante da condenação depender de simples cálculo aritmético. Neste caso a sentença abriga em seu interior todos os elementos necessários à fixação do “quantum debeatur”, destinando esta fase em virtude disso, apenas a revelar a exata expressão pecuniária desses elementos.
A CLT dispõe “por cálculo “, sem acrescentar “do contador”. Essa simplificação permite admitir-se que o cálculo possa ser realizado pelo contador do juízo ou Tribunal quando houver, e, também, pelas partes ou por laudo pericial contábil.
Assim, a liquidação por simples cálculos se consuma com os passos do artigo 879 da CLT. (rodapé)
Caso a execução seja negativa, a parte sucumbente arcará com os honorários periciais e as custas processuais.
Procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho. Apresentado o cálculo pela parte interessada ou, se o cálculo, for apresentado pelo Contador nomeado pelo juízo, será aberta vista às partes, sucessivamente, pelo prazo de 10 dias.
Não havendo impugnação, o juiz julgará imediatamente a conta, podendo corrigi-la no que lhe parecer conveniente, e mandará citar o executado para o cumprimento ou seguro o juízo, uma vez que estará precluso o direito de impugnar a conta.
Não será admitida impugnação genérica ou cálculo que não venha acompanhado da planilha respectiva.
Havendo impugnação/manifestação circunstanciada, quanto aos fundamentos e valores do cálculo, o juiz poderá, antes de proceder à homologação dos mesmos, determinar o retorno dos autos ao Perito para que efetue as devidas alterações ou preste esclarecimentos. Vindo aos autos o novo cálculo, será aberto vista às partes, novamente, com prazo de 10 dias para concordância ou impugnação.
ä Na prática tem-se observado que, mesmo que haja impugnação pelas partes, os juízes, na sua maioria, têm homologado o cálculo, rejeitando as novas impugnações.
Tornada líquida a sentença, com essa decisão, o Juiz mandará citar o executado para cumprimento ou embargar a execução, após seguro o juízo, no prazo de 05 dias.
Liquidação por arbitramento
Se liquida a sentença por arbitramento quando a apuração não depende de simples cálculos, nem de prova de fatos novos, mas seja necessário o “juízo ou parecer de profissionais ou técnicos”.  Arbitrar está aqui, não no sentido de julgar, mas no de estimar. Em princípio, o arbitrador será um perito, mas pode ocorrer que, na impossibilidade de calcular-se com exatidão o débito, a estimativa não tenha outro fundamento senão o bom senso, o prudente arbítrio de um cidadão ou até do próprio juiz; isto para que a ausência de elementos não impeça a reparação, quando não há possibilidade de encontrar elementos bastantes.
O arbitramento está previsto quando determinado pela sentença ou convenção das partes ou exigir a natureza do objeto da condenação. Se as partes escolherem esta forma, excluem-se outras e passa a ser uma solução de transigência dos interessados em seu desfecho. 
O princípio do contraditório é garantia de defesa e baliza de Justiça, que deve ser respeitado também na liquidação por arbitramento, ouvindo-se as partes.
A jurisprudência tem se firmado no sentido de que a liquidação por arbitramento só se justifica quando impossível fazê-la por artigos, forma em que podem ser utilizados todos os meios de prova em direito admitidos.
Liquidação por Artigos
A liquidação da sentença trabalhista por artigos é utilizada quando há necessidade de se provar fato novo (CPC.  Art. 608). Não é qualquer fato, mas aquele que influencia a fixação do valor da condenação ou a individuação do seu objeto. 
O procedimento por artigos não está expressamente indicado na CLT. Como se trata de processo de conhecimento, devem aplicar-se as normas do procedimento ordinário trabalhista, que são as da própria CLT, com oitiva de testemunhas, perícia, nulidades, etc.
A exemplo do que ocorre no processo cível, a liquidação por artigos ocorre quando há necessidade de provas, não sendo possível, no entanto, introduzir, nessa fase, fatos estranhos aos limites do contraditório. 
Cabe às partes, em geral ao credor, que irá articular em sua petição, aquilo que deve ser liquidado. Quem elabora os artigos é a  própria parte e não o juiz.
A sentença é de mérito e enseja ação rescisória.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Explique a finalidade da liquidação de sentença. 
Explique de forma detalhada cada uma das modalidades de liquidação de sentença 
Nos termos dos dispositivos legais constantes na CLT o juiz na liquidação por cálculos é obrigado a abrir o contraditório antes da homologação dos cálculos? 
Indicação de leituras complementares: Direito Processual do Trabalho – Autor Sérgio Pinto Martins – Editora Atlas 2010.
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: Ação Trabalhista Liquidação de sentença trabalhista
SEMANA 11
Execução Teoria Geral 
I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Segundo o art. 591 do Código de Processo Civil:
 Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
 A execução, portanto, será realizada contra o patrimônio do devedor, devendo ser resguardada sua integridade física, liberdade, dignidade humana e vida.
 A nossa atual legislação processual reconhece três classes de processos, quais sejam o processo de conhecimento, de execução e cautelar.
 No processo de conhecimento, o autor da ação provoca o Judiciário, peticionando que o Estado-juiz exerça parcela de sua soberania, prestando-lhe tutela jurisdicional e aplicando o direito ao caso concreto através da sentença de mérito, que poderá ter natureza declaratória, constitutiva ou condenatória.
 A sentença declaratória limita-se a declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou a autenticidade ou falsidade de um documento, conforme dispõe o art. 4º do CPC:
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
 As sentenças constitutivas objetivam criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica determinada. As sentenças condenatórias, por sua vez, impõem uma condenação ao réu, afirmando a existência de um direito, reconhecendosua violação e dirigindo ao demandado uma sanção que pode assumir uma das seguintes formas:
 ·  Obrigação de entregar coisa certa ou incerta;
·  De fazer ou de não fazer;
·  De pagar quantia certa.
 Obs.: Apenas as ações condenatórias estarão sujeitas ao processo de execução.
 Enquanto isso, o processo cautelar objetiva apenas resguardar o resultado prático do processo principal, independentemente de ser de conhecimento ou de execução. Por conta de sua natureza, o processo cautelar pode ser instaurado antes no curso do processo principal:
Art. 796. CPC. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente.
II - FONTES NORMATIVAS 
 A execução trabalhista fundamenta-se em quatro normas legais, que devem ser aplicadas na seguinte ordem:
 A CLT cuida da execução trabalhista em seus arts. 876 a 892. Se a CLT revelar-se omissa quanto ao caso concreto, o magistrado deverá aplicar a Lei 5.584/70, que em seu art. 13 estabelece:
Consolidação das Leis do Trabalho; 
Lei 5.584/70; 
Lei 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal); 
Código de Processo Civil. 
 Art. 13. Em qualquer hipótese, a remição só será deferível ao executado se este oferecer preço igual ao valor da condenação.
 Permanecendo a omissão legislativa, o art. 889 da CLT estabelece que poderá ser aplicável a lei de execução fiscal no que não for incompatível com a legislação trabalhista:
 Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
 Por fim, persistindo a omissão, aplica-se o Código de Processo Civil de forma subsidiária à execução trabalhista.
 Em prosseguimento, impende destacar a discussão doutrinária acerca da autonomia do processo de execução laboral. A doutrina é majoritária no sentido de que a execução trabalhista é autônoma, visto que a existência de um dispositivo legal (art. 880, CLT) que determina a citação pessoal do executado configura a autonomia do processo de execução laboral. Além disso, a possibilidade de execução de títulos executivos extrajudiciais não deixa dúvidas quanto à autonomia do processo de execução trabalhista.
 Saliente-se, ainda, que prevalece o entendimento de que o referido processo é autônomo em relação ao processo de conhecimento, principalmente após a nova redação do art. 876 da CLT, acrescentado pela Lei 9.985/00, que possibilitou a execução no âmbito da Justiça do trabalho de títulos executivos extrajudiciais:
Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.
Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido.
 Contudo, subsiste uma doutrina minoritária que afirma que a execução trabalhista não constitui processo autônomo, mas apenas fase do processo do trabalho, já que a execução do julgado ocorre nos mesmos autos de origem e que a execução trabalhista, nos moldes do art. 878 da CLT, pode ser promovida de ofício pelo magistrado, sendo apenas um prolongamento do processo de cognição:
 Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.
 Além disso, o art. 880 da CLT, apesar de mencionar expressamente a citação do executado, referiu-se à intimação do devedor para cumprir a decisão judicial, no prazo e sob as cominações determinadas, não havendo que falar em autonomia do processo de execução:
 Art. 880.  Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.
 A execução trabalhista é norteada por vários princípios, sendo necessário destacar os seguintes:
III - PRINCÍPIOS 
Princípio da natureza real: o princípio da natureza real estabelece que a execução deve recair sobre os bens do devedor, e não sobre a pessoa natural. Este princípio está expresso nos seguintes dispositivos, ambos do Código de Processo Civil: 
Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Art. 646. A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor (art. 591).
Princípio da limitação expropriatória: este princípio impede o gravame total do patrimônio do devedor quando parte dos bens for suficiente para satisfazer o crédito. Nessa esteira, os arts. 659 e 692 do CPC e o art. 883 da CLT determinam: 
 
Art. 659.  A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.
 Art. 692. Não será aceito lanço que, em segunda praça ou leilão, ofereça preço vil.
Parágrafo único. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens bastar para o pagamento do credor.
Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.  
Princípio da utilidade para o credor: segundo este princípio, o credor não pode se valer do processo de execução apenas para prejudicar o devedor, nos casos em que o patrimônio deste não for suficiente para arcar com o valor integral da dívida. 
 
Nesse contexto, assim dispõe o art. 659, §2º do CPC:
 Art. 659.  A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.
§ 1o  Efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que sob a posse, detenção ou guarda de terceiros.
§ 2o Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.
 Diante do exposto, caberá ao magistrado, nos moldes do art. 40 da lei de execução fiscal, suspender a execução trabalhista enquanto não for localizado o devedor ou encontrado bens sobre os quais possa recair a penhora. 
 Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública.
 Contudo, ainda conforme a Lei 6.830/80, decorrido o prazo máximo de um ano da suspensão do curso processual, sem que haja sido localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos, o qual poderá ser desarquivado a qualquer tempo para o andamento da execução, caso sejam encontrados o devedor ou bens penhoráveis.
 § 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução.
§4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depoisde ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.
§5o  A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda.
Princípio da não prejudicialidade do devedor: este princípio está fundamentado no art. 620 do CPC, que assim dispõe: 
 Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. Ou seja, o credor deverá prestigiar o meio executório que cause menos transtornos ao devedor, sempre que puder realizar a execução por mais de uma forma.  Além disso, o art. 668, caput, do CPC auxilia o executado, assegurando-lhe a seguinte faculdade:
 Art. 668.  O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após intimado da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não trará prejuízo algum ao exeqüente e será menos onerosa para ele devedor.
 Todavia, não se pode esquecer que o processo do trabalho é norteado por princípios que objetivam resguardar o empregado hipossuficiente que, em regra, figura na condição de credor na ação trabalhista. Por conta disso, muitos magistrados invertem a aplicação do princípio em tela, determinando que a execução trabalhista seja processada da maneira menos gravosa ao credor hipossuficiente.
 
Princípio da igualdade das partes: o executado deve arcar com os efeitos dos atos expropriatórios gerados pela execução, sendo-lhe assegurado que no cumprimento do julgado seja observada a legalidade.  
Princípio da especificidade: estabelece que o credor tem direito a receber o valor da coisa adicionado de perdas e danos, quando a coisa não lhe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder do terceiro adquirente. Este princípio está expresso nos arts. 627 e 633 do CPC: 
Art. 627. O credor tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando esta não Ihe for entregue, se deteriorou, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.
Art. 633. Se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização. 
Princípio da livre disponibilidade do processo pelo credor: expresso no art. 569 do CPC, este princípio estabelece: 
Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios;
b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante.
 Isto é, desde que atendidos os requisitos expressos nas alíneas do parágrafo único do art. 569, CPC, o credor pode desistir de toda a execução ou de algumas medidas executivas. Contudo, é necessário ressaltar que a desistência da execução só produzirá efeitos após a homologação por sentença, de acordo com o parágrafo único do art. 158, CPC:
Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.
 Impende destacar, ainda, que a doutrina e a jurisprudência divergem quanto à possibilidade da desistência da execução se operar de modo unilateral nos casos em que o devedor houver oferecido embargos à execução.
 Art. 600.  Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que: 
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; 
IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores.
Uma vez identificada qualquer das hipóteses do art. 600, CPC, o juiz poderá, em qualquer fase processual, demonstrar ao devedor que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça, conforme estabelece o art. 599, II, também do CPC: (...) deverá relevar a pena quando o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos apresentados nos incisos do art. 600, ou seja, qualquer dos atos definidos como atentatórios à dignidade da justiça, e apresentar fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios:
Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução
IV -  FRAUDE À EXECUÇÃO 
Considera-se fraude à execução atos do devedor praticados nos moldes do art. 593 do CPC que assim dispõe: 
I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;
III - nos demais casos expressos em lei.
V-  TÍTULOS EXECUTIVOS TRABALHISTAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS 
 Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.
 (...)
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
A Constituição estabelece que também são títulos executivos extrajudiciais executáveis na Justiça do Trabalho as multas inscritas na Dívida Ativa da União advindas dos autos de infração lavrados pelos Auditores Fiscais do Trabalho:
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:relações de trabalho;
 VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
 
Art. 114. (...)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
Com a eleição do árbitro e a conseqüente prolação de sentença arbitral, as partes passam a dispor de título executivo extrajudicial (sentença arbitral) que pode ser executado nas Varas do Trabalho. 
 QUESTÕES DE FIXAÇÃO:
Explique cada um dos princípios aplicáveis a execução , apresentando um exemplo hipotético para a sua observância ,
Formule um exemplo de execução de obrigação de fazer no processo do trabalho.
SEMANA 12
Esquema da Aula
AÇÕES ESPECIAIS
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
A CLT estabelece:
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
Assim, por se tratar de caso omisso, podemos utilizar o direito processual civil que regulamenta o modo procedimental da ação de consignação em pagamento em seus artigos 890 e seguintes. No entanto, a utilização não se restringe pura e simplesmente a sua leitura já que, a necessesidade de adequá-los ao processo do trabalho.
Percebemos na leitura do artigo 890 § 1o que sugere o depósito bancário como solução para a recusa do credor uma espécie de procedimento extrajudicial incompatível com o processo do trabalho pois assim dispõe:
§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por carta com aviso de recepção, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. (Incluído pela Lei nº 8.951, de13.12.1994)
Ora este tipo de procedimento extrajudicial já encontra-se previsto na Consolidação das Leis do Trabalho como poderemos  obsevar na leitura do artigo 477 § 1º. Vejamos:
§ 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social.  (Redação dada pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)
Portanto o procedimento extrajudicial sugerido pelo diploma processual civil no artigo 890 em seu parágrafo 1º não poderá ser utilizado pois já encontra-se previsto na Consolidação das Leis do Trabalho restando apenas o procedimento judicial a ser compatibilizado ao processo trabalhista previsto no artigo 890 § 3o  abaixo transcrito onde podemos vislumbrar sua perfeita a aplicação. Vejamos
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de 30 (trinta) dias, a ação de consignação, instruindo a inicial com a prova do depósito e da recusa. (Incluído pela Lei nº 8.951, de 13.12.1994)
Referido artigo estabelece, claramente, o prazo de 30 (trinta) dias para a propositura da ação de consignação em pagamento a partir da recusa no recebimento dos créditos. Ora, não é difícil chegar a conclusão de que no processo do trabalho pelos motivos acima expostos o artigo é perfeitamente aplicável e compatível devendo o prazo de trinta dias ser contado a partir do momento em que houve a recusa em aceitar as verbas trabalhistas seja por correspondência ou no comparecimento ou não no sindicato para o recebimento dos valores provenientes do rompimento do vínculo empregatício desde que respeitados os prazos estabelecidos no artigo 477 parágrafo 6º da CLT.
Sendo assim diante da recusa do empregado em receber as verbas trabalhistas provenientes do rompimento do vinculo de emprego o empregador terá o prazo de 30 dias a partir da referida recusa para propor ação de consignação em pagamento evitando assim a culminação da multa prevista  §8º do art. 477 da CLT.
AÇÃO RESCISÓRIA 
A ação rescisória pode ser conceituada como uma ação de conhecimento de natureza constitutivo-negativa, visto que busca desconstituir a coisa julgada, por conta da existência de vícios insanáveis. O fundamento da ação rescisória é a busca pela segurança jurídica. 
 
O art. 836 da CLT estabelecia a possibilidade de ajuizamento de ação rescisória na Justiça do Trabalho, sendo aplicáveis os dispositivos do Código de Processo Civil, dispensando-se, contudo, o depósito prévio enumerado e exigido no art. 488, II, do CPC. Com base nesse artigo, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Súmula 194 com a seguinte redação: 
 
Nº. 194 AÇÃO RESCISÓRIA. JUSTIÇA DO TRABALHO. DEPÓSITO PRÉVIO.
As ações rescisórias ajuizadas na Justiça do Trabalho serão admitidas, instruídas e julgadas conforme os arts. 485 "usque" 495 do Código de Processo Civil de 1973, sendo, porém, desnecessário o depósito prévio a que aludem os respectivos arts. 488, II, e 494.
 
No entanto, a Lei 11.495/07 alterou a antiga redação do art. 836 da CLT e provocou o cancelamento da Súmula 194 do TST, determinando que o ajuizamento da ação rescisória se submeta ao depósito prévio de 20% do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. Com o advento da citada Lei, a nova redação do art. 836 restou assim configurada: 
Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.
        Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos próprios autos da ação que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da rescisória e a respectiva certidão de trânsito em julgado. 
Ou seja, a parte que propuser ação rescisória deverá efetuar, no âmbito da Justiça do Trabalho, o depósito prévio de 20% do valor da causa, que funcionará como multa, caso a ação seja declarada inadmissível ou improcedente. Impende destacar que para alguns doutrinadores a exigência de depósito e o valor exigido violam o direito de amplo acesso ao Judiciário, bem como a ampla defesa, além de ofender os princípios constitucionais da proporcionalidade e da isonomia. No entanto, outros doutrinadores defendem que não há qualquer ofensa aos princípios citados, posto que a estipulação do depósito ocorre com o intuito de evitar litigância de má-fé.    
 
Obs.: no Código de Processo Civil, o valor exigido para depósito é de apenas 5% do valor da causa. 
 
Para que a ação rescisória seja aceita, dois requisitos devem estar presentes, quais sejam a sentença de mérito (apenas a coisa julgada material pode ser objeto de rescisória) e o trânsito em julgado da mesma. Diante disso, não se pode propor rescisória em face de sentença ou acórdão com decisão sem resolução de mérito, excluindo-se, portanto, a coisa julgada formal, conforme já estabeleceu o TST na Orientação Jurisprudencial 134 da SDI-II/TST: 
 
Nº 134 AÇÃO RESCISÓRIA. DECISÃO RESCINDENDA. PRECLUSÃO DE-CLARADA. FORMAÇÃO DA COISA JULGADA FORMAL. IMPOSSI-BILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO.
A decisão que conclui estar preclusa a oportunidade de impugnação da sentença de liquidação, por ensejar tão-somente a formação da coisa julgada formal, não é suscetível de rescindibilidade.   
 
Obs.: decisões interlocutórias e despachos de mero expediente não serão passíveis de rescisória.
 
Nos casos em que a sentença é inexistente não é cabível ação rescisória, pois sequer existiu a coisa julgada material, não havendo objeto a ser rescindido, uma vez que sentença inexistente não pode produzir qualquer efeito jurídico. 
 
O Supremo Tribunal Federal, de acordo com a sua Súmula 514, admite ação rescisória em face de sentença transitada em julgado, mesmo que existam recursos que possam derrubá-la. Por sua vez, a Súmula 412 do Tribunal Superior do Trabalho estabelece a possibilidade de questão processual figurar como objeto de ação rescisória, desde que essa questão consista em pressuposto de validade de uma sentença de mérito. Vejamos: 
 
Súmula nº. 114. STF. ADMITE-SE AÇÃO RESCISÓRIA CONTRA SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO, AINDA QUE CONTRA ELA NÃO SE TENHA ESGOTADO TODOS OS RECURSOS.
 
Súmula nº. 412. TST. AÇÃO RESCISÓRIA. SENTENÇA DE MÉRITO. QUESTÃO PROCES-SUAL (conversão da Orientação Jurisprudencial nº. 46 da SBDI-2).  
Pode uma questão processual ser objeto de rescisão desde que consista em pressuposto de validade de uma sentença de mérito.
 
Obs.: o art. 2º, I, c da Lei 7.701/88 estabelece que sentença normativa transitada em julgado admite ação rescisória. 
 
A ação rescisória não pode ser utilizada antes do trânsito em julgado da sentença ou acórdão, pois, segundo a jurisprudência, não se admite ação rescisória preventiva. Nesse sentido, a Súmula 299 do TST, que aduz:
 
Nº. 299 AÇÃO RESCISÓRIA. DECISÃO RESCINDENDA. TRÂNSITO EM JUL-GADO. COMPROVAÇÃO. EFEITOS (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 96 e 106 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
I - É indispensável ao processamento da ação rescisória a prova do trânsito em julgado da decisão rescindenda. (ex-Súmula nº. 299 – Res. 8/1989, DJ 14, 18 e 19.04.1989) 
II - Verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 (dez) dias para que o faça, sob pena de in-deferimento. (ex-Súmula nº. 299 - Res 8/1989, DJ 14, 18 e 19.04.1989) 
III - A comprovação do trânsito em julgado da decisão rescindenda é pressuposto processual indispensável ao tempo do ajuizamento da ação rescisória. Eventual trânsito em julgado posterior ao ajuizamento da ação rescisória não reabilitaa ação proposta, na medida em que o ordenamento jurídico não contempla a ação rescisória preventiva. (ex-OJ nº 106 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003) 
IV - O pretenso vício de intimação, posterior à decisão que se pretende rescindir, se efetivamente ocorrido, não permite a formação da coisa julgada material. Assim, a ação rescisória deve ser julgada extinta, sem julgamento do mérito, por carência de ação, por inexistir decisão transitada em julgado a ser rescindida. 
 
A ação rescisória será sempre julgada pelos tribunais, seja pelo respectivo Tribunal Regional do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho, competência a ser definida de acordo com a sentença ou acórdão a ser rescindido. Para cuidar dessa competência, o TST estabeleceu a Súmula 192: 
 
Nº. 192 AÇÃO RESCISÓRIA. COMPETÊNCIA E POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO (inciso III alterado) - Res. 153/2008, DJe divulgado em 20, 21 e 24.11.2008 
I - Se não houver o conhecimento de recurso de revista ou de embargos, a competência para julgar ação que vise a rescindir a decisão de mérito é do Tribunal Regional do Trabalho, ressalvado o disposto no item II. (ex-Súmula nº. 192 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
II - Acórdão rescindendo do Tribunal Superior do Trabalho que não conhece de recurso de embargos ou de revista, analisando argüição de violação de dispositivo de lei material ou decidindo em consonância com súmula de direito material ou com iterativa, notória e atual jurisprudência de direito material da Seção de Dissídios Individuais (Súmula nº. 333), examina o mérito da causa, cabendo ação rescisória da competência do Tribunal Superior do Trabalho. (ex-Súmula nº. 192 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) 
III - Em face do disposto no art. 512 do CPC, é juridicamente impossível o pedido explícito de desconstituição de sentença quando substituída por acórdão do Tribunal Regional ou superveniente sentença homologatória de acordo que puser fim ao litígio. 
IV - É manifesta a impossibilidade jurídica do pedido de rescisão de julgado proferido em agravo de instrumento que, limitando-se a aferir o eventual desacerto do juízo negativo de admissibilidade do recurso de revista, não substitui o acórdão regional, na forma do art. 512 do CPC. (ex-OJ nº. 105 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003) 
V - A decisão proferida pela SBDI, em sede de agravo regimental, calcada na Súmula nº. 333, substitui acórdão de Turma do TST, porque emite juízo de mérito, comportando, em tese, o corte rescisório. (ex-OJ nº. 133 da SBDI-2 - DJ 04.05.2004). 
 
A legitimidade para propor ação rescisória na Justiça do Trabalho, segue o estabelecido no art. 487 do CPC. Aduz o artigo: 
Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em que Ihe era obrigatória a intervenção;
b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei.
Sobre a questão litisconsórcio necessário ou facultativo, em sede de ação rescisória, o TST firmou a Súmula 406: 
 
Nº. 406 AÇÃO RESCISÓRIA. LITISCONSÓRCIO. NECESSÁRIO NO PÓLO PASSIVO E FACULTATIVO NO ATIVO. INEXISTENTE QUANTO AOS SUBSTITUÍDOS PELO SINDICATO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 82 e 110 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
I - O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao pólo passivo da demanda, porque supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao pólo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à anuência dos demais para re-tomar a lide. (ex-OJ nº. 82 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002) 
II - O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescisória, sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário. 
 
Obs.: o TST já firmou entendimento no sentido de que o art. 487, III, do CPC, não constitui rol exaustivo de legitimidade para o Ministério Público, pois o referido órgão detém legitimidade para propor rescisória em todas as hipóteses previstas no art. 485 do CPC, embora não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão a ser rescindida, conforme estabelece a Súmula 407 do TST: 
 
Nº. 407 AÇÃO RESCISÓRIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE "AD CAUSAM" PREVISTA NO ART. 487, III, "A" E "B", DO CPC. AS HI-PÓTESES SÃO MERAMENTE EXEMPLIFICATIVAS (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 83 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 
A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a" e "b" do inciso III do art. 487 do CPC, uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas. 
 
Enquanto no âmbito do processo civil, sentenças homologatórias de pacto judicial não podem submetidas à ação rescisória, no âmbito do processo do trabalho, o posicionamento é diverso: 
Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação.
Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas.
Diante disso, o TST firmou a Súmula 259, estabelecendo que somente por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no art. 831, parágrafo único. Homologado acordo na Justiça do Trabalho, portanto, não será cabível ação anulatória para desconstituí-lo, mas ação rescisória. Vejamos a redação da Súmula: 
 
Nº 259 TERMO DE CONCILIAÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
Só por ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo único do art. 831 da CLT.  
 
O art. 488 do CPC estabelece como requisito necessário da petição inicial da rescisória a cumulação do pedido de rescisão com o de novo julgamento da causa, não podendo ser considerado pedido explícito, devendo estar expresso na peça vestibular. Essa posição acompanha o entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre a matéria. O juízo rescindente é preliminar ao rescisório, uma vez que a decisão ali proferida pode impedir que se exerça este último. 
 
A ação rescisória é cabível no processo do trabalho nas hipóteses previstas no art. 485 do Código de Processo Civil, que possui aplicação subsidiária ao processo do trabalho. Ensina o referido art. 485:
  Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
A partir dessa previsão legislativa, busca-se rescindir sentença proferida por juiz peitado ou subornado, assim classificado o juiz que se enquadra em alguma das situações enumeradas no artigo, que são crimes previstos no Código Penal, nos arts. 319, 316 e 317, respectivamente. Importante destacar que a apuração do crime na instância penal não se reveste de condição para o ajuizamento da rescisória, diante da independência entre a instância civil e a criminal. Todavia, não se pode deixar de observar que condenação em processo penal anterior ao processo civil poderá influenciar no julgamento da demanda. Contudo, se o magistrado for absolvido criminalmente, em função da inexistência material do crime, a ação rescisória não terá como prosseguir, não sendo possível se operar a rescisão do julgado. 
Se, no entanto, o juiz for absolvido por motivo outro que não seja a inexistência do crime, o Tribunal possuiráliberdade ampla para julgar o pedido rescisório.    
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
Não haverá juízo rescisório, mas juízo rescindente, devendo o tribunal remeter os autos ao juízo competente ou imparcial, para que seja realizado novo julgamento. Diante da previsão taxativa do dispositivo, entende-se que sentença proferida por juiz suspeito não dá margem à ação rescisória.
MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança é a ação constitucionalmente prevista para a proteção de direito líquido e certo, individual ou coletivo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que esse direito for lesionado ou ameaçado por ato de autoridade pública ou de agente que esteja no exercício de função pública. Podem se valer desse instrumento pessoas físicas ou jurídicas, ou ainda entes despersonalizados com capacidade processual. 
 
O mandamus possui natureza jurídica de ação de conhecimento, em que o juiz estabelece uma ordem à autoridade coatora, qual seja desfazer o ato lesivo que está desrespeitando direito líquido e certo do impetrante. 
 
A Constituição Federal de 1988 regulou o mandado de segurança em seu art. 5º, LXIX e LXX. O inciso LXX estabeleceu dois tipos de mandado de segurança: um individual e outro coletivo, sendo este último ainda dependente de regulamentação específica. O mandado de segurança individual é regulado pela Lei 1.533/51 combinada com as disposições previstas nos regimentos internos dos tribunais (o Regimento Interno do TST, por exemplo, estabelece qual a competência de seus órgãos internos para julgar mandado de segurança). 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...)
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
 
A Justiça do Trabalho é competente para julgar mandado de segurança quando o ato ilegal ou abusivo provier das autoridades que a compõe, conforme a posição adotada pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho. 
 
A Emenda Constitucional 45/2004 ampliou a competência da Justiça Laboral, declarando-a competente para processar e julgar mandado de segurança, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. Ou seja, a partir da emenda surgiu a possibilidade de impetração de mandado de segurança perante a Vara do Trabalho, quando o ato questionado envolver matéria sujeira à sua jurisdição. Por conta dessa alteração, diversos processos que antes eram de competência da Justiça Federal passou a ser tutelada pela Justiça do Trabalho. Como exemplo, o mandado de segurança envolvendo atos de membros do Ministério Público do Trabalho são apreciados pela Justiça do Trabalho. 
 
Os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho possuem em certos casos competência originária para julgamento de mandado de segurança, estabelecida de acordo com a autoridade envolvida. Caberá, portanto, o julgamento do mandado de segurança pelo TRT quando a autoridade coatora for: juiz da Vara do Trabalho, titular ou suplente, diretor de secretaria e demais funcionários; juiz de Direito investido na jurisdição trabalhista; ou juízes e funcionários do próprio TRT. 
 
Enquanto isso, o Tribunal Superior do Trabalho tem sua competência para julgar o writ divida entre seus diversos órgãos, restando assim organizado (Lei 7.701/88 e Regimento Interno do TST): 
 
·         Cabe à Seção Especializada de Dissídios Coletivos julgar originariamente os mandados de segurança contra os atos praticados pelo Presidente do Tribunal ou por qualquer dos Ministros integrantes da seção especializada em processo de dissídio coletivo;
·         Cabe à Seção Especializada de Dissídios Individuais julgar originariamente os mandados de segurança de sua competência originária, na forma da lei;
·         Cabe ao Tribunal Pleno julgar mandados de segurança impetrados contra atos do Presidente ou de qualquer Ministro do Tribunal, ressalvada a competência da Seção Administrativa e das Seções Especializadas.
 
Os Tribunais do Trabalho julgam, ainda, os mandamus impetrados contra os seus próprios atos administrativos, como os atos de nomeação e exoneração de servidores. 
 
Obs.: se o mandado de segurança julgado originariamente pelo Tribunal Superior do Trabalho for negado, a denegação da segurança é recorrível por meio de recurso ordinário a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (art. 102, II, a, da Constituição). 
 
O mandado de segurança deve possuir alguns elementos mínimos para ser admitido, sendo dever do impetrante demonstrar, no momento da impetração, o direito líquido e certo violado e a ilegalidade ou abuso de poder praticados pela autoridade pública. 
 
O direito líquido e certo que autoriza o mandado de segurança relaciona-se aos fatos, que devem ser provados de imediato no momento da impetração do mandamus através de prova documental (exclusivamente), não sendo cabível mandado de segurança se houver controvérsia sobre o fato. 
Segundo a doutrina, o direito líquido e certo é analisado como condição da ação. Depois desta fase, o Tribunal analisa o mérito do writ, verificando se há ou não possibilidade de aplicação da norma material invocada pelo lesado ou ameaçado, sobre os fatos alegados e provados por documentos anexados à inicial. 
 
Obs.: O conceito de autoridade pública abrange os agente dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.  
 
Na Justiça do Trabalho, o mandado de segurança é cabível em diversas situações, buscando tornar sem eficácia ato de autoridade, como nas que o magistrado proíbe a retirada dos autos pelo advogado, sem que exista impedimento ou incompatibilidade ou cerceia direito de defesa da parte ou defere tutela antecipada em reclamação trabalhista. 
 
Por outro lado, o art. 5º da Lei 1.533/51 estabelece as hipóteses em que não é cabível o mandado de segurança. Aduz o artigo: 
Art. 5º - Não se dará mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato de que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente de caução.
II - de despacho ou decisão judicial, quando haja recurso previsto nas leis processuais ou possa ser modificado por via de correção.
III - de ato disciplinar, salvo quando praticado por autoridade incompetente ou com inobservância de formalidade essencial.
Além dessas restrições, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal estabeleceu em sua súmula 266 que é incabível a utilização do mandado de segurança para atacar lei em tese, em abstrato, devendo existir um caso concreto a ser analisado na ação. Complementando esse entendimento, temos a súmula 267, também do STF, e a OJ 92 da SDI-II do TST. Vejamos: 
 
Súmula 267. NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL PASSÍVEL DE RECURSO OU CORREIÇÃO.
 
OJ Nº. 92 MANDADO DE SEGURANÇA. EXISTÊNCIA DE RECURSO PRÓPRIO
Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido.
 
Contudo, impende destacar que o STF está abrandando os efeitos da súmula 267, passando a admitir o mandamus, excepcionalmente, mesmo havendo recurso previsto em lei, se este não possuir efeito suspensivo e restar comprovada a existência de uma ilegalidade. O mandado de segurança pode conceder efeito suspensivo a recurso, desde que haja dano irreparável, fumus boni juris e periculum in mora.   
 
O Tribunal Superiordo Trabalho e o Supremo Tribunal Federal firmaram o mesmo entendimento com relação ao não-cabimento do mandado de segurança em face de decisão judicial transitada em julgado, devendo ser utilizada para tanto a ação rescisória, conforme se comprova pela redação das súmulas 33 e 268, do TST e do STF, respectivamente. Vejamos: 
 
Nº. 33 MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO.
Não cabe mandado de segurança de decisão judicial transitada em julgado.
 
Súmula 268, STF. NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA DECISÃO JUDICIAL COM TRÂNSITO EM JULGADO.
 
O TST estabeleceu por meio da OJ 54 da SDI-II, que impetrados os embargos de terceiros para pleitear a desconstituição da penhora, não seria cabível a interposição de mandado de segurança com o mesmo objetivo. 
 
Obs.: Destaque-se ainda que o dirigente de empresa pública que pratica determinado ato na condição de representante legal da empresa não é classificado como autoridade coatora no momento da realização do ato, pois, neste caso, ele apenas atua como um representante do empregador. Diante disso, se o dirigente da empresa pública dispensa imotivadamente empregado dotado de estabilidade provisória não é cabível impetração de mandado de segurança, mas apenas ação trabalhista objetivando a reintegração ao emprego, posto que o dirigente agiu como empregador, e não  como autoridade pública. 
 
O art. 18 da Lei 1533/51 estabelece que o direito de requerer o mandado de segurança se extingue no prazo de 120 dias contados da ciência do ato a ser impugnado pelo interessado. A petição inicial deve ser apresentada em duas vias, devendo ser observado o art. 282 do CPC em sua produção. 
 
Art. 18 - O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos cento e vinte dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado
 
O art. 4º da referida lei possibilita que em caso de urgência o mandado de segurança possa ser impetrado por meio de telegrama ou radiograma ao juiz competente, sendo-lhe possível notificar a autoridade coatora da mesma forma. Impende destacar que quando de sua impetração deverá o writ estar instruído por toda a prova documental (que também deverá ser apresentada em duas vias) necessária para a comprovação do ato, sob pena de indeferimento da inicial.
 
Art. 4º - Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos desta lei, impetrar o mandado de segurança por telegrama ou radiograma ao juiz competente, que poderá determinar seja feita pela mesma forma a notificação a autoridade coatora. 
 
Se a prova necessária estiver em poder de autoridade pública que se recuse a fornecê-lo por meio de certidão, o juiz ordenará a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e determinará o prazo de 10 dias para o cumprimento da ordem. Se o documento estiver em poder da mesma autoridade que está lesando o direito do impetrante, o requerimento será feito na própria notificação. 
 
Após a análise da inicial, o mandado de segurança poderá ser indeferido caso não seja cabível ou se não forem obedecidos os requisitos estabelecidos no art. 8º da Lei, hipótese em que será cabível agravo regimental da decisão. Se após o julgamento do agravo regimental o Tribunal mantiver a decisão, o impetrante poderá utilizar-se do recurso ordinário, endereçado ao TST. 
 
No entanto, se o impetrante não tiver apresentado a inicial e os documentos em duas vias, o juiz deverá determinar que a inicial seja emendada, cumprindo os requisitos da Lei 1.533/51, em obediência aos princípios da celeridade e da economia processual, sob pena de indeferimento da inicial. 
 
Obs.: se restarem comprovados o periculum in mora e o fumus boni juris, a inicial poderá conter pedido de liminar. Deve ser observado também o art. 7º da lei 1533/51.  
 
Uma vez distribuído o writ, o relator despachará a inicial, concedendo ou não liminar, decisão que também é atacável por meio de agravo regimental. A Lei 4.348/64 estabelece que a eficácia da medida liminar concedida durará apenas 90 dias, a contar da concessão, sendo a eficácia prorrogável por mais 30 dias, se o acúmulo de processos pendentes de julgamentos justificar a prorrogação. Vejamos: 
Art. 1º Nos processos de mandado de segurança serão observadas as seguintes normas:
        b) a medida liminar somente terá eficácia pelo prazo de (90) noventa dias a contar da data da respectiva concessão, prorrogável por (30) trinta dias quando provadamente o acúmulo de processos pendentes de julgamento justificar a prorrogação.
Em seguida, a autoridade coatora será intimada a prestar informações no prazo de 10 dias. Quanto aos honorários advocatícios, o Supremo já decidiu em sua Súmula 512 que não são cabíveis na ação de mandado de segurança.
Obs.: O mandado de segurança coletivo é, em verdade, uma espécie de ação civil pública, pouco aplicada na Justiça do Trabalho, embora esteja expressamente prevista pela Constituição de 1988, em seu art. 5º, LXX. 
 
O mandado de segurança possui grande destaque na jurisprudência, existindo, conforme observado acima, diversas súmulas e orientações jurisprudenciais estabelecidas pelo TST tratando da matéria. Dentre elas, podemos destacar a Súmula 414 do TST, recentemente cobrada no Exame da Ordem 2008.2. Vejamos sua redação: 
 
Nº. 414 MANDADO DE SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU LI-MINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA.  
I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso;
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio;
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou li-minar). 
 
Além dessa, podemos citar as Súmulas 33, 201, 397, 415, 416, 417 e 418, todas do TST. Também tratam da matéria algumas Orientações Jurisprudenciais, como 54, 56, 64, 65, 66, 67, 93, 127, 144 e 148, todas da SDI-II/TST (Seção Especializada de Dissídios Individuais II, do Tribunal Superior do Trabalho).
INQUERITO JUDICIAL DE APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
O inquérito, antes chamado também inquérito administrativo, é ação proposta pelo empregador contra o empregado estável (CLT, art. 652, b), apresentada por escrito à Vara do Trabalho ou ao Juízo de Direito (CLT, art.853). 
Além de dever sempre ser proposta por petição escrita, a ação de inquérito permite que cada parte apresente até seis testemunhas. 
No inquérito, o empregador, autor, toma o nome de requerente, e o empregado, o de requerido. 
A ação de inquérito é admitida apenas contra o empregado estável, seja qual for a origem da estabilidade: legal, normativa, convencional ou contratual. 
Admissibilidade 
A ação de inquérito é admitida apenas contra o empregado estável, seja qual for a origem da estabilidade: legal, normativa, convencional ou contratual. 
A redação do art. 543, § 3º, da CLT não deixa margem a dúvidas sobre o cabimento da ação de inquérito contra o da dirigente sindical: “fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1(um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação”. 
Reputamos incabível o inquérito contra empregado integrante da CIPA, diante dos termos do art. 165, parágrafo único, da Consolidação das Leis do Trabalho: despedido, sua reintegração poderá ser determinada em reclamação movida contra o empregador. Ao contrário, o diretor eleito de cooperativa (Lei n. 5.764/71, art. 55) tem a mesma estabilidade do dirigente sindical, e, portanto, somente poderá ser despedido mediante prévio inquérito. 
Diante de eventode força maior, como acontece também em casos de extinção de empresa (CLT, art. 497), de fechamento do estabelecimento, filial ou agência, ou de supressão necessária da atividade, sem força maior (CLT, art. 498), o empregador retoma seu direito de rescindir o contrato de trabalho do estável, sendo suficiente comprovar esses fatos na ação movida pelo empregado, irresignado diante do despedimento. Comprovada a falsidade da alegação de força maior, extinção do estabelecimento etc., entretanto, é garantida a reintegração do estável, além de lhe ser assegurado o pagamento da remuneração atrasada (CLT, art. 504). 
Suspensão prévia do empregado 
Para o empregador, os riscos oferecidos por um processo de inquérito são maiores que os de um processo movido pelo empregado. Neste, o despedimento não pode ser anulado pela sentença (salvo nos casos de integrante da CIPA, força maior, extinção, fechamento e supressão da atividade, supra-elencados), goza de um prazo nunca inferior a cinco dias (geralmente mais) para preparar sua defesa, até a data da audiência (CLT, art.841) e não há possibilidade de pagamento de salário durante a pendência da lide; naquele, sua intenção de despedir o empregado estável pode ser frustada e resultar-lhe a obrigação de pagar os salários do período de duração do processo, que pode atingir montante de vulto. 
A fim de possibilitar ao empregador maior cautela na apuração dos fatos que irão fundamentar a ação de inquérito, diante dos riscos maiores que assume, a legislação facultou a suspensão prévia do empregado. Assim, “o empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito em que se verifique a procedência da acusação”, perdurando a suspensão até a decisão final do processo (CLT, art. 494 e seu parágrafo único). 
Como se vê, não há obrigação legal de suspender o empregado, mas o empregador o faz, indefectivelmente, em todos os casos. 
As razões de ordem técnica, financeira ou econômica que fundamentam o pedido de inquérito são fáceis de provar através de perícia, juntada do balanço, requerimento de concordata etc, não oferecendo dificuldades processuais. 
Prazo para interposição 
Teoricamente, o prazo para a interposição do inquérito, no caso de não ter o empregado sido suspenso, seria de cinco anos, a contar da data da ciência da falta praticada, pela direção da empresa. Decorrido o qüinqüênio, a ação estaria prescrita (CF, art. 7º, XXIX). Muito antes disso, porém, o empregador teria certamente recusado seu pedido de autorização para o despedimento do empregado estável, posto que o decurso de longo prazo, após o conhecimento da infração praticada, desatualizaria sua punição, e a Corte entenderia descaracterizada a falta grave invocada. E se o empregador preferiu manter durante largo lapso de tempo seu empregado estável, depois do surgimento do motivo técnico, econômico ou financeiro que justificaria sua dispensa, não poderia, a destempo, pretender justificar a rescisão com fatos passados, posto que seria evidente a inexistência de relação causa-efeito entre aqueles fatos e o despedimento. 
Na prática, o empregado estável é sempre suspenso, previamente, e o prazo para a interposição do inquérito é de trinta dias, a contar do primeiro dia de suspensão (CLT, art. 853). 
Discutiu-se, na doutrina, se esse prazo seria de decadência, de prescrição, ou meramente cominatório, acarretando, nesta última hipótese, tão somente a obrigação de o empregador pagar os salários devidos entre a data do início da suspensão e a da efetiva distribuição do inquérito, independentemente da solução final do processo. 
A interpretação dos textos legais consolidados não autoriza esta última solução, que hoje não conta com adeptos. Prevalece, entre os estudiosos, a conclusão de que se cuida de prazo decadencial. Parece-nos, contudo, que se trata de prazo prescricional, posto que não acarreta a perda de direito material, mas assim a do direito instrumental de ação. 
Efeitos da sentença 
Provada a falta grave ou outro motivo justificador, a sentença terá caráter constitutivo, autorizando a rescisão contratual. Se o empregado houver sido suspenso preventivamente, os efeitos da sentença retroagem para apanhar a situação de fato na data da interposição do inquérito, e nessa data é considerado rompido o vínculo empregatício. Se tiver havido prévio reconhecimento da estabilidade, o julgamento não prejudicará a execução para pagamento dos salários devidos até a instauração do inquérito (CLT, art. 855). 
Se, porventura, o empregado não houver sido suspenso preventivamente, continuando a trabalhar durante a pendência da lide, ou até o esgotamento do prazo da estabilidade provisória, o tempo decorrido entre a propositura da ação, data em que se considera rescindido o contrato, e o término do contrato, ou a sentença que julgou provado o motivo justificador, é tido como integrante de um outro contrato de trabalho. 
Restam ser examinadas as conseqüências da sentença que rejeita o pedido de inquérito. Se reconhecer a inexistência de motivo suficiente para a rescisão, o contrato do empregado que tenha prosseguido trabalhando, sem suspensão, manter-se-ia íntegro, como se nada houvesse ocorrido. No caso de afastamento prévio, em tese seria determinada a reintegração do empregado no serviço e o pagamento dos salários de todo o período da suspensão (CLT, art. 495), reconstituindo-se o vínculo empregatício. O empregado faria jus, ainda, além da contagem ininterrupta do tempo de serviço, à remuneração de todos os períodos de férias vencidos no interregno do afastamento (CLT, art. 131, V) e a todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria profissional a que pertencia, na empresa. Como se pode ver, a constituição do direito lesado seria a mais completa possível. 
Na vida prática, porém, muito dificilmente chegariam a ocorrer esses efeitos, porque com a extinção da estabilidade decenal, sobreviveram apenas as estabilidades temporárias, isto é, limitadas no tempo, como a do dirigente sindical, do integrante da CIPA ou do beneficiário de cláusula de sentença normativa ou de convenção ou acordo coletivos, que garantem a manutenção do emprego por apenas algum tempo. Assim sendo, raramente o processo de inquérito atingiria seu fim antes do esgotamento do período de estabilidade, em razão das inúmeras possibilidades de recursos e da morosidade conseqüente das Cortes Trabalhistas. Salvo caso excepcional, o período de estabilidade se esgota muito antes de se atingir a coisa julgada. 
Obter-se a efetiva reintegração do empregado sempre encontrou barreiras insuperáveis na prática, em razão de resistência do empregador em cumprir obrigação de fazer. A essas antigas dificuldades veio se somar outra, atualmente: a falta de oportunidade de consumação real de tal condenação, pela duração relativamente curta da estabilidade. 
Em suma: diante dessas circunstâncias tornaram-se inaplicáveis, na prática, a reintegração do empregado estável e sua eventual conversão em pagamento de indenização em dobro (CLT, art. 496). Restaram apenas os efeitos pecuniários da estabilidade, principalmente os salários do período de afastamento do empregado, que podem alcançar montantes elevados. 
Essa ineficácia prática da determinação judicial para reintegração do empregado levou o legislador, recentemente, a criar a antecipação da tutela, inclusive das obrigações de fazer. 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
Explique cada uma das espécies das ações apresentadas nesta aula, considerando a admissibilidade, competência do juízo .

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